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ENCICLOPÉDIA

DOS

MUNICÍPIOS BRASILEIROS

PLANEJADA E ORIENTADA

por

JlJRANDYR PIRES FERREIRA


PRESIDENTE DO I. B. G. E.

COORDENAÇÃO ADMINISTRATIVA
DE

V IRGILIO CORREA FILHO e LUIZ DE ABREU MOREIRA


Sccr.-Ger.&l do C. N. G. Sccr.-Geral do C. N. E.

SUPERVISÃO GEOGRÁFICA SUPERVISÃO DOS MAPAS ESTADUAIS


DE DE

SPERIDI1\0 FAISSOL ALYRIO DE MATTOS


Dir. de Geografia Dir. de Car tografia

SUPER VISOR DA EDIÇÃO

DYRNO PIRES FERREIRA


Superintendente do Serviço Gráfico

11 DE J UNHO DE 1957
OBRA CONJUNTA DOS CONSELHOS
NACIONAL DE GEOGRAFIA E NACIONAL DE ESTATÍSTICA

DIRETóRIO CENTRAL JUNTA EXECUTIVA CENTRAL

nrig. ANTÔNIO A. CASTllO LmA Dr. A . ScoRZELU J uNIOR


Dr. t\LB.EitTO I. ERICHSEN Dr. Af' ONSO ALMlRO
Dr. ALilERTO R. LAMECO Drig. AI\TÔNIO A . CAsrRo LIMA
Dr. ALBERTO MARnNS
Dr·. ARMANDO 1\f. MADEIRA
Dr. AUCUSTO DE B ULHÕES
Gen . AUllELIAI'O L. DE FARIA
.Emb. CARLos A. GONÇALVES
l'rof. C. M. Dt:LCADO DE CARVAI.IIO Ccl. DtoNIStO TAUNAY
Cel. DtOI'fSIO DE TAUNAY O. DuLCE M. MEUREit
Com. E. B ACELAR OA C. FERNANDES Dr . .El>MO 1\IONTElRO GUIMARÃES
Dr. E. VILHENA DE MORAES D r. GERMAJI>O JARDIM
Ccl. F. FONTOURA DE AZAMBUJA Dra. GLAUCIA WEINBEitC
l>r. FLÁVIO VIEIRA Dr. H. G UI MARÃES CovA
Cônsul JoÃo F. OA COSTA
Dr. H . DE B ARROS LINS •
Dr. MARIO 1). CARVALHO
J>ro(. HtLGARD O. STERNnERc Dr. MOACIR M. F. SILVA
Cen. JACYN'niO D. l\'I. L OBATO Cel. N. MESQUrrA MIRANnA
Dr. j . }~. DE OLIVEIRA JUNIOR Dr. NmcEU C. CEZAR
Min . J.GuiMARÃES RosA Cap. mar·e·guerra l'AULO OLIVEIRA
Alm. ]oRcE S. LEITE Dr. RuBENS D ' AI.MADA HORTA PoRTO
Dr. RUBENS W. Donas
D r. MOACIR M. F. SILVA
D r.S. MARQUES DE OLIVEIRA
Dr. MuRILO CAsn:u.o llRAI'cO
O r. T HOMÊ ABDON GONÇALVES
Dr. P E.RtCl.ES M. CARvAUIO Dr. PAULO MOURÃO RANGEL
Dr. ROMERO EsTELITA D . HlLI>A Go~fES
l'rof. V ITOR R. LEUZII'CER Dr. RUilENS Gouv~

PRESIDENTE DOS CONSELHOS


l'rof. jURANDYR PIRES FERREIRA

Vice-Presidente
nr. MOACYR llt'ALHEIROS F. DA SILVA

Secretário·Gexal Secretário·Geral
Dr. VrRc:ruo CoRR~ l 'JLHO Dr. L u1z DE 1\nREU Mou: IRA

Secretário·Assistente Secretário-Assistente
Ül.MAll GutMARÃF..S Dl:: SOUZA AN ISIO ALECRIA

Chefe do Gabinete da Presidência


Dr. J. M. llROXADO FlLHO
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATfSTICA

EI\lCICLOPÉDIA
DOS
MUNICÍPIOS BRASILEIROS

III VOLUME

RIO DE JANEIRO
195'
PREFÁCIO

S ejam nossas primeims palavras destinadas a reiterar o apêlo, que fizemos aos estudio-
sos e aos conhecedores da gleba brasileira, para apontar falhas ou omissões como contri-
buição ao aprimoramento futuro dês te trabalho.
De fato, a totcgrafia geográfica que se procura apresentar nesta primeira parte
desta Enciclopédia se tc,rna por vêzes difícil, e em especial no caso da região Meio Norte,
em razão das deficiências existentes em estudos realizados, obrigando a um esfôrço muito
maior P.ara o aperfeiçoamento dêsses conhecimentos, à altura da obra que se está elaborando.
Se em verdade nas demais regiões o subsídio de trabalhos decantados em estudos
sucessivos facilitava a sistematização necessária a uma idéia perfeita da região apresen-
tada, no caso do Estadc· do Piauí e do Maranhão foi preciso maior quantidade de novas
pesquisas que aceleradct.mente foram executadas .
Por outro lado . a diferenciação das feições geológicas da região em causa, desde
a grande capa sedimen;~ar do baixo Parnaíba às zonas sêcas do vale do Canindé e aos cha-
padões dos divisores com a bacia do Tocantins, levaram-nos a trabalhos de pesquisas mais
recentes e, em conseqüência, sujeitos a possíveis revisões.
Agrava-se isso na parte sul da região, onde os estudos ainda são mais precários, e,
em conseqüência, a sue: apresentação não poderia ser definitiva.
tste terceiro volume trata dos dois Estados mais pob1·es da Federação.
Se em verdade êsses dois Estados tiveram destaque na história da formação eco-
nômica do Brasil, foram, entr etanto, impedidos de um surto sincronizado com as demais
Unidades Federativas em virtude de condições climatéricas e da própria formação do qua-
dro econômico brasilei1'o .
O Piauí marcc·u , nos campos gerais, o ciclo da economia do gado, levando os seus
rebanhos para as feiras da Bahia. Por outro lado a navegação do rio Parnaíba deu certo
suporte ao escoamento das riquezas Piauienses e Maranhenses.
As dificuldade.> para o florescimento econômico da região, entretanto, residiam,
em sua maior parte, no escoamento marítimo.

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O Piauí conseguiu, mediante troca com o Estado do Ceará, um precário contacto
ocednico . A construção aí de um pôrto não pôde, todavia, tornar-se uma realidade em
face das dificuldades dêsse novo litoral Piauiense . O velho pôr to de Amarração, hoje pôr -
to de Luís Correia, nunca pôde atender à navegação de cabotagem em face das dunas que,
embora fixadas em parte, sempre foram responsáveis pela deficiência das cotas batimé-
tricas, tanto na entrada como na própria bacia de evolução .
O Piauí entretanto se tem servido do pôrto maranhense de Tutóia, em condi-
ções precárias, principalmente pelos altos custos de sua manipulação.
O Estado do Maranhão todavia, dispõe de condições melhores quanto a seu pro-
blema portuário. A diferença de cotas das marés, sendo acentuada no pôrto de São Luís,
marcando diferenças que chegam a ati ngir 8 metros, oferecem outras dificuldades .
São Luís, chamada, em outros tempos, a Atenas Brasileira em virtude do desen-
volvimento cultural de seu povo, não pôde ter o ritmo ascendente de progresso que se
marcou em outros pontos do território nacional. Se é verdáde que o Vale do Mearim é
cheio de condições de fertilidade, com suas largas plantações de arroz, e tem possibilidades
de escoamento de sua produção devido às condições acessíveis à navegação, contudo não ti-
nha boa salubridade em face do desenvolvimento palustre resultante dos alagadiços e das
lagoas em Rosário que pontilham as suas margens e seus vales .
Por outro lado, quando do surto das Estradas de Ferro e embalados pelo prestígio
que as mesmas tiveram para a solução dos problemas econômicos do Brasil, construiu-se
a via férrea São Luís a Caxias, hoje São Luís a Teresina.
,
Ela faz parte da chamada Trans-
continental a se ligar em Paulistana com a linha térrea que, partindo de Petrolina, vara o
sertão Pernambucano para atingir aquela cidade Piauiense.
A São Luís a Terezina não apresentou, para o Estado do Maranhão o sucesso que
se previa dela . Contudo, representou, e representa ainda, um amparo ao escoamento de
uma zona pobre, sem dúvida, mas que se areja por essa via de comunicação.
A base econômica dos dois estados, entretanto, se assenta principalmente no babaçu
e na cêra de carnaúba, dois produtos extrativos, e, em conseqüência, não animadores para
a elevação do nível econômico popular . Daí as dificuldades em que vivem as populações
dêsses estados . A falta de energia elétrica, o próprio descaso na conservação das condi-
ções de navegabilidade interior, deixaram êsses estados em acentuada precariedade
industrial.
É verdade que esperanças residem nesta zona do território nacional com as ocor-
rências de carvão do vale do Parnaíba, as jazidas de minério de ferro nas proximida-
des de Luís Correia
.
e o .aproveitamento hidrelétrico do alto Parnaíba e seus afluentes .
Acontece que no momento atual o planejamento do Vale do Parnaíba para a re-
cuperação de sua navegabilidade econômica e a irrigação de seu vale vai permitir um passo
largo no seu aproveitamento agrícola .
O rendimento do trabalho nesta região é, entretanto, baixo, principalmente na
parte sul do Estado em virtude da temperatura . No Estado do Piauí se soma a esta condi-
ção o rigor das sêcas que tendem a transformar em deserto o antes promissor Vale do
Canindé .
Estas consideraçGes que fazemos a respeito do padrão econômico dêsses estados da
federação são mencionados neste prefácio para explicar o valor enorme que representa o
estudo desta região que agora se abre com novas e esperançosas perspectivas face a me-
canização das atividadE:s rurais .
Pode-se dizer que se abre para êsses estados novamente um panorama de possi-
bilidade para o seu soe-.·guimento econômico .
Ao lançarmos ,;ste terceiro volume da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, como
nos anteriores, procurou-se ligá-lo a um tato que se relacionasse com os acontecimentos
brasileiros em curso. Destarte, quando o professor Vilhena de Moraes, com as suas qualida-
des invulgares de pesqt!isador e o brilhantismo de sua personalidade dada aos estudos his-
tóricos, comunicou ao Conselho Nacional de Geografia a coincidência do lançamento do
terceiro volume que tra.tava do Estado do Piauí com a visita que nos fazia o General Cra-
veiro Lopes, Presidente .te Portugal- coincidência que se tornou significativa pelo tato de ter
o ilustre Presidente da República Portuguêsa entre os seus ancestrais em linhagem direta,
um filho de Campo Ma·~or- aquêle Conselho, por proposta do seu próprio Presidente, con-
vidou o ilustre historia.dor a redigir a introdução dêste volume, cuja edição se faz então
comemorativa da visita. que tão alto sentido tem na aproximação dos povos de língua
portuguêsa.
A introdução ctirá melhor do que qualquer outra coisa que aqui se possa avançar
sôbre a personalidade ;:lustre que na história do Brasil indicou esta homenagem .

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INTRODUÇÃO
PELO

DR. E. VILHENA DE MORAES


llachanl ~m ciências c ltlr.u; Bacharel ~m clénclas jurídicas c soclals; Professor ctu
escol.u ticnlcu d6 Departamento de ln struçlo secundAria da Prdeltura do Distrito Federal;
S6clo b~emlrlto do Instituto Hlstórlco e Gtocr!flco Draslltlro, cto III.Stltuto d e Rlstórta e
Gtocrafla M tJ;tar, do Instituto Klst.órtco cto Ceará e de outros conclneres do pais. (Comissão cte
blbllopafla) Olretor do Arquivo Nacional ; Membro cto Conselho Internacional dos Archlvos,
com sede em Paris; Delecacto Tfcnlco do 1\llnl stirlo da Justlca e Ne&6clos Interiores Junto ao
Conselho Nacional de Gtocrafla ; Repruenbnte do Arquivo Nacional Junto ao Instituto Brasileiro
de educa~lo, ciéncla e cultura, (UNESCO) com sede no Mlnlstfrto das Relações Exteriores
( ltamaratl); <:an.leiro da Ordem do Múlto Militar; Comendactor da Ordem da Instr uç5o Pública
de Portucal; ..: omenctador c:om placa cta Ordem de .Uonso X, o siblo cte Espanha; Condecorado
com crande 11úmero de medalhu nacionais; Hóspede Oficial de honra do covémo de Cuba,
quando partlo:IPOu em Havana. em 1950 da Reunllo do comlt~ dos Arquivos do Instituto
Pan-Amerlcan o; R epresentante do Brasil e 2.• Ylce-presldtnte de honra na Assembl6ia-Geral do
Instituto Pan -Amerlcano de Gtocrafla reunido em 19!10 em Sanllago cto Chile; Relator oficial
da Secçlo de Hlstórta Llter irla e de Arte• no 1.• Con~~:resso de História Nacional reunido no
Rio em 191t, bem como, no 1.° Congresso Internacional de História da Am~rlca reunido em
1922 no Rio ole Janeiro .

A circunstância, apenas, de haver, em sessão Ao modesto signatário destas linhas· singelas


ordinária do Diretório Central do Conselho Nacio- só lhe cabe realçar, além de uma feição própria,
nal de Geografia, represento. há dezenove anos, o singularíssima, que apresenta, como ao deante se
Ministério da Justiça, sugerido), (o que, aliás, estava verá, a publicação do volume ora dado a estampa,
no pensamento de todos) fHsse prestada especial alguns aspectos históricos e culturais de uma, ape-
homenagem ao Supremo Magistrado da República nas, das vastas regiões no mesmo compreendidas,
Portuguêsa, em sua próximH visita ao nosso país, a saber o Piauí.
devo a incumbência com que me honrou o digno Rodeiam-no, de maneira curiosa, algumas coin-
presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e cidências, não raro, antinômicas, e outros tan-
Estatística, Professor Juranclir Pires Ferreira, de tos contrastes que deitam luz, a jorros, sôbre epi-
redigir algumas palavras introdutórias ao presente sódios salientes do nosso passado colonial.
volume da "Enciclopédia dos Municípios Brasi-
leiros". 1656 Um ano de menos e um pouco mais
É , na ordem cronológicH, o terceiro da vasta de advertência, e terí~mos celebrado
obra de divulgação geográfi<:a com a qual aquele exatamente o tri-centenário da primeira fase da
incansável orientador e animador patrioticamente exploração fluvial ou de trânsito, a caminho do
assinala, em curto prazo, a ~:ua administração. Ceará, manifestação inicial da atividade missioná-
Do que representa para o progresso científico ria dos jesuítas do ciclo maranhense no território
do conhecimento do território pátrio essa nova do que é hoje o Estado do Piauí. ( 1 )
contribuição, circunscrita ao estudo do que se con- Não foram, porém, os filhos de Santo Inácio
vencionou chamar o uMeio NoTte", di-lo, em forma os primeiros a perlustrar as plagas piauienses.
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que dispensa encomios e com~ntários, o ilustre pre- Homens brancos que iam sôbre uns cavalos"
faciador e a própria obra, em si mesma, nos seus - referem êles, dez anos mais tarde, em 1676, ha-
claros, sugestivos delineamentos com mão de mes-
(') Coní. Serafim Leite, S.J. - Historia da Companhia de
tre traçados pelos organizadores do trabalho . Jews M Brasil - Vol. V- p. 555- Rio, 1948 .

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viam já sido vistos pelos índios nativos que, sem de riqueza do país, de par com o cultivo do fumo
maiores especificações, dest'arte os classificavam. e da cana de açúcar, insuficientes então para man-
terem, por si mesmas, a subsistência das populações.
O fundador Não seria possível - à tout seigneur Foi, como diz CAPISTRANO, a era do couro à
e povoador tout honneur - bosquejar, mesmo qual deveria seguir, em outras regiões, menos pro-
do Piauí ao de leve, as origens históricas veitosa, a idade do ouro .
da região, sem declinar, desde logo, Senhor de tão vastos cabedaes, ao falecer na
o nome heróico do verdadeiro a descobridor e
Bahia, no ano de 1711, homem profundamente re-
povoador do Piauí", a saber DoMINGOS AFONSO
ligioso, legou em testamento, que ficou célebre,
SERTÃo, filho d'além mar, denominado, pelas ori-
tôdas as suas fazendas à Companhia de Jesus, em
gens do berço pátrio, o Mafrense, nobre e magnâ-
cuja roupeta, encimada pelo hábito da Ordem de
nima figura de desbravador, representativa da raça
Cristo, quiz êle ser amortalhado como participante
e que aparece ao lado de um filho da terra, ta,m bém
que era dos benefícios espirituais da milícia ina-
sertanista, DoMINGos JoRJE, natural de São Paulo, ciana.
ambos, (primeira coincidência) DoMINGOS, anima-
Ocupando-se largamente do Piauí, nos seus tão
dos um e outro, de maneira diversa, pela ambição
úteis quanto modestos no título, u Apontamentos
do domínio e das riquezas. Buscava um deles, pri-
para o Dicionário Geográfico do B1·asiZ" (4 ) refe-
meiro contraste, indígenas, para os reduzir a cati-
re-se MoREIRA PINTO ao luso Mafrense nos seguin-
veiro; o outro, terras para amanhar. e) tes têrmos: . . . ufoi estabelecendo fazendas de
Partindo do São Francisco, descobriu, à mar- creação e tantas chegou a possuir que por sua morte,
gem direita do Parnaíba, um afluente dêste, o legou trinta aos missionários jesuítas sob condição
Piauí, cujo nome se extendeu a todo o território de empregarem os rendimentos delas em dotar don-
e até hoje perdura. zelas e socorrer viuvas desvalidas."
Rendeiro das Sesmarias de Garcia d'Avila, foi uDe posse de tão importànte herança, os je-
o fundador da Vila de Mocha sob o patrocínio de suítas estabeleceram mais três fazendas; ignoran-
e
Nossa Senhora da Vitória, 1) facilitando-se dest'arte do-se se com os rendimentos das que lhe foram
as comunicações entre as capitanias do Mara- legadas, cumpriram a vontade do testador. Em 1759
nhão, Bahia e Pernambuco. por ocasião da confiscação dos bens dos padres da
Mais ou menos na mesma época, ter-se-ia,. des- .Companhia, passaram as trinta e três fazendas para
baratados os selvagens, estabelecido também às a Corôa!"
margens do Parnaíba DoMINGOS .JORGE, que, se- O número está exato, constituindo elas as cha-
gundo outros, rico de escravos, voltou para São madas Capelàs (vocábulo sem nenhum significado
Paulo. religioso, mas apenas jurídico valendo o mesmo
Obtidas novas sesmarias, tornou-se o Mafrense que "morgado") isto é, bens inalienáveis.
possuidor de imenso latifúndio com dezenas de fa- O tom dubitativo, entretanto, do emérito pu-
zendas destinadas à criação do gado, principal fonte blicista sôbre a exatidão do cumprimento por parte
dos jesuítas, da vontade do generoso testador, não
(") Retrata-o com fidelidade o admirável soneto do poeta ma-
ranhense Humberto de Campos: se justifica em face da sua própria, honesta infor-
DOMINGOS AFONSO MAFRENSE mação de haverem sido as ditas fazendas confis-
(Povoador do Piauí) cadas pela Corôa, o que, naturalmente, !mplica um
Como os patriacas bíblicos de antanho impedimento para a integral execução do legado,
Cortando a Siria a apascentar seu gado,
Penetraste o planalto socegado que não foi, aliás, exatamente o que declara o dicio-
Conduzindo teu povo e teu rebanho. narista, mostrando assim não conhecer ou não
Pelo sertão era de paz teu brado: ter lido o já citado "Testamento" de DoMINGOS
Dôida fadiga antecedeu teu ganho:
Teu arcabús não trabalhou no amanho AFoNso, que apenas dotou algumas donzelas ho-
Dêsse deserto de que foste o arado.
nestas sem cogitar da fundação, propriamente, de
Não foi teu sonho de esmeralda e de ouro:
Tua ambição era a existência ruda ·um asilo às mesmas especialmente destinado.
Mungindo as vacas e laçando o touro.
Estabelecimento congênere, e ainda de maior
E é por isso que, ainda hoje, a terra, bôa,
No aboiar dos vaqueiros - te saúda, alcance foi o que êle próprio em vida fundou, isto
Pelo berro do gado - te abençôal é, o Noviciado da Giquitaia na Bahia para os reli-
Humberto de Campos giosos da Companhia, soberbo edifício que em parte
( 1) Orago da l.a Igreja regular que se levantou em 1733 na
cidade de Oeiras. (') Rio, Imprensa Nacional - 1889 - pg. 197 a 204.

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arruinado, após a supressão, foi aproveitado como prio, mas para acudir, não so as necessidades
Casa dos Meninos Orfãos nét Cidade do Salvador. temporais dos indígenas confiados a sua guarda e
Documentos posteriores, modernamente divul- aos quaes deviam sustentar provendo-os de todo o
gados e que MoREIRA PINTO não chegou a conhecer necessá.rio, mas também para o custeio das grandes
dão cabal resposta a sua int•?rrogação: construções e obras de arte que em tôda a parte,
u Pelos relatórios periódi.~os do Colégio da Baía, como se sabe, sempre realizaram. Menos é de im-
enviados ao P. Geral, pode-se reconstituir, nas pressionar, aliás, êsse aparente contraste do que
suas grandes linhas, a história desta adminis- aquêle outro real, significativo da maternidade di-
tração. Diz-se em 1739, que são 30 as Fazendas vina da Igreja, de se verem atirados às brenhas
da ucapela" e que ocupam quasi 100 léguas incultas a catequizar os bárbaros, vultos como
de terras próprias. Há •nelas 30.000 cabeças de
VIEIRA, roubado ao púlpito e aos concelhos da alta
gado vacum e 1.500 de gc1do cavalar. Costumam
tirar-se cada ano 1.000 bois, que vendidos a diplomacia, ou um FEr.IPE BouREL à cátedra de
4 escudos romanos cada um, são 4.000. De~ti­ matemática da Universidade de Coimbra ou MALA-
nam-se 1.500 a satisjaze1· os legados que o Tes- GRIDA, o Mártir, ao ensino das humanidades nos
tador deixou a entidades de fora da Compa- Colégios da Itália .
nhia. Gastam-se 600 com os vaqueiros que
Si não foi maior, entretanto no Piauí, o labor
conduzem as boiadas pc•r distância e caminho
de 300 léguas; empregam-se outros 600 em cultural e pedagógico dos jesuítas, explica-se o fato,
beneficiar as Fazendas . Restam 1.200 que, de um lado, pela própria. natureza da atividade ad-
conforme a disposição d..J Testador, se dividem ministrativa incessante que o legado mafrense lhes
em 3 partes: duas ou s~ jam 800 escudos, para impunha bem como pela dispersão das populações
sustento do Noviciado, 400 pelo ónus da Admi- disseminadas, em estado de absoluta ignorância por
nistração. Os servos destas Fazendas são 164{ 6 )
enormes distâncias difíceis de transpor. Convem.
uEm 1743 a situaçâo é a mesma, apenas
aumentam os servos, 170." ( 8 ) acima de tudo isso, não esquecer o truculento golpe
Em 1757, ainda igual número de Fazen- com que veio a perseguição transferir para ~ Corôa
das ( 30), mas o gado aumentou: vacum, 32.000 as "Capelas", que são hoje fazendas nacionais, trun-
cabeças, cavalar, 1.600. Podiam-se tirar 1.200 cando abruptamente tôda a feliz obra começada.
cabeças, sendo o produto médio da venda, o Foram ainda assim os filhos de Santo Inácio
mesmo de 4.000 escudos romanos, com idêntica
aplicação à de 1739. os primeiros a catequizar por meio de missões
uNas Residências do Piauí havia u os ca- ambulantes (como os Lazaristas em Minas no
dernos de receita e des1•esa", indispensáveis a séc. XIX), tôda a vasta região e de tal modo que
uma escrupulosa administração. Algumas Fa- deitou a crença raizes profundas mantidas até hoje
zendas tinham vida con;iunta; e os Sítios, com no coração dos sertanejos .
que se denominavam e 1·epartiam as Fazendas,
eram muito mais do que aquêles 30." C) A êsses apóstolos se deve igualmente com o
Seminário da Parnaíba a instituição no Piauí dos
O temporal Participes em 1656 das primeiras primeiros estabelecimentos de ensino secundário.
e o espiritual explorações de• Rio Parnaíba, com o
Do ponto de vista social e político, foi como
grande VIEIRA em pessoa que odes-
justamente faz notar o já louvado SERAFIM LEITE
creveu ao Rei, chamando-lhe Paraguaçú, mani-
benéfica a administração das Fazendas, pois, con-
festaram . desde logo, opondo-se tenazmente as
tribuindo para a conglutinação e homogeneidade do
correrias contra os selvícolas, o seu verdadeiro
território, foi útil para a criação posterior da Provín-
objetivo que era a caçada das almas para con-
cia e do Estado do Piauhy.
verte-las a Cristo.
Não deixa, dest'arte de causar espécie apare- S. J . as Magnéticas chama JoAQUIM NABUCO
çam agora nos primeiros albores da história piauí- duas letras as duas letras S. J., símbolo da
ense como grão-senhores dt! imensos latifúndios, magnéticas Companhia de Jesus, gravadas no
empenhados, como os velhos patriarcas bíblicos nas frontispício de nossa História. Ao invés delas,
rudes tarefas da pecuária . Civilizadora, por exce- por cruel ironia da sorte, na toponímia da
lência, serve-lhes a indústriét pastoril de poderoso reg1ao nordestina , onde, mais do que em
instrumento, não de certo, para uso e goso pró- qualquer outra de nossa pátria, se estendeu
a dominação territorial da Companhia - fruto
0
Bl'as. 6, 276 .
"( )
0
"( ) Bras. 6, 335.
de um legado pio, deixado por DoMINGOS
(') Pe. Se.r afim Leite, S.J . - 0 9. cit.- Vol. 5, pg. 552. AFFONSO - o aulicismo adulatório do primeiro

9
governador da Capitania tornada independente coração. Êsses miseráveis conchegavam a si,
da do Maranhão, JoÃo CARLOs PEREmA CALDAS para cobrir a sua nudez, os farrapos dos vesti-
'
cumprindo ordens da metrópole que mandava, dos, com que haviam entrado nas prisões e que,
em má hora, proscrever da nomenc~atura geográ- usados durante dezoito anos, roçando-se pelos
fica os nomes bárbaros - que barbaridad~! - tão ferros, nunca tinham sido renovados. Os seus
cheios de significação, trocando-os por outros novos, rostos estavam lívidos e cheios de rugas, sul-
achou de bom aviso consolidar a sua posição polí- cos abertos pelo sofrimento e.pela desesperação;
tica, substituindo a tradicional Mocha (bacia de os seus cabelos tinham embranquecido a des-
peito da mocidade, os olhos estavam inchados
pedra segundo PEREmA DA CosTA) que recordava
pela obscuridade, a língua paralisada pelo si-
o generoso Mafrense, pelo nome de Oeiras, em honra lêncio".
do então já onipotente Conde dêsse título, futuro
Marquez de Pombal, o fero aniquilador da obra " Pareciam receosos de andar e da abrir os
apostolar e civilizadora dos jesuítas naquelas para- olhos; dir-se-ia que traziam em si a sombria e
tétrica imobilidade dos ergástulos.
gens como em todo o resto do território brasileiro.
A barretada adquire uma significação particular- "Os parentes não os reconheciam, os filhos
mente dolorosa ao notar-se que Oeiras pouco dis- tinham-nos esquecido, e os amigos haviam-n'os
como mortos" - (FRANcisco Lurz GoMEs -
tava dos negros calabouços de S. Julião da Barra, Le Marquis de Pombal - Lisbonne - 1869,
onde, como nos da Junqueira, durante anos e anos, p. 329. )
sem culpa formada, pelo simples fato de serem je-
suítas, foram atirados tantos apóstolos beneméritos Não contente com a zumbaia ao Ministro, aca-
entre os quaes, alguns que haviam, como MALAGRI- bou o governador impondo, em 1762 à Capitania o
DA e o Pe. MANOEL GoNZAGA, mourejado no solo nome de S. José, em homenagem ao Rei que, na
piauiense. GABRIEL MALAGRIDA, nome a quem não frase de REBELO DA SILvA, estava ao torno deixan-
pagou até hoje o Brasil, um real da sua imensa dí- do no trono o poderoso Secretário de Estado.
vida de gratidão pelo extrenuo labor apostolar
Retrato Interessante concidência foi, de
que significa no norte e no centro do país, repre-
do Piauí certo, o lançamento do segundo
senta o doloroso vulto em quem concentrou SEBAS-
TIÃo JosÉ todo o seu ódio contra a Companhia de volume de "Enciclopédia dos Muni-
Jesus. Preso para figurar como cúmplice do regi- cípios Brasileiros", justo na época em que na
cídio, mas garroteado, afinal, com mordaça na boca Capital da República se realizava a magna
e carocha na cabeça com o rótulo de herege e lan- assembléia do Congresso Nacional dos Municípios,
çado à fogueira, despertou a indignação do próprio numa congregação jamais vista dos representantes
VoLTAIRE que assim sarcàsticamente apostrofou o das vereanças e prefeituras do país. Realçou, dest'
seu bárbaro carnífice: arte, de maneira expressiva, a multisecular insti-
tuição municipalista, herança política do direito
" Êh! Misérables! Si Malagrida a trempé dans ibérico através dos textos da legislação Manoelina,
l'assassinat du Roi, pourquoi n'avez-vous pas
Afonsina e Philipina, nos tempos colonia.V;, con-
osé l'interroger, le confronter, le juger, le con-
damner? Pourquoi vous deshonorez-vous en substanciada mais tarde no Brasil Império pela Lei
le faisant · condamner par l'Inquisitione pour de 1.0 de outubro de 1828 que preparou o pleno
des fariboles?" ( 8 ) exercício das franquias urbanas asseguradas pela
Constituição Republicana aos Municípios, historica-
Um dos primeiros atos de Dona MARIA I foi
mandar abrir as prisões do Estado . mente considerados como divisões administrativas
e base da organização judiciária .
Traça-nos Lmz GoMES, - um quasi apologista
Realizado êsse oportuno trabalho, justo é re-
o quadro comovedor da ressurreição de pobres cordar, no mesmo setor, outros que em menor es-
criaturas sem culpa, há dezoito anos, encerradas nos cala, dados os menores recursos, mas com não menor
subterraneos da J unqueira . esfôrço patriótico, foram levados a efeito em épocas
anteriores .
"Era tôda uma colonia de . desgraçados,
cuja miséria regelava a vista, e ~ndignava o Exemplo seja, e da primeira ordem, a por .no-
tabilíssima coincidência êste ano, justamente cen-
(•) Voltaire - Correspondence- Oeuvres completes - Tomo
XL - n. 542. tenár~a obra sob o título,

lO
Da imprensa no Piauí apresentou uma resenha
u MEMOli:lA" de "jornais e revistas e outras publicações periódi-
"Cronológica, Históri<:a e Corográfica cas" de 1835 a 1908, o Dr. AsmAs NEvEs, in "Re·
da vista do Instituto Histórico e Geográfico Brasi-
PROVINCIA DO PIAUÍ leiro, 1908".
"Por
"Prata da casa" é também com prazer que cha-
"José Martins Pereira d' Alencastre
mo à colação o trabalho inserto no "Boletim
"(Rio de Janeiro, 15 de maio de 1855) Geográfico" - Ano I, n. 0 9 - infelizmente esgo-
(in Revista do Instituto Histórico e Geográ· tado, do Sr. MARTINS NAPOLEÃo, sob c título uo
fico Brasileiro" - Tome XX- 1.0 trimes- Piauí e o Nordeste" - Aspectos e problemas da sua
tre de 1857) . vida social."
Modernamente, é de notar-se de JoNAS CoRRÊA
Nem poderia, com ingrata pena, ficar em es-
quecimento, o preciosíssimo :?ernambucano PEREIRA O Livro do Centenário de Parnaíba
DA CosTA, autor aliás de uma obra muito conhecida Documentário da cidade
e citada como clássica isto é a 1844 - dezembro - 1944
Organizadores: Benedito Jonas Correa
Benedito dos Santos Lima
NOTíCIA SôBRE AS COMARCAS DA
Parnaíba - Piauí - Brasil. - fi. 7 a 420.
PROVíNCIA DO PIAUí
Em conformidade dos Avisos do Ministério
da Justiça, de Setembro de 1883 e 14 de Convem tão pouco não esquecer os
Outubro de 1884, e da Ordem do
Exmo. Sr. President·~ da Província . ESTUDOS PIAUIENSES
Dr. Raymundo Theodorko de Castro e Silva. Agenor Augusto de Miranda
por
Engenheiro Civil, Socio do Instituto Geográ-
Francisco Augusto Pereira da Costa
fico e }listórico da Bahia e da Sociedade de
Secretário da mesma Província. Geografia do Rio de Janeiro
1938
Transcrevo, com prazer o longo título, tendo à Companhia Editora Nacional
vista o exemplar oferecidl) com dedicatória pelo São Paulo - Rio de Janeiro - Recife -
autor ao então ":f\rquivo F úblico do Império" do Porto Alegre
qual se declara o historiador agente auxiliar.
De egual ou quiçá ainda maior importancia o grosso
volume de 400 paginas, en duas colunas, sob o Fontes menos conhecidas são, no período colo-
titulo: nial, o ((Diário da Viagem do Governador João da
Maia da Gama" e, citados por SERAFIM LEITE dos
arquivos da Companhia, a u Descrição do Sertão do
F. A. Pereira da Costa
Piauí" do Padre MIGUEL DE CARVALHO (1697)
CHRONOLOGIA HISTORICA
creio que inéditas, bem como outra " Descrição da
DO
ESTADO DO PIAUHY Capitania do Piauí" entre os papéis do Padre BENTO
Desde os seus primeiros tempos até a DA FoNSECA -- "Maranhão Conquistado a Jesus
proclamação da Republica em 1889 Cristo". (1°)

Publicação do Estado t?m virtude da Lei O Piauí Uma palavra, ao menos, deve agora
n. 0 342 de 27 de Junho de 1907 na Adminis- nas lutas da ser dita sôbre o papel desempenhado
tração do Exm. Sr. Dr. Anisio Auto de Abrêo Independência pelo Piauí nas lutas do Nordeste em
pro] da Independência Nacional.
Pernambuco
Typographia do "Jornal do Recife" A situação era, como se sabe, naquelas para·
47- Rua 15 de Novembro- 47 gens, demasiado confusa e erro fôra, dos mais gra-
1909 0
(' ) Op. cit. e i eodcm loco pg. 564- 565.

li
ves, pretender alguém julgar, de plano, com os ele- da maior importância na ocasião, o mesmo que de-
mentos circunstanciais de hoje em matéria de co- veria ser anos mais tarde teatro das façanhas do
nhecimento de causa, facilidade de comunicação, maior guerreiro do Brasil, condecorado com o título
unidade de pontos de vista, liberdade de ação e inte- nobiliárquico daquele nome.
gridade do espírito patriótico. Como que tangidos por antecipação pelo espí-
Desde os antigos tempos coloniais pode-se di- rito de coesão do unificador do Império, mara-
zer que eram mais fáceis e mais freqüentes as liga- nhenses, piauienses, cearenses, pernambucanos
ções do Maranhão com a Metrópole do que com o poem cêrco à praça onde afinal, a 1.0 de agôsto de
Rio de Janeiro . Não admira, assim, predominasse 1823, demite-se nobremente FIDIÉ para não ser
aí o elemento português, constituído dos mais ricos obrigado a render-se e a entregar a conquista.
habitantes da província, onde, na ordem da hierar- Transportado preso ao Rio, recolhido à Forta-
quia, exercia grande influência um prelado lusitano leza de Villegaignon, concede-lhe D. PEDRO I permis-
que se manteve em todo o tempo, resistindo a tôdas são para regressar com os seus a Portugal onde
as solicitações, ainda as mais prementes e amistosas prestou ainda serviços como comandante do Colégio
como ~s que recebeu do próprio Imperador PEDRO I, Militar de Lisbôa.
se manteve intransigentemente fiel à causa do que PORTUGAL Houve por bem o Presidente do
se lhe afigurava então a legalidade e a fidelidade ao EM VISITA Instituto Brasileiro de Geografia e
Reino, isto é, Dom JoAQUIM DE NossA SENHORA DE AO BRASIL Estatística fazer coincidir o lança-
NAZARETH. o mesmo se diga, no Piauí, relativa- mento do volume terceiro da {{Enci-
mente, não ao influxo de uma autoridade espiritual,
clopédia dos Municípios Brasileiros" com a grata
mas ao predomínio de um chefe militar dos mais
visita que ora o faz ao nosso país o nobre Presidente
enérgicos que, tendo prestado já, veterano da guerra
da República Portuguesa, General Francisco Hi-
peninsular, relevantes serviços ao seu país de ori-
gino Craveiro Lopes, ao qual é, especialmente, de-
gem, não duvidou assegurar-lhe de acôrdo, aliás,
dicado. E está isso posto em inteira razão.
se é lícito um t.rocadilho com o radical do seu nome
patronímico a mesma fidelidade que ao juramento Pela vibração, com efeito, de entusiasmo cívico
militar, i.é o Sargento-mór JoÃo JosÉ DA Cu~HA ql..le, d'aquém e d'além mar, vem despertando por
FmiÉ, Comandante das armas . parte de brasileiros e portuguêses, transcende essa
Na quasi absoluta ignorância do que em fase visita as lindes estreitas de um simples ato de cor-
de tamanha agitação política e partidária se passava tesia diplomática . Representa, antes, mais uma elo-
no Rio de Janeiro e na Metrópole, não podia deixar qüente demonstração dessa profunda, inquebrantá-
de haver, não rar o mesmo por parte dos patriotas, vel amizade que uma tradição multi-secular afirma
alguma indecisão quanto ao rumo a seguir, em ra- entre dois países, unidos, através das vastidões do
zão das marchas e contra-marchas dos movimentos Atlântico, pelos vínculos sagrados de uma mesma
populares e instabilidade das Juntas que se forma- língua, uma mesma crença um mesmo patrimônio
vam e dissolviam instantaneamente ao sabor da- riquíssimo de glórias e de civilização, de usos e cos-
queles. tumes e um mesmo anseio democrático de liberdade,
Honra, por isso, e glória eterna ao bravo Ceará, de paz e de progresso, dentro da ordem e do ideal
que, aderindo à causa da Independência, veio dar cristão.
mão forte a Parnaíba, onde se levantou bem alto Na sua vigorosa ancianidade, revê Portugal,
o primeiro grito da libertação que FIDIÉ tenta logo com orgulho no formoso retrato do filho jovem e
sufocar, ajudado pelos reforços que lhe envia a Jun- reconhecido, cheio de ambições e impulsos genero-
ta Maranhense. sos, nítidos traços da sua fisionomia moral e física
Propaga-se, entretanto a chama do entusiasmo que as vicissitudes dos tempos não conseguiram de-
à própria Capital, Oeiras, a cuja defesa acode rápido formar nas suas características essenciais.
FmiÉ, interceptado, porém, na sua contra-marcha É êste, na verdade, um momento histórico na
pelos rebeldes, com os quaes tem de bater-se em vida das <;luas Repúblicas irmãs que recordam jun-
Genipapo junto a Campo Maior, sítio sagrado, onde tas, sem rancores nem prevenções raciais, o seu pas-
se pagou, na luta, o maior tributo de sangue. sado comum e afirmam, cheias de esperança os seus
Debalde tenta a Junta Maranhense desespera- propósitos de solidariedade e cordialidade para o
dos esforços para auxiliar FmiÉ que, incapaz de sub- futuro, ratificados, ademais, por novos diplomas le-
jugar o Piauí, avança para Caxias, ponto estratégico gislativos prestes a assinar-se.
Explica-se, dest'arte, o desejo manifestado pelo nando. Filho do valente militar HYGINO CRAVEIRO
Presidente CRAVEIRO LoPE~:: de não limitar a LOPES acompanhou seu pae nas campanhas tra-
sua rápida visita às Capitais do país. Podesse ele, vadas por occasião das luctas da independencia
extendê-Ja-ia com certeza de Norte a Sul, a todos os a que, por lealdade, não quiz adherir, e indo
pontos vitais do Brasil. Eis ô.Í, nesse almejado con- para Lisbôa estudou primeiro medicina e depois
tacto pessoal com o território )?átrio, mais um motivo commércio, deliberando depois seguir os cursos da
a justificar, se outros tantos não houvesse, a opor- academia de Marinha, que completou com distinção
tuna dedicatória que lhe é feita do presente volume . em todos os tres annos. Embarcando na corveta
É que nesse mesmo território justamente no Urani~ foi, com esse navio, aprisionado pela esqua-
Piauí abriram os olhos à primeira luz ilustres avoen- dra franceza do almirante RoussiN que então cru-
gos seus, distintos todos, como êle próprio, na zava na costa de Portugal e bloqueava o Tejo por
carreira das armas e que tiveram por berço os his- causa das dissenções havidas entre a França e o
tóricos centros de Oeiras e dH Campo Maior. governo de D. MIGUEL. Mais tarde, achando-se em
Nesta localidade, nasceu em 1814 o bisavô do Brest, pronunciou-se, com a guarnição do seu navio,
Presidente CRAVEIRO LOPES, FRANCisco XAVIER a favor da causa liberal, e indo apresentar-se, na
LOPES, General de Artilharia. Terceira, ao serviço da rainha, assistiu a todas as
Nove anos contava apenas de idade ao desen- campanhas das ilhas, revelando logo o seu grande
rolar-se a luta pela·IndependÉ:ncia no Piauí, de onde
valor e prestando relevantissimos serviços. Desem-
se retirou para Portugal, fale·~endo aí em 1883, com
barcando com D. PEDRO IV no Mindello, assignalou-
honrosa fé de Ofício:
-se no Cerco do Porto, servindo depois, como iníme-
"Estudou em Lisboa no Collegio Militar e du- diato, a bordo do heróico brigue-escuna, Liberal, do
rante a sua vida deu sempre brilhantes provas
de seu valor. Tomou pade ativa nas luctas li- commando do illustre marinheiro SoAREs FRANCO.
berais assistindo a muitos combates no posto Finda a campanha, em que affirmou sempre a mais
de 2.0 tenente, e contando apenas 19 anos de denodada valentia, commandou differentes navios,
edade. Terminada a luta, seguiu o curso de en- distinguindo-se como habilíssimo manobrista. Notà-
genharia, serviu ás ordens de Sá da Bandeira velmente se assignalou como commandante do bri-
por ocasião da revolta c.os marechaes (1834),
foi preso em Faro por suspeito de affeiçoado á gue Vouga e da estação naval de Cabo Verde, como
revolta de Torres Novas (1844), foi nomeado commandante da Corveta D. João I e da estação
engenheiro para a provincia de Angola ( 1845) , naval de Macau, em cuja qualidade combateu e des-
etc . Em seguida a uma viagem de estudo pela truiu em Ningpó a esquadra do famoso pirata
França e Inglaterra, foi :nomeado chefe de sec- APACK, co~o commandante das escunas Esperança,
ção no Ministério da Guerra (1850) sendo de-
pois successivamente en·~arregado de differen- Nynpha, Conselho, do brigue Vouga, da corveta-fra-
tes commissões de serviç·). A elle se deve a ini- gata D. Fernando, do vapor Infante D. Luiz, etc. Na
ciativa da maior parte dos trabalhos prepara- corporação da a.r mada real portuguesa deixou um
tórios para a creação e ·~stabelecimento da es- nome ilustre e honradíssimo, pelo seu valor, pela
cola pratica de artilharia e formação do poly-
sua energia, pelo seu patriotismo, pela sua P.eri-
gono de Vendas Novas. Comandou artilharia 3,
governou a praça de ElvétS e era director da ad- cia. "C2 )
ministração militar quando falleceu" ( 11 ) Quatro longas colunas da mais elogiosa apre-
JOAO Em Oeiras que recorda a primitiva ciação consagra-lhe também outro enciclopedista,
CARLOS Môcha e seu fundador Mafrense que Pinheiro Chagas no seu conhecido "Dicionário
CRAVEIRO por sua vez, .recorda Mafra com o
LOPES Popular" (de 1880, vol. 7) onde declara o articulista
legendário, monumental convento ter conhecido o ilustre militar "como seu coman-
onde passou a sua mocidade o futuro Príncipe do dante mestre e amigo".
Brasil D. JoÃo VI, veio ao mundo
De sua curta permanência no Brasil apenas se
CARLOS "Ilustre oficial da armada, nascido diz que acompanhou o pae nas lutas da Indepen-
CRAVEIRO na cidade De üeiras, então capital da dência.
LOPES
província do Piauy, no Brazil, em Como acompanhante, sim, apenas, mais talvez
1807, e fallecido em 1865 no posto de Capitão de que como combatente, dada a sua juvenilidade
de mar e guerra, commandante da fragata D. Fer- - 16 anos .
(") Encyclopedia Portuguesa llu::trada Diccionario Universal,
por Maximiliano de Lemos - Vol. 6 - V. Lopes. ('") Maximiliano de Lemos - Op. cit., eodem loco.

