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2:
t44
Pelos estudos efectuados verificou-se que pacientes psiconeuróticos e deprimidos têm
normalmente altas ponfuações.
O STAI, nas suas diferentes versões, foi adaptado para mais de 50 línguas entre as quais
se podem citar a indiana (Spielberger, Shanna & Sinhg, 1973), a espanhola
(Spielberger, Gonzalez-Reigosa, Marlinez-UrflÍia, L. Natalicio, & D. Natalício, 1971) e
a turca (LeCompte & Oner, 1976) e aplicado em pesquisas transculturais e na prática
clínica (Spielberger e Sharma, 1976; Spielberger e Díaz-Guerrero, 1983; Spielberger,
Sydeman, Owen, & March, 1999).
Administração
O STAI foi concebido para ser auto-administrado quer individualmente, quer em
grupos. Não existe tempo limite para o preenchimento do inventário. Ao longo das
várias pesquisas efectuadas por Spielberger (Spielberger et al., 1970) sabemos que os
estudantes do ensino secundário levam cerca de seis minutos para completarem uma das
escalas e cerca de dez minutos para completarem ambas, enquanto indivíduos com
menor formação ou com distúrbios emocionais requerem dez rninutos para completarem
uma das escalas e aproximadamente vinte minutos para completarem ambas.
Administrações repetidas da escala de ansiedade estado requerem cinco minutos ou
menos. Pela nossa prática, verificámos que os tempos para os estudantes do ensino
l secundário são idênticos aos dos estudantes do ensino superior.
! Nas normas de administração do inventário, Spielberger (1975) afirma que, embora
h
muitos dos itens tenham validade facial como medidas de "ansiedade", o examinador
! não deve usar este termo na administração do inventário. De preferência, o STAI e as
5 suas sub-escalas, devem ser referidas questionários de Auto-Avaliação, com o título
impresso no formulário do teste.
Aproximadamente metade dos itens inquirem sobre características negativas (exemplo:
sinto-me "tenso", "apreensivo" ou "perturbado"). Alguns indivíduos mostram relutância
em admitir estas características porque "olham" para elas como sinais de fraqueza.
Alem disso, indivíduos que desejam parecer bem aos olhos do administrador podem
responder mais positivamente aos itens de ausência de ansiedade (exemplo "sinto-me
calmo", "sinto-me sereno"), do que realmente se sentem. Os examinadores, para
lidarem com tais atitudes nas aplicações na clínica, necessitam de estabelecer relações
de confiança com os clientes ou pacientes atraves de uma comunicaçào sincera para que
estes sejam honestos nas respostas. Na pesquisa, os indivíduos respondem de maneira
mais objectiva se são previamente informados de que as suas respostas são guardadas
confidencialmente e de que será dado um "feedback" acerca dos resultados.
Instruções completas paÍa a escala de ansiedade Estado e Traço estão impressas no
formulário do teste. E importante para a validade do teste que os examinandos entendam
claramente as instruções para medir a "ansiedade estado" que requerem que se responda
como se sente "agora, isto é neste preciso momento", e as instruções para a "ansiedade
traço" que requerem que se responda "como se sentem habitualmente". O examinador
deve enfatizar que as instruções são diferentes para as duas partes do inventário e ler
ambas as instruções pausadamente. Na administração em grupo, os examinandos devem
ler as instruções em voz baixa, enquanto o examinador as 1ê em voz alta, dando
oportunidade aos examinandos de fazerem perguntas. Caso estas surjam, o examinador
deve responder de maneira a náo se comprometer induzindo a resposta. Assim, deve
emitir respostas tais como "responda de acordo com a maneira como habitualmente se
sente" ou responda "como se sente agora". Nas pesquisas, o examinador deve enfaÍízar
t4s
o facto de todos os itens deverem serem respondidos. No nosso estudo, pedimos, no
Íinal do teste, para os examinandos verificarem se tinham respondido a todos os itens.
A Escala de Ansiedade Traço deve ser sempre aplicada com as instruções impressas no
formulário do teste. As instruções para a Escala de Ansiedade Estado podem ser
modiÍicadas para avalíar a intensidade da Ansiedade Estado em diferentes situações de
avaliação ou de acordo com os objectivos do investigador ou clínico.
