Você está na página 1de 8

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS

GERAIS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
LABORATÓRIO DE PROCESSOS QUÍMICOS E
FENÔMENOS DE TRANSPORTES

Turbina Pelton

Alunos: Amanda Alves Miranda,


Deborah Oliveira da Silva, Erick
Glycon Brito Chaves, Fernanda
Gomes Ferreira, Jade Alexandra Silva
Santos e Laura Lamounier Cardoso

Profa.: Dra. Marcela Rabelo Menezes


Vilela
1. Introdução
A Turbina Pelton é uma máquina de ação, de escoamento tangencial, que converte a
energia de uma corrente de fluido em energia mecânica passando a corrente do fluído
através de um sistema de pás fazendo as girar. Operam altas quedas e baixas vazões em um
sistema de injeção pode ser utilizada com um jato ou mais, sendo o controle de vazão
realizado na agulha e injetor; os jatos de água provenientes dos injetores, ao chocarem com
as pás do rotor, geram o impulso que faz com que a turbina se mova. Cada pá transmite a
força para o rotor somente por um curto espaço de tempo. A roda pode ser instalada na
horizontal ou na vertical, dependendo muito da dimensão da roda. Se for uma turbina de
grandes dimensões beneficiará se for horizontal, pois a água que cai das pás, depois de ter
embatido nestas, iria causar efeitos secundários potencialmente indesejados. É mais
adequada para grandes quedas úteis (entre os 350 m até 1100 m). Os maiores problemas
destas turbinas são dados devido à alta pressão com que a água se choca com as pás que,
devido a esta carga, as hélices correm o risco de sofrer fraturas por fadigas, motivo pelo
qual a roda é, normalmente, fabricada em única peça. Devido a turbina funcionar a partir de
3 pequenos jatos de água com grandes pressão, o formato das pás precisa ser muito bem
planejado para que esse pequeno fluxo de água seja bem aproveitado resultado em uma alta
eficiência.

2. Objetivos
2.1. Objetivo Geral
O objetivo geral deste trabalho é estudar e entender o comportamento de uma turbina
Pelton.
2.1. Objetivos Específicos
- Checar o projeto da turbina;
- Avaliar a potência efetiva da turbina,
- Avaliar a potência do jato da turbina,
- Avaliar o rendimento total da turbina.
3. Revisão bibliográfica
Para checar um projeto de uma turbina hidráulica, é necessário avaliar as condições de
uso da mesma. Uma forma de se verificar esse projeto na prática é avaliando-se o aumento da
vazão em função da demanda energética, que pode variar ao longo do tempo de acordo com a
demanda energética que pode variar ou até mesmo a escassez de água, diminuindo, portanto,
os reservatórios. Neste contexto, é necessário entender as curvas características de uma
turbina para conseguir alcançar a melhor condição de uso da mesma. As curvas mais
2
importantes a serem avaliadas são as de rendimento, potência efetiva e vazão aduzida em
função da rotação, mantendo-se constantes a altura da queda e a vazão. Para o cálculo da
potência efetiva, tem-se, de acordo com a equação01,
(01)
Onde,
N = potência mecânica (= potência efetiva (= Nef)) (kgf.m/s);
T = torque (kgf.m)
 = velocidade angular (rad/s).

Ajustando-se a equação 01, tem-se (Equação 02).


N=0,001708. F . n (02)
Onde,
N = potência mecânica (W);
F = força (N);
n = rotação (rpm).
A medida da vazão é feita através de um vertedouro triangular, onde, de acordo com a
equação 03,

Q = 1,4.H5/2.tg 2 (03)

Onde,
Q = vazão (m3/s);
H = altura da água passante sobre o vertedouro (m) medida a um ponto onde não haja
influência da perturbação da água;
 = ângulo do vértice do triângulo (sendo triângulo retângulo,  = 90º. Assim tan 90º não
existe). Assim, a equação para vertedouro com vértice de 90º (equação 04):
Q = 1,4.H5/2 (04)
Para a análise da potência do jato (distribuidor), sabe-se que, de acordo com a
equação05:

(05)
Onde,
Nj = potência do jato do distribuidor (kgf/s);
 = peso específico (kgf/m3);
Q = vazão (m3/s)
H = altura da lâmina d’água passante pelo vertedouro (m).
E por último, para a análise do rendimento total da turbina (), sabe-se que (Equação 06),
3
(06)

4. Metodologia
A metodologia deste trabalho está separada na análise de equipamentos e materiais e
nas etapas do procedimento experimental.
4.1. Equipamentos e materiais
Os equipamentos utilizados nessa prática estão instalados no Laboratório de
Fluidomecânicos da PUC Minas. Será utilizada a bancada Gilkes(Figura 01) para a execução
do procedimento experimental, onde:
1 – Turbina Pelton (rotação nominal: 1450 rpm, Nef: 0,3 kW, Q: 0,167 m 3/min, H:
18m, número de conchas: 16)
2 –Motor de acionamento dinamométrico;
3 – Medidor de força (freio dinamométrico);
4 – Manômetro (medidor de queda líquida);
5 – Régua calibrada medidora de vazão e altura manométrica;
6 – Medidor de rotação;
7 – Painel digital com visor de pressão, carga e rotação;
8 – Registro controlador de vazão;
9 – Reservatório de água inferior;
10 – Reservatório de água superior.

