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BOMBAS

Segundo Falco (1989) uma bomba, nada mais é que, uma máquina operatriz
hidráulica que despende energia, em forma de velocidade, pressão ou ambas, ao
fluido com a intenção de leva-la do ponto A para o B, tal energia cedida pode ser
descoberta analisando o bocal de sucção e descarga e comparando-os com os
trinômios de Bernoulli. Elas são geralmente operadas por motores elétricos ou de
combustão que converte uma parte da energia mecânica em hidráulica, essa parte
que fora cedida é considerada a eficiência da bomba.

Classificação das bombas

As bombas se ramificam em dois grupos principais distintos.

a) Bombas de deslocamento positivo – Macintyre (1997) define esse tipo de


bomba como uma máquina que possui uma ou mais cavidades com um
propulsor que força o escoamento do líquido desde a sucção até a descarga
da bomba. Elas podem ser divididas em subcategorias vistas abaixo:
 Alternativas que podem ser de pistão ou diafragma;
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Figura 1 - Bomba alternativa de pistão


Fonte: https://www.goconqr.com/c/81798/course_modules/126309-bombas-
alternativas#.

 Rotativas que podem ter somente um rotor ou vários rotores.

Figura 2 - Bomba rotativa de lóbulos

Fonte: https://www.diman.com.br/manutencao-bombas-rotativas.
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Turbobombas – São conhecidas em sua maioria como bombas centrifugas mesmo


que possuam mais outras duas subclasses e, segundo Guaycochea (1991), o
componente principal delas é o rotor, pois ele que despende energia ao fluido. Essas
máquinas podem ser verticais ou horizontais e seus rotores ditam a subclassificação
das turbobombas.

 Os rotores axiais, como o nome diz, desloca o fluido no sentido axial,


ou seja, perpendicular à sua linha de centro. São utilizados em bombas
axiais.
 Rotor radial, desloca o fluido com mais eficiência no sentido radial e
são utilizados em bombas centrífugas.
 Rotor misto desloca o fluido tanto de forma axial quanto de forma
radial, dependendo especialmente da angulação de suas pás.

Figura 3 – Exemplo de turbobomba

Figura 4 – Tipos de rotores

Fonte: https://www.ruhrpumpen.com/en/products/overhung-pumps/crp-pump.

Fonte: http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/analise_dimensional.htm.
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Bombas centrífugas

As bombas centrífugas possuem duas peças únicas que a caracterizam: a


carcaça que comporta o fluido e o rotor que gera energia cinética que logo é
convertida em pressão devido ao desenvolvimento hidráulico da voluta. O efeito
centrífugo do rotor cria uma zona de baixa pressão e outra de alta pressão, a zona
de baixa pressão é localizada no olho do rotor e nas áreas mais externas das pás é
onde se encontra a zona com maior pressão, onde o fluido está prestes a ser
expelido pela voluta até a descarga.

A energia cinética que o rotor induz ao fluido depende especialmente de três


fatores que são a densidade do fluido, a velocidade de rotação e o diâmetro do rotor.
Para que esta máquina funciona perfeitamente a voluta precisa estar repleta de
fluido, este ato é chamado de escorva, e que com que o fluido chega ao olho do
rotor seja maior que a pressão negativa que é criada nessa zona, caso os
requerimentos anteriores não sejam atendidos esse equipamento possui chance de
cavitação.

A cavitação é um fenômeno hidráulico que ocorre quando a pressão que


chega no olho do rotor é menor que a pressão de vapor do fluido, isso faz com que o
líquido vaporize e crie bolhas de tamanho praticamente desprezível que se chocam
com as pás do rotor, o impacto gerará uma tensão altíssima podendo danificar o
equipamento prematuramente.

6.1.1. Tipos construtivos das bombas centrífugas


Segundo a API existem três tipos principais de tipo construtivo para as
bombas centrífugas. Essas classificações são as em balanço (OH), entre mancais
(BB) e as suspensas verticalmente (VS) que possuem subgrupos com variações
entre si.

A API 610 11th – 2010 define esses subgrupos conforme descrito abaixo:

 OH – Esse tipo construtivo tem o arranjo horizontal ou vertical, possui a


particularidade que o rotor está em balanço, causando mais esforços
no eixo da bomba, possuem simples estágio, ou seja, somente um
rotor e, como característica, possuem somente uma caixa de mancal
onde é escorado o eixo.

As subclasses dela são:


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OH1 – São caracterizadas as bombas que possuem pés abaixo da linha de


centro da bomba e possuem estágio único.

Figura 5 - Bomba tipo OH1

Fonte: https://www.ruhrpumpen.com/pt/produtos/bombas-em-balanco/crp.

