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U4

Metodologia
do Trabalho Acadêmico
Organização Geral de Trabalhos Acadêmicos Metodologia do Trabalho Acadêmico | UNISUAM

Organização
Geral de
Trabalhos
Acadêmicos:
Tipos de Pesquisa e Técnicas de Coleta de Dados
Objetivo do estudo
- Identificar os diferentes tipos de pesquisa quanto aos objetivos, aos procedimentos técnicos e quanto
à abordagem.
- Reconhecer as diferentes técnicas de coleta de dados.
- Reconhecer regras para citar e referenciar obras.

introdução
Na Unidade 3, conhecemos o que é pesquisa científica e também o significado de método científico. Ainda
vimos cada um dos critérios básicos de elaboração de um projeto de pesquisa.

Agora, falaremos sobre a classificação de uma pesquisa. Nesta Unidade, veremos que, seguindo a estrutura
de classificação das metodologias científicas, uma pesquisa pode ser classificada quanto à abordagem,
aos objetivos e aos procedimentos técnicos. Também conheceremos algumas técnicas de coleta de dados
utilizadas em pesquisas. Ao final, apresentaremos algumas orientações de como organizar citações e
referências dentro dos moldes propostos pela ABNT.

Leia com bastante atenção esta Unidade. Ela é a chave do seu projeto de pesquisa!!!!

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4 T1 Classificando a Pesquisa
Para percorrer o caminho do conhecimento e atingir os resultados esperados, o pesquisador
deve utilizar os instrumentos ideais, assim, por exemplo, para abrir uma porta, precisamos
de uma chave e para realizar uma ligação precisamos de uma linha telefônica. Conhecendo
os resultados que almejamos encontrar, torna-se importante definir o tipo de pesquisa e
escolher os instrumentos ideais a serem utilizados.

É na parte da metodologia do seu projeto que você descreverá qual tipo de pesquisa utilizará,
bem como a técnica (instrumento) de coleta de dados empregada em seu trabalho.

Há tipos diferenciados de pesquisa de acordo com a área e a aplicação.

CLASSIFICAÇÃO MODALIDADE

Quantitativa
Quanto à
Qualitativa
abordagem
Quanti-qualitativa
Exploratória
Quanto ao
Descritiva
objetivo
TIPOS DE Explicativa

PESQUISA Pesquisa bibliográfica


Pesquisa documental
Pesquisa experimental
Quanto aos
Pesquisa ex-post-facto
procedimentos
Pesquisa de levantamento
técnicos
Estudo de caso
Pesquisa-ação
Pesquisa participante

aprofundando
Aprofunde mais o seu conhecimento sobre a
classificação das pesquisas:

Como classificar as pesquisas, por Antônio


Carlos Gil. Visite o endereço:
< http://www.ngd.ufsc.br/files/2012/04/ric_
CLASSIFICAPESQUISAGIL.doc >

Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa


Quantitativa: Esta É a Questão?, por Hartmut
Günther. Visite o endereço:
< h t t p : / / w w w. s c i e l o . b r / p d f / p t p / v 2 2 n 2 /
a10v22n2.pdf >

Fonte: <http://www.oficinadapesquisa.com.br/>

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a) Quanto à Abordagem

Em relação à abordagem, podemos classificar a pesquisa em quantitativa, qualitativa e


quanti-qualitativa.

Suponhamos que você queira analisar as causas do desemprego no Rio de Janeiro. Você
terá de escolher qual será o método utilizado para chegar às causas do desemprego no
Rio de Janeiro. Nesse caso, você poderia optar pela pesquisa quantitativa (que pode ser
quantificável). Ou seja, você traduziria em números (as maiores causas de desemprego no Rio
de Janeiro) para então obter a análise dos dados e, posteriormente, chegar a um resultado.

As análises quantitativas são capazes de levantar perfis e


tendências majoritárias, mas não podem explicar as relações
que se estabelecem entre as diferentes características
encontradas entre si, entre as características mais e as
menos frequentes, entre o fenômeno e a problemática maior
na qual está inserido, e qualquer outro tipo de relação.