A maioria das pessoas não tem diflculdades em responder aos itens da Escala de Ansiedade
Estado e da Escala de Ansiedade Traço, desde que se encontrem motivados.
t46
'abela l: Coeticrenles de correlação teste-reteste
Sexo N Estado Traço
Masculino 53 72 92
Feminino 54 68 79
Consistência Interna
A consistência interna das escalas Estado e Traço do STAI foi avaliada pelo coeficiente
alfa de Cronbach, correlação item-restante e correlação metade-metade. Dada a
transitoridade da ansiedade Estado, as medidas de consistência intema como o alfa de
Cronbach §unnally, 1978) parecem fornecer um índice mais significativo da
fidedignidade que as correlações teste-reteste. O coehciente alfa da amostra para a
escala Estado foi de .95 sendo .94 para o sexo masculino e .95 para o sexo feminino.
Para a escala Traço, os coef,lcientes alfa foram .90, para o total da amostra, para o sexo
masculino e feminino. Os valores da fidedignidade metade-metade para a escala Estado
foram .92 para o sexo masculino e .93 para o sexo feminino. Para a escala Traço os
valores encontrados foram .88 e .89 para o sexo masculino e feminino respectivamente.
Evidência adicional da consistência interna das escalas do STAI foi fornecida pelas
correlações item-restante da amostra conforme se pode observar naTabela2.
STAI Mrn Max. Mediana Min. Max Mediana Min. Max Mediana
Estado 29 73 60 32 76 61 32 76 60
Traco 29 6'7 54 32 68 5l 36 68 52
Validade
Validade Concorrente
A validade concorrente foi avaliada pelo valor da correlação entre o STAI-T e uma das
medidas mais largamente utilizadas na Europa para medir a ansiedade Traço, a Escala
de Neuroticismo do Eysenck Personality Questionnaire (Eysenck et al., 1975). Na
amostra a cofielação entre o STAI e a escala de Neuroticismo de uma versão Portuguesa
do EPQ desenvolvida por Fonseca et a/. em 1991 foi de .73. Para o estudo da validade
concorrente da ansiedade estado utilizou-se uma versão portuguqsa do SAS de Zlng
(Ponciano, Vaz Serra e Relvas, 1982) tendo-se obtido uma correlação de .58.
t47
no contexto dos construtos teóricos relevantes. O teste gráfico mostrou que três, quatro
ou cinco factores poderiam ser rodados. Atendendo àtattxeza não exacta deste teste e
para garantir que nenhum factor sem significado fosse sobrevalorizado rodaram-se 3, 4
e 5 factores. Cada solução foi examinada em relação à estrutura simples, parcimónia e
significado psicológico. As soluções encontradas não se revelaram plenamente
satisfatórias tendo-se considerado que as soluções de 4 ou 3 factores se poderiam ajustar
ao modelo teórico de Spielberger. Atendendo às soluções encontradas foi efectuada a
análise factorial confirmatória dos itens.
Cc,
Análise factorial confirmatória t.
A Arc foi efectuada utilizando a versão 6.0 do AMOS de Arbuckle (1999). A primeira .>
fase da A-FC consistiu na análise do modelo de 4 factores proposto por Spielberger. Este t.:
Kai
Tabela 3: Índices de ajustamento para todos os modelos de 4 factores do STAI-Y.
Modelo Df cFI AGFI CFI IFI
Z-.2
RMSEA
Spi
Numa segunda fase, atendendo aos resultados ambíguos da análise factorial exploratória
procedeu-se à AFC de um modelo de 3 factores constituídos respectivamente pelos itens Spi
referentes à ansiedade Estado (presença e ausência) e ansiedade Traço. Conforrne se
pode observar na tabela 4 os baixos valores dos índices de ajustamento indicam um Spi
fraco ajustamento deste modelo.
SPI
Ta-
t48
Modelo 2 Df GFI AGFI CFI IFI RMSEA
x
50 itens 5135.49 ll'72 .78 76 83 .83 .058
Conclusões
Os resultados obtidos mostram que a versão experimental do STAI Y aplicado a
estudantes universitários possui boas propriedades psicométricas e que após a depuração
dos 10 itens da escala estado se obtém uma versão de 40 itens com uma boa estrutura
factorial e conceptualmente ajustada ao modelo de Spielberger. Pode-se afirmar que esta
versão de 40 itens em língua portuguesa constitui uma boa base de trabalho para uma
futura validação do STAI Y, processo que já se encontra em curso.
