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1.

INTRODUÇÃO

A cavitação é um fenômeno, por vezes, destrutivo que ocorre em máquinas de fluxo. Ele se
caracteriza pela formação de bolhas ou cavidades de vapor quando, ao longo do escoamento, o
fluido de trabalho atinge pressões estáticas abaixo da sua pressão de vaporização. Dessa
maneira, se a pressão externa à bolha for superior à sua pressão interna, ela se colapsa
(implode) produzindo fortes correntes de fluido, que podem provocar a erosão de partes
metálicas da máquina.

Figura 01: Imagem ilustrativa do fenômeno da cavitação.

Há diferentes formas de se verificar a ocorrência da cavitação, entre elas: detecção de ruído


característico (semelhante a grãos de areia), vibração (o colapso das bolhas produzem
excitações aleatórias que podem alcançar as frequências naturais de vibração do equipamento),
observação visual de formação de bolhas, alterações no desempenho do equipamento
(variações na pressão de descarga), oscilações nas medições de corrente (a potência consumida
é função da pressão e da vazão, que variam com a cavitação), erosão do material e queda de
rendimento.

No projeto de dispositivos de fluxo, o engenheiro responsável deve se atentar a este


fenômeno devido a possibilidade de causar efeitos danosos ao equipamento. Uma das formas
de evitá-lo é fazer o fluido escoar com diferenças de cota e velocidades não tão elevadas,
capazes de manter a sua pressão superior a pressão de vaporização.
2. OBJETIVOS

O procedimento consiste em utilizar o sistema MFP 101 de treinamento em bombas


centrífugas e turbinas hélices, da TecQuipment, para determinar as curvas características
(potência de eixo, potência hidráulica, altura de carga e eficiência em função da rotação da
turbina, e coeficiente de Thoma em função da velocidade específica) a diferentes ajustes de
rotação da turbina. Além disso, analisar as causas e os efeitos do processo de cavitação na
turbina hélice.

3. DESCRIÇÃO DO ENSAIO

Para se alcançar os objetivos da prática, inicialmente serão feitas leituras da variação de


pressão no tubo Venturi, da velocidade de rotação da turbina e da potência de eixo da turbina a
partir dos dados indicados pelo display da bancada conforme se varia a velocidade de rotação
da turbina (em passos de 100 rpm) para uma mesma pressão de entrada e ajuste das palhetas
guias (100%). Estes dados serão registrados em uma tabela em branco e no sistema de
aquisição de dados que acompanha o equipamento para calcular a vazão volumétrica, a potência
hidráulica na turbina, a eficiência da turbina, a carga total da turbina, o coeficiente de vazão, o
número de Reynolds, a velocidade específica e o coeficiente de Thoma. Por fim, os resultados
obtidos nos cálculos serão utilizados para a plotagem das curvas características da turbina a
diferentes ajustes de rotação.

4. RELAÇÃO DE MATERIAL

Durante todo o procedimento, utilizou-se o Sistema MFP 101 de treinamento em bomba


centrífuga e turbina hélice da TecQuipment. Esta bancada é composta pelas seguintes partes
principais:

• Bomba centrífuga compacta;


• Reservatório de água;
• Suporte de instrumentos;
• Dinamômetro universal;
• Display digital de pressão;
• Medidor tipo venturi;
• Tubulação com válvulas;
• Sistema de aquisição de dados versátil (VDAS);
• Turbina hélice;
• Estroboscópio.
Na figura 2 pode-se observar uma imagem ilustrativa da bancada, bem como a indicação de
algumas partes mencionadas acima.

Figura 2: Sistema MFP 101 de treinamento em bomba centrífuga e turbina hélice da TecQuipment. [2]

5. LEIAUTE

Na figura 3 pode-se visualizar o leiaute do Sistema MFP de treinamento em bomba centrífuga


e turbina hélice da TecQuipment.