Se você utilizar a pesquisa qualitativa – em que os


dados não podem ser medidos, traduzidos em números
quantificáveis –, você terá uma participação mais efetiva,
isto é, terá de observar o fenômeno mais de perto, deslocar-
se, por exemplo, para uma fila de empregos e entrevistar
pessoas que estão desempregadas. Ao final, através de
relatórios, por exemplo, são apresentadas as opiniões e
os comentários do público entrevistado, juntamente com
as conclusões do entrevistador.

Você sabia?
análises
Uma das ferramentas mais importantes da
quantitativas
são capazes de
pesquisa quantitativa é a estatística. Ela permite
que o sujeito meça um universo bastante amplo. O
censo demográfico é um exemplo de abordagem
quantitativa.

levantar perfis
e tendências
majoritárias
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definição do
problema

identificação de planejamento da
novos problemas pesquisa

discussão das
implicações coleta de dados
estratégicas

análise e
apresentação dos
resultados
pesquisa qualitativa

A abordagem qualitativa pretende enfatizar os componentes simbólicos, buscando explicar


e interpretar a realidade estudada considerando elementos e significações subjetivos. Por
outro lado, se na abordagem anterior os fenômenos deveriam ser estudados a partir de
aspectos atomizados, nesta nova proposta o fenômeno deve ser compreendido dentro da
sua complexidade.

Tanto a modalidade qualitativa quanto a quantitativa não são excludentes, como destaca Demo
(1995, p. 231): “Embora metodologias alternativas facilmente se unilateralizem na qualidade
política, destruindo-a em consequência, é importante lembrar que uma não é maior, nem
melhor que a outra. Ambas são da mesma importância metodológica”, ou seja, elas só se
diferenciam por terem funções específicas. Você pode, inclusive, utilizar os dois modelos em
um mesmo estudo (pesquisa quanti-qualitativa), agrupando aspectos de ambas perspectivas.

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PESQUISA CIENTÍFICA

QUANTITATIVA QUALITATIVA

Objetividade Busca o porquê das coisas

Utiliza linguagem matemática, Aprofunda-se na compreensão


com resultados quantificados e interpretação
contagens

Atua no universo dos motivos,


Constitui um retrato real aspirações, crenças, valores
da população ou dados alvo e atitudes

QUANTI-QUALITATIVA

Une quantidade e qualidade

Agrega maiores informações

Conforme podemos observar, a pesquisa quantitativa se baseia em dados classificados de


acordo com a quantidade dos resultados obtidos. Já a pesquisa qualitativa trata os dados
de forma interpretativa, tendo uma interferência maior da subjetividade do pesquisador. E a
abordagem quanti-qualitativa agrega elementos das duas abordagens anteriores.

b) Quanto aos Objetivos

Com base nos objetivos, é possível classificar as pesquisas em três grupos: exploratória,
descritiva e explicativa.

A pesquisa exploratória tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar


conceitos e ideias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses
pesquisáveis para estudos posteriores.

Pesquisas exploratórias são desenvolvidas de maneira a proporcionar uma visão geral, de tipo
aproximativo, a cerca de um fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando
o “tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas
e operacionalizadas (GIL, 2006, p. 43).

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exemplo Identificar a viabilidade de implantação de


serviços virtuais em uma empresa contábil,
na perspectiva das condições financeiras de
seus clientes.

Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou


fenômeno ou o estabelecimento de relações de variáveis. (GIL, 2006, p. 44).

São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características
mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.

exemplo
Identificar o perfil dos alunos egressos no ano
de 2014, do curso de Marketing, da Unisuam.

E a pesquisa explicativa:
Tem como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para
ocorrência dos fenômenos. Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da
realidade, por que explica a razão, o porquê das coisas. Por isso mesmo é o tipo mais completo
e delicado, já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente. (GIL, 2006, p.44)

exemplo
Estudar as características de um grupo;
Levantar opiniões e verificar o nível de
atendimento de um determinado setor.

c) Quanto aos Procedimentos Técnicos

De acordo com os procedimentos da pesquisa, poderão ser escolhidas diferentes modalidades


de pesquisa, sendo possível aliar o qualitativo ao quantitativo.