Referências
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t49
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on lhe ,MMPI in ps.v-chologl' ttnd mcdicine Minneapolis: Unirersity of Minnesota Press
ES
DE
Fig
tH,
,U
-F
3u
oE
ts
150
ESTRUTURA FACTORIAL DE UMA VERSAO EXPERIMENTAL DO STAIC
DE SPIELBERGER EM CRIANÇAS DE PORTUGAL CONTINENTAL
Conceição Matiasr, Emanuel Ponciano2, Teresa Medeirosr, Maria João Rodriguesa, Rita
Introdução
O Inventário de Ansiedade Estado-Traço para Crianças (STAIC) foi desenvolvido por
Spielberger et al. (1973) "como um instrumento de investigação paÍa o estudo da
ansiedade em crianças do ensino básico". O STAIC e uma escala constituída por 20
itens que tem por finalidade avaliar a ansiedade situacional, sub-escala ansiedade estado
(A-Estado) e 20 itens que avaliam a propensão para desenvolver ansiedade, denominada
ansiedade traço, sub-escala ansiedade traço (A-Traço). Segundo Spielberger et al.
(1973) a escala de A-Estado foi construída com a finalidade de medir estados de
ansiedade transitórios, isto é, sentimentos subjectivos e conscientemente percebidos de
apreensão, tensão e preocupação que variam em intensidade e flutuam ao longo do
tempo. A escala de A-Traço mede diferenças individuais relativamente estáveis da
propensão para desenvolver ansiedade, isto é, diferenças na tendência que as crianças
possuem para vivenciar estados ansiosos.
151
individualmente a um grupo de crianças do 4o e 5o ano com finalidade de avaliar a
facilidade de leitura e compreensibilidade dos itens. Tendo como base as reacções
destas crianças o çonteúdo das escalas A-Estado e A-Traço mantiveram-se. Desta forma
a versão experimental Portuguesa do STAIC ficou constituída por 30 itens relativos à
ansiedade estado e 20 itens relativos à ansiedade traço que se encontram impressos na
frente e no verso de uma folha 44, semelhante à versão originai. A versão experimental
do STAIC foi administrada auma amostra de 1105 crianças que frequentavam ensino
básico entre o 4o e o 8o ano de escolaridade, sendo 569 do sexo masculino e 536 do sexo
feminino com idades compreendidas entre os 9 e os 14 anos. Os valores médios da
idade distribuídos por sexo podem ser observados na tabela l. O inventário foi
administrado com instruções padronizadas a gmpos de 10 a 30 crianças na sala de aula
numa situação não stressizante. Aplicou-se ainda o Junior Eysenck Personality
Questionnaire (Eysenck e Eysenck, 1975) validado para a população Portuguesa por
Fonseca (1989) e um pequeno questionário destinado a obter informação acerca da
saúde em geral e mental bem como a ingestão de medicamentos. As crianças que
sofriam de disfurbios ansiosos ou que estivessem medicados com psicotropos foram
excluídos dos dados a analisar.
Masculino u0 66 53
Feminino 31 tl 65
Consistência Interrra
A consistência interna das escalas Estado e Traço do STAIC foi avaliada pelo
coeficiente alfa de Cronbach, correlação item-restante e correlação metade-metade.
Dada a transitoridade da ansiedade estado as medidas de consistência intema como o
alfa de Cronbach §unnally, 1978) parecem fomecer um índice mais significativo da
fidedignidade que as correlações teste-reteste. O coeficiente alfa da amostra paru a
escala A-Estado foi .92 sendo também .92 para o sexo masculino e feminino. Para a
escala A-Traço os coeficientes alfa foram .80, .79 e .82 para o total da amostra, o sexo
ts2
masculino e feminino respectivamente. Os valores da f,rdedignidade metade-metade para
a escala Estado foram .93 para o sexo masculino e .94 para o sexo masculino. Para a
escala Traço os valores encontrados foram .76 e .78 para o sexo masculino e feminino
respectivamente. Evidência adicional da consistência intema das escalas do STAIC foi
fomecida pelas correlações item-restante da amostra conforme se pode observar na
Tabela 3.
