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INTRODUÇÃO
A cavitação é um fenômeno, por vezes, destrutivo que ocorre em máquinas de fluxo. Ele se
caracteriza pela formação de bolhas ou cavidades de vapor quando, ao longo do escoamento, o
fluido de trabalho atinge pressões estáticas abaixo da sua pressão de vaporização. Dessa
maneira, se a pressão externa à bolha for superior à sua pressão interna, ela se colapsa
(implode) produzindo fortes correntes de fluido, que podem provocar a erosão de partes
metálicas da máquina.
3. DESCRIÇÃO DO ENSAIO
4. RELAÇÃO DE MATERIAL
Figura 2: Sistema MFP 101 de treinamento em bomba centrífuga e turbina hélice da TecQuipment. [2]
5. LEIAUTE
Figura 3: Leiaute do Sistema MFP 101 de treinamento em bomba centrífuga e turbina hélice da TecQuipment. [2]
6. PROCEDIMENTO
1) Preparação inicial da bomba: realizar a escorva da bomba para evitar que seja
danificada por operação sem fluido;
2) Drenagem do ar acumulado nos tubos de medição de pressão para se obter medidas
precisas:
a. Abrir completamente as válvulas de entrada e de entrega;
b. Ajustar o controle de velocidade do dinamômetro universal para o
mínimo;
c. Ligar a chave principal no acionador de motor;
d. Desconectar os tubos de medição de pressão do display de pressão;
e. Aguardar cinco minutos para aquecimento e estabilização dos
equipamentos;
f. Pressionar o botão do display de pressão para zerar todas as leituras de
pressão;
g. Reconectar os tubos de medição de pressão ao display de pressão;
h. Pressionar o botão de iniciar no Acionador do Motor;
i. Operar o dinamômetro universal ajustando sua velocidade para
aproximadamente 2500 rpm;
j. Utilizar a linha de drenagem (Bleed Line) nas portas de drenagem (Bleed
Port) do display de pressão para drenar o ar acumulado dos tubos de
medição de pressão (processo de sangria);
k. Reduzir a velocidade da bomba de volta a zero (equipamento pronto
para uso).
3) Verificar se o dinamômetro da turbina e a turbina hélice estão corretamente
instalados;
4) Certificar que o display de pressão está medindo a pressão de entrada da turbina;
5) Abrir completamente as válvulas de entrada e entrega;
6) Ajustar as palhetas guias da turbina propulsora para uma abertura de 100%;
7) Desatarraxar o controle de ajuste de torque no dinamômetro da turbina até que o
freio de correia fique solto (nenhum torque);
8) Bater suavemente na lateral do dinamômetro da turbina e, em seguida, pressionar e
segurar o botão “press & hold to zero” para ajustar o torque para zero;
9) Pressionar o botão de iniciar no Acionador do Motor;
10) Ajustar a velocidade da bomba para 2100 rpm;
11) Ajustar lentamente o torque do dinamômetro da turbina até a turbina alcançar uma
velocidade de 400 rpm;
12) Conferir se a pressão de entrada é a mesma do passo 11 e reajustar a velocidade
da bomba caso necessário;
13) Utilizar o dinamômetro de turbina para reduzir o torque na turbina a fim de aumentar
a velocidade da turbina em passos de 100 rpm;
14) Conferir em cada passo se a pressão de entrada ainda é a mesma do passo 12;
15) Registrar todas as leituras em uma tabela em branco e no VDAS;
16) Observar a saída da turbina logo após o impulsor (nas condições corretas, será
visualizado um pequeno fluxo turbulento de bolhas deixando impulsor, bem como
um aumento de ruído da turbina);
17) Desatarraxar o controle de ajuste de torque no dinamômetro da turbina até que o
freio de correia fique solto (nenhum torque);
18) Reduzir a velocidade da bomba para zero;
19) Pressionar o botão de parada no Acionador do Motor.
7. TABELA DE DADOS
Na tabela abaixo podem ser visualizados alguns dados importantes para a realização dos
cálculos do ensaio.
Tabela 1: Tabela de dados com informações essenciais para a realização dos cálculos do ensaio.
