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Danuzio Neto
Aula 01
Aula 01 – Atualidades
Atualidades para Soldado da PM PA
Prof. Danuzio Neto
SUMÁRIO
SUMÁRIO 2
A AMAZÔNIA COMO MANANCIAL DE ÁGUA 3
BRASIL, UMA POTÊNCIA HIDROGRÁFICA 5
CARACTERÍSTICAS DA HIDROGRAFIA BRASILEIRA 6
AS REGIÕES HIDROGRÁFICAS 7
CARACTERÍSTICAS DA REGIÃO HIDROGRÁFICA AMAZÔNICA 10
Região Hidrográfica Amazônica 11
Características da região hidrográfica Tocantins/Araguaia 13
ENCONTRO DAS ÁGUAS 15
POROROCA 16
ANAVILHANAS 17
USINA DE BELO MONTE 18
A questão ambiental 19
Usinas térmicas nos arredores de Belo Monte 20
USINA DE TUCURUÍ 21
QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 23
LISTA DE QUESTÕES 36
DGABARITO 44
RESUMO DIRECIONADO 45
Fonte: https://amigopai.wordpress.com/2015/10/19/bacias-hidrograficas/
Para Wilson Teixeira, Fabio Taioli, Thomas Rich Fairchild, a bacia hidrográfica é definida como:
É interessante ainda conhecermos o que João Carlos Moreira e Eustáquio de Sene explicam sobre as bacias
hidrográficas:
“As porções mais altas do relevo, sejam regiões serranas ou simples colinas, funcionam como zonas
de dispersão de água, mais conhecidas como divisores de água. Situadas entre esses divisores
estão as bacias hidrográficas, também chamadas bacias de captação, pois toda a água das
chuvas converge – pela superfície e pelo subsolo –, em seu interior (...)”
(MOREIRA, J. C. ; SENE, E. Geografia: volume único. São Paulo: Scipione, 2005. p. 127).
O Brasil, infelizmente, pouco explora o seu potencial hidrográfico para o transporte fluvial. Quanto à
geração de energia, por outro lado, temos mais de 60% da nossa matriz elétrica proveniente das hidrelétricas,
como podemos observar na imagem a seguir:
• Ocorrência principal de rio do tipo caudaloso, o que é característica do clima úmido. Rios caudalosos
possuem curso com elevado volume de água e são PERENES (não secam).
• Apenas no sertão nordestino há ocorrência, em determinadas regiões, de rios temporários.
• A água doce está distribuída de forma desigual: A Amazônia possui aproximadamente 68%, o
Centro-sul, aproximadamente 26%, e Nordeste, aproximadamente 3%.
• Grande parte da água doce superficial brasileira está nos rios. A quantidade relativa de lagos no país
é pequena.
• Quase todos os rios são pluviais (alimentados pelas chuvas).
• A maior parte dos rios possuem drenagem do tipo EXORRÉICA – que deságua no mar.
• Como a maior parte dos rios corre sobre planaltos e depressões, o país possui um enorme potencial
hidrelétrico.
• Presença, principalmente, de FOZ DO TIPO ESTUÁRIO (desemboca no mar em forma de um único
canal). Apenas alguns rios possuem foz do tipo delta (ligação mais complexa com o mar, geralmente
há ocorrência de “ilhas”).
• Há grande quantidade de água doce subterrânea, sendo a maior parte no Aquífero Guarani, localizado
em áreas subterrâneas entre as regiões sul e sudeste.
TIPOS DE FOZ
AS REGIÕES HIDROGRÁFICAS
Até aqui, falamos bastante sobre BACIAS hidrográficas. Neste capítulo, estudaremos as REGIÕES
hidrográficas.
As regiões hidrográficas são uma divisão administrativa, utilizada pelo Conselho Nacional de Recursos
Hídricos (CNRH), que considera cada região hidrográfica uma unidade principal de planejamento e gestão das
águas.
A região hidrográfica é composta por:
• UMA ou MAIS bacias hidrográficas contíguas; e
• Pelas águas subterrâneas e costeiras a elas associadas.
REGIÕES HIDROGRÁFICAS
Fonte: http://www3.ana.gov.br/portal/ANA/aguas-no-brasil/panorama-das-aguas/copy_of_divisoes-hidrograficas
Atenção!
