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LEI Nº 3064/2022

DATA: 25 de abril de 2022


SÚMULA: Dispõe sobre a regularização de edificações
implementadas em desacordo com a
legislação específica e dá outras
providências.

ROBERTO DORNER, PREFEITO MUNICIPAL DE


SINOP, ESTADO DE MATO GROSSO, no uso de suas atribuições legais, faz saber
que a Câmara Municipal de Vereadores aprovou, e ela sanciona a seguinte Lei;

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º. Esta Lei dispõe sobre a regularização de


edificações implementadas em desacordo com a legislação que disciplina o
ordenamento de uso e ocupação de solo e do Código de Obras existentes na data da
publicação da presente Lei.

Parágrafo único. Entende-se por edificações irregulares:

I - aquelas realizadas em terrenos privados sem a devida


autorização para sua construção expedida pelos órgãos municipais, porém tendo sido a
obra executada de acordo com a legislação vigente;

II - aquelas realizadas em terrenos privados sem a devida


autorização para sua construção expedida pelos órgãos municipais tendo sido a obra
executada em desacordo com a legislação vigente;

III - edificações que tiveram seu projetos aprovados pelo


Município porém foram construídos em desacordo com os mesmos desobedecendo a
legislação vigente.

Art. 2º. Poderão ser regularizadas uma ou mais edificações


no mesmo lote, desde que concluídas até dia 31 de dezembro de 2020, e desde que
tenham condições mínimas de higiene, segurança, uso, estabilidade, acessibilidade e
habitabilidade.

§1º. Entende-se por edificação concluída, aquela em que a


área, objeto da regularização, esteja completamente edificada e apta para uso.

§2º. A Prefeitura poderá exigir obras de adequação para


garantir a estabilidade, a permeabilidade, a acessibilidade, a segurança, a higiene, a
salubridade e a conformidade do uso.

§3º. Para a execução das obras referidas no parágrafo


anterior será concedido prazo máximo de 90 (noventa) dias a contar da expedição do
Alvará de regularização, sob pena de indeferimento de todo o processo de regularização
em trâmite.

§4º. A comprovação de edificação mencionada no caput,


dar-se-á por certidão de viabilidade emitida pelo órgão responsável.

CAPÍTULO II
DA REGULARIZAÇÃO

Art. 3º. Somente será admitida a regularização de


edificações que abriguem uso permitido na legislação de uso e ocupação de solo,
observados os requisitos que se seguem:
I - a taxa de ocupação máxima para obras residenciais será
de 90% (noventa por cento); de 100% (cem por cento) para obras comerciais e/ou
industriais; e de 95% (noventa e cinco por cento) para obras mistas;

II - nas obras residenciais, comerciais e/ou industriais a


distância mínima de aberturas, eirado, terraço ou varanda para as divisas é de 150 cm
(cento e cinquenta centímetros), não podendo o beiral ser maior que 50 cm (cinquenta
centímetros);

a) compreende-se como aberturas as janelas, portas,


elementos vazados, tijolos de vidro, telas, gradil ou afins.

III – fica dispensado o recuo frontal para edificações


residenciais.

§1º. Para os efeitos desta Lei, também serão passíveis de


regularização, as seguintes edificações:

a) com 02 (duas) ou mais unidades habitacionais


agrupadas horizontalmente e/ou verticalmente, bem como isoladas, no mesmo terreno;

b) com até 03 (três) pavimentos acima do térreo.

§2º. Não se aplicam o disposto neste artigo as edificações


do Loteamento Industrial, Comercial e de Prestadores de Serviços de Sinop – LIC
NORTE e as do Loteamento Industrial, Comercial e de Prestadores de Serviços de
Sinop – LIC SUL.

Art. 4º. A regularização das edificações enquadradas nas


situações abaixo dependerá de prévia anuência ou autorização do Núcleo de
Desenvolvimento Urbano de Sinop – PRODEURBS, assim como de sua viabilidade,
conforme segue:

I - tombadas, preservadas ou contidas em perímetro de


área tombada, e localizadas no raio envoltório do bem tombado;

II - situadas em área de proteção dos mananciais;


III - situadas em área do cone de aproximação dos
aeroportos.

