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Máquinas de

fluxo

MÁQUINAS DE FLUXO – CCE1588

Aula 4 - Características de funcionamento e


Associação de Bombas

AULA 11: INFLUÊNCIA DA


Curvas Características de Bombas

Máquinas de Fluxo
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Obtenção da Curva Característica de Uma Bomba

Curvas caracteristicas das bombas são representações gráficas que


traduzem o funcionamento da bomba.

São obtidas simulando diversas alturas manométricas com diferentes vazões


para determinação dos parâmetros de potência absorvida e eficiência da
bomba.

Máquinas de 3
As curvas são traçadas da seguinte
forma, conforme esquema apresentado,
considera-se:

• A pressao de sucção no flange de


sucção da bomba;
• A pressão de descarga no flange de
descarga da bomba;
A bomba tem diâmetro de rotor
conhecido;
• Existe uma válvula controladora de
vazão após a boca de recalque da
bomba;
• Existe um medidor de vazão para
fornecer os valores da vazão.

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1 - Coloca-se a bomba em funcionamento, com a válvula de descarga
totalmente fechada (Q = 0); determina-se a pressão desenvolvida pela
bomba, que será igual a pressão de descarga menos a pressão de
sucção.
Com essa pressão diferencial, obtem-se a altura manométrica
desenvolvida pela bomba, através da equação:

𝑷𝒅−𝑷𝒔
𝐇=
𝜸

Essa altura é normalmente conhecida como altura no "shut-off",


ou seja, altura desenvolvida pela bomba correspondente a
vazão zero, a qual chama-se de H.

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2 - Abre-se parcialmente a válvula, obtendo-
se, assim, uma nova vazão, determinada
pelo medidor de vazão, a qual chama-se
de Q1 Vazão (Q) Altura (H)
Q0 H0
Depois, procede-se de maneira análoga
à anterior, para determinar-se a nova Q1 H1
altura desenvolvida pela bomba nesta H2
Q2
nova condição, a qual chama-se de H1
Q3 H3
3 - Abre-se um pouco mais a válvula,
obtendo-se, assim, uma vazão Q2
uma altura H2, da mesma forma que as
anteriormente descritas.

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4 - Continuando o processo algumas vezes, obtem-se outros pontos
de vazão e altura, com os quais plota-se em um gráfico, onde, no
eixo das abcissas ou eixo horizontal, tem-se os valores das
vazões e, no eixo das ordenadas ou eixo vertical, os valores das
alturas manométricas.

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Normalmente, os fabricantes
alteram os diâmetros de rotores
para um mesmo equipamento,
obtendo-se assim a curva
característica da bomba com
uma família de diâmetros de
rotores, como mostrado na
figura ao lado.

Máquinas de 8
TIPOS DE CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS

Curva tipo estável ou tipo rising

Dependendo do tipo de bomba, da largura dos


rotores, da quantidade de pás dos rotores, do ângulo
de inclinação dessas pás, as curvas características
das bombas, também chamadas de curvas
características do rotor, podem se apresentar de
várias formas.

Neste tipo de curva, a altura aumenta continuamente


com a diminuição da vazão.

A altura correspondente a vazão nula é de cerca de


10 a 20 % maior do que a altura para o ponto de
maior eficiência.

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TIPOS DE CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS

Curva tipo inclinado acentuado ou tipo “steep”

Nessa curva, a altura produzida com a vazão zero


é menor do que as outras correspondentes a
algumas vazões.

Nesse tipo de curva, verifica-se que, para


alturas superiores ao shut-off, dispõe-se de
duas vazões diferentes para uma mesma altura.

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TIPOS DE CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS

Curva Tipo Plana ou Tipo Flat

Curva Tipo Instável

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QUESTÃO de Curvas de Bombas e Sistema (UFRJ)

BOMBA

Q (GPM) 0 100 200 300 400

H (ft) 150 146 137 121 102

(%) 0 40 60 68 (MÁX) 55

GPM = Galões por Minuto


ft = feet = pés
SISTEMA

Q (GPM) 0 100 200 300 400

H (ft) 100 104 115 134 160

Determinar vazão, head, eficiência e potência do ponto de trabalho da


bomba contra o sistema:

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a) Operando a 3500 rpm, sem alteração do sistema.

Através do programa Excel, foram plotadas as curvas características da


bomba e do sistema, assim como a eficiência da bomba.

O ponto de trabalho (vazão, head e eficiência) é obtido a partir do ponto


em que as duas curvas se interceptam.

Também é possível obter os respectivos valores através de uma


interpolação.

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CCI  Curva Característica da Instalação
160 160

150 150
146
140
137
134
130
126,9
H (ft)
120 121 BOMBA
115 SISTEMA
110
104
102
100 100

90
0 50 100 150 200 262,9
250 300 350 400 450
Q (GPM)
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Curva da Eficiência

80

70
68
60
Eficiência (%)

50

40

30

20

10

0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Q (GPM)

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Máquinas de 16
Extremamente Importante

Máquinas de
Problema em Excel

Com os dados da tabela abaixo, criar o gráfico das curvas, determinar a equação de
cada uma das curvas e mostrar o ponto de operação da instalação utilizando o
Excel
               
Q (m³/s) 0 10 20 30 40    
H(Bomba) (m) 120 155 158 129 68    
H(Sistema) (m) 70 55 70 115 190    
formato da informação para o problema (de alunos)  
           
Q (m³/s) 0 10 20 30 40
H(Bomba) (m) 120 155 158 129 68
           
           
           
Q (m³/s) 0 10 20 30 40
H(Sistema) (m) 70 55 70 115 190

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Bomba
H Q H = -0,16Q² + 5,1 Q + 120
120 0 120
155 10 155
158 20 158
129 30 129
Equações da Altura
68 40 68
em função das Vazões,
fornecidas pelo Excel
Sistema
H Q H = 0,15Q² - 3Q + 70
70 0 70
55 10 55 Sugiro que repitam este
70 20 70 problema no Excel
115 30 115
190 40 190

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Gráfico CCI : Vazão x Altura

200
f(x) = − 55.0592090700877 ln(x) + 298.023796607107
180 f(x) = 0.15 x² − 3 x + 70
Q operação = 32 m³/s
160
f(x) = − 0.16 x² + 5.1 x + 120 H(Bomba) (m)
140 Logarithmic (H(Bomba)
(m))
120 Polynomial (H(Bomba) (m)) H operação = 120 m
Polynomial (H(Bomba) (m))
100
H(Sistema) (m)
80 Polynomial (H(Sistema)
(m))
60

40
Sugiro que repitam este
20
problema no Excel
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

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c) Operando a 3200 rpm, sem alteração do sistema.