13
Como quer que seja, não há, da parte dele, no~ que era Ministro e Secretário de Estado de
tícia de nenhum ato direto ou iniciativa própria EI-Rei D. José I, Soberano reinante, em honra
contra a nossa Independência à qual, seguindo o de quem impoz o governador à capitania o
pai, não quiz aderir, regressando a Portugal, talvez nome de S. José do Piauí."
em companhia dos homens de FmrÉ. Campo Maior, por sua vez, não ficou esquecido:
Se não podemos, assim, ter a satisfação de arro- "A data da creação de sua freguesia é desco-
lar o seu nome en~re os primeiros heróis da auto- nhecida; no entretanto, em 1713 já gosava de seme-
nomia brasileira, é-nos, todavia, grato assinalar que, lhante cathegoria, pois n'este ano o governador do
de volta ao Reino, poz o seu braço a serviço de estado do Maranhão, D. Christovão da Costa Freire,
D. PEDRO IV, fundador do Império Brasileiro,
nomeou a Manoel Carvalho de Almeida, residente
pugnando contra o absolutismo a favor do regime
na freguesia de Santo Antonio de ·surubim, em
constitucional, her~nça do movimento nacionalista
Campo maior, para exercer o cargo d~ comissário
brasileiro .
geral da cavalaria do Piaui, o que consta do arquivo
Das cruentas lutas da Independência no Piauí da secretaria do Governo.
registram-se documentos onde figura o nome de "Em 1761, já tinha um tabelião público, judicial
Hrcrno XAVIER LoPES, assinando ·com numerosos e notas, e n'este mesmo ano entrou no exercício do
outros habitantes um manifesto aprovando a po- cargo de Juiz de orphãos, o primeiro magistrado no-
lítica da· Côrte portuguesa, C3 ) bem como, a seguir, meado para tal fim.
conduzindo· em companhia do Major FRANcisco SA- "Em virtude da Carta Régia de 19 de Junho de
LftSAR Moscoso( 14 ) 2. 0 Tenente de Artilharia FER- 1761, foi a freguesia de Santo Antonio do Surubim
NANDO Lurs FERRE-IRA, reforços de munições, farda- elevada à categoria de vila, com o nome de Campo-
mf>ntos e dinheiro ao comandante FIDIÉ. -maior, que lhe impoz o governador JoÃo PEREIRA
Não encontro, porém, vestígios de nenhuma CALDAS, tendo lugar o acto de sua instalação em 8
de novembro de 1762, pelo mesmo governador; e
inic:iativa sua própria ou ato individual de hos~ili­
procedendo-se, no dia 11 imediato, à eleição dos
dade contra o nosso país nessa emergência em que,
membros do senado da Câmara da mesma vila, saí-
em meio a tantas indeci;Bões que chegaram até a des-
ram eleitos: Antonio de Souza Carvalho, juiz Ordi-
nortear representant~s nossos do mais alto valor
nário e presidente da Câmara; João Peres Nunes e
como P ARANAGUÁ, nas Côrtes de Lisboa, se limi- José da Cunha Freire, vereadores; e Bernardo da
tou apenas ao estrito desempenho dp seu dever Rocha Fontes, procurador; os quaes foram impossa-
militar. dos no dia seguinte. A municipalidade possue um
patrimonio de quatro leguas de terras em quadro,
Oeiras, Relevo especial merecem nestas
Campo maior páginas as já de portantos títulos
as quaes foram demarcadas em 1808 pelo ouvidor e
e Barras históricas paragens de Oeiras e corregedor geral, Dr. Henrique José da Silva, cujos
marcos ainda existem.
Campo maior.
"Chamada em sua origem povoação e freguesia
Da primeira, Ja mais próximo de nós do que do Surubim, por se achar situada à margem do rio
Alencastre, assim fala entre outros dados PEREIRA d•este nome, totpou depois o de Campo maior, em
DA CosTA, na sua citada ·obra: virtude dos belos e extensos campos de mimosos,
"Em virtude da Carta Régia de 29 de Ju- que possue, ornados de grandes carnaubaes."
lho de 1758, creando a capitania do Piauí inde- Ao lado destas duas localidades, não pode dei-
pendente da do Maranhão, foi a vila do Môcha, xar de figurar aqui Barras pela singular coincidên-
que então era a maior povoação da província, cia de ter sido ela o berço de tôda uma estirpe de
designada para séde do novo governo; e teve o
patriotas P.ustres também êles entre os que expuz
título de cidade, pela Carta Régia de 19 de Ju-
nho de 1761, sendo o nome de Môcha mudado eram pela pátria as suas vidas nos cat:npos de bata-
pelo de Oeiras, por ato do governador João e
lha que a serviram relevantemente nos labores
Pereira Caldas, datado de 13 de Novembro do da paz: Os PmEs FERREmA a cuja linhagem se filia
mesmo ano, sem dúvida em homenagem ao o ilustre presidente do IBGE organiz_a dor dêste tra-
Conde de Oeiras depoi~ Marquez de Pombal, balho. Cêrca de duzentas fichas, colhidas a talho de
foice, entre os documentos da Secção Histórica do
(") Conf. Varnhagen - História da Independencia do Brasil
- Vol. 173 - 1938 - pg. 511. - Rev. I.H.G.B. Arquivo Nacional, ilustram essa benemerência que

14
compete a Barras, assim, na paz como na guerra, C11 ) Uma fonte Cingido a curto espaço que talvez já
retratada, há mais de setenta anos pelo mesmo inte- histórica tenha excedido nesta Introdução, não
ligentíssimo escritor pernambucano . quase inédita podia, nem devia pretender apresen-
tar nela uma resenha completa da bibliografia
Barras ''A povoação das Barras data de
histórica piauiense, limitando-me apenas, como
meiados do sé•!ulo passado, e teve por
viu o leitor, a focalizar algumas das obras clás-
origem uma fazenda de criE:ção de gado, chamada
sicas que mais de perto se coadunam com a ín-
do Buritysinho. O Coronel Miguel de Carvalho
dole especial do presente volume, onde muitas ou-
Aguiar, natural da Bahia e um dos principais mo-
tras, antigas e modernas, poderiam, sem dúvida, ser
radores do lugar, começou por êsse tempo a edificar
com honra citadas .
uma capela sob a invocação de N. S. da Conceição,
que ficou concluída em 175~•. para a qual fez ele o Para compensar, entretanto, essa forçada res-
respectivo patrimonio . Em 14 de julho de 1831, trição informativa, apraz-me, encerrando êste pará-
lançou o coronel José de Ca:~valho Almeida os fun- grafo, chamar a esclarecida atenção dos estudiosos
damentos de uma nova egre.ia, sobre o local da an- para uma copiosa fonte documental, ainda inédita,
tiga capela que para semelh mte fim fôra demolido e na sua quase totalidade desconhecida e inexplora-
pelo estado de ruínas em que se achava, e deu-lhe da, existente no Arquivo Nacional. Refiro-me à vas-
mais vastas proporções e elegância de matriz, ta coleção, já por mim mandada classificar, da Cor-
templo êste que foi aproveitado para servir quando respondência. dos goveTnadoTes do Piauí com o Mi-
a povoação foi elevada à fr :!guezia . nistro do Reino e com o Ministro do Império, em
Em 1802, só havia na localidade duas casas co- 21 grossos volumes num total de 7 . 898 páginas .
bertas de telha e seis de palha, em 1809, constava Representa a mesma um vasto repositório cujas pe-
apenas de uma meia duzia de casas de telha, todas ças virão deitar nova luz sôbre os principais sucessos
dispersas e situadas na parte meridional do povoado; da vida do glorioso Estado, num período de 73 anos .
e cinco ou seis anos depois j.í notava-se, comparati-
vamente, um notável aumento, pois construíram-se Um memorável A festiva e brilhante jornada que
Ses.q~cente- através dos ares, conquistados por
várias casas de melhor edificação, guardando-se en-
nárto a porta DuMONT e pela vez primeira nave-
tão as necessárias disposições de alinhamento e ar-
gados por SACADURA e GAGO, supérstite, êste
ruamento .
último, ao seu glorioso feito, realiza ao Brasil
Dirigindo-se a presidenc:ia da província ao Go- um chefe de Estado Português, traz-nos forço-
verno Imperial, em ofício de 27 de setembro de samente à memória aquel'outra que, século e
1826, pedindo a creação de uma freguesia no po- meio atrás, entregue ao capricho dos ventos pon-
voado das Barras e a sua elevação à vila, disse o teiros, empreendeu, fugindo a toque de caixa com
seguinte: "A povoação das Barras é aformoseada tôda a família real aos encarniçados inimigos de
pela natureza, com um rio abundante de peixe que sua pátria, exposta ao furor deles, empreendeu ao
vai lançar as suas aguas n<• caudaloso Parnahiba, Brasil o Príncipe D. JoÃo .
com grandes matas que comprehendem varias fei- Em circunstâncias das mais calamitosas, bus-
torias de algodão, mandioca e outros gêneros, cujas cou, além mar, o pai na casa grande do filho um
madeiras, em sua maior parte, são cedros e outros asilo seguro que lhe preservou a existência.
páos de construção, além dc•s belos edifícios e boa
Dessa primeira, trágica viagem que a segunda
igreja, que a fazem digna de melhor sorte.
recorda e, até certo ponto, quanto aos seus benéficos
" Esta povoação dista da vila de Campo-maior
16 leguas; porém o seu distrito por essa parte excede resultados, completa, é que data modernamente, sem
a 30, que dificultam aos fazE·ndeiros procurarem os dúvida, a formação do mais forte vínculo espiritual
recursos necessários onde existem as autoridades . " e material da comunidade luso-brasileira.
"Sujeitam muitos ainda hoje à critica, por
r•> Coleção Cisplatina - Graça:; Honorüicas - Decretos Ho- exemplo, o que êles chamam a indecorosa fuga de
norüicos - Coleção de Portugal - Guerra do Paraguai - Diário
Oficial - Decretos Militares - De ~retos Gerais - Documentos D. JoÃo. Lisboa, não raro, além do justo apoucado
Sobre a Confederaç.ã o do Equador -- Entrada de Estrangeiros -
Desembargo do Paço - Casa Imperi;,l - Registro Geral das Mer- como literato pela critica zarolha de certos pigmeus
cês - Socorros da Marinha - Ordem do Dia - Guerra da Tri- do oficio, quasi invisíveis diante da imensidade
plice Aliança - Consulta de Guerra ~ Marinha - Diário do Exér-
cito - Almanaque da Marinha - l.lmanaque Militar - Coleção gigantesca do seu nobre vulto, Lisboa teve, insis-
Doria - Coleção Duque de Caxias - Diários do Exército em Ope-
ração - Almanaque de Guerra - Biblioteca Nacional. tindo no assunto, argumentos desta envergadura:

15
"O Senhor D. João, não abandonou o Reino, De um e de outro, datam; pode-se dizer, em
Estabelecendo a Regencia dos Seis Delegados . ambos. os países, o que têm de melhor, até hoje,
Obrou com a prudencia de Constantino Magno, as suas grandes instituições culturais. Por des-
que, para melhor sustentar a magestade do Império, tino, por vocação, presagiada por seu próprio
título nobiliárquico, foi D. JoÃo VI, verdadei-
contra as trahições de rivaes, transpoz-se do Tibre ramente, o "Príncipe do Brasil" Monsieur du
ao Bosphoro, firmando A Sede do Trôno no melhor Brésil, como o alcunhou, na sua proverbial
ponto do Hellesponto, fundando a Bizancio, dei- grosseria, o Marechal LANNES. C7 )
xando arvorada a Bandeira do Christianismo no
Capitolio de Roma, Evitou o fado do ultimo Impe- Poucos meses ainda e teremos chegado, a 22
rador bizantino, e do misero povo da sua Capital, de janeiro de 1958, é!-O sesquicentenário da Carta
que vendo os barbaros às portas de Constantinopla, da Lei de 28 de Janeiro de 1808, assinada na Bahia
esperou improvido que lhe arrancassem o diadema, pelo Príncipe Regente abrindo os portos do Brasil
para ser ludibrio dos invasores" .... C6 ) ao comércio de tôdas as nações amigas, carta esta
que foi, pode-se dizer, a carta da independência de
"D. JoÃo, afinal, vingou-se. Tangido por Bo- nossa pátria. Que ao comemorar-se essa efeméride
NAPARTE, veio, do outro lado do Atlântico, fun- reunidos num mesmo florão de glória os nomes do
dar um novo império, em cuja história política
inaugurou uma época, pela extraordinária fe- Cairú e do Príncipe D. JoÃo, pague o Brasil a Por-
cundidade dos seus benefícios, comparável, jus- tugal uma dívida de gratidão erigindo na praça
tamente, à época do Consulado em França . pública um monumento a Dom JoÃo VI.
('") Coleção Correspo-ndência dos Presidentes e Governadores Vol. 13 - Anos de 1868 a 1870 - 350 pgs.
do Piau( com o Ministério do Império. - 19 volumes. Vol. 14 -Anos de 1870 a 1873 - 413 pgs.
Vol. 1 - Anos de 1808 a 1818- 327 pgs. Vol. 15 -Anos de 1874 a 1877 - 383 pgs.
Vol. 2 - Anos de 1819 a 1821 - 383 pgs. Vol. 16 - Anos de 1877 a 1879 - 347 pgs.
Vol. 3 - Anos de 1821 a 1824 - 336 pgs. Vol. 17 - Anos de 1880 a 1883- 410 pgs.
Vol. 4 - Anos de 1825 a 1829- 350 pgs. Vol. 18- Anos de 1884 a 1887- 351 pgs.
Vol. 5 - Anos de 1930 a 1934 - 347 pgs. Vol. 19 - Anos de 1888 a 1889 - 321 pgs.
Vol. 6 - Anos de 1835 a 1845 - 429 pgs. Vol. 20- Anos de 1850 a 1875 - 434 pgs.
Vol. 7 - Anos de 1846 a 1852 - 443 pgs. Vol. 21 - Anos de 1876 a 1881 - 405 pgs.
Vol. 8 - Anos de 1853 a 1858- 374 pgs. Obs.: Os volumes de n.O 20 e 21 são de "Correnpondência da
Vol. 9 - Anos de 1859 a 1861 - 429 pgs. Tesouraria do Piauí com o Ministério do Império".
Vol. 10 - Ano de 1861 - 347 pgs.
Vol. 11 - Anos de 1861 a 1864 - 360 pgs. (I') Cfs. E. Vllhena de Moraes Prefacio in "Memoria dos Bene-
Vol. 12 - Anos de 1865 a 1867 - 359 pgs. fícios Políticos de D. João, por José da Silva. Lisboa. Rio, 1940.

AP~NDICE

Dada a relevância da obra histórica realizada, archeologico pernambucano, da sociedade de Geographia de Lisboa,
da sociedade Propagadora da instrucção de Pernambuco e da dos
em relação ao Piauí, por Alencastre e Pereira da Artistas mecanicos e liberaes, a cujo lyceo prestou serviços. Es-
creveu:
Costa, pôsto de manifesto pelas citações su1J1'a, -Modesto mo-numento à memoria de Demetrio Acacio de Al-
colhemos a oportunidade para aPTesentar aqui, buquerque e Mello. Pernambuco, 1877, in-8.0 •
- Esboço biograph.ico do desembargador Joaquim Nunes Ma.-
como pouco divulgado e de não fácil acesso, o ligeiro chado. Pernambuco, 1879, 16 pags. in-8.0.
escôrço biobibliográfico dos dois ilustres escritores - Dicio-nario biographico de pernambucanos celebres. Recife,
1882, 818 pag. in-4.0 - Este livro foi recebido com bem merecidos
colhido nas fontes clássicas do Sacramento Blake elogios pela imprensa.
- Discurso pr<munciaào M sessão magna. do 41.0 anniveT.sario
e Revista do Instituto Histórico e Geográfico da imperial sociedade dos Artúta.s mecanicos e libeTaes em 17 de
Brasileiro e Instituto Arqueológico de Pernambuco. dezembro de 1882 na QtW1idade de OTador da mesma socied4de.
Recife, 18 pag. in-8.o.
Mais completa do que a de Sacramento Blake - Mosaico pern.ambucano: collecção de exceptos historicos,
poesias populares, anecdotas, curiosidades, lendas, antigualhas,
é a relação bibliográfica de Pereira da Costa, cons- uzanças, ditos celebres, ineditos, etc., tudo relativo à província de
Pernambuco. Pernambuco, 1884, 263 págs. in-8.0 •
tante da supra citada Cronológica do Estado do - Jnforma.ções sobre as comarca.s da provincia de Pern.ambuco;
Piauí. organizadas em virtude do aviso-circular do Exm. Sr. conselheiro
ministro da justiça, expedido em 20 de setembro de 1883, etc. Re-
cife, 1884, 50 págs. in-4.o.
"FRANCISCO AUGUSTO PEREIRA DA COSTA - Noticia sobre as comarcas da provincia do Piauhy. There-
sina, 1885, 130 págs. in-8.0.
Filho de Manoel Augusto de Menezes Costa e de dona Maria - Pernambuco ao Ceará. O dia. 25 de março de 1884. His-
Augusta Pe.r eira da Costa, nasceu a 16 de dezembro de 1851 na cidade torico das festas celebradas por occasião da redempção da provín-
do Recife, capital de Pernambuco, onde faz parte do funccionalismo cia do Ceará. Recife, 1884, in-8.0 .
publico e dedicou-se sempre ao estudo da historia patria. Por causa - Relatorio em que se d4 conta. ao E:cm. Sr. presidente da
dessa dedicação foi pela administração da provincia incumbido de prouincia da. commissão de que fôra encarregado em 2 de marÇo
colligir no arclúvo da respectiva secretaria documentos de interesse de 1886. Recife, 1886 .
historico para a exposição effectuada na biblioteca nacional do Rio de
'Janeiro, sendo louvado pelo modo por que satisfez semelhante ser- - A ilha de Fernando de Noronha.. Pernambuco, 188, in-S.o.
viço e foi depois incumbido de outras commissões do mesmo genero. (in "Dicionario Bibliographico Brazileiro" de A.V.A.S. Blake,
E' membro do Instituto historico e geografico brazileiro, do Instituto vol. ll-1893, pág. 404/405).

16
"DISCURSO DO DR. ARTHUR !wfUNIZ, NO INSTITUTO minação hollandeza e estudou o bello typo de Mauricio de Nassau,
ARQUEOLóGICO DE PERNAMBUCC•, NA SESSÃO DE INAU- dispcrtando por isto uma acirrada polemica entre nós.
GURAÇÃO DO RETRATO DO DR. F. A. PEREIRA DA COSTA Ao transpor os umbraes deste templo - "como o moço Raphael
subindo as escadas do Vaticano", baldo de pergaminhos recommen-
Em 1884, quando era um simples E·mpregado subalterno, e não daticios que dão o cachet de capacidade, elle trazia apenas uma
tinha ainda conseguido a laurea de B<:charel em Direito, foi hon- saccola atulhada de livros amassados por sua penna.
rado com a coniiança do cargo de 5ecretario da Província do Aqui, depois de vinte e um annos de labor paciente e amoroso,
Piauhy, em attenção ao seu "merecim•:nto real". a sua modestia em cujos folhos se esconde o seu merito, teve a
Chegando em Theresina, toda a imprensa sem distincção de certeza plena de ser elle um dos eleitos do Institut~ com a publi-
côr parudaria o recebeu condignamente, e entrando no exercício cação deste acto:
de suas funcções houve-se no cargo com muita dignidade, lealdade
e intelligencia, como disse o presidente da província Dr. Raymundo "- Propomos a elevação a socio benemerito deste Instituto ao
'fheodortco de Castro e Silva na Falia de Abertura da Assembléa Dr. Francisco Augusto Pereira da Costa, justificando tal proposta
Legislativa Provincial em 11!85. com os diversos relevantes serviços prestados à esta associação
pelo mesmo, notando de preferencia o descobrimento, em face de
Alli, de par com os trabalhos de subida responsabilidade de documento de fé, da sepultura do grande heróe João Fernandes
seu cargo, nao ficou inactlvo durante o tempo que lhe sobejava. Vieira quando o Instituto se empenhava e vacilava ácerca do lo-
Examinando todo o archivo da se,:retarta sob a sua direcção, cal, depois de muitas perdidas pesquizas (Revista n. 34); ao exame
compunamente desorgiUlisaao, deu-lhE: uma fetção methodtca, e dos archivos publicos de Olinda, por incwnbencia do Instituto,
separando todos os documentos de val)r hlstorico por elle encon- (Revista n. 43), e ultimamente quando o então senador Federal
trauos, aesac os pnmoroto:~ aa capttanu, os reuruu em uma secção Pernambucano, Dr. João Barbalho Uchôa Cavalcante, propunha na
especial, facilitando deste como ao tuturo hiStoriador o matertal Camara a reivindicação de uma grande parte do territorio pernam-
necessario para qualquer trabalho histonco sobre aquelle ~tado. bucano, que provisoriamente fôra anexada á Bahia, pelo que este
Não satiSfeito ainda, escreveu na irr prensa daquella capital uma Instituto lhe conferio o titulo de socio benemerito. O valoroso ser-
serie de arugos, entre os quaes, se not;.m os reterentes ao facto da viço do Dr. Pereira da Costa, em nada menor ao daquele Senador,
independencta do Ptauhy, e ao fecunjo governo de D. João de aliás em condições mais vantajosas para prelital-o em virtude do
Amorun l'ereua. mandato de Senador, apresentando momentosamente o trabalho
Incumbido pela presidencia, em satisfação de ordem do go- que conhecemos, já devidamente julgado com vantagem para o seu
verno unperta1, escreveu uma noticia ;;oore as comarcas da então autor pela imprensa, - Em prol da integridade de Pernambuco,
Provmcta, e colllgtu os daaos necessartos para um traoalho desen- o qual foi um valiosíssimo subsidio ao assumpto, wn grande serviço
volvido sobre a mesma, o que euectt•tamente tem conclwdo, sob prestado ao Instituto e tambem a este Estado.- Sebastião Galvão.
o utulo de Chronotogta lustortca do .::Stado d.o l'iauny desde os - Alfredo de Carvalho. - Augusto Cesar. - Domingos Codeceira.
seus pruneiros tempoll até a proclamaçio da Repubtica. - Francisco Luiz. - Luna Freire."
Os serviços de Pereira da Costa á Theresma são inestimaveis, (ln "Revista do Instituto Arq. de Pernambuco", Tomo X -
e nós esgotartamos a vossa pac1encia. pág. 343 a 347) .
Entret.anto chegando a Pernambucu, e aguardando o despacho
de uma commlSsao de caracter supenor, caruo o partido lloeral, e "JOSt MARTINS PEREIRA DE ALENCASTRE
elle teve de voltar para o seu lugar na Secretaria do Governo, não
sem al.g umas dU'ltcwaades, porque esta·1a mtermamente preencludo No vigor da idade e no maior viço de seu talento cahiu para
por um adversarto, que se tornara sttuaciorusta. não mais levantar-se o nosso laborioso e prestante consocio i.é.
E assun, quando acabava de exerc~r, na terra dos outros, um José Martins Pereira de Alencastre.
logar unportante, voltava, por um d !Sses revezes da sorte tão A 19 de Março de 1831 nascêra elle na freguezia do Rio Fundo
constantes na vtda polluca, a occupar t·m sua terra, o ultuno logar da provincia da Bahia a cuja capital foi levado para receber a ins-
em uma reparttçao aa mesma naturez;t! trução primaria e estudar humanidades: o brilho de sua intelligencía
A sua formatura em Direito era uua idéa fixa do seu espírito, se manifestou desde logo igualado pelo fervor de sua aplicaç.ão; mas
os sonhos do seu velb.o Pae, de sua dtgna Companhetra, e dos a pobreza dos pais não pôde satisfazer o empenho legitimo do amor,
íntimos. e o esperançoso estudante apenas esclarecido com algumas disciplinas
preparatorias teve ainda muito jovem de ir pedir ao trabalho o pão
Os obices espontavam sempre, pululavam por todos os cantos, quotidiano, e acanhados recursos para desenvolver suas faculdades
quando se lembrava dos cabeuos brancos, do tratamento de doutor na leitura e meditação do gabinete.
receo1do de todos e que lhe tinha sidc dado até ou1ciaimente por
decreto impertal - asstgnando a sua <!Xoneração de secretario da Na provincia do Piauhy, para onde lhe cumpriu partir, fôram
provmcia do Piauhy - desanimava ... e desanimava! bem depressa aproveitadas suas habilitações, e Alencastre successi-
vamente serviu os lugares de promotor publico interino em Oeiras,
A reação se fez, felizmente, e o nosso Historiador entrou para de procurador fiscal da thesouraria, geral, de praticante supra-nu-
a Faculdade, já conhecido no mundo d11s lettras, possuindo valiosos mcrario da secretaria do governo, e por fim o de professor publico
titulos litterarios, fazendo os exames do curso superior ao mesmo da lingua portugueza do Licêu da capital. Em Agosto de 1857 o nosso
tempo, que seu filho de egual nome, );·restava lambem exames do consocio almejando espaço mais vasto para os vôos do seu talento,
curso secundaria!. .. veiu para a cidade do Rio de Janeiro, e em Outubro do mesmo anno
A 20 de Maio de 1891 recebeu o d iploma de Bacharel em Di- obteve a nomeação de official de secretaria da intendencia da Ma-
reito, facto que mereceu ecomtos da imprensa indígena, destacando rinha; apenas, porém, acabava de tomar posse do seu emprego,
se nesse côro de applausos A Provinch neste juizo franco e ver- quando poucos dias depois foi despachado secretario do governo da
dadeuo: ..Durante o LU'OCU\10 acadcmJcc, Pereira da Costa deu pro- província do Paraná, onde no anno seguinte recebeu o decreto, que
vas evidentes do seu amor ao estudo ·! habilitações, conquistando o nomeava segundo official da secretaria do conselho naval então
de mestres e collegas testemunhos de unizade e consideração." creado.
Tinha trinta e nove annos quandc. transformou em realidade Secretario do governo da província de S. Pedro do Rio Grande
os sonnos dos seus pela voz do sangue e pelos élos do coração .. do Sul desde Abril de 1859 atê o fim de Janeiro de 1861, o prestimoso
Alencastre é n'essa data incumbido de mais alta conunissão pelo
Deu-se na vida publica do Historia:lor Pernambucano uma in- governo imperial que o nomêa presidente da província de Goyaz, e
terrupção, permeando a sua primetra e segunda nomeação, e neste dois me:tes depois ainda o considera distinctamente designando-o,
espaço, frequentava assiduamente a B:blioteca Publica e o Insti- embora ausente, para chefe de secção da secretaria de Estado dos
tuto Archeologico, que funcionavam nessa epocha no Convento do negocios da Agricultura, commercio e obras publicas n'esse anno
Carmo; e famlliarisando-se com os me~nbros dessa associação, que instituída.
o consideravam pelo seu amor ás lettns, cujas locubrações a im- Deixando a presidencia de Goyaz por exoneração que solicitára,
prensa registrava, recebeu expontaneanente a nomeação de ama- dedicou-se zeloso ao seu novo emprego, até que em 1866 foi d'elle
nuense deste Instituto, cargo, que de;mpnhou até 1875, quando distrahido para ir exercer a presidencia da província das Alagôas,
entrou para o funccionalismo publico. que durante o seu governo teve a gloria de mandar para a guerra
No anno subsequente proposeram-n'o socio do Instituto, ser- do Paraguay dois corpos com 116 praças, além de 60 outras desti-
vindo de base de sua candidatura os b abalhos historicos já publi- nadas á armada imperial. Um anno depois o nosso hoje finado con-
cados, a partir de 1873, entre os quaes se destacam: Estudo histo- socio voltava para a capital do lmperio e recebia em premio de seus
rico e biographico do Padre João Ribeiro Pessôa, martyr da revo- serviços a commenda da ordem de Christo.
lução de 17, Estabelecimento de typographia em Pernambuco, Cul- De 1867 em diante, Alencastre consagrou-se exclusivamente ao
tura do Café em Pernambuco, Estudo :;obre a Bibliotheca Publica, dever cumprido escrupulosamente de empregado publico, ao amor
sendo a sua proposta approvada em 24 de Maio, tomando elle as- da esposa, ao culto da amizade e ao estudo e trabalhos importantes
sento a 7 de Junho daquelle anno. que sem duvida apressáram-lhe a morte .
Em agradecendo a sua admissão, p:·onunciou um discurso, que Legou a seus compatriotas utilíssimo e eloquente exemplo do
mereceu os maiores encomios do jornalismo e dos belletristas, res- triumpho da applicação, da diligencia e da actividade: a historia de
pondendo- lhe pelo Instituto o seu inesquecível orador Maximiano sua vida é uma voz que ensina e brada aos desanimados pela po-
Lopes Machado. breza e pela humildade do. berço: "Trabalhai! . . . Aspirai! .. . e
O discurso foi uma profissão de fé historica, digamos de pas- subireis pelo merecimento! . . . No Brasil não ha privilegios, nem
sagem; maximé, aUendendo a maneira pela qual considerou a do- pode haver illotas! O Brasil é da inteligencia que re.splende, da

17

~ - 24 163
actividade laboriosa e honesta, que assegura a riqueza abençoada A propósito do Major Higino Xavier L opes e do seu
e ~a honra e da virtude, que abrigam a profunda reverencia do pro~
pr10 orgulho dos potentados, e tem altares na consciencia publica: Comandante, sargento-Mor João José da Cunha
não ha privilegias nem de opulencias, nem de fidalguias, e se hou-
vesse alguns que no meio de seus concidadãos se presumissem de Fidié, nas lutas da Independência registram-se nas
p~ivilegiados por aqueUas condições, seriam idolos de pés de barro
so ~dorados por si mesmos, e em breve prazo sahiriam despedaçados Cols. do Arquivo Nacional, os seguintes documentos:
ao 1mpulso da igualdade dos direitos, e confundidos pelo escarneo
geral. - Auto da instalação da Junta do Governo Provisório Capitania
Foi com a convicção d'esta verdade que Alencastre trabalhou, de S. José do Piau1ty, realizada aos 24 de out"Ubro de 1821, firmand<J
aspirou e subiu: de compleição delicada, de saude fraca, mas de sua fidelidade à Regenadora. Constituição Portugueza e entre os
vontade energica, seu espirito reagia sobre o corpo abatido, vencia el€itores da mesma Junta. A pag. 123, consta o nome do major de
recolhia louros de victoria, exaltava-se com os triumphos· gastava', Infantaria de Linha, Higino Xavier Lopes - L.O Governadores e
porém, demais a vida... ' presidentes do Piauhy - Correspondencia com os ministerios do
Um anno antes da morte, a morte se prenunciára mais ou menos Reine e Império. Vol. 3 - 1821-24- Arquivo Nacional- Sec. Ad-
proxima na molestia reconhecidamente incuravel e implacavelmente ministrativa.
progressiva, e o sentenciado, com o açodamento de quem sabe que - Ata assinada pelo Presidente e mais membros da Junta
pouco tempo tem de seu, não fez questão de mezes, e trabalhou em Provisoria e administra.tiva do Governo Civil da Província do Mara-
dobro ... nhão, reunidos, afim de tomarem diversas deliberações para manter
A morte, como que teve a seu modo piedade do martyr do a segurança e a paz na dita Província. Da dita ata consta a cláu-
trabalho, e na tarde de 12 de Março ultimo de subito poupou-o ao sula 3.a, que ordena a retirada do Comandante de Annas Major
tormento de agonia longa, abrindo-lhe o céo á alma em instantaneo Fidie, cuidando da sua segurança e integridade. Palacio do Governo
passamento. de Maranhão- 15-7-1823- C. Maranhão- L.0 4 - fls. 323 a 326.
(in "Revista Trimensal" do Instituto Hist. Geogr. do Brasil, pág. Arquivo Nacional - Correspondencia do Maranhão - L.o 4 -
410- 412. Tomo - XXXIV}. fls. 232 a 326.

