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Universidade Federal de Campina Grande

Centro de Engenharia Elétrica e Informática


Departamento de Engenharia Elétrica

Disciplina: Equipamentos Elétricos


Professor Edson Guedes da Costa

GUIA DO EXPERIMENTO:
TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS (TP, TC E TPC)

Autores:
Elíbia Teresa Moreira Colaço
Luiz Gianini Bezerra de Melo
Paulo de Tarso Cavalcanti de M. Filho
Rafaelle Pinto do Rêgo
Rodrigo Almeida Silva Barros

Supervisão:
Edson Guedes da Costa

Campina Grande – PB
Novembro de 2009
Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

Sumário

Objetivos................................................................................................2
Fundamentação Teórica..........................................................................2
Transformadores para Instrumentos.................................................2
Transformador de Potencial...............................................................2
Transformador de Corrente...............................................................8
Procedimentos Experimentais...............................................................15
Experimento 1. Inspeção de um TPC................................................15
Experimento 2. Relação de Transformação de um TP......................17
Experimento 3. Relação de Transformação de um TC......................19
Referências Bibliográficas......................................................................22

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

OBJETIVOS

O objetivo deste experimento é familiarizar os alunos com os transformadores


para instrumentos, os quais constituem elementos essenciais nos circuitos de
proteção, medição e controle dos sistemas elétricos de potência.
Após três tarefas simples, o aluno será capaz de identificar as partes
constituintes de um transformador de potencial capacitivo, de conectar estes
equipamentos em circuitos elétricos e de realizar medições de corrente e/ou tensão.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Transformadores para Instrumentos

Os transformadores para instrumentos (TIs) são equipamentos elétricos


projetados e construídos especificamente para alimentarem instrumentos elétricos de
medição, controle ou proteção (MEDEIROS FILHO, 1983).
Os TIs devem fornecer corrente e/ou tensão aos instrumentos conectados aos
seus enrolamentos secundários, de modo a atender às seguintes prescrições
(MAMEDE FILHO, 2005):

 O circuito secundário deve ser galvanicamente separado do primário,


proporcionando segurança aos operadores dos instrumentos ligados ao
mesmo;
 A medida da grandeza elétrica deve ser adequada aos instrumentos que
serão utilizados.

Transformador de Potencial

O transformador de potencial (TP) é um TI cujo enrolamento primário, de


muitas espiras, é ligado em derivação com um circuito elétrico, enquanto o
enrolamento secundário se destina a alimentar as bobinas de potencial de aparelhos
que apresentam elevada impedância, tais como: voltímetros, relés de tensão,
medidores de energia, entre outros.
Os TPs são empregados indistintamente nos sistemas de proteção e medição
de energia elétrica. A tensão nominal secundária de um TP é padronizada em 115 V ou
115/√3 V, de modo que os instrumentos de medição e proteção sejam dimensionados
com baixa isolação.

CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS

A fabricação dos TPs são de acordo com o grupo de ligação requerido, com o
tipo de instalação e com as tensões primária e secundária nominais exigidas.
O enrolamento primário é constituído de uma bobina de várias camadas de fio,
enrolada em um núcleo de ferro magnético, sobre o qual também se envolve o
enrolamento secundário. Os enrolamentos são duplamente esmaltados e o isolamento

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

entre os enrolamentos primário e secundário e o núcleo é feito por meio de fitas de


papel especial.
O transformador pode ser construído com isolamento em epóxi ou em óleo,
sendo os em epóxi mais compactos e de peso relativamente menor. O tanque que
acomoda o núcleo e os enrolamentos é construído com chapa de ferro pintada ou
galvanizada a fogo.
As buchas terminais são de porcelana vitrificada. Na Figura 1 são apresentadas
fotos de TPs de 15 kV com isolação a óleo mineral e a seco.

Fonte: MAMEDE FILHO, João. Manual de Equipamentos Elétricos (2005) p. 195.


Figura 1. TPs de 15kV (grupo 1): (a) isolação a óleo mineral; (b) isolação a seco.

Existem dois tipos básicos de transformadores de potencial: TPs indutivos e


capacitivos.