𝟑𝟐𝟎𝟎 𝑯 ′ 𝑵 ′ 𝟐 𝑵′ 𝟐
( ) ( ) ( )
𝟐
𝑸′ 𝑵 ′ ′ 𝑵′ ′ ′ ′ 𝟑𝟐𝟎𝟎
= → 𝑸 =𝑸 → 𝑸 =𝑸 = → 𝑯 =𝑯 →𝑯 =𝑯
𝑸 𝑵 𝑵 𝟑𝟓𝟎𝟎 𝑯 𝑵 𝑵 𝟑𝟓𝟎𝟎

( )
′ 𝟑

( ) ( )
𝑷𝒐𝒕 𝑨𝑩𝑺 ′ 𝑵 ′ 𝟑 ′ 𝑵 ′ 𝟑𝟐𝟎𝟎
𝟑

= → 𝑷𝒐𝒕 𝑨𝑩𝑺 = 𝑷𝒐𝒕 𝑨𝑩𝑺 → 𝑷𝒐𝒕 𝑨𝑩𝑺 =𝑷𝒐𝒕 𝑨𝑩𝑺 𝜼 =𝜼
𝑷𝒐𝒕 𝑨𝑩𝑺 𝑵 𝑵 𝟑𝟓𝟎𝟎

BOMBA
Q (GPM) 0 91,43 182,86 274,29 365,71
H (ft) 125,39 122,04 114,52 101,15 85,26
(%) 0 40 60 68 (MÁX) 55

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Mais uma vez, através do programa MS Excel, foram plotadas as curvas do sistema, da bomba
operando a 3500 RPM e da bomba operando a 3200 RPM.
O novo ponto de operação é determinado pela interseção da nova curva da bomba
(3200 RPM) com a curva do sistema.
160

150

140

130
H ( ft)

120
BOMBA (3500 RPM)
110 BOMBA (3200 RPM)
SISTEMA
100

90

80
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Q (GPM)

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𝜸 𝑸𝑯 𝟖𝟏𝟎× 𝟗 ,𝟖𝟏× 𝟎,𝟎𝟏𝟐× 𝟑𝟒, 𝟔𝟑
𝑷𝒐𝒕 𝑨𝑩𝑺 = = → 𝑷𝒐𝒕 𝑨𝑩𝑺 =𝟓 ,𝟔 𝒌𝑾 =𝟕, 𝟓 𝑯𝑷
𝜼 𝟎 , 𝟓𝟗

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Aplicações
 
Não existe um critério único que conduza claramente a um tipo de bomba.

Na verdade, deve-se analisar os diversos parâmetros ou critérios de seleção e


escolher aquele tipo que melhor atenda aos requisitos mais importantes do sistema
em consideração.
 
Velocidade Específica (Ns)
Para valores de velocidade específica calculados, temos:

Ns Tipo de bomba

Ns < 500 Bomba volumétrica

500 < Ns <2000 Bomba centrífuga

2000 < Ns < 4200 Bomba do tipo Francis

4200 < Ns < 9000 Bomba de fluxo misto

Ns> 9000 Bomba axial


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A velocidade específica (Ns) é um índice adimensional de projeto, que identifica a
semelhança geométrica de bombas.

É usada para classificar os rotores de acordo com seus tipos e proporções.

Bombas de mesmo Ns, mas de tamanhos diferentes, são consideradas geometricamente


semelhantes, mesmo sendo uma bomba um tamanho múltiplo da outra.

A velocidade específica é calculada no ponto de melhor eficiência da bomba com rotor


de diâmetro máximo.

Ela é expressa matematicamente pela seguinte equação:

Onde:
Ns
n (rpm) – Rotação da Bomba
Q (m³/h)– Vazão da Bomba
H (m) – Altura manométrica por estágio
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Para rotores duplos, a vazão total deve ser dividida por dois, no cálculo da velocidade
específica.

A velocidade específica identifica aproximadamente a relação aceitável entre o diâmetro


do olho do rotor, (D1) e o diâmetro máximo do rotor (D2) em um impulsor bem projetado.

A velocidade específica também é usada no dimensionamento de uma bomba nova


por ampliação de escala de uma bomba menor de mesma velocidade específica.

O desempenho e construção da bomba menor são usados para predizer o


desempenho e modelar a construção da nova bomba.

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• Características do líquido

Uma viscosidade até 500 SSU é compatível com as turbobombas.

Acima deste valor é necessária uma análise comparativa e quanto maior a


viscosidade maior a tendência para bombas volumétricas.

 
Líquidos com sólidos em suspensão ou substâncias pastosas operando com
bombas centrífugas normalmente exigem rotores abertos.

As bombas centrífugas são limitadas à aplicações com no máximo 5 % de gás em


volume, enquanto que as axiais podem chegar a 10%.

SSU = Second Saybolt Universal


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A viscosidade é definida como a resistência que um fluido oferece ao seu próprio
movimento.

É uma propriedade característica de líquidos e de gases.

Quanto menor for a viscosidade, maior será a sua capacidade de fluir.

O valor inverso da viscosidade é designado por fluidez.

Num fluido em movimento, a viscosidade é a relação entre a tensão de corte e o


gradiente de velocidade.

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No SI de unidades, exprime-se em Pascal . segundo (Pa . s);
no sistema CGS exprime-se em Poise (símbolo P), sendo 1 Poise = 1 dina. s/cm2.

Note-se que existem duas características designadas correntemente por viscosidade.

A viscosidade atrás definida, que é a viscosidade absoluta, viscosidade dinâmica ou


simplesmente viscosidade; representa-se geralmente pelo símbolo η (eta).

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A outra característica é a chamada viscosidade cinemática, que não é mais do que a
viscosidade dinâmica a dividir pela densidade do fluido e representa-se pelo
símbolo 𝛎 (nu) e exprime-se em m2/s.

Por ser uma unidade muito grande, não é utilizada; é mais utilizada uma unidade
chamada Stokes (St), que corresponde a 1 cm2/s.

O significado físico da viscosidade cinemática é o da resistência apresentada por um


fluido em fluir, sob a influência da força de gravidade.

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Conversão:

1 cP (Centipoise) = 1 cSt (Centistoke) x Densidade


Os valores da viscosidade são obtidos em aparelhos denominados por viscosímetros.

A viscosidade dos plastificantes é em geral medida em viscosímetros do tipo capilar ou


de orifício.

Em qualquer deles, determina-se a viscosidade cinemática.

Em geral determina-se o tempo necessário para uma determinada quantidade de fluido


se escoar, a determinada temperatura, através de um orifício de características capilares
ou de um simples orifício.

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Um dos métodos de ensaio de viscosidade muito utilizados é o método
SSU – Second Saybolt Universal.

A medida da viscosidade é obtida em segundos, mas pode converter-se noutras


unidades.
Tabela de Conversão de Unidades de Viscosidade
Ao lado , parte de Centipoise
uma Tabela de (cP)
ou
Poise
Centistoke
s
Stokes
Saybolt
Universal
(P) (St)
Conversão de milipascal
(mPa)
(cSt) (SSU)

Unidades de 1 0.01 1 0.01 31


Viscosidade: 2 0.02 2 0.02 34
4 0.04 4 0.04 38
7 0.07 7 0.07 47
Nota:
10 0.10 10 0.10 60
*Valores da Tabela para uma
15 0.15 15 0.15 80
densidade do material igual a 1 20 0.20 20 0.20 100
25 0.24 25 0.24 130
   1 cP (Centipoise) = 1 cSt 30 0.30 30 0.30 160
(Centistoke) x densidade 40 0.40 40 0.40 210
50 0.50 50 0.50 260
60 0.60 60 0.60 320
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Mas, muito aproximadamente, pode calcular-se a equivalência SSU em cSt, pelas
expressões:

Para valores de SSU (Second Saybolt Universal) inferiores a 100:


cSt (centiStokes) = 0,226 x SSU – (195/SSU)

Para valores de SSU (Second Saybolt Universal) superiores a 100:


cSt (centiStokes) = 0,220 x SSU – (135/SSU)

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Normas de ensaio:

ISO 2909:2002 – Petroleum products – Calculation of viscosity index from kinematic viscosity.
ISO 3104:1994 – Petroleum products – Transparent and opaque liquids – Determination of kinematic
viscosity and calculation of dynamic viscosity.
ISO 3104:1994/Cor 1:1997
ASTM D88 – 07 – Standard Test Method for Saybolt Viscosity.
ASTM D7042 – EN-Standard Test Method for Dynamic Viscosity and Density of Liquids by Stabinger
Viscometer (and the Calculation of Kinematic Viscosity)

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• Comportamento quanto à vazão

Turbobombas operam em regime permanente sendo por isto as preferidas em


operações de processamento nas indústrias de petróleo e petroquímica.

