Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Florianópolis-SC. BRASIL
fabiobrotto@projetocooperacao.com.br
Começando Juntos…
Considerando este nosso diálogo como um primeiro passeio pelos campos da Pedagogia da
Cooperação, seguiremos compartilhando alguns dos pontos balizadores de cada um
desses Momentos do Caminho…
1. Princípio da CO-EXISTÊNCIA.
Atualmente, não é difícil perceber o quanto somos-estamos ligados uns aos outros. E não
apenas ligados aos outros que são-estão próximos da gente, mas nos perceber conectados
intimamente, com pessoas, situações, lugares e acontecimentos, aparentemente muito
distantes e sem relação direta com nossa vida.
Compreendemos que estamos Todos Juntos num mesmo Grande Jogo e que seja lá o que
alguém pensa, sente, faz ou não faz, afeta todos os outros e é afetado por todo mundo, sem
exceção. Esta conscientização da Interdependência como uma característica factual de nossa
existência, pode nos ajudar a perceber o quanto de Cooperação é necessário resgatar para
dar conta das questões que estamos vivendo neste momento, quer sejam na sala de aula,
no local que trabalhamos, no bairro onde moramos, no país em que vivemos no planeta que
habitamos ou no universo onde existimos.
Porém, nem sempre temos tido consciência dessa Interdependência tão à flor da pele. Por
isso, penso ser importante dedicar boa parte do que fazemos na escola, no trabalho, na
comunidade e na família, para recuperar a Consciência dessa nossa inteireza e re-ligação.
Em parte, essa não conscientização é conseqüência de uma visão fragmentada da realidade
e da gente mesmo. Saber-se Interdependente é antes de tudo, renovar a visão que temos
sobre as diferentes relações que estabelecemos com os outros. É exercitar nosso olhar,
olhando por outras óticas e renovando a Ética de Comum-Unidade no cotidiano.
Creio que exercitando o olhar para além da superfície e das aparências, poderemos
aperfeiçoar nossas Co-Opetências (competências compartilhadas) para ver o que há de
comum na diferença, o que há de proximidade no distanciamento e, especialmente, o que há
de solidário no solitário. Entretanto, nem sempre estamos abertos e sensíveis para perceber
as relações de interdependência entre nós. “Não somente porque essas relações de
interdependência não são objetos físicos visíveis aos olhos, mas fundamentalmente porque
nem os nossos olhos e nem as nossas mentes foram preparados e educados para vê-las”
(Assmann e Sung, 2000). Para isso, é necessário limpar a lente que temos usado para
enxergar uns aos outros e assim, nos liberar da “Ilusão de Separatividade” (Weil, 1987) e
recuperar a Visão de Comum-Unidade para nos percebermos como partes uns dos outros.
Tomar cuidado, zelar pelo campo de nossa co-existência, deve ser uma atenção permanente,
porque havemos ainda de considerar mais um bloqueio à Consciência de Interdependência:
A distribuição desigual dos efeitos benéficos e maléficos no interior do sistema impede que
exista uma mobilização interdependente de indivíduos e grupos. Em outras palavras, nem
todos são afetados no mesmo instante e com a mesma intensidade (Mariotti, 2000).
2. Princípio da COOPERAÇÃO.
Diferentemente disso, tem-se descoberto indícios de uma Cooperação quase que genética,
como um ingrediente imprescindível para surgimento e evolução da Vida. Erich Fromm
(1973) analisou trinta culturas primitivas e as classificou com base na agressividade-
competitiva e no pacifismo-cooperativo. Ora, se existem sociedades humanas pacíficas e
cooperativas, e outras agressivas e competitivas, podemos inferir que se há uma natureza
humana possível de ser afirmada, esta seria uma natureza de possibilidades.
A antropóloga Margaret Mead (1961), depois de ter analisado diferentes sociedades, concluiu
que os vários graus de competição e cooperação existentes, são determinados pelas
respectivas estruturas sociais. Considerando essa estrutura social como resultado das ações
e relações dos membros de um grupo social, compreendo a Cooperação e a Competição
como desdobramentos das nossas escolhas, decisões e atitudes praticadas na interação com
outros indivíduos num pequeno grupo, comunidade, sociedade, país ou no ambiente das
relações internacionais.
Fortalecendo essas idéias, de acordo com Humberto Maturana (1990), os seres humanos não
são apenas animais políticos, mas, sobretudo “animais cooperativos”. Para ele, a cooperação
é central na maneira humana de viver, como uma característica de vida cotidiana
fundamentada na confiança e no respeito mútuo.
Isto talvez, nos ajude a entender um pouco melhor as dificuldades apresentadas por
indivíduos e grupos que se dispõe a cooperar. Porque confiança é algo a ser construído e
permanentemente nutrido. Confiar é estabelecer um pacto de cumplicidade e de certa
maneira, entregar o destino da própria vida, nas mãos uns dos outros.