Figura 3: Leiaute do Sistema MFP 101 de treinamento em bomba centrífuga e turbina hélice da TecQuipment. [2]

Na figura 4 pode-se visualizar as conexões da tubulação e do display de pressão da bancada


de teste MFP 101.
Figura 4: Conexões da tubulação e do display de pressão da bancada de teste MFP 101. [2]

Na figura 5 pode-se visualizar as conexões elétricas da bancada de teste MFP 101.

Figura 5: Conexões elétricas da bancada de teste MFP 101. [2]

6. PROCEDIMENTO

Antes de iniciar o procedimento, deve-se atentar a utilização de dois equipamentos de


proteção individuais importantes para a realização do ensaio: óculos de proteção e protetor
auricular. Em seguida, deve-se seguir os seguintes passos:

1) Preparação inicial da bomba: realizar a escorva da bomba para evitar que seja
danificada por operação sem fluido;
2) Drenagem do ar acumulado nos tubos de medição de pressão para se obter medidas
precisas:
a. Abrir completamente as válvulas de entrada e de entrega;
b. Ajustar o controle de velocidade do dinamômetro universal para o
mínimo;
c. Ligar a chave principal no acionador de motor;
d. Desconectar os tubos de medição de pressão do display de pressão;
e. Aguardar cinco minutos para aquecimento e estabilização dos
equipamentos;
f. Pressionar o botão do display de pressão para zerar todas as leituras de
pressão;
g. Reconectar os tubos de medição de pressão ao display de pressão;
h. Pressionar o botão de iniciar no Acionador do Motor;
i. Operar o dinamômetro universal ajustando sua velocidade para
aproximadamente 2500 rpm;
j. Utilizar a linha de drenagem (Bleed Line) nas portas de drenagem (Bleed
Port) do display de pressão para drenar o ar acumulado dos tubos de
medição de pressão (processo de sangria);
k. Reduzir a velocidade da bomba de volta a zero (equipamento pronto
para uso).
3) Verificar se o dinamômetro da turbina e a turbina hélice estão corretamente
instalados;
4) Certificar que o display de pressão está medindo a pressão de entrada da turbina;
5) Abrir completamente as válvulas de entrada e entrega;
6) Ajustar as palhetas guias da turbina propulsora para uma abertura de 100%;
7) Desatarraxar o controle de ajuste de torque no dinamômetro da turbina até que o
freio de correia fique solto (nenhum torque);
8) Bater suavemente na lateral do dinamômetro da turbina e, em seguida, pressionar e
segurar o botão “press & hold to zero” para ajustar o torque para zero;
9) Pressionar o botão de iniciar no Acionador do Motor;
10) Ajustar a velocidade da bomba para 2100 rpm;
11) Ajustar lentamente o torque do dinamômetro da turbina até a turbina alcançar uma
velocidade de 400 rpm;
12) Conferir se a pressão de entrada é a mesma do passo 11 e reajustar a velocidade
da bomba caso necessário;
13) Utilizar o dinamômetro de turbina para reduzir o torque na turbina a fim de aumentar
a velocidade da turbina em passos de 100 rpm;
14) Conferir em cada passo se a pressão de entrada ainda é a mesma do passo 12;
15) Registrar todas as leituras em uma tabela em branco e no VDAS;
16) Observar a saída da turbina logo após o impulsor (nas condições corretas, será
visualizado um pequeno fluxo turbulento de bolhas deixando impulsor, bem como
um aumento de ruído da turbina);
17) Desatarraxar o controle de ajuste de torque no dinamômetro da turbina até que o
freio de correia fique solto (nenhum torque);
18) Reduzir a velocidade da bomba para zero;
19) Pressionar o botão de parada no Acionador do Motor.
7. TABELA DE DADOS

Na tabela abaixo podem ser visualizados alguns dados importantes para a realização dos
cálculos do ensaio.