IB
Índice Geral

Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

Grande B.egião Nordeste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Características Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

I - Planície do Meio Norte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

li - Região das "Cuestas" . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219

III - Região das Chapadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 391

Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 433

lndice da:; fotos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 439

lndice do:: mapas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 443


<5randt~ Rcgíão Rordcstc
<O MEIO NORTE)

Por:

ALFREL>o JosÉ P oRTO D oMI NGUEs


Chefe da Seção Regional Nordc:stc do Conselho
N acional de Geografia
c
EtzA CoELHO DE SouzA KELLER
Geógrar:~
da Divisão tlc Geografia
ALPRUX> JOSÉ PORTO DOMlNGUES - Autor da parte físi-
ca daa Cerecterírtku Gerai' e dos itens relativo' ao relêvo
das Re&iéles da Planície do Mcio Norte e da R egião dos
Chapadões.
ELZA COELHO DE SouzA KELLER - Autora da parte de
Geocra!ia Humana e E<:onomiee e das Características Gerais
e du Repões da Planlde do Me.i o Norte, da Região das
"Cu esta" e da Região dos Chapadões .
Com a c:olaboração d e :
CELESTit RODRIGUES MAIO - Autor da parte refe-
rente ao relâvo do Recião das "Cuestns".
lONB.Z AMiLIA LEAL T . GUERRA Autora da parte
referente ao Clima dos tréôs Regiões .
LINDALVO BEZERRA DOS SANTOS Autor da parte
rc!ereoto à Conceituação e D elimitação do Melo Norte .
Lutz I>B AZBVEDO GuiMARÃBS - Autor d& parte
referente à Vegcte~ão das Regiões das " Cuestas" e Chapadões.
MANO&L MAURICIO DE ALBUQUERQUit - Autor da
parte relativa ao Povoamento nas Característicu Gerais
o doa Rcs.l ões da Plonlele e das "Cuestas".
NELSON MOR&IRA DA SILVA - Autor da parte refe-
rente à Vesoteção da Região da Planície.
Contribuíram ainda na parte geogrâfica os sesuintes geó-
srn!os:
LJ.LIA CAMARGO VEIRANO - Que coletou dados e in-
fon:oaçàea aõbro ao cidades de São Luís e Teresina .
MlRlAM GOMES COELHO M&SQUITA - Que coletou
dados e in!ormaçàes •é>bre o babaçu.
E ainda os aesuintes estegi&rios de geosra!ia: JORGE
XAVUR DA SILVA, imo BARBOSA, FANNY HAUS e M . TME-
UZUIKA A . ALONSO.
Nas lecendas das foto&r3fias constam trucuus que repre-
•entam o nome dos autores das !otosra(ias e legendas, assim
idonti! icáve11:
ARIADNE SOUTO MAJOR - A. S. M.
CELESTE RODRJ.GUZ.S MAIO - C.R . M.
AlJtUDO PORTO D oMlNGUES - A . P . D.
~LVIA ROQUE STEFFAN - E.R.S.
ELZA C. SOUZA Kr;LLER- E.K.
fRIO BARBOSA - l.B .
jOROit XAVIER SILVA- J.X.S.
LILIA C. VERJANO- L . C.V.
MAJUETA MANDAJUNO BARCltLLOS - M.M.B .
N&Y RODRIGUE,S lNNOCENCIO- N . R.J.
THEREZINHA DE CASTRO- T.C.
MAURICIO COELHO VIEIRA- M.C.V.
MANOEL MAURiciO DE ALBUQUERQUE - M . M . A.
MARIA DA GLORIA C. HEREDA- M . G .C.H.
MARLY GUIMARÃBS TAVARES- M . G . T.
Tl.DOR jABLONKY- T .J.
LUIZ GUIMARÃES AZEVEDO - L.G.A.
NELSON MOREIRA DA SILVA- N . M . S.
Quanto aos MAPAS MUNICIPAIS, colaboraram na
sua execu._ao:
Do Maranhão:
ÁNOEI..O DIAS MACIEL - Contrôle geral do desenho.
Dr. Josi CARLOS PEDRO GRANDE - Revisão geral do
desenho e da delimitação dns divisos interdistritais e ioler-
muolcipois.
GERALDO SIMÕES SouTO - Seleção da nomenclatura
o delimitação das divisas.
Desenhista que colaboraram na execução dos mapM:
AlJtREDO DOS SANTOS CUNHA - A.C.
AMARO ALVES DE SOUZA - A.S .
ÃNGELO DIAS MA<:aL - A . M.
ARl DE Al.MltiDA - A . A.
DARLY STRAUCH - D .S.
FRANKLIN SARMJ!!NTO DE AGUIAR F.S.
GENÉSIO CUNHA DE VASCONCELOS- G. V.
L io TORRENTS - L. T .
MÁRIO S . RODRJGUZ.S - M .R.
MJTSUKO SASSAKI K. M. GOMES - M. S.
MARTINHO C. C. CASTRO - M.C .
MYRTES A. I>A NÓBREGA - M .N.
NAJ&M RAMOS - N.R.
Nt!MÉSIO BoNATU - N . B.
RONALDO GRAÇA VIANA- R . G.
SoLANQ& T. StLVA- s .s.
ZULEIKA R. P . NASCIMENTO - Z .N.
WALDIR BARBOSA- W . B .
Os mapas municipais do Estado do Piauí foram plane-
jados, compilados, atualizados os li,m ites, desenhados e re-
vinos sob a orientação do cartógrafo RODOLFO PINTO BAR-
BOSA, com a colaboraçüo de: na compilação, atualização dos
limites e revi silo de:
JOSé: ]OVINO SILVEIRA DE OLIVEIRA
GBNY GOLDBNB&RO
RUBENS JORGE I>& CAMPOS
VI.RMAR RIBEIRO SOARES

No desenho, com as rcspcct.ivas iniciais constantes do


mapa:
ARGENTINO LUPI - A. L .
ARY DE ALMEIDA - A. A.
FRANK RONCUVALLES HOLMES - F.R.H.
RODOLPHO PINTO BARBOSA - R. B.
WALTER DE SOUZA MATTA - W.S.M.

PREPARO DOS MAPAS ESTADUAIS


Jost OSWALDO FOGAÇA; R&NÃ CORREIA DA SILVA;
MAIUA DJALMA DA SILVA; Ft!RNANDO ALVES MOITAS;
AMAURY BARROCA$.
ALCYON FONSECA DORIA; ANTÕNlO ALEXANDR.R; ALDYR
CARDOSO; EDMUNDO SACRAM.ENTO; NORMAN B ISPO; MOACYR
OLIV&UU..
C&URIO D& OWV&lRA; GELSON MENEZES DE Az&V&DO.
O MEIO NORTE

1. Conceituação objetivos para dirimir possíveis dúvidas e


Durante longo tempo a conceituação do decidir a questão.
espaço geográfico pertinente ao Nordeste do Com efeito, embora se achem filiados ao
Brasil tem oscilado entre o vale do Gurupi, Nordeste do Brasil por laços históricos de po-
nas lindes amazônicas e o vale do Paraguaçu, voamento, por certas facilidades de circulação,
na_Bahia. pelo intercâmbio comercial e pela contigüidade
Independente do problnma da delimitação, da posição geogrqfica, havendo-lhes tais cir-
tal oscilação tem implicadc·, mormente, ora na cunstâncias conferido um certo caráter de· re-
inclusão, ora na exclusão d::> Maranhão e Piauí gião complementar do Nordeste, já do ponto
do conjunto nordestino. de vista físico o Maranhão e o Piauí não apre-
Essa diversidade, obse1vada nas várias di- sentam feições próprias, características, do
visões regionais propostas :?ara o Brasil, deixa Nordeste tradicional, entendido êste como se
entrever diferenças de aspectos entre o Nor- alongando do Ceará até o norte da Bahia.
deste tradicional e o grupamento Maranhão- E, a animar essa distinção, já estudos geoló-
-Piauí. gicos batizavam a bacia sedimentar do Mara-
Sem dúvida, a dificuldade na solução do nhão-Piauí com o nome sugestivo de Meio
problema tem residido nu insuficiência dos Norte .
elementos geográficos cor:.hecidos a respeito Atualmente, graças às informáções da mais
daquelas duas unidades federadas. Por outro recente bibliografia e aos dados obtidos em
lado, a posição interméd:.a, dêsse território, 'excursões também recentes, tornou-se possível
entre o Nordeste propriamHnte dito, a Amazô- aos estudiosos da geografia caracterizar, me-
nia e as chapadas do Bra:5il Central e o fato nos imprecisamente, o Meio Norte como uni-
de aí concorrerem caracte·rísticas dessas três dade geográfica, distinta do Nordeste do Brasil.
unidades geográficas vizinhas, contribuía para Ao estabelecer-se a divisão do país segundo
a diversidade na conceitu•:xção do Maranhão unidades geográficas, ditas "regiões naturais",
e Piauí como integrantes do Nordeste ou como foram as mesmas, em obediência à sistemática
entidade regional à parte. adotada para essa divisão, reunidas em gru-
É bem verdade que s•~ vinha sentindo a pos, formando conjuntos maiores, de menor
tendência, e mesmo a nec·~ssidade, de consu- teor de uniformidade e chegando até a forte~
mar-se a separação do :Maranhão-Piauí do contra~tes mas guardando, sem dúvida, um
conjunto nordestino, já indicada na divisão sentido de unidade. Tais grupos ou :unidades
regional oficial, em vigor, :;ob a denominação maiores são as chamadas Grandes Regiões,
de Nordeste Ocidental . Faltava, contudo, o em número de cinco, em que se divide costu-
lastro de um conteúdo de conhecimentos mais meiramente o país.

.2.(
A sistematização da divisão regional exi- Daí a tendência e a justificação para o
giu um critério para sua consecução. reconhecimento de uma área geográfica inter-
O critério estabelecia para a distinção dos média, à guisa de transição, entre o Nordeste,
grandes grupos a consideração, sobretudo, dos a Amazônia e o Brasil Central. Essa área cons-
fatos de ordem física, os quais podiam ser tituiria então o Meio Norte, denominação que
valorizados, no seu significado, pelos fatos de- deixa transparecer, repetimos, seu caráter in-
correntes da atividade humana. Idêntico cri- termédio e transicional. Não obstante, deduzi-
tério, é com maior rigor, presidiu à caracteri- das as áreas com aspectos semelhantes das
zação e conseqüente delineamento das regiões, grandes regiões vizinhas, pode-se reconhecer
unidades geográficas autônomas, componentes a existência de áreas com paisagens peculiares,
das Grandes Regiões grandes grupos). como por exemplo os babaçuais, ordinària-
Ao se cuidar do espaço geográfico inter- mente apresentados como das principais ca-
posto entre o Ceará e o Pará não foi possível, racterísticas do Meio Norte . Os ditos babaçuais,
segundo aquêle critério, definí-lo como uma juntamente com a planície do golfão mara-
grande unidade geográfica face ao seu forte nhense, as "cuestas" piauienses e as chapadas
caráter de área de contacto e de mesclamento residuais do sul maranhense formam como que
ou de transição entre grandes paisagens geo- o núcleo ou a base da caracterização regional
gráficas distintas . do Meio Norte, sem descaso das condições cli-
máticas .
Com efeito, não se poderia, tranqüilamente,
filiar todo o território piauiense ao grupo nor- A Grande Região Nordeste é uma unidade
destino nem tampouco integrá-lo no conjunto caracterizada pela diversidade haja vista a
do planalto central. Do mesmo modo, o Mara- meia dezena de regiões que a compõem. É,
nhão como que se fraciona entre a Amazônia pois, uma constelação de regiões, algumas bem
e o Brasil entrai e se articula com o Piauí, par- dissemelhantes, integradas entre si por fatôres
cialmente nordestino. de formação histórica, de .contigüidade terri-
torial e complementaridade econômica. É uma
Semelhante indeterminação atesta o prin- área complexa, às v&zes paradoxal, de co:r{-
cípio de que a natureza não dá saltos e as pai- trastes que se integram. A própria subdivisão
sagens geográficas não se justapõem segundo em Nordeste Oriental e Nordeste Ocidental,
uma linha de junção e sim gradualmente, qual conforme a divisão regional vigente, confirma,
uma faixa- a faixa de transição. Logicamente, mais uma vez, êsse caráter.
nos contatos entre os grandes compartimentos Quando se aborda o assunto dos contrastes
regionais do país teriam lugar faixas de transi- geográficos do Nordeste vem logo à tona a
ção. comparação entre aquelas dt!as partes.
Tendo em vista a conveniência de não A primeira distinção, em escala macros-
estabelecer número excessivo de regiões e a cópica, é que o Maranhão e Piauí surgem como
relativa estreiteza de semelhantes áreas, não passagem para a Amazônia e o Centro-Oeste
foram as mesmas consideradas e os grandes enquanto o Nordeste · Oriental, que é o tradi-
grupos regionais foram delimitados segundo cional, apresenta-se bem definido, principal-
linhas convencionais. mente quanto ao clima.
No caso do Maranhão e Piauí, contudo, Atentando-se mais a vista pode-se precisar
dada a relativa amplitude do território poder- melhor as diferenças.
-se-ia considerá-los como um conjunto distinto, Assim, do ponto de vista geológico, Mara-
inspirando-se sua evidenciação na própria va- nhão e Piauí são por excelência áreas sedi-
riedade e certa complexidade de aspectos . mentares ao passo que o Nordeste Oriental
tsse caráter do seu conteúdo geográfico, evidencia-se por uma estrutura cristalina an-
que não justifica sua filiação a qualquer das tiga. Quanto ao relêvo, predominam no Mara-
grandes regiões do país torna-se, entretanto, a nhão e Piauí as linhas suaves, horizontais das
razão de ser da sua individualidade. Individua- planícies e chapadas maranhenses e do perfil
lidade fundada antes num complexo conjunto sub horizontal das "cuestas" piauienses, ao
de paisagens ainda mal definidas do que em passo que no Nordeste tradicional o relêvo é
unidades relativamente harmoniosas e bem levemente ondulado e baixo, segundo a feição
distintas entre si. de superfícies aplainadas, com chapadas isola-
das e serras monoclinais, tcxmbém isoladas, no a fim de melhor precisar a área de nossas
estilo de montanhas-ilha (b1selberg), quebran- cogitações.
do a monotonia da planura. São perfís distintos, Tratando-se de uma área-problema, de
cuja morfogênese reside na ação das variações características indecisas na sua periferia, já se
climáticas sôbre estruturas diferentes. pode entrever a dificuldade na solução . Com
Climàticamente, o Meio Norte é mais chu- efeito, a natureza não dá saltos bruscos, insis-
voso, com precipitações requlares (apenas no timos; as modificações da paisagem se operam
Piauí, em parte, nota-se a incidência da sêca) segundo faixas ou zonas de transição. E neste
em contraposição ao climcc semi-árido do ser- fato reside uma dificuldade crucial para o geó-
tão nordestino . grafo que, ao buscar a representação dos limi-
Ademais, quanto aos tipos de vegetação tes, se vê a braços com o problema de sintetizar
original e ao regime dos rios, pode-se reconhe- a faixa de transição numa linha singela, bas-
cer novas diferenças. No Meio Norte ocorrem tante convencional, subjetiva .
os decantados cocais de b<Cbaçu (Maranhão), Ao que parece, é na confrontação com a
e os palmares de carnaúbci, no Piauí, e os cer- Amazônia - no noroeste do Maranhão - e no
rados, tudo contrastando com a caatinga do contacto com o Nordeste típico - nas lindes
sertão semi-árido. Os cursos d'água são cearenses - que o esbôço dos limites se mostra
perenes e utilizados na circulação regional ao menos difícil, menos inconsistente, menos sub-
passo que os rios sertanej.:>s do Nordeste são jetivo. O mesmo não sucede na parte meri-
intermitentes e de regime t·:>rrencial . dional do Meio Norte, ao lc;mgo de um arco des-
Econômicamente, o M~~io Norte caracteri- crito desde um ponto a meio caminho entre as
za-se pelo predomínio duma economia de co- cidades maranhenses de Imperatriz e Pôrto
leta, baseada na obtenção da amêndoa, olea- Franco, às margens do rio Tocantins, até proxi-
ginosa, do côco babaçu e na extração da cêra midades da cidade piauiense de Pio IX, perto
da palma da carnaubeira. da fronteira com o Ceará.
Já no vizinho Nordeste há maior diversifi- Tomando-se a Amazônia como sintetizada
cação e maior hierarquia. na Hiléia e sendo esta um fato concreto, bem
No litoral, além de uma agricultura tradi- definido, pode-se admitir como limite da Ama-
cional, permanente e desEmvolvida, que sus- zônia e, em conseqüência, início do Meio Norte,
tenta a essencial indústria do açúcar, tem-se a a fímbria da grande floresta ou o momento em
obtenção do sal marinho E! a nascente e pro- que a selva maciça começa a se descaracte-
missora indústria do refino de petróleo. No rizar, a se fragmentar, embora guardando
interior, domina o cultivo de fibras e oleagi- traços de sua individualidade. Deve valer,
nosas, bem como uma agricultura de subsis- aqui, não mais o critério da estrutura biológica
tência precária, acanhada, sujeita às vicissitu- da Hiléia, apenas, mas sobretudo o da sua
des climáticas do sertão. E mais, a mineração fitofisionomia . Ou melhor, a paisagem domi-
e a criação de gado; esta, o fio condutor da nada pela presença da floresta amazônica.
conquista e povoamento do coração da Grande A análise de fotografias aéreas ( trime-
Região Nordeste. trogon) tomadas a grande altitude ( cêrca de
Tal oposição de caract~~rísticas leva a pre- 6 000 m) e vôos de reconhecimento, levados a
tender-se, no presente volume, tão somente des- efeito por geógrafos do Conselho Nacional de
tacar, sob a denominação de Meio Norte, o con- Geografia, permitiram fixar o contacto da flo-
junto correspondente ao Mccranhão e Piauí, na- resta amazônica com as formações não flores-
quilo que de mais particular e característico tais do Planalto Central em um ponto do To..
possa oferecer. cantins, a meio caminho entre Imperatriz e
Pôrto Franco e daí por uma linha no rumo geral
2. Delimitação de W-E, numa distância não determinada.
Cuidando-se de uma reuião ou de um deter- Estudiosos, como Raimundo Lopes, A. J.
minado território, como por exemplo o Meio Sampaio, Sílvio Fróis Abreu, Glycon de Paiva
Norte, logo se nos apresenta uma necessidade e outros, se bem assinalem a presença da
que é, na sua essência, um delicado problema Hiléia no Maranhão não acordam, claramente,
geográfico, qual seja o da sua delimitação, quanto aos seus limites meridionais e orientais.

.23
Contudo é significativa a insistência na menção se apresenta com os bordos soerguidos no
ao rio Mearim como extremo oriental da forma- Piauí, segundo uma linha que se aproxima dos
ção hileiana. limites dêsse Estado com os do Ceará, Bahia e
Lúcio de Castro Soares, ao fixar os limites Goiás. Resulta, assim, um relêvo do tipo de
meridionais e orientais da ocorrência da flo- "cuestas", cujo reverso mergulha em direção ao
resta amazônica, louvando-se no exame de foto- Parnaíba e as encostas ·íngremes, escarpadas,
grafias aéreas supracitadas e em trabalhos d e voltadas para fora da bacia sedimentar, são
outros autores, adota o rio Mearim como um apelidadas de "serras" ao longo dos limites
dos trechos da demarcação da fímbria oriental antes citados. Destas escarpas a mais impor-
da grande floresta equatorial brasileira. Ape- tante é sem dúvida a chamada "serra" de Ibia-
nas no trecho do chamado Golfão Maranhense paba ou "serra" Grande, disposta em longa
não podemos aceitar a linha proposta por extensão entre o Piauí e o Ceará .
aquêle geógrafo. Preferimo-la mais retraída, a No sul do Piauí o relêvo de "cuesta" não é
contornar pelo oeste a baixada maranhense e bem conhecido e os mapas registram o relêvo
demandando a foz do rio Turiaçu. tabular da chapada das Mangabeiras. Somente
A dificuldade mais real, na delimitação do a natureza geológica dos terrenos, à luz dos
Meio Norte, surge ao sul da orla da Hiléia . conhecimentos havidos, serve de apoio ao tra-
Como separar o restante do Maranhão dos do- çado do limite. A sudeste do estado, a super-
mínios do Centro-Oeste? fície cristalina, aplainada, do Nordeste verda-
deiro, penetra um pouco, confundindo-se com o
Os chapadões característicos do Planalto
perfil suave da superfície sedimentar da bacia
Central estendem-se até o Maranhão formando
piauiense . Nesta parte do Piauí a frente das
a parte planáltica do sul dessa unidade fede-
"cuestas" recua para dentro do estado, segun-
rada. Sob ·a ação dos rios que demandam a
do uma linha; mais uma vez teórica e que pre-
planície maranhense, em busca do Atlântico, a
tende coincidir, pelo menos, com o contacto geo-
frente dos chapadões foi desfigurada em inú-
lógico entre o escudo arqueano e as formações
meros recortes interfluviais e, onde a erosão
paleozóicas. Tal linha seguiria, aproximada-
avançou mais, em chapadas isoladas, muitas já
mente, desde a cidade de Pio IX às nascentes
rebaixadas por processos posteriores, compon-
do rio Piauí.
do-se um relêvo de testemunhos, de aspecto
Por outro lado, os contrastes geológicos
fragmentário, cuja fisionomia foge ao padrão ·
sublinham a separat:r:iz do Meio Norte face o
dos extensos e maciços chapadões do Brasil
Nordeste tradicional. As rochas sedimentares,
Central.
de um lado, e as estruturas cristalinas do
Foi, pois, à falta de melhores eleme~tos, escudo brasileiro, do outro, são evidentes numa
admitida como separatriz do Meio Norte, uma carta geológica, logo ao primeiro exame. Cons-
linha que marcasse, teoricamente, a frente tituem, êstes contrastes, a primeira evidência, a
dissecada das chapadas centrais, dela sepa- mais fácil, de que ao longo dêsses contactos de-
rando aquêle relêvo fragmentário, de perfil frontam-se dois domínios geográficos diferentes
tabular, incluído no domínio do Meio Norte . e mesmo opostos. A caatinga, vegetação
Já no território piauiense o relêvo, a estru- peculiar ao sertão do Nordeste, como se detém
tura e os contrastes geológicos forneéem ele- ao longo do sopé da lbiapaba a confirmar o
mentos que fundamentam à distinção do Meio fim do Nordeste propriamente dito. E o próprio
Norte, embora no sul e sudeste o relêvo não clima semi-árido não se faz sentir no reverso da
favoreça uma separação nítida. grande "cuesta" . Neste ponto da delimitação
No Piauí predomina um relêvo de estrutura estamos realmente entre duas paisagens dis-
sedimentar como, de resto, no Maranhão, dife- tintas: o Nordeste tradicional, típico, inconfun-
rindo, porém, num aspecto particular. É que dível, a oriente. O Meio Norte, transicional,
sendo o Meio Norte uma bacia sedimentar esta meio indefinido, a oeste .
C.aracterísticas Gerais

O MEIO NORTE distingue-se pela conver·


gência de aspectos das três regiões vizinhas: a
de Albuquerque e o geólogo Vitor Dequech.
Supõem êstes autores que a bacia se estenda até
Amazônica, a Nordeste e a Centro-Oeste . Assim, os arredores de Pôrto Nacional onde aquela for-
enquanto a oeste existem ár.~as recobertas por flo- mação atravessa o Araguaia. Embora seu limite
restas semelhantes à Hiléia, a leste, os rios secam, geológico esteja muito ao sul, a paisagem geográfica
periodicamente, apresentanc~o um regime seme- permite demarcar a grande região mais ao norte,
lhante ao do Nordeste. A mdeste, a analogia se pois aí se observam características típicas da região
verifica no concernente à caatinga, cujo apareci- Centro-Oeste . A orla leste da bacia é delimitada
mento foi favorecido pela presença de um clima pela Serra Grande, incluída numa faixa do estado
semi-árido. Certos caracteres da região Centro- do Ceará . Não há mais, na direção sul, escarpas
-Oeste, como os chapadõe!i que correspondem a enérgicas e a leste de Picos e Jaicós a transição da
planaltos tabulares, onde os divisores de água são região s.edimentar para a cristalina não é muito
muito rebaixados e de difícil identificação, ocorrem, nítida, refletindo-se, somente, no detalhe dos perfís
freqüentemente, nesta zona. Aparece, também, a de encostas.
vegetação dos campos cerrados que ocupa grande Nas proximidades de São Raimundo Nonato e
área do estado do Piauí e do Maranhão. chegando Caracol, verifica-se que a delimitação da bacia
a atingir os extremos setentrionais. corrésponde a uma imponente escarpa, transfor-
Quanto à geologia, o M·~io Norte se apresenta mada em cópia grosseira dos limites meridionais do
como uma região perfeitamente individualizada, estado do Piauí . Em suma, as margens atuais da
pois corresponde a uma grande bacia sedimentar bacia se distinguem por apresentarem vertentes com
delimitada a leste, a oeste e ao sul, em grande encostas íngremes, no alto das quais aparecem ter-
extensão, por rochas crista.linas, com um eixo renos sedimentares representados por arenitos -
NE-SW de aproximadamente 1 . 000 km por 700 km siltitos, folhelhos e conglomerados que repousam
de largura . Seus contorno!; se evidenciam pela sôbre granitos e outras rochas do complexo crista-
presença de uma formação nerítica que se traduz lino. Pode-se incluir, também, algumas outras,
por conglomerados grosseirm e arenitos conglome- possivelmente, paleozóicas .
ráticos, situados nas orlas da bacia. Alguns dêstes O embasamento da bacia não se mostra como
conglomerados podem ser nitidamente observados uma superfície plana; observa-se um desnível acen-
na Serra Grande. Repousam sôbre as rochas da tuado para o seu interior e, outrossim, ondulações ao
série Ceará e ao sul assentam sôbre gnaisses e longo dos bordos. Assim, enquanto nos arredores
quartzitos nos arredores de Caracol e São Raimundo de Buriti dos Lopes elas mal ultrapassam a 100
Nonato. A sudoeste, os limites da bacia estão bem metros, em Viçosa atingem 700 e em lpú, 375
mais distantes e se localizam nas margens do rio metros . Já ao sul, o contato nos arredores de São
Tocantins, como assinalam o professor Odorico R. Raimundo Nonato encontra-se próximo à cota de

.25
500 meb·os. Tem-se, portanto, uma superfície leve- presumivelmente, da idade permo-carbonífera e
mente ondulada . As hipóteses para explicá-la serão devoniana. ~stes ambientes são favoráveis ao
estudadas na região das «cuestas". acúmulo de substâncias orgânicas que podem
originar estratos de carvão de pedra. Sente-se, por-
A bacia sedimentar do Meio Norte se apresenta
tanto, a possibilidade de sua existência, em grande
como uma grande geossinclinal de pouca profun-
escala, no Meio Norte. O Conselho Nacional do
didade, ultrapassando, raramente, a 1 000 metros.
Petróleo, emhora o pouco êxito de seu trabalho, tem
1t constituída, em sua base, por sedimentos devo-
nianos, os quais são representados por arenitos, desenvolvido, suficientemente, o estudo da geologia
folhelhos, siltitos e conglomerados levemente ipcli- regional e as prospecções geofísicas, visando a pes-
nados para o seu interior. Em virtude da alter- quisa do petróleo.
nância das rochas, a erosão colocou em evidência Posteriormente à sedimentação das rochas
wna série de relêvos assimétricos com uma escarpa devonianas e penno-carboníferas, deu-se, no jurás-
voltada, geralmente, para fora. Trabalhando ativa- sico, a exondação da região quando a área esteve
mente êstes sedimentos, os rios adaptaram-se, sur- sujeita à erosão. Iniciando-se no cretáceo nova
gindo rios conseqüentes importantes, tais como o sedimentação, êstes sedimentos mascararam grande
Poti, o Piauí, o Canindé e outros subseqüentes, parte dos terrenos antigos e recobriram uma região
alguns dos quais surimpostos, correndo em terrenos mais considerável no estado do Maranhão. São
cristalinos, nas depressões periféricas. Os rios Poti rochas pràticamente horizontais e de grande impor-
e Piauí apresentam amplas gargantas ao penetrarem tância na fisiografia atual, por influírem nas formas
na região sedimentar. Seus afluentes, deparando tabulares das chapadas existentes ao sul do Mara-
com linhas estruturais, trabalham ativamente, con- nhão e Piauí .
vertendo o relêvo original em uma série de chapadas
Ulteriormente ao cretáceo, a região foi exondada
e relevos monoclinais.
e, quando começaram a ser modelados os vales
A bacia do Meio Norte iniciou sua formação atuais, sofreu intensa erosão. Durante o terciário
no devoniano, quando se depositaram os sedim·entos houve, ainda, abundante sedimentação das regiões
do devoniano inferior, representado pelos arenitos e mais baixas da planície maranhense, às expensas da
conglomerados da formação Serra Grande. Deter- erosão dos altos cursos dos rios .
minou-se a idade dêsses sedimentos pela ocorrência
As oscilações observadas no nível oceânico
de fósseis: Trilobitas, Braquiópodos e Lamelibrân- favoreceram o trabalho erosivo dos 1ios, tanto que,
quios, os quais permitem fixar a data do início da no quatemário, alguns rios esculpiram vales em ní-
deposição sedimentar, quando ocorreu vultosa in- veis de base bem inferiores ao atual. Mais tarde,
vasão .marinha, em virtude da formação de uma êles tiveram seu vale inferior inundado e uma abun-
grande sinclinal. Cortando êstes sedimentos, encon- dante sedimentação nas embocaduras, fom1ando-se
tram-se alguns diques e verificam-se diversos «sills" as atuais baixadas .
de diabásio que têm grande importância regional
provocando metamorfismo de contato e, além disso, No litoral, o trabalho regularizador dos mangues
influindo sôbre a economia regional, pois originam favoreceu em parte sua retificação, isto de maneira
solos mais férteis. muito lenta, não podendo ser comparável àquele dos
cordões arenosos e dunas . Em virtude desta dife-
Em alguns lugares há pequenas falhas cortando rença, temos um grande contraste entre o litoral
os sedimentos; não são, entretanto, de grande enver- maranhense situado a leste da capital do estado do
gadura e, certamente, estão relacionadas às defor- Maranhão e o litoral ocidental: enquanto um surge
mações sofridas pelos sedimentos. Tais linhas estru- com uma costa baixa, repleto de reentrâncias que
turais, bem como as diaclases, influem na direção . muitas vêzes, c01·respondem a baías, o litoral ociden-
da rêde hidrográfica e favorecem, sobremaneira, o tal é quasi desprovido delas, apresentando rios que,
trabalho erosivo dos rios, os quais, em certos lugares, aí chegando, dificilmente alcançam o oceano.
puderam ampliar bastante suas bacias fluviais . Observando-se em conjunto o Meio Norte, cons-
Grande foi o interêsse em estudar a geologia tata-se a existência, em grande escala, de formas
destas áreas, porque a observação da seqüência de relêvo e depósitos correlativos . Tais acidentes
sedimentar mostrou a existência, em certas regiões, não podem todos ser explicados, unicamente, pelo
de uma série de transgressões e regressões e, outros- clima presente, pois esta região, da mesma maneira
sim, ora sedimentos terrígenos, ora, marinhos, que o resto do mtmdo, foi submetida a uma série

.26
de climas bem diversos dos de hoje e que nos deixa- blemas do Nordeste típico com secas ocasionais . Em
ram uma série de testemunhos . :E: necessário, por- conseqüência da menor umidade, há oscilações
tanto, ao interpretar a paisaf;em hodierna, penetrar diárias de temperatura consideràvelmente maiores
no estudo dos sistemas morf•Jclimáticos do passado do que as verificadas no Maranhão, onde a umidade
que nada têm de comum com o atual . funciona como fator de regularização.
Sabe-se, que o aparecimento de diversos depó- A vegetação reflete o solo, o clima e os paleo-
sitos de canga surgem come) verdadeiros chapéus climas que a região apresenta . A oeste, observa-se
de ferro, e a presença de s~·ixos eolisados revelam uma floresta equatorial que carece, em sua partP-
a existência de um clima mais sêco do que o obser- oriental, da pujança da floresta amazônica, não che-
vado atualmente, cuja tendênda é para um tipo mais gando a constituir embaraço à penetração humana .
úmido . A presença de "insell,erge" em zonas, recen- À floresta sucedem, a oriente, os campos cerrados c
temente, mais úmidas, como acontece no Maranhão, as matas ciliares que, ao se aproximarem da costa,
indicà igualmente alternância de climas . Cada vez se se confundem com a floresta litorânea, adquirindo
torna, portanto, mais evident«! e necessário mn estu- maior importância. Nesta região, as espécies vege-
do detalhado dos climas do passado a fim de se
tais da flora amazônica são variadas; sobressaem as
poder melhor compreender o modelado regional . A
palmeiras e, principalmente, os babaçuais que, em-
situação da região entre o Uo)rdeste sêco e a Ama-
bora em grande n{nnero, não podem caracterizar a
zônia favorece, sobremaneira, a ocorrência de depó-
região por ocuparem uma área menor do que pen-
sitos correlativos, de cHma!; ou muito sêcos ou
sam alguns autores: limitam-se às partes mais baixas,
úmidos. Sua interpretação trará grande contri-
predominando nos lugares em que a mata primi-
buição para o estudo da morfologia brasileira .
tiva foi devastada . Os campos cerrados estendem-se
Os climas úmidos recentes favoreceram ao tra- pelo estado do Piauí chegando até o norte, atingindo
balho de erosão mascarando os depósitos formados o município de Parnaíba e alcançando o Ceará, no
quando a região passou por um clima mais sêco.
topo da serra Grande.
Há, entretanto, algumas fOJmas de relêvo como
A caatinga é mais freqüente a sudeste, na região
"inselberge" com sedimento:; bem caracterizados,
de clima semi-árido; penetra até o centro sul do
tendo sido os testemunhos de épocas secas passadas
Piauí e apresenta, de um modo geral, um xerofilismo
destruídos, em grande parte, pelo clima úmido
menos acentuado do que o encontrado no sertão
atual . Influiu, certamente, :?ara que isto aconte-
nordestino . O contato entre estas forn1ações vege-
cesse, a fraca resistência do material à erosão, por
tais nem sempre é simples, acontecendo haver
tratarem-se de arenitos, xistos e outras rochas tenras.
numerosas áreas isoladas que surgem, no Meio
A sucessão de climas orighou uma região com
Norte, como testemunhos de climas antigos.
características próprias: a leste, nota-se estarem
bem conservados os testemunhos de um clima mais Predomina na região, como conseqüência do
sêco, sendo comuns as "raiía:;"; no Maranhão, tor- clima, um tipo especial de formação florística .
nam-se raras, existindo uma área de recente e abun- Favorecidas pelas condições do meio, estas espécies
dante sedimentação, representada pelas atuais bai- vegetais preservaram-se e, ainda hoje, permanecem
xadas fluviais e marinhas . vivas como testemunhos do passado . Tal é o caso
da área dos arredores de São Luís .
O clima do Meio Norte distingue-se por apre-
A hidrografia reflete perfeitamente as condições
sentar duas zonas bem diversas quanto à precipi-
tação: a área próxima à Amazônia é mais úmida, climáticas: a oeste em clima mais úmido, os rios são
mostrando alguma semelhanç~t com o clima da região perenes e a leste, intermitentes . Tem-se o Parnaíba
Norte . Assim, tem-se no Maranhão precipitações servindo de limite entre os rios dos dois regimes .
regulares, recebendo ao norte influência das calma- O fluxo regular dos rios é, em parte, garantido pelos
rias e ao sul e a oeste, da massa equatorial conti- solos permeáveis que permitem o armazenamento da
nental, responsável pelas chuvas de verão que predo- água das chuvas . A leste, entretanto, registra-se
minam nêste estado e no Piauí. Caminhando-se em uma umidade relativa mais baixa, o que ativa a
direção leste, observa-se que a. pluviosidade diminui, evaporação fazendo desaparecer as águas durante a
acentuando-se, entretanto, o p· ~ríodo sêco de inverno. quadra sêca .
A sudeste da região, em ::.~ma faixa mais sêca, o Os rios perenes constituíram no estado do
clima é semi-árido. Tem-se,/ então, os mesmos pro- Maranhão uma verdadeira rêde de estradas de
penetração contribuindo sobremaneira para o seu estado e a pequena faixa litorânea (obtida do Ceará.
povoamento . no século XIX) testemunham o sentido povoador da
O povoamento do Maranhão e do Piauí teve ocupação humana do Piauí . A própria aquisição de
um sentido geográfico de orientação diversa . uma pequena faixa marítima não modificou essen-
A ocupação do litoral maranhense, tendo como cialmente o aspecto comercial-demográfico do es-
centro de irradiação a ilha do Maranhão, abriu aos tado, onde Parnaíba e Luís Corrêa têm uma posição
medíocre no cômpúto geral piauiense.
primeiros povoadores os vales dos rios Mearim e
Itapecuru, permitindo-lhes o acesso ao interior. Em ambos os estados, a composição étnica re-
Depois das tentativas efêmeras do estabelecimento flete a participação dos estoques raciais primitivos .
humano, que redudaram nas fundações de Nazaré As populações indígenas, que ali habitavam,
e da povoação francêsa de São Luís, o domínio representavam os grupos tupi e gê. Mantiveram,
lusitano pôde se estabelecer à beira mar e dali se com os colonos europeus e povoadores mestiços,
expandir, lentamente, na direção sul . O curso do alternativamente, fases de colaboração e de franca
Itapecuru serviu de eixo de peneb·ação, tendo sido animosidade _ Os primeiros, culturalmente presti-
o povoamento baseado essencialmente no aproveita- giados, pelo intercruzamento racial e pela catequese
mento agrícola. Para oeste, registrou-se uma ocupa- (o "nheengatu" elevado à <1íngua geral" foi um
ção norteada no sentido da coleta de produtos flores- problema lingüístico até o século XVIII) , partici-
tais como por exemplo o urucum, a baunilha, o cacau, param intensamente da vida econômica e do desen-
o cravo do Maranhão e outras "drogas". volvimento demográfico iniciais do Maranhão .
O sudeste do Maranhão recebeu poyoadores Revelaram-se excepcionais nas atividades errantes
que, ultrapassando os limites do atual Piauí, busca- da coleta das <<drogas do sertão" e da pecuária .
vam as zonas de campos necessárias à expansão da O gê, mais abundante nos sertões piauienses,
atividade criatória. A fundação de Pastos Bons, no revelou ~enor capacidade aculturadora incapaz de
século XVII, representa bem o dinamismo expat;lsio- adaptar a sua pobre cultura às exigências do colono
nista em que se conjugaram os esforços dos que europeu . . De tlli!-a. alternância de massacres e lutas
subiam o Itapecuru e dos povoadores pecuaristas (os . apelidos de "bárbaros" e <<~apuias" indicam-lhe
vindos da Bahia . a irredutibilidade) foram sendo esmagados e dizi-
No Piauí, o devassamento e -a exploração come- mados pel_a expansão latifundiária da criação do
çaram pelo interior como um transbordamento da gado. Puderam, então, os c~lonizadores firmar-se
população baiana e, depois, da pernambucana . O no Parnaíba e nas regiões banhadas pelos rios
expansionismo pecuarista, liderado por alguns serta- Canindé.e Piauí .
nistas de contrato, palmilhou o vale sanfranciscano,
Quando a economia agrícola excedeu os limites
atingiu os pastos piauienses e, mais t arde, até o
extremo sul do Maranhão. Essa irradiação lon- reduzidos da subsistência para assumir um caráter
gínqua teve como centro dispersor o latifúndio dos de exportação, o braço escravo, principalmente tupi,
Garcia d'Avila e ligou, por muito tempo, a ocupação tomou-se imprescindível . Diante disso, as relações
humana do Piauí às correntes sertanejas baianas . de grupo assumiram, na área maranhense, um
Por outro lado, imprimiu à economia do estado o aspecto de choque e de conflito violento a que a
caráter criador, que foi a nota mais sensível da pro- legislação hesitante da Metrópole e a intervenção
dução local entre os séculos dezessete e dezenove . jesuítica só ofereceram fracos paliativos .
O vale do Parnaíba foi sendo ocupado de uma forma Com a absorção gradativa das atividades
desordenada graças ao caráter extensivo da pecuária coletoras pelas lavouras do açúcar, do algodão e,
local, o que lhe permitiu fornecer povoadores que, poteriormente do arroz, evidenciou-se a mediocri-
ultrapassando o rio, atingiram o Maranhão . dade da colaboração agrícola do indígena, introdu-
A diretriz econômica que orientava a ocupação zindo-se, como já se fizera em outras áreas do
do território não permitiu o adensamento e a funcio- litoral nordestino, o africano . _
nalidade no estabelecimento dos núcleos urbanos. O ílldio combatido e recalcado para o interior,
A criação de Teresina foi mais um ato corretivo que refugiou-se nas áreas do sudoeste maranhense,
um reflexo real da situação demográfica piauiense. quando não emigrou, em larga escala, para o vale
A localização da primeira capital no sítio da amazônico. Seus remanescentes são ainda repre-
atual Oeiras, a configuração geográfica presente do sentados no estado,- pelos timbiras, canelas, urubus,

