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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
LABORATÓRIO DE ELETRÔNICA ANALÓGICA I

EXPERIÊNCIA Nº5
Circuitos Retificadores

Engenharia Elétrica
Aluna: Beatriz Rocha e Vitória Palmeira
Professor: Raimundo Nonato

Experiência 5 Pág. 1/12 Eletrônica Analógica I


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RESUMO

Uma das aplicações mais conhecidas dos diodos é como retificador. Com isso, tem-se o circuito
retificador de meia onda, o circuito retificador de onda completa com transformador de derivação central,
e o circuito retificador de onda completa tipo ponte. No presente experimento, foram explorados os três
tipos de circuitos, com análise das formas de onda de tensão DC e de ripple na saída, do tempo de
condução dos diodos e da corrente que passa pelo diodo. Juntamente a isso, houve o uso de diversos
valores de capacitores e resistores para melhor entendimento de como o filtro funciona em tais circuitos.

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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Ao analisar diodos em circuitos variantes no tempo, é apresentado os circuitos retificadores, que incluem
Retificadores de Meia Onda, e Retificadores de Onda Completa (tipo ponte e tipo com transformador de
derivação central).

1.1 Retificador de Meia Onda

Figura 1: Circuito do retificador de meia onda

O retificador de meia onda apresentado na Figura 1 é composto por uma fonte de tensão alternada, um
diodo e um resistor. Esse circuito é responsável por originar uma forma de onda Vo que possuirá um
valor médio de uso particular no processo de conversão CA-CC.
No semiciclo positivo, o diodo idealmente se transforma em um curto-circuito e o circuito tem uma saída
de Vo = Vs. Já no semiciclo negativo, o diodo se transforma em um circuito aberto, resultando assim em
uma ausência de caminho para as cargas fluírem. Assim, Vo = iR = (0)R = 0V. Dessa maneira, o sinal de
saída Vo tem uma área resultante média acima do eixo sobre um período completo.

Figura 2: Representação do semiciclo positivo

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Figura 3: Representação do semiciclo negativo

Ao utilizar um diodo de silício, o que muda é que o sinal aplicado deve ser no mínimo de VDO = 0,7V
para que o diodo fique ligado no semiciclo positivo, permitindo a passagem de corrente. Além disso, no
mesmo semiciclo, a saída é Vo = Vs - 0,7 , pois há uma queda de tensão de 0,7 no diodo. Dessa maneira,
o efeito é a redução da área acima do eixo, o que reduz o nível de CC resultante.

Figura 4: curvas da saída e da entrada do circuito considerando um diodo não ideal

1.2 Retificador de Onda Completa

O nível CC obtido a partir de uma entrada senoidal tem uma melhora de 100% quando o processo de
retificação de onda completa é utilizado. Exitem dois tipos: em ponte e com derivação central.
A configuração em ponte utiliza 4 diodos, como demonstrado na imagem a seguir.

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Figura 5: Retificador de Onda Completa tipo ponte

No semiciclo positivo, os diodos D4 e D3 se transformam em circuitos abertos idealmente, enquanto os


diodos D1 e D2 permitem a passagem de corrente. Dessa maneira, a saída Vo é exatamente igual a
entrada Vs. Já no semiciclo negativo, os diodos D4 e D3 permitem a passagem de corrente enquanto os
diodos D1 e D2 transformam-se em circuitos abertos. Assim, tem-se que a corrente passa por Vo com o
mesmo sentido, resultado em V0 = Vs novamente. Com isso, enquanto na entrada do circuito tem-se
um sinal alternado onde meio período está no eixo positivo e a outra metade está no eixo negativo, na
entrada tem-se um sinal com todo o período no eixo positivo.
Na prática com um diodo não ideal, tem-se os mesmos resultados, com a diferença de uma diminuição
na área do gráfico de saída devido ao VD0 do diodo utilizado. Os diodos só passarão a conduzir depois
que a VD0 for alcançada, e o pico da saída será 2VDO menor que o pico da entrada, devido às quedas
de tensão dos dois diodos ligados em cada semiciclo.

Figura 6: Análise do semiciclo positivo

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Figura 7: Análise do semiciclo negativo

Figura 8: Gráfico comparando a entrada e a saída do circuito retificador de onda completa tipó ponte utilizando
um diodo não ideal

Já com a retificação de onda completa do tipo de derivação central, tem-se o uso de dois diodos apenas,
mas requer um transformador com derivação central para que o sinal de entrada seja estabelecido em
cada seção do secundário do transformador.

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Figura 9: Retificador de Onda Completa tipo com derivação central

No semiciclo positivo, tem-se D1 como um curto-circuito e D2 como um circuito aberto. Assim, Vo =


Vs. Já no semiciclo negativo, D1 é um circuito aberto enquanto D2 é um curto circuito, permitindo a
passagem de corrente por estar diretamente polarizado. Dessa maneira, novamente temos a saída Vo com
o valor exato da entrada Vs (idealmente). Para casos não ideais, o diodo diretamente polarizado só conduz
após a VDO ser atingida, e a tensão de pico da saída leva em conta a queda de tensão do diodo, ou seja,
é menor que a tensão de pico da entrada (sobtraída do valor de VDO).