TP DO TIPO INDUTIVO

Os transformadores de potencial indutivos (TPIs) são constituídos de um


enrolamento primário envolvendo um núcleo de ferro-silício, que é comum ao
enrolamento secundário.
Basicamente, todos os TPs para utilização até 138 kV são do tipo indutivo, por
apresentarem custo inferior que os do tipo capacitivo, exceto nos casos em que haja
necessidade da utilização de “carrier” (PLC – Power Line Carrier) nos esquemas de
controle, proteção e comunicação (para tensões de 69 kV a 138 kV) (D’AJUZ et al,
1985).
A construção dos transformadores de potencial indutivos é segundo um dos
três grupos de ligação previstos na NBR 6855:

 Grupo 1: TPIs projetados para ligação entre fases;


 Grupo 2: TPIs projetados para ligação entre fase e neutro de sistemas
diretamente aterrados;
 Grupo 3: TPIs projetados para ligação entre fase e neutro de sistemas onde
não se garanta a eficácia do aterramento.

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

Devido a sua classe de tensão e dimensões, alguns TPIs são constituídos de


duas partes acopladas formando uma única unidade (Figura 2).

Fonte: MAMEDE FILHO, João. Manual de Equipamentos Elétricos (2005) p. 196.


Figura 2.Transformador de potencial indutivo.

TP DO TIPO CAPACITIVO

Os transformadores de potencial capacitivos (TPCs) são constituídos de um


divisor capacitivo que serve para fornecer um divisor de tensão, além de permitir a
comunicação através do sistema carrier.
O divisor capacitivo é ligado entre fase e terra e uma derivação intermediária
alimenta um grupo de medida de média tensão, que compreende, basicamente, os
seguintes elementos (MAMEDE FILHO, 2005):

 Um TPI ligado na derivação intermediária que fornece as tensões


secundárias;
 Um reator de compensação ajustável para controlar as quedas de tensão e
a defasagem do divisor capacitivo;
 Um circuito de amortecimento dos fenômenos de ferroressonância;
 Um circuito de proteção contra sobretensões.

Na Figura 3 é apresentado o esquema elétrico básico de um TPC típico a 60 Hz,


constituído dos itens enumerados acima.

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

Fonte: FERNANDES JÚNIOR, D. Modelo de Transformadores de Potencial Capacitivos para


Estudos de Transitórios Eletromagnéticos (2003) p. 09.
Figura 3.Esquema elétrico básico de um TPC a 60Hz.

Os TPCs são normalmente construídos para tensões iguais ou superiores a


138kV. As células que formam as unidades capacitivas são ligadas em série e o
conjunto é imerso (em óleo) no interior de um invólucro de porcelana (Figura 4).

Fonte: MAMEDE FILHO, J. Manual de Equipamentos Elétricos (2005) p. 197.


Figura 4.Transformador de potencial capacitivo.

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS

Relação Nominal

A relação nominal de um TP é a relação entre os valores nominais das tensões


primária e secundária, sendo dada pela Equação 1.

U 1n
KP = (1)
U 2n

Relação Real

É a relação de um TP entre os valores exatos das tensões primária e secundária


para uma tensão qualquer, sendo dada pela Equação 2.

U1
Kr = (2)
U2

Como o TP é um equipamento eletromagnético, cada valor U1 corresponde a


um U2, e logo um Kr diferente. Os erros de relação e de fase variam com o tipo de
carga no secundário, conforme pode ser visto no diagrama fasorial do TP.

Fatores de Correção

O fator de correção de relação (FCRP) é o fator pelo qual deve ser multiplicada a
relação nominal de um TP (KP) para se obter a sua relação real (Kr).

Kr
FCRP = (3)
KP

Já o fator de correção de transformação de um TP (FCTP) é o fator pelo qual se


deve multiplicar a leitura indicada por um wattímetro ou medidor de energia, para
corrigir o efeito combinado do FCRP e do ângulo de fase.

Erros de Relação e de Ângulo de Fase de um TP

Na Figura 5 é mostrado o esquema elétrico de um TP real, com todos os seus


elementos considerados. De acordo com o diagrama fasorial mostrado na Figura 6, ao
refletir no secundário o que se passa no primário, o TP introduz tipos de erros: de
relação e de ângulo de fase.

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

Fonte: MAMEDE FILHO, J. Manual de Equipamentos Elétricos (2005) p. 202.