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Em relação aos procedimentos, as pesquisas podem ser classificadas em:

• Bibliográfica

• Documental

• Experimental

• Ex-post-facto

• Levantamento

• Estudo de caso

• Pesquisa-ação

• Pesquisa participante.

A atividade básica na pesquisa bibliográfica é a investigação em material teórico sobre


o assunto pesquisado. Ela é desenvolvida a partir de material já elaborado, construído
principalmente por livros e artigos científicos.

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas,


e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de
web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite
ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém pesquisas
científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências
teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre
o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32)

Tem como vantagem a possibilidade de trabalhar com fenômenos mais amplos. Em


contrapartida, muitas vezes fontes secundárias apresentam dados coletados ou processados
de forma equivocada e é necessária uma larga experiência na articulação dos textos científicos
para que a pesquisa não fique pobre em suas análises.

exemplo
Realizar uma reconstrução histórica sobre o
câncer de mama no Brasil.

A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica, entretanto, vale-se


de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser
reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.

A pesquisa documental trilha os mesmos caminhos da pesquisa bibliográfica, não sendo


fácil por vezes distingui-las. A pesquisa bibliográfica utiliza fontes constituídas por material já
elaborado, constituído basicamente por livros e artigos científicos localizados em bibliotecas.
A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento
analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais,
cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas
de televisão, etc. (FONSECA, 2002, p. 32)

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exemplo
Consulta a documentos oficiais; Reportagens
de jornal; Cartas; Contratos; Diários; Filmes etc.

A pesquisa experimental segue um planejamento rigoroso. Ela consiste em determinar um


objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo e definir as
formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.

A pesquisa experimental seleciona grupos de assuntos coincidentes, submete-os a


tratamentos diferentes, verificando as variáveis estranhas e checando se as diferenças
observadas nas respostas são estatisticamente significantes [...] Os efeitos observados são
relacionados com as variações nos estímulos, pois o propósito da pesquisa experimental é
apreender as relações de causa e efeito ao eliminar explicações conflitantes das descobertas
realizadas. (FONSECA, 2002, p. 38)

exemplo
Investigar a eficiência do adubo na produção de
milho; Estudar a eficiência da análise de óleos
em motores diesel.

A pesquisa ex-post-facto é uma investigação sistemática e empírica na qual o pesquisador não


tem controle direto sobre as variáveis independentes, porque já ocorreram suas manifestações
ou porque são intrinsecamente não manipuláveis. (GIL, 2006).

A pesquisa ex-post-facto tem por objetivo investigar possíveis relações de causa e efeito entre
um determinado fato identificado pelo pesquisador e um fenômeno que ocorre posteriormente.
A principal característica deste tipo de pesquisa é o fato de os dados serem coletados após
a ocorrência dos eventos. (FONSECA, 2002, p. 32).

exemplo Se em determinada região existem duas cidades


com características semelhantes e numa delas
se instala uma indústria. As modificações
produzidas serão atribuídas a esse fato, já que
a presença da indústria constitui o único fator
relevante numa cidade e não na outra.

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A pesquisa de levantamento caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas cujo


comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a
um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para em seguida, mediante
análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes dos dados coletados.

exemplo
Interrogar diretamente pessoas sobre as suas
preferências políticas- partidárias.

O estudo de caso consiste em um estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos, de


maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível
mediante os outros tipos de delineamentos considerados.

Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem definida
como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou uma unidade
social. Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma determinada situação
que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais
essencial e característico. O pesquisador não pretende intervir sobre o objeto a ser estudado,
mas revelá-lo tal como ele o percebe. (FONSECA, 2002, p. 33)

exemplo
Estudar o funcionamento de um sistema em
uma classe de alunos, em uma creche, em
um serviço de saúde, em um programa de
atendimento.