IV - atividade institucional enquadrada como de uso


especial, de acordo com a legislação de uso e ocupação do solo, bem como as
instalações de Central Telefônica, Distribuição de Sinais de TV - DISTV (a cabo), Torre
de Comunicações, Estações de Telecomunicações, Torres de Telecomunicações,
Antenas de Telecomunicações, Equipamentos de Telecomunicações, inclusive
Equipamentos de Radiofrequência (0 KHz a 300 GHz - zero quilohertz a trezentos
gigahertz), Estações de Rádio Celular, Miniestações de Rádio Celular e Microcélulas de
Rádio Celular, que serão objeto de legislação específica;

V - situadas nas áreas de proteção ambiental; 

VI - considerados Polos Geradores de Tráfego;

VII - que abriguem atividades sujeitas ao licenciamento


ambiental;

VIII - locais de reunião com capacidade de lotação


superior a 100 (cem) pessoas e demais edificações, exceto as de uso residencial
multifamiliar;

IX - edificações que possuam tanques de armazenamento


de produtos químicos inflamáveis e explosivos nos estados sólidos, líquidos ou gasosos,
ou as que possuam equipamentos de transporte horizontal ou vertical.

Parágrafo único. A viabilidade e/ou prévia anuência de


que trata o caput deverão ser requeridas anteriormente ao pagamento das taxas e ao
protocolo do processo de regularização no Núcleo de Desenvolvimento Urbano de
Sinop – PRODEURBS.

Art. 5º. Não serão passíveis de regularização para os


efeitos desta Lei, as edificações que:

I – o pavimento térreo esteja edificado em logradouros,


calçadas ou terrenos públicos;
II - estejam situadas em faixas não edificáveis junto a
represas, lagos, lagoas, córregos, fundo de vale, faixa de escoamento de águas pluviais,
galerias, canalizações e linhas de transmissão de energia de alta tensão ou em áreas
atingidas por melhoramentos viários previstos em Lei;

III – foram construídas em loteamentos ou parcelamentos


rurais e/ou urbanos que não estejam aprovados pela Prefeitura Municipal de Sinop.

Parágrafo único. A critério do Núcleo de Desenvolvimento


Urbano de Sinop – PRODEURBS, poderão ser requeridas manifestações técnicas dos
demais órgão das esferas federais, estaduais e municipais.
CAPÍTULO III
DA DOCUMENTAÇÃO EXIGIDA

Art. 6º. A regularização das edificações de que cuida esta


Lei dependerá da apresentação dos seguintes documentos:

I - requerimento, através de formulário específico (Anexo


I), totalmente preenchido e sem rasuras, contendo declaração do proprietário e do
profissional responsável pelo projeto, responsabilizando-se, sob as penas legais, pela
veracidade das informações e pelo atendimento aos requisitos previstos nesta Lei;

II - comprovantes dos seguintes recolhimentos:

a) taxa específica para regularização conforme disposto no


Capítulo IV desta Lei;
b) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN,
relativo à área a ser regularizada que não tenha sido pago anteriormente, conforme
Decreto nº 234/2018, de 15 de outubro de 2018;

c) taxa de Análise e Aprovação de Projetos;

d) taxa de Habite-se.

III - cópia de documento que comprove a propriedade do


imóvel;

IV – Certidão de Viabilidade para regularização;

V - Projeto arquitetônico completo, representando com


fidelidade a edificação existente, identificando as partes à regularizar e, as adaptações
necessárias requeridas no Capítulo I, Art. 2º, §2º, quando for o caso;

VI - anuência dos condôminos em ata de assembleia geral


condominial autorizando a regularização pretendida, devidamente registrada em
cartório, quando for o caso;

VII – Laudo Técnico com ART/RRT, relatando


pormenorizadamente as observações, fundamentações e, declarando a segurança
estrutural, elétrica, hidráulica, sanitária, pluvial, e demais que se fizerem necessários à
edificação objeto da regularização;

VIII – Anotação de Responsabilidade Técnica – ART /


Registro de Responsabilidade Técnica – RRT dos serviços profissionais envolvidos na
regularização;

IX – Memorial fotográfico, contendo no mínimo dez fotos,


de todos os ambientes, fachadas, fundos, acessos, legíveis e coloridas;
X – Protocolo ou certificado de aprovação e/ou alvará do
projeto de prevenção contra incêndio e pânico das edificações industriais, comerciais e
multifamiliares com área comum;

XI – Certidão Negativa de Tributos Municipais relativa ao


imóvel;

XII – Certidão negativa de Tributos Municipais relativa ao


profissional responsável pelo projeto de regularização;

XIII – Declaração de Habite-se.