A-Estado 11 76 44 t4 74 47 t2 75 45
À-Traço 20 49 37 27 52 38 23 50 39
Validade
O STAIC foi desenvolvido com a finalidade de proporcionar medidas operacionais da
ansiedade Estado e Traço tendo como base a forma como estes construtos foram
definidos por Spielberger et al. (1973).
Validade Concorrente
A validade concorrente foi avaliada pelo valor da correlação entre a escala A-Trago e
uma das medidas mais largamente utilizadas na Europa para medir a ansiedade traço, a
Escala de Neuroticismo do Junior Eysenck PersonaliÍy Questionnaire (Eysenck e
Eysenck, 1975). Numa amostra de 868 crianças a correlação entre A-Traço e a escala de
Neuroticismo de uma versão Poúuguesa do JEPQ desenvolvida por Fonseca (1989) foi
.70.
1s3
"t
C
s12 .72 50 p
s13 .53 27 e
s14 .68 45
s17 .63 .40
s20 .74 53 5
s22 .6s 42 e
s23 .66 44
s26 (.26) .08
s29 .75 53
s30 .48 .26
T1 42 2t
T2 .42 .20
T3 (2e) 10
T4 (.23) 07
T5 41 .24
T6 .46 22
T7 (27) .08
T8 (.2e) .12
T9 .35 .1 5
T10 .52 27
T11 49 .23
Tt2 .49 25
T13 .49 .24
TÍ4 .s8 .33
Ti5 .37 .13
Ti6 (.28) .07
T17 .57 31
T18 .42 .18
T19 .38 .16
T20 4t .t7
Valores próprios 10.66 5.97 280
% variância 2t.35 1193 559 3 8.88
Apenas se apresentam os itens com saturações superiores a .30. Os itens com saturações
não salientes apresentam-se entre parênteses.
r54
O factor 1 (ansiedade estado presente) está definido exclusivamente pelos itens que
traduzem a presença de ansiedade estado. O factor 2 (ansiedade estado ausente) está
definido exclusivamente pelos itens que traduzem a ausência de ansiedade estado. O
factor 3 é composto exclusivamente pelos itens respeitante à ansiedade traço,
)
Modelo Z- Gl GFI AGFI CFI IFI RMSEA
50 itens 2865.25++ 1172 .89 93 93 036
49 itens 2757.49** 1t24 .89 94 94 036
48 itens 2583.35+* 1077 .90 94 94 .036
47 itens 2440.39** 103 1 .90 94 94 035
46 itens 2336.91** 986 .90 95 95 .03 5
45 itens 2178.84** 942 .91 95 95 .034
44 itens 2057.28** 899 .91 95 95 .034
43 itens 2005.62+* 857 .91 95 95 .03 s
42 itens 1936.51** 816 .91 95 95 035
41 itens I 852.07+* 776 .91 9s 95 .035
40 itens 1717 31** 737 .91 . 95 95 03s
Final* 1544.97** 735 93 92 96 .032
tFoi considerado Modelo Final o modelo com 40 itens e as correlações entre os erros dos itens 24 e 19, e23 e
22.
Nola GFI: goodness ol fit index; AGFI : adjusted goodness of fit index; CFI : comparative fit index;
RMSEA: root mean square error of approximation; ** p . .001
Conclusões
Os resultados obtidos mostram que a versão experimental do STAIC aplicado a crianças
do ensino básico possui boas propriedades psicometricas e que após a depuração dos 10
itens da escala Estado se obtém um versão de 40 itens como uma boa estrutura factorial
e conceptualmente ajustado ao modelo de Spielberger. Pode-se afirmar que esta versão
155
IIT
de 40 itens do STAIC em língua Portuguesa constitui uma boa base de trabalho para a
sua futura validação que aliás já se encontra em curso.
Referências
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Bentler, P. M. (1990). Comparative fit indexes in structural models. Psychological Bulletin, 107,238-246.
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SPSS Inc (2005) SPSS/or Windows, (release 14.0) SPSS Inc.