A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada
em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no
qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão
envolvidos de modo cooperativo e participativo (THIOLLENT, 2005).

A pesquisa-ação pressupõe uma participação planejada do pesquisador na situação problemática


a ser investigada. O processo de pesquisa recorre a uma metodologia sistemática, no sentido
de transformar as realidades observadas, a partir da sua compreensão, conhecimento e
compromisso para a ação dos elementos envolvidos na pesquisa. (FONSECA, 2002, p. 35)

exemplo
Promover a discussão, análise e mudança de
postura em relação às práticas pedagógicas numa
perspectiva multicultural, realizada na Educação
Superior, em um curso de pós-graduação.

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Na pesquisa participante, os investigadores procuram participar da situação pesquisada.

Assim como a pesquisa-ação, a pesquisa participante caracteriza-se pela interação entre


pesquisadores e membros das situações investigadas. Há autores que empregam as duas
expressões como sinônimas. Todavia, a pesquisa-ação geralmente supõe uma forma de ação
planejada, de caráter social, educacional, técnico ou outro (Thiollent, 1985, p. 7). A pesquisa
participante, por sua vez, envolve a distinção entre ciência popular e ciência dominante. Esta
última tende a ser vista como uma atividade que privilegia a manutenção do sistema vigente e
a primeira como o próprio conhecimento derivado do senso comum, que permitiu ao homem
criar, trabalhar e interpretar a realidade sobretudo a partir dos recursos que a natureza lhe
oferece. (GIL, 2006, p. 56)

exemplo
Investigar a priorização e determinação de
ações básicas de grupos de trabalho.

Técnicas de coleta de dados


T2 Até este momento, falamos sobre a classificação das pesquisas. Agora, falaremos sobre as
técnicas (instrumentos) de coleta de dados. Você sabe dizer qual é a diferença entre método
e técnica? Veja como a autora Fachin diferencia esses termos:

O método é um conjunto de etapas ordenadamente dispostas, destinadas a realizar e


antecipar uma atividade na busca de uma realidade; enquanto a técnica está ligada ao
modo de se realizar a atividade de forma mais hábil, mais perfeita. [...] O método se refere
ao atendimento de um objetivo, enquanto a técnica operacionaliza o método. (FACHIN,
2003, p. 29)

Resumindo, teríamos o método como um conjunto de etapas que fornecem subsídios


necessários para alcançarmos um determinado resultado e a técnica como uma forma utilizada
para registrar e quantificar os dados observados, ordená-los e classificá-los.

Depois que definiu as fontes de dados e o tipo da sua pesquisa, você deve levantar as
técnicas ou instrumentos a serem utilizados para a coleta de dados. Vale destacar que a
coleta de dados é a busca por informações para o esclarecimento de um fenômeno ou fato
que deseja desvendar.

A seguir, são apresentados alguns tipos de técnicas de coleta de dados ou instrumentos de


coleta de dados.

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• Coleta documental: realizada por meio de documentos escritos ou não-escritos (livros,


revistas, documentos legais, arquivos em mídia eletrônica), sempre de fontes primárias.

• Coleta bibliográfica: realizada por meio de fontes secundárias (obras já editadas abordando
o tema em estudo). São obras escritas, impressas em editoras, comercializadas em livrarias
e classificadas em bibliotecas.

• Entrevista: forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca obter dados, e a
outra se apresenta como fonte de informação.

• Questionário: uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito
pelo informante, sem a presença do pesquisador, a fim de levantar opiniões, crenças,
situações vivenciadas, interesses.

• Observação: faz uso dos sentidos para a apreensão de determinados aspectos da realidade.
Ela consiste em ver, ouvir e examinar os fatos, os fenômenos que se pretende investigar.

• Formulário: uma coleção de questões que são formuladas e anotadas por um entrevistador,
numa situação face a face com o entrevistado. Essa é a diferença em relação ao
questionário. Ou seja, o formulário é preenchido indiretamente, isto é, pelo entrevistador.

