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22/03/2021

ESTADO DE RONDÔNIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE ARIQUEMES

LEI MUNICIPAL Nº 2.467 DE 18 DE MARÇO DE 2021.

DISPÕE SOBRE A REGULARIZAÇÃO DE CONSTRUÇÕES


EXECUTADAS DE FORMA IRREGULAR E/OU CLANDESTINAS,
E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

CARLA GONÇALVES REZENDE, PREFEITA DO MUNICÍPIO DE ARIQUEMES/RO,


no exercício das atribuições legais,

FAZ SABER a todos os habitantes do Município, que a Câmara de Vereadores


aprovou e eu sanciono a seguinte:

Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a legalizar as construções irregulares e


clandestinas, edificadas em desconformidade com os limites urbanísticos estabelecidos na
legislação vigente, desde que apresentem condições de higiene, segurança, estabilidade,
salubridade, acessibilidade e habitabilidade, obedecidas as disposições desta lei.

Art. 2º Para a regularização prevista no artigo anterior, a Administração Pública


Municipal dispensará ou reduzirá as limitações administrativas estabelecidas em Lei, sem prejuízo
de se exigir medidas mitigatórias, quando necessárias.

Parágrafo Único. Para os efeitos decorrentes desta Lei, considera-se:

I - Construção irregular: aquela cuja licença foi expedida pelo Município, porém
executada total ou parcialmente em desacordo com o projeto aprovado;

II - Construção clandestina: aquela executada sem prévia autorização do Município, ou


seja, sem projetos aprovados e sem a correspondente licença;

III - Construção clandestina parcial: aquela correspondente à ampliação de construção


legalmente autorizada, porém sem licença do Município.

Art. 3º Não são passíveis de regularização as edificações que:

I - Estejam construídas sobre logradouros ou terrenos públicos e faixas destinadas a


alargamento de vias públicas;

II - Constituam-se de edificações com tipo de ocupação incompatível com o


zoneamento urbano;

III - Estejam localizadas em faixas não edificáveis ao longo das represas, lagos, rios,
córregos, fundos de vale, faixas de drenagem das águas pluviais, galerias, canalizações nas faixas
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de domínio das linhas de transmissão de alta tensão e nas faixas de domínio de rodovias e ferrovias;

IV - Estejam situadas nas áreas de preservação ambiental, salvo autorização do órgão


competente;

V - Possuam vão de iluminação, ventilação ou insolação a menos de 1,50 m (um metro


e cinquenta centímetros) da divisa de propriedade vizinha, salvo anuência expressa de seus
titulares;

VI - Estejam fora da zona urbana ou de expansão urbana ou que não faça frente para
via pública oficial.

Art. 4º Poderão ser regularizadas exclusivamente as construções irregulares ou


clandestinas concluídas até a data do início da vigência desta lei, tratar-se-ão como situações
consolidadas.

§1º Como zona de incidência desta lei, para fins de regularização, fica estabelecido
todo o perímetro urbano do Município de Ariquemes.

§2º Os interessados na regularização deverão protocolizar o pedido,


impreterivelmente, no prazo de até 360 (trezentos e sessenta) dias após a publicação desta lei.

§3º Vencido o prazo para o pedido, não será permitida qualquer regularização.

Art. 5º Nos casos em que exista risco para a segurança das pessoas, a Prefeitura do
Município de Ariquemes poderá exigir obras de adequação para garantir maior estabilidade,
segurança, higiene, salubridade, permeabilidade, acessibilidade e conformidade do uso, devendo a
sua execução começar no prazo de 30 (trinta) dias, independentemente do prazo fixado para a
regularização final.

Art. 6º A regularização de que trata a presente Lei somente será concedida se a


construção apresentar condições de habitabilidade, sobretudo, em relação à existência e
funcionamento de instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, colocação de portas e janelas, vidros
e execução de barra impermeável.

Parágrafo único. Caberá à Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão


através da Diretoria de Planejamento Urbano e do Núcleo Executivo de Engenharia, Projetos e
Fiscalização a responsabilidade pela aprovação dos projetos de regularização.

Art. 7º Os passeios públicos realizados em desacordo com a legislação referente à


acessibilidade, deverão, ser corrigidos para fins de regularização das construções.

Art. 8º São passíveis de legalização apenas as edificações que possuírem


irregularidades atreladas com os seguintes parâmetros urbanísticos:

I - Recuos;

II - Afastamentos;

III - Taxa de ocupação;

IV - Projeção de sacadas e pavimentos sobre recuo;

V - Número de pavimentos;
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VI - Inconformidades nos vãos de iluminação e ventilação;

Art. 9º A regularização das construções de que trata esta Lei dependerá da


apresentação, pelo proprietário ou responsável pelo imóvel, dos seguintes documentos:

I - Requerimento do interessado solicitando a regularização, contendo:

a) qualificação do requerente e localização da construção irregular ou clandestina;

b) cópia da notificação ou autuação emitida pela fiscalização municipal, quando


houver;

c) declaração do interessado, responsabilizando-se sob as penas da lei, pela


veracidade das informações prestadas;

d) cópia de documento que indique a titularidade do imóvel, tais como, matrícula


atualizada do Cartório de Registro de Imóveis e/ou Compromisso ou Promessa de Compra e Venda
ou de cessão ou transferência de direitos, com a devida anuência do proprietário;

e) Documento de Responsabilidade Técnica (ART/RRT/TRT) referente à regularização


da obra, com relatório fotográfico demonstrando todos ambientes e instalações, laudo técnico,
informando as condições da edificação, das estruturas e das instalações.