Figura 01 – Desenho esquemático da bancada Gilkesi

Fonte: Buonicontro, 2010


4.2 Procedimento experimental

4
Incialmente zerar o controle de rotação, fechar o registro de recalque (para evitar a
sobrecarga no motor), verificar se os ajustes do painel e também a escala medidora de vazão
estão zerados. Verificar se o braço do freio está corretamente assentado sobre o topo da célula
de carga.
Realização do teste para obtenção das curvas potência, eficiência e vazão em
função da rotação para queda líquida (H) e abertura do distribuidor () constantes
Acionar a chave do painel e ajustar a rotação da bomba até alcançar 1,2 bar (primeiro
girar tudo para a esquerda e somente depois girar para a direita). Fechar o freio (para a turbina
parar de girar) e também o distribuidor da turbina. Variar a abertura do distribuidor em 30, 60
e 100% da abertura (o ajuste será feito de acordo com a reguinha presente no distribuidor com
17 marcações) com a pressão ajustada em 1,2 bar (essa pressão simula a altura (H) da queda
d’água). Realizar o procedimento variando-se a rotação entre 200 a 1500 rpm, com passo de
cerca de 200 rpm (variar a rotação significa variar a força, simulando a variação da demanda
de energia). Após a anotar a última medida da célula de carga, aguardar cerca de 2 a 3
minutos (para a turbina se estabilizar) e a altura que a água está passando no vertedouro (H
manométrica) (medidas realizadas na régua acoplada à bancada). O controle da pressão será
realizado a partir da abertura e/ou do fechamento do freio da turbina. Após esse
procedimento, fechar o distribuidor, o freio totalmente, desligar a chave. Anotar os valores
na Tabela 01 e determinar a potência efetiva, a potência do jato e o rendimento total da
turbina.

5. Resultados e discussão
Tabela 01 – Dados extraídos da aula prática referentes a operação da bancada fixando-se a
pressão com a abertura do distribuidor em 30, 60 e 100%.

Fonte: Próprios autores

5
A partir desses dados foi possível construir os gráficos dispostos nas Figuras 02 a 05.

Figura 02 – Variação da potência efetiva (Nef) em função da demanda energética =


rotação(n ) para queda e abertura constantes da turbina Pelton.

Potência Efetiva x Rotação


30

25
Potência Efetiva (W)

20
30%
15 60%
90%
10

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Rotação (rpm)

Fonte: Próprios autores

Figura 03 – Variação do rendimento() em função da demanda energética (rotação) para


queda e abertura constantes da turbina Pelton.

Rendimento x Rotação
1.600
1.400
1.200
Rendimento (%)

1.000 30%
0.800 60%
90%
0.600
0.400
0.200
0.000
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Rotação (rpm)

Fonte: Próprios autores

Figura 04 – Variação da vazão de água (Q) em função da demanda energética


(rotação)para queda e abertura constantes da turbina Pelton.
6
Vazão Calculada x Rotação
0.0035
0.003
Vazão Calculada (m³/s)

0.0025
0.002 30%
60%
0.0015 90%
0.001
0.0005
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Rotação (rpm)

Fonte: Próprios autores

Analisar/discutir os gráficos gerados.


De acordo com a análise, em todas as aberturas a potência efetiva aumenta
proporcionalmente ao aumento da rotação, destacando que, com a abertura em 90%, a
potência é maior. Isso ocorre porque a energia mecânica da água é convertida em energia
elétrica através do movimento do rotor.
No caso do rendimento, constatou-se que as variações em função da rotação são
próximas nas aberturas 60% e 90%, sendo que o rendimento aumenta à medida que
aumenta a rotação. Em relação a abertura em 30%, observou-se que a variação é superior às
outras aberturas, alcançando o seu máximo rendimento em 800 rpm, e decaindo em
seguida. À medida que a rotação da turbina aumenta, chega um ponto em que o rendimento
realmente começa a diminuir. Isso ocorre porque a água não tem tempo suficiente para agir
sobre as pás do rotor e há perda de energia por atrito.
Em relação à vazão calculada, observou-se que todas as variações de água oscilaram
pouco à medida que se aumentou a rotação. Destaca-se que, em abertura 90%, a vazão é
superior à abertura 60%, que é superior à abertura 30%.

7
6. Conclusões
A partir dos estudos do relatório, foi possível cumprir com o objetivo de analisar a
relação da rotação da turbina com a potência efetiva, rendimento e vazão.
É importante destacar que a rotação ideal da turbina Pelton varia de acordo com a
vazão de água e a queda líquida disponível no sistema hidráulico. Portanto, é necessário
realizar análises precisas para determinar a rotação ideal da turbina e garantir a máxima
eficiência da geração de energia elétrica, levando em consideração que existe um limite
máximo de rotação para a turbina Pelton, acima do qual pode ocorrer danos mecânicos ao
equipamento. Por isso, a rotação da turbina deve ser sempre monitorada e ajustada
conforme necessário para evitar problemas de funcionamento e garantir a segurança
operacional.

Referências bibliográficas
BUONICONTRO, C. M. S. Laboratório de Fluidomecânicos: práticas de mecânica dos
fluidos, 2010.

FOX, Robert, W. et al. Introdução à Mecânica dos Fluidos, 9ª edição. Disponível em: Minha
Biblioteca, Grupo GEN, 2018.

Você também pode gostar