156
ESTRUTURA FACTORIAL DE UMA VERSÃO EXPERIMENTAL DO STAIC
DE SPIELBERGER EM CRIANÇAS DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES
Teresa Medeirosl, Emanuel Ponciano2, Conceição Matias3, Maria João Rodriguesa, Rita
Introdução
O arquipélago dos Açores é constituído por 9 ilhas sendo uma região autónoma da
República Portuguesa, que se situa no oceano Atlântico, a meia distância entre a Europa
e os Estados Unidos da América. A superficie total dos Açores representa cerca de 2,5oÁ
do território nacional de Portugal com uma população estimada em cerca de 2,5o/o da
população portuguesa. É urnu região caracterizada por uma intensa actividade tectónica
que tem expressão em actividade l.ulcânica, geotérmica e frequentes abalos sísmicos.
A população dos Açores possui algumas características culturais e comportamentais,
nomeadamente uma intensa religiosidade diferente dos portugueses do continente.
Tendo em conta estas diferenças, os autores do presente estudo pretendem avaliar essas
diferenças nas características psicometricas e estrutura factorial de uma versão
experimental em Língua Porhrguesa do State-Trait Anxiety Inventory for children
(STAIC; Spielberger et al., 1973) jâ uÍ17izada por Matias, Ponciano, Medeiros,
Rodrigues, Figueirinha e Spielberger (2006) que se encontra nesta publicação.
Administração
A tradução do STAIC para Língua Poúuguesa encontra-se descrita nesta publicação
(Matias et a1.,2006). Esta versão experimental foi aplicada a uma amostra de 806
crianças, provenientes de todas as ilhas do arquipélago, do 4o ao 8o ano do ensino
básico, nas salas de aula, em gmpos de 10 a 30 crianças, durante o ano lectivo e em
condições de ausência de stresse. Na tabela 1 pode-se observar a distribuição da media
de idades por sexo e grau de escolaridade.
Para alem do STAIC administrou-se também uma versão portuguesa elaborada por
Fonseca (1992) da Revised Children's Manifest Anxiety Scale (RCMAS) (Reynolds e
Richmond, 1985) e um pequeno questionário destinado a obter informação acerca da
saúde em geral e mental, bem como sobre a ingestão de medicamentos. As crianças que
sofriam de disúrbios ansiosos ou que estivessem medicadas com psicotropos foram
excluídas dos dados a analisar.
r57
Tabela 1: Distribu oa amostra por idade
o da loaoe e sexo nos dift
dllerentes anos de esco laridade.
Escolaridade SEXO IDADE
Masculino Feminino Média Desvio padrào
,1o ano 58 71 9.73 110
50 63 59
Consistência Interrra
A consistência intema das escalas Estado e Traço do STAIC foi avaliada pelo
coeficiente alfa de Cronbach, correlação item-restante e colrelação metade-metade. O
Çoeflciente alfa da amostra para a escala Estado foi .89 sendo .86 para o sexo masculino
e .90 para o sexo feminino. Para a esçala Traço os coeficientes alfa foram .76, .75 e .76
para o Íotal da amostra, o sexo masculino e feminino respectivamente. Os valores da
frdedignidade metade-metade para a escala Estado foram .85 para o sexo masculino e
.89 para o sexo feminino. Para a escala Traço os valores encontrados foram .71 e .73
para o sexo masculino e feminino respectivamente.
Evidência adicional da consistência interna das escalas do STAIC foi fornecida pelas
correlações item-restante da amostra confoüne se pode observar na Tabela 3.
Estado 22 56 37 25 63 46 25 58 42
Traço t4 16 30 13 48 33 20 .+5 39
158
Validade
Validade Concorrente
A validade çoncorrente foi avaliada pelo valor da correlação, .67, entre a escala A-Traço
e uma versão portuguesa de Castro Fonseça (1992) da Revised Children's Manifest
AnxieQ Scaie (Reynolds e Richmond, 1985)
T2 .3s .11
T3 .30 .13
T4 ( 28) .r2
T5 .40 .18
1s9
T6 .38 .17
T7 (.28) .07
T8 (.26) .06
T9 (.23) 13
Tt0 .46 .23
Tl1 .36 .13
T12 .41 .21
T13 .40 .18
T14 .52 .28
T15 .31 .08
T16 (.24) 06
Tt7 .55 .27
Tl8 .35 .13
T19 .37 .20
T20 .40 .14
Valores próprios 764 282 1.89
%o vaiància 1s.28 563 3.77 24.68
Apenas se apresentam os itens com saturações superiores a.30. Os itens com saturações
não salientes apresentam-se entre parênteses.