2.8
tembés e craós. Sua participação na dinâmica atual brancóide, apoiada na economia agrícola latifun-
da população maranhense é :pouco expressiva. diária e no comércio urbano. A influência do nego-
A herança indígena apoiada pela larga mestiça- ciante português, poderosa ou suficiente para criar,
gem colonial é ainda ponderável nos quadros no Maranhão, dificuldades ao movimento indepen-
culturais maranhenses, onde se implantou como um dentista brasileiro, ainda se mantém muito viva.
dos alicerces que permitiram a fixação da cultura O têrmo "branco" adquiriu no estado uma
européia. Nos dois primeiws séculos do povoa- significação social que excedia, de muito o sentido
mento, os representantes do complexo cultural euro- restrito de discriminação meramente racial. Con-
-cristão estiveram em proporção minoritária diante feria, por assim dizer, ao grupo de origem européia
da larga massa indígena . uma incontestável liderança sôbre a maioria popula-
Outro tanto não se deu no :Piauí, onde os grupos cional mestiça. Esta se mantém predominante uma
gês permaneceram arredios e ho.stís . A existência véz que os afluxos imigratórios trazidos pela atração
de tipos humanos com características indígenas não do babaçu e da carnaúba compõem-se de elementos
pode ser atribuída a w1ião direta com o índio. rurais nordestinos ou paraenses .
Antes, deve-se mais a participação de elementos Somente a inferioridade dos núcleos urbanos
caboclos vindos dos estados vizinhos, principalmente em face à maioria demográfica rural atenuou esta
no período pecuarista e, mais tarde, quando a tendência discriminatória social pela estreita depen-
explotação da carnaúba se :revelou uma atividade dência, tão comum no Brasü, da cidade em relação
promissora. A tudo isto deve-se acrescentar a ao campo.
ausência de renovação mig;:atória com elementos
Uma das características demográficas rele-
estranhos aos quadros luso-brasileiros.
vantes do Meio Norte é, sem dúvida, o largo predo-
O africano adensou-se à medida que a vida mínio da população rural sôbre a urbana. No
econômica o exigia . A sua importação continuada estado do Maranhão, em 1950, 82,7% dos habitantes
tomou-o um componente expressivo na população concentravam-se na área rural, enquanto no Piauí
maranhense e o seu número permitiu à "Balaiada~· essa porcentagem elevava-se a 83,6% .
assumir, embora, caoticamente, aspectos de reinvi-
A predominância dos quadros rurais sôbre os
dicação social. Estreitamente ligado ao cultivo do
urbanos que é uma característica demográfica brasi-
algodão, da cana de açúcar e do arroz, o africano
leira encontra a sua máxima expressão no Meio
perpetuou-se na composição étnica maranhense,
Norte.
dentro e fora do seu grupo .
No Piauí, porém, a atividade criadora não fêz Outro fato que merece ser destacado é a
tão necessária a participaçüo do escravo negro. pequena importância populacional dos núcleos
Decorre, daí, a inferioridade numérica do elemento urbànos interiores em relação às capitais. A despro-
negro em relação ao cabôclo ou ao branco . porção é flagrante. A cidade de São Luís, que às
Este, de origem predominantemente lusitana, suas condições de capital administrativa junta as
estabeleceu-se no .Maranhão e, em menor proporção, funções de pôrto escoador dos produtos de expor-
no Piauí. Vindo diretamen te da Europa e atual- tação e principal centro comercial do estado, tem
mente em maior escala, dos estados vizinhos, man- uma população que representa 29% do contingente
tém-se como um representante da cultma luso-brasi- populacional urbano de todo o estado maranhense.
leira que alí predomina absoluta, já que os elementos No Piauí, onde se verifica o desdobramento das
estrangeiros são insignificant.~s em proporção. fm1ções comerciais entre Teresina, capital adminis-
A maior proximidade de Portugal e o alheia- trativa situada no interior, e Parnaíba, concentradom
mento do resto do Brasil, impôsto por condições do comércio de exportação por sua posição litorânea,
geográficas (a criação do e~:tado do Maranhão no observa:.se que êsses dois centros urbanos somam
século XVII é um fato muito expressivo), apoiaram 81.592 habitantes, o que representa 47,8% da
uma corrente povoadora branca muito intensa. população urbana das demais cidades piauienses.
Houve mesmo um ensaio de colonização dirigida Este fato mais ressalta a pequena importância
com a transferência, para o norte do Brasil, de dos habitantes urbanos no conjunto do Meio Norte,
vários casais ·açorianos. A origem lusitana e a lem~ onde a população rural com as atividades que lhe
brança muito próxinm de preconceitos europeus são próprias, domina largamente o quadro popula-
permitiram a implantação du uma liderança social cional e econômico da região.
O efetivo populacional do Meio Norte tem oeste, que se concentra a mais densa população
apresentado um crescimento lento, mas contínuo, agrícola .
fato que pode ser observado no seguinte quadro: As imigrações de nordestinos (paraibanos,
cearenses e riograndenses), para o Mearim e o
POPULAÇÃO Pindaré têm sido o fator maior do crescimento
EST AD OS
1800 1920 1!)40 1950 populacional dessa área, que hoje se destaca no
quadro econômico regional como a mais próspera
~aranhão . . . . ........ 430 854 874 337 1 235 J6!l 1 583 248
Piaur . . . ...... .... .. . 267 609 601) 003 817 601 1 045 61)(1
zona agrícola maranhense, fornecendo a quase tota-
lidade da produção rizícola exportada pelo estado .
Sem bruscos aumentos populacionais, nem No Piauí, o rio Parnaíba com os seus afluentes,
crises de despovoamento, os estados integrantes do tem função semelhante de adensadores da p opula-
Meio Norte apresentam um crescimento demográ- ção rural agrícola.
fico bastante equilibrado. Esta influência .d a bacia hidrográfica do Meio
Os 2. 628. 944 1 habitantes da região apresen- Norte orientando e fixando a população rural,
tam-se muito irregularmente distribuídos, subsis- observa-se também quanto ao estabelecimento das
tindo vastas áreas pràticamente desabitadas, desta- aglomerações urbanas . A maioria das cidades
cando-se, neste particular, as chapadas que se meio-nortistas localiza-se à margem dos rios, tendo
erguem no sul da região. crescido quer como centros de convergência e
escoamento dos produtos regionais (Floriano, Ca-
A densidade da população regional ( 4,46
xias, Barra do Corda), quer como pontos extremos
hab./km2 ) está bastante aquém da média brasi-
da navegação fluvial (Colinas, Balsas) .
leira (6,10 hab./km2 ) .
A construção de vias terrestres de circulação
POPULAÇÃO
veio, algumas vêzes, reforçar a função de entre-
(1."-VI1-HJ50) Dcusiuu.du posto já iniciada pela utilização da via fluvial, como
UNIDADES li'EDETtADAS de
Rclati\'11. populaçiio aconteceu com Caxiás em referência à Estrada de
L Absoluta (hab/km•)
%do Ferro São Luís-Teresina e com Floriano pela cons-
-· (hab)
Brasil
trução da rodovia que a liga com o Nordeste
~aranhão . . .............. 1 583 248 3,05 4,77 Oriental.
Piau1 .... . . . ........ .... . . 1 045 Gl•6 2,1)1 4,1 5
O Meio Narte tem na economia de coleta, da
qual se destaca a explotação do côco babaçu e da
No quadro contemporâneo da distribuição
cêra de carnaúba, uma das suas maiores fontes de
espacial dos habitantes rurais do Meio Norte veri-
renda.
fica-se, ainda, como nos tempos coloniais, a influên-
cia preponderante da rêde hidrográfica, atraindo c Na evolução econômica do estado maranhense
fixando os povoadores rurais . Os rios permanecem nos últimos cinqüenta anos o fato capital foi a inten-
como os fatôres maiores de adensamento dos habi- sificação da explotação do babaçu . A sua produção
tantes, quer pela sua utilização como via de circula- passou de +.607 toneladas em 1915-16 para 66 . 239
ção, quer pelo aproveitamento para a prática agrí- em 1955 2 • :E:sse valor representa cêrca de 90% da
cola das terras aluviais das margens. produção total brasileira e quasi cem por cento do
Enquanto na zona das chapadas interiores, a valor da produção extrativa do estado.
fazenda de criação de gado constitui a unidade de Apesar de haver também exploração do babaçu
povoamento responsável pela extrema dispersão dos no Piauí, os maiores babaçuais encontram-se no
habitantes, os maiores adensamentos populacionais Maranhão. Dos 14 milhõés de pahneiras calculadas
correspondem às principais áreas agrícolas da para os dois estados do Meio Norte, 10 milhões
região. pertencem ao Maranhão .
No Maranhão são nos cmsos médio do De produto quase desconhecido, no princípio
Itapecuru, baixo e médio Mearim (onde se desta- do século, o babaçu é hoje um dos. principais artigos
cam Bacabal e Pedreiras ), baixo Pindaré e na área de ex-portação do Maranhão, constituindo a sua
de contato dos campos da baixada com as matas de explotação o meio de vida de numerosa população

' Censo Demográfico, 1950. • Anuário Estatístico do Brasil - I.B .G.E : - 1956.

30
rural . Atualmente compete e!le com o arroz como nwçao da procura externa refletiu-se na baixa du
produto de maior valor de produção do estado . Em produção, visto que o mercado interno é, ainda,
1955, o valor da produção em Cr$ 1. 000,00 de insuficiente para manter a produção em níveis mais
babaçu foi de 416 . 362 e a de arroz 513 .127 3 . altos.
Também no comércio de exportação mara- Da explotação da palmeira babaçu e da cêra
nhense, velifica-se a compe tição entre êsse pro- de carnaúba vive numerosa população r ural, que
duto extrativo e o arroz, que desde os tempos colo- dado o primitivismo das fom1as de trabalho, não
niais é um dos principais produtos agrícolas locais. dispondo de terras próprias e, por isso, sem apêgo a
elas, está em constante trânsito de uma região para
A entrada do babaçu no mercado exportador se
outra. Subalimentada, sem instrução, vivendo em
fêz modestamente na primeir8. década dêste século.
péssimas condições higiênicas, essa população tem
Com uma produção cada vez maior, êle se destinava,
um baixíssimo nível de vida.
sobretudo, ao mercado internacional onde se desta-
cavam os compradores europe·Js: Alemanha e Dina- Os problemas sócio-econômicos do Meio Norte
marca. A partir de 1935, aparece o mercado norte- rural agravam-se com o isolamento determinado
-americano a dominar o comércio externo pelos pela deticiente rêde de circulação.
preços mais vantajosos. As vias fluviais, nas condições atuais, não mais
Nessa época, a produçãc· do babaçu sofria as são suficientes para atender às exigências de uma
flutuações decorrentes de sua condição de produto economia em expansão. No campo ferroviário
destinado ao mercado internacional. A baixa de apenas duas estradas de ferro servem a região: a
cotação do babaçu que competia com outros produ- São Luís-Teresina, que liga as duas capitais esta-
tos oleaginosos, sobretudo a copra, coincidia com a duais do Meio Norte e a Estrada de Ferro Central
menor exportação . do Piauí que liga Parnaíba à cidade de Piripiri .
Após o término da Segun1a Guerra Mundial, o Ambas de pequena extensão e com material rodante
mercado interno se firmou como o principal consu- deficiente não podem atender às necessidades
midor da amêndoa do babaçu maranhense. ~ste regionais.
fato foi devido ao desenvobimento da indústria As rodovias recentemente construídas no Piauí
nacional de aproveitamento do.quele produto, sobre- pelo Departamento Nacional de Obras Contra as
tudo, em São Paulo e Rio de Janeiro. Com o Sêcas, ligando Teresina e Floriano ao estado do
domínio do mercado interno n-J comércio do babaçu Ceará, e a capital piauiense a Parnaíba, têm sido
a sua produção tornou-se mai:; regular pelo fato de fatôres importantíssimos de revigoramento na eco-
não estar mais sujeito à compe·:ição de outras oleagi- nomia estagnada da metade norte do estado . As
nosas e de ter tUll consumo g;;.rantido . facilidades de escoamento dos produtos, o desen-
A industrialização do babr1çu na região limita-se volvimento do comércio e as possibilidades de indus-
a pequenas e mal equipadas f:\bricas de óleo, desti- trialização decorrentes da abertura dessas vias de
nado quase exclusivamente ao consumo regional . circulação terrestre traduzem-se na paisagem regio-
nal por u'a mais intensiva utilização da terra,
Ao contrário do babaçu que apresenta uma
pelo crescimento das cidades e pela melhoria nas
produção sempre crescente, tem-se verificado nos
c.:ond ições de vida dos habitantes rurais e urbanos.
últimos anos uma diminuição apreciável na produ-
ção da cêra de carnaúba, ou tro produto extrativo O Maranhão, ainda, não sentiu o influxo reno-
de inlportância na economia do Meio Norte. ~sse vador da estrada de rodagem , pois, na parte central
decréscimo verifica-se não somente no Piauí, como apenas a área de Codó, Pedreiras c Bacaballiga-se
nos demais estados produtores. A produção nacional a São Luís por rodovia . Outra zona restrita tam-
diminuiu de 12. 583 toneladas em 1951 para 5. 606 bém servida por estrada de rodagem é a de sudeste
em 1955 '' . do estado: Mirador, Colinas, Pastos Bons, São João
dos Patos, a qual se liga com Floriano no Piauí. A
A concorrência de produt:>s sintéticos possivel- atividade agrícola muito se desenvolve nas áreas
mente não é estranha a essa baixa de produção de citadas pelas possibilidades que se abriram ao
cêra que se traduz em menor consumo. A dimi- comércio interestadual . No entanto, o problema do
transporte ainda surge como o obstáculo máximo ao
• Op. cit.
• Anuário Estatístico do Brasil - L B. G. E . ·- 1955 o 1956. desenvolvimento econômico e ao aproveitamento dos

31
recursos naturais de todo o vasto sul piauiense e do imperceptíveis que marcam a transição para a região
estado do Maranhão em sua quase totalidade. Centro-Oeste.
Ao estudar-se as paisagens regionais, o Meio Traçar um limite entre a planície e as outras
Norte será dividido em três regiões: planície, zonas é relativamente fácil mas, fazer o mesmo
"cuestas" e chapadões. entre as "cuestas" e os chapadões ocasiona sérias
Constituída por uma zona baixa, a planície é dificuldades, por surgirem vários problemas de
desprovida de acidentes de relêvo proeminentes difícil solução. Verifica-se igual embaraço no con-
justificando-se, portanto, sua denominação. Esten- tato da região Amazônica com o Meio Norte: for-
de-se pelo Maranhão e Piauí, ocupando pequena ma-se uma longa faixa de transição, de localização
área dêsse último estado. imprecisa, apresentando a vegetação características
A leste, estende-se a região das "cuestas", amazônicas, embora haja outros aspectos que se
caracterizada pelo seu relêvo monoclinal que dis- assemelham aos da planície do Meio Norte .
tingue grande parte do Piauí . Somente um longo e acurado estudo poderá indicar
com precisão os limites dessa área .
Penetrando mais ao sul no domínio dos cha-
padões - dissecados em mesa, chega-se, finalmente, Cada uma dessas regiões será estudada focali-
àquelas formas extensas e monótonas de divisores zando os seus aspectos geográficos característicos.

32
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CoMPREENDE esta planície a
porção norte oriental da região em es-
tudos, o "Meio Norte" .
Apresenta-se bastante ampla, es-
tendendo-se desde a foz do rio Turiaçu
até os limites do Piauí com o. Ceará.
Ao sul, confronta-se com a região
amazônica. Seus limites correspondem
a uma linha que inclui, no Meio Nor-
te, as cidades de Pinheiro, Pindaré, Vi-
torino Freire e Lago de Pedra. Mais
abaixo, ao sul, as cidades de Barra do
Corda e Buriti Bravo marcam o con-
tato com a região das chapadas, mar-
cado pela presença dos primeiros re-
manescentes daquele relêvo tabular.
A leste, a planície penetra em
território piauiense, até ~ncontrar os

35
~unicípio de São Luis - Maranhão (Foto C . N .G . 3481 - T . J .)

Aspecto do litoral na ilha de Sio Luis, no Maranhão. A plataforma de abrasão corresponde à Ponta da Areia que faz parte do nível
de 30 metros, dominante na il ha . O trabalho das vagas de encontro a êsse pontão rochoso modelou uma " falésia" cujo solapamento n.os are-
nitos terciários, fá-la recuar gradativamente .
Em último plano, na foto, percebe-se a repetição do mesmo modelado .
A oscilação da maré proporciona, quando da baixa-mar, o aparecimento dos sedimentos flúvio-marinhos, representado pela vasa.
Trata-se, por conseguinte, de uma paisagem costeira característica de sedimentação c:enoz6ica, em constante modüicaçio. (Com.
C .R .M . )

primeiros reversos das formas monoclinais da re- buleiros surgem relêvos residuais, de pequena al-
gião das "cuestas'', incluindo parte dos municípios titude.
de Batalha e Barras. Nas proximidades de Palmei- No exame da faixa litorânea, verifica-se, a
rais já se entra, novamente, no domínio das cha- oeste, a presença de um litoral baixo, muito recor-
padas. tado, podendo-se verificar, ainda hoje, o t rabalho
A paisagem da planície do Meio Norte apre- de colmatagem da vasa que transforma as áreas
senta aspectos variados: litoral baixo, muito recor- marinhas em regiões continentais . Em razão de
tado, com largos estuários e crivados de lagoas; pa- sua topografia, pouco acidentada, estas zonas são
ra o interior uma região rebaixada, alagadiça, re- recobertas, em quase totalidade pela gramínea Cy-
coberta por uma vegetação campestre - o golfão peraceae constituindo os "campos baixos" que se
maranhense . tomam alagados na época das chuvas . Daí serem
A êstes aspectos sucedem-se os tabuleiros e~e­ impraticáveis as viagens durante esta quadra. Os
vados de algumas dezenas de metros sôbre a su- rios descrevem caprichosos meandros; além disso,
perfície dos campos. Dominando ·êste nível dos ta- é comum a existência de lagoas alongadas . Para

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explicação dêstes acidentes é necessário reportar-se Observando-se o trecho ociden~al da costa, vê-
ao estudo da paleogeografia do local: outrora, pro- -se um grande número de largos estuários, surgindo
vàvelmente no pleistoceno, havia nesta zona um um litoral coberto de reentrâncias e de ilhas e re-
grande golfão no qual desaguavam os rios atuais. cortado por baías alongadas . Tal fato relaciona-se
Os cursos dágua escavavam seu curso em função de a um movimento relativamente recente do nível
uma cota mais baixa por estar o nível do mar em de base . Atualmente, ainda se verifica uma reti-
uma cota bem inferior à atual~ Havendo uma trans- ficação do litoral às expensas do mangue que nasce
gressão marinha, êstes cursos foram, posteriormen- nos baixos cursos dos rios: as raízes respiradoras
te, inundados transformando-se em rias . A sedi- fixam as partículas de argila e influem na sua de-
mentação subseqüente e a colmatagem no golfão posição. O fluxo e refluxo da maré são de impor-
resultaram na formação dos "campos baixos" muito tância ·capital : por seu intermédio, dá-se a movi-
importantes para a criação . mentação das partículas de argi.a . Quando a cor-

Município de São Luís- Maranhão (Foto C.N . G . 3577- T . } .)

Vista da baixada ftúvio· marinha d~ Perizes. Representa ela um remanescente da área do gôlfo que existiu dur~te o quaternário
entre a ilha de São Luís e o continente.
~ uma região arruada, estando em muitos trechos no nível das marés altas. Pode-se ver, ao fundo, na foto, o mangue, vegetação
própria das zonas alagadiças . . , . ~ ~ . . _
Esta planície é mais plana que a do Pantanal mato-grossente e mats continua e homogenea que a Ama.zoma, deVIdo à açao regula-
rizadora das marés . Surge apenas como uma paiaagem diversa nas partes internas do golfão.
Nesta extensa planície, a superfície cristalina (Pré formação Pemes) é bastante irregular e, não raro, o cristalino está muito prÓ·
ximo a ela, chegando, em alguns lugares, a aflorar constituindo pequenas elevações . ( Com. M · G · C · H . )

38
Estado do MARANHÃO Munidplo de CANDIDO MENDES
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Aal)C!cto dos terraços fluvioi• do rio hapocuru o qual 6 uma import4ntc vio
fluvial do Meranhio
Devido a grande devnstn~õo da Cloresta ciliar o babnçu predominou aõbre o
vegota~iio aecundaírio t-xinontc (Com. Ã .J . P. D )
Município de Caxias - Marenhio (Foto C.N . G . 334 6 - T . J . )

Paisaeem existente nas proximidades da cidade de Caxias, Maranhão, exibindo vartos morros isolados. Em certos trechos tomam-se
mais freqüentes, ajudando-nos, portanto, a reconstituir a antiga superfície sedimentar, hoje retalhada pelo trabalho erosivo do rio ltapec:uru.
Estas elevações fo rmadas por camadas horizontais do pormo-carboní fero, a presentam-ao como pequenos "inselber&e" . O seu tôpo aplai-
nado é, geralmente, protegido pela canga, cujos fragmentos encontram- se na parte inferior dessas formações. A rodovia que . as acompanha
foi talhada na zona dos sedimentos. ( Com. C . R . M .)

rente atravessa a região das raízes respiradouras, nalizando a chuva, o nível das águas desce e o lago
perde, em virtude do atrito, em velocidade, fican- converte-se em um rosário de lagoas alongadas que
do com sua capicadade de transporte diminuída . permanecem, em certos lugares, como os únicos ma-
Mais tarde com a colmatagem mais avançada, es- nanciais de água utilizada pelo gado. Nota-se que
tabelece-se outro tipo de vegetação com gramíneas o processo de colmatagem destas lagoas prossegue
e cyperaceae. É de todo impossível o aparecimen- incessantemente: nas enseadas pode-se comprovar
to de uma floresta, isto por causa da quantidade o seu lento trabalho de entulhamento, o que indica
excessiva de água, e, em certos casos, do cloreto de a tendência para a extinção destas depressões. Nes-
sódio. ta tarefa, influi, de maneira frisante, a vegetação:
Os interflúvios, na planície, são muitas vêzes as plantas natantes apresentam raízes compridas
tão rebaixados que também desaparecem após gran- com inúmeros pêlos absorventes, formando um ema-
des chuvas sob o imenso lençol que se forma . Fi- ranhado muito denso que origina, nas enseadas mais
Estado do MARANHÃO Municiplo de TURlAÇÚ
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protegidas, um verdadeiro tapête . Com a oscila- sedimentos resultantes do entulhamento provoca-
ção do nível das lagoas ficando as plantas a sêco, do pelos rios que vinham ter ao litoral . Em minia-
dá-se a morte das mesmas e realiza-se, paulatina- . tura, verifica-se na ilha a cópia dos rios continen-,
mente, sua colmatagem . tais, com um baixo curso, coberto de mangues e
É comum encontrar-se, todavia, nesta região,
sofrendo, periodicamente, a influência da maré. Por
certo, ulteriormente à formação da superfície de
outras rochas diversas : para o interior, . calcários
35 metros, que compreende a cota mais elevada,
fossilíferos de formações Pirabas, bem como are-
o nível do mar oscilou, alcançando algumas deze-
nitos que formam o "substratum" de terraços re-
nas de metros abaixo do atual, no Monasteriano -
lativamente recentes que documentam a existência
quando, possivelmente, se isolou do continente a
pretérita de movimentos a que estêve ·submetida
ilha de São Luís . Hodiemamente, apesar de abun-
esta zona do continente brasileiro .
dante sedimentação formada por areias finíssimas
A ilha de São Luís, delimitada pelas baías de e lamacentas, contendo grande quantidade de de-
São Marcos e São José, é, no meio do litoral, um tritos vegetais, de côr negra nas partes úmidas e
acidente de considerável interêsse. Apresenta-se pardacentas quando sêcas, é ainda a ilha em ques-
com uma topografia de patamares em um nível re- tão separada do continente pelo canal do Mosqui-
gular de 35 metros constituída, na maior parte, por to. Opinião idêntica tem Ab'Saber que assevera,
sedimentos terciários cujos fósseis permitiram cor- com referência a esta zona do litoral: "geomorfo-
relacioná-los à formação Pirabas, descrita no esta- lõgicamente, a ilha de São Luís é uma espécie de
do do Pará. O trabalho das vagas solapou os sedi- ilha de Itamaracá ampliada, já que em ambos os
mentos formando plataformas de abrasão e dando casos foi a erosão fluvial pós-pliocênica que as iso-
origem a falésias típicas, em cujas encostas podem- lou ligeiramente dos terrenos terciários continentais
-se entrever, freqüentemente, as argilas e arenitos· sublitorâneos e os movimentos eustáticos comple-
intercalados . Na superfície elevada encontram-se taram o isolamento . . . "

Município de Caxias - Maranhão (Foto. C . N . G . - T.}.)

Apresenta a fotografia um magnífico exemplo d e estratifica ção rítmic.a do permiano, mostrando-se intensa mente perturbados os sedi-
mentos depositados, devido, provàvelmente, às oscilações do nível do mar.
Pode-se notar a exis tência de plataformas estruturais e na parte mais elevada deposita-se uma lâmina de seixos rolados, de
idade recente . A existência de um terraço do rio Itapec uru estaria ligada à p resen<;h d e t a is seixos . ( Com. M . G . C . H . )
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Município de R osário - M sranhiio ( Foto C . N . G . 3 451 - T . ] .)

O ltapecuru e sem dúvida alguma a principal via fluvial, pertencente ao estado do Maranhão, não só em relação à sua extensão
navegada e navegável. mas também porque í!ste rio. exclusivamente maranhense, percorre uma das zonas mais ricas e mais populoses
do estado . H é uma série de terraços que têm imJ)<>rtância para a ocupação humana e nêles localizem-se importantes cidades como
Rosário, Coroatá, Codó e Caxias. que foram outrora portos fluviais e hoje são importantes municípios do estado . (Com. T . C .)

Na ilha de São Luís, o cristalino acha-se reco- muito contribui para a conservação dos patamares
berto por sedimentos terciários . É freqüente en- intermediários . Afigura-se que a canga, ao se for-
contrar-se na região dos Campos dos Perizes o em- mar, recobre uma topografia preexistente . Investi-
basamento a alguns metros; a superfície modelada gações cuidadosas mostraram que houve vários pe-
do cristalino mergulha suavemente em direção sul ríodos de formação da crosta laterítica, o que se
sob o pacote sedimentar da bacia do Meio Norte. evidencia pelos fatos verüicados no Meio Norte .
Em certos pontos da baixada de Perizes surgem De grande importância para o homem do Mara-
pequenas elevações que correspondem a aflora- nhão é a canga, o melhor material para a pa~men­
mentos de granitos soldadas, unicamente, pela gran- tação das rodovias maranhenses . Utilizou-se êste
de extensão dos campos . material na ligação entre Perizes de Cima e a ci-
Tanto nos baixos terraços de 20 a 25 metros, dade de São Luís; outrossim, em tôda a pavimen-
quanto nos de 35, ocorrem leitos, cangas pizolíticas tação das centrais maranhenses .
de suma importância na morfologia de detalhe . Em As costas arenosas predominam a leste da
virtude da maior porosidade da canga em relação ilha de São Luís e contrastam com' o litoral de
às outras rochas e, sendo mais resistentes à erosão, mangues da parte ocidental . Surgem linhas de res-
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tingas paisagem típica da região. ·oe quando tinuamente para W . Isto é tão importante que o
em quando, dominando as restingas, vêem-se gran- delta formado na foz do Parnaíba, que deveria ser
des dunas que, com sua coloraçã~ clara, se diferen- aberto simetricamente para o norte, sofre uma for-
ciam dos cordões de restinga bem mais escuros e te inflexão para o ocidente, produzindo urna ano-
que apresei)tam uma vegetação própria . Também malia . As. ilhas Grande de Isabel, das Canárias, do
as "avenidas" de coloração escura, deprimidas e, Caju, Grande do Paulino e outras situam-se no
por vêzes, alagadas, se distinguem entre os velhos delta.
cordões litorâneos. As restingas desenvolvem-se Para o interior, sucedendo às planuras ala-
em direção oeste e os rios mostram inflexões que gadas e à baixada arenosa, deparam-se colinas de
acompanham o litoral por centenas de metros. Al-
fraca altitude que, em conjunto, são uma unidade
gumas vêzes, os riachos não chegam ao oceano; as
bem caracterizada . Elas copiam, geralmente, a fi-
águas desaparecem no meio dos alagadiços das
siografia do litoral atlântico oriental; suas formas
"avenidas", entre as restingas ou sob a forma de
tendem para os tabuleiros havendo níveis aproxi-
um lençol de infiltração . As areias originam-se da
madamente iguais aos daquele litoral podendo ser
parte oriental do litoral; sem dúvida, são areias tra-
correlacionados. Próximo às áreas alagadas nota-
zidas pelo rio Parnaíba que com seus afluentes
-se que, em conjunto, as elevações se . distribuem
possui um regime torrencial e carrega grande quan-
de 10, 20 a 25 metros, sendo estas últimas as mais
tidade de aluviões.
importantes.
Os ventos que sopram nesta zona ocasionam a
formação de dunas que átingem dezenas de me- Observa-se no tôpo das colinas a existência de
tros: avançam em direção ao interior soterrando argilas e arenitos de grã muito fina recobertos por
os alagados e os velhos cordões de areia . As cor- uma canga pizolítica acompanhando, em certos ca-
rentes aéreas procedentes do quadrante N. E . pro- sos, a superfície topográfica e, nas encostas de fra-
vocam a formação de vagas que trabalham ativa- ca inclinação, permanecendo "sur place", com a re-
mente os cordões de areia, fazendo-os deslocar con- tirada do material que se lhe sotopõe.

Município de Caxias - Maranhão (Foto C.N .G . 3347- T . } .)

M ostra a fotografia uma forma ttptca do relêvo residual, modelado em rochas sedimentares - " inselberg' ' . :tste acidente constitui
um testemunho de um clima mais sêco ao qual esta região estêve submetida no pleistocênico. (Com. M. G . C . H .)
Estado do MARANHÃO Municlpio de GUIMARÃES

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Municipio de CIIJCias - Maranhão (Foto C . N . O . 3509- T.J.)

Sôbre os terrenos triáasicos dos arredores de Brejo num corte da Estrada de Ferro São Luí-Ter"ina encontramo• um manto
aluvial mais recente . Apresenta uma espessura de al~s metros, encerrando çande quantidade de seixos roladoa e outroi fnaturadoa.
Es.tando diante dum material de "ranas" típico das regiões semi-áridas. Oa seixos rolados originam-se dos con&lomerados dos
triássicos aí ellistentes, e os fraturados indicam a existência de proceseos morfogenéticoa, que tiveram lu&ar num período de clima semi·
-árido que, no passado, Imperou na região. (Com. A . J . P. D . )

Nos àrredores dos rios principais, percebe-se ra os níveis mais elevados; assim, em Peritoró,
um forte encaixamento ao nível das colinas. A atingem a cota de 70 metros e em Livramento, 90.
canga é, então retirada totalmente ficando as en- Dominando o nível regular das colinas encon-
costas desprovidas dêste material, o qual parece tra-se uma série de relevos residuais, sem grande
comprovar a presença anterior de um clima semi- expressão topográfica, por revelarem fraco desní-
-árido com alternância de duas estações: uma sê- vel: vê-se, ora, pequenas elevações cônicas preva-
ca e outra úmida favorecendo bastante a concen- lecendo na superfície; ora, diminutas formas tabu-
tração de óxido de ferro na superfície . Pode-se lares modeladas em rochàs terciárias pertencentes
verificar, nos interflúvios, a subida progressiva pa- ao mesmo período das rochas dos níveis mais bai-

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xos da colina . Estas formas de relêvo foram amol- mentos de origem detrítica que chegam a atingir,
dadas pela erosão durante o período quaternário . algumas vêzes, dois metros de potência. &tes de-
Os "glacis", suavemente inclinados no sopé de al- pósitos correspondem a "raíias", material elabora-
gumas, o "knick" e os depósitos que se vêem nestes do, também, em ·um clima semi-árido havendo so-
"glacis", mostram serem es~s formações fruto de frido um pequeno transporte.
um trabalho de pediplanação e comprovam que Os grandes rios desta zona encaixam-se no
a região estêve submetida a um paleoclima mais nível das colinas sem apresentarem corredeiras .
sêco, responsável pela sua fisiografia atual. Assim, a navegação pode ser feita por pequenas
Nestas superfícies repletas de pequenos "in- embarcações até centenas de quilômetros para o
selberge", encontra-se,. além da canga de formação interior.
mais recente, uma outra formação cuja idade geo- Geologicamente, não se notam grandes mu-
lógica é anterior à canga representada por frag- danças na topografia, embora se passe da forma-

Município de Cuia• - Maranhio (Foto C .N .G. 3414- T . J . )

Na• área• deprimida• noe arredore1 de Cuia~, o tipo de v ..etação predominante, o cerrado, é Invadido pelo babaçual .
Região da antiga mata q,ue foi deva1tada, como ae poda dedtuir da pre~ença de c:apoeirae, êete fato po..lbiUtou a formação
de uma 6rea mal• ezten1a de babaçu .
Na foto vemo• uma região deprimida, com vegetação mieturada e uma da• princlpaie vi11 de comunicação que 18rvem ao muni-
cípio de Cuiat. (Com. I. X. S.)
Estado do MARANHÃO Munlcl lo de PINHEIRO
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Município de Coroatá - Maranhão (Foto C . N .G . 3501- T .J . )

A topografia plana, modelada em arenitos do terciário, abrange. uma extenaa área do Maranhão, como os municípios de Cuias,
Coció, Coroatá e outros. Geologicamente pertence à formação ltapecuru.
· Além da topografia plana observamo• um trecho da paiaagem campestre de Coroatá, onde aparecem a vegetação típica do cerrado
e algun.s exemplarea da carnaúba, cuja utilidade tornou-a ti.o notória que lhe atribuíram a denominação de "árvore da vida", porque dela
tudo é aproveitado.
Cteit também tão u gramíneaa, sustentáculo da pecuária, que sob a forma eztenliva conat:itui wn dos recursos econômicos da
região . (Com. M . C. V .)
Estado do MARANHÃO· Munlclplo de BEQUIMÃO
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Municúplo do Cui.. - Maranh#o C"'oto r..; .N.G. 3 345 - T . J .)
A palmeira bobaçu (Otbltnya Martiana, B . Rdr.), plonta nativa na reJião
da Planlclo, estende-ao pelo Par6, Piaul, Goi6s o Mllto Grouo, princ:ipalmento no$
valoa doa rioa Tountin•, Oroja6, Moa rim, Itapoc:uru • Parnaíba .
A explotaçiio do c:ôc:o-de-babaçu eonttltui uma das atividades e1rtratlva1 mais
oxprestivoa da economia morenhonae. (Com. B . R .S .)
Município de Ro~ário - Ma.r anhão ( Foto C . N . G . 3807- T . J . )

A foto nos dá um aspecto de uma região de antiga mata que, devastada, possibilitou a eçanláo do babaçu .
Obaerve-ee a capoeira formada entre 01 elemento• do babaçu. (Com. E . R. S.)

ção terciária mais recente para o ltapecuru . O norte e as duas formações geológicas são cobertas
contato entre as formações se verifica no litoral ao por canga independentemente da idade geológica,
nível das marés, como em São José da Ribamar permitindo averiguar que sua gênesis efetuou-se
e Guarapiranga, na ilha de São Luís e vai-se ele- em época posterior à deposição da Série Barrei-
vando para o interior . No extremo nordeste do ras, e anterior às formações quatemáf:ias que cons-
Estado atinge de 250 a 300 metros. Há, port.a n- tiuem os terraços fluviais e marinhos mais baixos .
to, uma superfície de contato entre a Série Bar- Ulteriormente ao trabalho de pediplanação
reiras (terciária superior) e a formação Itapecuru que modelou a topografia dos pequenos testemu-
(terciário inferior), levemente inclinada para o nhos, formou-se a canga. Isto se deu com. a mu-
Estado do MARANHÃO Município de PERI-MIRIM
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dança de um clima semi-árido para um mais úmi- tanto, sucederem no Meio Norte, com maior fre-
do, quando se processou, também, a concentração qüência, em razão da fraca espessura do pacote se-
de óxidos de ferro na superfície antiga e levemen- dimentar. Nas imediações de Caxias e de Poços,
te ondulada. a adaptação dos rios afluentes do Itapecuru e li-
A área' em tômo de Urbano Santos e Chapa- nhas rígidas e a mudança de direção dêste último,
dinha caracteriza-se pela topografia tabular das sugerem a ligação a um tectonismo que serviu de
chapadas . A rêde hidrográfica, porém, segue uma movimentação para as camadas permo-carbonífe-
determinada orientação, parecendo estar adaptada ras .
a direções mais ou menos rígidas . A hidrografia O cotovêlo do Itapecuru, em Caxias, pa.rece
grosseiramente ortogonal de direção NE-SW e demonstrar a existência de urna grande captura,
NW-SE, modelada em terrenos terciários poderá sem que se possa justificá-la pela ausência de ele-
ser conseqüência de deslocamentos sofridos em vir- mentos convincentes . Esta hipótese é, entretanto,
tude de movimentos do embasamento cristalino favorecida por não ser a região muito elevada.
ocorridos em épocas não muito remotas . Há seme- Há grande variedade de solos nesta área. En-
lhança entre êstes fatos e os observados por Stem- tre êles, os lactosolos são de grande importância,
berg nos sedimentos amazônicos, podendo, entre- havendo sôbre outros tipos a predominância dos

Município de São Luí1 - Maranhão (Foto C . N .G . 3576- T . ) .)

O açai.zeiro (Euterpe oleracea Mart.) , conhecida no Nordeste como "juuara", ' uma palmácee ele~~:ante, dal11:eda e de tamanho me-
diano . Seu fruto fornece uma deliciosa bebida conhecida como o "vinho de A.çaí" .
Obaerve-n, na foto, um açal.zal, próximo a Aracanga, na ilha de Sio Luía, onde ae vêem restos da anti11:a mata que outrora
ocupou a região . (Com. E .R .S . )

60
Estado do MARANHÃO de SÃO LUIS

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Município de Caxiu - Maranhio ( Foto C . N . G . ~ 519- T . ] .)

A vegetação de "cerrado" aparece, no M aranhão, pn.dom.inantamente na zona da• planícies onde e:datam pequena• c.hapadaa .
Neste cerrado situado nas cabeceiras de um afluenw do Itapecuru, perto de Ca:daa, houve a invalio do babaçu, eiJ)écia que na
grande maioria daa vê&es é encontrada na• mataa e capoeiras. (Com. J . X . S . )

solos avermelhados e amarelados, ricos em hidró- poeira, quando o horizonte pedológico superficial
xido de alumínio . Em virtude do clima úmido, efe- parcialmente se reconstitui podendo ser explorada
tua-se, com o correr do tempo, a liberação e a saí- outra cultura, após quatro ou cinco anos .
da da sílica . As temperaturas elevadas, bem como Os detritos, as raízes e os troncos das regiões
a pluviosidade intensa, favoreceram de maneira po- florestais dificultam em excesso a erosão que evo-
sitiva aos processos de laterização . luiu lentamente em forte contraste com a zona dos
~stes s.olos não são ricos . Em certos casos, campos cerrados, onde sé nota um clima com duas
observam-se aparentes exceções, pois existindo na estações bem delineadas .
floresta um horizonte superficial A, relativamente Sente-se, nestes campos, uma tendência à
repleto de húmus, se presta às lavouras de bom formação de concreções, não em profundidade mas
rendimento . Isto facilitou a utilização intensiva da em superfície, formulando-se, então, o problema da
região no início do povoamento. Mais tarde, efe- formação da couraça laterítica que parece, na
tuou-se, ràpidamente, o empobrecimento com o de- maior parte dos casos, ter sido elabo~ada durante
parecimento dêstes horizontes, dando-se a diminui- um clima mais sêco por que passou a região. Sem
ção do rendimento das culturas . É o homem obri- grande espessura, alcançando apenas alguns· decí-
gado a abandonar as lavouras e deixar criar a ca- metros, geralmente se mostra tôda fragmentada

62.
Estado do MARANHÃO Munidpio do RIBAMAR

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recobrindo a superfície do solo, pois a região sofreu, do das derrubadas nestes solos, rompe-se o equilí-
em épocas pregressas, a influência de um clima brio químico operando-se, por perda da carga elé-
úmido . Contribuiu, não menos, para a sua trica, as coagulações, floculações ou precipitações
fragmentação o fato da erosão trabalhar os solos dos colóides . Também, a erosão laminar e a água
antigos e os horizontes sotopostos provocando a das chuvas arrastam as bases para a profundidade,
fragmentação da couraça laterítica . empobrecendo-os, ràpidamente: estas últimas, pro-
Encontra-se, às margens dos rios, uma baixa- vocando uma lixiviação enérgica e aquela retirando
da fluvial para onde as águas carrearam grande a camada superficial do solo repleta de matéria
quantidade de aluviões: são solos que possuem humosa . Em virtude dêste fato, nos vales do Ita-
maior número de bases trocáveis e, portanto, bas- pecuni, Mearim e outros, o homem é obrigado a
tante propícios à prática da agricultura . Os pro- abandonar os terrenos para dar nascimento à
cessos de laterização, na baixada, são menos evo- capoeira, não podendo praticar uma agricultura
luídos do que ocorrem nos solos das superfícies ele- intensiva.
vadas; nota-se-lhe uma maior variedade de colói- Os solos salgados aparecem na baixada lito-
des ativos que servem de sustento para a vida dos rânea muito próxima ao mar . Para sua utÜiza-
vegetais do que os solos das partes elevadas . Quan- ção, faz-se mister o emprêgo de uma técnica muito

Município de Cuiu - Maranhio (Foto C.N .G. 3518- T./ .)