II -Projeto arquitetônico de regularização da edificação, constando:

a) planta da situação a ser regularizada;

b) planta da localização contendo, no mínimo, as cotas da situação real da edificação


sobre o lote e respectiva planilha de áreas;

c) planta baixa de todos os pavimentos da edificação;

d) mínimo dois (02) cortes, para edificações que não sejam unifamiliares, passando
por locais que melhor identifiquem toda a edificação;

e) no selo de identificação de cada prancha: REGULARIZAÇÃO DE OBRA, NOS


TERMOS DA LEI;

f) para edificações que não sejam uni familiares, o requerente deverá apresentar o
estipulado Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros, quando for o caso;

III -Comprovante do recolhimento da taxa de regularização;

IV -Anuência da sociedade condominial, quando for o caso;

V -Anuência dos confrontantes, quando exigido nesta lei;

VI -Comprovante do recolhimento de todas as multas eventualmente aplicadas ao


imóvel e/ou construção a ser regularizado.

Art. 10. A Administração Pública poderá solicitar as alterações no projeto de


regularização, como também exigir as medidas mitigatórias que se fizerem necessárias, devendo o

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interessado promover as alterações no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de indeferimento do


pedido, cancelamento de alvará e penas previstas na legislação vigente.

Art. 11. A expedição do habite-se ficará condicionada à apresentação da aprovação do


Corpo de Bombeiros e/ou Licenciamento Ambiental, expedido pelos órgãos competentes, quando
exigidos.

§1º A expedição do habite-se ou de documento equivalente dependerá da aprovação


do projeto de regularização e da quitação do pagamento da taxa de que trata esta lei.

§2º Sempre que a regularização tratar de afastamento lateral e de fundos, quando


estes possuírem aberturas a distâncias inferiores a 1,50 m, (um metro e cinquenta centímetros) o
proprietário deverá apresentar declaração dos confrontantes titulares do imóvel manifestando
expressa concordância com o projeto de regularização, isentando o Município de qualquer
responsabilidade.

§3º Quando a regularização tratar de recuo e projeção de sacada ou pavimento sobre


recuo, o proprietário do imóvel deverá firmar termo de compromisso com o Poder Público Municipal,
pelo qual se compromete a demolir a parte edificada sobre o recuo, quando solicitado pelo
Município, abstendo-se da indenização da parte da obra construída irregularmente, mesmo que paga
a contrapartida financeira correspondente para a regularização prevista nesta Lei.

Art. 12. Fica autorizada a Procuradoria Geral do Município a realizar acordos cujo
tema da ação venha a ser a demolição, paralisação ou interdição de construções irregulares ou
clandestinas, que tenham sido regularizadas com base nesta lei.

Art. 13. O Poder Público poderá negar a legalização de qualquer obra ou construção
indevidamente executada, sempre que esta, em função das transgressões, afete o conjunto
urbanístico local, não apresente condições mínimas de habitabilidade, uso, segurança, higiene,
estética, acessibilidade, bem como afete as condições de trânsito, transporte, estacionamento e
outros serviços públicos.

Art. 14. As despesas decorrentes desta Lei correrão por conta de dotação própria,
consignada no orçamento do Município de Ariquemes.

Art. 15. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

CARLA GONÇALVES REZENDE

Prefeita do Município de Ariquemes/RO

Anexo Oficio 11/21 Projeto de Lei 3064/21 de 17/03/2021 (ID 267488)


Despacho 58 de 17/03/2021 (ID 267478)
Autoria do Executivo Municipal, Projeto de Lei nº 3064/2021.

Av. Tancredo Neves, 2166 - Setor Institucional - Ariquemes/RO CEP: 76.872-854


Contato: (69) 3516-2000 - Site: www.ariquemes.ro.gov.br - CNPJ: 04.104.816/0001-16
Documento assinado eletronicamente (CD) por CARLA GONCALVES REZENDE, PREFEITA
MUNICIPAL, em 19/03/2021 às 09:54, horário de Ariquemes/RO, com fulcro no art. 18 do Decreto nº
Lei 2467 de 18/03/2021, assinado na forma do Decreto nº 16.426/2020 (ID: 269017 e CRC: 4C8D1D05). 4/5
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16.426 de 16/04/2020.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site transparencia.ariquemes.ro.gov.br, informando o ID


269017 e o código verificador 4C8D1D05.

Documento publicado no diário oficial municipal do dia 22/03/2021, edição 2928, página 14 e código verificador FEC9D8EF.
Docto ID: 269017 v1

Lei 2467 de 18/03/2021, assinado na forma do Decreto nº 16.426/2020 (ID: 269017 e CRC: 4C8D1D05). 5/5

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