BACIA hidrográfica X REGIÃO hidrográfica
BACIA hidrográfica é um conceito GEOGRÁFICO. Desta forma, os seus limites NÃO se restringem
necessariamente às fronteiras de determinado país.
Por exemplo:
- A Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas abrange os seguintes países: Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia,
Equador, Venezuela e Guiana.
- A Bacia Hidrográfica do Rio Paraguai abrange os seguintes países: Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina.
- A Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai abrange os seguintes países: Brasil, Uruguai e Argentina.
O RIO PARAGUAI PERCORRE TERRITÓRIOS DA ARGENTINA, PARAGUAI, BOLÍVIA E BRASIL
REGIÃO hidrográfica é um conceito ADMINISTRATIVO adotado pelo Brasil, a fim de melhor gerir os recursos
hídricos do país. Desta forma, os seus limites restringem-se NECESSARIAMENTE às fronteiras brasileiras.
Por exemplo:
- A Região Hidrográfica Amazônica é composta, dentre outras bacias, pela parte da Bacia Amazônica que
está localizada em território brasileiro.
- A Região Hidrográfica do Rio Paraguai é constituída pela bacia hidrográfica do Rio Paraguai situada no
território nacional.
- A Região Hidrográfica do Rio Uruguai é constituída pela bacia hidrográfica do Rio Uruguai situada no
território nacional.
A REGIÃO HIDROGRÁFICA DO PARAGUAI RESTRINGE-SE À PORÇÃO NACIONAL DA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO PARAGUAI
Fonte: https://ww2.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/21052004biomashtml.shtm
Área: 3.843.402 km² (44,63% do território nacional). É a região hidrográfica Amazônica com maior
possibilidade de navegação e a que apresenta o maior volume de água.
Estados abrangidos: Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará e Mato Grosso.
Bioma: Amazônia.
É constituída pelas bacias hidrográficas:
• Do rio Amazonas situada no território nacional;
• Dos rios existentes na Ilha de Marajó,
• Dos rios situados no Estado do Amapá que desaguam no Atlântico Norte.
O rio Amazonas é o maior rio do mundo em VOLUME DE ÁGUA e em EXTENSÃO, apesar de alguns
autores afirmarem que o mais extenso é o Rio Nilo, no norte da África, do qual falarei adiante.
A Bacia Amazônica está localizada em região de regime equatorial, sendo, portanto, abastecida com as
chuvas advindas do Hemisfério Norte e do Hemisfério Sul. O Rio Amazonas, especificamente, é também
abastecido pelas águas provenientes do degelo das neves na região dos Andes. Por conta do clima equatorial
predominante na Amazônia, as chuvas no Amazonas distribuem-se com relativa regularidade durante o ano
inteiro.
O Amazonas tem entre seus afluentes o Javari, Juruá, Jutaí, Purus, Madeira, Tapajós e Xingu, na sua
margem direita; e os rios Iça, Japurá, Negro, Trombetas e Jari, na sua margem esquerda.
AFLUENTES
A bacia hidrográfica do rio Amazonas, a mais extensa rede hidrográfica do mundo, ocupa uma área total
de 6,1 milhões de km², desde suas nascentes nos Andes Peruanos até sua foz no oceano Atlântico, no norte do
Brasil. Esta bacia se estende sobre vários países da América do Sul: Brasil (com 63% de sua extensão), Peru (17%),
Bolívia (11%), Colômbia (5,8%), Equador (2,2%), Venezuela (0,7%) e Guiana (0,2%). Quando falamos de REGIÃO
hidrográfica, porém, que é uma divisão ADMINISTRATIVA para fins de gestão de recursos hídricos adotada pelo
Brasil, consideramos apenas a porção brasileira da bacia amazônica.
A bacia hidrográfica Amazônica do Brasil estende-se por 3.889.489,6 km2. É bom destacarmos que essa é
a extensão da bacia Amazônica do Brasil porque a bacia Amazônica como um todo abrange outros países
(Venezuela, Colômbia, Peru, Equador, Guiana e Bolívia), mas este não é o nosso objeto de estudo neste curso. A
bacia Amazônica internacional é tão grande, com mais de 7.000.000 km², que representa um quinto de toda a
reserva de água doce do planeta.