Figura 6 – Bomba tipo OH2

OH2 – Seus pés são colineares com sua linha de centro, possuem estágio
único e são acoplados por acoplamento flexível.

Fonte: https://www.sulzer.com/pt-br/brazil/shared/products/prer-and-pretr-single-
stage-high-pressure-pumps.
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OH3 – Vertical, a sucção e a descarga são do tipo side-side, isso caracteriza


que a sucção é oposta a descarga no arranjo da voluta, possui estágio único, sua
caixa de mancal é separa da carcaça para minimizar os esforços e possui
acoplamento flexível.

Figura 7 – Bomba tipo OH3

Fonte: https://www.pumpworks.com/products/api/pwi-oh3oh4-in-line-pump/.

OH4 – Bem similar ao tipo OH3, com a única diferença que o acoplamento é
rígido.

Figura 8 – Bomba tipo OH4

Fonte: https://www.directindustry.com/pt/prod/clydeunion/product-102999-
1013581.html.

OH5 – Similar ao tipo OH3 e OH4, sua diferença é que ela não possui um
eixo próprio, o rotor é montado diretamente no eixo do motor.
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Figura 9 – Bomba tipo OH5

Fonte: https://www.ruhrpumpen.com/pt/produtos/bombas-em-balanco/spn.
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OH6 – Similar ao tipo OH5, porém apresenta uma caixa de engrenagens


integrada que aumenta consideravelmente sua rotação.

Figura 10 – Bomba tipo OH6

Fonte: https://vibropac.com.br/elementor-popup/bombas-centrifugas-api-610/.

BB – As bombas BB, ao contrário das OH e das VS possuem duas caixas de


mancal, uma na extremidade que será acoplada ao motor e outra na extremidade
que não será acoplada, isso faz com que o eixo fique bi-apoiado, minimizando os
esforços no eixo. Elas possuem um ou mais estágios, dependendo da pressão
requerida. Podem ser divididas de forma axial ou radial.

As subclasses dela são:

BB1 – As bombas desse tipo construtivo têm seus pés similares ao tipo
construtivo OH1, ou seja, possuem os pés abaixo da linha de centro. Podem ter um
ou dois estágios e são divididas de forma axial.
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Figura 11 – Bomba tipo BB1

Fonte: https://www.gouldspumps.com/pt-BR/Products/3610/.

BB2 – Seus pés são comparáveis ao tipo OH2, sendo eles colineares com a
linha de centro da bomba, são divididas radialmente e possuem um ou dois estágios.

Figura 12 – Bomba tipo BB2

Fonte: https://www.sulzer.com/pt-br/brazil/shared/products/bbs-and-cd-between-
bearings-single-stage-pumps.

BB3 – As bombas BB3 são divididas axialmente, possuem multiestágios, seus


pés comumente são levemente acima da linha de centro da descarga e da sucção.
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Figura 13 – Bomba tipo BB3

Fonte: https://www.ruhrpumpen.com/pt/produtos/bombas-entre-mancais/sm.

BB4 – Possuem carcaça simples, radialmente divididas, multiestágios.

Figura 14 – Bomba tipo BB4

Fonte: https://www.directindustry.com/pt/prod/ruhrpumpen/product-38190-
1910870.html.

BB5 – Similares a BB4, porém possuem carcaça dupla, ou seja, seus estágios
são divididos entre suas carcaças.
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Figura 15 – Bomba tipo BB5

Fonte: https://www.gouldspumps.com/pt-BR/Products/7200CB/.

VS – Esse tipo de bomba é geralmente usado em poços, pois possuem uma ou


várias colunas que ao fim se encontra o bombeador que é a bomba por si só. As
colunas são encaradas como tubulação de recalque. Essas bombas podem ter um
ou mais estágios atendendo a pressão requerida.

As subclasses dela são:

VS1 – Carcaça simples com difusor, para direcionar o fluido corretamente.


Sua descarga é ligada a coluna por onde passa o fluido e contém seu eixo.
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Figura 16 – Bomba tipo VS1

Fonte: https://pt.made-in-china.com/co_mwpump/product_API610-Standard-Vs1-
Vertical-Petrochemical-Centrifugal-Pump_rshguryyg.html.

VS2 – Carcaça simples com dupla voluta e descarga ligada a coluna. Sua
dupla voluta permite que esse tipo de bomba tenha uma vazão dividida entre suas
volutas, diminuindo a pressão requerida no olho do rotor.

Figura 17 – Bomba tipo VS2


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Fonte: https://pt.made-in-china.com/co_mwpump/product_API610-Standard-Vs1-
Vertical-Petrochemical-Centrifugal-Pump_rshguryyg.html. Acesso em 04 set. 2020.