8. TABELA DE MEDIDAS
P1 P4 Speed Power
-1
(bar) (bar) (rev.min ) (W)
0,26 0,27 401 14
0,26 0,27 505 16
0,26 0,27 604 16
0,27 0,27 702 16
0,27 0,27 804 14
0,27 0,27 905 13
0,27 0,27 1003 11
0,27 0,27 1109 10
0,27 0,27 1205 10
0,27 0,27 1307 8
0,27 0,27 1402 4
0,27 0,27 1464 1
Tabela 2: Variação de pressão no tubo Venturi, pressão de entrada na turbina, velocidade de rotação da turbina e
potência de eixo da turbina coletados manualmente.
P1 P4 Speed Power
(bar) (bar) (rev.min-1) (W)
0,26 0,27 401 14
0,26 0,27 505 16
0,26 0,27 604 16
0,27 0,27 704 16
0,27 0,27 804 14
0,27 0,27 905 13
0,27 0,27 1003 11
0,27 0,27 1109 9
0,27 0,27 1205 10
0,27 0,27 1307 8
0,27 0,27 1402 4
0,27 0,27 1463 1
Tabela 3: Variação de pressão no tubo Venturi, pressão de entrada na turbina, velocidade de rotação da turbina e
potência de eixo da turbina registrados pelo VDAS.
9. RESULTADOS
Inicialmente, para os dados coletados manualmente, foram calculadas, por meio das
equações abaixo, para cada velocidade de rotação da turbina, mantendo-se o ajuste das
palhetas guias em 100% e a pressão na entrada da turbina a 0,27 bar, a vazão volumétrica, a
potência hidráulica na turbina, a eficiência da turbina, a carga total da turbina, o número de
Reynolds, a velocidade específica da turbina e o coeficiente de Thoma. Os valores obtidos foram
registrados nas tabelas 4 e 5.
Tabela 4: Tabela com a vazão volumétrica (m³.s-1 e L.s-1), a potência hidráulica da turbina (W), a eficiência da turbina
(%) e a carga total da turbina (m.c.a.) referentes aos dados coletados manualmente.
Tabela 5: Tabela com o número de Reynolds, a velocidade específica e o coeficiente de Thoma referentes aos dados
coletados manualmente.
Os resultados dos cálculos realizados pelo VDAS se encontram nas tabelas 6 e 7.
Tabela 6: Tabela com a vazão volumétrica (m³.s-1 e L.s-1), a potência hidráulica da turbina (W), a eficiência da turbina
(%) e a carga total da turbina (m.c.a.) referentes aos dados registrados pelo VDAS.
Tabela 7: Tabela com o número de Reynolds, a velocidade específica e o coeficiente de Thoma referentes aos dados
registrados pelo VDAS.
Posteriormente, para os resultados obtidos a partir da coleta manual, foi plotado no Excel,
os gráficos da potência de eixo da turbina (W), da potência hidráulica (W), da eficiência (%) e da
altura de carga (m.c.a.) em função da velocidade de rotação da turbina (rpm), e o gráfico do
coeficiente de Thoma em função da velocidade específica. Os mesmos gráficos foram obtidos
no VDAS com base nos resultados registrados por ele.
Figura 6: Gráfico da potência de eixo (W), potência hidráulica (W), eficiência (%) e altura de carga (m.c.a) da
turbina em função da velocidade de rotação da turbina (rpm) referente aos coletados manualmente.
Coeficiente de Thoma em função da velocidade
específica
Coeficiente de Thoma 0,12
0,10
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 140,00 160,00
Velocidade Específica
Figura 7: Gráfico do coeficiente de Thoma em função da velocidade específica referente aos dados coletados
manualmente.
Figura 8: Gráfico da potência de eixo (W), potência hidráulica (W), eficiência (%) e altura de carga (m.c.a) da
turbina em função da velocidade de rotação da turbina (rpm) referente aos dados registrados pelo VDAS.
Figura 9: Gráfico do coeficiente de Thoma em função da velocidade específica referente aos dados registrados
pelo VDAS.
Por fim, realizou-se um teste de verificação da cavitação na turbina. Os dados coletados se
encontram nas tabelas abaixo.
Tabela 8: Tempo, variação de pressão no tubo Venturi, pressão de entrada na turbina, velocidade de rotação da turbina
e potência de eixo da turbina registrados pelo VDAS durante o teste de verificação da cavitação na turbina.