Estivemos durante muito tempo, nos educando, treinando, nos preparando para não nos
mostrarmos aberta e autenticamente ao outro. Aprendemos a dissimular, não nos expormos
como somos mesmo, sob o risco de ao fazê-lo, revelar nossas “fraquezas” e então sermos
atacados e derrotados pelos “temíveis adversários”… Os outros seres humanos.
Para promover a mudança necessária, podemos passar a criar espaços para uma nova
maneira de olhar uns aos outros, e a si mesmo, para então, podermos alterar nossa maneira
de com-viver. Através de uma Educação baseada no desenvolvimento de Competências
Cooperativas, poderemos despertar e olhar mais claramente sobre essa pseudo-ameaça – a
presença do outro – que imaginamos estar nos cercando. Podemos fazer crescer nossa
habilidade de fazer Com-Tato e de Co-Operar consigo mesmo; com o outro; com o Inteiro-
Ambiente; e com a Comum-Unidade.
Cooperação, confiança e respeito mútuo parecem ser um dos alicerces principais para a co-
evolução humana. Para isso, precisamos reaprendê-los, desenvolvendo o interesse pelo bem
comum e o compromisso com o florescimento de uma Comum-Unidade Humana Real (nem
ideal, nem normal) exercitada e cultivada no cotidiano.
3. Princípio da COMUM-UNIDADE.
Grande parte dos estudos, pesquisas e trabalhos realizados no mundo atualmente, está
focalizando a redescoberta do espírito de Comunidade em todos os lugares: na escola, no
trabalho, na rua, em casa… Consigo mesmo, pois estamos usando o instinto de comunidade
para nos isolar e proteger uns dos outros, em vez de criarmos uma cultura global de
comunidades diversas e entrelaçadas (Wheatley e Kellner-Rogers in Hesselbein, 1998).
Todos sentimos como é forte o impulso para nos agregarmos a outros, para nos aproximar
para constituir grupos, times, famílias e turmas. Ao mesmo tempo, sabemos quão desafiador
é criar boas condições para a sustentabilidade dessas pequenas e complexas Comum-
Unidades que criamos ao nosso redor. Para Wheatley e Kellner-Rogers (1998), esse
paradoxo ocorre porque toda vida se configura como seres individuais que imediatamente se
lançam a criar sistemas de relacionamentos. Esses indivíduos e sistemas surgem de duas
forças aparentemente conflitantes:
Em outras palavras, o problema poderia ser colocado assim: Como Ser e FAZER JUNTOS
alguma coisa que sozinho ninguém seria capaz de fazer tão bem… Nem seria capaz de
desfrutar tão plenamente, como se fizesse em Cooperação COM outro, num ambiente de
Comum-Unidade?
Estudos clássicos sobre a psicologia dos grupos, tais como os de Morton Deutsch na década
de 60, têm abordado as diferentes experiências vividas em situações de Competição e
Cooperação, demonstrando experimentalmente, os efeitos de uma e de outra nos processos
grupais e na dinâmica pessoal (Deustch apud Rodrigues, 1972).
Todos nós, de muitas maneiras, sabemos bem como é complexa essa dinâmica Cooperação-
e-Competição na vida em Comum-Unidade. Praticamente o tempo todo estamos diante de
situações nas quais somos convidados a descobrir um “terceiro” jeito de resolver o problema,
alcançar a meta, harmonizar o conflito… Enfim, de sacar uma jogada onde todos ganhem e
ninguém precise perder.
No meio daquele caos todo, bate a vontade de tocar a coisa sozinho – “deixa comigo, então,
que eu resolvo do meu jeito!” ou “Ah é?! Então faz você. Quero ver se faz melhor!” ou
ainda “Já que não tem acordo, vamos ver quem é que consegue mesmo fazer o que tá
falando que faz!” ou pra terminar “Eu sabia. Num ia dar certo mesmo. É melhor cada um
ficar na sua!”.
Por isso mesmo, cuidemos do que está no CENTRO de toda e qualquer Comum-Unidade.
Mantenhamos o fogo aceso no meio da roda! Restauremos a todo instante, não aquilo que
for importante, mas o que é Essencial!
Aqui-e-agora, vamos procurar nos envolver com alguns dos Procedimentos facilitadores do
desenvolvimento da Cooperação em diferentes grupos e ambientes, tais como:
· O Círculo e o Centro:
Crie o Centro com algo bem familiar ao Grupo que está reunido. Uma boa dica é utilizar um
vaso com flores naturais, sobre um tapetinho simples. As flores simbolizam sementes
singulares que desabrocham na diversidade… Encantando o ambiente com a simplicidade e
beleza.
· A Ensinagem Cooperativa:
Ensinagem?