Figura 10: Gráfico comparando a entrada e a saída do circuito retificador de onda completa com derivação
central utilizando um diodo não ideal

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Ao utilizar o filtro RC, o circuito gera uma saída CC idealmente, já que o capacitor armazena o valor de
pico da entrada. Em situações não ideais, tem-se uma pequena tensão DC de ripple por conta do
descarregamento do capacitor, que depende de sua constante de tempo (ou seja, depende tanto do valor
do capacitor quanto do valor do resistor utilizado).

Figura 11: Retificador de meia onda com a utilização de filtro RC.

Figura 12: Gráfico comparando a entrada e a saída do circuito retificador com filtro RC em situações não ideais.

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2. DESENVOLVIMENTO

MATERIAL UTILIZADO

• Transformador 220 Vrms 12+12Vrms (3A)


• Gerador de Funções (Tensão senoidal)
• Resistores: 100-10W; 1K-1W; 1-1/8W
• Capacitores: 100F-25V; 470F-25V; 1000F-25V
• Multímetros: 1 Amperímetro; 1 Voltímetro; 1 Ohmímetro
• Diodos: 4 x 1N4007
• Osciloscópio: Duplo traço (dois canais)

Montando o circuito da Figura 13, chegou-se nos resultados da Tabela 1. O valor nominal de Rs
era de 1 e o valor medido pelo ohmímetro foi de 1,12 Além disso, por falta de disponibilidade, o
resistor de 1K foi substituído por um de 820, nos três circuitos.

Figura 13: Circuito montado no experimento

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As formas de ondas observadas no osciloscópio para o caso 820 e 100F se encontram nas figuras
a seguir.

Figura 14: Tensão de saída DC.

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Figura 15: Tensão de ripple da saída.

Figura 16: Tensão entre os terminais a e b.

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Figura 17: medição do tempo de condução do diodo

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Para alcançar os valores nominais apresentados na tabela 1, foram feitos os seguintes cálculos:

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Montando o circuito da Figura 18, chegou-se nos resultados da Tabela 2.

Figura 18: Circuito Retificador de Onda-Completa com Filtro RC

V0DC envolve um valor variável, que é:

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As formas de ondas observadas no osciloscópio para o caso 820 e 100F se encontram nas figuras
a seguir.

Figura 19: Tensão DC da saída

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Figura 20: Tensão de ripple da saída

Figura 21: Tensão entre os terminais a e b.

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Figura 22: Tempo de condução do diodo

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Para alcançar os valores nominais apresentados na tabela 2, foram feitos os seguintes cálculos:

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Montando o circuito da Figura 23, chegou-se nos resultados da Tabela 2.

Figura 23: Circuito Retificador de Onda-Completa Ponte com Filtro RC

V0DC envolve um valor variável, que é:

As formas de ondas observadas no osciloscópio para o caso 820 e 100F se encontram nas figuras
a seguir.

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Figura 24: Tensão DC na saída

Figura 25: Tensão ripple na saída

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Figura 26: Tensão entre os terminais a e b.

Figura 27: Tempo de condução do diodo.

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Para alcançar os valores nominais apresentados na tabela 3, foram feitos os seguintes cálculos:

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3. REVISÃO E CONCLUSÃO

3.1 O experimento se mostrou válido? Explique por quê.

O experimento se mostrou válido pois foi possível visualizar na prática como os circuitos
retificadores funcionam e qual é o impacto de capacitores e resistores com diferentes valores nos
circuitos. Juntamente a isso, as alunas envolvidas no experimento puderam explorar os três principais
tipos de circuitos retificadores, sendo eles o retificador de meia onda, o de onda completa com
transformador com derivação central e o de onda completa tipo ponte. Além disso, foi possível exercitar
habilidades de manuseio de osciloscópio, com o uso de funções como measure, para que na tela
aparecesse os valores necessários para o experimento, cursor de amplitude, para que fosse possível medir
e tensão de saída DC, cursor de tempo, para que fosse medido o tempo de condução do diodo, escala,
para alcançar uma melhor acurácia nos valores encontrados e para visualizar melhor os formatos de onda
encontrados, entre outros.

3.2 Comente os resultados, erros encontrados e possíveis fontes de erros.

Ao concluir o experimento e analisar os resultados, a equipe percebeu que, conforme constante


de tempo aumentava (produto com o valor da resistência utilizada e do capacitor), a tensão de ondulação
pico a pico da saída diminuía. Além disso, foi possível perceber uma certa diferença entre todos os valores
nominais e experimentais das tabelas. Isso ocorreu muito provavelmente por falta de maestria no
momento de usar o osciloscópio. A equipe encontrou bastante dificuldade em relação à atenuação do
osciloscópio e das ponteiras, situação esta que teve o auxílio do professor mas que mesmo assim
representou problemas por todo o experimento.
Juntamente a isso, os resultados experimentais também tiveram interferências que envolveram a
temperatura e umidade do ambiente, os valores reais dos dispositivos utilizados, erros dos instrumentos
de medida, mal contato entre os dispositivos e a protoboard, entre outros.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOYLESTAD, Robert e NASHELSKY, Louis. Dispositivos Eletrônicos e Teoria


de Circuitos. Prentice Hall do Brasil.

MALVINO, Albert P. Eletrônica. Volume I. McGraw-Hill.

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