Sua vazão pode ser alterada mediante mudanças como fechamento parcial de válvula de
descarga.

• Rotativas operam em regime praticamente permanente.


• Alternativas operam com vazões pulsáteis.

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• Características do sistema

Algumas características do sistema podem levar à utilização de determinado


tipo de bombas.
São exemplos disto as limitações de espaço ou restrições quanto à sucção,
favorecendo o uso de bombas verticais.

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• Tipo de aplicação e experiências anteriores

Em algumas situações a escolha da bomba já é consolidada pela experiência de


casos anteriores.

São exemplos disso a utilização de bombas centrífugas nas instalações de


bombeamento d’água e derivados claros de petróleo, de bombas de engrenagem
no sistema de lubrificação de grandes máquinas, de bombas de engrenagens ou
de parafusos em bases de transporte de produto viscoso e de bombas
alternativas em campos de produção de petróleo.

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Características de funcionamento

Curva característica de um encanamento


(CCI = Curva Característica da Instalação)

Representando (Fig. 7.1) uma instalação de bombeamento, cuja altura


estática (desnível do líquido) seja he e, num gráfico (Fig. 7.2) na mesma
escala, a curva característica de uma bomba.

Sabe-se que a altura útil de elevação é dada por (Eq. 3.15)

𝐯𝟐 𝟐
𝟐 − 𝐯𝟎
𝐇𝐮 =𝐡 𝐞 + 𝐉 𝐚 + 𝐉 𝐞 + =𝐡 𝐞+ 𝐉
𝟐𝐠

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sendo J a soma das perdas de carga sofridas pela unidade de peso do
líquido que percorre o encanamento com a variação da energia cinética do
líquido em sua passagem pela bomba.

A experiência mostra que as perdas de carga variam praticamente com o


quadrado da velocidade e, portanto, com o quadrado da descarga, quando
não há alteração no encana­mento.  
Pode-se então escrever

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Linha Piezométrica

he = h a + h r
V.R. = Válvula de Retenção
R.G. = Válvula de Gaveta

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A função J = f(Q2) pode ser representada
por uma curva de formato parabólico,
tendo para eixo de simetria o das
ordenadas.
Ao se desenhar essa curva com seu
vértice distando he da origem, tem-se a
represen­tação gráfica de H; em função
de Q, indicando o valor da energia que é
necessário fornecer a 1 kgf do líquido
para que escoe através do encanamento,
vencendo o desnível he todas as
resistências passivas oferecidas pelo
encanamento, e saia com a energia
cinética resultante da velocidade v3 com
que penetrou no encanamento vindo da
bomba.
Máquinas de Fluxo
Essa curva é denomi­nada "curva
característica do encanamento ou do
sistema" ou simplesmente "curva do
encanamento ou do sistema porque de
fato caracteriza as condições de
escoamento no encanamento.
Na prática, é costume traçar-se essa
curva em função da altura
manométrica H e não de Hu.

Ela determina qual o valor da altura


representativa da diferença de pressões
que deve existir entre a saída e a
entrada da bomba para se obter uma
desejada descarga ao longo de um
encanamento dado.
Máquinas de Fluxo
Em outras palavras, ela permite determinar
quais as condições
(valores de Q e H) com as quais uma
bomba ligada a um dado encanamento irá
funcionar.

Esses valores caracterizam o "ponto de


funcionamento da bomba que é
"o ponto "P" de equilíbrio natural do
sistema bomba-encanamento.

É também chamado de "ponto de trabalho


da bomba".

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Para marcar os pontos da curva do encanamento, calculam-se
os valores de J para um certo número de valores da descarga e somam-se
esses valores à altura estática de elevação he.
 
Percebe-se que, quando o nível dos reservatórios de aspiração e de recalque
varia, he muda, e, portanto, os valores de Q e de H, com os quais a instalação
funcionará.

Por isso é conveniente determinar o ponto P para as situações extremas de


nível do líquido nos reservatórios.

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Regulagem das bombas atuando no registro

 Seria desejável que o ponto P correspondesse


ao rendimento máximo da bomba, o que
equivale a dizer que Qp (descarga para o ponto
de funcionamento) fosse o Q normal.

 A descarga Qp correspondente ao registro todo


aberto é a máxima com que o sistema pode
funcionar, porque, para descargas maiores, a
energia Hu ou H, fornecida pela bomba, é
insuficiente para vencer o desnível e as
resistências da tubulação (he + J).

Com o registro, pode-se regular a descarga


apenas para valores menores que Qp
Máquinas de Fluxo
Se for fechada parcialmente o registro, a
descarga baixará, por exemplo, para o
valor QM

Nessas condições, a energia fornecida


pela bomba será superior as resistências
do encanamento.

A sobra de energia EM entretanto, se


perde por turbulências no registro
e no interior da própria bomba.

Há um gasto inútil de energia devido a


essa perda EM e isso explica o baixo
rendimento M
da bomba quando funciona com descarga
inferior ao seu "valor normal".
Máquinas de Fluxo
Assim, quanto menor for a descarga, tanto maior será o dispêndio
inútil de energia.
 
Portanto, com o registro parcialmente fechado, a descarga cai para o
valor QM, e a altura manométrica aumenta, pois o ponto de funcionamento
P se desloca para M.
 
Apesar dos inconvenientes que apresenta, esse processo de regulagem
da descarga por meio do registro é largamente aplicado devido à sua
simplicidade e à complexidade dos outros recursos mais aconselháveis,
mas apenas quando se pretender descarga inferior à máxima compatível
com a instalação.

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Regulagem pela variação da velocidade
 
Esta solução alcança os melhores resultados, pois, variando a velocidade,
consegue-se que o par de valores H e Q se mantenha sobre a curva de
melhor rendimento da bomba.
 
É empregado quando a bomba é movida por motores de corrente contínua,
cuja velocidade pode ser facilmente modificada pela variação do campo
eletromagnético, obtido com um reostato.

Em bombas acionadas por turbinas a vapor, há também reguladores


automáticos que conseguem o mesmo resultado.

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Para motores de corrente alternada, empregam-se, em instalações de certo
porte, os variadores de velocidade hidrodinâmicos ou hidrocinéticos
e magnéticos, ou motores de características especiais com equipamentos
também especiais que são tratados capítulo 15 "Operação com as
turbobombas“ do livro “Bombas e Instalações de Bombeamento” de
Archibald Macintyre.
(incluído como aula , neste curso !)

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Suponha-se que a bomba gire com n3 rpm, fornecendo uma descarga
Q3, ligada a um encanamento cuja curva característica C foi traçada (Fig. 7.3).

Se for desejado que a descarga aumente para Q1 por exemplo, deve-se atuar
sobre o dispositivo que regula o número de rotações da bomba, que passará a
ser n1.

Nestas condições, o novo "ponto de funciona­mento da bomba" será B.

É claro que a potência que o motor deve fornecer aumentará na proporção


estudada em “Variação da potência com a descarga, aula 11”.

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Certas instalações industriais e elevatórias de água ou de esgotos, pelo
caráter variável da descarga, encontram, nesse recurso de variação do
número de rotações da bomba, a solução para, com a mesma bomba e
automaticamente, conseguirem que a bomba forneça a descarga necessária.
 