Os rios da região estão condicionados ao regime das chuvas e, em muitas partes do Amazonas, são
praticamente as únicas vias de transporte dos habitantes. Em toda a bacia Amazônica existem mais de 20 mil
km de vias fluviais navegáveis, ligando comunidades distantes na região.
Apesar de ser o primeiro em volume de água (100.000 m³), o rio Amazonas costuma ser apontado como o
segundo mais extenso do planeta, com 6.400 km de extensão, perdendo para o Rio Nilo (6.650km). Ocorre, porém,
que por causa do avanço tecnológico aplicado nos sistemas de medição esses números estão sendo
constantemente alterados. Em julho de 2008, por exemplo, estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais,
o INPE, apontaram que o rio Amazonas possui uma extensão de 6.992 km, contra 6.852 km do rio Nilo, o que
tornaria o rio sul-americano o maior do mundo. De acordo com novas expedições feitas no Amazonas, a nascente
deste rio estaria num ponto no sul do Peru, e não no norte, como se acreditava antes. De qualquer forma, quando
se fala em rio mais caudaloso, maior volume de água, o rio Amazonas é indiscutivelmente o maior.
CURSO COMPLETO DO RIO AMAZONAS, COM NASCENTE AO SUL DO PERU
Fonte: http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=1501
Dos seus mais de 6.900 km de extensão, 3.600 correm em território brasileiro, carregando em seu curso
toneladas de sedimentos arrancados das margens, o que torna a sua coloração amarelada.
A largura do rio Amazonas costuma variar de quatro a cinco km, chegando a alcançar 10 km em certos
locais. A profundidade média do rio Amazonas chega a quase 100 metros.
São também informações importantes sobre a bacia amazônica:
- Por causa também da pesca, as águas do rio são fonte de sobrevivência para os ribeirinhos e povos
indígenas da região;
- As águas da Bacia Amazônica são importantes para a produção de energia elétrica, pois seus rios
possuem um alto potencial para geração de energia elétrica;
- Os rios constituem um dos principais, e para alguns municípios o único, meio de interligação com outras
localidades.
A instalação de usinas na região está envolta em diversas polêmicas, principalmente por causa da questão
ambiental e os possíveis impactos sociais na construção das represas.
Dentre os impactos ambientais estão:
• A destruição de corredeiras; e
• O alagamento de vastas áreas que passam a perder a sua biodiversidade;
Dentre os impactos sociais, o mais significativo são os deslocamentos populacionais, que ocorrem para dar
lugar às usinas.
Apesar dos grandes projetos de hidrelétricas que estão sendo desenvolvidos na região, as capitais de
Rondônia e Amazonas, Porto Velho e Manaus, respectivamente, são abastecidas por pequenas hidrelétricas,
enquanto o restante das demandas das regiões próximas a essas cidades é atendido por geração termelétrica à
base de óleo diesel e óleo combustível.
O rio Araguaia abriga a maior ilha fluvial do mundo, a ILHA DO BANANAL, que possui área de
aproximadamente 19.000 km².
Os principais afluentes da Bacia Tocantins/Araguaia são: Formoso, Garças, Bagagem, Tocantizinho,
Paraná, Manuel Alves Grande, Rio Sono e Santa Tereza.
O Rio Tocantins tem a sua nascente em Goiás e o Rio Araguaia, na divisa entre Goiás e Mato Grosso. Depois
de receber o rio Araguaia, o Tocantins segue rumo a sua foz, no Estado do Pará, como podemos observar na
imagem a seguir:
A Bacia do Tocantins-Araguaia, que abriga a Usina de Tucuruí, no Estado do Pará, é a maior bacia
hidrográfica totalmente localizada no território brasileiro.
Os rios Tocantins e Araguaia formam uma única bacia hidrográfica e constituem importantes recursos
hídricos do Estado do Tocantins. Neste estado, o rio Tocantins se difere do rio Araguaia por conter hidrelétricas ao
longo de seu curso, como é o caso da Usina de Tucuruí.
Essa região hidrográfica apresenta baixa densidade demográfica. Além disso, a construção de hidrovias na
região enfrenta problemas, tendo em vista a grande presença de cachoeiras e corredeiras.