Muitaa vêzes o cenedo apresenta·ae maia aberto . Seus elementos arbóreos tomam-se maia diatantes une doa out.roe; neate caso
oconem babàçua à direita da foto, indicando ter havido neata reaião, no paaaedo, um clima meia úmido, época em que a vesetação de
mata avançou peloe rioa acima. (Com. A . I . P . D.)
Estado do MARANH Ã O Mun icípi o d e ICATU

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Município de Rosário - Maranhão ( Foto C . N .G . - T .} .)

O mangue, vegetação de larga distribuição no litoral do Meio-Norte, encontra ao norte do mu nicípio de Rosá rio, condições ideais
para o seu estabelecimento, t ais como solos a rgilosos e periôdicamente 'sujeitos à ação das m arés.
E nt re as espécies ca racterísticas desta form ação, encontramos ó "ma ngue branco" ( A viccenia s p . ) .
Ê interessante notar aqui a curiosa disposição das raízes p neumatóforas, grupa ndo-se em tô m o da sua base . (Com. E . R . S .)

avançada, o que dificultou, até hoje, o aproveita- O clima atual da Planície do Meio Norte ca-
mento dos campos . baixos, sob o ponto de vista racteriza-se por ser um clima quente e úmido com
agrícola . Êstes solos, apesar de sua porosidade, duas estaç~s distintas: a chuvosa no verão e a
possuem água em excesso, urgindo custosos traba- sêca no inverno, correspondendo ao tipo tropical
lhos de drenagem . Sob o ponto de vista agrícola, de savanas na classificação de Koppen .
os solos silicosos dos tabuleiros e das vertentes são A oeste, na porção ocidental do Estado do
muito pobres em virtude da escassez de bases tro- Maranhão, as características não só do ponto de
cáveis . vista climático, como ainda do relêvo e da vege-
Tem o clima nesta região um papel bem im- tação se parecem cada vez mais às da Região Ama-
portante na gênese dos solos, associado também a zônica, razão por que esta área é incluída na Gran-
rocha matriz, donde provém os mesmos . Atual- de Região Norte. Assim, à proporção que se avan-
mente, têm os pedólogos ressaltado sobremaneira ça para leste, a paisagem natural se transforma e
a influência do clima em tais processos pedológicos. · passa-se gradativamente por uma zona · de transi-
Assim para o estudo dos solos é necessário o co- ção entre o Norte, propriamente, e o Meio Norte.
nhecimento dos tipos de clima atuais, tendo sem- Comparando-se, por exemplo, os dados das
pre em mente que, no correr dos tempos geológicos, normas climatológicas de estações do litoral do
houve ·mudanças climáticas . Pará e do Maranhão neste trecho, verifica-se a se-
Finalmente, pode-se observar que também o melhança existente quanto aos regimes térmicos e
relêvo atual só pode ser explicado pelo estudo da pluviométricos . ·
evolução das formas, bem como dos depósitos cor- Mês + frio Mês+ ClU<nlc Mês + chu,·oso Mêo + !êeo Prccipit:>r!o
ESTACÕES TemJl"rntura Tem~mtura anual
relativos, os quais são frutos de sistemas morfoge- média média Total Tola I (l!lm)
néticos que variam em função dos diversos tipos
de clima .
TuriaÇU (~fa) ....
Jpra"' AÇU {Pa)
Abr.
Abr.
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24• . 4 Nov. 260 .8
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Mar. 462,8 Out.
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. 66
Estado do MARANHÃO Município de HUMBERTO DE CAMPOS

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Pode-se reparar pelo quadro acima que a .di- Destarte, enquanto na baixada litorânea do
ferença reside, no Maranhão, em uma diminuição Maranhão e do Piauí, as precipitações se prolon-
da precipitação e . em um pequeno aumento da gam pelo outono, ocorrendo no mês de março as
temperatura . Na realidade, a estação sêca é aí maiores quedas de chuva (clima AW' - precipi-
mais acentuada e as temperaturas mais elevadas. tações de verão-outono) , na porção mais interior
A transição para o clima semi-árido do Ser- da planície verifica-se o domínio do clima tropical,
tão efetua-se a leste da Região da Planície,.na Re- típico de tôda a área· do Planalto Central do Bra-
gião das "Cuestas," no Estado do Piauí, onde se sil, que se estende ao norte até o Maranhão e o
observa grande diqlinuição nos totais anuais de pre- Piauí (clima Aw) · distinguindo-se pela existência
cipitação e um acentuado caráter de xerofitismo de duas estações perfeitamente nítidas: a chuvosa,
na vegetação. no verão e a sêca no inverno .
Na extensa Região da Planície, assim delimi- A baixada litorânea do Maranhão e Piauí
tada, podem-se notar diferenças no tipo geral de apresenta em tôda sua extensão um mesmo regi-
clima quente e úmido com duas estações . me pluviométrico com chuvas no período de ja-

Município de Codó - Maranhão ( Poto C . N .G . 3 593- T . } . )

A palmeira de nome "babaçu", que é aí nativa, pertence à espécie Orbignya Martiona, B. Rodr.
A existência dos babaçuais está ligada à maior umidade localizando·se d e prefe rência nos va les fluviais ·
O babaçu ainda não encontrou aproveitamento proporcional às grandes possibilidades econômicas, devido a a lguns problemas que
sua e.x plota ção apresenta . ( Com. } . X . S . )

68
Estado do MARANHÃO Município de PRIMEIRA CRUZ
43":10' 43" WG

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DO MARANHÃO

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f. 8. G . E. - Coooelho Nocôo.ol d e Geogroflo - D, G . ProJ• ç l o d• Met. .tor o.... Nl. Oiwhao TerritOfiol em 31-VII-1956.
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Município de CaJCias- M aranhão (Foto C . N . G . 3325- T . ) . )

Aspecto de um cerrado na região proxuna a Caxias, no alto de uma chapada. Note-se o solo coberto pelo capim agTeste.
Registra -se, neste cerrado, a presença de outras espécies, comumente encontradas noutras formações, o que não impede, no enta.n to,
que se mantenha a fisionomia do cerrado. (Com. } . X . S . )

neiro a junho, ocorrendo os máximos nos meses de que resulta em anos mais chuvosos e anos mais
março ou abril, e a estação sêca se prolonga de ju- secos.
lho a dezembro, registrando-se em setempro ou ou- No que conceme às temperaturas médias, es-
tubro a menor precipitação mensal . Não se nota, ta zona revela valores anuais bastante elev~dos, va-
todavia, a mesma analogia quanto aos totais anuais riando em tprno de 26° . As temperaturas médias
de precipitação que variam muito na baixada li- se mantêm mais ou menos constantes durante o
torânea . Assim, no trecho maranhense os totais são ano, sendo a amplitude térmica anual sempre in-
mais elevados, no entanto,· a pluviosidade vai de- ferior a 5°. É , portanto, uma das zonas mais quen-
crescendo de WNW para ESE e, já no Piauí é bem tes do país.
menor. Isto se deve à influência que exerce a fai- A estação sêca, estende-se pelos meses da pri-
xa de calmas equatoriais na zona mais próxima do mavera, atingindo às vêzes o início do verão, o que
equador, desta vez de forma mais prolongada. Sua concorre para o maior aquecimento nesse período
ação para o sul se realiza com menos intensidaqe, do ano. Os meses mais quentes são novembro e
por um tempo muito menor e irregularmente, o dezembro, antecedendo o início do período chuvo-

70
Estado do MARANHÃO Municipio de BARREIRINHAS
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( 1010 • 4 kM)
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Munioipio de Ca1tia. - Maranhão (Foto C.N.O. 3508- T .J.)

Entre C.xiaa e Codó t!ncontramoa alguna lugares em que a veRetaçõo ae re-


sume numa grande órea campestre onde encontramos o carnaúba qui' domina
o mHmo
O solo é muato raso, apresentando uma crotta ferruginosa, a qual anoro
o cada inttante porque a eros-'O em lençol carreou a parte superior do solo.
Como um testemunho dêste rebaixamento, a carnaúba H encontra aôbre uma IÍreo
am que 01 hon~nte~ mait elevados niio foram carreados.
Nesta região, tem lmportõncia econômica alim da explotação da cêra de
carnaúba, a pecuária que f. praticada sob uma forma extensivA (Com. Á . J P . D )
Município de Ctutios - Maranhão ( Foto C . N .G . 3 474- T . ) . )

O cerrado apresenta gra nde área de dispersão encontrando-se desde o sul até o norte do país .
F ormação a rbóreo·campestre, onde os elementos que dão a :nota caracte rística a êsse tipo de vegetaç.ã o se distribuem esparsamente
e têm, em geral, porte pequeno, galhos e troncos suberificados, tortuo sos e copa reduzid a . (Com. E. R . S . )

so do verão ( g) . Quanto ao mês mais frio, assina- ções que na do Piauí, uma vez que a influência da
la-se geralmente na época chuvosa do verão, quan- massa equatorial norte já se fa z sentir com menor ·
do I as precipitações abundantes contribuem para intensidade .
amenizar as temperaturas. É quase sempre em Das estações meteorológicas da planície ma-
março ou abril . ranhense, na sua porção litorânea, as temperatutas
Sujeita às chuvas provenientes dos desloca- média anuais são elevadas: São Luís 26°. 3 e São
mentos da massa equatorial norte (formada pelas Bento 26° . O. Quanto à temperatura média men-
calmas e pelos alíseos de nordeste do hemisfério sal mais alta, em São Luís, atinge 2 7° . 2, em São
setentrional), que tem o seu maior avanço para o Bento 26°. 5, e a mais baixa desce apenas a 25°.3
sul, no outono, a faixa litorânea norte apresenta em São Luís e 26°.5 em São Bento. A amplitude
um regime pluviométrico com máximos nesta es- térmica nêste litoral é portanto, muito reduzida,
tação do ano, e mínimas na primavera, época em em virtude da ação regularizadora do oceano: de
que esta massa de ar quente desloca-se mais para- São Luís, a mais elevada, tem apenas 1° . 9 . A va-
o norte, não atingindo o hemisfério sul . Na bai- riação mensal da temperatura média durante o ano
xada maranhense há, portanto, maiores precipita- prossegue a mesma em todo êste litoral: em abril
Estado do MARANHÃO Municfpio de TUTOIA
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CONVIIENÇ6ES
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ESCALA 1;400 000
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temos o mês mais frio, e novemQro e dezembro os um mínimo em outubro de 9,2 mm . Em virtude
mais quentes, antecedendo ao período chuvoso que de São Bento estar· um pouco mais para o interior,
tem início em janeiro . As chuvas atingem o má- as precipitações são menos intensas: alcançam o
ximo em março, e continuam no entretanto, até total anual de 1 887,6 mm .
julho. A estação sêca prolonga-se de agôsto a de- No estado do Piauí, a faixa litorânea de cli-
zembro, porém a estiagem mais rigorosa se verifica ma quente e úmido com precipitações máximas no
nos meses da primavera - setembro, outubro e no- outono· se alargam para o interior, até aproximada-
vembro- quando a massa equatorial norte tem a mente o paralelo de 5° . 3 0', atingindo Teresina e
sua posição mais setentrional, e, portanto, mais dis- Alto Longá. Seguindo para leste, abrange a "Re-
tante dêste litoral, dominando na região, a massa gião das Cuestas", prolongando pelo Estado do
equatorial atlântica com os alíseos de sudeste, quen- Ceará.
tes e secos. As temperaturas mais elevadas registram- As médias mensais de temperatura são maio-
se na primavera, quando é maior o aquecimento, não res, isto pelo fato da estação sêca ser mais prolonga-
havendo precipitações para amenizá-Ias. Os totais da, ocasionando maior aquecimento . Em T eresina,
anuais atingem a 2 083,7 mm em São Luís com por exemplo, a temperatura média mensal mais al-
um máximo mensal de 440,3 mm em março e ta é de 28° . 8, registrada em outubro. Durante

Município de Caxitt! - M aranhão (Foto C . N . G . 3433- T . ) . )

Os cerrados ocupam grandes á reas do interior do Brasil, sendo que, no Maranhão, seu sítio predileto sio as chapadas.
' A foto mostra um tipo de cerrado alto, onde estio ausentes alguns dos elementos mais característicos dêste tipo de vegetação.
Pode-se, entretanto, notar a presença de espécies da floresta equatorial. o que .indica estarmos numa região de contato entre essas duas
formações . (Com. T . C.)

76
Estado do MARANHÃO Município de ARAIOSES
42''15' 42•wc
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( lcOI - 3 km)
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O cerrado com seus ele mentos arbóreos d e tro ncos retorcidos e coriáceos, a presenta ndo uma cobertura de gramíneas, co rresponde a
um tipo de vegetação predominante no nordeste do Maranhão , ( Com. , A . j . P . D . J

tôda a estação sêca a temperatura se mantém ele- cos do Departamento Nacional de Obras Contra
vada, embora bastante amenizadas na época das as Sêcas, observa-se que os totais anuais variam
chllvas, coincidindo a temperatura média mensal muito . Assim, no pôsto de Amarração, no municí-
mais baixa 25°. 8, com o mês mais chuvoso (mar- pio de Luís Correia bem no litoral, é de 1 142,0 mm,
ço) . A amplitude térmica é portanto, um pouco todavia, mais para o interior, na estação de Pôrto
maior, atingindo 3° . O. (na ma rgem do rio Parnaíba) o total é de 1 535,8
Quanto às precipitações, mostram-se como já mm, em Batalha, 1 515,2 mm em Barras, 1 604,5
se disse, menos abundantes que na baixada mara- mm (total mais e levado desta zona), União 1 545,6
nhense, porque esta região sofre com menor in- mm, Teresina, 1 512,4 mm e Alto Longá, 1424,9
tensidade a influência da faixa de calmas do equa- mm .
dor (massa equatorial norte) . Isto se explica pelo fato. da região litorânea
Mais acentuada a estaçã o sêca por um perío- do Piauí pouco sofrer influência diminuída da fai-
do de maior duração, isto é, de junho a dezembro, xa de calmas que produz chuvas abundantes no
com a estiagem mínima de agôsto ou setembro. Maranhão, enquanto mais para o interior j á se faz
Caindo as chuvas de janeiro a maio o mês de mar- sentir a ação da massa equatorial continental, res-
ço oferece maior pluviosidade . Computando-se os ponsável pelas chuvas intensas no Centro Oeste do
dados fornecidos pelos vários postos pluviométri- país.

78
Estado do MARANHÃO MunldDio de SÃO BENTO
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Município de Barras - Piauí (Foto C . N .G . 3586- T . J .)

A carnaúba (Copemicia cerifera, M a rt.), pertence à fam ília c;las palmáceas, sendo uma das mais belas palmeiras pelas fôlha1
que se inserem no seu esti pe .
Considerando as numerosas utilidades dessa palmeira, Humboldt deu-lhe a denominação de "árvore da vida" e "árvore da
providência".
Formam associações densas, principalmente no município d~ Barras que faz transição para as "cuestas" . (Com. E.R .S .)

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tttado do MARANHÃO Municipio de CAJAPIÓ
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ProJoçl o d• M•rcalor D• •· Nl.
ESCALA 1: 300 000
( te.,•3 km )
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Apesar dos totais dessa zona serem geralmen- planície do Meio Norte, são os mesmos do Planalto
te inferiores aos das baixadas maranhenses, não se Central.
pode deixar de considerar esta faixa de clima quen- A diferença existente reside num pequeno re-
te e úmida do Piauí ( Aw') como possuidora de pre- tardamento da estação chuvosa. Na realidade na
cipitações regularmente abundantes . área do Maranhão e do Piauí abrangida por êsse
Na planície interior domina o clima quente tipo de· clima, verifica-se um atraso das chuvas, que
e úmido com chuvas de verão ( Aw') , caracterís- vã·o crescendo para o norte, até cliegar à baixada
tico do Planalto CentrCJl do Brasil . Verifica-se nes- litorânea, onde o período chuvoso prorroga-se até
sa extensa região no período do verão o domínio o outono, quando se assinala os máximos dando
da massa equatorial continental, determinando en- oportunidade ao aparecimento de um subtipo cli-
tão, as chuvas isto por causa do contato com a mático (Aw') .
massa tropical atlântica (frente intertropiçal) . Re- As chuvas têm início na planície interior em
gistram-se ainda nesta área precipitações locais novembro ou dezembro, porém, somente em ja-
produzidas pelo forte aquecimento de um e a con- neiro se tornam mais intensas, prolongando até
vecçâo. abril ou maio . Nos meses de janeiro a abril sobre-
De maneira geral, pode-se dizer que os tra- vém a quadra ·mais chuvosa do ano, sendo quase
ços do regime pluviométrico da zona interior da sempre março o mês de maior precipitação . Em

Município de São Luís - Maranhão (Foto C . N.G . 3422- T . ) .)

A cidade de São Luís, erguida sôbre tabuleiros terciários, foi fundada em 1612 pelos franceses, lembrando eeu nome o de Luís Xlll,
rei da França .
Cidade construída em dois níveis, possuindo o superior cêrca de 25 metros, está situada entre as embocaduras dos rios Bacanga e
Anil. A fotografia ilustra êsse aspecto da capital maranhense. (Com. ·E . R. S.)

8.2
Estado do MARANHÃO Município de ROSÁRIO
44°30'

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Município de Sio Luia - Maranhio (Foto C.N.G. 3606- T . J .)

A c.a pital maranhense ae apresenta como importante centro de exportação dos principais produtos regionais, como o óleo babaçu,
o algodão e o arroz. Seu pôrto, porém, deixa muito a deeejar, pois o intenso assoreamento das embocaduras dos rios Anil e Bacanga não
permite que grandes navios atraquem aos cais .
Na foto vemos a estação da E . F. São Luís-Teresina, única via férrea ezistente no Maranhão e que apresenta muitos problemas,
sendo precário seu estado de conservação e utilização .
Vemos também, ao fundo, o rio Anil, nas margens do qual ~stá situado o cais da Sagração, que, se construído como foi planejado,
se ria um grande melhoramento para esta importante cidade do Meio-~orte . (Com. } .X.S.)

maio já se comprova um razoável decréscimo; a Também nesta zona as temperaturas se man-


estiagem neste mês, e às vêzes em junho, inicia-se, tém elevadas durante· todo o ano: pequena é a
indo até outubro. Os meses da sêca mais rigorosa oscilação térmica anual, que varia de 1° a 3°, ca-
são junho, julho e ag?>sto, não havendo a bem di- racterística das baixas latitudes .
zer quase nenhuma precipitação nesta época . O Antecedendo ao período chuvoso de verão,
mínimo de pluviosjdade é registrado em julho ou aparece o mês mais quente: setembro ou outu-
agôsto. bro . Quanto ao mês mais frio, coincide com a es-
No semestre de verão (outubro a março) con- tação sêca ocorrendo as médias mais baixas de tem-
centra-se pouco mais de 70% da precipitação to- peratura em julho, quando se dá geralmente a me-
tal do ano, porém, levando-se em conta o período nor precipitação mensal .
mais chuvoso, propriamente dito, isto é, dezembro As temperaturas médias anuais pouco variam
a maio, a porcentagem se eleva a mais de 80%. em tôda a região, oscilando de 25°5 a 26°.5. As
Esta é urna característica do clima Aw' típico on- temperaturas médias mensais mais baixas não são
de a distinção dos períodos secos e chuvosos é m~i­ inferiores a 24° e as mais altas atingem 286 • Não
to nítida. existe portanto, diferença quanto às estações no
Estado do MARANHÃO Município de AXIXÁ

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que se refere às temperaturas, pois, a oscilação du- do Maranhão, ou seja 1 097,3 mm . Aliás, o rio
rante o ano é muito pequena. Isto se deve não só Mearim é considerado o limite oriental da floresta
à baixa latitude como também, ao fato da tempe- amazônica e ta~bém do clima mais úmido. Real-
ratura máxima anteceder o início das chuvas, su- mente, a oeste dêste rio, as chuvas são mais copio-
cedendo quase sempre em setembro ou outubro, sas permitindo o desenvolvimento de uma vegeta-
enquanto, nos meses de verão as temperaturas ~o ção densa e pujante, a hiléia. Como já se disse, a
àmenizadas pela coincidência com o período chu- precipitação nesta região ocidental do estado do
voso . As médias mais baixas registram-se em julho, Maranhão é mais abundante, decrescendo, entre-
coincidindo com a menor altura do sol e muitas tanto, gradativamente para leste, observando-se co-
vêzes .com o mês mais sêco . mo conseqüência uma mudança na paisagem . O
Os totais das precipitações anuais, variam aparecimento da hiléia torna-se cada vez mais es-
muito em tôda a zona da planície interior . Ao sul, porádico, dando formação, à proporção que se apro-
próximo ao limite da Região dos Chapadões, a es- xima o rio Mearim, a uma vegetação mais semelhan-
tação de Barra do Corda, situada à margem direi- te à caatinga . O geógrafo Lúcio de Castro Soares
ta do rio Mearim, na confluência do rio Corda, as- em seu artigo intitulado "Limites Meridionais e Ori-
sinala o total anual mais baixo de todo o estado entais da Ar~a de Ocorrência da Floresta Amazôni-

Município de São Luí• - Mararahio (Foto C.N . G . 3531- T .J .)

São Luís tem no comércio um doa fatôres de aua existência como cidade. P011uindo uma grande área comercial, vamoa encontrar
o comércio varejiata e as melhores lojas da cidade concentradas na Praça João Lisboa.
A foto acima noa mostra um pequeno trecho deasa praça com os velhos aobradoa rev"tidoa de uulejoa, em &eral, casas comer-
cieis e eecritórioa. (Com. E . R . S . )

86
Estado do MARANHÃO Municipio de MORROS
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Munlclpio de Sio Luí• - Maranhio (Foto C.N . O. 3533- T.J . )
A Avenida D. Pedro II, anda• Avenida MaranhanN ' onde •• localin o
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centro admlnlatrativo da c:ldade de São Luía .
A fotoF"afia nos moatra êaae lo&Tadouro, vendo-se ~ eaquerda o c:onaulado
da In1laterra . Loc:alizam-, ainda, naaaa 6rea, o Pa16clo do Oovêmo, a Delegada
Flacal, a Capitania do Parto, a16m da Prefeitura Municipal. (Com. B .R .S . )
Município de São Luís - Maranhão (Foto C .N . G . - 3532- T . J .)

Palácio do Govêmo, em Sio Luía, aituado à Avenida D . Pedro li, a maia importante da cidade · e onde ae aitua a irea admi·
nistrativa .
O tipo de construção, de estilo neo-cláaaico, é muito comum no gôato do chamado " f in de siêcle". ( Com. E . R . S . )

ca, em Território Brasileiro", considera o rio Mea- se observa um d~réscimo grande, prolongando-se
rim como limite oriental da· floresta amazônica (Re- a estação sêca até outubro, pois, somente em no-
vista Brasileira de Geografia, Ano XV, n. 0 1, ja- vembro as chuvas se iniciam, ma~ ainda fracas. O
neiro-março de 1953 - pág. 77) . mês mais chuvoso é sempre março, porém, a altu-
A razão desta· região de Barra do Corda ser ra da chuva, na zona mais úmida é bem m~ior : Im-
bem menos úmida se explica: a influência da mas- peratriz 324,8 mm e Barra do Corda 213,9 mm .
sa equatorial continente~ quente e úmida, formado- Seguindo-se para nordeste, em direção aos
ra de chuvas abundantes em todo o interior do baixos cursos dos rios Mearim, ltapecuru e Parnaí-
país, aí se faz sentir com menor intensidade . Bar- ba, a estação sêca torna-se ainda mais acentuada .
ra do Corda apresenta regime pluviométrico seme- Os totais anuais são todavia bem elevados, pois, as
lhante ao da zona mais úmida do oeste do Estado precipitações são muito abundantes na quadra chu-
conquanto a estação sêca seja mais acentuada. vosa . A estação de Coroatá localizada no baixo va- ·
Na estação de Imperatriz, por exemplo, situa- le do Itapecuru registra um total de 1 641,3 mm,
da na zona mais úmida, a estiagem tem início em notando-se um retardamento maior da estação chu-
junho e se estende apenas até setembro, pois, em vosa para o outono, o que marca a transição para
outubro, começam as chuvas embora ainda não o clima com precipitações no verão-outono da bai-
muito fortes. Quanto ·a· Barra do Corda, já em maio xada litorânea (Aw' ). A porcentagem de chuvas

90
Estado do MARANHÃO Munictpio de SÃO VICENTE FERRER
45°15' 45°WG 44°45'

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no semestre de verão é bem mais baixa ( 70 . 1% ) , a amplitude térmica . O mês mais quente é setem-
que em Barra do Corda ( 76 . 4 % ) , porque, as pre- bro ( 2 7°. 3), não antecedendo·imediatamente a es-
cipitações atingem os meses de outono, revelando tação chuvosa, que principia em dezembro; O mí-
a transição referida . As chuvas iniciadas em de- nimo térmico se registra em julho ( 2 4° . 1 ) , em
zembro se prolongam até maio . ·O m ês· de maior plena estação sêca . .
precipitação, março, apresenta um valor normal Caxias ainda no vale do ltapecuru, porém, si-
muito elevado, ou seja, 428,8 mm. Tomando-se tuada mais para SE, apresenta um total anual de
em conta os quatro meses de chuvas mais fortes, precipitaç.ão inferior ao de Coroatá, ou seja, 1354,8
isto é, janeiro a abril, verificà-se uma porcentagem mm . O regime pluviométrico é, no entanto, o mes-
maior que a do semestre de verão, 76 . 1% . A es- mo, sendo março o mês de maior precipitação
• tação sêca é, portanto, bastante nítida, de junho a ( 298,1 mm) e agôsto, o de média mais baixa
novembro, com o mínimo de precipitação em agôs- (3,8 mm).
to ( 1,8 mm). As temperaturas são altas durante Quanto às temperaturas médias, são um pou-
todo o ano na estação de Coroatá, sendo de 3°.2 co mais elevadas, notando-se em outubro e no-

Município de Sio Luís - Maranhão (Foto C .N . G . 3421 - T .J .)

A cidade de São Luís, em seu conjunto, lembra a de Salvador,' pois nela pode eer distinguida uma parte baixa e outra alta.
As ruas da parte antiga da cidáde são geralmente estreitas, ,de traçado irregular, com declives às vê.ze1 fortes, chegando a possuir
degraus, como podamo• observar nas fotos . :
Os sobra doa anti1oa, com dois ou três andares, fa.zem sentir que o passado ali está presente . (Com. E. · R · S ·)

9.2
Estado do MARANHÃO Municipio de MATINHA
45°15' A5•WG

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Município de São Luís - Maranhão (Foto C.N.G . 3535- T . J.)

Desde o século xvm São Luís ae destacou como centro concentrador e exportador dos produtos da região.
O comércio era dos maia ativos, emprestando à cidade fausto · e grandeza, principalmente de 1850 a 1870.
O bairro central da cidade se desenvolveu neste período guarda..:-to ainda hoje muito do seu aspecto antigo.
l!: uma das poucas cidades brasileiras a conservar quase que inteiramente o estilo colonial. São numerosos oa sobrados amplos
e sólidos com varandas bem trabalhadas em ferro ou com as fachadas em azulejos.
Na fotocrafia vê-se uma ladeira típica, estreita, ladeada por velhos casarões do tempo da colônia . (Com. L . C . V . )
Estado do MARANHÃO Munid pio de PENALVA
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Município de São Luís - Maranhão ( Foto C . N . G . 3 607 - T .} . )

Com as suas volutas e enfei tes de gôsto barroco setecentista, 1o velho chafariz de São Luís é uma lembrança da antiga fisionomia
colonial da cidade . (Com. M . M . A . )

vembro, os valores máximos ( 28°. 1); a tempera- cobertura vegetal. É grande sua influência no re-
tura média mais baixa, a de julho, é também maior gime dos rios, que lá são perenes durante todo o
que a de Coroatá . (25°. 2). ano, ao contrário do que acontece na Região do
A diminuiç.ã o progressiva da precipitação que Sertão (Nordeste Oriental), onde os cursos d'água
se observa para SE, continua a se processar no Piauí, "cortam" durante a estação sêca, bem como· no mo-
até chegar ao clima semi-árido que abrange gran- delado do relêvo . Também não é menor, aquela
de parte do leste do Estado . que se exerce na paisagem cultural, permitindo em
Finalizando, convém acentuar que na Região certos trechos o desenvolvimento da agricultura e
da Planície domina um clima quente e úmido com da pecuária extensiva, porque, embora existindo
precipitações relativamente abundantes, com duas uma estação sêca marcante, a . quadra chuvosa é
estações bem marcadas, com variação todavia, do pródiga, não prejudicando à economia. da região
regime pluviométrico . Na porção litorânea, as chu- como sucede muitas vêzes· no Nordeste Oriental
vas de verão-outono, prevalecem enquanto para o onde o longo período sêco acarreta graves conse-
interior o semestre de verão, propriamente dito, é qüências à vida regional .
o período chuvoso . Tendo sido a região submetida, em épocas
·. ~ste cliÍna se reflete de maneira acentuada pretéritas, a uma série de oscilações climáticas e
na paisagem da planície, principalmente, quanto à oferecendo, além disto, grandes diversidades de so-

96
Estado do MARANHAO Munlcfplo de VIANA
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Município do São Luís - Maranhão (Foto C . N .G. 3668- T . J . )

A cidade de São Luís ergueu-se aôbre os tabuleiros terci~rioa que variam de 20 a 30 metros e avançam aôbre as águas da baía
de São Marcos sob a forma de escarpa.
O núcleo inicial da cidade por necessidade de defesa teve sua oricem neste nível mais alto, expandindo-se ao longo dos espigões
e posteriormente ocupando a1 área• maia baixaa .
O t raçado das ruas adaptou-se da melhor forma possível ao relêvo, o que êXplica as numerosas ladeiras e as ruas sinuosas fre-
qüentes no t raçado urbano. ·
A presente fotografia tirada na direção t ul mostra uma dela~, ligando um trecho baixo da cidade, li1 margens do Bacanga, à parte
mais alta. (Com. L .C . V . )

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Estado do MARANHÃO Municiplo de CAJARI

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M uniçípio de Sio L uia - M•r•nhio ( Foto C . N . G . 3608 - T .) . )

A Catedral de N on a Senhora da Vitória, em São Luis, é bem repre1entative do neo-cluaic:ilmo que imperou na arquitetura brasileira
do aéc:ulo XIX . Ao lado da Sé, o Pal6c:io Arquiepi1eopal, 1ervindo amboa de fundo à Avenida Ped ro II . ( Com. M . M . A . )

los, isto se refletiu, consideràvelmente, no quadro Meio Norte, faz-se mister examinar colateralmente
da distribuição da vegetação original . as formações florísticas, do seu passado climático,
Situada entre uma área úmida, predomínio de sem o que sentir-nos-emos impossibilitados de en-
vasta floresta equatorial e uma zona sêca - domí- contrar explicações plausíveis para o quadro da ve-
nio da caatinga, em virtude das mudanças de cli- getação presente da área em estudos .
ma verificadas no quaternário, converteu-se, esta Observando-se o litoral do Meio Norte, vê-se,
região, sob o· ponto de vista fito-geográfico, em um a oeste, uma região baixa, repleta de reentrâncias:
verdadeiro emaranhado de formações botâ nicas . baías, ilhas, furos, etc .
As diversas formações se interpenetram, por Durante as·marés máximas é esta zona parcial-
vêzes, surgindo como áreas relíquias, afigurando-se, mente inundada, constituindo um local propício ao
deslocadas, em função do clima recente . Tal é o desenvolvimento dos "mangues" - vegetação pio-
caso da ocorrência de áreas campestres nos arredo- neira do litoral . Localizam-se em águas pouco agi-
res de Caxias, bem como mais ao norte, atingindo o tadas e pela sua rápida multiplicação, depressa se
litoral . Também, o aparecimento de espécies ama- expandem no litoral baixo, encimando-se pelos bai-
zônicas, em meio das formações florestais, que emol- xos cursos dos rios até onde se efetua a influên-
duram os rios da baixada a leste da planície, vêm cia da vaga da maré.
refletir a existência de paleoclimas bem diversos do 1tstes elementos vegetais, coadjuvados com as
clima atual . Concluindo, diga-se que, a fim de es- centenas de raízes respiradores, contribuem para a
tudar convenientemente a vegetação da planície do retificação do litoral . Funcionam, em virtude do

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Estado do MARANHÃO Munici io de ANAJA TUBA

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Município de São Luís - Maranhão (Foto C.N . G . 3536- T . ).)

O sobrado permanece na fitionomia urbana de São Luís como uma renumscencia muito viva do gôsto arquitetônico português .
Compreende-se que assim seja, quando sabemos da extraordin6ria influência do elemento Luso na ambiência do Maranhão, notadamente
no comércio. (Com. M . M ·. A . )

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Estado do MARANHÃO MunlciDio de IT APECURU-MIRIM
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Munidpio de São Luí• - MaranhM (Foto C . N .O . 3 671 - T .J . )

A presente fotoarefia tomeda na direção oeste ilunr. um outro atpecto do


Siio Luía .
Vê-se um trecho da cidade edificado na faba ribeirinha, l11 mar&en• do rio
Buanaa, onde •• locallu a maior parto doa utabeleclmantoa ind uatriala e pe..
quo nu orlclnaa .
No primei ro plano alau_ma• relidêftclu com 01 MUI velh01 wlhado. de
talha portuauha e ao fundo, do outro lado do rio, uma ponta da Ilha do Maranhão.
(Com. L . C . V . )
Município de Sio Luís - Maranhão (Foto C.N.G . 9669- T.J.)

A cidade de São Lu.í s tem um aspecto tipicamente colonial. Suas casas s6bria1, auas ruas sinuo..l a inegulares ..aim a caracte-
rizam, embora tenha esta capital sofrido consideráveis melhoramentos urbanisticos, nMtes últimos anos .
Representou a capital do Maranhão um papel importante no povoamento e civilizaçio do norte do paía, sendo COIPOminada a
"Atenas Brasileira".
Vemos a parte reaidencial da classe média da cidade, em foto trada do alto da Igreja de Sio Pan~aleão, em direção norte . (Com.
}.X .S . )

atrito que sofre a água, como um freio ocasionan- mangue aparecer no litoral ocidental surge, tam-
do a diminuição de velocidade das correntes e con- bém, a oriente, entre a foz do rio Parnaíba e a
tribuindo para aumentar o volume da sedimenta- ponta do Mangue. Envolvendo o golfão e a zona
ção das partículas . dos mangúes e separando da mata do interior, en-
Com o correr dos anos, temos ampliadas as contramos os campos que se desenvolveram sobre-
áreas supe~iores; ajudando à fixação de espécies maneira próximos à foz dos rios Mearim e ltape-
menos exigentes. Estabelece-se, ·portanto, inicial- curu, prolongando-se em direção a Alcântara . Dis-
mente, o mangue vermelho ( Rhizophora mangle) tingue-se pelo seu aspecto uniforme e tendem para
mangue "verdadeiro"; após, surge o mangue "siri- a monotonia por cobrirem grande extensão. O via-
ba"; formado por uma mistura da Verbenaceae jante, ao percorrê-los, vê continuamente, a mesma
Avicen~a nítida e A. tormentosa. Finalmente, paisagem, perfeitamente inclinada,. ostentando um
em estágio mais evoluído pode ser substituído pelo tapête de ~ranúneas, com alguns brejos onde se
mangue branco ( Laguncularia racenosa) . Esta es- insinuam os mangues "siribas" . Existem, em cer-
pécie corresponde a área em que o tempo de ~u­ tos lugares, aquelas lagoas alongadas já referidas
ração das inundações da maré é menor. Além do na parte física, possuindo uma flora matante e nas

106
Estado do MARANHÃO Munlcfplo de SÃO BENEDITO DO RIO PR!TO

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margens, juntos (Cíperaceae) e cebolas d'água que No mapa Ilorístico do Maranhão, de Olímpio
se destacam pelas suas flôres altas . Em certos lo- Fialho esta área foi denominada de: "vegetação Ha-
cais dêstes campos vemos pequenas elevações - lófila do litoral cheio de Dunas" e, embora o au-
localmente chamadas "tesos", que apresentam uma tor não a tenha descrito ela apresenta os mesmos
vegetação arbustiva, e que constituem um refúgio aspectos das outras áreas de restingas do Brasil .
da criação por ocasião das águas quando tudo se A restinga ocupa, em linhas gerais., uma es-
converte em um grande alagado. Esta vegetação treita faixa ao longo do litoral com maior propaga-
arbustiva, encontra nestas elevações lugar favorá- ção para o interior, onde os velhos cordões lito-
vel ao seu crescimento, isto por se achar longe do râneos serviam de ~aneira frisante . Os vegetais
alcance das inundações . que constituem esta formação, vivem dependentes
Temos, a leste, uma série de cordões arenosos dos solos das restingas e, em segundo plano, de
recobertos pela vegetação típica da restinga que suas condições climáticas . Podemos afirmar, en-
prospera de maneira considerável entre Paulino tão, a importância primordial do solo, revelando
Neves e Raivosa, interrompida aqui e acolá por esta vegetaç.ã o halófila certas características . A ve-
dunas, mangues e formãções campestres . getação de restinga, composta de elementos lenho-

Município de São Luí• - Maranhão (Foto C . N.G. 3480- T .J . )

O pôrto de Sio Luís oferece .érias deavantagena ao grande comércio marítimo . Os navios somente podeO' ancorar ao largo, devido
aos bancos de areia que obstruem totalmente o canal de ace11o .
O aaaoreamento é bastante intenso nos eatuários do Bacanga e do Anil, exigindo dragagena constantes do canal de ace11o, por
onde navegam aa embarcações intermediárias entre o cais e os navios, levando pa11ageiros e carga.
Na foto ve mos navioa ancoradoa ao largo, e em primeiro plano, um banco de areia . (Com. } . X . S . )

108
Estado do MARANHÃO Munidpio de URBANO SANTOS

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M unicípio de São L uís - Maranhio ( Foto C . N . G . 3 534 - T . J . )

A solução do problema portuário de Si o Luís constitui condição essencial ao maior desenvolvimento econômico do estado mara-
nhense . Os nav ios de grande calado nio podem atracar no cais do pôrto, sendo obrigados a ancorar ao largo . D eve-se esta situação ao
assoreamento constante do ancoradouro dent ro da baía de S ão Marcos .
P aaaageiroa e mercadoria• aio transportados entre o cais e os navios por pequenas embarcações, o que encarece os produtoa,
poia req uer n umeroaa mio-de-obra e grande perda de tem po .
Na foto vemos parte do cais da S agração, com as citadas em barcaçõea intermediárias . ( Com . J . X . S . )

sos, em alguns lugares mais compactos, produz um Outra formação importante na região é a flo-
verdadeiro emaranhado, que domina um sub-bos- resta, assinalada por dois tipos principais: a oeste
que . Aí ocorrem: o gravatá e o coqueiro de praia faz-se representar pela floresta equatorial .
de mistura com sraminea e outras espécies . O con- A hiléia amazônica, desfronda daquela exube-
traste entre a vegetação arbustiva e aquela das de- rância que oferece a região amazônica, isto é, pro-
pressões é forte: nesta, o solo bastante úmidg e vàvelmente, em virtude dos períodos secos por que
salgado permite, apenas, o aparecimento das sra- passou, responsáveis, também, pelo aparecimento
mínea.s e ciperaceas . de áreas consideràvelmente rarefeitas e de menos
Durante as grandes marés, algumas destas de- porte . Avançando para leste, nos pontos em que
pressões são alagadas pela água salgada que im- ainda viceja, depara-se com outro tipo de mata:
possibilita o desenvolvimento da vegetação arbus- mais baixa que a observada à oriente, acha-se, ge-
tiva . A vegetação de restinga, em linhas gerais, ralmente, transformada de uma sucessão de ca-
mostra os mesmos caracteres da flora que se es- poeiras de iáades várias, destacando-se a embaúba
tende pelos cordões litorâneos da Bahia, Rio de e o babaçu . Isto se deve ao tipo de explotação agrí-
Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. cola com as d errubadas sucessivas . Esta mata pos-

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Estado do MARANHÃO Municfpio de SÃO BERNARDO
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sui caráter transicional, pois se encontram elemen- po alagado, com tantas outras palmeiras, nem no
tos da floresta equatorial entre outras árvores que âmago da floresta, nem no chapadão".
a ela não pertencem . Disseminada entre a ma- Quem percorrer a região observa que os pal-
ta litorânea, vê-se a palmeira ( Orbygnia sp.) pro- meirais não têm uma forma contínua e compacta .
curando, sempre, as margens dos rios e os fundos De sul para o norte, seguem-se pequenas e espar-
dos vales. sas "ilhas" que se localizam à beira-rio; subindo
R . Lopes, em 1931, dava ao babaçu sua po- um pouco, uns vinte metros elas desaparecem para
sição correta: uo palmeiral de babaçu ( Orbygnia surgir outro tipo de vegetação . Retomando-se o
sp.) é justamente uma vegetação característiCa das nível anterior, nem sempre reaparecem . Portanto
zonas de interferência entre a Amazônia e o Cha- as formações florestais ultrapassam em proporção
padão, desde o Piauí até Rondônia, alastrando-se, as áreas dos palmeirais . Somente após a cidade
especialmente, nas terras quaternárias e, de um de Caxias é que se nota. um aumento de área do
modÓ geral, nas planícies e vales, mas não no cam- babaçu, ainda em "ilhas" .