Turbine Flow Turbine Flow Turbine Turbine Altura de
Rate Rate Hydraulic Power Efficiency Carga
(m3.s-1) (L.s-1) (W) (%) (m.c.a.)
0,00239 2,39 67 1,5 2,9
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 53 1,9 2,3
0,00239 2,39 53 1,9 2,3
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
Tabela 9: Tabela com a vazão volumétrica (m³.s-1 e L.s-1), a potência hidráulica da turbina (W), a eficiência da turbina
(%) e a carga total da turbina (m.c.a.) referentes aos dados registrados pelo VDAS durante o teste de verificação da
cavitação na turbina.
Reynolds Velocidade Especifica Coeficiente de Thoma
1121284,8403 51,3897 0,1039
1120514,1978 76,8778 0,0862
1121284,8403 76,9306 0,0862
1122826,1253 68,7559 0,0910
1122826,1253 68,7559 0,0910
1122826,1253 77,0364 0,0861
1121284,8403 76,9306 0,0862
1119743,5553 76,8249 0,0862
1118202,2703 76,7192 0,0863
1117431,6278 76,6663 0,0863
1117431,6278 76,6663 0,0863
1117431,6278 76,6663 0,0863
1117431,6278 76,6663 0,0863
1117431,6278 76,6663 0,0863
1118972,9128 76,7720 0,0863
1119743,5553 76,8249 0,0862
1120514,1978 76,8778 0,0862
1119743,5553 76,8249 0,0862
1118972,9128 76,7720 0,0863
1117431,6278 76,6663 0,0863
1116660,9853 76,6134 0,0863
Tabela 10: Tabela com o número de Reynolds, a velocidade específica e o coeficiente de Thoma referentes aos dados
registrados pelo VDAS durante o teste de verificação da cavitação na turbina.
10. CONCLUSÕES
A eficiência de uma turbina possui relação intrínseca com sua velocidade de rotação.
Enquanto possui valor mínimo quando a rotação é nula ou máxima, para uma velocidade
mediana, denominada velocidade nominal, apresenta valor máximo. Como ao longo de todo o
procedimento a velocidade de rotação da turbina aumenta, sua eficiência tende a caminhar para
um valor mínimo, o que justifica a diminuição observada. Além disso, pela equação da eficiência
da turbina, como a eficiência diminui e a potência hidráulica permanece praticamente constante,
a potência de eixo tende a diminuir até um valor mínimo.
Também pode ser visualizado pelo gráfico do coeficiente de cavitação de Thoma em função
da velocidade específica, que o aumento do segundo provoca a diminuição do primeiro até atingir
um valor mínimo. Posteriormente, caso a rotação continuasse aumentando, o valor do coeficiente
tenderia a aumentar. Este valor mínimo corresponde àquele em que a perda de pressão é a mais
baixa e, consequentemente, tem a menor tendência a provocar a ocorrência da cavitação.
Quanto ao ruído do processo de cavitação, ele se deve ao colapso das bolhas formadas no
fluido quando a pressão estática se torna menor que a pressão de vaporização do fluido. O
barulho é semelhante ao provocado por grãos de areia. Observa-se que no procedimento não
foi possível ouvir claramente o ruído tendo em vista os ruídos gerados pelos equipamentos da
bancada. No entanto, com ajuda do estroboscópio, visualizou-se as bolhas de vaporização.
Além disso, por meio dos dados obtidos durante o teste de verificação da cavitação na turbina
e comparando-os aos resultados obtidos ao longo do procedimento para uma mesma rotação,
evidencia-se a cavitação pela queda de pressão na entrada da turbina, acompanhada da
diminuição da potência hidráulica e da sua altura de carga. Em outras palavras, há queda de
desempenho do equipamento, mesmo com um leve aumento da sua eficiência.
11. REFERÊNCIAS
[1] White, F. M., 2011, Mecânica dos Fluidos, Sexta Edição, Porto Alegre: McGraw-Hill
Education.
[4] Fox, R. W., Pritchard, P. J., McDonald, A. T., 2010, Introdução à Mecânica dos Fluidos,
Sétima Edição, Rio de Janeiro: LTC Ltda.