Fonte: https://www.manaushoteis.tur.br/conheca-manaus/encontro-das-aguas
Os rios correm lado a lado por uma extensão de aproximadamente seis quilômetros, quando passam então
a formar o rio Amazonas, até chegar ao oceano Atlântico.
As águas dos rios Negro e Solimões não se misturam devido à diferença entre as temperaturas e
densidades que existe entre elas, e também pela diferença da velocidade de suas correntezas: o Rio Negro corre
cerca de 2 km/h a uma temperatura de 28°C, enquanto que o Rio Solimões corre de 4 a 6 km/h a uma temperatura
de 22°C.
POROROCA
É o fenômeno do encontro das correntes de maré do oceano com a corrente fluvial, que ocorre na foz do
rio Amazonas, onde as marés se manifestam com grande amplitude e impetuosidade.
Em outras palavras, a pororoca se caracteriza por grandes e violentas ondas, como podemos observar na
imagem a seguir, que são formadas a partir do encontro das águas do mar com as águas do rio.
Por causa de sua força, atualmente a pororoca também é procurada por surfistas, tanto nacionais quanto
internacionais, que praticam o esporte em suas águas.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=tD7fnqx2wok
ANAVILHANAS
Situado no rio Negro, no Amazonas, o arquipélago de Anavilhanas é formado por 400 ilhas que abrigam
complexo ecossistema da Amazônia. A região está protegida por legislação federal que criou a Estação Ecológica
de Anavilhanas, com área de 350 mil hectares.
No período das cheias do rio Negro, metade das ilhas fica submersa e os animais têm que se refugiar nas
partes mais elevadas. Quando as águas começam a baixar, as ilhas deixam à mostra praias e canais que
entrecortam toda a região como uma rede, num percurso de aproximadamente 90 km.
A região de Anavilhanas encontra-se próxima ao Parque Nacional de Jaú, a maior reserva florestal da
América do Sul, com 2,27 milhões de hectares, também banhada pelo rio Negro.
A seguir, imagem do arquipélago de Anavilhanas:
Fonte: http://www.vainaminha.com/2013/04/anavilhanas-amazonia.html
Apesar do seu projeto ter sido concebido há décadas, a Usina Hidrelétrica Belo Monte entrou em plena
operação apenas em novembro de 2019, transformando-se na maior hidrelétrica 100% brasileira e quarta maior
do planeta em potência instalada, atrás apenas das chinesas Três Gargantas (20 300 MW) e Xiluodu (13 800 MW)
e da brasileira/ paraguaia Itaipu (14 000 MW).
O acionamento simbólico da 18ª turbina da Casa de Força Principal da Usina, a que faltava para o
empreendimento estar totalmente operacional, foi feito pelo presidente Jair Bolsonaro.
A capacidade instalada de 11.233,1 MW de Belo Monte representa:
• 7% da capacidade total da produção brasileira de energia; e
• Uma quantidade suficiente para abastecer 10% do consumo no país.
Cada uma das 18 unidades da Casa de Força Principal é capaz de gerar energia para alimentar uma cidade
de 1,5 milhão de habitantes. Na Casa de Força Complementar estão outras seis unidades menores, com
capacidade de geração de 38,85 MW cada.
Com dois reservatórios interligados por um canal de 20 quilômetros de extensão, Belo Monte é uma usina
a fio d´água, diminuindo o impacto ambiental e aumentando a proteção social com a redução da área alagada para
um total de 478 km².
A área alagada de 478 quilômetros quadrados é considerada pequena se comparada à área alagada por
outros empreendimentos hidrelétricos e à capacidade instalada da usina. Ambos os reservatórios da Usina estão
situados entre os municípios de ALTAMIRA, BRASIL NOVO e VITÓRIA DO XINGU. A área de abrangência da
usina ainda contempla outros dois municípios: ANAPU e SENADOR JOSÉ PORFÍRIO.
O leilão de concessão para a construção e operação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, válido por um
período de 35 anos, foi realizado em abril de 2010 e vencido pelo Consórcio Norte Energia. O contrato de concessão
foi assinado no mesmo ano. O início de operação da usina estava previsto para 2015, mas a primeira turbina da
usina entrou em operação apenas em abril de 2016.