CAPÍTULO IV
DA TAXA ESPECÍFICA PARA REGULARIZAÇÃO

Art. 8º. Para a regularização das edificações de que trata a


presente Lei será cobrada a Taxa Específica para Regularização conforme segue:

I – para edificações de até 100,00 m² (cem metros


quadrados) o valor será de 1 UR/m² (uma Unidade de Referência por metro quadrado);

II - para edificações de 100,01 m² (cem metros quadrados


e um centésimo) a 200,00 m² (duzentos metros quadrados), o valor será de 2 UR/m²
(duas Unidades de Referência por metro quadrado);

III – para edificações de 200,01 m² (duzentos metros


quadrados e um centésimo) a 400,00 m² (quatrocentos metros quadrados) o valor será
de 3 UR/m² (três Unidades de Referência por metro quadrado);

IV – para edificações de 400,01 m² (quatrocentos metros


quadrados e um centésimo) até 2.500,00 m² (dois mil e quinhentos metros quadrados) o
valor será de 5 UR/m² (cinco Unidades de Referência por metro quadrado);

V - para as demais edificações, a partir de 2.500,01 m²


(dois mil e quinhentos e um metros quadrados), a cobrança será única, no valor total de
12.500 UR’s (doze mil e quinhentas Unidades de Referência), por projeto;

VI – em caso de edifícios, as taxas cobradas serão


aplicadas sobre a metragem apenas do pavimento irregular, obedecidas as taxas dos
incisos anteriores de acordo com a metragem.

Parágrafo Único. A Taxa Específica para Regularização


poderá ser parcelada em até 3 (três) vezes, não podendo cada parcela ser inferior a 50
(cinquenta) Unidades de Referência - UR’s.

CAPÍTULO V
DO PROCESSO DE REGULARIZAÇÃO
Art. 9º. Para as obras uniresidenciais, a vistoria de Habite-
se será realizada concomitantemente à aprovação do alvará de regularização e da
quitação da Taxa Específica para Regularização.

Art. 10. Para as obras multiresidenciais, comerciais,


industriais, ou mistas, a vistoria de Habite-se deverá ser solicitada formalmente através
de ofício, em até 120 (cento e vinte) dias da emissão do alvará da regularização da
edificação;

Parágrafo Único. O termo de Habite-se somente será


expedido após a apresentação do Alvará de Bombeiros, da Declaração de Habite-se
(Anexo II) e a conclusão das obras de adequação a que se refere o Item V do art. 6º
desta Lei, quando for o caso.

Art. 11. Os imóveis objeto de processos indeferidos e/ou


protocolados na vigência da Lei nº 2276/2016, de 24 de fevereiro de 2016 e da Lei n°
2788/2019, de 02 dezembro de 2019, poderão ser novamente protocolados, desde que se
adequem às condições estabelecidas nesta Lei, após recolhimento de nova taxa de
Análise e Aprovação de Projetos e de nova taxa Específica para Regularização;

Art. 12. A regularização da edificação não exime o


responsável do atendimento às normas legais relativas aos níveis de ruídos permitidos, à
poluição ambiental e à obediência aos horários de funcionamento, conforme a legislação
pertinente.

Art. 13. A Prefeitura, através do PRODEURBS, poderá, a


qualquer tempo, mesmo após efetuada a regularização, verificar a veracidade das
informações e as condições de estabilidade, de higiene, de salubridade, de
permeabilidade, de acessibilidade, de segurança de uso das edificações e de respeito ao
direito de vizinhança.

Parágrafo único. Constatada, a qualquer tempo,


divergência nas informações ou discrepâncias nos valores recolhidos, o interessado será
notificado a saná-las ou a prestar esclarecimentos, no prazo de 05 (cinco) dias, sob pena
de se tornar nula a regularização da edificação e aplicadas às sanções cabíveis, dispostas
no Código de Obras. 

Art. 14. A regularização de que cuida esta Lei não implica


no reconhecimento pela Prefeitura da propriedade, das dimensões e da regularidade do
lote, e nem exime os proprietários de glebas parceladas ou os respectivos responsáveis
das obrigações e responsabilidade decorrentes da aplicação da legislação de
parcelamento do solo.

CAPÍTULO VI
DOS PRAZOS

Art. 15. O prazo para protocolo do pedido de


regularização de que trata a presente Lei, será até o dia 31 de julho de 2024.
Parágrafo único. O protocolo deverá estar acompanhado
de todos os documentos de que trata esta Lei e dos recolhimentos correspondentes.

Art. 16. Nos casos de indeferimento da regularização, o


prazo para recurso será de 60 (sessenta) dias, a contar do recebimento da notificação a
qualquer dos requerentes.

Art. 17. Os processos de regularização deverão atender às


adequações de projetos e/ou pendencias documentais solicitadas pela equipe técnica do
município, no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar do recebimento da notificação a
qualquer dos requerentes, sob pena de indeferimento do processo de regularização.

CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 18. As edificações de que trata esta Lei, enquanto


seus processos de regularização estiverem em andamento, não serão passíveis de sanção
em decorrência de infrações regularizáveis nos termos ora fixados ou por falta do Auto
de Licença de Funcionamento.