• Diário de campo: permite o registro das informações, observações e reflexões surgidas no


decorrer da investigação ou no momento observado. Trata-se do detalhamento descritivo
e pessoal sobre os interlocutores, grupos e ambientes estudados.

Notou que a técnica de coleta de dados está relacionada


IMPORTANTE! aos objetivos e ao tipo de pesquisa que se pretende
realizar? Se uma pesquisa é de levantamento, é comum
utilizarmos como técnica de coleta de dados o questionário,
Alguns tipos de estudo usam mais do que o formulário e a entrevista.
um método ou técnica de coleta de dados.
O bom estudo de caso exige a utilização de
documentos, da observação e da coleta de
informações diretamente com os principais
atores envolvidos no problema. No entanto, o
pesquisador pode optar por um método único,
por exemplo, a observação participante, para
método é um
explorar um problema menos pesquisado.
(DOXSEY & DE RIZ, 2003, p. 38-39) conjunto de etapas
ordenadamente
dispostas,
aprofundando destinadas a
Conheça melhor cada uma das técnicas de coleta de
realizar e antecipar
dados, visite os endereços

Métodos e técnicas de pesquisa social, de Antônio


uma atividade
Carlos Gil <https://ayanrafael.files.wordpress.
com/2011/08/gil-a-c-mc3a9todos-e-tc3a9cnicas-de-
pesquisa-social.pdf>
na busca de uma
Técnica de coleta de dados / Instrumentos de coleta
de dados <http://www.lcsantos.pro.br/arquivos/
TECNICAS_COLETA_DADOS03092013-154115.pdf>
realidade

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T3 Citações e Referências Bibliográficas


Depois de conhecermos os tipos de pesquisa e as técnicas de coletas de dados, é importante
conversarmos sobre algumas formas de como citar o discurso alheio e de como fazer
referências bibliográficas.

Como fazer citações?

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é o órgão que tem como principal
objetivo estabelecer padrões normativos para a sociedade brasileira nas mais diversas áreas,
incluindo os trabalhos acadêmicos (monografia, trabalho de conclusão de curso – TCC, tese,
dissertação). Para estes, a ABNT cria padrões com o princípio de estabelecer um meio comum
para todos que querem gerar algum produto intelectual.

O que entendemos por citação?


Citação é a menção, em um texto, de informação extraída de outra fonte (material e/ou
documento) com o objetivo de esclarecer, reforçar ou ilustrar o que se diz.

Segundo a ABNT, existem duas maneiras de fazer uma citação: direta e indireta. A primeira
é uma transcrição literal da informação dita por outro autor. A segunda é aquela baseada
nas ideias do autor, ou seja, dizemos com outras palavras aquilo que já foi dito por alguém
ao qual já citamos.

A ABNT, portanto, estabelece normas para ambos os tipos de citação. Em linhas gerais, da
seguinte forma:

a) Citação direta curta – até 3 linhas: deverá ser inserida no próprio texto entre
aspas; indicando sempre o sobrenome do autor, o ano da publicação e a página.

Exemplos:
Para Senge (1998, p.97), “os sistemas vivos têm integridade. Seu caráter depende
do todo. O mesmo ocorre com as organizações”.
“Os sistemas vivos têm integridade [...] O mesmo ocorre com as organizações”
(SENGE, 1998, p. 97).

Observe que o sobrenome do autor citado pode vir fora ou entre parênteses. Se
vier fora, o sobrenome não precisa vir em maiúscula. Se vier dentro, precisa,
necessariamente, vir em maiúscula. Note também que, no segundo exemplo, há
a supressão do texto, isto é, o texto foi recortado. Quando isso ocorrer, você deve
indicar essa supressão com o uso de colchetes e reticências [...]

b) Citação direta longa – mais três linhas: deve ser destacada do texto, sem
aspas, com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor do que a do
texto utilizado e sem aspas (sugere-se fonte 10).

