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RESUMO
O presente trabalho compreende a análise e aplicação dos efeitos de
segunda ordem por meio do coeficiente γ z para edifícios concebidos em
alvenaria estrutural. O estudo de um edifício real que esta em fase de projeto e
será executado na cidade de Jundiaí fundamentou o presente trabalho, em que
se avalia o parâmetro citado e sua aplicação utilizando o sistema simplificado
de paredes isoladas. Descrevendo todas as ações, propriedades geométricas e
físicas importantes, dando uma ênfase para a consideração do módulo de
elasticidade e inércia das paredes de contraventamento. Utilizou-se para a
análise dos deslocamentos horizontais uma ferramenta computacional simples
de pórticos planos o Ftool versão 2.12.
1. INTRODUÇÃO
Há poucas décadas, edifícios em alvenaria estrutural raramente
passavam de 10 pavimentos. Isso porque os materiais disponíveis e o pouco
conhecimento sobre o assunto não possibilitavam prédios mais altos.
Atualmente com a melhora dos materiais e estudos mais específicos na
área, permite-se um aumento no número de pavimentos. Com isso algumas
verificações, como a dos efeitos de 2ª ordem, tornam-se de extrema
importância não podendo deixar de serem consideradas em análise estrutural.
2. PARÂMETRO γ z
A estrutura de um edifício submetida a ações horizontais e verticais
simultaneamente, sofre acréscimos de segunda ordem, dos quais podem ser
avaliados e estimados de forma aproximada e segura utilizando o parâmetro γ z
descrito no item 15.5.3 da norma NBR6118:2014 que descreve a equação 1:
2
1
γ z=
∆ M tot ,d
1−
M 1 ,tot , d
(1)
Onde:
M 1 ,tot ,d é o chamado momento de tombamento, ou seja, o momento
ocasionado pelos efeitos de primeira ordem, quando a estrutura recebe a ação
horizontal e se deforma inicialmente.
∆ M tot , d é o momento gerado pelo carregamento vertical
multiplicado pelo seu braço proveniente da deformação horizontal sofrida após
o surgimento da ação horizontal, também conhecido como efeito de segunda
ordem.
Esse parâmetro, idealizado por Franco e Vasconcelos (1991) tem
grande vantagem se comparado aos outros parâmetros, pois além de verificar
a necessidade da consideração dos efeitos de segunda ordem ele também
estima o acréscimo de esforços decorrente desses efeitos.
Onde:
H é a altura total da edificação em metros.
Parsekian (2012) comenta que o ângulo de desaprumo fica limitado ao
máximo erro permitido para execução do edifício. Para construções em
alvenaria estrutural se admite um erro máximo de desaprumo igual a 0,025m
no topo do edifício. Nesse caso, o valor de ө a fica limitado a:
0,025 1 (8)
ou
H 40 H
7. METODOLOGIA
Para este trabalho, foi feita a análise da estabilidade global de um
edifício em alvenaria estrutural, com a ajuda de alguns sistemas
computacionais tais como: TQS, CAD/Alvest, Ftool, AutoCad, Excel.
8. ESTUDO DE CASO
Dados do edifício
O edifício analisado neste trabalho é destinado ao uso residencial.
8
Carga acidental.
- Sala, cozinha e dormitório: 46,70 tf
- Terraço:23,30 tf
- Corredor: 6,85 tf
- Carregamento total (carga acidental): 76,85 tf
-Pressão dinâmica(q)
q=0,0613 ∙ V k
2
(26)
a 33,50 3
= =1,76 → < 1,76<2
b 19 2
3
Como 1,76 esta entre e 2 os resultados para o coeficiente de forma
2
(Ce) foram obtidos através de uma interpolação linear como recomenda a
norma, e esta ilustrado na Figura 12.
Ce=0,80+0,60=1,40 (29)
11.4 Desaprumo
A determinação do ângulo de desaprumo (ө a) é feito segundo
procedimento descrito no item 7.1.
Para a altura do edifício H=58,81 m, ө a=0,00130 rd
Força equivalente gerada pelo desaprumo (F p):
ө a=0,00130 rad .
P( pav . Tipo)=875,40 tf
P(barrilete)=28,42tf
P(caixa d ’ agua)=73,50 tf
F p=0,00130 P (34)
Modulo de elasticidade
O modulo de elasticidade sofrerá uma redução de 20% para a
consideração da fissuração.
E=800. fpk .0,80 (35)
13.2 Deformação
Fazendo uso de um programa simples de pórtico plano como o Ftool
tem-se os deslocamentos mostrados na Figura 16
Estrutura sem carregamento Estrutura carregada (vento)
(vento)
Cx. D'agua 53.87 19,14tf
Barrilete 51.78 17,74tf
17Pav. 48.41 26,39tf
16Pav. 45.58 24,25tf
15Pav. 42.75 24,25tf
14Pav. 39.92 24,25tf
13Pav. 37.09 22,89tf
12Pav. 34.26 22,89tf
Altura (m)
0 4 8 12 16
Deslocamento (cm)
10.84
12.02
13.21
14.64
15.53
2.85
3.63
4.49
5.53
6.42
7.46
8.56
9.69
M1 tot,d
ΔM tot,d
Deslocamento (cm)
12. DETERMINAÇÃO DO γz
Conforme Tabela 5 tem-se os seguintes valores:
∆ M tot , d=806 ; M 1tot , d=11905 .
Aplicando os valores de ∆ M tot , d e M 1tot , d na equação 36 tem-se o
seguinte valor para γz:
1 (36)
γz= =¿ 1,07
806
1−
11905
Como 1,07 < 1,10 a estrutura é considera como de nos fixos para o
vento á 90°
Para o efeito de 2ª ordem com vento a 0° o valor do parâmetro utilizado
foi obtido por meio da ferramenta computacional CAD/Alvest.
Com o valor de γz=1,15>1,10 a estrutura neste sentido é considerada
uma estrutura de nos moveis, sendo necessária a consideração dos efeitos de
2ª ordem.
13. CONCLUSÃO
Podemos concluir que as paredes de contraventamento na direção y são
suficientes para garantir a estabilidade global do edifício nessa direção,
apresentando um γz=1,07 se mantendo abaixo do limite estabelecido pela
norma de 1,10. Caracterizando assim uma estrutura de nós fixos nesta direção.
Já na direção X a edificação apresentou um γz=1,15 superando o limite
de 1,10, mas se mantendo abaixo de 1,30. Por tanto será necessário majorar
os esforços horizontais do edifício em 0,95 ∙ γz para compensar o acréscimo de
momento de 2ª ordem.
0,95 ∙1,15 ∙ F x =1,093 ∙ F x (37)
Onde:
F x = Esforços horizontais na direção x
14. BIBLIOGRAFIA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR15961 – Alvenaria
estrutural – blocos de concreto Parte 1: Projeto. Rio de Janeiro: ABNT,
2011
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR6120 – Cargas
para o calculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 1980
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