Diâmetro na Entrada do Tubo Venturi (mm) 34,0


Diâmetro no Estrangulamento do Tubo
Venturi (mm) 20,0

Área na Entrada do Tubo Venturi (m²) 0,000908


Área no Estrangulamento do Tubo Venturi
(m²) 0,000314

Coeficiente de Descarga 0,97


Densidade da Água (kg/m³) 997,00
Viscosidade Dinâmica da Água (Pa*s) 0,001002
Diâmetro do Impulsor da Turbina (m) 0,086
Diâmetro do Impulsor da Bomba (m) 0,142

Tabela 1: Tabela de dados com informações essenciais para a realização dos cálculos do ensaio.

8. TABELA DE MEDIDAS

Nas tabelas abaixo podem ser visualizadas as medidas coletadas manualmente e as


registradas pelo VDAS para os diferentes ajustes de rotação da turbina.

 P1 P4 Speed Power
-1
(bar) (bar) (rev.min ) (W)
0,26 0,27 401 14
0,26 0,27 505 16
0,26 0,27 604 16
0,27 0,27 702 16
0,27 0,27 804 14
0,27 0,27 905 13
0,27 0,27 1003 11
0,27 0,27 1109 10
0,27 0,27 1205 10
0,27 0,27 1307 8
0,27 0,27 1402 4
0,27 0,27 1464 1

Tabela 2: Variação de pressão no tubo Venturi, pressão de entrada na turbina, velocidade de rotação da turbina e
potência de eixo da turbina coletados manualmente.
 P1 P4 Speed Power
(bar) (bar) (rev.min-1) (W)
0,26 0,27 401 14
0,26 0,27 505 16
0,26 0,27 604 16
0,27 0,27 704 16
0,27 0,27 804 14
0,27 0,27 905 13
0,27 0,27 1003 11
0,27 0,27 1109 9
0,27 0,27 1205 10
0,27 0,27 1307 8
0,27 0,27 1402 4
0,27 0,27 1463 1

Tabela 3: Variação de pressão no tubo Venturi, pressão de entrada na turbina, velocidade de rotação da turbina e
potência de eixo da turbina registrados pelo VDAS.

9. RESULTADOS

Inicialmente, para os dados coletados manualmente, foram calculadas, por meio das
equações abaixo, para cada velocidade de rotação da turbina, mantendo-se o ajuste das
palhetas guias em 100% e a pressão na entrada da turbina a 0,27 bar, a vazão volumétrica, a
potência hidráulica na turbina, a eficiência da turbina, a carga total da turbina, o número de
Reynolds, a velocidade específica da turbina e o coeficiente de Thoma. Os valores obtidos foram
registrados nas tabelas 4 e 5.

Equação 1: Cálculo da vazão volumétrica. [2]


Equação 2: Cálculo da potência hidráulica da turbina. [2]

Equação 3: Cálculo da eficiência da turbina. [2]

Equação 4: Cálculo da carga total da turbina. [2]


Equação 5: Cálculo do número de Reynolds. [2]

Equação 6: Cálculo da velocidade específica referente à potência. [2]

Equação 7: Cálculo do Coeficiente de Thoma. [2]


Turbine Flow Turbine Flow Turbine Turbine Altura de
Rate Rate Hydraulic Power Efficiency Carga
(m3.s-1) (L.s-1) (W) (%) (m.c.a.)
0,00234 2,34 63 22,1 2,8
0,00234 2,34 63 25,3 2,8
0,00234 2,34 63 25,3 2,8
0,00239 2,39 65 24,8 2,8
0,00239 2,39 65 21,7 2,8
0,00239 2,39 65 20,2 2,8
0,00239 2,39 65 17,1 2,8
0,00239 2,39 65 15,5 2,8
0,00239 2,39 65 15,5 2,8
0,00239 2,39 65 12,4 2,8
0,00239 2,39 65 6,2 2,8
0,00239 2,39 65 1,6 2,8

Tabela 4: Tabela com a vazão volumétrica (m³.s-1 e L.s-1), a potência hidráulica da turbina (W), a eficiência da turbina
(%) e a carga total da turbina (m.c.a.) referentes aos dados coletados manualmente.

