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Considerações de Projeto e Benefícios Introduzidos por

Bancos de Capacitores Série em Sistemas de Transmissão


em Alta Tensão
2° EE - Eletrônica de Potência - Prof. Manfredo Lima
2020.1 (2021) - Turma EO

Equipe:
Alexsandro Andrade da Silva
Dallyla Silva Oliveira
João Paulo de Figueiredo Lage
Jose Benicio Figueiredo de Brito Junior
Kassio Henrique Sabino Cruz
Leonice Valéria da Silva
Marcus Vinícius de Brito Silva
Mateus Augusto Mendes Morais
Mateus Freire Grangeiro
Matheus Albuquerque Gameiro de Moura
Rafaela Torres Duarte
Walkiria Pereira da Silva

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RESUMO E INTRODUÇÃO

Alexsandro e Walkiria

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Resumo
❏ Bancos de capacitores série fixos na transmissão em AT
representam uma ótima alternativa técnica e econômica;
❏ Projeto e operação dos bancos em 500kV na transmissão
da CHESF;
❏ Proporciona aumento da capacidade de transmissão das
LTs compensadas e eleva a estabilidade dinâmica.

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Introdução
❏ Estudos de planejamento definiram a instalação de dois
bancos de capacitores série na subestação de São João do
Piauí, respectivamente nas linhas Boa Esperança – São
João do Piauí e São João do Piauí – Sobradinho.

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Introdução

USINA DE TUCURUÍ
❏ Está ligada à rede nacional pela linha
de transmissão entre Presidente
Dutra (Maranhão) e a Usina
Hidrelétrica de Sobradinho, via Boa
Esperança (Piauí).

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Introdução

❏ Parte da energia produzida pela UHE Tucuruí é importada


através do sistema Presidente Dutra-Sobradinho (CHESF).
❏ Expansão realizada pela construção do segundo circuito São
João do Piauí-Sobradinho e novo sistema Colinas-Sobradinho,
ambas em 500kV.

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Introdução

❏ O BCS reduz a reatância série da linha de transmissão onde


é instalado;
❏ A instalação do BCS aumenta a capacidade de transmissão
de potência nos regimes permanente e dinâmico.

7
Introdução

8
Introdução

Solução mais eficiente e econômica: associação de MOV e



Spark Gaps aos BCS;
Proteção de faltas externas via MOV;

Em faltas internas, após limite do MOV, o Spark Gap curto-

circuita o conjunto BCS+MOV;
Realização de estudos com a aplicação de faltas internas e

externas para dimensionamento de parâmetros do MOV;
Simulações em PSCAD/EMTDC (72MJ - BCS 1 e 80MJ - BCS 2).

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DESCRIÇÃO DETALHADA DO BCS

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CONSIDERAÇÕES DE PROJETO

Rafaela

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Considerações de Projeto

❏ Proteção no sistema de compensação é definido por simulação da


aplicação e da eliminação de faltas;

❏ Para a os Bancos de capacitores série da Subestação de São João


do Piauí, o esquema de proteção mais eficiente e viável visto do
ponto de vista técnico e econômico é o feito através do MOV e
Spark Gap.

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Considerações de Projeto

❏ Valores das reatâncias capacitivas do


BCS1 é 52,68 ohms e o do BCS2 é 47,54
ohms
Isso corresponde às capacitâncias de
50,21 mF e 47,69 mF respectivamente;

❏ A corrente para os dois capacitores é de


1750 Arms (corrente eficaz) em regime
permanente -> atende ao ciclo de
sobrecarga previsto na norma IEC 143. 13
Considerações de Projeto
Circuito de amortecimento

❏ Objetivo é amortecer a corrente de


descarga dos capacitores que atravessa
o circuito durante o by-pass do BCS;

❏ Composto por um reator ligado em


paralelo com um resistor. São
conectados em série com um gap
auxiliar. Esse conjunto é ligado em série
com o banco de capacitores.
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VALORES NOMINAIS E
CAPACITORES EM SÉRIE

Mateus Augusto

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Valores Nominais
● Determinar as características nominais dos BCS
● Necessário determinar as solicitações para as quais o BCS é
submetido em regime permanente e transitório
● Veremos nesta apresentação os principais valores nominais
adotados para os principais componentes deste sistema de
compensação série