Durante a obra foram gerados mais de 30 mil empregos diretos.
O complexo hidrelétrico conta ainda com Sistemas de Transposição de Peixes e de Embarcações,
responsáveis pela migração das espécies pelo barramento e pela navegabilidade na margem direita do Rio Xingu.
Comentário:
Questão de 2011, então vamos relevar o tempo verbal.
Atualmente, no que diz respeito à potência instalada, a usina de Belo Monte é a maior usina hidrelétrica
inteiramente brasileira.
Gabarito: Certo
A questão ambiental
Idealizado ainda no governo militar, em 1975, para o projeto do complexo Kararaô (primeiro nome de Belo
Monte), previa-se uma obra com seis barragens entre os rios Xingu e Iriri.
Na década de 1980, a Eletronorte inicia estudos de viabilidade técnica e econômica do chamado Complexo
Hidrelétrico de Altamira, formado pelas usinas de Babaquara e Kararaô.
As obras da Usina de Belo Monte foram interrompidas inúmeras vezes desde o início de sua construção,
em junho de 2011, por causa de protestos e ocupações realizadas por índios e ambientalistas, bem como por
intervenções do Tribunal Regional Federal e do Ministério Público.
Envolta a uma série de polêmicas, sendo desvios de recursos uma delas, a usina só seria inaugurada, e
parcialmente, em 2016, como parte das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo
federal.
A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte gerou muita polêmica em relação às questões ambiental
e energética. Populações tradicionais, indígenas, bem como ativistas e grupos ambientalistas, questionavam os
impactos da construção dessa usina; de outro lado, porém, o governo e outros ativistas defenderam a sua
construção em prol do aumento da produção energética no país e o fim dos temores de uma eventual crise
energética.
O projeto encontrou forte oposição de ambientalistas brasileiros e internacionais, de algumas
comunidades indígenas locais e de membros da Igreja Católica. Essa oposição levou a sucessivas reduções do
escopo do projeto, que originalmente previa outras barragens rio acima e uma área alagada total muito maior. Em
2008, o CNPE decidiu que Belo Monte seria a única usina hidrelétrica do Rio Xingu.
Para compensar o impacto ao meio ambiente, o consórcio Norte Energia, responsável pela hidrelétrica, já
realizou mais de cinco mil ações, totalizando mais de R$ 6,3 bilhões em investimentos, em municípios da região
onde se encontra Belo Monte.
Mesmo com a conclusão das obras da usina de Belo Monte, porém, é intenso o desmatamento na região
da bacia do rio Xingu, que abriga diversas comunidades indígenas e é importante corredor ecológico para espécies
amazônicas. Lembremos, no entanto, que os empreendimentos de engrenharia não são os únicos responsáveis
pelo desmatamento na região amazônica.
A licença concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA) para operação da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, é válida por 20 anos.
A fim de inserir a economia local no processo mais amplo de crescimento, e considerando a magnitude da
usina hidrelétrica de Belo Monte, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) decidiu
incluí-la em um programa de âmbito nacional que discute políticas para amenizar os efeitos colaterais provocados
pelas grandes indústrias no entorno das regiões onde se instalam.
Assim, busca-se evitar que a comunidade local seja excluída do desenvolvimento econômico que a usina
proporciona para o resto do país.
USINA DE TUCURUÍ
A Usina Hidrelétrica de Tucuruí está localizada no Rio Tocantins, no município de Tucuruí (a cerca de 300
km ao sul de Belém), no estado do Pará, e possui:
• Capacidade geradora instalada de 8.370 MW, sendo a segunda maior usina hidroelétrica 100%
brasileira (atrás de Belo Monte).
• Vertedouro com capacidade para 110.000 m³/s, o segundo maior do mundo.
• Uma eclusa e um canal de 5,5 km que possibilita a navegação fluvial entre Belém e Santa Isabel.
• Reservatório de 200 km de comprimento e 2.850 km² de área quando cheio.
A construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí foi iniciada em novembro de 1974, sendo inaugurada em
novembro de 1984, pelo presidente João Figueiredo, com capacidade de 4000 MW. Em 2010, esta capacitada foi
ampliada para 8.370 MW. O projeto para construção da usina já havia ganhado força desde a década de 1960, como
parte de políticas do Governo Federal para o desenvolvimento e integração da Amazônia, bem como para atender
a indústria de alumínio gerada pelas jazidas de bauxita da região. Outro objetivo deste projeto era possibilitar a
navegação naquele trecho do rio, originalmente cheio de corredeiras.
A UHE Tucuruí é integrante do Subsistema Norte do Sistema Interligado Nacional (SIN), sendo
responsável pelo abastecimento de grande parte das redes: Equatorial Energia do Pará e do Maranhão e Energisa
do Tocantins. Em períodos de cheia do rio Tocantins, Tucuruí também complementa a demanda do restante do
país por meio do SIN.
A usina está ligada à rede nacional pela linha de transmissão entre Presidente Dutra (Maranhão) e a Usina
Hidrelétrica de Sobradinho, via Boa Esperança (Piauí).
O município de Tucuruí recebe royalties pela produção de energia elétrica e pela área inundada pela
barragem, e por isso é a cidade com segundo maior orçamento no Pará, depois de Belém. Graças a esses recursos,
a partir dos anos 1990 ela progrediu muito em urbanização e infraestrutura.
Desde a construção em 1981 até a conclusão das eclusas em 2010, a barragem de Tucuruí não interrompeu
a Hidrovia Tocantins-Araguaia, tendo em vista que o rio Tocantins neste trecho nunca foi navegável, e só passaria
a sê-lo com a conclusão das eclusas.
Com o advento da obra da hidrelétrica, fez-se uma reforma agrária às margens do lago da hidrelétrica,
onde foram construídas estradas vicinais e assentados centenas de pequenos agricultores.
Comentário:
a) A construção da usina de Tucuruí causou problemas ambientais para a região em que foi instalada, mas
não representou uma fonte de geração de pobreza. ITEM INCORRETO.
b) A referida usina fornece energia elétrica para estados das regiões Norte e Nordeste. ITEM
INCORRETO.
c) Depois da usina de Belo Monte, é a segunda maior usina com área apenas em território NACIONAL.
ITEM INCORRETO
d) ITEM CORRETO
Gabarito: D
Terminamos a parte teórica da aula. Agora vamos resolver algumas questões de prova!
RESOLUÇÃO:
a) A hidrelétrica de Belo Monte está instalada em região de gigantesca sociobiodiversidade. ITEM
INCORRETO.
b) A usina de Belo Monte está próxima do município de Altamira. ITEM INCORRETO.
c) ITEM CORRETO.
d) Belo Monte é a 4ª maior hidrelétrica do mundo. ITEM INCORRETO.
e) A hidrelétrica de Belo Monte foi construída em meio a idas e vindas, tendo em vista protestos de ecologistas,
populações ribeirinhas e etnias indígenas cujo território foi afetado pela construção da usina. ITEM
INCORRETO.
Resposta: C
a) Alterar fortemente o ambiente a ponto de prejudicar muitas espécies de seres vivos e o ecossistema.
b) Criar uma nova sociedade, estabelecendo novos setores econômicos e alterando totalmente a cultura local.
c) Gerar resíduos nas atividades de manutenção de equipamentos, mesmo com os cuidados necessários.
d) Interferir na migração e na reprodução de peixes, principalmente através das inundações.
e) Inundar áreas extensas de produção de alimentos e florestas na região onde é instalada e no entorno.
RESOLUÇÃO:
As alternativas A, C, D e E destacam os impactos provocados pela construção de uma usina hidrelétrica.
A letra B não apresenta um desses impactos, já que uma usina hidrelétrica pode até criar novos setores econômicos
para a economia local, mas isso não significa que a cultura da região será TOTALMENTE alterada. Ou seja, este
item está incorreto principalmente por causa da extrapolação.
Resposta: B
b) Usina Hidrelétrica de Itaipu (Binacional), usina brasileira e paraguaia está localizada no município Foz do Iguaçu,
fronteira com o Paraguai.
c) A Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso: localizada no estado da Bahia e possui capacidade de geração de 3.985
MW. Instalada no rio São Francisco, foi construída entre os anos de 1954 e 1979.
d) A Usina de Belo Monte está sendo construída ao longo do leito do Rio Xingu, na região sul do país, no estado
do Paraná.
e) Usina Hidrelétrica de Xingó está localizada entre os estados de Alagoas e Sergipe, foi inaugurada em 1984, está
instalada no rio São Francisco e possui uma capacidade é de 3.162 MW.