VS3 – Possui uma carcaça simples com um fluxo puramente axial, ou seja, limita a
pressão para priorizar a vazão.

Figura 18 – Bomba tipo VS3

Fonte: https://pt.made-in-china.com/co_haishipumps/product_Vertical-Axial-Flow-
Impeller-Pumps-VS3-_rgsrrhung.html.

VS4 – Essa bomba vertical é, praticamente, uma OH1 ou OH2 na vertical, ou


seja, ao contrário das mencionadas anteriormente o eixo da bomba não tem contato
direto com o fluido bombeado. Possui carcaça simples e seu peso é suportado pelos
rolamentos do motor.

Figura 19 – Bomba tipo VS4


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Fonte: https://www.omel.com.br/nossos-produtos/bombas-centrifugas/hdr/hdr-vs4/.

VS5 – Similar a VS4, porém seu conjunto girante é suportado pelo rolamento
da própria bomba.

Figura 20 – Bomba tipo VS5

Fonte: https://www.bedu.eu/products/Vertical+sump+pumps/RCV+pump+series.

VS6 – Bem similar a bomba do tipo VS1, com a única diferença que, ao invés
de a bomba ser inserida em um poço, nesse caso a bomba tem seu próprio
reservatório, onde este é preenchido a partir da sucção da bomba.

Figura 21 – Bomba tipo VS6

Fonte: https://www.flowserve.com/en/products/pumps/vertical-pumps/double-case-
pumps/double-case-pumps-vpc.
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VS7 – Similar a bomba do tipo VS6 por possuir um reservatório próprio,


porém, ao invés de ser uma bomba do tipo VS1 inserida em seu poço próprio seria
uma bomba do tipo VS2.

Figura 22 – Bomba tipo VS7

Fonte: https://www.flowserve.com/en/products/pumps/vertical-pumps/double-case-
pumps/vertical-double-case-qlc-and-qlqc.

Tipo construtivo BB3


Bomba entre mancais, possui múltiplos rotores, isso faz com que a pressão
diferencial seja altíssima, podendo chegar até a 3000 mca, pois, a cada estágio que
o fluido passa ele ganha uma energia a mais em forma de pressão.

Sua distribuição de bocais é side-side, ou seja, a sucção é oposta a descarga


e ambas são localizadas na lateral do equipamento. Para drenar tal bomba é
necessário de mais de um dreno, pois sua geometria complexa da voluta não possui
somente um ponto mais abaixo.
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Figura 23 – Bomba do tipo construtivo BB3

Fonte: API 610 11° edição-2010. Acesso em 21 ago. 2020.

As bombas BB3 podem ser comparadas com duas bombas: As BB4 e as


BB5. Em relação com as bombas BB4, as bombas BB3 possuem faixas de pressão
e vazão similares, porém as bombas BB4 são mais indicadas quando o fluido
bombeado não apresenta nenhum perigo real aos operadores ou funcionários que
ficarão próximos, pois as bombas BB4 possuem uma chance de vazar bem maior
que as bombas do tipo BB3, isso faz com que as bombas BB3 sejam mais usadas
em operações com periculosidade, como fluidos que contem H2S, hidrocarbonetos
com o ponto de fulgor baixo etc. As BB5 possuem vazão e pressão bem superiores
às BB3, isso implica num custo maior, por isso que, dependendo do ponto requerido
as bombas BB3 possuem o custo x benefício mais atrativo.

Conjunto moto-bomba

O conjunto moto-bomba nada mais é que todos os componentes necessários


para que a bomba realize o seu trabalho, ou seja, ela necessitará do motor para
transformar a energia elétrica ou térmica em energia mecânica e girar o eixo da
bomba. Também precisará do acoplamento, para unir o eixo das duas máquinas e
transmitir o torque.
As bombas possuem também, montada juntamente com elas, equipamentos
de vedação, tais como gaxeta e selo mecânico. As bombas tipo API possuem mais
comumente os selos mecânicos devido a periculosidade do fluido bombeado, o que
na maioria das vezes ressecaria a gaxeta e as inutilizaria. Esses selos podem ou
não possuir planos de selagem, alguns deles servem para injetar o fluido bombeado
ou um fluido externo no selo mecânico para lubrificar e trocar calor com o eixo,
outros impedem que particulados entrem entre o selo mecânico e o eixo, evitando
assim danos em ambos, e também existem os que são usados para controle.
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Todos os itens anteriores precisam ser suportados em um local


apropriadamente projetado para tal trabalho e esse item seria a base. Ela tem como
função principal suportar o conjunto e será instalada no campo do usuário final.

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