Ensinagem Cooperativa? Claro, existem muitas boas maneiras para aprender alguma coisa.
Nossa preferência é por aprender FAZENDO… Juntos!
De certo modo, toda evolução ocorre de dentro para fora, do pequeno para o maior, do mais
próximo para o mais distante, do indivíduo para a sociedade… Do mais simples para o mais
complexo. Assim, aprendemos a correr, aprendendo a andar; aprendemos a escrever,
aprendendo a falar… Aprendemos a Cooperar, praticando a Cooperação em diferentes níveis:
pessoal, grupal, institucional e Comum-Unitário.
Para alcançarmos níveis mais complexos de Cooperação é preciso cultivá-la nos níveis mais
simples, por exemplo: Ao buscar a Cooperação entre as Instituições Sesi-Senai (nível
Comum-Unitário), é preciso promover a Cooperação dentro do Sesi e do Senai (nível
Institucional), que por sua vez, leva à Cooperação dentro de cada diretoria, gerência,
departamento, equipe… (nível Grupal), e daí, chegando à Cooperação de pessoa-pra-pessoa
(nível Pessoal).
Com quem?
· Focalizando a Cooperação:
Focalizar um processo de Cooperação é ser como a luz acendida no quarto escuro. É apenas
ajudar a iluminar a situação para que cada um descubra seu próprio caminho, dê seus
próprios passos e siga na direção de sua própria transformação… E que além disso, se
mantenha aberto em colaborar com aqueles outros que estão, assim como ele mesmo, no
infinito caminho de seu eterno reencontro.
Sabe, ela dá aquela sensação da gente fazer parte de um time. Um time se mantém firme
diante dos maiores desafios (até quando o desafio maior é o próprio time) e celebra juntos
cada pequena conquista. Tem, também, aquela fidelidade a toda prova… A dos pactos de
sangue (que às vezes é o da cuspidela na palma da mão… dói menos e é tão firme como os
outros, né?), de mano-pra-mano… Coisas de uma cumplicidade deliciosa!
Nem sempre conseguimos realizar um processo de Cooperação mais robusto, que apareça
muito… Mas, começar e terminar com todos juntos, é tão simples de fazer que cabe em
qualquer lugar, situação e grupo. E por ser assim tão simples é que é maravilhosamente
potente.
Pode ser através de uma história contada, de uma dança dançada, de um jogo jogado… E
até por um silêncio compartilhado. O que vale é sermos e estarmos todos juntos… Pelo
menos no começo e no final da caminhada. Muita coisa pode acontecer durante uma jornada
coletiva, não importa nos sabemos ser um Time Como-Um.
Espero que com estas dicas, pistas e toques, tenhamos todos e todas uma boa clareza sobre
alguns dos Procedimentos vinculados à Pedagogia da Cooperação. Com eles na mente e no
coração, poderemos seguir caminhando em frente, descortinando outras paisagens,
atravessando campos novos e circulando por alguns dos Processosfacilitadores da
Cooperação.
Muitos desses Processos estão sendo sistematizados como uma nova linguagem pedagógica,
combinando a sabedoria de toda nossa ancestralidade, com os recursos de nossa
modernidade… Imaginando desvendar um caminho que nos guie em direção à contínua e
infinita eterna-idade.
· Jogos Cooperativos:
· Danças Circulares:
· Aprendizagem Cooperativa:
Através da Cooperação no dia a dia da sala de aula, podemos transformar a nossa prática
pedagógica e criar um ambiente de mútua ajuda, respeito pelas diferenças e
responsabilidade compartilhada.
Estudiosos insatisfeitos com a pedagogia tradicional pesquisaram uma prática alternativa que
vem se desenvolvendo, especialmente, nos Estados Unidos: a Aprendizagem Cooperativa
(Cooperative Learning). Um dos primeiros pesquisadores foi o Dr. Spencer Kagan, que
desenvolveu uma abordagem estrutural, na qual há a criação, análise e aplicação sistemática
de estruturas que podem ser usadas para quase todas as matérias, nas diferentes séries e
em vários momentos de uma aula. Uma abordagem que permite a aprendizagem de
conteúdos curriculares, aliada a aprendizagem de valores e atitudes cooperativas.
E daquelas que mesmo sendo, aparentemente, não tão cooperativas, tinham um sabor
especial quando conseguíamos compartilhar com os outros?
- Brincar na rua de terra num dia de chuva de verão… Aprontando aquela com-fusão.
- Brincar de amarelinha de um jeito que chegar primeiro é o primeiro passo pra ajudar os
outros a chegarem, também?
- E um Corre Cotia onde quem é pego, ao invés de ficar no meio e “pagar uma prenda”,
passa a liderar a brincadeira?