Máquinas de Fluxo
Aspectos Gerais das Curvas Características das Bombas

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Observações

Bombas axiais : trabalham com grandes vazões e pequenas alturas manométricas.

Bombas centrífugas : trabalham com pequenas vazões e grandes alturas manométricas.

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Funcionamento da bomba fora da
condição de Rendimento Máximo

Sabe-se que, para um determinado par de valores de Q e H, denominados


valores normais, a bomba opera com máximo rendimento.

Entretanto, muitas vezes a mesma é solicitada a funcionar com valores


diferentes de Q e H, como se acabou de analisar.

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Vários inconvenientes podem então ocorrer, dentre os quais
serão destacados os seguintes:
 
- Diminuição do rendimento
 
Observa-se que quanto menor a descarga, menor será o rendimento, embora
o aumento acima da descarga normal ocasione o mesmo problema.

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- Aumento do empuxo axial
 
Os dispositivos (Cap. 13- Macintyre) para equilibrar o empuxo axial perdem
muito e sua eficiência quando a bomba opera com descarga reduzida.  

 - Aumento do empuxo radial


 
O empuxo radial, resultante da desigualdade de distribuição das pressões na
voluta, conquanto possa ser bastante reduzido usando-se voluta dupla (Fig.
10.30), ocorre sempre nas bombas de voluta, e o valor máximo se verifica para
a condição de shutoff (registro fechado), com o líquido recirculando na
bomba.  

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- Irregularidade no escoamento dos filetes à entrada e saída do rotor
 
Para descargas reduzidas ocorrem fluxos secundários de recirculação à
entrada do rotor, fenômeno conhecido como "surge hidráulico” capaz de
provocar vibrações, ruído e danos ao rotor.

A saída do rotor pode ocorrer


“vórtice de recirculação”
conforme sugere a
Fig.7.3a.
 

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- Elevação da temperatura na bomba
 
O próprio líquido que circula pela bomba, em geral, remove o calor gerado
pelo atrito entre as peças em contato, o calor do atrito hidrodinâmico do
líquido confinado em espaços reduzidos e o calor proveniente dos mancais,
sejam eles de deslizamento ou de rolamento.

 Quando a bomba opera com vazões reduzidas, o resfriamento pode não ser
suficiente, podendo portanto ocorrer superaquecimento; redução da vida das
gaxetas e dos selos mecânicos, danos aos mancais, eixos e dispositivos de
balanceamento hidráulico longitudinal do eixo.

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Auto-estudo (slides 59 a 81)
Para impedir que ocorram esses inconvenientes, deve-se controlar a descarga
mínima aceitável, recorrendo-se a um sistema de recirculação controlada
automática.
 
Algumas das soluções que têm sido adotadas:

1ª) Sistema de recirculação contínua


 
Consiste num by-pass contendo uma placa de orifício, que permite o retorno
de parte do líquido para o reservatório de onde a água é bombeada.

A placa de orifício é dimensionada de modo que o orifício dê passagem à


descarga de recirculação que impeça o superaque­cimento da bomba
(Fig. 7.3b).

Máquinas de Fluxo
O inconveniente desta solução é que obriga a um superdimensionamento da
bomba e do motor, pois ocorre sempre uma recirculação pelo by-pass,
mesmo nas condições normais, quando a descarga demandada na operação
já seria suficiente para manter a bomba em temperatura aceitável.

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2ª) Sistema de recirculação por meio de medição da descarga
É o processo empregado quando as bombas operam com pressões muito
elevadas.
 A válvula existente no by-pass é acionada por um sistema de controle e
instrumentação que opera de acordo com a descarga que passa pela
bomba.
Em outras palavras: quando a descarga se aproxima do mínimo
recomendado pelo fabricante da bomba, a instrumentação que mede a
descarga atua no sentido de abrir a válvula de controle da recirculação
instalada no by-pass.

Máquinas de Fluxo
Máquinas de Fluxo
3ª) Sistema de recirculação automática
 
O líquido só circula pelo by-pass quando a descarga que passa pela bomba
se aproxima do valor mínimo recomendado pelo fabricante da bomba.
 
A Yarway do Brasil fabrica válvulas capazes de realizar automaticamente e,
em um único conjunto, a medição da descarga; a retenção do contrafluxo; a
redução da pressão no sistema de recirculação e o controle de recirculação.
A Fig. 7.3d mostra o esquema de uma instalação com recirculação automática
tal como proposta pela Yarway.

Máquinas de Fluxo
Máquinas de Fluxo
A recirculação automática pode ser obtida de duas maneiras:
 
a) com controle on/off (ligado/desligado), ou
 
b) com controle modulante.
 
Uma breve referência às válvulas de Yarway, sem os detalhes que constami
do folheto publicado por essa conceituada empresa.
 
- Recirculação automática com controle on/off
 
Este sistema é usado para proteger bombas centrífugas cuja descarga
mínima permitida é de 10 a 30% da descarga normal, e para pressões de até
210 kgf/cm².
A Fig. 7.3e mostra uma válvula Yarway para essa finalidade.

Máquinas de Fluxo
pág. 173
do Macintyre

Máquinas de Fluxo
A válvula abre o circuito de recirculação toda vez que a descarga
principal alcança valores próximos ao mínimo e o fecha toda vez que a
descarga atinge níveis seguros.

É empregada em instalações de elevada pressão para proteger bombas


centrífugas de processo, bombas de alimentação de caldeiras, bombas de
injeção em poços de petróleo etc.
 
Quando várias bombas descarregam em um "header" (barrilete) comum,
cada bomba deve ter sua própria válvula de proteção, a fim de evitar a
interferência de umas sobre as outras.

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- Recirculação automática com controle modulante
 
Quando, no processo, a bomba é solicitada a fornecer descargas com
valores inferiores a 30% da descarga normal, é recomendável que se adote
um sistema de controle modulante, para que a operação se realize com
maior suavidade e economia de energia.
 
A Fig. 7.3f mostra como varia a vazão através da bomba quando o controle
da recircu­lação é do tipo on/off e do tipo modulante.

Máquinas de Fluxo
A válvula modulante Yarway (Fig. 7.3g) permite recircular descargas até
mesmo superiores a 50% da vazão total.

São empregadas para regular a estabilidade de bombas centrífugas de alta


rotação, pois este tipo de bomba tende a ser instável para descargas
inferiores a 50% do valor normal.

Também são usadas para proteger bombas para caldeiras de média


e baixa pressão, e bombas para gasolina, GLP, nafta, propano, metanol,
álcool, amônia, etc.

Máquinas de Fluxo
Máquinas de Fluxo
Máquinas de Fluxo
Estabilidade do funcionamento 

Considere-se uma bomba centrífuga bombeando água pelo fundo de um


reservatório, o qual alimenta uma rede distribuidora, como pode ocorrer nos
"castelos d'água" (Fig. 7.4a).

Na Fig. 7.4b acha-se representada uma curva característica sempre


decrescente de uma certa bomba e na Fig. 7.4e, uma curva com um máximo
em M, de outra bomba.

Máquinas de Fluxo
Ao se admitir, nesses dois casos para simplificar, que as perdas de carga no
encanamento são desprezíveis (nulas teoricamente), a curva característica
será a reta CD.
 
A Fig. 7.4d mostra a curva da primeira bomba e a característica do
encanamento, considerando, porém, as perdas de carga.

Máquinas de Fluxo
O raciocínio que se faz é válido quer se
considerem ou não as perdas de carga.
 
