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11/01/2022

Interpelação para resolução de contrato à distância quanto à falta de


informações de pagamento de contrato

____________(entidade contratante)

____________(morada completa)

Com conhecimento de ____________(designação da instituição financeira)

____________(dia) /____________(mês)/____________(ano)

ASSUNTO: Resolução do contrato n.º ____________, por falta de informações obrigatórias.

Ex.mos Srs.

A, titular do contrato supra identificado, vem por este meio proceder à livre resolução do contrato
celebrado, a ____________(dia)/____________(mês)/____________(ano), em consequência de
lhe assistir este direito de acordo com o art.º 6.º n.º 3 do DL n.º 82/2008, de 20/05, que veio
republicar o DL n.º 143/2001, de 26/04 nos termos seguintes:

Em ____________(dia)/____________(mês)/____________(ano), foi celebrado um contrato de


____________(descrição do contrato) entre o titular, e a entidade em causa, conforme assinatura
feita, e duplicado entregue.

Do presente contrato não ficou expresso o valor total de custo dos serviços e bens (1) , ficando
apenas determinado que este contrato seria pago em ____________ (____________(por extenso))
euros prestações de € ____________ (____________(por extenso)) euros.

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Indica o art.º 4.º n.º 1 do DL n.º 82/2008, de 20/05, que republicou o DL n.º 143/2001, de 26/04,
que o consumidor deve dispor em tempo útil e previamente à celebração de qualquer contrato
celebrado à distância de diversas informações.

Entre estas refere a al. b) do supra referido artigo que deve constar no contrato o preço do bem (ou
serviço, incluindo taxas e impostos).

Constata-se do duplicado que foi entregue ao consumidor que nada foi preenchido no campo
respetivo.

Indica ainda a al. e) do art.º 4.º, que deve ser comunicada a modalidade de pagamento (entrega
ou execução).

Da leitura do mesmo contrato, denota-se que também ficou por preencher, e consequentemente
por informar se o montante das prestações seria pago por cheque, numerário, multibanco ou
transferência bancária.

O art.º 5.º n.º 1 do referido diploma, indica que em sede da execução do contrato celebrado, deve
em tempo útil ser comunicado por escrito as informações que o art.º 4.º faz referência, entre as
quais se inclui as que se encontram em falta.

Volvidos quase ____________ (____________(por extenso)) meses, verifica o consumidor, que


essas informações legalmente obrigatórias não estão devidamente especificadas no contrato.

Uma vez que nunca foram estes pagamentos explicitados ao consumidor devidamente, muito
menos, alega o mesmo ter-lhe sido claramente especificado os termos de cobrança deste contrato,
é com estranheza que se vê envolvido num processo de contrato de crédito ao consumo, com a
entidade financeira ____________(designação da entidade), para o pagamento do valor do
contrato.

Refere ainda o art.º 5.º n.º 3 al. d) que para além das informações indicadas no art.º 4.º, deve
ainda ser fornecido ao consumidor, «as condições de resolução do contrato quando este tiver

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duração indeterminada ou superior a um ano», isto claro está independentemente da obrigação de


informação das condições e modalidades do exercício de livre resolução.

Verifica-se que o contrato, nas suas cláusulas faz referência às condições de resolução do mesmo
quanto ao exercício da livre resolução (cláusula ____________ do contrato), mas nada é indicado
sobre as condições de resolução do contrato, uma vez que ele tem como duração um prazo superior
a um ano, uma vez que é de ____________ (____________(por extenso)) anos.

Assim sendo, o direito à livre resolução, plasmado no art.º 6.º do DL n.º 82/2008, de 20/05, no seu
n.º 3 abre lugar a um prazo excecional de resolução para o consumidor quando o fornecedor não
cumprir as obrigações referidas no art.º 5.º, como acabámos de enumerar (2) :

- falta do preço total do bem;


- falta de determinação da modalidade de pagamento;
- falta de menção das condições de resolução do contrato, por este ter uma duração superior a um
ano.

Este prazo é de 90 (noventa) dias (3 meses) para a livre resolução do contrato pelo consumidor a
contar da data de celebração do contrato, ou seja da sua assinatura, terminando assim a
____________(dia)/____________(mês)/____________(ano).

Como se não bastasse estar ainda o titular no prazo, vindo assim exercer este seu direito, por fim a
resolver este contrato, terá de atender-se ao preceituado no art.º 16.º al. d) do n.º 1.

Uma vez que se está perante um contrato à distância, equiparado a um contrato ao domicílio (art.º
13.º, n.º 2 al. b) do diploma), o art.º 16.º refere claramente que os contratos concluídos com
consumidores devem, sob pena de nulidade ser reduzidos a escrito e conter: o preço total,
forma e condições de pagamento, e no caso de pagamento a prestações os seus
montantes, datas do respetivo vencimento e demais elementos exigidos pela legislação
que regula o crédito ao consumo.

Desta feita, vem o Sr. ____________(nome completo), exercer o seu direito à livre resolução, no
prazo excecional de 90 (noventa) dias, por falta de informações obrigatórias no seu contrato,
exigindo assim a confirmação de que nesta data tem fim o contrato em causa.

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Entenda-se também que o referido contrato está ferido de nulidade, pela falta destas menções
obrigatórias, pelo que não poderá ser outro o desfecho desta situação, que não a confirmação do
seu pedido de resolução.

Desta carta de resolução tempestiva, será ainda dado conhecimento à entidade financeira, em
virtude de referir expressamente o art.º 8.º n.º 4 do DL n.º 82/2008, de 20/05, ainda, que o
contrato de crédito concedido por terceiro ao fornecedor se tem por automaticamente resolvido,
sempre que o consumidor exerça o seu direito à livre resolução.

O que vem a acontecer nesta data, ao abrigo do prazo excecional já explicitado. Além de que alega
a nulidade também nesta comunicação, e estando ferido o contrato principal com a mesma, o
contrato secundário ou subsequente, estará afetado pela mesma, não podendo manter-se decaindo
o primeiro.

Ficará pois a aguardar que lhe seja remetida para a sua morada a confirmação escrita da resolução
do presente contrato, nos termos atrás descritos, e que por parte da entidade financeira, fique livre
de qualquer ónus ou encargo, em seu nome.

Se nada lhe for comunicado num prazo de 15 (quinze) dias, tomará iniciativa de denunciar a
presente situação junto das entidades fiscalizadoras, nomeadamente a ASAE - Autoridade
Segurança Alimentar e Económica, e o Banco de Portugal.

Ao dispor,

O Advogado,

____________(assinatura)

Carta Registada com aviso de receção

(1)

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Hipótese de informação em falta no contrato.

(2)

Exemplo de dados em falta neste caso.

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