O factor I (ansiedade estado ausente) está definido exclusivamente pelos itens que
traduzem a ausência de ansiedade estado. O factor 2 (ansiedade estado presente) está
dehnido exclusivamente pelos itens que traduzem a presença de ansiedade estado. O
factor 3 e composto exclusivamente pelos itens respeitante à ansiedade traço.
160
* For considerado Modelo Final o modelo com 40 itens e os itens S29 e S20 correlacionados tais como os
itens S24 e Sl9; S20 e S12; S29 e Sl2.
Nota GFI: goodness of fit index; AGFI = adjusted goodness of fit index; CFI : comparative fit index;
RMSEA = root mean square erroÍ of approximation; ** p < .001
Conclusões
Os resultados obtidos mostram que a versão experimental do STAIC aplicado a crianças
do ensino básico na Região Autónoma dos Açores possui boas propriedades
psicométricas e que após a depuração dos 10 itens da esçala Estado se obtém um versão
de 40 itens como uma razoável estrutura factorial e conceptualmente ajustado ao
modelo de Spielberger. Pode-se aflrmar que esta versão de 40 itens do STAIC em
Língua Portuguesa constitui uma boa base de trabalho para a sua futura validação que
aliâs já se encontra em curso.
Referências
Arbuckle, l.L. (2005). AMOS ó 0 [Computer Software]. Chicago: Smallwaters
Fonseca, A.C. (1992). Uma Escala de Ansiedade para Crianças e Adolescentes. Revista Portuguesa de
Pedagogia, 26, I, 141 -155.
Cross, R. W. & Huberty, T. J. (1994). Factor analysis of the State-Trait Anxiety Inventory for children wiú a
sample of seventh- and eighth-grade students. Journol of Psychoeducalional Assessment, 11,
(3),232-241.
Relnrolds, C.R. e Richmond, B. O. (1985). Revised Children's Manifest Anxiety Scale (RCMÁS). Manual. Los
Angeles: Westem Psychological Services.
Spielberger, C.D., Edwards, C.D., Lushene, R.8., Montuori, J. & Platzek, D. (1973). Preliminary Manual for
the State-Trait Anxiety Inventory Palo Alto: Consulting Psychologists Press, Inc.
SPSS Inc (2005). SPSS/or Windows, (release 14.0). SPSS Inc
161
^/
T
Maria João Rodriguesl, Emanuel Ponciano2, Conceição Matiass, Teresa Medeirosa, Rita
Figueiriúa2 e Charles Spielberger5
t
ESEM -Universidade da Madeira
2
Unidade de Psicofísica e Psicometria - Instituto de Biofísica e Biomatemática - IBILI
-FMUC
3
Hospital Pediátrico - CHC
a
Universidade dos Açores
s
South Florida University, USA
Introdução
A ilha da Madeira é a principal ilha duma região autónoma da República Poúuguesa.
Situa-se no oceano Atlântico a cerca de 900 Km de Lisboa e a 600 Km de Casablanca.
Representa aproximadamente .8%o do território de Portugal e possui uma população
rondando os 250 mil habitantes (cerca de 2.5Yo da população portuguesa), metade dos
quais vive na capital, a cidade do Funchal.
A população da Madeira, embora comparável à população continental e dos Açores em
alguns aspectos, possui algumas características culturais e comportamentais que a
diferenciam.
Tendo em conta estas diferenças, os autores do presente estudo pretendem avaliar a
influência dessas diferenças nas características psicométricas e estrutura factorial de
uma versão experimental em Língua Porhrguesa do State-Trait Anxiety Inventory for
children (STAIC; Spielberger et al., 1973)já utilizada por Matias, Ponciano, Medeiros,
Rodrigues, Figueiriúa e Spielberger (2006) que se encontra nesta publicação.
Administração
A tradução do STAIC para língua portuguesa encontra-se descrita nesta publicação
(Matias et al., 2006). Esta versão experimental foi aplicada a uma amostra de 840
crianças madeirenses, com idades compreendidas entre os 8 e os 14 anos, do 3o ao 8o
ano do ensino básico, nas salas de aula, em grupos de l0 a 30 crianças, durante o ano
lectivo e em condições de ausência de stresse. Na tabela 1 pode-se observar a
distribuição da média de idades por sexo e grau de escolaridade.