Se a descarga consumida na rede de
água QRD for constante, o regime de
funcionamento se fixará no ponto D
que define a altura do nível da água no
reservatório.
 
Se a rede absorver uma descarga inferior
a QRD o nível da água no reservatório
aumentará, e o novo ponto de
funcionamento será, por exemplo, F,
correspondente a uma altura
manométrica da bomba, maior que a
anterior.
Máquinas de Fluxo
Outra hipótese: o regime pode estabilizar-se em B (Fig. 7.4a).

A água bombeada é consumida na rede (QRD) e o nível fica estacionário em B.


 
Se o consumo for diminuído, o nível subirá, e o ponto de funcionamento
deslocar-se-á até o ponto E.

Se o tubo de aspiração não possuísse uma válvula de pé, produzir-se-ia


a partir desse momento um escoamento de retorno, de cima para baixo.

A bomba continuaria então a girar, mas sem que nenhuma descarga a


atravessasse para ir ao recalque, e a água contida na bomba iria aquecer-se,
com sérios inconvenientes.

Quando o consumo QRD da rede aumentar novamente, o nível da água baixará


e a bomba poderá bombear novamente.
Máquinas de Fluxo
Máquinas de Fluxo
Nas condições anteriores estudadas, o "ponto
de funcionamento" da bomba pode deslocar-
se ao longo de toda a curva característica e
acompanhar todas as variações do consumo:
o regime é estável.
 
No caso da Fig. 7.4c, enquanto o ponto de
funcionamento cai na parte descendente MI
da curva, tudo se passa como anteriormente:
o regime é estável.

Mas se a descarga na rede se tornar menor do


que QRM o nível da água no reservatório tende
a aumentar sempre (a reta CD sobe
deslocando-se paralelamente e atinge o
vértice M da curva da bomba) e a descarga da
bomba se anula bruscamente.
Máquinas de Fluxo
O ponto de funcionamento passa
bruscamente de M a G,
porque, à esquerda de M,
a altura manométrica da bomba diminui e
não é suficiente para vencer a altura
imposta pelo reservatório.

A bomba não pode, portanto, fornecer


qualquer descarga até que o nível do
reservatório baixe ao ponto I,
na mesma cota que G.

A partir daí, a bomba recomeça a


bombear, porém com uma descarga
maior, QRI  

Máquinas de Fluxo
Se esta descarga QRI, não for consumida
pela rede, o nível no reservatório sobe e
o processo recomeça.

Um manômetro colocado na boca de


recalque da bomba indica, portanto,
sucessivas variações de pressão de HI
a HM depois queda brusca de
HM a HG = HI

Máquinas de Fluxo
E esse fenômeno periódico que caracteriza a "pulsação" no
bombeamento.

A parte GM da característica situada à esquerda do ponto máximo M é


chamada "a zona de pulsação".

O trecho GI da curva se chama "região de funcionamento instável".


 
A amplitude do fenômeno depende evidentemente do desnível HM --- HG da
curva.

Sua frequência é função do valor relativo da descarga da bomba e da


capacidade do reservatório e será tanto maior quanto menor a capacidade
do reservatório.

Máquinas de Fluxo
É portanto desaconselhável o emprego da bomba com curva instável nesse
tipo de bombeamento em que a extremidade do encanamento de recalque
fica imersa no reservatório elevado.

Fim do Auto-estudo

Máquinas de Fluxo
Associação de Bombas Centrífugas
 
Em elevatórias de água ou esgotos e em inúmeras aplicações industriais,
o campo de variação da descarga e da altura manométrica pode ser
excessivamente amplo, para ser abrangido pelas possibilidades de uma
única bomba, mesmo variando a velocidade.

Recorre-se então a associações ou ligações de duas ou mais bombas em


série ou em paralelo.

Máquinas de Fluxo
As razões que levam a usar a associação de bombas são várias:

• Não existe uma bomba centrífuga que possa sozinha atender à vazão requerida;

• Há variação da vazão com o decorrer do tempo (aumento da população, por


exemplo, no período de alguns anos).

Neste caso, e interessante instalar uma ou mais bombas e, no decorrer do


tempo, instalar mais bombas;
• Não há bomba que atenda a altura manométrica requerida no projeto;

• Há casos em que ocorre variação no consumo (abastecimento de água) ou da


vazão afluente (sistema de esgoto) no mesmo período (dia).

As razões de associação de bombas são, portanto, de natureza técnico-comercial.

Máquinas de Fluxo
ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS EM SÉRIE
Em algumas aplicações , como por exemplo por condições topográficas ou
qualquer outro motivo, um sistema poderá exigir grandes alturas
manométricas , que , em alguns casos, poderá exceder às faixas de operação
de bombas de simples estágio.

Nesses casos , uma solução é a associação de bombas em série.


Esquematicamente , a associação em série se apresenta conforme o
esquema abaixo

Máquinas de Fluxo
É fácil notar que o líquido passará pela primeira bomba, receberá uma
certa energia de pressão, entrará na segunda bomba, onde haverá um
novo acréscimo de energia a fim de que o mesmo atinja as condições
solicitadas.

Também fica claro que a vazão que sai da primeira bomba é a mesma que
entra na segunda, sendo, portanto, a vazão em uma associação de
bombas em série, constante.

Pode-se concluir, dessa forma, que, quando associa-se duas ou mais


bombas em série, para uma mesma vazão, a pressão total (altura
manométrica) será a soma das pressões (altura) fornecidas por cada
bomba.

Máquinas de Fluxo
Para se obter a curva
característica resultante de duas
bombas em série, iguais ou
diferentes, basta somar as alturas
manométricas totais,
correspondentes aos mesmos
valores de vazão, em cada
bomba.

Por exemplo, verifique-se a


associação de duas bombas
iguais associadas em série:

Máquinas de Fluxo
Analise-se agora duas bombas diferentes associadas em série:

M-l

HiA

Máquinas de Fluxo
Entre os arranjos possíveis de instalação de bombas em série,
pode-se ter:

1)Motor com duas pontas de eixo, montado entre as bombas.


Para a maioria das bombas, isto não e possível de ser realizado, devido a
inversão do sentido de rotação para uma das bombas;

2)Motor normal acionando duas bombas, sendo a intermediária com duas


pontas de eixo (a bomba intermediária deve ter eixo passante e ser capaz
de transmitir torque às duas bombas);

3) Dois motores acionando cada uma a sua própria bomba.

Máquinas de Fluxo
Associação de bombas em série
Admita-se o caso de duas bombas, cujas
curvas características A e B são conhecidas.

As bombas são atravessadas


sucessivamente pela mesma descarga, e
cada uma fornecerá uma parcela de altura
total H.

A curva característica H = fn (Q), do conjunto


de bombas, será obtida somando-se, para
cada valor de Q, as ordenadas de H de cada
bomba.

As bombas poderão ser iguais ou não, e a


instalação deve ser feita de modo a fazer
funcionar qualquer número de bombas.
Máquinas de Fluxo Figura 7.5
Emprega-se este sistema quando se deseja variar de muito a altura
manométrica.

A descarga aumentará também conforme a Fig. 7.5 mostra.

Na instalação esboçada na referida figura dever-se-á ligar em primeiro


lugar a bomba A e só depois a bomba B, o que é intuitivo.

A bomba funcionará com QP e HA e a bomba B com QP e HB


 
O sistema é empregado quando a elevatória deve atender a reservatórios
em níveis ou distâncias diferentes ou a processamentos industriais onde
reservatórios sob pressões diferentes devam ser sucessivamente
abastecidos, ou ainda quando num processo houver condições de
pressão bastante diversas.