Reynolds Velocidade Especifica Coeficiente de Thoma


309027,64 56,23 0,10
389174,46 75,70 0,09
465468,07 90,54 0,08
540991,04 105,53 0,07
619596,57 113,06 0,07
697431,46 122,64 0,07
772954,43 125,02 0,07
854642,53 131,80 0,07
928624,21 143,21 0,07
1007229,75 138,94 0,07
1080440,79 105,38 0,07
1128220,62 55,02 0,10

Tabela 5: Tabela com o número de Reynolds, a velocidade específica e o coeficiente de Thoma referentes aos dados
coletados manualmente.
Os resultados dos cálculos realizados pelo VDAS se encontram nas tabelas 6 e 7.

Turbine Flow Turbine Flow Turbine Turbine Altura de


Rate Rate Hydraulic Power Efficiency Carga
(m3.s-1) (L.s-1) (W) (%) (m.c.a.)
0,00234 2,34 63 22,2 2,8
0,00234 2,34 63 25,4 2,8
0,00234 2,34 63 25,4 2,8
0,00239 2,39 65 24,6 2,8
0,00239 2,39 65 21,5 2,8
0,00239 2,39 65 20,0 2,8
0,00239 2,39 65 16,9 2,8
0,00239 2,39 65 13,8 2,8
0,00239 2,39 65 15,4 2,8
0,00239 2,39 65 12,3 2,8
0,00239 2,39 65 6,2 2,8
0,00239 2,39 65 1,5 2,8

Tabela 6: Tabela com a vazão volumétrica (m³.s-1 e L.s-1), a potência hidráulica da turbina (W), a eficiência da turbina
(%) e a carga total da turbina (m.c.a.) referentes aos dados registrados pelo VDAS.

Reynolds Velocidade Especifica Coeficiente de Thoma


309027,64 55,37 0,10
389174,46 74,54 0,09
465468,07 89,16 0,08
542532,32 103,92 0,08
619596,57 111,02 0,07
697431,46 120,42 0,07
772954,43 122,76 0,07
854642,53 122,78 0,07
928624,21 140,62 0,07
1007229,75 136,42 0,07
1080440,79 103,48 0,08
1127449,98 53,99 0,10

Tabela 7: Tabela com o número de Reynolds, a velocidade específica e o coeficiente de Thoma referentes aos dados
registrados pelo VDAS.
Posteriormente, para os resultados obtidos a partir da coleta manual, foi plotado no Excel,
os gráficos da potência de eixo da turbina (W), da potência hidráulica (W), da eficiência (%) e da
altura de carga (m.c.a.) em função da velocidade de rotação da turbina (rpm), e o gráfico do
coeficiente de Thoma em função da velocidade específica. Os mesmos gráficos foram obtidos
no VDAS com base nos resultados registrados por ele.

Potência de Eixo (W), Potência Hidráulica (W), Eficiência (%) e


Altura de Carga (m.c.a) em função da Rotação da Turbina
(rpm)
70
65
60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
Rotação da Turbina (rpm)

Power Turbine Hydraulic Power


Turbine Efficiency Altura de Carga
Polinomial (Power) Polinomial (Turbine Hydraulic Power)
Polinomial (Turbine Efficiency) Polinomial (Altura de Carga)

Figura 6: Gráfico da potência de eixo (W), potência hidráulica (W), eficiência (%) e altura de carga (m.c.a) da
turbina em função da velocidade de rotação da turbina (rpm) referente aos coletados manualmente.
Coeficiente de Thoma em função da velocidade
específica
Coeficiente de Thoma 0,12
0,10
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 140,00 160,00
Velocidade Específica

Figura 7: Gráfico do coeficiente de Thoma em função da velocidade específica referente aos dados coletados
manualmente.

Figura 8: Gráfico da potência de eixo (W), potência hidráulica (W), eficiência (%) e altura de carga (m.c.a) da
turbina em função da velocidade de rotação da turbina (rpm) referente aos dados registrados pelo VDAS.
Figura 9: Gráfico do coeficiente de Thoma em função da velocidade específica referente aos dados registrados
pelo VDAS.
Por fim, realizou-se um teste de verificação da cavitação na turbina. Os dados coletados se
encontram nas tabelas abaixo.