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Capacitores Série
● Segmento em configuração H, constituído por 4 colunas
● Número total de unidades capacitivas:
○ 660 para o BCS1
○ 600 para o BCS2
● Qual a grande vantagem da utilização de banco de capacitores
em série?
○ Aumento da capacidade de transmissão das linhas
compensadas
○ Elevação dos níveis de estabilidade do sistema
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Capacitores Série
● Temos os seguintes valores nominais para os capacitores série:
○ BCS1
■ 484 Mvar para potência reativa trifásica total
■ 733 kVAR para potência nominal por unidade
■ 8,4 kVrms para tensão nominal por unidade
■ 88 Arms para corrente nominal por unidade
○ BCS2
■ 437 Mvar para potência reativa trifásica total
■ 733 kVAR para potência nominal por unidade
■ 8,4 kVrms para tensão nominal por unidade
■ 88 Arms para corrente nominal por unidade 18
METAL OXIDE VARISTOR (MOV)
INTRODUÇÃO

Kassio Henrique

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Metal Oxide Varistor (MOV)
● O que é MOV?
É um equipamento que se comporta como uma impedância muito
elevada na tensão de operação.

● Função do MOV:
É um dispositivo usado com o intuito de proteger o circuito contra
sobretensões.

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Metal Oxide Varistor (MOV)
Curva característica e expoente não linear do MOV:

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Metal Oxide Varistor (MOV)
Algumas aplicações do MOV:

Telecomunicações:
Fontes de alimentação;
Eletrônica de medição:
Controle e regulação;
Energia:
Transformadores, bobinas, enrolamentos de motores e
geradores;

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Metal Oxide Varistor (MOV)
Construção do MOV:

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Metal Oxide Varistor (MOV)
● O MOV tem a função de proteger o BCS contra sobretensões decorrentes de
faltas no sistema;

● O MOV se comporta como uma impedância muito elevada na tensão de


operação e com aumento da tensão;

● Tensões nominais: BCS1= 153kVrms;


BCS2= 143kVrms;

● Dimensionamento das energias dos MOVs: Faltas externas e Internas.


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METAL OXIDE VARISTOR (MOV)
FALTAS EXTERNAS

Mateus Grangeiro

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Faltas externas
O que são?
● São aquelas que ocorrem externamente à linha onde se encontram
instalados os BCS, delimitada pelos disjuntores de
linha.

Proteção
● Como o MOV tem uma impedância altissima durante a tensão de
projeto, quando submetido a uma tensão superior a de projeto sua
impedância é reduzida rapidamente, gerando um caminho para as
altas correntes percorrerem e protegendo os capacitores

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Faltas externas
Atuação do MOV durante as Faltas externas

● Este tipo de falta produz, em princípio, os mais altos montantes de energia dissipada nos MOV, cujos valores
encontrados são 58 MJ (BCS1) e 59 MJ (BCS2)

● A energia dissipada relativa ao religamento sem sucesso pode ser obtida simplesmente dobrando os valores de energia obtidos
no primeiro intervalo de aplicação da falta. Este procedimento é conservativo, pois despreza a redução de temperatura que
ocorre nos MOV associada ao tempo morto de religamento, que representa o intervalo de tempo entre um religamento sem
sucesso após a eliminação da falta e o religamento subseqüente, com sucesso.

Energia Dissipada no BCS1 Energia Dissipada no BCS2 27


METAL OXIDE VARISTOR (MOV)
FALTAS INTERNAS

José Benício

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Faltas Internas
O que são?

● São aquelas que ocorrem no interior da linha onde se encontra


instalado o BCS;

Proteção
● Caso uma falta interna seja detectada, é permitido o by-pass do BCS
através do Spark Gap. Este tipo de falta produz as mais severas
solicitações sobre os capacitores e MOV em termos de sobretensão.

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Faltas Internas
Caso o valor instantâneo da corrente no MOV ultrapasse 7kA (BCS1) e 11kA
(BCS2), o sistema de proteção envia um sinal de disparo para o Spark Gap,
que efetuará o by-pass do BCS em cerca de 1mseg, devido ao tempo de
trânsito de sinais entre a plataforma e a casa de comando, onde se
encontram instalados os painéis de proteção e controle.

CONCLUSÕES

Os maiores valores de tensão aplicada aos BCS foram obtidos na


aplicação de uma falta trifásica nos terminais dos referidos
equipamentos. Esta tensão está limitada, entretanto, ao nível protetivo
de 283kV (2,17 pu) para o BCS1 e 262kV (2,22 pu) para o BCS2. 30
Faltas Internas

31
Faltas Internas

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SPARK GAP

João Paulo

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Spark Gap - Centelhador
Definição:
● Dispositivo que permite a passagem de correntes intensas
empregando para isto a ionização do espaço entre os eletrodos.
● São conectados em paralelo ao banco e consistem em dois
eletrodos separados fisicamente. Entre eles, é possível
estabelecer um caminho ionizado (arco elétrico), responsável
por desviar o fluxo de corrente

Função:
● Destinado a proteger o MOV contra sobrecargas durante faltas
internas.