Máquinas de Fluxo
ASSOCIAÇÃO EM PARALELO

Duas ou mais bombas estão operando em paralelo quando recalcam


para uma tubulação comum, de modo que cada uma contribua com uma
parcela para a vazao total.

É interessante relembrar que bomba centrífuga vence as resistências


encontradas, isto é, o desnível geométrico estático mais as perdas de carga.

Dessa forma, quando operando em paralelo, todas as bombas terão a mesma


altura manométrica total ou, em outras palavras: para a mesma altura
manométrica as vazões correspondentes se somam.

Para traçar a curva resultante de uma associação de bombas em paralelo,


basta plotar para cada altura as vazões correspondentes, tantas vezes quanto
forem as bombas operando em paralelo.

Máquinas de Fluxo
Associação em paralelo

• Associação de duas bombas iguais em paralelo;


• Associação de bombas iguais com curva estável;
• Associação de bombas com curvas diferentes e estáveis;

• Associação e bombas iguais com variação da altura


geométrica/estática;
• Associação de bombas iguais com curvas instáveis.

Máquinas de Fluxo
ASSOCIAÇÃO DE DUAS BOMBAS IGUAIS EM PARALELO

Máquinas de Fluxo
Para exemplificar, tome-se como exemplo o esquema anterior, onde
temos duas bombas iguais operando em paralelo, recalcando para uma
linha comum que leva o líquido do reservatório de sucção para o
reservatório de descarga
Nota-se ainda que as duas bombas operarão com uma altura manométrica total.
Assim, do exemplo apresentado, podemos tirar algumas conclusôes:
1) A vazão total do 2) Quando as bombas estão 3) Se uma das bombas sair
sistema é menor operando em paralelo, há de funcionamento (por
que a soma das um deslocamento do razões, como, por
vazões das bombas ponto de operação de exemplo, manutenção,
operando cada bomba para a motivos operacionais
isoladamente; esquerda da curva etc.), a unidade que
(ponto). continua operando
Isso se acentua com o passará do ponto de
aumento de bombas em operação para o ponto
paralelo; de trabalho único.

Máquinas de Fluxo
No ponto de operação, teremos um NPSH requerido e uma potência
consumida maior que a do ponto de operação.

Observação:
Isso é válido para bombas centrífugas com rotores radiais.

Máquinas de Fluxo
 Associação de bombas em paralelo
 
Consiste a ligação em paralelo na disposição das tubulações de recalque de modo tal
que, por uma mesma tubulação, afluam as descargas de duas ou mais bombas
funcionando simultaneamente (Figs. 7.6 e 7.7).

Fig. 7.6 – ligação em paralelo de 3 bombas


Fig. 7.6 – ligação em paralelo

Máquinas de Fluxo
Analisando-se o que se passará neste caso, que é comum nas estações elevatórias de
águas e de esgotos e em muitas instalações industriais.
 
A curva característica da função f (Q,H) = 0, do conjunto de bombas, será obtida
somando-se, para cada valor de H, as abscissas de Q de cada bomba (Fig. 7.8).

Considere-se três bombas iguais e girando com o mesmo número de rotações.


 
Se não houvesse perdas de carga no encanamento, a descarga com três bombas seria o
triplo da de uma.

Máquinas de Fluxo
Máquinas de Fluxo
A curva característica do encanamento representado por C determina
os pontos P1 , P2 e P3 de funcionamento com uma, duas ou três bombas
funcionando simulta­neamente.

Máquinas de Fluxo
A curva característica de cada bomba, para a velocidade n, é a indicada por H = fn(Q1) e
corresponde ao funcionamento da instalação com uma só bomba.
 
Quando forem utilizadas duas bombas simultaneamente, teremos a curva H = fn(Q2) obtida,
duplicando os valores das abscissas, e, quando empregadas três bombas, a caracte­rística será a
curva H = fn(Q3) traçada, triplicando as abscissas.
 
As bombas deverão ser iguais, a fim de evitar correntes secundárias, no sentido das bombas de
maior potência para as de menor.  

Máquinas de Fluxo
O exame da Fig. 7.8 deixa ver que a descarga obtida com duas bombas
é menor que o dobro da fornecida por uma só bomba, e a resultante do funcionamento
simultâneo de três bombas é bem menor que o triplo da que corresponde a uma bomba,
como se pode ver pela curvatura da curva C do encanamento.
 
Generalizando, conclui-se que a descarga obtida com m bombas em paralelo é
menor do que m vezes o valor da descarga de uma das bombas funcionando
isoladamente e em análogas condições.

Chamando de Q3 a descarga com três bombas em paralelo, a descarga de cada bomba


será Q3  3 e não Q1.

Máquinas de Fluxo
Se a curva H = fn(Q1) for pouco inclinada e se o encanamento indicar acentuada perda de
carga, como ocorre com C, a associação em paralelo não apresentará vantagem
apreciável no aumento da descarga.

Além disso, cada bomba irá trabalhar com descarga muito abaixo de seu valor normal, o
que causará "cavitaçâo" e aquecimento excessivo.
 
Por essa razão, deve-se escolher bombas com curvas características bem alongadas.
 
As tubulações deverão ter diâmetros grandes para que a curva C não se apresente com
curvatura acentuada.

Máquinas de Fluxo
Também devem-se estudar com atenção as associações em paralelo
de bombas ligadas a instalações existentes, com encanamentos parcialmente
obstruídos pela ferrugem ou excessivamente longos, causas estas de curvatura
acentuada da curva característica do encanamento.
 
A variação da altura manométrica será tanto menor quanto menores forem as perdas de
carga no encanamento.

Como a altura manométrica resultante de um sistema de bombas em paralelo é maior do


que para uma bomba apenas, deve-se atender a essa circunstância
ao projetar a tubulação de recalque e calcular as flanges de ligação à bomba.

Esta observação se aplica igualmente às ligações de bombas em série.

Máquinas de Fluxo
Bombas diferentes em paralelo
Considere-se duas bombas (Fig. 7.9):
A com característica estável e B com característica instável, ligadas em paralelo.
 
A curva resultante das duas bombas é obtida, como já se viu, somando-se, para cada
valor da ordenada H, os valores correspondentes das abscissas Q.
 
Considere-se várias hipóteses.
 
a. A curva característica do encanamento passa pelo ponto C, para o qual
H = 25 m.
 
A bomba A fornece 30 L/s e a B, 27 L/s.
 
Em conjunto fornecem 57,51 L/s

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29

25

Máquinas de Fluxo
b. A curva característica passa pelo ponto D, e obtem-se uma descarga
Qtotal = 50 L/s ; a altura manométrica será de 29 m e as descargas serão:
 
Na bomba A: 27,5 L/s
Na bomba B: 22,5 L/s
 
c. A curva característica passa pelo ponto E.
A descarga cairá a 24 L/s.
A bomba A fornecerá toda a descarga, enquanto a bomba B não a fornecerá.

Portanto, para 24 L/s ou menos, como, por exemplo, para o ponto F, a bomba B ficaria
sem descarregar na linha, operando em shutoff, situação perigosa, mesmo que de curta
duração.

Máquinas de Fluxo
d. Suponha-se que a bomba B estivesse operando sozinha com a descarga
de 24 L/s (ponto G) e se ligasse à bomba A.

Esta bomba receberá a carga integral e porá fora de circuito a bomba B, mudando o
ponto de funcionamento de G para H sobre a curva do encanamento.

e. Se a bomba A estivesse operando sozinha para a descarga de 24 L/s ou


menos e se ligasse a bomba B, esta não teria condições de fornecer
qualquer descarga ao sistema; recairía-se no caso c.