Time  P1 P4 Speed Power


(s) (bar) (bar) (rev.min-1) (W)
0,0 0,27 0,28 1455 1
0,5 0,27 0,21 1454 1
1,0 0,27 0,21 1455 1
1,5 0,27 0,22 1457 1
2,0 0,27 0,22 1457 1
2,5 0,27 0,21 1457 1
3,0 0,27 0,21 1455 1
3,5 0,27 0,21 1453 1
4,0 0,27 0,21 1451 1
4,5 0,27 0,21 1450 1
5,0 0,27 0,21 1450 1
5,5 0,27 0,21 1450 1
6,0 0,27 0,21 1450 1
6,5 0,27 0,21 1450 1
7,0 0,27 0,21 1452 1
7,5 0,27 0,21 1453 1
8,0 0,27 0,21 1454 1
8,5 0,27 0,21 1453 1
9,0 0,27 0,21 1452 1
9,5 0,27 0,21 1450 1
10,0 0,27 0,21 1449 1

Tabela 8: Tempo, variação de pressão no tubo Venturi, pressão de entrada na turbina, velocidade de rotação da turbina
e potência de eixo da turbina registrados pelo VDAS durante o teste de verificação da cavitação na turbina.
Turbine Flow Turbine Flow Turbine Turbine Altura de
Rate Rate Hydraulic Power Efficiency Carga
(m3.s-1) (L.s-1) (W) (%) (m.c.a.)
0,00239 2,39 67 1,5 2,9
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 53 1,9 2,3
0,00239 2,39 53 1,9 2,3
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1
0,00239 2,39 50 2,0 2,1

Tabela 9: Tabela com a vazão volumétrica (m³.s-1 e L.s-1), a potência hidráulica da turbina (W), a eficiência da turbina
(%) e a carga total da turbina (m.c.a.) referentes aos dados registrados pelo VDAS durante o teste de verificação da
cavitação na turbina.
Reynolds Velocidade Especifica Coeficiente de Thoma
1121284,8403 51,3897 0,1039
1120514,1978 76,8778 0,0862
1121284,8403 76,9306 0,0862
1122826,1253 68,7559 0,0910
1122826,1253 68,7559 0,0910
1122826,1253 77,0364 0,0861
1121284,8403 76,9306 0,0862
1119743,5553 76,8249 0,0862
1118202,2703 76,7192 0,0863
1117431,6278 76,6663 0,0863
1117431,6278 76,6663 0,0863
1117431,6278 76,6663 0,0863
1117431,6278 76,6663 0,0863
1117431,6278 76,6663 0,0863
1118972,9128 76,7720 0,0863
1119743,5553 76,8249 0,0862
1120514,1978 76,8778 0,0862
1119743,5553 76,8249 0,0862
1118972,9128 76,7720 0,0863
1117431,6278 76,6663 0,0863
1116660,9853 76,6134 0,0863

Tabela 10: Tabela com o número de Reynolds, a velocidade específica e o coeficiente de Thoma referentes aos dados
registrados pelo VDAS durante o teste de verificação da cavitação na turbina.
10. CONCLUSÕES

Inicialmente, comparando-se os resultados obtidos a partir da coleta manual com os


realizados pelo VDAS, verifica-se a correspondência entre os cálculos, mostrando que o sistema
de aquisição de dados da bancada é extremamente eficiente e útil para a realização dos ensaios.

Quanto às curvas características estabelecidas quando se ajustou a rotação da turbina, nota-


se que à medida que a sua velocidade de rotação aumenta, a potência mecânica e a eficiência
da turbina diminuem, enquanto a potência hidráulica e a altura de carga da turbina se mantêm
aproximadamente constantes.