Exemplo:
Segundo Dejours (1994, p. 24) não se pode ignorar que:
O organismo do trabalhador não é um motor humano, na medida em que é
permanentemente objeto de excitações, não somente exógenas, mas também
endógenas; o trabalhador não chega ao seu local de trabalho como uma máquina
nova. Ele possui uma história pessoal que se concretiza por uma certa qualidade
de suas aspirações, de seus desejos, de suas motivações, de suas necessidades
psicológicas, que integram sua história passada.

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c) Citação indireta: neste caso, utiliza-se a ideia do autor, porém escrevendo com
nossas próprias palavras.

Exemplo:
Nos modelos conhecidos ainda se parte de análises realizadas no posto de
trabalho, como no modelo de Fernandes (1996), para então verificar aspectos mais
amplos. Os modelos existentes esquecem de abordar o problema de forma mais
integrada, não considerando, por exemplo, as características da organização, seus
valores predominantes, seu modelo de gestão e estilo gerencial predominantes.

Note que, no caso de citações indiretas, você não é obrigado a citar o número de
páginas da citação, somente o ano do texto lido entre parênteses. Não necessita,
também, usar aspas.

d) Citação de citação: é recomendável utilizar citações a partir de documentos


originais. Contudo, nem sempre isso é possível. Nesse caso, pode-se reproduzir
a informação já citada por outros autores. Deve ser evitado ao máximo citar a
informação que não foi obtida da fonte primária (original). Entretanto, ocorre, muitas
vezes, que o livro está esgotado e não se encontra facilmente em bibliotecas. Neste
caso é permitida a citação indireta devidamente referenciada. Quando usamos
uma citação de “segunda mão”, devemos indicá-la através do uso da expressão
apud, que significa “citado por”.

Exemplo:
A pesquisa surge no momento em que se toma consciência de um problema
e nos sentimos impelidos a buscar sua solução. (MONDOLFO apud SANTOS,
2005, p. 171.

Ao fazermos as citações, devemos ter o cuidado de indicar as fontes consultadas


(textos, palestras, anotações de aula, conferências, páginas na internet etc.).

Vamos entender melhor isso?!

IMPORTANTE!
Para a realização de qualquer trabalho
acadêmico, normas de formatação devem
ser seguidas, como: dimensão das margens,
espaçamento entre linhas no corpo do texto
e nas citações, tipo e tamanho da letra,
margem dos parágrafos, bem como a estrutura
dos elementos pré-textuais, textuais e pós-
textuais. Como você já sabe, a normalização
de trabalhos acadêmicos tem como base as
normas da ABNT. Muitos são os manuais
de normas que tornam mais acessível a
linguagem dessas normas à comunidade,
como é o caso do Manual de TCC da Unisuam,
que se encontra disponível no portal da
Instituição. Este manual deverá acompanhá-lo
durante todo o curso, como fonte de consulta
às normas vigentes.

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T1 Como fazer as referências bibliográficas?


O conjunto de elementos que permite a identificação do autor e do documento consultado,
no todo ou em parte, sejam impressos ou registrados em diversos tipos de materiais, é
chamado de referências.
O objetivo de uma referência é indicar a exata localização de todos os fatos, ideias, citações
e trechos que você consultou para fazer seu trabalho, além de dar o devido crédito ao autor.

Certamente, aqui, não temos a intenção de esgotar esse assunto, apenas dar algumas
orientações. Em relação às referências bibliográficas gerais, de livros, estas apresentam
alguns elementos essenciais dispostos na seguinte ordem e formatação:

Exemplo:
SOBRENOME DO AUTOR, Nome. Título do texto. n. ed. Cidade da publicação: Editora,
ano da publicação.

Observe que o título do texto está em negrito ou itálico; o subtítulo não deve ser destacado.
A edição somente deve ser colocada a partir da segunda edição. Verifique, também, que
indica(m)-se o(s) autor(es) pelo último sobrenome, em letras maiúsculas, seguido(s) do(s)
prenome(s) e outro(s) sobrenome(s), abreviados ou não. Quando houver dois ou três autores,
os nomes devem ser separados por ponto e vírgula, seguidos de espaço e, quando existirem
mais de três autores, indica-se apenas o primeiro, acrescentando-se a expressão latina “et
al”, que significa e outros.