Figura 5.Circuito demonstrativo de um TP real.

Fonte: MAMEDE FILHO, J. Manual de Equipamentos Elétricos (2005) p. 201.


Figura 6.Diagrama fasorial de um TP.

O erro de relação εP em valores percentuais é dado pela Equação 4 e o ângulo


de defasagem ϒ (em minutos) é calculado a partir da Equação 5.

K P ⋅U 2 − U1
εP% = ⋅ 100 ⇒ ε P % = 100 − FCRP % (4)
U1

Υ = 26000 ⋅ ( FCTP − FCRP ) (5)

Classe de Exatidão

Os TPs devem ser enquadrados em uma ou mais das três seguintes classes de
exatidão: 0,3 – 0,6 – 1,2. Considera-se que um TP está dentro de sua classe de exatidão
quando, para determinadas condições, o ponto determinado pelo erro de relação εP e
de ângulo de fase (ϒ) estiver dentro do paralelogramo de exatidão, dado na Figura 7.

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

Fonte: MAMEDE FILHO, J. Manual de Equipamentos Elétricos (2005) p. 198.


Figura 7. Paralelogramo de Exatidão (TPI).

Tensões Nominais

As tensões primárias nominais dos TPs devem ser compatíveis com as tensões
operacionais dos sistemas aos quais os mesmos serão ligados. Para TPs do grupo 1 a
tensão secundária é 115 V, já para TPs do grupo 2 e 3 a tensão secundária é 115/√3 V,
ou 115 V no caso de um enrolamento secundário com derivação.
Os TPs são projetados e construídos para suportarem uma sobretensão de até
10% em regime permanente, sem que se danifiquem.

Cargas Nominais

São as cargas padronizadas em que se baseiam os requisitos de exatidão de um


TP. De acordo com a ABNT, as cargas nominais são designadas por um símbolo
formado pela letra “P”, seguida do número de volt-ampères correspondente à tensão
de 120V ou 69,3V. Exemplo: 0,3-P25 (classe de exatidão 0,3 – carga padrão de 25VA).

Transformador de Corrente

O transformador de corrente (TC) é um TI no qual o seu enrolamento primário


ligado em série com o circuito de alta tensão. A impedância do TC é desprezível em
relação ao sistema ao qual estará instalado, sendo este empregado para alimentar
instrumentos elétricos de baixa impedância como: amperímetros, bobinas de corrente
de wattímetros, relés de corrente (MAMEDE FILHO, 2005).

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

O TC possui n2 > n1 produzindo uma corrente no enrolamento secundária tal


que I2 < I1, sendo então considerado como um elemento “redutor de corrente”, pois a
corrente elevada I1 do circuito de potência é transformada em uma corrente menor I2
de valor suportável pelos instrumentos de medição (MEDEIROS FILHO, 1983). Na
Figura 8 tem-se a foto de um TC em operação.

Figura 8. Transformador de Corrente (110 kV)

Os TCs são projetados para que a uma corrente nominal no circuito primário
produza uma corrente nominal padronizada de 5 A no enrolamento secundário. Assim,
são encontrados no mercado TCs para: 200/5 A, 500/5 A, 1000/5 A, etc. Então quando
o primário é percorrido pela corrente nominal para o qual o TC foi construído, no
secundário tem-se 5 A. Quando o primário é percorrido por uma corrente diferente da
nominal, no secundário tem-se uma corrente diferente de 5 A obedecendo a mesma
proporção. Por exemplo, para um TC 100/5 A, se o primário é percorrido por uma
corrente de 84 A, tem-se no secundário 4,2 A ou se no primário é percorrido por 106
A, tem-se no secundário 5,3 A.

CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSFORMADORES DE CORRENTE

Os transformadores de corrente são classificados em dois tipos:

 Transformadores de Corrente para Serviço de Medição


Utilizados para medição de correntes em alta tensão, possuem características de boa
precisão (0,3%-0,6% de erro de medição) e baixa corrente de saturação (4 vezes a
nominal).

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

 Transformadores de Corrente para Serviço de Proteção


Utilizados para proteção de circuitos de alta tensão, são caracterizados pela baixa
precisão (10%-20% de erro de medição) e elevada corrente de saturação (20 vezes a
nominal).

