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O que é Difal ?

 
O DIFAL (Diferencial de Alíquotas) é uma política tributária relacionada à
cobrança do ICMS entre os estados brasileiros. A LC 190/22 é uma lei
complementar que estabeleceu as regras para a aplicação do DIFAL. Essa
medida tem como objetivo equilibrar a arrecadação do imposto entre os
estados, considerando a diferença entre a alíquota interna do estado de destino
e a alíquota interestadual do ICMS cobrada pelo estado destinatário. Dessa
forma, o DIFAL é obrigatório para todas as empresas que realizam vendas
interestaduais, visando garantir a distribuição justa do imposto.

POR QUE É COBRADO O DIFAL?


O DIFAL foi implementado para beneficiar os Estados consumidores no e-
commerce e evitar a guerra fiscal. Ele redistribui o ICMS entre os estados
envolvidos, mantendo a mesma taxa para os contribuintes em compras
internas e interestaduais. Sendo assim, O DIFAL é cobrado para beneficiar os
Estados consumidores, controlar a guerra fiscal e equalizar as alíquotas de
ICMS entre compras internas e interestaduais.

DIVISÃO
Com as mudanças aplicadas a partir de 2015, o Estado de destino da
mercadoria passou a receber parte do ICMS. Antes de 2015, só o Estado em
que os itens eram produzidos recolhiam o imposto, no caso de o comprador ser
pessoa física (que não paga ICMS).

A distribuição aos Estados de destino foi progressiva. Em 2015, por exemplo,


80% do ICMS ia para o Estado que produzia, e só 20% ao de destino. Em
2016, a correlação mudou para 60% e 40% respectivamente, até que, em
2019, 100% da alíquota passou a ser recolhida para o Estado de destino do
produto.

Lei Complementar 190 2022


Foi nesse cenário que surgiu a Lei Complementar nº 190 de 4-1-
2022 conferindo a Difal ao Estado de destino, independentemente de o
consumidor final localizado em outro Estado ser ou não contribuinte do ICMS.

QUANDO A LEI COMPLEMENTAR Nº 190/2022


COMEÇA A VALER?
Em 2021, O STF decidiu que o DIFAL não poderia mais ser cobrado pelos
Estados a partir de 2022, caso não fosse publicada lei complementar o
regulamentando. 

Por sua vez, a LC nº 190/2022 foi publicada no dia 5 de janeiro de 2022. Seu
artigo 3º determinou que a lei começaria a produzir efeitos no prazo de 90 dias
da publicação, observado o artigo 150, III, “c” da Constituição.

Julgamento da Difal
Em 2015, uma solução foi implementada para lidar com o aumento das
compras online. No entanto, em 2021, o STF considerou partes dessa solução
inconstitucionais e determinou que fosse regulamentada por uma Lei
Complementar. A lei foi publicada em 2022, mas alguns estados começaram a
cobrar o DIFAL antes do prazo estabelecido. Surgiram disputas legais devido a
princípios constitucionais relacionados à aplicação retroativa da lei.

As 3 ações que estão no Supremo:


1) ADI 7066 – Abimaq (Associação Brasileira de Indústria de Máquinas) pede a
suspensão dos efeitos da LC de 2022, afirmando que os princípios da
anterioridade anual e nonagesimal impedem a cobrança no decorrer de 2022.
Segundo a associação, os valores só devem ser recolhidos a partir de 1º de
janeiro de 2023;

2) ADI 7070 – Alagoas pede a cobrança do Difal de ICMS a partir já em 2022,


não sendo necessária a observância das anterioridades anual e nonagesimal;

3) ADI 7078 – Ceará pede a cobrança do Difal de ICMS a partir da publicação


da LC de 2022, ou seja, a partir de 5 de janeiro de 2022. Diz que os princípios
da anterioridade nonagésimal e anual só valem quando há a criação ou
aumento de um imposto.

Aplicação da Alíquota estadual


A alíquota interestadual é determinada pelo Convênio ICMS 93/2015 e varia de
acordo com a unidade federativa de origem da mercadoria. Já a alíquota
interna é definida pelo estado de destino da mercadoria. É importante ressaltar
que as alíquotas podem sofrer alterações ao longo do tempo, portanto, é
sempre recomendado verificar a legislação atualizada ou consultar um
contador para obter informações precisas

Estado Alíquota Interestadual Alíquota Interna


Acre 12% 17% ou 18%
Alagoas 12% 17% ou 18%
Amapá 12% 18%
Estado Alíquota Interestadual Alíquota Interna
Amazonas 12% 18%
Bahia 12% 18%
Ceará 12% 18%
Distrito Federal 7% 18%
Espírito Santo 12% 17% ou 18%
Goiás 12% 17% ou 18%
Maranhão 12% 17% ou 18%
Mato Grosso 12% 17% ou 18%
Mato Grosso do Sul 12% 17% ou 18%
Minas Gerais 12% 18%
Pará 7% 17% ou 18%
Paraíba 12% 18%
Paraná 12% 18%
Pernambuco 12% 17% ou 18%
Piauí 12% 17% ou 18%
Rio de Janeiro 12% 18%
Rio Grande do Norte 12% 18%
Rio Grande do Sul 12% 18%
Rondônia 12% 17% ou 18%
Roraima 12% 17% ou 18%
Santa Catarina 12% 17% ou 18%
São Paulo 7% 18%
Sergipe 12% 17% ou 18%
Tocantins 12% 17% ou 18%

CÁLCULO DA DIFAL
O cálculo do DIFAL (Diferencial de Alíquota) é realizado considerando a
diferença entre a alíquota interestadual e a alíquota interna de ICMS. O valor
do DIFAL é calculado multiplicando a base de cálculo pela diferença entre as
alíquotas e pelo percentual correspondente ao estado de destino da
mercadoria. Esse valor é então adicionado ao ICMS devido ao estado de
origem, resultando no valor total a ser recolhido.

https://camargoadvogados.com.br/o-que-muda-no-difal-2022-com-a-lei-
complementar-no-190-2022/

https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/difal-icms-aliquota/
https://www.poder360.com.br/justica/entenda-o-julgamento-sobre-a-cobranca-
do-difal-icms-no-stf/#:~:text=ENTENDA%20A%20DISCUSS%C3%83O,que
%20s%C3%A3o%20destino%20das%20compras.

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