Se pudéssemos enxergar por trás de cada um de todos os Processos acima apresentados,
contemplaríamos uma Arquitetura Cooperativa, que se caracteriza, essencialmente por
quatro aspectos Como-Uns:
Bem, estes são alguns dos Processos que podemos utilizar para facilitar a experiência da
Cooperação em diferentes ambientes, grupos e situações. Além destes, existem outros, tais
como a Arte de Liderar em Círculo, a Comunicação Colaborativa e as Atividades dos Povos
Tradicionais (como a da “Corrida das Toras”, dos índios Kanela, no Brasil).
Agora, sigamos em frente… Porque se atrás vem gente, o que nos espera lá na frente?!
Quais são nossos acordos fundamentais? O que gostaríamos e o que não gostaríamos que
acontecesse entre nós?
· Compartilhar In-Quieta-Ações:
Quais as dúvidas, as incertezas? O que eu não sei? Qual a minha ignorância: “só sei que
nada sei” (Sócrates)? E o que não sabemos juntos?
· Praticar a Cooperação:
· Exercitar a Com-Vivência:
Diálogo, respeito mútuo, empatia, auto-estima e alter-estima. Cuidar bem uns dos outros.
· Viver a Comum-Unidade:
O que fomos capazes de fazer juntos que imaginávamos ser impossível de fazer sozinhos?
· Re-Crear a Real-Idade:
· Celebrar os É-Feitos:
Estes são alguns Movimentos bem simples – e altamente complexos – capazes de estimular
e cultivar a Cooperação dentro e entre os diferentes Grupos constituímos nas mais variadas
Comum-Unidades que criamos na sociedade em que vivemos. Contudo, não há garantias
que isso aconteça… pelo menos do jeito que a gente pensa poder acontecer, pois…
E não é para isto que estamos aqui, percorrendo juntos este caminho para construir um
mundo onde todos podem VenSer?!
Terminando Juntos…
Tempo… Para recolher a experiência, deixando que ela circule por todo o corpo e se aloje na
consciência… Tempo necessário… A cada um e cada uma, para uma conversa silenciosa, ao
pé do ouvido, ao redor da fogueira… Tempo extra… Para celebrar nossa convivência ao longo
das palavrAções compartilhadas aqui… com-firmando nossa Presença Como-Um neste vasto
caminho infinito de descoberta pessoal e transformação coletiva.
E Tempo especial… Para reunir a tribo, embalar o sono, manter o sonho vivo e nos
reencantar para a próxima jornada!
Ainda há o Tempo essencial… Façamos dele um colo amoroso para acolher esta
nossaComum-Unidade Cooperativa… e-terna-mente, por que…
ASSMANN, Hugo e SUNG, Jung Mo. Competência e sensibilidade solidária: Educar para a
esperança. 2a.
BROTTO, Fábio Otuzi (org.) – Jogos Cooperativos nas Organizações. São Paulo: SESC e
Projeto
Cooperação, 2001.
BROWN, Guillermo. - Jogos cooperativos: teoria e prática. São Leopoldo: Sinodal, 1994.
CARSE, James P. Jogos Finito e Infinitos: a vida como jogo e possibilidades. Rio de
Janeiro : Nova Era,
2003.
COMBS, Alan (Ed.). – Cooperation: beyond the age of Competition. Philadelphia: Gordon
and Breach
Futura, 1998.
KOHN, Alfie. – The brighter side of human nature: altruism and empathy in everyday
life. USA: Basic
Books, 1990.
Futuro: idéias para uma nova comunidade. São Paulo : Futura, 1998. (p. 21)
Athena, 2000.
MORTON Deutsch, apud RODRIGUES, Aroldo. Psicologia social. Petrópolis : Vozes, 1972.
(p.149).
RAMOS, Renata Carvalho Lima (Org.). Danças Circulares Sagradas: Uma proposta de
educação e cura.
1987.
al. – A Comunidade do Futuro: idéias para uma nova comunidade. São Paulo : Futura,
1998.
WINSTON, Robert – Instinto Humano: como nossos impulsos primitivos moldaram o que
somos hoje. São
SITES
[1] Declaração de Mount Abu. “Projeto Cooperação Global para um Mundo Melhor” –
Universidade Brahma Kumaris-1988/1990.
[2] NEYDE MARQUES; doutora em arte educação, é uma daquelas pessoas que você deseja
estar sempre por perto e que mesmo distante sente-se constantemente abraçado por
ela. www.suryalaya.com.br
[3] Sem conhecimento da autoria. Colaboração enviada pela Profa. Denise Jayme de
Arimathea Villela, Coordenadora de Educação Física da Escola das Nações, em Brasília-DF.
[5] Da canção: “Os Tribalistas”, com Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes.
Este texto foi publicado em 14 de abril de 2009 às 23:08 na(s) categoria(s) Textos e Artigos. Você pode deixe