Na Figura 9 tem-se um gráfico que ilustra a característica de saturação dos TCs


mencionados.

Figura 9. Curva característica de saturação dos TCs

TIPOS CONSTRUTIVOS

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT classifica os


transformadores de corrente de acordo com sua construção como:

 Tipo Enrolado
TC cujo enrolamento primário, constituído de uma ou mais espiras, envolve
mecanicamente o núcleo do transformador (Figura 10).

Fonte: MAMEDE FILHO, J. Manual de Equipamentos Elétricos (2005) p. 161.


Figura 10. TC do tipo enrolado

 Tipo Barra
TC cujo enrolamento primário é constituído por uma barra, montada
permanentemente através do núcleo do transformador (Figura 11).

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(a) (b)
Fonte: MAMEDE FILHO, J. Manual de Equipamentos Elétricos (2005) p. 158 e 159.
Figura 11. TC do tipo barra (a) e tipo barra fixa de alta tensão (b)

 Tipo Janela
TC sem primário próprio, construído com uma abertura através do núcleo por
onde passa um condutor formando o circuito primário (Figura 12).

(a) (b)
Fonte: MAMEDE FILHO, J. Manual de Equipamentos Elétricos (2005) p. 161.
Figura 12. TC do tipo janela (a) e (b)

 Tipo Bucha
TC tipo janela projetado para ser instalado sobre uma bucha de um
equipamento elétrico (Figura 13).

Fonte: MAMEDE FILHO, J. Manual de Equipamentos Elétricos (2005) p. 162.


Figura 13 – TC do tipo bucha

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 Tipo com Núcleo Dividido


TC tipo janela em que parte do núcleo é separável ou basculante, para facilitar
o enlaçamento do condutor primário (Figura 14).

Fonte: MAMEDE FILHO, J. Manual de Equipamentos Elétricos (2005) p. 162.


Figura 14. TC do tipo núcleo dividido

 Tipo com Vários Enrolamentos


TC com vários enrolamentos primários ou secundários distintos e isolados
separadamente, podendo haver derivação (Figura 15).

(a) (b)
Fonte: MAMEDE FILHO, J. Manual de Equipamentos Elétricos (2005) p. 163 e 164.
Figura 15. TC do tipo com vários enrolamentos - vários enrolamentos primários (a) – vários
enrolamentos secundários (b)

 Tipo com Derivação no Secundário


É aquele constituído de um único núcleo envolvido pelos enrolamentos primário e
secundário, sendo provido de uma ou mais derivações (Figura 16).

Fonte: MAMEDE FILHO, J. Manual de Equipamentos Elétricos (2005) p. 164.


Figura 16. TC do tipo com derivação no secundário

 Tipo com Vários Núcleos


TC com vários enrolamentos secundários separadamente e montados cada um
em seu próprio núcleo, formando um conjunto com um único enrolamento primário,
cujas espiras (ou espira) enlaçam todos os secundários (Figura 17).

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

Fonte: MAMEDE FILHO, J. Manual de Equipamentos Elétricos (2005) p. 163.


Figura 17. TC do tipo com vários núcleos secundários

CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS

Os conceitos aqui apresentados são análogos aos que ocorrem nos


transformadores de potencial reais, dessa forma as relações discutidas nesta seção
para os transformadores de corrente serão uma “reprodução” das característica dos
transformadores de potencial.

Relação Nominal

A relação nominal de um TC é a relação entre os valores nominais das correntes


primária e secundária, sendo dada pela Equação 6. A relação nominal é conhecida
também por “relação de transformação nominal”,

I1n
Kc = (6)
I2n

Relação Real

É a relação real de um TC entre os valores exatos das correntes primária e


secundária para uma corrente qualquer, sendo dada pela Equação 7.

I1
Kr = (7)
I2

O TC é um equipamento eletromagnético, a cada corrente I1 corresponde a


uma corrente I2, consequentemente um Kr.

I1 I1 ' I1 ''
= Kr = Kr ' = K r ''
I2 I2 ' I 2 ''

Como também para uma mesma corrente I1, é possível obter diferentes valores
de corrente no secundário dependendo da carga colocada no secundário, logo se tem
outro valor para Kr.