Município de Parnaíba - Piauí (Foto C .N.G . 3485- T .J . )

Parnaíba, a aeaunda cidade do Piauí, eatá situada em um terraço, na margem eaqu~rda. do rio Parnaíba.
Ponui traçado raaular, com conatruçõaa novaa, demonatrando aer bastante progra1111ta . Eeta cidade 6 o centro de aravltação eco·
nômica do eatado. ·
O município 6 principalmente urbano, poia aua população rural repreaenta apenaa 39% do total .
Aa principaia riquaaaa do município aio a eira de carnaúba a o aal . · Su!l stlvidade econômica maia Importante conaiata naa lndú.-
triaa da tranaformaçio e beneficiamento . ,
Sua posição praponde~ante na economia estadual deve-aa àa facilidade• de comunicaçõea, tanto pela E . F . Central do Piaua, como
pela' via fluvial do Parnaíba, que penetra fundamente no eatado .
Vemoa na foto um eapecto da cidade, com auea fábricaa, auaa conatruçõea moderna• . Ao fundo, temo• o delta do Parnaíba e
aa dunaa típicas dêaae trecho do litoral do Maio Norte . (Com. J . X. S .)

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Estado do MARANHÃO Municfpio de MAGALHÃES DE ALMEIDA
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Murúcípío de Rosário - M aranhão (Foto C.N.G . 3578........:. T.].)

Uma grande área do litoral do Meio Norte caracteriza-se pela ocorrência de mangues .
Na foto, temos uma vista de um trecho englobado nesta zona de mangues. É o Campo dos Perizes, no município de Rosário, M aranhão.
As altas marés da região influenciam grandemente êsses campos, inundando-os e toma.n do-os salinos. Os locais menos inundáveis
se apresentam c<>bertos por gra mineas.
A economia local é muito precária . Consiste na criação de porcos por arredantários dessas terras, no sistema de meação.
As habitações são construídas, em geral, nos "tessos", que sio pequenas elevações dentro dos campos, que ficam a salvo das inundações.
Na foto, vemos uma casa de taipa, com chiqueiro ao lado, ambos cobertos de palha . Em primeiro plano aparecem exemplares
de mangue branco, enquanto, ao fundo, observa-se o manguezal, no seu conjunto. (Com. J . X .S.)

A planície, muito pouco ondulada, facilita a Entre Teresina e Campo Maior, já afastado
expansão atual do babaçu de caráter invasor, não do rio Parnaíba, em região de wtigas matas, en-
· existindo um babaçual puro, isto porque se en- contraram-se exemplares esparsos de babaçu.
contra sempre entre capoeiras invadindo terre- Não eram novos; porém ao seu redor haviam al-
nos recém-preparados para· a agricultura apresen- gumas roças com culturas e outras abandonadas não
tando grande número de palmeiras jovens, local- tendo sido possível identificar nenhum exemplar de
mente intituladas de "pindova" . "pindova", pois aqui êle, apenas, vivia sem, contudo,
Freqüentemente aparece, ao lado de bacabas, reproduzir.
tucum e embaúbas. Nas margens do rió Itape- A antiga idéia sôbre a ocorrência de extensas
curu, entretanto, os babaçuais se mostram mais regiões · com imensos palmeirais, originou-se das
contínuos . Em alguns pontos, principalmente en- investigações elaboradas em uma fase em que a
tre Rosário e Codó as "ilhas" são mais esparsas e técnica ainda não se desenvolveu em grau satis-
menores dando-se isto às margens dos rios - seu fatório: havia deficiência de ordem cartográfica,
habitat. os transi:>ortes eram precários e, na maioria, flu-

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Estado do MARANHÃO Municipio de MONÇÃO
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Município de São Luís Maranhão (Foto C . N . G . 3 575 - T.] . )

Em Maracanga, na ilha do Maranhão, focalizamos esta habitação rural típica, abrigada por um açal~aJ . O açaí figura entre as plantas bra-
sileiras produtoras de óleo. Seu nome científico é Euterpe o/eracea Mart., sendo como comestlvel sua principal aplicação industrial. En1:retonto,
seu índice de saponificação é de 193,3 podendo,· assim, também ser utilizada para fabricação de sabão. (Com. T . C.)

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Município de Coroatá - Maranhão (Foto C . N . G . 3477- T.J . )

À margem da Estrada de rodagem Cod&-São Luís, o povoado de Miranda apresent.a em suas moradias o exemplo característico da
modesta habitação rural maranhense .
As paredes de taipa, a cobertura de palha de babaçu, o telhado em duas águas e a planta retangular constituem as características
essenciais da casa rural em todos os numerosos povoados que se âucedem ao longo da rodovia citada e da Estrada de Ferro São Luít--
Teresina de Rosário a Codó. De feição linear, êsses povoados agregam uma população, em parte, rural que se dedica à agricultura e
à explotação do babac;u. (Com. T. C .)

viais . Podia-se, portanto, colher, apenas, observa- Originàriamente, a freqüência do babaçu entre
ções sôbre o panorama marginal g~neralizando-as as matas era fraca . Depois da ocupação da terra
em seguida . Homens extraordinários, dedicados e pelo homem branco teve possibilidade de se ex-
dotados de profundo amor à ciência estudavam a pandir por causa das derrubadas incessantes que
região, mas careciam das facilidades conferidas pe- processam até nossos dias . Esta ação do ho-
lo progresso . ~tualmente existem melhores estra- mem·vem sendo exercida há mais de trezentos anos.
das, aviões e o auxílio valioso da fotografia aérea; A característica invasora do babaçu constitui
agradecemos, portanto, aos pioneiros e aos seus su- um benefício, pois do seu fruto advém uma fonte
cessores a possibilidade de ampliar neste sentido os de renda para o Estado . Sua s~mente, produzindo
nossos conhecimentos . em média 66 o/o do seu pêso em óleo é exportada
Em 1937, quando R. Lopes publicou "O es- e dêsse óleo, após processos químicos, são produzi-
bôço da vegetação maranhense", notou-se que o au- dos: margarina, manteiga-vegetal e saponáceos.
tor não deu aos babaçuais um caráter tão contínuo Ainda se vêem outras palmeiras como bacaba .
como demonstram os mapas recentes, denominan- (Oenocenpus sp. ), assaí ou jussara (Euterpe sp.),
do esta formação de Mata com Cocais ( babaçu) . tuc um ( Astrocaryum sp.), i najá ( Maximiliane

118
Estado do MARANHÃO Município de VITÓRIA DO. MEARIM
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Oa principais produtos cultivados pelos agregados das fuondas maranhenses


sõo o milho, o arroz o a mandioca, em virtude de terem as suas culturas uma
função de subsistência.
A foto acima mostra uma área da fazenda Boa Vista em que êstes produtos
aparecem cercados, a fim de, plantodos na mesma roça, ficorem imunes nos ataques
dos rebanhos, pola trata-ao do uma zona do criação de gado bovino .
Os galhos o gravetos secoa espalhados no solo revelam o destruição recente
da capoeira, foto comum nas zonas em que ao emprega o sistema do rotação do
torras primitiva. (Com. N. R . l .)
Município de Rosário - Maranhão (Foto C.N.G. - T . ] .)

Observa-se, na foto, uma plantação de banana sob o babaçual, em zona próxima a capital (São Luís), cuja produção abastece a
cidade.
Ocupando regiões de antigas matas, ocorrem geralmente perto dos rios. (Com. E. R. S.)

sp.), mas em pequena quantidade. Outro tipo de a mata subiu pelos vales . Atualmente, com a mu-
vegetação da planície é o cerrado que ocupa gran- dança de clima, restam as palmeiras babaçu no
des áreas da região em estudo . Seus detalhes se- meio do cerrado .
rão examinados, após estudarmos os chapadões on- Outras palmeiras muito comuns no cerrado
de esta vegetação predomina . são: o buriti e a carnaúba. A primeira é típica das re-
Pesquisando as áreas do cerrado constatamos giões alaga~as das cabeceiras, enquanto a outra po-
a existência, prolongando-se próximo a Coroatá, de de ser encontrada nas zonas de solos rasos onde a
uma "ilha" nos arredores de Cantanhede: trata-se crosta ferruginosa localiza-se a pouca distância do
de um campo cerrado, bastante degradado que so- solo . Ocorre a carnaúba em tufos não chegando a
freu parcialmente a invasão dos elementos da flo- ser uma formação densa como se verifica na região
resta . Isto demon~tra mais uma vez que a região de "cuestas" .
teve em épocas passadas um clima bem diverso do Os diferentes aspectos físicos da extensa pla-
atual, . quando esta formação atingia o litoral, pre- nície do Meio Norte, apresentados nos seus traços
servado em virtude de condições climáticas e do gerais, tiveram influência preponderante na diversi-
solo que sofreu atualmente uma degradação. Pos- ficação das atividades econômicas regionais .
teriormente, com a derrubada, mais uma vez as es- A região da planície constitui a unidade mais
pécies do cerrado voltaram a prevalecer estenden- importante do&pont9 de vista demográfico e econô-
do-se até mesmo em áreas outrora cobertas por flo- mico, dentro do conjunto do Meio Norte . Com
restas. uma população total de 1364 702 habitantes, con-
Evidenciando-se a série de oscilações climá- centra ela cêrca de .51,9% da população total da
ticas depara-se em meio do cerrado com o babaçu região.
palmeira típica de vegetação secundárii da ma- Do ponto de vista da geografia econômica,
ta que constitui um remanescente de um clima úmi- caracteriza-se como uma região bem individuali-
do a que estêve submetida a região, época em que zada por suas atividades agroindu~triais e extrati-
Estado do MARANHÃO Municipio de ARARI
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vas . Dela provém a quase totalidade da produção podendo citar-se, apenas, pequenas fábricas de óleo
agrícola do Meio Norte, na qual se destacam como cuja produção insignificante não tem importância
produtos mais valorizados o arroz e o algodão, que econômica.
são objeto de ativo comércio interestadual. Embora as fábricas tenham se multiplicado
A economia de coleta do côco babaçu e da nos últimos .anos, sobretudo no estado do Piauí,
cêra de carnaúba tem também aqui os seus maio- onde a produção tende a superar a do Maranhão,
res centros produtores. Cêrca de 80% da produção nada representa em face do pequeno consumo de
de babaçu provêm dessa região: num total de matéria-prima, acrescentando-se o fato de que a
71 892 319 kg produzidos· em 1955, 57 374 924 prod~ção do óleo vem diminuindo sensivelmente
kg cabem à planície. nos últimos anos.
Apesar da importância econômica dêsse pro- Realmente, não se verifica o interêsse pela
duto, a explotação se ressente do primitivismo dos aplicação de capitais na região, objetivando o
processos empregados, em que o objetivo único é a maior desenvolvimento industrial. A extração da
extração das amêndoas . Não há, pràticamente, amêndoa do babaçu, assim como da cêra de car-
aproveitamento industrial dessa riqueza regional, naúba visa exclusivamente a exportação para os

Município de Caxias - Maranhão (Foto C.N.G . 3808- T.J . J"

Aspecto parcial da fazenda E ngenho d'Água, no município de Caxias . , .


Vê-se na fotografia a casa do fazendeiro com o jardim lateral fechado por grade, aspecto bem caractenstico.
A loja, que é vista ao lado, destina-se ao abastecimento dos agregados . É elemento constante das sedes de fazendas do vale do
Itapecuru . (Com. M . G. T . )
Estado elo MARANHlO Munidpio de CA N TANHEDE
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Município de Cariu - Maranhão (Foto C . N.G. 3472 - T.J.)

Aspecto da sede da fazenda Engenho d'Arua, pr6:xima a Cuias.


No fundo, veem-te as casas de agregados, de taipa e palha, e no primeiro plano a venda, elemento sempre presente nas fazendas
maranhentMII da região de Ca.zias.
A venda se destina ao abastecimento em mantimentos, ferragens e roupas, da numerosa população de agregados da propriedade.
(Com. A .S . M .)

grandes centros industriais do país ou para o mer- subprodutos, racionalização da explotaç.ã o das
cado internacional . Verifica-se, assim, a evasão da palmeiras nativas pelo desba.s te e pelo plantio e a
grande riqueza regional, que não proporciona pro- quebra mecânica do coquilho. A êstes aspectos
gresso econômico à área de produção . somam-se os referentes ao problema humano, em
O financiamento bancário contribui para a que se destacam a necessidade da fixação do ho-
manutenção dessa situação, desde que é apenas mem que procede a coleta, tornando-o proprietário
concedido aos grandes proprietários de terras e às da terra, e o financiamento ao produtor, seja êste
firmas compradoras, que garantem o armazena- pequeno ou grande . Ainda o desenvolvimento
mento e a venda do produto. maior da lavoura, intercalada nas áreas de explota-
O problema do melhor aproveitamento do ção extrativa, e da pecuária, viriam completar o
côco 'babaçu, equaciona-se nos seguintes aspectos: quadro do aproveitamento integral dos recursos
desenvolvimento regional da indústria de óleos e naturais básicos do Meio Norte .

12.6
Estado do MARANHÃO Munidpio de PIRAPEMAS
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CONVENÇÕES
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povoamento desta importante região . êste largo trecho de nosso território à mercê de
Foi o golfão, esta larga reentrância que se re- estrangeiros ambiciosos, notadamente os franceses.
corta no litoral, a via de acesso que se ·abriu aos Possuiam êstes um contacto e uma experiên-
primeiros povoadores portuguêses que, pelo mar, cia de assuntos brasileiros que remontavam aos
demandavam o Maranhão em 1536 . primeiros anos de nossa história. Tomando-se fa-
Estabelecidos inicialmente na ilha de São miliares aos índios, de quem .fizeram fiéis aliados,
Luís, por êles chamada Trindade, fundaram uma os franceses tornaram-se concorrentes à posse do
pequena povoação denominada N azaré. Não fo- Brasil pelos lusitanos .
ram porém felizes na tentativa . O isolamento em A falta de um estabelecimento povoador por-
que se encontravam, o desconhecimento da terra tuguês no Maranhão estimulou a França a uma
e a hostilidade das populações indígenas compro- tentativa de ocupação, com vistas de posse defini-
meteram a emprêsa. que terminou pelo ·a bandono tiva, que culminou com a fundação de São Luís,
da região. em 1612 .

Município do Ca.x ias- Maranhão (Foto C . N .G . 3436- T .} . )

T ípico das sedes de fuendas é a loja de abastecimento dos lavradores.


Nesta fotografia da fuenda Piquizeiro temos o eumplo do uma deatas lojas, que eatá no mesmo prédio da residência . (Com. M .G.T .)

12.8
Esta do do MARANHÃO Municíp io d e VARGEM GRANDE

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Município do Caziu - Maranhio (Foto C.N .G . 3413 - T .J .)
Aspecto caracteríatico do aglomerado daa casa• de aaregados na aede da fazenda Engenho d'Água, próximo a Caxias . As casas doa
aaregadoa aituadaa nae aedes das fazendas, em geral, de taipa, barreadaa exteriormente e cobertas de palhas de babaçu têm melhor aspecto
e condiçóea melhores de confôrto do que at que se diaperaam no meio das roças e que aão construídas inteiramente de palha. Vivendo
da explotação do côco babaçu e da cultura de cereais, que te destina, sobretudo, a aubtiatência, os agregados têm um nlvel de vida muito
baixo . (Com. M . G .T .)

Inegàvelmente a investida possuía elementos ropa garantindo a facilidade de comunicações e o


capazes de lhe garantir a sobrevivência . A distân- ressurgimento econômico e político da França con-
cia dos núcleos coloniais portuguêses dava à rea- feriram à tentativa francesa uma gravidade que
ção dêstes a possibilidade de se envolverem numa o
excedia de muito da simples aventura comercial.
aventura guerreira dificultosa pela distância das Esta expansão povoadora que pretendia am-
bases de operações . Ppr outro lado, apoiavam-nos biciosamente chegar às regiões ricas em minérios
os ressentidos tupinambás, desalojados de suas do Peru, não foram além da ilha de São Luís . Três
terras nordestinas pela expansão português& . Do anos após a sua chegada, os franceses foram ex-
ponto de vista econômico, os franceses não descura- pulsos e o Maranhão definitivamente integrado na
ram o estabelecimento de bases embrionárias que comunidade luso-brasileira . Apesar do curto es-
lhes permitissem, posteriormente, um intercâmbio paço de sua ocupação, os franceses perceberam a
com a Europa . De um e:xtrativismo inicial de ma- importância dos rios que desembocam no golfão
deiras preciosas, do bálsamo, do âmbar cearense e maranhense, como vias de acesso ao interior.
do jaspe, passaram ao cultivo organizado do tabaco, Na base das explorações por êles realizadas
do algodão e da pimenta . A proximidade da Eu- nos rios Mearim, Pindaré, Grajaú, Gurupi e Itape-

130
éstado do MARANHÃO Municipio de CHAPAOINHA
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curu, os portuguêses vencedores puderam t~ntar atrás da qual escondia-se o interior desconhecido e
uma expansão povoadora baseada na exploração hostil .
da lavoura canavieira nas aluviões fluviais . Os primeiros colonos, que deixaram a ilha pelo
A vitória portuguêsa seguiu-se a divisão das continente, tiveram que enfrentar a natureza bruta
terras fronteiras ao golfão, criando·se capitanias a que se aliava o selvagem tremembé, assolando os
hereditárias - Cumã e Caeté - e sesmarias para vales do Mearim, do Itapecuru .e do Parnaíba.
intensificar a sua ocupação humana . Por outro Num ambiente de extrema penúria ergue-
lado, criou·se um Estado do Maranh_ão ( 1621) se- ram-se os primeiros engenhos, em que se reuniam
parado do Estado do Brasil, em virtude da dificul- algumas dezenas de povoadores tentando desen-
dade de comunicações do Meio Norte com o res- volver a agricultura da cana·de-açúcar, em meio à
tante do país-. insegurança e à tensão causadas pelas sortidas
Só muito lentamente puderam os colonos constantes dos selvagens .
abandonar seu isolamento na ilha de São Luís e A princípio não ousaram abandonar a orla do
tentar o povoamento do litoral e da planície fron- golfão, onde São Luís e as fortalezas eram uma ga-
teiros. rantia . Não os apoiava um plano de colonização
N9 continente crescia uma floresta densa que, dirigida . Os reforços povoadores eram medíocres:
ilusoriamente, fazia pensar em terras férteis e poucas centenas de casais em mais de meio século.

M unicípio de Cuiu - Maranhão (Poto C .N.G . 3517- T . } .)

Casa de agTegado da fazenda Canto Alegre, no mumctpto de Caxias. Construída de taipa e barreada exteriormente, de dimensões
grandes, a casa fotografada situa-se na própria sede da fazenda, próxima à residência do proprietário . A explotação do babaçu e uma pe-
quena lavoura de cereais con1tituem a at ividade essencial do agregado . ( Com. E . R .s .)

192
Estado do MARANHÃO Municiplo de SANTA QUIT,RIA DO MARANHÃO
43• u· 430 42-4.5' 42'30'

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Muniçipio de Cuia• - Maranhão (Foto C . N.G . 3471- T.] . )

A realização da feira semanal nas fazendas da região de Caxiaa é explicada pelo pequeno n6mero de a~lomerados e pela grande
dispersão do povoamento .
Oe proprietários de fazendas mandam construir barracões para a realização da feira como o iluatrado na fotografia . Aí oa lavra-
dores das imediações vendem aeua produtos . ( Com. M . G . T . )

Se os indígenas aterrorizavam o Itapecuru, do índio envenenava as relações entre colonos e


onde se concentrava maior número de habitantes, o jesuítas perturbando ainda mais o ambiente colo-
rápido esgotamento do solo e as medidas econômi- nial maranhense.
cas da Metrópole desanimavam os colonos, entor- Sem uma vitalidade econômica que lhe per-
pecendo o desenvolvimento local. mitisse importar o negro, tendo o índio como um
Somente São Luís, no fim do século XVII motivo constante de atritos, além de se revelar um
possuía uma população mais expressiva: perto de desajustado no trabalho agrícola, e sem receber
mil habitantes . Fora da capital, apenas Tapuita- nenhuma corrente povoadora ponderável, o Mara-
pera (Alcântara), cabeça de Capitania e Icatu, ve- nhão atravessou todo o seiscentos em condições
getavam medüocremente . bastante precárias .
Restavam as "missões" religiosas que abas- Lentamente, foi-se povoando a planície .
teciam, periOdicamente, as lavouras com o braço Transposta a zona de florestas e aproveitando as
escravo indígena . :!ste, no entanto, era pre- vias fluviais os colonos foram ocupando desordena-
cário e a legislação caótica da Metrópole não dàmente a terra. No Itapecuru, principalmente,
dava uma solução adequada à falta de trabalhado- criaram-se grandes latifúndios agrícolas exploran-
res para a agricultura. O problema da escravidão do o algodão, o tabaco, o arroz e a cana-de-açúcar.
Estado do MARANHÃO Munidpio de BREJO
43° 30' 430 15' 43•wc 42°·~· 42°30'

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Município do Caxi.. - Maranhão (Foto C . N .O. 3326- T.].)

No casebre rural do Melo Norte observamos um laf'IO aproveitamento dos


roeu~ locaie: a palha e a madeira. 2ste tipo do moradia representa bem a adap-
ta~io do desenho da case européia à tradi~io da palhoça indícena . (Com. M . M . A .)
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Município de Ca:ri•• - Maranhão (Foto C .N .G . 3809 - T .) .)

Paiaagem típica duma fuenda na região de Caxias, onde ae fu criaçiio extensiva a uplotaçiio de babaçu e carnaúba.
O curral visto na foto, notável por aua rusticidade, com cobertura de duas águas, feita de palha de babaçu, é utiiU.do apenas
na época da marcação e da venda do &&do. (Com. M . G . T.)

A reforma pombalina veio estimular o pro- vam suficiente independência econômica . A ci-
gresso regional organizando uma migração dirigida dade de Parnaíba fundada para afastar os tremem-
de ilhéus e estabelecendo melhores condições de bés e Piracuruca eram os únicos pontos povoados
escoamento da produção local. Apesar de libertar mais densamente no norte da Capitania . Garan-
os índios permitiu, no entanto, a importação de es- tiam a livre n avegação do rio Parnaíba e manti-
cravos africanos, amparando melhor a lavoura, at~ nham ligações com T:utóia, criada pela expansão
então em absoluta carência de braços . litorânea m~ranhense, liderada pelos jesuítas mis-
Por outro lado, a expansão pecuarista, ultra- sionários.
passando o São Francisco, trouxe novas correntes O povoamento disperso e desordenado que
povoadoras que ocuparam o vale do Parnaíba, pelo caracterizou a ocupação humana do Maranb~o e do
interior e, em território maranhense encontraram-se Piauí manteve-se sem grandes alterações durante
com os colonos do vale do Itapecuru . A fundação o século XIX . Estas áreas estavam isoladas de
de Caxias, por missionários jesuítas e a criação de qualquer corrente imigratória expressiva, e além
vários núcleos piauienses basead~ na pecuária, disso, o trabalho escravo parecia às classes domi-
vieram minorar a escassez populacional . nantes a única forma ·de relação de trabalho ade-
Em 1758 separava-se a Capitania de São quada . Esta mentalidade fechada que resistiu te-
José do Piauí, a que as atividades criatórias da- nazmente às tentativas pré-abolicionistas manteve

138
Estado do MARANHÃO Munlcipio de BURITI
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a economia do Meio Norte sujeita ao trabalho roti- Juntou-se à massa trabalhadora anônima, manten-
neiro e provocou uma revolta de bastante gravi- do sem alterações os velhos métodos tradicionais
dade, conhecida como "Balaiada" . de uso da terra e de beneficiamento primário da
Excetuados os retirantes que fugiam às sêcas matéria-prima .
nordestinas, a ocupação humana no Maranhão e P ersistiram nas cidades e no meio rural os
Piauí limitou-se ao mero crescimento vegetativo, quadros culturais luso-brasileiros . Ainda hoje per-
destituída de qualquer orientação colonizadora manecem as características que se observavam no
mais evoluída . princípio do século: a inexpressividade econômica
Somente em nosso século é que a atração eco- das cidades, como centros de atração para o ho-
nômica representada pelo babaçu e pela carnaúba mem do interior, pela ausência quase total de in-
veio trazer um contingente maior de população, na dústria, e a ábsoluta predominância do meio rural
sua quase totalidade, oriunda dos estados vizinhos. sôbre os centros urbanos .
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Se produziu um maior adensamento na ocupação O avanço da ocupação humana, esboçada em
humana da planície, pouco ou nada contribuiu para largos traços, na extensa planície do Meio Norte,
a melhoria do nível técnico e cultural da região. extravasando do golfão~ centro de onde se irradiou

Município de Codó - Maranhão (Foto C . N . G . 3464- T . J . )

A economia extrativa do babaçu criou um tipo canactenstico na região, as quebradoras de côco, com o ilustra a preaente foto-
grafia tomada em Bac:abaíba, a seis quilômetros de Codó. . . . . .
Apesar do incremento que tem tido u ltimamente a explotaçio do babaçu, ainda a quebra do coqudho constltua o pnncpal
problema . .
O trabalho nos babaçuais é feito em geral pelat espôsu e filhas d os agregados, nas horas que lhes sobram no trabalho caaearo.
Com sua cesta de palha e machadinha para a quebra do fruto duro, as maranhenses se entregam a êste penoso trabalho . Conaeguem
de 8 a 10 quilot quando já experientes. (Com. T . C.)

1110
Estado do MARANHÃO Municipio de VITORINO FREIRE
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Aa nece11idadea da e(ricultura troWierem para o M eio Norte um forte continaena de 11cravoa africano•. Misturando-H l popula-
ção indíaene e cabocla deram oriaem ao "cafuao", meatiço bastante comum no meio rurel meranhenae. Ainde que êsse intercruzamento, nos
diaa atueia, tenha pràticamente cessado pelo desaparecimento gradativo do índio, o tipo cefuao ae mantém pela falta dff ren ovação dos
eatoquee populacionaia .
A foto&rafia noe moatTa uma cafusa, onde oa traçoa aomáticoa africano-indí&enaa aio baetante evidentes.
O jac6 (reminilcêncla da t écnica de ceataria anti&•} e o machado indicam-lhe a atividade de queb radora de am&ndoas de babaçu.
(Com. M . M . A .)

o povoamento, e subindo os rios que se abriam co- tre as faixas costeiras situadas a oeste e a leste do
mo caminhos à penetração, fêz-se dentro das mais golfão maranhense . O trecho litorâneo que se es-
diversas paisagens naturais . tende da foz do Turiaçu à baía de São Marcos con-
A diversidade das feições físicas observadas centra uma população relativamente numerosa,
na planície do Meio Norte corresponde uma grande que com suas pequenas e primitivas casas de pa-
variedade de formas de aproveitamento econômico lha se dispõem de forma dispersa e contínua ao
dos recursos naturais básicos, formas estas que im- longo da faixa costeira .
primem à paisagem suas marcas próprias, tradu- Ao abrigo das numerosas enseadas e pequenas
zindo-se por aspectos diferentes no uso da terra, na baías dessa costa profun~amente articulada encon-
estrutura agrária, nos tipos de povoamento rural e tram-se também os povoados, cujos habitantes t êm
nas diferentes características dos aglomerados ur- na pesca seu melhor recurso de subsistência .
banos . Daí a diversidade observada também nas O emaranhado de furos e canais permitiu
paisagens humanas regionais. também o desenvolvimento de uma ativa cabota-
Iniciando as observações pela fa!~~ litorânea gem costeira abrigada, onde as pequenas embarca-
verifica-se, de.logo, o contraste no povoamento en- ções navegam com rara segurança até a costa pa-
Estado do MARANHÃO Municfpio de LAGO DA PEDRA
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Na explotação econômica do babaçu, doia t rabalhos preliminares merecem dntaque, a quebra de coquilhos e o transporte das
amêndoas .
A primeira etapa 6 de grande importância, merece c uidados especiais para que e1 amêndoas fiquem intactas . ~ste trabalho é
realizado principalmente por mulheres; 01 homen1 a êle se dedicam quando as suas roças de arroz e alaodão fracassam .
A outra fase, ilustrada pela fotografia, é a do transporte das amêndoas, acondicionadas em sacos, para os pontos de beneficiamento
ou de exportação. (Com. A.S . M . )
Estado do MARANHÃO Municipio de IACAIAL
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M unicípio de Coroatá - Maranhão (Foto C.N.G . 3504 - T .} . )

A Estreda de Ferro São Luis- T eresina é a principal vi a de transporte do vale do Itapecuru que constitui o centro de povoa-
mento mais antigo d o M aranhão e a rnais· importante área econômica d o estado . A deficiência de seus serviços não permite, no entanto,
suprir de forma satisfatória as necessidades de trànsporte dos produtos regionais . A fotografia mostra um trecho dessa estrada nas pro-
xi midades de Coroatá, em que se pode observar o mau estado de conservação da via férrea . (Com . A .S . M . )

rense . A circulação fácil foi um dos fatôres para o raras aberturas fluviais é que concentram o ele-
povoamento disperso e contínuo ao longo dêsse tre- mento humano extremamente rarefeito.
cho do litoral maranhense, prolongada, muitas Já nas proximidades da baía de Tutóia, exce-
vêzes, pelos estuário_s acima . lente surgidouro aberto nesta costa regularizada, e
A navegação feita nos mais diferentes tipos no delta do rio Parnaíba a população litorânea no-
de embarcações permite o desenvolvimento de um vamente se adensa.
comércio interno significativo entre as cidades e
É extrema a pobreza agrícola da zona costeira
vilas aqui situadas e São Luís.
do Meio Norte. Em suas terras arenosas a ativi-
Na faixa litorânea de leste, as dunas que for-
dade agrícola se reduz à plantação da mandioca,
mam os extensos "lençóis" e as restingas que reti-
ficam a linha de costa fizeram desaparecer aquelas largamente consumida pelas populações regionais
condições favoráveis ao estabelecimento de uma sob a forma de farinha sêca e farinha dágua .
população litorânea densa. A inexistência de abri- No entanto, a pesca constitui apreciável fonte
gos ao longo dêsse litoral retilíneo foi fator repul- de recursos para a população litorânea, que tem
sivo à formação de núcleos de pescadores e a um também na explotação das salinas mais uma forma
maior desenvolvimento da navegação costeira. As de atividade produtiva .
Estado do MARANHÃO Munldplo de IPIXUNA
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·A pesca é a atividade mais importante no li- durante o ano todo. Como em outros núcleos de
toral oeste, pelos motivos já expostos, embora tam- pescadores do litoral oriental do Brasil, a pesca é
bém seja praticada no litoral oriental. Mas em feita por parceria dividindo-se o produto entre o
tôda a costa do Meio Norte assume o mesmo as- proprietário do "traste" ( cartoa e rêdes), o "patrão
pecto de atividade realizada sem nenhum~ orien- da pescaria" (encarregado) e os pescadores , Tam-
tação técnica, dentro do maior empirismo e rotina. bém no seu material de trabalho os pescadores do
A embarcação característica do peseador ma- Meio Norte não se distinguem dos demais compa-
ranhense é o "bastardo", canoa de construção sim- nheiros de profissão espalhados na extensa linha de
ples, tôda aberta, provida de uma vela triangular. costa brasileira . Do mesmo modo os processos são
São embarcações ligeiras, mas muito perigosas, pela semelhantes . Trabalham êles com as rêdes de
sua fragilidade . arrasto, as zangarias ( rêdes de cêrco), as tainhei-
A pesca do peixe e do camarão - muito ras, os espinhéis e mais as linhas e os arpões para
abundante nas áreas de mangues - é realizada a pesca de peixes . O uso de "currais" de varas uni-

Municfplo do Caxias - M aranhão (F oto C.N .G . 3447- T .] .)

A ligação rodoviária entre Caxias e São Luís, é feita, ainda, por estradas de condições precáriat, sendo quase imposaivel o trá-
fego entre essas importantes cidades do estado, por ocasião do "in vemo", isto é, na eataçéo chuvosa.
A região, que apresenta boas possibilidades econômicas precisava ser melhor dotada em matéria de vias de transporte ..A expl<:
tação do babaçu, não encontra, sequer, o estímulo de um fácil e rápido escoamento da produção . O aproveitamento desta nqueza e,
assim, dos mais precários .
Na foto vemos um trech o da estrada de rodagem recentemente aberta e ainda não termin.a da, a oêrca de 8 quilômetros de Caxiu.
(Com. J . X . S . )

1/1.8
Estado do MARANHÃO Municipio de PEDREIRAS
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Município de Cmaa- Maranhio (Foto C . N .G . 3349 - T .} . )
A foto no1 mottra uma N~gião plana, alagadiç.a , por onde passa a rodovia Codó-Caxias, cuja circulação é preciria. devido à &rande
quantidade da areiaia aí eziatentea, orieinadoa d a desagregação do arenito permoclirbonífero.
A vegetação à margem da estrada é arbuativa encontrando-se ca.m aúbaa aspar181. ( Com. E . R . S . )

das por cipós, construídos nos "lavados" (grandes A explotação das salinas constitui outro
coroas à beira dos canais) é outro recurso que o recurso econômico dos municípios litorâneos,
maranhense utiliza na faina da pescaria . destacando-se, neste particular, os de Tutóia
Para a pesca do camarão, que assegura largos (21531 000 kg), Luís Correia (8 215 000 kg),
proventos ao pescador pela sua abundância nas ex- Parnaíba ( 3 290 000 kg), Humberto de Campos
tensas áreas cobertas de mangues do litoral ociden- (2 275 000 kg) e Cururupu ( 1·607 200 kg) 1 •
tal e do golfão maranhense, utiliza as puçás de Também a produção do sal se ressente do
arrasto e as de "muruada" (pesqueiros em que são primitivismo dos processos empregados . Com um
fincados moirões, aos quais são prêsas as puçás) . total de 217 salinas, sendo 176 em produção, o
Esta atividade pesqueira fornece o peixe e o Maranhão (200) e o Piauí ( 17) se avantajam
camarão, tanto fresco como sêco, sobretudo, para neste particular, a outros estados produtores.
São Luís e as outras. cidades litorâneas do Meio
O Rio Grande do Norte, por exemplo, tem
Norte . Ainda se faz pequena exportação de cama-
apenas 95 salinas, com uma área de cristalização
rão sêco para os estados vizinhos, pois, que êsse
produto é largamente utilizado na dieta alimentar ' Dados estati•ticoa fornecidos pelo Instituto Nacional do Sal
nortista . e referentes ao ano de 1955 .

150
Estado do MARANHÃO Municipio de COROA TÁ

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(Foto C.N.O. 3452 - T .J .)

Caxiu 6 a maia importante ddade do vale do Itapec:uru • a M(unda do Maranhão em população ( 14 445 habitante~) .
Ache-te llaada pelo MU movimento comercial ao Piauí e ao Nordeste Oriental, craças la eatrada de ferro que e llca a Tertslne.
O fato de e.Ur em contato com 01 vales m&dio e superior do Itepecuru contribui pera aumentar aua lmportinda racional .
Caxlu 6 tam~m importante centro Industrial com f6brlc:u de tec:ldoa de elcodio, c:uje produção deatina-H eoa mercado• pouco
exlcentes do Norte e Nordeate. lnduatrlallu·te na cidade, ainda, o 61eo de côc:o babaçu e tio tamb6m numerosa• aa f6bricaa de cal·
çadoa, m6vela, bebida.. mouic:oa, etc., a 16m dos eatabelec:imentos de beneJlc:lamento dos produto• aaríc:olu. (Com. J · X .S ·)
Murúcfpio de CmlU - Maranhão (Foto C.N.G . 3453- T . } . )

Viata parcial ·da Calrias, a segunda cidade maranbense em população e em importância econômica . Está situada às margens do
rio Itapecuru, tendo-se desenvolvido como têrmo de navegação regular no rio . A conatruçio da E.trada de Ferro São Luís-Teresina pelo vala
interrompeu todo o tráfego fluvial .
Caxias é o centro regional da região itapecuruense, no entanto, tem visto diminuir sua importância comercial, desde que Flo-
riano e Teresina, pela construção de rodovias, estão capturando as relações comerciaia de muitas cidade• do sertão maranhense .
Calrias é também o primeiro centro industrial do interior do Meio Norte, destacando-se, na cidade, as indústria• térteia.
(Com . L .C . V . )

de 10 156 480 m 2, enquanto que as 217 salinas nela também a indústria do subproduto, sendo aí
do Meio Norte cobrem uma área de apenas, fabricado o sulfato de magnésio.
2 36~ 640 m 2 • A sua produção anual é muito baixa • Os salineiros desta região são, geralmente, in-
- 38 293 toneladas de sal - o que representa divíduos de poucos recursos e incapacitados econô-
apenas 5, 1 o/o da produção nacional ( 580 818 t.) . micamente para a instalação de melhor aparelha-
A má instalação e os p~ocessos atrasados de mento. Em geral, os trabalhadores das salinas são
explotação das salinas do Meio Norte são responsá- assalariados ou empreiteiros que juntam à ativi-
veis por ess_a produção peq~ena e pela qualidade dade salineira realizada no período de estiagem
inferior d~ produto . ( agôsto-dezembro) o trabalho nas roças na esta-
As maiores salinas da região considerada estão ção chuvosa .
na ilha lgoronhon, em Tutóia, e em Parnaíba ( sa- O processo de instalação de uma nova salina é
lina Belamina) e são as melhores aparelhadas de dos mais rudimentares : ~$colhido um local baixo,
todo o litoral. A Igoronhon possui armazéns e tra- lavado pelas águás do mar no "apicum", é êste cer-
piches para o embarque do produto . Destaca-se cado por um grande paredão de pau-a-pique e

15/f.
Estado do MARANHÃO Municipio de TIMBIRAS

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terra, tendo ·uma entrada para as águas. Para en- O Maranhão com os seus extensos "apicuns"
cher os cristalizadores, às vêzes, são necessárias três ainda inexplotados tem possjbilidade de satisfazer
ou quatro marés altas . Dos cristalizadores a água às necessidades dos mercados nortistas, desde que
é dirigida por encanamentos para os chocadores e organize a sua produção em bases mais racionais .
depois de três ou quatro dias para os baldes de Torna-se, sobretudo, necessária a substituição
cristalização . Completada a evaporação, o sal é das primitivas salinas, responsáveis por um pro-
quebrado e transportado para os depósitos, os duto cheio de impurezas, por einprêsas modernas,
"paióis". Após a "cura" é transportado em barcos a onde os processos de extração mais aperfeiçoados
vela para os centros consumidores e para os cen- tornem o produto do Meio Norte de qualidade
tros de exportação: São Luís, Tutóia e Luís aceitável pelos mercados consumidores .
Correia. Os núcleos urbanos da faixa litorânea da re-
Além dos municípios citados, de modo geral, gião em estudo, afora a capital do Maranhão e Tu-
todos os situados na faixa litorânea produzem sal: tóia, têm pequena importância econômica' e demo-
Turiaçu, Primeira Cruz, Araioses, Alcântara e Luís gráfica. Na exígua faixa costeira piauiense somen-
Correia. te se destaca Parnaíba .
Do total produzido, cêrca de 30 600 t. são No Maranhão merece também ser citada a
destinadas à exportaç.ã o interestadual: Pará e São cidade de Alcânta.r a, a antiga Tapuitapera, capital
Paulo são os maiores compradores . da capitania de Cumã, pelo que significou, graças

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(Foto C .N .G . 3449- T.] .)