Exemplo:
ALTAMIRO, J. S. et al. A metodologia do ensino na graduação. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes,
1988. CORDI, CASSIANO et al. Para filosofar. 4. ed. São Paulo. Scipione, 1994.

Além dos elementos essenciais (autor, título, local de publicação, editora, ano de publicação),
podem ser acrescentados alguns elementos complementares, por exemplo, número de
edição, nome completo do tradutor (se for um texto traduzido), o número de páginas (após
o ano de publicação, seguido por um “p.” e espaço) ou de volumes (havendo mais de um:
após o ano de publicação, seguido de “v.” e espaço). Tanto os elementos essenciais quanto
os complementares variam conforme o tipo de material (livros, revistas, jornais etc.).

As referências bibliográficas
devem ser apresentadas, ao
final do trabalho, em ordem
alfabética e cronológica.
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As referências bibliográficas podem agregar textos de naturezas variadas, não apenas


publicações impressas como livros, revistas, jornais, mas também publicações em outros
formatos como CD-ROM, sites, arquivos de vídeo, de áudio, em CD e DVD, enfim, tudo o que
possa ser utilizado como fonte de pesquisa. Para cada formato, no entanto, há especificidades
no que tange às referências bibliográficas. Por isso é fundamental conhecer e consultar as
normas sempre que não souber fazer a referência de um material.

Você deve saber que se apropriar de textos de outros autores, além de não ser ético, é crime
contra a propriedade intelectual, tipificado no Código Penal, art. 184 e §§; Lei nº 6.895, de
17.12.1980. Assim, tenha sempre em mente que um trabalho acadêmico deve ser norteado
por parâmetros de ética (conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um
indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade) e de honestidade intelectuais, não
deixando de mencionar a(s) fonte(s) utilizada(s) em seus trabalhos.

A coleta de CONCLUSÃO
dados de uma Há vários tipos de pesquisa. Ela pode ser classificada quanto
aos objetivos, se é exploratória, descritiva ou explicativa.

pesquisa é Também quanto aos procedimentos técnicos adotados:


documental, bibliográfica, experimental, estudo de caso

feita através
etc. E ainda quanto à abordagem da pesquisa: qualitativa,
quantitativa ou quanti-qualitativa.

de várias
Não existem restrições acerca do tipo de pesquisa a ser
desenvolvido, já que a escolha dependerá das necessidades
específicas de cada estudo. Porém, sempre é bom, antes

técnicas ou
da realização de uma pesquisa, pensar na sua viabilidade
em termos de custos, tempo e capacitação do pesquisador.
Por exemplo, uma pesquisa exploratória e experimental

instrumentos
demandará muito mais tempo do que uma pesquisa descritiva
e bibliográfica. Por isso, a importância da elaboração de um
cronograma, para que as etapas de realização da pesquisa
sejam distribuídas em um tempo executável.

A coleta de dados de uma pesquisa é feita através de várias


técnicas ou instrumentos: documental, bibliográfica, entrevista,
questionário, observação, formulário, diário de campo.

Saiba mAIS As orientações sobre a qualidade dos textos de natureza


científica e acadêmica são ditadas pela Associação Brasileira
Saiba como fazer as referências bibliográficas de Normas Técnicas (ABNT). Dentre as orientações,
do seu trabalho, consultando o documento destacam-se a organização de citações e de referências.
Manual de TCC da Unisuam, no portal da
Unisuam. Ou você pode visitar o site
Encerramos aqui a nossa disciplina "Metodologia do
<http://www.leffa.pro.br/textos/abnt.htm#5.9.1> Trabalho Acadêmico e Científico". Esperamos que o
conhecimento posto durante essas quatro Unidades seja
Nele, encontrará uma orientação geral sobre um caminho para que você aprofunde seus conhecimentos.
como elaborar citações e referências com base
Acreditamos que os primeiros passos foram dados, os
nas normas da ABNT.
demais dependem de você! Parabéns por chegar ao fim da
disciplina e até a próxima!

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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