RESOLUÇÃO:
A única alternativa incorreta é a letra D.
A Usina de Belo Monte foi construída ao longo do leito do Rio Xingu, na região NORTE do país, no estado do PARÁ.
Resposta: D
RESOLUÇÃO:
A única alternativa incorreta desta questão é a letra “E”, já que a usina de Belo Monte, que atualmente já tem as
suas obras concluídas, é “apenas” a quarta maior usina hidrelétrica em geração de energia do mundo.
Resposta: E
RESOLUÇÃO:
A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte gerou muita polêmica em relação às questões ambiental e
energética. Populações tradicionais, indígenas, bem como ativistas e grupos ambientalistas, questionavam os
impactos da construção dessa usina; de outro lado, porém, o governo e outros ativistas defenderam a sua
construção em prol do aumento da produção energética no país e o fim dos temores de uma eventual crise
energética.
O projeto encontrou forte oposição de ambientalistas brasileiros e internacionais, de algumas comunidades
indígenas locais e de membros da Igreja Católica. Essa oposição levou a sucessivas reduções do escopo do projeto,
que originalmente previa outras barragens rio acima e uma área alagada total muito maior. Em 2008, o CNPE
decidiu que Belo Monte seria a única usina hidrelétrica do Rio Xingu.
Resposta: Errado
LISTA DE QUESTÕES
1. (CONSULPLAN - SEDUC/PA - 2018)
O Brasil é um país tropical e apresenta um grande índice pluviométrico o que proporciona uma abundância hídrica
em suas bacias hidrográficas. Sobre as bacias hidrográficas brasileiras, analise as considerações a seguir.
I. A Bacia Amazônica é a bacia hidrográfica brasileira com maior possibilidade de navegação.
II. A rede hidrográfica brasileira apresenta as seguintes características: drenagem exorreica, predomínio de
rios de planalto e predomínio de foz tipo estuário.
III. A maior parte dos rios no Brasil tem cheia no verão e vazante no inverno.
IV. Em sua maior parte, os rios brasileiros são intermitentes, isto é, secam.
NÃO condiz com a realidade das bacias hidrográficas no Brasil apenas a consideração.
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
d) Usina de Santarém.
e) Usina de Belo Monte.
a) A inclusão da usina de Belo Monte nesse programa do BNDES atende ao objetivo de regulamentar a
produção de energia elétrica gerada pela usina.
b) efetivar a demarcação de terras indígenas no entorno da usina.
c) inserir a economia local no processo mais amplo de crescimento.
d) expandir a ação dos sindicatos rurais dos municípios vizinhos.
e) garantir a atuação local de ONG ambientalistas internacionais.
DGABARITO
B
1. D 12. E 23. C
2. B 13. B 24. D
3. D 14. C 25. E
4. C 15. D 26. C
5. C 16. E 27. E
6. B 17. E 28. B
7. C 18. D 29. E
8. D 19. D 30. C
9. D 20. E 31. A
11. D 22. E
RESUMO DIRECIONADO
Cerca de dois terços da Terra estão cobertos de oceanos, mas toda essa água, aproximadamente 97% do
total do planeta, é salgada e, portanto, imprópria para o consumo. Restam assim pouco menos de 3% sob a
forma de água doce, mas destes mais de 2,5% estão congelados na Antártica, no Ártico e em geleiras,
indisponíveis para uso imediato. Por fim, do menos de 0,5% que sobra, grande parte está em aquíferos
subterrâneos. Isso faz com que o Brasil, dono de cerca de 12% das reservas de água doce superficial do
mundo e de alguns dos maiores aquíferos subterrâneos, seja considerado por muitos a “Arábia Saudita da
água”.
• Ocorrência principal de rio do tipo caudaloso, o que é característica do clima úmido. Rios caudalosos
possuem curso com elevado volume de água e são PERENES (não secam).
• Apenas no sertão nordestino há ocorrência, em determinadas regiões, de rios temporários.