Art. 19. Nas edificações de que trata esta Lei, não serão
permitidas reformas e/ou ampliações, sendo admitidas somente os serviços de
adequações e/ou reformas essenciais que garantam a estabilidade, a permeabilidade, a
acessibilidade, a segurança, a higiene, a salubridade e a conformidade do uso.

Art. 20°. As despesas com a execução desta Lei correrão


por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 21°. Ficam revogadas as disposições em contrário.

Art. 22º. Esta Lei entra em vigor na data de sua


publicação.

GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE SINOP,


ESTADO DE MATO GROSSO,
Em, ________________.

ROBERTO DORNER
Prefeito Municipal
ANEXO I

PREFEITURA MUNICIPAL DE SINOP


PRODEURBS
NÚCLEO DE PROJETO E DESENVOLVIMENTO URBANO DE SINOP

AV. das Embaúbas, 1459, Centro – Sinop/MT


CEP 78.550-084 – Fone: (66) 3511-1860 – WWW.sinop.mt.gov.br

REQUERIMENTO DE REGULARIZAÇÃO – LEI _________

1 – Identificação do Proprietário
Nome ou Razão Social/Nome do Proprietário: CNPJ/CPF:

Endereço: Número: Quadra: Lote:

Bairro: CEP: Município/UF: Fone:

2 – Dados da Regularização
[ ] Residencial Unifamiliar [ ] Residencial Multifamiliar [ ] Comercial [ ] Industrial [ ] Misto

3 – Taxa Específica para Regularização


Enquadramento (área total):
( ) até 100,00m² ( ) de 100,01 a 200,00m² ( ) de 200,01 a 400,00m² ( ) de 400,01 a 2.500,00 ( ) acima de 2.500,01m²
Área a Regularizar:

4 – Identificação do Responsável Técnico


Nome do profissional:

CPF: Registro CREA/CAU:

Eu,________________, CPF/CNPJ__________,Proprietário, e eu,_____________, CPF___________,


Responsável Técnico, declaramos, sob as penas legais, pela veracidade das informações e pelo
atendimento dos requisitos previstos na Lei n.º_________ de regularização de edificações
implementadas em desacordo com a legislação específica.

Proprietário: Responsável Técnico:

_____________________________ ______________________________
Sinop,___/___/____
Nome: Nome:
CPF/CNPJ: CPF:
Obs: As assinaturas deverão ser eletrônicas ou com reconhecimento de firma em cartório.
Aprovação do Requerimento:
ANEXO II
DECLARAÇÃO DE SOLICITAÇÃO DE HABITE-SE

O (s) signatário (s), Sr(a). ____________, legítimo proprietário do imóvel aqui


especificado, e o Sr (a). Eng./Arq./Tec. ____________, responsável técnico pela elaboração
deste Projeto de Regularização, conforme ART/RRT nº ______, declaram:

1 - O autor do Projeto de regularização reconhece e aplica as Normas Técnicas e a


legislação do Município de Sinop pertinente à matéria, inclusive o disposto no art. 39 do
Código de Defesa do Consumidor;

2 - (PARA UNIFAMILIAR) -O habite-se está sendo solicitado concomitantemente ao


pedido de regularização

2 - (PARA DEMAIS EDIFICAÇÕES)- O habite-se será solicitado em até 120(cento e


vinte) dias da aprovação do projeto de regularização.

3 - Quando comprovado, mediante vistoria, que a construção foi executada, em


desconformidade com o projeto aprovado, o proprietário do imóvel e/ou corresponsável,
bem como o profissional responsável pelo projeto/execução, estarão sujeitos às penalidades
cabíveis da legislação municipal, com notificação ao CREA/CAU para as devidas
providências;

4 - Estamos cientes das penalidades previstas na legislação em vigor para infrações às suas
disposições, especialmente no que tange às falsas informações;

5 - O autor do Projeto de regularização, bem como o proprietário do imóvel aqui


especificado, são responsáveis civis, penal e administrativamente pelo atendimento às
especificações constantes na lei de regularização de edificações implementadas em
desacordo com a legislação específica no município de Sinop;

8 - É obrigatória a manutenção dos passeios públicos desobstruídos e a edificação dever


estar de acordo com as Normas Técnicas Brasileiras vigentes no que tange à acessibilidade;

9 - A aprovação do projeto de regularização não implica no reconhecimento por parte da


Prefeitura do direito de propriedade.

Assim sendo, por ser o aqui declarado a mais pura expressão da verdade, assinamos esta
Declaração para que surta seus efeitos legais.

Proprietário: Responsável Técnico:

_____________________________ ______________________________
Sinop,___/___/____
Nome: Nome:
CPF/CNPJ: CPF:

Obs: As assinaturas deverão ser eletrônicas ou com reconhecimento de firma em cartório.

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