Para além do STAIC administrou-se também uma versão portuguesa elaborada por
Fonseca (1992) da Revised Children's Manifest Anxiety Scaie (RCMAS) (Reynolds e
Richmond, 1985) e um pequeno questionário destinado a obter informação acerca da
saúde em geral e mental, bem como sobre a ingestão de medicamentos. As crianças que
sofriam de disúrbios ansiosos ou que estivessem medicadas com psicotropos foram
excluídas dos dados a analisar.
r62
abela l: Dlstrl rulcão da amostra if(
idade e sexo nos diferentes anos de escolar idade
bel 2: l este-reteste
T abela semanas de lnteflalo
a1 det
Masculino 115 73 64
Feminino 97 86 .77
Consistência Interna
A consistôncia intema das escalas Estado e Traço do STAIC foi avaliada pelo
çoeficiente alfa de Cronbach, correlação item-restante e correlação metade-metade.
O coeficiente alfa da amostra para a escala Estado foi de .88 sendo .86 para o sexo
masculino e .89 para o sexo feminino. Para a escala Traço os coeficientes alfa foram .82
.81 e .82 para o total da amoska, o sexo masculino e feminino respectivamente. Os
valores da fidedignidade metade-metade para a escala Estado foram .86 para o sexo
masculino e .89 para o sexo masculino. Para a escala Traço os valores encontrados
foram .76 e .78 para o sexo masculino e feminino respectivamente.
Evidência adicional da consistência interna das escalas do STAIC foi fornecida pelas
h correlações item-restante da amostra confoÍne se podem observar na Tabela 3.
h
Tabela 3: Valores mínimos, máximos e mediana dos coeficientes de correlação item-
ru*
h, restante das escalas Estado e Traço do STAIC paÍa o sexo masculino, feminino e
hn amostra total
Masculino Feminino Total
;Iffr
t STAIC Min. Max Mediana Min Max Mediana Min. Max, Mediana
k Traco 29 50 38 19 50 42 25 49 40
t63
Validade
Validade Concorrente
A validade concorrente foi avaliada pelo valor da correlação, .68, entre a escala A-Traço
e uma versão portuguesa de Castro Fonseca (1992) da Revised Children's Manifest
Anxiety Scale (Reynolds e Richmond, 1985)
s28 6l 38
T1 .36 t4
T2 .41 2t
T3 34 16
T4 36 13
T5 .4t t9
r64
T6 .51 .26
T7 (.2'7) .10
T8 (.28) .07
T9 .32 .15
Tl0 .51 .29
Tll .46 .24
Tt2 .54 .29
T13 .52 .27
T14 .53 .28
T15 .4t .15
t T16 .35 .l I
] T17 .61 .30
T18 .40 .22
I T19 .45 28
h T20 .43 18
Valores próprios 762 3.95 2.04
%o variância 1,5.24 7.90 4.08 27.22
Apenas se apresentam os itens com saturações superiores a .30. Os itens com saturações
não salientes apresentam-se entre parênteses.
O factor I (ansiedade estado ausente) está definido exclusivamente pelos itens que
traduzem a ausência de ansiedade estado. O factor 2 (ansiedade estado presente) está
definido exclusivamente pelos itens que traduzem a presença de ansiedade estado. O
factor 3 é composto exclusivamente pelos itens respeitantes à ansiedade traço.
50 itens
r 2
2821 3l**
Df
1172
GFI AGFI
.81
CFI
86
IFI RMSEA
84 84 .041
49 itens 2719.7 5*r tt24 .88 86 85 85 .04t
48 itens 2675.33** r077 .88 86 85 .85 .042
47 itens 2521 86+* 103 1 .88 8'.7 85 85 .042
46 itens 2357 59** 986 .89 87 86 86 04r
45 itens 2263.28*4 942 .89 88 86 .87 .041
44 itens 2142 06*+ 899 .89 88 87 .87 .041
43 itens 2056.49** 857 .89 88 87 .87 041
42 itens 1930.75** 816 .90 89 88 .88 .040
41 itens 1844 00++ 776 .90 89 88 .88 .041
40 itens 1753.91 * * 131 .90 89 88 .88 041
1433 51++ 731 92 9l 92 92 034
165
I
'oAÍ
Referêr
t66