• A água doce está distribuída de forma desigual: A Amazônia possui aproximadamente 68%, o
Centro-sul, aproximadamente 26%, e Nordeste, aproximadamente 3%.
• Grande parte da água doce superficial brasileira está nos rios. A quantidade relativa de lagos no país
é pequena.
• Quase todos os rios são pluviais (alimentados pelas chuvas).
• A maior parte dos rios possuem drenagem do tipo EXORRÉICA – que deságua no mar.
• Como a maior parte dos rios corre sobre planaltos e depressões, o país possui um enorme potencial
hidrelétrico.
• Presença, principalmente, de FOZ DO TIPO ESTUÁRIO (desemboca no mar em forma de um único
canal). Apenas alguns rios possuem foz do tipo delta (ligação mais complexa com o mar, geralmente
há ocorrência de “ilhas”).
• Há grande quantidade de água doce subterrânea, sendo a maior parte no Aquífero Guarani,
localizado em áreas subterrâneas entre as regiões sul e sudeste.
REGIÕES HIDROGRÁFICAS
Fonte: http://www3.ana.gov.br/portal/ANA/aguas-no-brasil/panorama-das-aguas/copy_of_divisoes-hidrograficas
Área: 3.843.402 km² (44,63% do território nacional). É a região hidrográfica Amazônica com maior
possibilidade de navegação e a que apresenta o maior volume de água.
Estados abrangidos: Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará e Mato Grosso.
Bioma: Amazônia.
É constituída pelas bacias hidrográficas:
• Do rio Amazonas situada no território nacional;
• Dos rios existentes na Ilha de Marajó,
• Dos rios situados no Estado do Amapá que desaguam no Atlântico Norte.
Fonte: https://www.manaushoteis.tur.br/conheca-manaus/encontro-das-aguas
É o fenômeno do encontro das correntes de maré do oceano com a corrente fluvial, que ocorre na foz
do rio Amazonas, onde as marés se manifestam com grande amplitude e impetuosidade.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=tD7fnqx2wok
Situado no rio Negro, no Amazonas, o arquipélago de Anavilhanas é formado por 400 ilhas que abrigam
complexo ecossistema da Amazônia. A região está protegida por legislação federal que criou a Estação
Ecológica de Anavilhanas, com área de 350 mil hectares.
No período das cheias do rio Negro, metade das ilhas fica submersa e os animais têm que se refugiar
nas partes mais elevadas. Quando as águas começam a baixar, as ilhas deixam à mostra praias e canais que
entrecortam toda a região como uma rede, num percurso de aproximadamente 90 km.
Fonte: http://www.vainaminha.com/2013/04/anavilhanas-amazonia.html
Apesar do seu projeto ter sido concebido há décadas, a Usina Hidrelétrica Belo Monte entrou em plena
operação apenas em novembro de 2019, transformando-se na maior hidrelétrica 100% brasileira e quarta
maior do planeta em potência instalada, atrás apenas das chinesas Três Gargantas (20 300 MW) e Xiluodu (13
800 MW) e da brasileira/ paraguaia Itaipu (14 000 MW).
O acionamento simbólico da 18ª turbina da Casa de Força Principal da Usina, a que faltava para o
empreendimento estar totalmente operacional, foi feito pelo presidente Jair Bolsonaro.
A capacidade instalada de 11.233,1 MW de Belo Monte representa:
• 7% da capacidade total da produção brasileira de energia; e
• Uma quantidade suficiente para abastecer 10% do consumo no país.
defenderam a sua construção em prol do aumento da produção energética no país e o fim dos temores de uma
eventual crise energética.
USINA DE TUCURUÍ
A Usina Hidrelétrica de Tucuruí está localizada no Rio Tocantins, no município de Tucuruí (a cerca de 300
km ao sul de Belém), no estado do Pará, e possui:
• Capacidade geradora instalada de 8.370 MW, sendo a segunda maior usina hidroelétrica 100%
brasileira (atrás de Belo Monte).
• Vertedouro com capacidade para 110.000 m³/s, o segundo maior do mundo.
• Uma eclusa e um canal de 5,5 km que possibilita a navegação fluvial entre Belém e Santa Isabel.
• Reservatório de 200 km de comprimento e 2.850 km² de área quando cheio.