Município d& Ca11ias - Maranhão
o símbolo da religiosidade brasileira não poderia deixar de existir na cidade maranbense de Caxias. Esta antiga igreja está loca-
lizada na praça central, da segunda cidad~ maranhense. (Com. T ·C·)

156
Estado do MARANHÃO Municfpio de CODÓ
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Município de Cuia• - Maranhio (Foto C . N.G . 3450- T . J .)
A facilidade de aceno, quer pelo Itapecuru, quer pela Estrada de Ferro São Luíe-Teresina, fê% da cidade da Caxiaa um movimen-
tado centro . Como maior antrapoato da região, Caxiaa aerve aoa sertões do Parnaíba a do ltapecuru .
A fotocrafia moatra a ponte da a1trada da ferro IÕbra o rio Itapecuru na cidade de Calàa• . ( Com. T . C .)

ao seu comércio, no Maranhão dos séculos XVIII mente São Luís, situada na ilha do Maranhão, den-
e XIX. tro das baías citadas .
É sabido que a convergência dos grandes rios Alcântara, gozando as vantagens de posição
que descem do interior maranhense para a grande semelhante e contando também com a proximidade
abertura do litoral onde se abrem as baías de São da importante zona agrícola que se desenvolvia na
Marcos e São José foi fator precípuo para a con- área baixa de oeste do golfão foi durante algum
centração da vida econômica regional no recôncavo tempo a rjval de São Luís . Ós capitais dos senhores
que envolve a ilha do Maranhão . Foco inicial do de engenho, que se contavam às centenas na re-
povoamento que subiu os rios, caminhos abertos à gião, ergueram na velha cidade de Alcântara belos
penetração, foi também aí que se estabeleceram sobrados coloniais, ricas igrejas, em ruas amplas e
as primeiras fazendas que iniciél ram a atividade bem traçadas . Era a cidade aristocrata <ia Pro-
agrícola que fêz a riqueza do Maranhão colonial, víncia maranhense . Era a intermediária até mea-
primeiro pela cana-de-açúcar depois pelo algodão dos do século passado entre a capital e tôda a vasta
e o arroz. área agrícola da margem oeste da baía de São
O centro de recepção dos produtos interiores, Marcos, então a mais próspera da Província .
primitivamente escoados exclusivamente por via O deslocamento posterior do centro agrícola
fluvial, e dos produtos do recôncavo foi natural- mais ativo para os baixos Mearim e Itapecuru,

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Estado do MARANHÃO Municlpio de DUQUE BACELAR
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mais a lei abolicionista e as comunicações diretas É fora de dúvida que a ligação ferroviária com Te-
que passaram a ter alguns satélites de Alcântara resina pela Estrada de Ferro São Luís-Teresina,
com a capital foram os fatôres principais da deca- · apesar das suas deficiências técnicas e insuficiência
dência dessa cidade e da extinção completa de sua de material rodante, e mais as rodovias que a ligam
atividade comercial.2 com Codó, Coroatá, Pedreiras, Bacabal, Dom Pedro
Hoje, a cidade de Alcântara nada mais é e Presidente Dutra, são fatôres de manutenção de
que monumento .nacional tombado pelo Serviço do sua atividade comercial atual.
Patrimônio H ist órico Nacional . Graças à sua posição, São.Luís viu desde· cedo
desenvolver-se, o comércio externo, bem situada
São Luís, capital do estado, pelo contrário,
como estava em relação aos mercados europeus.
teve sempre mantida a função comercial .que foi
Tal fato determinou a instalação na cidade, já desde
uma das causas primeiras de seu desenvolvimento.
a época colonial, de uma classe preponderante de
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Lopes, Raimundo - " O T orrão Maranhense''. comerciantes portuguêses . É preciso frisar que a

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Município de Coroatá - M aranhão (Foto C . N .G . 3 506- T.J .)

Entre os municípios importantes localizados no vale do Itapecuru, destaca-se o de Coroatá . Como Codó, Caxias e outras, a
cidade de Coroatá é servida pela Estrada de Ferro São Luís-Teresina ( 471 km) .
Se esta estrada de ferro trouxe algum desenvolvimento à região, maior será o benefício q uando estiver concluída a ligação
de Teresina com Paulistana no extremo sudeste do Piauí, atua l ponta de trilhos da E . F . Leste B rasileiro .
O ram al férreo que ligará a linha-tronco aos vales do Mearim e do "' ' "J"u, já está em construção, estando terminado o trecho
de Coroatá a Peritoró.
A posição chave da cidade de Coroatá em relação ao Mearim, atualmente a principal zona agrícola m aranhense, é fator essencial
p ara o desenvolvimento de suas atividades comerciais. A cidade de Coroatá por sua posição geográfica está, sem dúvida, fadada a se tomar
o principal centro comercial da região. ( Com. T . C .)

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Estado do MARANHÃO Municipio de COELHO NETO
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Município de Coroatá - Maranhão ( Foto C . N .G . 3505- T . } .)

A cidade de Coroatá está situada numa zona rica em babaçuais à margem esquerda do Itapecuru, servida pela linha férrea São
Luís-Teresina.
Zona já importante, econômicamente, foi mais valorizada, ainda, durante a primeira Grande Guerra, quando era grande a necessi-
dade de óleos vegetais.
O aspecto da cidade não condiz com a riqueza regional . Suas ruas sem calçamento, na ~poca das chuvas transformam-se em lama-
çais e nas sêcas são verdadeiros areões .
A fotografia nos mostra a Praça 28 de Julho, onde podemos ver o prédio do Grupo Escolar . (Com. M. G . T . )

agricultura maranhense durante séculos teve tôda D entro do quadro da exportação maranhense
a característica colonial, votada exclusivamente ao ainda se destacam outros produtos oriundos da
fornecimento para mercados externos de algodão econ~mia de coleta: a cêra de carnaúba, o tucum,
e arroz nos séculos XVIII e XIX . além do óleo de babaçu, o arroz e o algodão.
Esta dependência dos mercados estrangeiros É;sobretudo, o pôrto d.e São Luís que gar~nte
ainda na segunda e terceira décadas do século atual o escoamento, embora não de forma satisfatória,
se mostrou preponderante nas relações comerciais dêsses produtos básicos do Meio Norte maranhe:nse.
do Maranhão com a exportação das ar,nêndoas de São sobejamente conhecidas as deficiências
babaçu, a grande riqueza regional . do pôrto de São Luís, responsãvel pela decadência
Embora hoje o m ercado interno domine nas do comércio maranhense e pela estagnação econô-
transações do babaçu, consumido pelo parque in- mica do Meio Norte. Um bom pôrto para São Luís
dustrial de São Paulo e Rio de Janeiro, a economia é a velha aspiração do povo maranhense desde o
maranhense guarda ainda aspectos de economia período colonial .
colonial, pois que produz essencialmente matéria- O problema mais urgente é o do assorea-
-prima para exportação, sendo pràticamente nulo o me,nto dos rios Bacanga e Anil, provocando a
aproveitamento industrial dentro de sua ãrea . Os obstrução do ancoradouro anterior. ·O entulha-
lucros advindos do aproveitamento dessa riqueza mento resulta d o movimento de areias produzido
regional não beneficiam a ãrea de produção . pelas correntes marinhas e pelo vento .

162.
Estado . do MARANHÃO Municfpio de ESPERANTINÓPOLIS
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Já desde 1718 foram assinaladas por Ber- Anil e pela direita do Bacanga. O cais, no entanto,
nardo Pereira de Berredo, governador e capitão- continua até hoje inacabado, tendo sido feita ape-
-general da Província, as düiculdades de acesso ao nas a parte que margeia o Anil do Baluarte às pro-
ancoradouro de São Luís "tendo os pilotos que ximidades do bairro dos Remédios .
vencer os obstáculos de um banco de areia no ca- A desobstrução dos canais de acesso e ·dos an-
nal de entrada, diante do qual os navios eram coi?- coradouros do pôrto foi sempre necessidade repe-
pelidos a parar quando as águas das marés não tidamente ressaltada em relatórios e estudos . Po-
lhes permitiam montá-lo".8 rém, a dragagem insuficientemente praticada e com
O assoreamento cada vez maior tornava dia prolongados intervalos foi a única medida tomada .
a dia de mais düícil acesso o canal navegável. Até hoje o trabalho todo de melhoria do pôrto se
Em 1832, o govêrno imperial determinou a resume nisso . . .
construção de dois cais, um da ponta de São Fran- Sucederam-se ém todo o século passado e pri-
cisco .ao Igarapé de Jansen, na margem direita do meira metade dêste os estudos, projetos e planos
Anil, e o outro do Baluarte de Palácio a ponta dos para a solução do problema portuário, sem que
Remédios, na margem esquerda, como primeira nada se fizesse de positivo . A construção do pôrto
medida de melhoramento do pôrto . na enseada de Itaqui é medida que tem sido indi-
Entretanto, em 1841, foi resolvido que se cada por alguns técnicos como a melhor solução
construísse um só cais - da Sagração - que para o problema portuário do Maranhão. ·
envolveria a cidade pela margem esquerda do rio Porém, até hoje não se deu solução prática e
1 Soares, Wils9n - " O pôrto de São Luís" .
eficiente à questão, fato que vem prejudicando

Município d& Codó - M aranhão


Cod6, situada àa margen~ do Itapecuru, em seu trecho médio, apresenta-se em posição de r':lati~a importância no pa';!orama eco~:~
mico da região . 0 município possui boa p rodução de arroz e algodão, que são produtos de exportaçao, JUntamente com a amendoa de c
babaçu. A indústria de maior vulto de Codó á a de tecidos, existindo uma fábrica no município. E xistem também c:urtumea e alguns
estabelecimentos de benef1ciamento de arroz e algodão· . d - d It pe u
o município de Cod6 é servido pela Est rada de Ferro São Luís-Teresina, a principal vta de transportes a reg1ao o a c: ru.
(Com. J.X .S . )

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Estado do MARANHÃO Municfpio de O. PEDRO
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Município d~ Codó - Maranhão (Foto C.N.G. 3467- T.} .)

A economia regional do Maranhão é grandemente prejudicada pela falta de um bom sistema de transportes.
A precariedade da única via férrea que serve a região, a Estrada de Ferro São Luís--Teresina, de cêrca de 471 km, é geral e
notória. Seu material rodante é muito deficiente e o tráfego irregular. Os vagões de passageiros, em número insuficiente, trafegam sempre
super lotados.
Por essa estrada escoa-se, para o Piauí e o Nordeste Oriental, parte da produção regional, especialmente o arroz, o algodão, o óleo
de babaçu e a cêra de carnaúba, produtos de destaque na economia maranhense .
. Na foto, vemos um armazém da estação de Codó, Maranhão, notando-se a simplicidade das instalações, o que atesta o pequeno
movimento de transportes. (Com. } .X .S . )

enormemente o maior desenvolvimento do Meio O núcleo inicial da cidade fundada pelos fran-
Norte e que constitui mesmo o problema básico da ceses em 1612, por necessidade de defesa, teve sua
economia regional. origem no nível maís alto de 2 5 metros, junto ao
Embora São Luís se encontre em excelente mar . Posteriormente, expandiu-se, mais para o in-
posição geográfica na confluência dos grandes rios terior, ao longo dos espigões ·retalhados nesse nivel
maranhenses para se tornar o escoadouro natural regular . A ocupação do fundo dos vales e da área
dos produtos regionais; as dificuldades locais de baixa vizinha ao mar fêz com que o traçado das
construção do pôrto, como foi visto, muito preju- ruas, se afeiçoando ao relêvo diferenciado, tomasse
dicaram a função comercial que estava.na base do feições tortuosas e quebradas, subindo em ladeiras
estabelecimento da cidade . ou em escadarias íngremes para o nível alto, o que
Ergueu-se São Luís sôbre os tabuleiros terciá- faz lembrar, em miniatura, a fisionomia urbana da
rios que avançam sôbre as águas da baía de São cidade do Salvador com os seus dois andares .
Marcos entre os rios Bacanga e Anil . É bem visível O núcleo urbano do século XVII circunscre-
a estratificação horizontal dos arenitos que consti- via-se à . atual avenida D . Pedro II, descendo daí
tuem êsses tabuleiros e se apresentam em escarpa, até o bairro do Destêrro,. à beira-mar. ~ste baírro
frente ao mar, com uma altura de 20 a 30 metros. onde se conservam os mais velhos sobradões colo-

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Estado do MARANHÃO Município de PRESIDENTE DUTRA
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Município do Campo Maior - Piauf (Foto C . N.G . 3510- T . J .)

Nos numerosos sítios que aparecem ao lonao da estrada que liaa Teresina
a Campo Maior, repete-se o primitivo sistema da rotação de terras, bostonte difun·
di do no inter ior brasileiro .
A foto acima, apresenta larao trecho de um désses titios onde e utilização do
tal sistema pode aer comprovada. No primeiro plano, vemos uma baixada com
cultura anociada de milho e mandioca, e ao fundo pequenas "cuestas" coberta~ de
capoeiras em diferentes estíaios de desenvolvimento. (Com. N . R . I . )
niais, as casas baixas e pequenas dos primeiros crescimento demográfico. Atualmente, a cidade
séculos de ocupação, os estreitos becos que sobem conta com uma população de 149 596 habitantes.G
em ladeiras e a sua igreja de estilo antiquado, cons- O crescimento atual maior da cidade tem sido
titui, no dizer de Raimundo Lopes, uma relíquia da nos bairros pobres localizados nas partes baixas
cidade colonial.4 marginais aos rios Bacanga e Anil .
O bairro central formou-se no fim do século A expansão desordenada nessas áreas insalu-
XVIII e primórdios do XIX, tendo apenas se de- bres, em parte sujeitas à influência das marés, tem
senvolvido os bairros exteriores em fins do século criado graves problemas, dos quais, ressaltam os re-
XIX e no século XX. Atualmente a cidade se ex- ferentes à habitação popular e à deficiência dos ser-
pande ao longo da estrada de rodagem que ganha viços de. uti.liqade· pública . As casas construídas de
o interior da ilha em direção ao continente . pau-a-pique, com sua cobertura de palha, chão de
A lentidão do crescimento urbano de São terra, sem serviço de águas nem de esgotos, abri-
Luís é um traço marcante da vida da cidade . O gám a parte da população de São Luís que repre-
senta o extrato muito numeroso dos econômica-
exame de uma planta do século XVII mostra que
mente fracos . O estado de pauperismo dessa popu-
São Luís levou dois séculos para duplicar a sua
lação se coaduna bem com a precariedade das ha-
área urbana. 6 Com 10 000 habitantes em fins do
bitações. ·
século XVII, contava São Luís, dois séculos depois,
A paisagem urbana dos bairros pobres de Dia-
apenas 35 000, o que mostra ter sido concomitante
mante, Baixinha, Céu, Codõzinho, Alto do Bode,
com a lenta expansão da área urbana, o pequeno
Vila Operária, Vila das Macaúbas retrata os pro-
• Lopes, Raimundo - Op. citada. blemas sociais, econômicos e sanitários da cidade
• Azevedo, Aroldo de, e Dirceu Lino de Mattos " Viagem ao
Maranhão" . • Estimativa para 1957 do I.B . G.E .

Município de Barra:. - Piauí (Foto C . N .G . 3379- T .} . )

Tipo de cerTado encontrado em Barras, Piauí. Nestes campos cerrados se encontram elementos de uma vegetação de mata, po-
dendo-se notar que esta região foi muito devastada .
Os campos cerrados dessa região. são utilizados para a criação extensiva de 'gado crioulo. (Com. T . C . )

170
Estado do MARANHÃO Munlcipio de CAXIAS
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Na área pr6xima a São Pedro do Piauí é freqüente a paisagem de canaviais plantados entre os camaubais e babaçuais.
Destinam-se aquelas plantações à produção de rapadura e cachaça nos numerosos engenhos primitivos da região. Nas áreas
das propriedades destinadas aos agregados cultivam-se também· o arroz e o milho.
. A preservação da vegetação natural é decorrente da importância que possui a explotação e:rtrativa do babaçu e da carnaúba na
região. (Com. N . R .1 . )

de São Luís, problemas êstes sempre agravados que a toma o maior centro de indústrias do estado
pelo contínuo afluxo de habitantes das pequenas com 72% do valor total da produção estadual (em
cidades do interior e mesmo da zona rural mara- Cr$ 1 000- 760 565).7
nhense que vêm buscar na capital melhores condi- A indústria têxtil ( 6 fábricas) que tem a pri-
ções de existência . mazia somam-se as fábricas de derivados do ba-
As suas funções comercial e administrativa baçu, de artefatos · de couros, de produtos alimen-
junta São Luís também uma atividade industrial ' Produção industrial - 1954 - I.B.G . E.

17.2.
Estado do MARANHÃO Munidpio de TIMON

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Município de Barra~r - Piauí (Foto C . N.G . 3579- T .] . )

A explotação da cêra de carnaúba em sua fase primária ac apresenta com o trabalho dos m ais penosos, e de rendimento relativa-
m ente pequeno .
As fôlhas, após riscadas e postas a secar, são batidas dentro de barracões como o que vemos fotografado . Sendo o pó desprendido
da pal.ha, bastante fino, penetra pelas na rinas dos homens encarregados dêsse trabalho, prejud icando-lhes a saúde .
N a foto, vemos, a lé m do barracão citado, homens espalhando a palha ao sol para secar e, à frente da cabana o resíduo da extra-
ção da cêra que é aproveitado como adubo ve getal. (Com. ] . X . S . )

tares, de sabões, de vestuários e de fumo para com- rantes, com sua fisionomia urbana "onde o passado
pletar o quadro da atividade industrial de São ainda está presente" é, sem dúvida, a metrópole do
Luís . Meio Norte .
A área industrial da cidade localiza-se na Com Tutóia situada na bôca do P arnaíba, di-
parte sul, nas margens do Bacanga, nas proximida- vide São Luís a função de escoadouro dos prôdutos
des .do desembarcadouro . Os grandes navios per- regionais . :S:sse pôrto maranhense, serve, sobretu-
manecem ao largo na baía, sendo o transporte de do, ao comércio do Piauí pois que o pôrto de Luís
mercadorias feito por a lvarengas, o que onera ex- Correia por suas más condições técnicas não per-
traordinàriamente os produtos e cria grandes en- mite a entrada de navios de grande calado . Quase
traves às relações comerciais dq estado . a totalidade da produção do vale do P arnaíba con-
Por último, deve-se fazer referência à função verge para Tutóia, o que o faz ultrapassar não raro
cultural desta cidade tradicional, função que lhe a tonelagem de exportação de São Luís .
valeu no passado o cognome de "Atenas Brasileira". Ainda na faixa litorânea do Meio ·Norte des-
Com seus estabelecimentos de ensino secundário e taca-se como importante aglomerado urbano a ci-
superior, seus jornais e bibliotecas, suas institui- dade de Parnaíba, a segunda do estado do Piauí em
ções de caráter científico e técnico ela conserva, população (30 174 hab.).
ainda, no Meio Norte a primazia cultural, avanta- Situada à margem direita do Igaraçu, um dos
jando-se de muito, neste particular, sôbre a outra braços do sinuoso Parnaíba, em uma planície ex-
capital estadual meio-nortista . tensa e baixa, a cidade fica a 15 quilômetros do
São Luís com seus belos e impc'"entes sobra- pórto marítimo de Amarração, hoje Luís Correia.
dos de azulejos multicoloridos, coroados pelos mi- Situa-se a 77 quilômetros de Tutóia por onde é

17/1.
Estado do MARANHÃO Munidpio de MA TÕES
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feito, como foi dito, a maior parte do movimento de oitici~a e de t~cum têin na· exportação dêsses
comercial do Piauí, embora com grandes düicul- produtos, seja para mercados estrangeiros, seja
dades . para conswnidores nacionais, o seu. maior movi-
A posição geográfica de Parnaíba, à margem mento comercial . Além de produt~s · já beneficia-
de wn rio navegável de profunda penetração no in- dos, Parnaíba exporta também amêndoas de ba-
terior, e que foi em épocas passadas a principal via baçu, nozes de tucum, sementes de mamona, algo-
de escoamento dos produtos regionais, fêz dessa ci- dão, couros e peles .
dade o centro de gravitaç.ão econômica do estado. Enquanto a • expOrtação da cêra de carnaúba,
Apesar do desenvolvimento comercial de Te- do tucum, da oiticica e da mamona se faz, sobre-
resina, ainda Parnaíba conserva a primazia nesse tudo, para os Estados Unidos, o babaçu quer como
setor. A importância de su.a atividade comerciál amêndoa ou óieo, assim como o algodão se destinam
se traduz no número expressivo de seus estabele- ao mercado nacional .
cimentos atacadistas (21) e var~jistas (537). As Daí se constata que a principal atividade in-
principais firmas de exportação e importaçã.o do dustrial da cidade de Parnaíba está intimamente
Piauí têm aí seus estabelecimentos com filiais e ligada à sua função de concentradora das produtos
representantes que se estendem por todo o vale do regionais, pois, nas suas o~rações industriais ela
Parnaíba a montante . Algumas delas realizando trabalha, sobretudo,. com os produtos provenientes
a · primeira transformação dos produtos originários da interlândia piauiense.
das atividades extrativas, como a r~finação da cera A concentração da produção regional se faz
de carnaúba, a prodl_lção de óleo de babaçu, de óleo tanto por via fluvial, quanto pelas rodovias que
. .

Município de Barras - Piauí (Foto C.N . G. 3581- T.J .)

O método de extração da cêra de carnaúba, nas regiões onde floresce a carnaubeira, ainda é de um primitivismo notável .
As fôlhas retiradas das palmeiras são trabalhadas, inicialmente, por mulheres e crianças, que as " riscam", isto é, cortam, com facas.
Estas fôlhas são depois postas ao sol para secar . Após a evaporação de grande parte da umidade nelas contida são guardadas dentro de bar·
racõea construídos de troncos . e palhas de car:-.3Úba também, onda são "batidas", retirando-se a cêra em formá de pó .
Na foto vemos a fase de "risc11r" as fôlhas, vendo-se também o barracão de troncos e palha da carnaúba onde se faz a "batida"
das fôlhas. (Com. } .X.S )

176 .
..... Estado do MARANHÃO
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Família de rendeiro, empenhada nos trabalhos preliminares de beneficiamento da carnaúba . A. fôlhas são levadas para uma bar-
raca onde são cortadas · a faca. Nesse trabalho, na maioria das vêzes feito por mulhere• e crianças, selecionam-se as fôlhas m11is tenras cha-
madas "do ôlho", que • dão melhor cêra, das outras de onde se extrai cêra inferior. Na foto, observa-se o corte das primeiras, mas, apa-
recem, também, fôlhas m aia velhas.
Depois dessa operação, as palhas aão expostas ao sol para secar .
Nota-se que a barra c._ é inteir am ente construída de carnaúba . (Com. A . S. M .)

daí pa,rtem para as diversas cidades do norte do se ~stende do litoral atlântico de Turiaçu e Guima-
estado e Teresina, e pela Estrada de Ferro. Central rães, em direção sul, até as margens florestais do
do Piauí que de Parnaíba atinge Piripiri . Pindaré, Mearim e Itapecuru .
P arnaíba é também servida P<>r várias com- As feições físicas desta zona extensa em área
panhias de navegação aérea que a põem em con- e variada no aspecto, condicionam formas de
tacto com outras cidades brasileiras e a capital ocupação humana diferenciadas que criam paisa-
piauiense: Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul Ltda., gens geográficas contrastantes dentro da parte
Panair do Brasil S . A . , Consórcio Real-Aerovias oeste da grande planície do Meio Norte.
S . A. e Emprêsa de Transportes Aéreos Norte do Os campos da baixada que circundam o gol-
Brasil S .A . fão maranhense de Santa Helena aos baixos cursos
O desenvolvimento de tôda essa rêde de cir- dos rios Pindaré, Mearim e Itapecuru, sujeitos à
culação terrestre, fluvial e aérea trouxe, sem dú- invasão periódica das águas que os inundam por
vida, contribuição de inestimável valor à expansão ocasião dos "invernos", como que rechaçam as po-
do seu comércio, função essencial e característica pulações agrícolas para. os limites com a grande
dêsse importante núcleo urbano piauiense . mata do oeste . Aí se aglomeram os habitantes
Tendo examinado em suas linhas gerais as rurais, aí se ergueram povoados, vilas e cidades .
feições humanas e econômicas da faixa costeira do E a atividade dos homens se divide entre os cam-
Meio Norte, ·passemos a considerar as diferentes pos pastoris da baixada e as terras agrícolas da
paisagens humanas encontradas na área baixa que mata ocidental.

178
Estado do Piauí Municipio de PARNAIBA

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Desde o setecentismo ~bertp ao povoamento e a aguardente . Os municípios de Cururupu, Gui-
e à ocupação pelo colonizador branco, a zona que marães, Penalva, Anajatuba; Peri-Mirim, Pinheiro,
tinha como centro regional a cidade de Alcântara são os que se destacam regionalmente na produção
e que abrangia Guimarães, Cururupu, o vale do de açúcar de engenho, sendo que em Guimarães e
Pericumã, os baixos Pindaré e Mearim, viu ergue- Cururupu estão instaladas duas usinas.
. rem-se, às centenas, os engenhos de açúcar, dos No Maranhão não se verificou como nas de-
quais saía abundante produção de · açúcar, aguar- mais áreas açucareiras do país a transformação dos
dente e mel de cana . Trabalhada por numerosa antigos engenhos em modernas usinas, a evolução
escravaria negra, a terra também fornecia larga- dos processos arcaicos e p~imitivos de produção em
mente colheitas de arroz e algodão, produtos _va- técnicas industriais aperfeiçoadas. As duas usinas
lorizados na economia maranhense dos séculos citadas, pela modéstia de suas instalações, não che-
XVIII e XIX . gam a criar a paisagem agroindustrial, caracterís-
Alcântara escoava para São Luís tôda a pro- tica das áreas canavieiras do Nordeste Oriental .
dução regional e essa área pela sua proximidade Os engenhos, muitos ainda movidos a ani-
da capital era a abastecedora, por excelência, dos mais, representam uma indústria tipicamente rural
gêneros de primeira necessidade . Fatôres diversos caracterizada pela fabricação de um produto im-
concorreram para sua decadência agrícola e econô- puro, por preços de custo elevados e por um volume
mica, decadência que se reflete na estagnação dos de produção modesto. Na paisagem rural êstes
núcleos urbanos . aspectos correspondem a um aproveitamento pou-
Ainda subsistem poucos . e velhos engenhos, co intensivo das terras: as capoeiras alternam-se
herdeiros da indústria açucareira do período colo- com os canaviais de proporções sempre reduzidas .
nial e que· com sua maquinaria antiquada, seus mé- A baixada maranhense não conheceu, por-
todos rotineiros de trabalho lançam no .mercado de . tanto, o processo de evolução que substituiu o an-
consumo regional o açúcar de qualidade inferior tigo engenho pela moderna usina . Na economia

Municí~io de Barra11 - Piauí (Foto C . N.G . 3585- T.] . )

No trabalho de extração do pó da carnaúba, a primeira fase é o corte das fôlbas, feito por mulheres e crhmças. Segue-se a seca-
gem ao sol e o armazenamento. Quando a tarefa de corte e secagem é concluída, realizam a batida da palha para a retirada do p6.
Concluindo a operação, passam a palha por uma máquina simples onde o resto do pó é extraído. Na fotografia observa-se, no segundo
plano, o · local onde a máquina é instalada. (Com. A .S . M .)

180
Estado do Piaui Municipio de LUÍS CORREIA
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Município de Barras - Piauí (Foto C.N.G. 3582- T.J.)

Outro aspecto da secagem da palha de carnaúba. Depois. de sêca ela é transportada em molhos para o barracão onde é empi-
lhada ainda em feixes à espera da " batida" . 1tste trabalho é exclusivamente feito pelos homens enquanto às mulheres cabe o trabalho de
"riscar" e depois tecer a palha transformando-a em esteiras, chapéus, bôlsas, etc . (Com. L . C. V . )

regional a produção de açúcar tem hoje pequenís- só nos contratos de trabalho que não excedem de
sima expressão. um ano pela necessidade de sempre plantar em
De modo geral~ em tôda a área considerada terras novas, como ainda com mais vigor nas habi-
a economia agrícola, .acha-se em acentuada deca- tações rústicas, verdadeiras choças de pindoba, tes-
dência . Uma atividade de coleta fornece atual- temunhas de um sistema agrícola dos mais primi-
mente o produto de maior signüicação na balança tivos, em que tudo se tira do solo sem nada lhe dar
comercial, o babaçu. ·em troca .
A técnica agrícola de rotação de terras primi- Sem nenhum apêgo à terra que não lhe per-
tiva com o seu acompanhamento clássico da der- tence, volta-se agora o "agregado" com maior inte-
rubada e queimada introduz a agricultura itine- rêsse para a atividade extrativa do babaçu, produto
rante com todos os seus aspectos de economia de- de maior valor comercial e de mais fácil explota-
predadora dos recursos naturais básicos . ção. O grupo famili~ colabora . eficientemente
A paisagem rural reflete êste sistema agrícola nesta coleta, o que garante maiores recursos à fa-
tradicional: as áreas de capoeira em düerentes es- mília no seu conjunto.
tágios de evolução entremeiam-se com as roças em O problema da falta de braços para o traba-
que as lavouras de arroz, milho, mandioca e feijão lho agrícola generalizado em tôda a região, mais se
se misturam de forma caótica e desordenada. agravou nos últimos anos com o desenvolvimento
·Pela reduzida fertilidade dos solos impera o dessa atividade de coleta . A imigração dos ele~en­
maior nomadismo nas roças que ocupam as terras tos mais ativos e mais empreendedores. para a ca-
apenas por um ano . Em um deslocamento cons- pital do Estado e para a zona agrícola do Mearim,
tante em busca de terras novas de mata e de terras é outro fator para a decadência da vida agrícola
de capoeiras desenvolvidas, as roças arrastam con- regional.
sigo o "agregado" que nelas trabalha . O caráter ins- Não há dúvida que a organização comercial
tável dessa ocupação quase nôma4e se reflete não que não facilita ao pequeno lavrador o crédito ne-

182
Estado do Piauí Municlpio .te BURITI DOS LOPES
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Município de Barras Piauí (Foto C . N.G. 3584 - T.J.)
Segunda etapa do beneficiamento da carnaúba: os palhas são transportadas
ao terreiro pare secagem e, daí, reconduzidas à barraca onde os molhos ficam amon -
toados até o teto .
A fotografia mostra a colete do palha sêca, trabalho realizado exclusivamente
homens . Ao fundo, o camaubal. (Com. A. S . M . )

cessário para "tocar a lavoura", . para a compra de meios de transporte e de vias de comunicação não
sementes e de utensílios agrícolas, para qualquer · só dificultam e oneram o escoamento dos produtos
empreendimento destinado à melhoria das técnicas regionais, ·como impedem todo o contacto com áreas
agrícolas, não pode dar ensejo a um aperfeiçoa- econômicas e culturalmente mais evoluídas . Esta
mento das condições da agricultura na região . situação é, ainda, consideràvelmente agravada pe-
Sem amparo oficial no tocante a financia- las precárias condições de saúde e educação do ha-
mentos agrícolas, sem orientação técnica na explo- bitante rural . Com um índice de produtividade
tação agrária, o lavrador desta região, como o do individual muito baixo, o lavrador · maranhense
Meio Norte, em geral, permanece no t;naior atraso para sua recuperação, para sua integração como
e pauperismo . Eternamente dependentes dos co- elemento at':lante de valor no desenvolvimento
merciantes locais ou dos exportadores de gêneros econômico das regiões subdesenvolvidas do Meio
que lhes fornecem o crédito necessário, a êles os Norte, exige como medida preliminar a solução do
lavradores são sempre obrigados a vender as suas problema humano ·que se ~quaciona em assistên-
sàfras e com êles estão sempre endividados . Sem cia financeira, técnica, educacional, médica e sani-
noção dos seus direitos submetem-se passivamente tária da mais urgente necessidade .
a exploradores pouco escrupulosos . O quadro das atividades econômicas regionais
A p~rmanência dêsse sistema comercial, her- se completa pela criação de gado feita nos campos
dado dos tempos coloniais, não possibilita a valo- da baixada.
rização integral dessa vasta região brasileira, a ex- Os extensos campos aluviais da baixada ma-
plotação e o aproveitamento de suas riquezas po- ranhense, salpicados de lagoas, cortados por rios de
tenciais. ·drenagem incerta, com numerosos igarapés, com
As deficiências da organização ~grícola e co- alagadiços e brejos, lembra na distribuição caótica
mercial, na área em foco, têm, sem dúvida, uma de terras e águas a paisagem amazônica .
de suas causas no isolamento a que está votad~ a A alternância das estações, a chuvosa ( dezem-
região oeste do estado maranhense . A falta de bro-maio) e a estiagem, que transforma a paisa-

(Foto C . N.G. 3457- T .].)


Munic1pio de Barras - Piauí
As origens da cidade de Barras remontam ao século ~lll, apesar de só eQ'l 1870 ter si~o e~evada à categoria de cidade.
Seu· nome advém do fato de estar situada entre a barra de seis cursos d'águ.a , sendo o ma1or deles o Maratoan ·
Possui um com.é rcio bastante progressista e mantém ativo intercâmbio com os municípios vizinhos, principalmente , B~talha,
Piripiri, Campo Maior e mesmo a capital do estado, não só pela rodovia T eresina-Fortaleza como também pela~ estradas carroçave1s ·
No fotografia, um aspecto da cidade, a praça Senador Joaquim Pires. (Com. L. C· V · )

186
Estado do Plauf Municfplo de LUZILÂNDIA
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Município de Barras - Piauí (Foto C.N . G. 3456- T.T.)

Barras, situada na bacia do rio Longá, é uma cidade pequena porém de aspecto bastante agradável com suas ruas largas, cal-
çadas e limpas, o que se pode observar neste aspecto da praça Senador J oaquim Pires.
Na rua, um dos tipos caracteristicos do Nordeste; o aguadeiro. Os "corotes" contendo a água, são carregados pelo "jegue", ani-
mal que com aua energia e mansidão, presta valiosos serviços em tôda a região. (Com. A . S . M .)

gem regional, reflete-se na diversificação das ativi- Faz parte dessa paisagem o "boi-cavalo", no-
dades sazonárias do habitante rural. · vilho manso, com as ventas trespassadas por um
Nas invernias longas, quando os lagos trans- cabresto de cor'da e que presta relevantes serviços
bordam, quando os rios extravasam de seus leitos como a montaria do homem da baixada durante
e os campos desaparecem sob o lençol liquido, o os "invernos". Fazem, ainda, parte dessa paisagem
gado bovino afastado de suas pastagens de verão as casas penduradas sôbre os giraus que as põem
vai se refugiar nos campos de têso, como são os de a salvo das águas de inundações . Feitas de palha
Cajapió ou invemar nos campos de chapada de ou de . barro, com seu assoalho de troncos de pe-
Santa Helena ou, ainda, nos campos de Vitória do quenas palmeiras a elas se encostam as canoas e
Mearim, de Arari e de Cantanhede . igarités quando insuladas e suspensas sôbre as
É êsse o período crítico da atividade criató- águas no "inverno" .
ria . A acumulação dos animais em âmbitos restri- O gado criado nessa área tem em São Luís
tos produz a propagação de doenças, como ó car- o principal mercado consu~idor para onde segue
búnculo, e o afogamento e atolamento das reses . em embarcações especiais, as "gabarras" .
Em junho os campos enxutos reverdecem e o As vilas e cidades aqui se instalaram, quer
gado acompanhado pelos vaqueiros volta a ocupá- em pontos de trânsito fluvial, no início ou têrmo,
-los. É , então, que a baixada se povoa com os pes- de navegação, pois ainda a circulação pelos rios é a
cadores que se instalam, à borda das lagoas e rios, m ais freqüente, ou então, no contato dos campos
em ranchos de palha, para a pesca e a salga do pei- com as matas .
xe. Fazem as "tapagens", barragens de terra para Viana é um exemplo típico da posição pre-
reter o pescado e impedir o escoamento por de- ferida pelas cidade~ da baixada: "à beira de um
mais rápido das águas; fazem as "cêrcas" que se famoso lago abundantíssimo de peixe, junto às
abarrotam de peixes às centenas: curimatás, su- campinas e às boas terras de lavrar" 8 •
rubis, mandubés. • Lopes, Raimundo - Op. cit.

188
Estado do Piaui Municlpio de MA TIAS OLÍMPIO
4 2° 30'

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Município de Barras - Piauí . (Foto C . N.G. - T.J . )

Barras, cidade da planície do Meio Norte, t em o seu· nome ligado aos séis· cursos dágua que a circundam: Muatoan, Ininga, Gentio,
Riachão, Corrente e Santo Antônio. Foi elevada à categoria de cidade pela Lei de .2 8 de dezembro de 1889, devido ao desenvolvimento
comercial, industrial e ao crescimento da população.
As fotos são da praça Senador J oaquim Pires, onde está a Igreja Matriz. Em tôrno, agrupam-se casas residenciais e comerciais .
( Com. M .C . V .)

