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MÓDULO 1

CONSCIÊNCIA
AMBIENTAL
ASPECTO ÉTICO
APRESENTAÇÃO
Nesse material refletiremos sobre princípios que consolidam e
ampliam a Consciência Ambiental entre os homens.
Ter consciência ambiental significa compreender o meio
ambiente em sua totalidade e as consequências que certos atos
no cotidiano podem causar a ele. É refletir sobre si mesmo, seus
atos e as consequências que eles trazem nesta e em outras
gerações. É entender que a sobrevivência dos ecossistemas
depende do coletivo.
Com este estudo você vai perceber que ter Consciência
Ambiental requer escolha, decisão, ação. A Consciência
Ambiental não deve ficar somente no campo das ideias, ela deve
se transformar em ações práticas e viáveis em todos os
segmentos sociais para que seja possível mudar o planeta.

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A dimensão ética da
Consciência Ambiental
sustenta-se a partir de quatro
princípios comportamentais e
quatro atitudes
imprescindíveis aos homens.
1. Princípio da afetividade
Os homens afetam e são afetados, influenciam e são
influenciados em relações sociais impregnadas de
afetividade, de sentimento, de afeto, de emoção e de
amorosidade.
Como resultado deste processo interativo, aberto e universal
nascem os valores humanos, as concepções sobre o bom, o
mal, o útil, o inútil, o que fascina e o que repulsa.
Deste pathos (sensibilidade humana) nasce o ethos
(costumes e hábitos fundamentais no convício social).

A insensibilidade humana é crise ética.

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2. Princípio do cuidado
A singular característica do pathos (sensibilidade) é o
cuidado para com a vida. Toda vida deve ser cuidada,
senão morre.
Cuidar é a capacidade de respeitar a si mesmo e ao outro
como outro, não interferindo em sua vida e destino, sem
deixá-lo só em sua dor.
Nesta perspectiva, cuidar, é uma ESCOLHA.

Cuidamos, somos cuidados e nesta relação somos


humanizados.

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3. Princípio da cooperação
O propósito da evolução não é conceder a vitória ao
mais forte, mas permitir que cada ser, mesmo o mais
fraco, possa desenvolver virtudes que fortaleçam laços
de solidariedade.
Somos humanos porque somos seres comunitários.
A rivalidade que se instaura culturalmente como
ausência de cooperação entre os homens, amplia a
violência, desigualdades, misérias e injustiças sociais.

Cuidamos, somos cuidados e nesta relação somos


humanizados.

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4. Princípio da responsabilidade
Ser responsável é escolher o que vai fazer com
consciência das respectivas consequências.
A responsabilidade do homem em relação à natureza e
às pessoas são ilimitadas, pois nunca cessa. Outrossim,
os homens não têm o direito de sacrificar o futuro no
presente.

A responsabilidade socioambiental, tanto individual


como coletiva, não pode esperar uma relação
recíproca, pois é direcionada às gerações futuras.

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ATITUDES QUE FAVORECEM A EFETIVIDADE DOS
PRINCÍPIOS SOCIOAMBIENTALMENTE ÉTICOS

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1. Hospitalidade
A hospitalidade é um relacionamento interpessoal
baseado em obrigações mútuas, com atitudes de
acolhimento em relação ao outro.

Ela deve ser incondicional e exercida sem


constrangimentos ou preconceitos.

O direito de ser acolhido traz o dever de acolher o


outro como ele é, com suas distinções.

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2. Convivência
Nós não existimos – coexistimos; não vivemos -
convivemos. A boa convivência é necessária à
existência humana.

O homem deve compreender o outro e a natureza,


ou seja, todos os seres vivos. Isso não significa
renunciar ou excluir o desenvolvimento
econômico necessário para atender as demandas
de bem-estar social.

A boa convivência socioambiental propõe interagir


em sinergia com a natureza e não à custa de sua
devastação.

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3. Respeito
É a atitude de tolerância a cada ser vivo no interior
de seus ecossistemas, que mantém a preservação
das espécies.

A tolerância implica acolher as limitações e até


defeitos dos outros, mantendo o esforço de criar
soluções não destrutivas de resolver os eventuais
conflitos.
Sem tolerância, instaura-se o caos.

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4. Comensalidade
A comensalidade significa compartilhamento, ou
seja, comer e beber comunitariamente. É a
capacidade de estabelecer relações de
sociabilidade importantes, pois implica reunir as
pessoas em torno da mesa.
Nesse sentido, enquanto se alimentam,
permitindo conexões culturais e afetivas amplas.
Dependemos de outros seres para nossa própria
existência, e ao mesmo tempo, somos
responsáveis pela preservação da vida deles.

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Somos humanizados na medida
em que compartilhamos os bens
da natureza de forma solidária e
ecologicamente responsável.
REFERÊNCIAS
ARRUDA, Nilton M. A sustentabilidade como um novo posicionamento na estratégia de comunicação de
Empresas Brasileiras. 139 p. Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal Fluminense. 2008.

BOFF, L., Ecologia: grito da Terra, grito dos pobres. Rio de Janeiro: Sextante 2004.

________. Ética da Vida. Rio de Janeiro: Sextante 2005.

________. Ethos mundial. Um consenso mínimo entre os humanos. Rio de Janeiro: Sextante 2003.

________. Do iceberg à Arca de Noé. O nascimento de uma ética planetária. Rio de Janeiro: Garamond 2002.

________. Saber cuidar. Ética do humano - compaixão pela Terra. Petrópolis-RJ: Vozes 1999.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Carta da Terra. 2000. Disponível em:
https://antigo.mma.gov.br/educacao-ambiental/pol%C3%ADtica-nacional-de-educa%C
3%A7%C3%A3o-ambiental/documentos-referenciais/item/8071-carta-da-terra.html
Acesso em 20 jan. 2022.

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