I1 I1 I1
= Kr = Kr ' = K r ''
I2 I2 ' I 2 ''

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

Normalmente os valores de Kr e também de Kc são todos muito próximos entre


si, pois e geral os TCs são projetados dentro de critérios mais rigorosos e são
fabricados com materiais de boa qualidade e sob condições e cuidados especiais.

Fator de Correção de Relação

É o fator pelo qual deve ser multiplicada a “relação de transformação” Kc do TC


para se obter a relação real Kr, sendo dada pela equação 8.

Kr
FCRc = (8)
Kc

Na prática a medição é realizada com um amperímetro no secundário do TC e


multiplicando-se o valor lido por Kc para se obter o valor da corrente no enrolamento
primário, sendo o “valor medido”, e não o valor exato de I1.

Erro de Relação e de Ângulo de fase

O diagrama fasorial de um TC real é mostrado na Figura 18, da mesma forma


que para um TP pode-se observar que ao se refletir o que se passa no primário para o
secundário pode-se introduzir dois tipos de erros: de relação e de ângulo de fase.
O erro de relação εc é dado pela equação 9 e o ângulo de defasagem β (em
minutos) é calculado a partir da equação 10.

KC ⋅ I2 − I1
εC % = ⋅100 ⇒ ε P % = 100 − FCRC % (9)
I1

β = 26000 ⋅ (FCTC − FCRC ) (10)

Fonte: MAMEDE FILHO, J. Manual de Equipamentos Elétricos (2005) p. 186.


Figura 18. Diagrama fasorial de um transformador de corrente

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

Tarefa 1. Inspeção de um TPC

OBJETIVO

Buscar familiaridade com um transformador de potencial capacitivo e suas


principais partes constituintes.

MATERIAL E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

 Transformador de potencial capacitivo;


 Chaves de boca, cordas, correntes e polias;
 Máquina fotográfica;
 Lanterna.

PROCEDIMENTOS

Antes de realizar a abertura do TPC, identifique os itens apresentados na Figura


19, conforme a Figura 4 apresentada na fundamentação teórica.

Figura 19. Transformador Potencial Capacitivo.

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

Para abrir o TPC, é preciso retirar os parafusos que fixam a parte superior, que
contém os isoladores de porcelana vitrificada, no tanque do TP. Em seguida, com uso
das correntes e polias, a parte superior é suspensa.
Com auxílio da lanterna, identifique todos os itens apresentados na Figura 20,
de acordo com o esquema elétrico básico de um TPC típico a 60 Hz, Figura 3. Fotografe
os elementos que constitui a parte secundária do TPC

Fonte: FERNANDES JÚNIOR, D. Modelo de Transformadores de Potencial Capacitivos para Estudos de


Transitórios Eletromagnéticos (2003) p. 106.
Figura 20. Componentes internos ao tanque indutivo.

[1]:____________________________________________________________________
[2]:____________________________________________________________________
[3]:____________________________________________________________________
[4]:____________________________________________________________________
[5]:____________________________________________________________________
[6]:____________________________________________________________________

AVALIAÇÃO

O que é o efeito de ferroressonância? Quais os componentes básicos do


circuito supressor de ferroressonância do TPC em estudo?

Qual o equipamento elétrico que realiza a função do circuito de proteção?

Qual a utilidade da bobina fixada na carcaça do tanque do TPC?

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Tarefa 2. Relação de Transformação de um TP

OBJETIVOS

Familiarizar-se com um TP e verificar a relação de transformação nominal do


equipamento.

MATERIAL E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

 Transformador de Potencial;
 Kit de alta tensão contendo:
 Mesa de controle de tensão;
 Transformador (0-220/100 kV – 5 kVA);
 Divisor de tensão capacitivo;
 Osciloscópio Digital e pontas de prova;
 Resistor de potência 282 kΩ 60 W;
 Capacitor de potência 100 kV 100 pF;
 Cabos.

PROCEDIMENTOS

Antes de realizar o ensaio sobre o Transformador de Potencial, inspecione o


equipamento mostrado na Figura 21.

Figura 21. TP ensaiado.

Verifique seus dados de placa e preencha a Tabela 1:

Transformador de Potencial
Modelo:
N°:
Frequência:
Relação: /
Isolamento:
Classe:
Tabela 1. Dados de placa do TP.