Máquinas de Fluxo
f. Para descargas de menos de 34 L/s, tanto a bomba A quanto a B poderiam trabalhar
isoladamente, dependendo naturalmente do valor de H.
 
g. Para a descarga de 27,5 L/s e o ponto de funcionamento J, a bomba B
forneceria apenas 27,5 - 22,5 = 5 L/s e a A, 22,5 L/s.

Máquinas de Fluxo
Considere-se (Fig. 7.10) duas
bombas desiguais de
características I e II ligadas em
paralelo e alimentando um
reservatório por baixo.

A curva H = f(Q) resultante das


duas bombas é a curva III, obtida,
como se vê, somando-se as
abscissas da curva I às da curva II.
 
Se a curva do encanamento cortar
a curva III abaixo do ponto C
(correspondendo a uma altura
estática he), como acontece em D,
quando a altura estática é he1
as duas bombas fornecerão
descarga.
Máquinas de Fluxo
Máquinas de Fluxo
Cortando-se acima do ponto C, como,
por exemplo, em E,
somente a bomba I
fornecerá descarga ao encanamento.

A bomba II não sendo capaz de atingir a


altura manométrica H,
do sistema trabalhará com descarga
nula, com a água girando no rotor e
coletor, e produzindo aquecimento,
desde que exista válvula de retenção;
caso não houvesse esta válvula,
a bomba II
trabalharia em sentido inverso, com
"descarga negativa” como se costuma
dizer.
Máquinas de Fluxo
 
No caso da Fig. 7.10, vê-se o quanto
seria desaconselhável encher pelo
fundo um castelo d'água usando duas
bombas desiguais em paralelo.

Acima do nível F correspondente ao


valor he o sistema será abastecido
apenas pela bomba I com o
inconveniente apontado.

Máquinas de Fluxo
Auto-estudo (slides 113 a 123)
Correção das curvas
Considere-se a instalação de três bombas em paralelo, representada na
Fig. 7.11.
 
As bombas têm características diferentes, mas alturas manométricas
máximas aproxima­damente iguais.

Antes de se somar abscissas das curvas H = f(Q), faça-se o que se chama a


"correção da curva de cada bomba".

Isto significa que deveremos subtrair das ordenadas da curva característica


H = f(Q) as ordenadas correspondentes às perdas de carga desde a válvula
de pé até a junção da bomba com a tubulação de recalque, comum às três
bombas.

Máquinas de Fluxo
Máquinas de Fluxo
Assim, para a bomba I, subtrairíamos da curva H = f(Q) o segmento
CB, e ao ponto C' corresponderá o ponto B' da curva corrigida.

Fazendo-se o mesmo para vários pontos, poderemos traçar a curva H = f(Q)


corrigida.
 
Some-se as abscissas das curvas corrigidas das bombas I, II e III.

Ter-se-á assim, na Fig. 7.15, as curvas correspondentes às diversas


hipóteses de associação e os pontos de funcionamento respectivos, após
haver-se traçado a curva característica do encanamento de recalque a partir
da junção da bomba II.

Máquinas de Fluxo
Máquinas de Fluxo
Máquinas de Fluxo
Máquinas de Fluxo
Máquinas de Fluxo
Quando a curva do encanamento for pouco inclinada, isto é, quando as
perdas de carga forem reduzidas, é vantajosa a associação em paralelo,
porque há um aumento razoável da descarga.
 
Se houver acentuadas perdas de carga na linha, o aumento com duas ou
mais bombas em paralelo será pequeno e, portanto, pouco compensador.

É preferível instalar-se então duas ou três bombas diferentes, com as


capacidades para atender ao campo de demanda da descarga que for
previsto.
 
É o caso da Fig. 7.16 onde se acham representadas curvas características
de três bombas abrangendo uma larga faixa de descarga.

Com a bomba I, obtêm-se 63 L/s , com a bomba II, 82 L/s e


com a bomba III, 96 L/s
Máquinas de Fluxo
Máquinas de Fluxo
Se as perdas forem muito elevadas, pode-se optar pela solução do
emprego de motores com possibilidade de funcionar com duas rotações
(Fig. 7.17) obtidas com a comutação dos pólos.

Solução melhor ainda consiste em empregar variadores de velocidade


hidrodinâ­micos ou magnéticos e até mesmo motores de velocidade
variável que permitirão maior rigor no fornecimento da descarga
desejada.

Máquinas de Fluxo
Fim do Auto-estudo
Máquinas de Fluxo
Instalação Série-Paralelo
 
Pode-se executar uma instalação que permita fazer funcionar duas ou mais
bombas iguais, quer em série, quer em paralelo.

Consegue-se deste modo atender a uma ampla faixa de utilização tanto da


descarga quanto da altura manométrica (Fig. 7.18).
 
A Fig. 7.18 mostra o que sucede numa instalação de duas bombas capazes
de operar em série e em paralelo, e a Fig. 7.19 representa esquematicamente
a instalação.

Máquinas de Fluxo
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Sistemas com várias elevatórias série)
 
Quando se tem uma tubulação extensa, por
exemplo, horizontal (Fig. 7.20), sendo a
resistência devida apenas ao atrito,
teoricamente tanto faz grupar três bombas
no início da linha (Fig. 7.20) quanto colocá-
las espaçadas de intervalos iguais (Fig. 7.21),
pois a energia total é a mesma.

No primeiro caso, porém, a pressão no início


da tubulação de recalque, após a última
bomba seria três vezes maior do que no caso
das bombas espaçadas, o que obrigaria a
usar tubulação mais reforçada, e portanto
mais dispendiosa, e a verificar a resistência
da carcaça da bomba e seus flanges a uma
pressão considerável que teriam de suportar.
Máquinas de Fluxo
Na segunda hipótese as instalações e a operação custariam mais.

Vê-se, portanto, que é necessário um cuidadoso estudo técnico e económico do


sistema para uma opção criteriosa.
 
No caso de tubulações em terrenos acidentados, não se colocam elevatórias
espaçadas igualmente, mas devem-se dispor as mesmas de modo a impedir pressões
negativas (vácuos) e pressões excessivas ao longo da linha.

Máquinas de Fluxo
A Fig. 7.22 indica a melhor posição para uma elevatória intermediária B
que seria antes do ponto mais elevado do encanamento e não
necessariamente no meio da tubulação AC

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BOOSTERS
 
Booster é uma bomba que intercalada
em uma tubulação aumenta a energia
de pressão, auxiliando o escoamento
do líquido.

Uma "estação elevatória Booster" fica


portanto inter­posta numa adutora,
oleoduto ou outra linha importante, de
modo a compensar as perdas
de carga e manter aproximadamente
constante a descarga.
 
Nessa elevatória, a bomba é instalada
geralmente num by-pass, isto é, em
paralelo, devendo existir uma válvula
de retenção e um registro colocados
na linha alimentadora (Fig.7.23).
Máquinas de Fluxo
 
Antes de a bomba
funcionar, a descarga na
tubulação depende
exclusivamente da queda
topográfica Hg
ou seja, do desnível entre
os reservatórios.
(Registro R)

Máquinas de Fluxo
A bomba ao operar gera uma energia H que cria um "degrau" no
gradiente hidráulico, elevando-o.

Com o registro R fechado, a descarga toda passa através da bomba, qualquer que seja
o valor dessa energia gerada.
 