É composto por duas seções

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Spark Gap - Centelhador

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Spark Gap - Centelhador
Situações de Disparo:
1. A magnitude da corrente no MOV é superior ao valor de ajuste definido
para a mais severa falta externa.
2. A temperatura do MOV atinge seu valor limite, indicando que o limite de
energia dissipada foi atingido.

Condições de disparo:
Valor instantâneo da corrente no MOV ultrapassando 7kA (BCS1) e 11kA
(BCS2).

Tensão de flashover pode ser ajustada de:

BSC1 - 255 a 310 kVpico

BCS2 - 235 a 390 kVpico

Limite térmico: 40 kArms por 1s


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Spark Gap - Centelhador
Funcionamento geral:
1. A condição de disparo é atingida (corrente ou temperatura)

2. Sistema de proteção envia sinal de disparo para o Spark


Gap.

3. Curto circuito ocorre no conjunto (BCS+MOV) em cerca de


1mseg.

4. Fechamento do disjuntor de by-pass, em no máximo 50ms


caso a falta persista. 37
Spark Gap - Centelhador
Problemas que executam o bloqueio da Reinserção dos BCS:
I. Autodisparo:
O Spark Gap inicia o disparo sem o devido acionamento pelo
sistema de proteção.
II. Condução prolongada:
Tempo de condução do Spark Gap superior ao máximo
estabelecido em projeto, indicando eventuais problemas no
fechamento do disjuntor de by-pass.
III.Atraso ou Recusa no Disparo:
Identifica problemas no sistema de geração do comando de
disparo do Spark Gap
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CIRCUITO DE AMORTECIMENTO

Marcus Vinicius

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Falta interna

I_LT By-pass do
BCS

Descarga natural
do capacitor

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Corrente de descarga de um capacitor

I_LT

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BCS1 - X_c = 52,68 Ω || C = 50,21μF
BCS2 - X_c = 47,54 Ω - || C = 47,69 μF

70% de compensação da X_LT

L = 400mH
R = 4Ω + gap auxiliar

Suporta até duas descargas


consecutivas

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F_n = 1/[2π(LC)^(½)]

1,1kHz

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DISJUNTOR DE BY-PASS

Leonice

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9. Disjuntor de By-Pass
Definições Importantes:

● Disjuntor:
● By pass:
● SF6

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Disjuntor de By-pass

● O disjuntor de bypass é
composto por três
unidades monofásicas;

● Composto por
isoladores de porcelana
e possui mecanismo de
abertura hidraulica;
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Disjuntor de By-pass

• Possui tempo de
fechamento de 50
mseg

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Disjuntor de By-pass

Utilização:
● Sendo utilizado para
inserção e desconexão do
BCS.

● Evita que o Spark Gap


seja submetido a estresses
adicionais
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ASPECTOS DE LAYOUT

Dallyla

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Aspectos de Layout
Os equipamentos que Spark-gap
MOVs
Capacitores
integram os BCS Disjuntor de
encontram-se by-pass

instalados em uma
plataforma metálica
conectada ao potencial
da linha de transmissão.

Isoladores
6m

50
Aspectos de Layout

Circuito de
amortecimento
(Reator + resistor)

51
Aspectos de Layout

Dimensões: 14m x 9m

Peso: 40 toneladas

Comunicação com os painéis de


proteção e controle é feita
através de colunas de fibra ótica
redundantes.

BCS da SE São João do Piauí 52


Fonte: http://www.piaui2008.pi.gov.br/materia.php?id=15866
CONCLUSÃO

Matheus Gameiro

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Conclusão
02 BCS (484 e 437 Mvar) em São João do Piauí.
Linha 500 kv Boa Esperança – São João do Piauí
Linha 500kv São João do Piauí – Sobradinho

GC = 0,7, reduz até 70% a reatância série das LTs


mencionadas
Proporcionam uma significativa elevação da
capacidade de transmissão das respectivas linhas
(potência transmitida (P) é proporcional ao inverso
desta reatância (X))
Elevados valores de energia dos MOV devido a
localização dos BCS onde a falta interna para um deles
representa uma falta externa para outro.
Solução mostrou-se mais economia, sem necessidade
de adotar solução inovadoras de maior custo.
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