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

Monte o arranjo experimental mostrado na Figura 22, utilizando os seguintes


dados para os elementos do circuito:

 C1: 105,08 pF (100 pF nominal);


 C2: Ajustada na mesa de comando:
 Posição 20: C2 = 38,3 nF;
 Posição 50: C2 = 97,8 nF;
 Posição 100: C2 = 201,4 nF;
 R: 282 kΩ.

Figura 22. Arranjo experimental para ensaio do TP.

Calcule os valores da relação de tensão do divisor capacitivo, para as três


escalas possíveis da mesa de comando, variando o valor de C2, e preencha a Tabela 2:

Posição C2 (nF) X=C1/(C1+C2) 1/X


20 38,3
50 97,8
100 201,4
Tabela 2. Relação de tensão do divisor capacitivo.

Utilizando os comandos da mesa de controle, eleve a tensão primária aplicada


aos terminais do TP e meça por meio do osciloscópio digital os valores da tensão (true
RMS) no secundário e registre as formas de onda. Meça os valore de tensão e
preencha a Tabela 3.

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

Vp (kV) Vsmed (kV) Vsmed x Kp (kV) ε (%)

Tabela 3. Medições e erros.


AVALIAÇÃO

Por que não se deve curto-circuitar os terminais secundários de um TP?

Por que na prática os TPs indutivos só são utilizados até a tensão de 138 kV?

Analise os erros encontrados na Tabela Z, relacionando-os com a curva de


saturação do equipamento.

Tarefa 3. Relação de Transformação de um TC

OBJETIVOS

Familiarizar-se com um transformador de corrente (TC) e verificar a relação de


transformação e os erros de um TC.

MATERIAL E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

 2 TCs do tipo barra;


 2 barras de alumínio;
 1 VARIAC monofásico;
 1 Amperímetro;
 1 Alicate amperímetro;
 Cabos.

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

PROCEDIMENTOS

Antes de realizar a montagem, os campos em branco da Tabela 4 devem ser


preenchidos a partir dos dados da placa dos TCs.

Dados do TC
Transf. De Corrente IN
Exat. Nº
f Isol FTN
Peso
Tabela 4. Dados da placa do TC.

A partir dos dados do TC, determine a relação de transformação nominal:

KC = ______

O experimento deve ser montado de forma semelhante ao apresentado na


Figura 23. Os passos da montagem são descritos a seguir:

i. Os primários dos TCs são conectados em paralelo pelas barras de alumínio;


ii. O secundário de um dos TCs é curto-circuitado e um amperímetro é conectado
para medir a corrente.
iii. O secundário do outro TC é ligado aos terminais do VARIAC.
iv. O alicate amperímetro é ligado à barra para medir a corrente no primário.
v. Aumenta-se a tensão no VARIAC e se observam as correntes.
vi. Realize dez medições e preencha a Tabela 5.

Figura 23. Esquema da montagem do experimento.

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

IPrimário (A) Ismed (A) IPri(Med) = ISec(Med) x Kc (A) ε (%)

Tabela 5. Medições e erros.

AVALIAÇÃO

Qual a diferença entre um TC de proteção e um TC de medição? Um pode ser


utilizado no lugar do outro?

Por que não se deve abrir os terminais secundários de um TC?

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Guia do Experimento: Transformadores para Instrumentos (TP, TC e TPC)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6855: Transformador de


Potencial Indutivo – Especificação. Abril de 1992.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6856: Transformador de


Corrente – Especificação. Abril de 1992.

D’AJUZ, Ary et al. Equipamentos elétricos: especificação e aplicação em subestações


de alta tensão. Rio de Janeiro: FURNAS, 1985.

MAMEDE FILHO, João. Manual de Equipamentos Elétricos. 3ed. Rio de Janeiro:


LTC,2005.

MEDEIROS FILHO, Solon de. Medição de Energia Elétrica. 3ed. Rio de Janeiro: Editora
Guanabara, 1983.

FERNANDES JÚNIOR, Damásio. Modelo de Transformadores de Potencial Capacitivos


para Estudos de Transitórios Eletromagnéticos. Tese de Doutorado. Campina Grande:
UFCG, 2003.

KINDERMANN, Geraldo. Proteção de Sistemas Elétricos de Potência – Volume 1.


Florianópolis: Edição do Autor, 1999.

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