A descarga no caso do escoamento somente por ação da gravidade é proporcional a
mas, sob o efeito da energia (Hs + H), a descarga no booster e na tubulação é
proporcional a
 Tudo se passa então como se o efeito do booster fosse o de baixar o nível do
reservatório inferior de uma profundidade H, correspondente à energia que ele fornece.

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Booster com várias bombas em paralelo
Pode-se utilizar várias bombas em paralelo em instalações de boosters.
Na Fig. 7.24 acha-se esboçada uma instalação com quatro bombas.

Máquinas de Fluxo
Pesquisa e Auto-estudo (slides 134 a 150)
Tubulação de recalque com “distribuição em marcha”
 Admita-se (Fig. 7.25) uma elevatória em que a tubulação de recalque ao longo de sua
extensão forneça "em marcha" q litros por segundo por metro de encanamento.
 
Imagine-se, conforme propõe H. Addison para cálculo da perda de carga, que o
encanamento é percorrido por uma descarga fictícia Q' igual à descarga que chega ao
reservatório R aumentada de 55% da descarga distribuída.

Se for designarda por Q a descarga da bomba e L o comprimento, em metros, do


encanamento de recalque, a descarga distribuída é qL, e a descarga que chega ao final
é (Q - qL); a descarga fictícia será pois
 
Q' = Q - qL + 0.56 qL
Q' = Q - 0,45 qL

Máquinas de Fluxo
Tudo se passa então como se tivesse uma sangria localizada no
encanamento com a descarga (0,45 qL).

Pode-se deslocar a curva característica C do encanamento da abscissa


(0,45 qL) de modo a obter a curva C' que corta a característica da bomba
em P, que é o ponto de funcionamento da bomba.

A descarga que chega ao final é (Q - qL). A "descarga em marcha" na linha


de recalque faz, portanto, passar o ponto de funcionamento de P' para P,
aumentando a descarga de Q' para Q e diminuindo a altura manométrica
de H' para H.

Máquinas de Fluxo
Máquinas de Fluxo
Encanamento de recalque com trechos de diâmetros diversos
 
A Fig. 7.26 mostra que é suficiente somar-se as ordenadas das perdas de
carga correspon­dentes aos trechos de diâmetros 1 e 2 para obter a curva
característica geral do sistema.

Em seguida, obtém-se o ponto de funcionamento P, uma vez traçada a


curva característica da bomba.

Máquinas de Fluxo
Máquinas de Fluxo
Encanamento de recalque alimentando dois reservatórios
 
Pode-se pretender que uma mesma bomba recalque para dois reservatórios
em níveis e distâncias diferentes (Fig. 7.27).
 
Suponha-se que a bomba recalque para dois reservatórios C e B com
desníveis, respecti­vamente, de 20 e 30 m.

No ponto B é feita a bifurcação, de modo que a descarga Q se divide nas


descargas Q' e Q" nos dois ramais.

Máquinas de Fluxo
Traçam-se as curvas I, II e III das perdas de carga nos trechos BD, BC e AB.

A curva I é desenhada numa cota de 10 m acima da origem, pois o desnível


de B a D é de 10 m.
 
Deslocando-se a curva I paralelamente a si mesma, até encontrar a curva II,
tem-se a curva (I + II), cujas abscissas são a soma das dos pontos das
curvas I e II.
 
Traçando-se novamente as duas curvas I e II com origens, respectivamente,
em E e G, que correspondem às cotas livres do líquido em C e D.

Máquinas de Fluxo
Em seguida, soma-se às ordenadas da curva II os valores das ordenadas
correspondentes da curva III (do trecho AB); tem-se a curva IV (tracejada).
 
Deslocando-se a curva I como foi feito antes, o ponto G passará a coincidir
com F na curva II.

Somando-se à curva I' (que é a curva 1 deslocada) as ordenadas


correspondentes da curva III, obtem-se a curva V.
 
No ponto de encontro da curva V com a característica da bomba, acharemos
o ponto P de funcionamento da bomba nas condições estabelecidas:
Q = 52 m³/s e H = 47 m

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Na vertical do ponto P, tem-se o ponto P' na curva (I + II).

Traçando a reta horizontal PM, encontra-se as descargas

Q' = = 43 L/s e Q" = = 10 L/s nos dois ramais.


 
No ponto B da instalação, correspondente ao ponto P' e à ordenada M, vê-se que
deverá haver uma pressão manométrica de 12,5 m para atender à descarga
Q = 52 m³/s
 
Se o ponto P cair no trecho EF da curva II, o reservatório D irá alimentar o reservatório
C por gravidade, invertendo-se o escoamento no ramo BD.

Daí colocar-se uma válvula de retenção na base do trecho BD.


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Bomba enchendo um reservatório havendo uma descarga livre intermediária na linha
de recalque (fig. 7.28)
 
Suponha-se uma instalação de bombeamento do reservatório A para o reservatório B.

No recalque, existe uma derivação de onde se pretende "sangrar" uma descarga


Q = 5L/s
 
Traça-se primeiramente a curva característica para o trecho 1 (curva C1).

Marca-se a descarga Q2 a partir do eixo das ordenadas e obtém-se o ponto D.

A partir deste ponto, traça-se a curva C2 do trecho 3 do encanamento.

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Desloca-se, na vertical, o ponto D para D' sobre a curva C1 e
traça-se a partir da curva C1 a curva (C1 + C3) cujas ordenadas são (J1 + J2)

Obtém-se em P o ponto de funcionamento.

Por ele, traça-se a ordenada PE.

Ficarão determinadas as descargas Q1 (total) = 12,5 L/s


e Q3 (no reservatório B), igual a 7,5 L/s, uma vez que Q2 = 5 L/s já era conhecido

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Duas bombas em paralelo, em níveis
diferentes
 
Seja a instalação representada na
Fig. 7.29.

Pretende-se reforçar a descarga


fornecida pela bomba I que eleva água
do reservatório B ao reservatório D com
a instalação de uma outra bomba II,
utilizando água do reservatório A.

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Conhecem-se as curvas características
das bombas (curvas 1 e 2) [Fig. 7.30] e
calculam-se as perdas de carga nos
encanamentos, com os quais se traçam:
 
- Curva 3, das perdas de carga entre B e C.
 
- Curva 4, das perdas de carga entre A e C.
 
- Curva 5, das perdas de carga entre C e D.

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Vendo como se determinam as descargas das bombas.
Pode-se proceder da seguinte maneira (Fig. 7.30):
 
1. Desloca-se as curvas 3, 4 e 5 das perdas de carga para as alturas estáticas
correspondentes.
 
Obtém-se as curvas 3', 4' e 5', respectivamente.
 
2. Subtrai-se das ordenadas da curva 1 (da bomba I) as ordenadas da curva
4', e das ordenadas da curva 2 (da bomba II) as da curva 3' e obtém-se as
curvas 6 e 7.
 
3. Soma-se as abscissas das curvas 6 e 7, visto que as bombas estão em paralelo, e
obtém-se a curva 8.

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4. Os pontos X, Y e Z fornecem as descargas para a bomba II,
a bomba I e para ambas as bombas (I + II), respectivamente.

Para a bomba I apenas, a descarga será QI = 15 L/s

Para a bomba II apenas, a descarga será Qu = 11 L/s

Para as duas bombas (I + II), será QI + Qu = 22 L/s


 
Se não houvesse perda de carga no trecho CD, as curvas 5 e 5' seriam retas, paralelas
ao eixo das descargas, e estas teriam os valores Qd e Qp

Fim de Pesquisa e Auto-estudo

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Aula 5 - Golpes de Aríete

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