A eficiência de uma turbina possui relação intrínseca com sua velocidade de rotação.
Enquanto possui valor mínimo quando a rotação é nula ou máxima, para uma velocidade
mediana, denominada velocidade nominal, apresenta valor máximo. Como ao longo de todo o
procedimento a velocidade de rotação da turbina aumenta, sua eficiência tende a caminhar para
um valor mínimo, o que justifica a diminuição observada. Além disso, pela equação da eficiência
da turbina, como a eficiência diminui e a potência hidráulica permanece praticamente constante,
a potência de eixo tende a diminuir até um valor mínimo.

Para a altura de carga permanecer constante à medida que se aumenta a velocidade de


rotação da turbina, pelas equações utilizadas nos cálculos, a potência hidráulica da turbina
também deve permanecer constante. Esta, por sua vez, depende da pressão de entrada na
turbina e a vazão volumétrica do sistema. Portanto, para que não varie, esses valores devem
permanecer os mesmos. Uma vez que as características da tubulação se mantiveram as
mesmas, não houve estrangulamento ou restrição ao escoamento (válvula de entrada e de
entrega permaneceram totalmente abertas e o ajuste das palhetas guias não foi alterado ao longo
de todo o procedimento) e a pressão de entrada na turbina se manteve a mesma, era esperado
que ambos permanecessem constantes.

Também pode ser visualizado pelo gráfico do coeficiente de cavitação de Thoma em função
da velocidade específica, que o aumento do segundo provoca a diminuição do primeiro até atingir
um valor mínimo. Posteriormente, caso a rotação continuasse aumentando, o valor do coeficiente
tenderia a aumentar. Este valor mínimo corresponde àquele em que a perda de pressão é a mais
baixa e, consequentemente, tem a menor tendência a provocar a ocorrência da cavitação.

Durante o procedimento também foi entendido o funcionamento e conhecida a


empregabilidade do estroboscópio. Verificou-se que se trata de um instrumento óptico que
permite estudar e registrar o movimento contínuo ou periódico de elevada velocidade de um
corpo por meio da alternância entre a iluminação e bloqueamento de uma luz intensa. Por meio
dele, é possível identificar a presença de bolhas no escoamento ou de trincas na máquina de
fluxo, difíceis de serem visualizados quando o dispositivo está acionado.

Quanto ao ruído do processo de cavitação, ele se deve ao colapso das bolhas formadas no
fluido quando a pressão estática se torna menor que a pressão de vaporização do fluido. O
barulho é semelhante ao provocado por grãos de areia. Observa-se que no procedimento não
foi possível ouvir claramente o ruído tendo em vista os ruídos gerados pelos equipamentos da
bancada. No entanto, com ajuda do estroboscópio, visualizou-se as bolhas de vaporização.

Além disso, por meio dos dados obtidos durante o teste de verificação da cavitação na turbina
e comparando-os aos resultados obtidos ao longo do procedimento para uma mesma rotação,
evidencia-se a cavitação pela queda de pressão na entrada da turbina, acompanhada da
diminuição da potência hidráulica e da sua altura de carga. Em outras palavras, há queda de
desempenho do equipamento, mesmo com um leve aumento da sua eficiência.

11. REFERÊNCIAS

[1] White, F. M., 2011, Mecânica dos Fluidos, Sexta Edição, Porto Alegre: McGraw-Hill
Education.

[2] Laboratório de Sistemas Fluido Mecânicos, website do professor Washington Irrazabal


Bohorquez. Disponível em: <http://www.ufjf.br/washington_irrazabal/teaching/mec009-
laboratory-of-fluid-mechanical-systems/>. Acesso em: 04/04/2019.

[3] Sistemas Fluido Mecânicos, website do professor Washington Irrazabal Bohorquez.


Disponível em: <http://www.ufjf.br/washington_irrazabal/teaching/mec008-sistemas-fluido-
mecanicos/>. Acessos em: 30/03/2019>. Acesso em: 04/04/2019.

[4] Fox, R. W., Pritchard, P. J., McDonald, A. T., 2010, Introdução à Mecânica dos Fluidos,
Sétima Edição, Rio de Janeiro: LTC Ltda.

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