Embora muito numerosas as aglomerações de produtiva, enquanto que o Itapecuru tem visto
urbanas, nenhuma se destaca especialmente, quer se desenvolver cada vez mais a economia de co-
do ponto de vista demográfico - não ultrapassam leta, em que o côco babaçu é o principal prodUto.
5 500 habitantes - quer econômico ou cultural . Esta maior importância da atividade extrativa se
• Outra paisagem humana, outras formas de faz em detrimento da vida agrícola . O problema
.
aprovettamento " .
economtco vamos encontrar na . da mão-de-obra para a . agricultura, generalizado
parte média dos vales do Pindaré, Mearim e lta- em todo o vale, ainda mais se agrava pela atração
pecuru. Na paisagem regional destacam-se como incontestável_que exerce a economia coletora sôbre
as áreas econômicamente mais prósperas do Ma- a população regional, dada a maior facilidade do
ranhão. Com uma densidade de população ru- trabalho, os menores riscos e o alto valor comer-
ral apreciável aí se encontram também as maio- cial do produto: a amêndoa de babaçu.
res cidades maranhenses, desenvolvidas pela ati- Dêste modo, a explotação dos babaçuais vai
vidade industrial e pela função. comercial. A cons- se tornando a fonte maior de riquezas para os mu-
trução de vias terrestres de circulação foi fator pri- nicípios itapecuruenses que já tiveram na agricul-
mordial no progresso econômico da área conside- tura do algodão, do arroz e da cana-de-açúcar a
rada, que é conhecida regionalmente como Baixo- base de sua vida econômica .
Sertão. Embora nos vales do Pindaré e Mearim tam-
·As superfícies baixas, onduladas em colinas de bém a coleta do babaçu alargue o horizonte de tra-
pouca altitude, e pequenos "inselberge", caracteri- b alho das populações. rurais, a atividade agrícola
zam a paisagem natural, dominando no revestimen- cada vez mais se firma como base econômiCa re-
to vegetal as matas entremeadas de babaçu. gional.
A região do Pindaré-Mearim, centralizada por . A vitalidade de sua vida econômica se revela
Pedreiras
. tem na agricultura sua principal ativida-.
ainda na situação demográfica, das mais favorá-

190

Estado do Piauí Municfpio de PORTO
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Município de Teresina - Piauí (Foto C.N.G. 3544- T . ] . )

A cidade de Teresina locáliza-se em terraços da margem direita do Parnaíba, próximo à foz do rio Potí.
As árvores que entremeiam o casario urbano, como se vê na fotografia, dão à fisionomia da cidade um aspecto característico que
lhe valeu o cognome de " cidade verde". Ao fundo, vê-se o rio Parnaíba , que ainda representa papel importante no escoamento dos produtos
regionais . (Com. M . G . T.)

veis do Estado . Os municípios integrantes dessa tin~s (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Per-
zona: Vitória do Mearim, Pindaré Mirim, Bacabal, nambuco e do vizinho Estado do Pi_auí) desloca-
Pedreiras, lpixuna e Vitorino Freire apresentam al- das em conseqüência das sêcas .
tos valores de crescimento populacional, tanto nos A região do Mearim, livre da inconstância
quadros urbanos quanto nos rurais. O aumento climatérica, coberta de densas matas, com bons so-
relativo apresenta valores dos mais expressivos em los agrícolas e, sobretudo, possuidora de vastas
todo o Meio Norte . áreas de terras do Estado tem se tomado centro de
atração para os grupos nordestinos, que acossados
CRESCIMENTO
MUNIC1PIOS
pelas sêcas e levados por sua instabilidade natural,
Absolu to Relativo % Absoluto Relativo% possuem recursos mais limitados ou menos espíri-
(20- 40) (20-40) (4o-50) (4o-50)
- to de aventura que aquêles. que buscam no sul do
Bacabal . .... .... ..... 30 931 77 14 534 36 país os meios de uma existência melhor .
Ipixuna . . .... . .......
Pedreiras ..... .. . .....
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23 564
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9 127
16 346
45
38 Maranhenses de municípios que contam com
Pindar~ M irim . ... . . .. - - 1 307 13
recursos naturais mais limitados, com maiores di-
Vitória do M carim . ... - - 9 79 7 49
ficuldades de explotação e de aquisição de terras,
A subdivisão territorial com a criação de qua- têm migrado para a zona do Mearim . A existência
tro novos municípios : Vitorino Freire, Lago da Pe- de terras pertencentes ao Estado é, seguramente,
dra, Dom Pedro e Esperantinópolis, posteriormen- fator de atração para os lavradores modestos e os
te a 1950, é outro índice do desenvolvimento ·eco- "agregados" das fazendas de outras áreas que têm
nômico da área considerada . aí a possibilidade de instalar suas roças em te~as
O incremento populacional está se verifican- que poderão futuramente pertencer-lhes, assim
do, sobretudo, pelas correntes imigratórias nordes- como desfrutar de maior liberdade nas relações

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Estado do Piaul Municfpio de ESPERANTINA

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Município de Teresina - Piauí (Foto C .N .G. 3545- T.} .)

Aspecto da cidade de Teresina, vendo-se, ao fundo, a ponte sôbre o rio Parnaíba, projetada, em 1918, pelo eneenheiro Jurandyr
Pires Ferreira . A ligação ferroviária com o eetado do Maranhão através da Estrada de Ferro São Luís-Teresina deslocou parte do movi·
manto comercial de Caxias para a ca'pital piauiense, que hoje se destaca como importante centro comercial do Meio Norte. (Com. l . B . )

comerciais . Até mesmo o vale do ltapecuru fornece balho industrial de beneficiamento dos produtos
elementos que vêm aumentar o efetivo humano do da ·agricultura.
Mearim . Muitos nordestinos avançam por etapas, Como produto agrícola valorizado destaca-se
do Itapecuru deslocando-se para o Mearim e Pin- o arroz que não só serve ao consumo regional, co-
daré. mo é largamente exportado para São Luís, Teresi-
A ocupação desordenada das terras banhadas na e Fortaleza, destinado ao abastecimento do
pelo Mearim e seus afluentes tem criado freqüen- N ardeste . Esta área fornece cêrca de 31 o/o do
temente sérios problemas quanto à posse da terra . total da produção maranhense de arroz .
Essa ocupação está se fazendo não só nas áreas do O algodão é também importante cultura co-
Estado, mas também em terras particulares. O fa- mercial da região do Mearim . Os municípios de
to de não estarem, ainda, demarcadas as proprie- Bacabal e Pedreiras têm boa produção de algodão
dades particulares gera uma série de conflitos que arbóreo, enquanto lpixuna é o maior produtor de
tendem a se tornar cada vez mais graves com o algodão erbáceo do Estado. O algodão erbáceo é,
afluxo constante de novos elementos . sobretudo, consumido nas fábricas de fiação e te-
O incremento populacional tem acarretado o celagem estaduais, enquanto o arbóreo, pela sua
desenvolvimento da atividade agrícola, fato que se . utilizaç.ã o na fabricação de tecidos finos, é expor-
exprime pelo crescente aumento da área cultivada tado para São Paulo e Rio de Janeiro. Cêrca de
e os mais altos valores de produção . Do mesmo 61 o/o da produção algodoeira do Estado provém
modo, se desenvolve a atividade comercial e o tra- da região do Mearim . Como ainda foi dito, a ati-

1911
Estado do Piaut Municfpio de IA TALHA
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vidade de .coleta não está auser~.te do _q uadro .eco- Pedreiras :centraliza também .as .atividad~s comer-
nômico regional, verificando-se apreciável exporta- ciais regionais. O crédito indispensável à insta-
ção de amêndoas de babaçu. .lação das ·explotações .agrícolas é fornecido pelo
Banco e, em muito maior escala, pelas firmas
ALGODÃO comerciais . A cidade reflete na sua atividade, o
Arroz Milho
MUNIClPIOS
(saco 60 kg) (saco 60 kg) Arbóreo H erbáceo progresso e a vitalidade desta área agrícola do
a~ba a rrõba
Mearim .
Bacabal ..... .... ..... 600 000 320 000 610 000 - Bacabal, Ipixuna e Vitorino Freire devem
Ipixuna ... ....... ·... . 194 900 4 500 - 390 300
também ser citadas, pois, participam, pelo seu co-
Pedreiras .... ..... . ... 260 000 80 000 190 000 -
P.indaré Mirim .... . ... 12 800 7 000 - 9 900 mércio e po~ suas indústrias de beneficiamento,
Vitorino Freire ... . . . .. - - - -
do progresso .regional.
Feijão Mandioca
Cana-de- Outra paisagem é a do vale do Itapecuru,
MUNIClPIOS -at~car
(saco 60 kg) (toneladas)
(tonelad as) . onde a marca da ocupação humana se imprime com
menos .vigor. Ainda se conservam as grandes pro-
Ba ca bal .... ....... ... 13 7oo 10 550 12 500
priedades remanescentes das sesmarias dos tempos
Ipixu na .... .......... 1 950 21 450 21 000
P edreiras . .•... .... . .. 16 009 4 750 43 200 coloniais e que concorreram, pelo trabalho dos seus
Pindaré Mirim .... .... 1 500 5 845 890
Vitorino Freire ........ - . - - negros escravos, para a prosperidade agríco'ta do
Maranhão dos séculos XVIII e XIX .
FONTE: Serviço de E statística da Produção, Ministério da
Agricultura . Dados de 1953 . Hoje praticando a explotação de côco baba-
çu, tem a agricultura como atividade secundária,
A alta produção agrícola é o resultado do tra- assim como a criação de gado bovino . As grandes
balho não só dos fazendeiros com seus "agregados'' fazendas que se espalham em forma dispersa pe-
como principalmente de numerosos posseiros das las colinas e "inselberge" cobertas de cerrados de
terras estaduais. Caxias e Codó reúnem em suas sedes pequenos aglo-
O sistema de rotação de terras é a forma ge- ·m erados de população rural-.
neralizada de exploração da área agrícola . Como Sempre situada nas proximidades dos rios e
na outra zona estudada, após um ano de cultivo, as riachos onde crescem densos babaçuais, e ·onde os
terras são abandonadas à capoei.r a que se recons- solos são melhores, a sede da propriedade é um pe-
titui nos 5 a 6 anos subseqüentes . queno núcleo de população concentrada . A casa
O dinamismo e a rapidez de ocupação de ·mui- do fazendeiro, no mais das vêzes absenteísa, ha-
tas das áreas florestais das margens do Mearim bitante de Caxias, São Luís ou Teresina, é construí-
tem tôdas as características do avanço pioneiró em da em alvenaria e coberta de telhas de canal,
outras regiões do Brasil . Os troncos queimados sempre ampla e cômoda, com pequeno jardim ao
misturam-se nas roças com as lavouras associadas lado e pomar ao fundo. A "loja", onde funciona
de cereais, mandioca e algodão enquanto nas pro- a .venda que fornece aos "agregados" além de man-
ximidades, erguem-se as rústicas casas de palha.dos timentos, as roupas, os utensílios e as ferragens, e
posseiros. mais a casa do administrador fazem parte do con-
A ocupação se adensa mais ao longo dos rios junto melhor edificado da fazenda .
que, ainda, não perderam sua· importância como O curral, de proporções modestas, o barracão
meio de ligação entre os lavradores dispersos e os de taipa e palha onde se realizam as feiras domi-
centros de comércio . nicais e, por fim, as nl,lmerosas casas dos "agrega-
O principal centro regional é Pedreiras dos", extremamente pobres, também de taipa e pa-
(7 185 hab.). Servida por boa rodovia que a põe lha completam o conjunto residencial da fazenda
em comunicação com o vale do ltapecuru .e daí itapecuruense, que sempre forma um . núcleo aglo-
com as capitais dos dois -estados do Meio Norte, merado de po~ulação . ·
ela concentra grande parte da produção local pa- Ainda pelo meio dos babaçuais agrupam-se
ra o beneficiamento . A cidade conta com cêrca de outras casas de "agregados", pois não estão tôdas -n a
40 usinas de descascar arroz, numerosos descaro- sede, e aqui situam-se próximos às roças. Elas
çadores de algodão, além de uma fábrica de ól~ sempre se aglomeram, . pois, a necessidade de
de babaçu e de sabão. auxílio mútuo ,obriga-os a viverem em grupos
Com uma agência do Banco do Brasil e nu- de vizinhança . Na sua extrema pobreza, impos-
merosas firmas de compras de gêneros agrícolas, sibilitados de pagar qualquer assal~riado, recor-

196
Estado do. Piaui Municfpio de MIGUEL ALVES
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( 1o• - 3 k•)
lllta Oka 5
rem ao uadjunto", à troca de dias de serviço, em paga menores preços que os comerciantes locais.
que o beneficiado apenas fornece a refeição do dia Vivendo uma vida de extrema miséria. e!tá
e se obriga a prestar também um dia de serviço sempre em d~bito para oom o patrão, que lho
aos companheiros. fornece adiantamento para instalar a roça, débito
Comumente, as roças são abertas dentro dos que nunca consegue saldar, pois, também na aua
babaçuais, erguendo-se as palmeiras do meio das ''loja" 6 que se aba.tece pelo sistema de vales . Os
plantações de arToz, milho, mandioca, algodio que produtos de sua maltratada lavoura e de sua eco-
ae maturam na maior desordem . A localização das nomia de coleta não são suficientes para libertá-lo
roças dentro da paisagem ~ sempre a mesma : econômicamente.
ocupam as vE\rzeas e os margens de rios, por sua Vivendo em condições extremamente precá-
maior fertilidade . O alto das colinas e os pequenos rias. morando ~ssimamente, sujeitos ao imp:lludis-
11
inselberge'.. com as suos fonna'ções de cangas e os mo, ainda, endêmico no vale, sem escolas, sem as-
depósitos de "ranas'' permanecem, como á reas de sistência religiosa, sem assistência méd ica, subali-
criação extensiva de gado. mentados, constituem uma população miserável e
O uso da terra é pago pelo "agr~gado" em pro- de baixo índice de produtividade.
duto, geralmente o arroz, por seu maior valor co-
Faz parte, ainda, da população das fazendas
mercial.
itapecuruenses que praticam a criação de gado, o
Como os solos empobrecem ràpidamente, a
vaqueiro que com seu "uniforme" de couro: o gi-
roça s6 ocupa a terra um ano, como nas outras
bão, as perneiras, os cninelos e o chapéu completam
áreas estudadas, deslocando-se dentro da proprie-
os tipos humanos regionais . Como no Nordeste
dade no maior nomadismo . D isto resulta uma ins-
recebe êle, ainda. pelo sistema de "sorte", de· qua-
tabilidade acentuala ,para o "aeregado", que tem
tro bezerros que nascem um lhe pertence.
com o proprietár1o apenas contratos anuais . P lan-
tando, sobretudo, para subsistência, o proprietário Na região já estli se verificando a introdução
é o comprador obrigatório do excedente dos gêneros do zebu, numa tentativa de melhoria. dos rebanhos
agrícolas produzidos . de gado crioulo . O gado criado na área em estudo
É o "agregado" também que explora a pal- abastece não só os numerosos núcleos urbanos ai
meira babaçu sempre presente na paisagem. Com situados como também São Luis .
ela constrói a sua precária habitação, em geral, tôda Na economia regional, o algodão tem também
de palha, com ela faz as cêrcas de talos para suas importância, sendo os municípios de Cod6 e Ca-
roças, dela tira o óleo para alimentação, o óleo para xias os maiores produtores . Quase tôda a produ-
alumiar, e dela vem a sua maior fonte de renda : ção do vale é consumida pelas fábricas de ftação
a amêndoa. Todo o grupo familiar coopera na e teeelagem situada! naquelas cidades.
explotação do côco .
Também o arroz 6 outro produto agrícola que
Feita durante o ano todo, a coleta mais se in- 6 objeto de ativo comércio no Itapecuru. Caxia"S
tensilico nos meses da estiagem de julho a novem- é o segundo produtor maranhense .
bro. Amontoado o côco em meio aos babaçuais ou
Regime diferente domina nas áreas de terras
trazido para a casa 6 êle •quebrado, geralmente, pe-
do Estado. A cxplotação se f raciona entre ~ pos-
las mulheres, "as quebradoras de côco", fi&lJra sem·
seiros, individuos sempre de poucos tee\lt'SOS. A
pre presente nas regiões de babaçu com seu saco
de palha, o machado e o macête às costas. populaçJo se adensa consideràvelmente e se aglo-
A quebra do c6co é feita de fonna ainda mui- mera em numerosos povoados ruraí$, chamados em
to rudimentar, o que prejudica freqüentemente a algumas á.reas de "centros". É o que acontece em
integridade das amêndoas . Colocado o ccko s6bre parte do município de Caxias, no município de Dom
o gume do machado ~ ~te quebrado por um golpe Pedro, na área florestal vizinho a Coroatá, em Con-
do macête . ceição, e em Pau de Estôpa. Além da explotação
As crianças também colaboram nesse serviço do babaçu praticada por todos os posseiros, ovulta
fazendo o amontoamento das amêndoas e ~judan­ a produção agrícola, aparecendo sempre o arroz
do no ensacamento ou no acondicionamento em como produto mais valorizado.
cofos. Como no Mearim, o arroz além de atender
Os "agregado1" vendem obrigatoriamente sua ao consumo reJional, atinge valores elevados de
produção ao dono da terra que, naturalmente, exportação paro São Luis, Teresina e Fortaleza.

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Estado do Piaui Municipio de BARRAS
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(1cm~4km)
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Município do Teresina - Piauí (Foto C .N.G. 3543 - T.].)

Teresina, uma das mait novas c.a pitait do Brasil, foi fundada no ano de 1852,
substituindo Oeiras, a antiga capital da província.
Situada na chapada do Corisco, de relêvo suavemente ondulado, a cidade
foi construída sôbro um terraço fluvial a salvo das cheias, na margem diJ"eita do
rio Parnaíba.
A fotografia ilustra um aspecto do centro comercial da cidade . ll: servida pela
Estrada da Ferro São Luís- Teresina e por boas estradas de rodagem que a ligam
a diversas cidades do Piauí e mesmo aoa estados vi:linhos . (Com. L . C . V . )
Arroz Milho Feijlo Man- Tôdas as cidades do vale acham-se também
Al&odlo Cana di oca
MUNIC!PIOS (t aco (aaco (aaco
60 k&)
(arrOba)
60 kg)
(tone-
ladael 60 kc l (tone· ligadas às duas capit ais por linhas aéreas : Consór-
ladas)
- -- - - -- -- -- - cio Real-Aerovias S . A. e Emprêsa de T ranspor-
Caxias .............. ...
Cod6... . ..............
341 300
240 750
113
140
900
000
66 300
18 320
6 530
3 650
57 300
2 540
4 !1!11
20 532 tes Aéreos do Brasil S . A . Por sua posição geográ-
C oroaÚI .. . ............ 134 600 20 900 109 400 1 440 23 300 14 260
Itapecuru-Mirim ........ 170 000 7 500. as ooo 1 soo 1 000 21 620 fica entre as duas capitais, o vale do Itapecuru,
T imbiru ............... 35 000 500 a ooo I 100 66!1 1 805
está fadado a um futuro promissor .
FONTE: Saviçco de Eetatfetiea da Produaco, Mlniet~rlco da Aarlcultura
Oadoe de 1!153' O grande desenvolvimento da at~vidade de
coleta do babaçu, base de sua economia, teve, sem
Pelas facilidades de ~xportação, graças a um dúvida, causa nessa possibilidade maior de expor-
sistema de transportes considerado razoável para tação da amêndoa. Cêrca de 50% da produção
os quadros regionais, o vale do Itapecuru apre- total da planície cabe ao vale do Itapecuru .
senta possibilidades de maior desenvolvimento E ssa área apresenta também· uma vida urba-
econômico, embora as técnicas · de produção se na mais importante que as demais zonas mara-
ressintam do . espírito rotineiro e predatório que nhenses . Nas cidades aí situadas vamos encon-
. caracterizam a sua economia. trar uma atividade industrial relativamente desen-
A Estrada de Ferro São Luís-T eresina ( 4 71 volvida, sobr-etudo no setor da indústria têxtil, que,
km) , serve o vale na sua parte intermédia entre as juntamente c om a produção agrícola de arroz e
duas capitais do Meio Norte. Essa estrada foi algodão, a atividade pastoril e a explotação do ba-
construída por partes sendo a primeira inaugurada . baçu, já estudadas, formam os elementos básicos
a que liga Caxias à margem do Parnaíba em Timon da economia itapecuruense .
(antiga Flores) . ~sse trecho data dos primeiros
Entre os aglomerados urbanos, Caxias é, in-
anos da República ( 1895) .
contestàvelmente, o mais importante, podendo ser
O trecho São Luís-Caxias foi somente com-
considerado como a capital regional do vale . De-
pletado em 1920, sendo ·q ue a ponte sôbre o Par- vem ser citadas também as cidades de Coroatá e
naíba que liga os dois estados do Meio Norte só Codó, de importância equivalente .
foi .construída muito mais tarde .
Caxias ( 14 44 5 hab. ), situada à margem
O traçado da ferrovia, seguindo o fundo do direita do Itapecuru, adquiriu grande destaque na
vale do Itapecuru, limitou extremamente a sua região, graças à sua posição como nó de comunica-
função e encareceu, sobremodo, o custo de cons- ção, que a fêz concentradora dos produtos regio-
trução pela necessidade de se erguerem dezenas de nais . Situa-se ela também no têrmo da navegação
pontes sôbre os numerosos afluentes, assim como franca no Itapecuru. Antigamente, a navegação
tornou o leito sujeito a inundações nas grandes regular que se fazia nesse rio tinha Caxias como
enchentes do rio . ponto final .
Outra teria sido a importância econômica Hoje a navegaç.ã o a jusante ·de Caxias desa-
desta estrada se tivesse sido. construída sôbre o pareceu, poré~, a circulação fluvial ainda se faz
divisor Itapecuru-Mearim (como fôra inicialmente entre Caxias e Colinas, na direção de montante.
projetada) de modo a complementar a navegação Naquela cidade se dá o transbordamento das
fluvial realizada nesses dois rios . mercadorias descidas pelo rio, para a estrada de
As suas deficiências de ordem técnica so- ferro . Originou-se ela de aldeiamentos de ín-
mam-se a insuficiência e a precariedade do material dios Timbiras ou Gamelas, tendo os jesuítas no
rodante . século XVII aí instalado os núcleos missionários
Apesar dessas restrições, numa área inteira- de São José e de Nossa Senhora da Conceição das
mente destituída de vias de transporte, a São Aldeias Altas, que constituíram o aglomerado ini-
Luís-Teresina tem alguma importância na vida cial que deu origem à cidade atual . J á em 1811
econômica regional . foi-lhe dada a prerrogativa de vila, passando a ci-
No setor rodoviário, apenas uma estrada re- dade em 1836 .
centemente construída em boas condições técnicas,· A função comercial logo se desenvolveu como
liga Codó a São Luís . O trecho dessa mesma ro- uma das bases da vida urbana, comércio que se
dovia que vai de Codó a Teresina e que está ainda fazia com as cidades do sertão maranhense, com
em construção, permite o tráfego de caminhões o P iauí e mesmo com o extremo norte de Goiás no
que se processa já de forma regular . início do século atual .

:1.0:1.
Estado do Piaui Municipio de UNIÃO

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Aeroporto

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( leM-3 km)
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As novas vias terrestres de circulação . aber- rosas firmas compradoras de babaçu e gêneros agrí-
. tas a partir de Teresina e Floriano em direção colas.
do Nordeste capturaram grande parte do co- Coroatá ( 4 970 hab.) é outra cidade do vale
mércio das cidades sertanejas integrantes da zona que se desenvolve, sobretudo, por sua atividade
de influência comercial de Caxias . ltste fato veio, comercial, à margem do Itapecuru e da via férr~a .
sem dúvida, prejudicar o maior desenvolvimento Por sua posição, como ponto de partida das
da cidade. No eritanto, ela ainda ·é o mais impor- ligações entre os vales do Itapecuru e do Mearim,
tante centro comercial do vale . Coroatá certamente terá cada vez mais firmada a
A atividade industrial é outro aspecto fun- sua condiç~o de importante núcleo comercial .
·d amental da cidade. Nas duas últimas décadas do Já a estrada de rodagem que a liga a Pedrei-
século passado, pela proximidade · da matéria-pri- ras e Bacabal, no Mearim, está canalizando parte
ma, foram instaladas nada menos de quatro fábri- d~ produção agrícola dessa próspera área para o
cas de tecidos na cidade e seus arredores : a Indus-
beneficiamento e a exportação em Coroatá de onde
trial Caxiense ( 1883), a União Cax'iense ( 1889),
parte com destino aos mercados consumidores do.
a Manufatora (1893) e a Sanhoró ( 1893 ), das
Pia~í e do Nordeste, pela ferrovia.
quais subsistem três.
Quando se concretizar a construção da estra-
Essas fábricas consomem o algodão produzi-
da de ferro que deverá ligar Coroatá, no· vale do
do no vale, sobretudo, em Colinas, Buriti Bravo,
Itapecuru, a Pedreiras no Mearim, depois ao Gra-
P assagem Franca e no próprio município . Rece-
bendo-o em estado bruto, o beneficiamento é feito jaú e ao vale do Tocantins - ~tigo anseio dos
nas próprias fábricas . Ainda com maquinaria an- que labutàm pelo progresso maranhense - mais
tiquada os produtos elaborados são de tipo gros- se firmará Coroatá na posição de entroncamento
seiro: brins, risc~dos, morins, algodõesinhos e se de estradas, garantia certa de estabelecimento de
destinam principalmente aos · mercados do Pará e um grande centro comercial.. Já a ligação de Co-
Amazonas . Também para o Ceará são exportados roatá com Peritoró por via férrea está terminada,
os tecidos c.axienses, P<>rém, em menor escala. embora não ainda em tráfego.
O q'u adro das indústrias de Caxias se comple- As vias de circulação existentes garantem
tam com uma fábrica de óleo de babaçu e sabão, a Coroatá o contrôle do abastecimento em produ-
fábricas de calçados que trabalham com solas e tos manufaturados de vasta área do . Itapecuru e
couros preparados, em parte, nos curtumes do mu- Mearim, assim como a concentração da produç.ã o
nicípio, fábricas de bebidas, móveis, mosáicos, além de amêndoa de babaçu e de. produtos agrícolas da
dos estabelecimentos destinados ao beneficiamento região, vizinh~, destinados à exportação.
dos produtos agrícolas locais : usinas de arroz e de Ainda uma referência deve ser feita a Codó,
milho e descaroçadores de algodão . outro núcleo urbano importante do vale do !tape-
A atividade industrial na cidade luta com sé- curo. T ambém tem uma função comercial signi-
rios obstáculos, dos quais ressaltam os da energia ficativa e foi mesmo essa atividade que deu origem
e da mão-de-obr~ . Devido à escassez da energia à cidade . Sua primeira construção foi um depósito
elétrica tôdas as fábricas procuram solucionar o de mercadorias, destinado ao armazenamento dos
problema com a instalação de geradores próprios . pro9utos agrícolas e pastoris, procedentes dó inte-
Quanto à mão-de-obra o problema se ap~esenta sob rior e que deviam ser condt.izidos por via fluvial
tríplice aspecto: escassez, inabilidade e inc~nstân­ para a capital e outras cidades ribeirinhas . O in-
cia . Tais óbices não possibilitam um maior desen- cremento do tráfego fluvial levou ao crescimento
volvimento da atividade industria~ na cidade e di- da novel povoação que foi elevada a vila em 1853 ·
ficultam mesmo a manutenção das fábricas já es- e a cidade em 1896.
tabelecidas . Além de um comércio bem desenvolvido tem
Sua posição como nó de comunicações pro- a cidade também. uma atividade industrial, sendo
vocou também o desenvolvimento de funções se- a indústria de maior vulto a têxtil, de propriedade
cundárias, como a função cultural e a sanitária. No da Companhia Manufatureira e Agrícola do Mara-
entanto, a função comercial embora muito menos nhão . Criada na mesma época que as de Caxias
imp~rtante que no passado, é ainda hoje a prin- essa fábrica também produz ·apenas tecidos
cipal da cidade, mantida como é por uma agência grosseiros, destinados aos mesmos. mercados já
do Banco do Brasil, uma casa bancária e nume- referidos.
Estado do· Piaui Munidpio de JOSÉ DE FREITAS

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A área que se estende do rio Itapecuru para rendo numa área de clima mais sêco, dão caracte-
o norte, ou seja, a parte nordeste do Maranhão, ca- rísticos distintos à ocupação humana nas margens
racteriza-se pela topografia tabular das chapadas piauiense e maranhense do Parnaíba .
baixas, onde a vegetação de campos cerrados do- Na margem piauiense, por imposições d êsse
mina a paisagem vegtal. Emoldurada pelos vales clima sêco, a distribuição das casas rurais e das
dos dois grandes rios : o Itapecuru e o Parnaíba e culturas é sempre a mesma: ocupam as baixa-
pelo oceano, essa área forma uma paisagem dis- das e as margens aluviais dos rios e ribeirões,
tinta dentro da planície maranhense. onde os solos mais úmidos e mais argilosos podem
Com solos muito arenosos e localizada numa ser postos em cultura . São estas as áreas m ais
zona onde a meno~ pluviosidade e a acentuação humanizadas dentro da paisagem monótona dos
da estação sêca prenuncia a proximidade do Nor- cerrados que caracterizam o revestimento vegetal
deste, não oferece as mesmas possibilidades de da região . Outro fator, ainda, a determinar a loca-
aproveitamento agrícola que as outras áreas consi- lização dos habitantes rurais nas áreas mais baixas
deradas . Daí, a maior rarefação da ocupação rural é a presença invariável, aí, dos carnaubais .
e a pequena importância econômica dos aglomera- A sua explotação constitui uma das ativida-
dos urbanos . des de maior importância na planície parnaibana .
A atividade extrativa é, ainda aqui, a base da Na margem maranhense, condições de clima
economia regional. Além do babaçu, cuja explota- mais úmido tomam perenes todos os afluentes do
ção é feita sempre pelos mesmos processos rotinei- Parnaiba e. libertam a ocupação humana da loca-
ros considerados, dominando nos vales do Munim lização exclusiva nas áreas baixas . A explotaç.ão
e de seus afluentes: Prêto e Iguará, a cêra de car- do babaçu ainda domina no quadro da coleta ve-
naúba já aparece nesta área como produto de ativa getal.
coleta . A sua dominância na economia coletora No baixo curso do Parnaíba, no lado mara-
acentua-se à medida que se avança para o vale do nhense, a baixada se alarga muito para oeste com
Parnaíba . rios extensos como o ~acuri, o Mariq ue e o Magu,
A agricultura quase sempre praticada nos que se expandem nas proximidades do rio prin-
vales e baixões, de solos mais úmidos e argilosos, cipal em bacias lacustres extensas . As lagoas, os
tem um caráter de subsistência, destacando-se o rios perenes e as zonas alagadiças, dão aspecto di-
arroz como o produto. mais cultavdo, desde que ferente a uma e outra margem .
êsse cereal constitui a base da dieta alimentar A acentuada horizontalidade dos sedimentos
maranhense . faz com que a planura ainda seja aqui a feição to-
Nos tabuleiros arenosos, próximos ao litoral, pográfica dominante na paisagem .
no interior dos municípios de Tutóia, Barreirinhas, Apesar de ser uma área pouco extensa, a pla-
Primeira Cruz, Humberto de Campos e Icatu, a nície parnaibana, pela importância que teve o seu
farinha de mandioca apresenta valores expressivos rio durante mais de século, penetrando profunda-
de produç.ão, servindo não só ao abastecimento mente nos chapadões interiores das terras do Meio
local, como sendo objeto de exportação para a ca- Norte e servindo como artéria vital nas comunica-
pital do estado e, ainda, para o Piauí e o Ceará . ções, goza de situaç·ã o preponderante no conjunto
Nas extensas chapadas planas, a criação ex- do estado . As condições acima apontadas fizeram
tensiva de gado bovino é feita exclusivamente para com que aí crescessem as duas principais cidades
o consumo da população local. piauienses: Parnaíba, importante centro comercial
No seu conjunto, essa área tem pequena ex- na zona litorânea, ao qual já foi feita referência, e
pressão econômica dentro do Meio Norte. Teresina, construída para capital administrativa,
Como última zona a destacar dentro da pla- função esta trazida de Oeiras, cidade inteiramente
nície do Meio Norte surge o vale do Parnaíba, onde excêntrica em relação ao eixo de circulação vital
a baixada que ladeia o rio desde Amarante até o da Província no século passado .
delta, apresenta-se apertada entre as elevações da Realmente, o vale do Parnaíba n ão se destaca
serra de Ibiapaba, a leste, e as chapadas baixas dentro dos quadros econômicos estaduais por altos
do M aranhão, a oeste . valores de produção agrícola ou pastoril .
Na planície pamaibana do Piauí, aparecem É o próprio rio o principal fator a caracterizar
como principais afluentes do grande rio, o Longá a zona pela sua função como escoador das riquezas
e o Poti, que com seus cursos intermitentes, cor- regionais . Mesmo, nos nossos dias, em que a aber-

206
Estado do Piauf Munlclplo de TERESINA

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tura de caminhos terrestres de circulação criou no- Como se vê, as áreas rurais apresentam valo-
vas condições de transportes, ainda a navegação no res populacionais dominantes em todos os muni-
Parnaíba é feita com regularidade·. cípios. Conseqüentemente, as atividades exercidas
No seu alto curso, como será referido mais por essa população mais numerosa domina no qua-
adiante, êle ainda é o caminho natural de escoa- dro econômico regional.
mento dos produtos exportados . Na ·planície par-
A economia coletora, como tem sido assina-
naibana a pequena agricultura (cereais, cana, fu-
lado para outras áreas da grande planície do Meio
·m o) destina-sê ao consumo regional, assim como a
Norte, é também aqui a atividade que fornece os
criação de gado bovino serve, sobretudo, ao abas-
produtos mais valorizados comercialmente.
tecimento dos aglomerados urbanos locais, dos
quais sobressaem Teresina e Parnaíba como gran- No entanto, prevalece sôbre ·a explotação do
des mercados de consumo . Desta forma não atin- babaçu até então dominante, a extração da cêra
gem valores capazes de destacar econômicamente de carnaúba . As características climáticas regio-
a zona. nais; em que a estação sêca se acentua, até criar,
Somente a economia de coleta dá à planície por vêzes, problemas quanto à economia de água
do P~maíba P,rodutos comerciais de exportação: a para as atividades agrícolas, para a manutenção
cêra de carnaúba, as nozes de tucum e, ainda, as dos rebanhos e pará o abastecimento das popula-
amêndoas de babaçu, mais abundantes nos muni- ções, fazem aparecer na paisagem vegetal a carnau-
cípios maranhenses. beira, elemento de riqueza para essa área e, de
Sob o ponto de vista demográfico esta área modo geral, para todo o Piauí .
apresenta um certo equilíbrio. Se há alguma emi- Se não é na planície piauiense que vamos en-
gração para a zona agrícola do Mearim verifica-se; . contrar os mais altos valores de produção do es-
por outro la9o, um incremento populacional resul- tado, alguns múnicípios apresentam totais eleva-
tante do afluxo de cearenses por ocasião das· gran- dos, como José de Freitas ( 127 900 kg), Luzi-
des sêcas. O crescimento vegetativo que· alcança lândia ( 44 895 kg), Batalha (35 238 kg) e Barras
valores altos assegura à zona, em aprêço, um saldo ( 32 819 kg) .
favoráv~l no total populacional . O sistema mais freqüente de explotação da
É geral o predomínio dos quadros rurais sôbre cêra . de carnaúba consiste no arrendamento dos
os urbanos . Excetuando-se as duàs cidades cita- carnaubais, pagando o rendeiro determinada quan-
das, as demais· aglomerações não ultrapassam os tidade de arrôbas pelo total explotado . Geral-
4 500 habitantes, sendo que muitas delas são fun- mente de cinco arrôbas, três pertencem ao pro-
cionalmente de natureza mais rural que urbana . o prietário das terras .
O quadro abaixo mostra a situação por domi- Para o corte das palhas ( fôlhas) serviço pe-
cílio da população da planície pamaibana, segundo sado e, às vêzes, perigoso, são comumente, contra-
o recenseamento de 1950. tados assalariados .
P opulação Nas outras fases de preparo da cêra todo o
P opulação
MUNIC%PIOS urbana e rural grupo familiar coopera . Os menores, freqüente-
suburbf!na
mente, colaboram no trabalho de "riscar" as palhas
PIAUl com pequena faca, preparando-as para a secagem.
Altos .. . ....... o • • •••••••• o o ••••••• • •• 3 645 14 774
B arras .. ........ ... . . ...... . ........ o. 2. 197 27 091 O trabalho de espalhar as palhas para secar ao
B at alha . . . ...... . ...... .. ......... . . 1 482 11 434
Beneditinos .. . .. . .......... o • •• · o •••••••
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751 14 351 sol em terrenos adrede preparados é geralmente


B uriti dos Lopes ..... .. ·.... .. .... . .... o 578 26 251 feito por adultos, assim como o amontoamento das
E sperantina . ..... . ..... . ............. . 2 331 14 967
]os~ d e Freitas . .... .... . . . ...... . .... . 1 971 13 790 palhas sêcas em feixes e o transporte para o bar-
LuzilAnd ia .. .. .. . o •••••••• o ••••••• • ••• • 2 063 22 628
M iau el Alves .... .... o ••• o o o o •• o • o o •••• 4 426 17 392 racão.
P almeiras ..... o •••• : • ••• o •• o ••• •••• ••• 554 8 065
P Orto .... ....... .. .... . . . . ......... o •• 813 9 194 &te, construído _todo em palha, é feição ca-
São Pedro d o Piaui . .. ... ... 1 653 21 681
Teresina . .•. •... .. . ....... . ...
o ••••••

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51 418 39 305 racterística ~as áreas de explotação dos camaubais.


União ..... ....... o ••••• • o. 0 ' • ••••• • •• •
3 198 24 286 Com um pequeno puxado aberto na frente, onde
MARANHÃO
Brejo . .. .. •.. •. . .. .................. .. . 2 551 13 455
trabalham ao aJ;>rigo do sol os que "riscam" a palha,
Buriti .... • . ...... . .. ... . .............. 1 325 14 825 tem o barracão na parte posterior fechada por ta-
Coelho Ne to . ..... ... ..... .......... . . . 610 15 595
P amarama . . .... . . .... o. o o o ••• • •• • • •• o 540 21 701 pumes, o compartimento onde amontoam até o
Santa Quit~ria do M aranhão . . .... . . . . . . 913 11 430
São Bernardo .... . .. ... o •••• • • •• ••••••• 872 9 849 teto os feixes de palhas sêcas . Logo à entrada, em
T imon .. .................. . . . ........ . 2 760 11 575
pequena área ladrilhada, é onde se procede a ba-

2.08
Estado do Piaui Município d e ALTOS

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tida para a extração do p6. Primeiro é batido o é comum deixarem-se os campos em repouso como
pó do "ôlho" ( fôlhas mais novas) depois o da pastagem para os animais da propriedade, pois,
p~ha. . que na sua quase totalidade as fazendas praticam
A cêra proveniente do "ôlho" tem muito ao mesmo tempo a agricultura e a pecuária, mas
maior valor comercial, por sua melhor qualidade . não como atividades associadas . As roças domi-
Geralmente a "cêra flor" é preparada nas "fábri- nam nas áreas das matas marginais aos rios, sendo
cas", enquanto a "cera parda" das palhas é prepa- também aí mais numerosas as habitações rurais
rada pelos J)róprios extratores em rústicos apare- melhor construídas e de aspecto mais confortável
lhamentos ou por negociantes- lojistas, compra- que as do Maranhão .
dores da mercadoria. O gado em criação extensiva tem os cerrados
No mais das vêzes, as fábricas de prensagem como a sua maior área de pastagens .
da cêra pertencem a donos de carnaubais . O valor • O tipo de habitação rural característico é a
atual da "cêra flor" é de 1 800 cruzeiros, enquanto casa de taipa (pau-a-pique) freqüentemente, bar-
a 44cêra parda" atinge somente 650 cruzeiros por reada na parte exterior e com a palha da carnaúba
arrôba nesta área . usada exclusivamente para a cobertura.
De modo geral, a explotação da carnaúba As funções agrícolas .nas propriedades da pla-
as~ume um caráter mais organizado e menos im- nície parnaibana são exercidas em menor número
provisado q~e a do babaçu . É uma explotação que pelos arrendatários e mais comumente pelos "agre-
exige maior dispêndio de trabalho, maior organiza- gados" e "moradores" . Os primeiros pa&am a renda
ção na distribuição das tarefas e alguma disponibi- em espécie, enquanto os agregados o fazem em
lidade em dinheiro para a instalação do barracão, produtos (uma quarta de 33 kg dé legumes por
onde muitas vêzes, são utilizadas máquinas para a "linha" de roça) (3 025 m2 ) . Freqüentemente,
extração do pó, e as prensas . as condições de agregada exigem que o lavrador
Como 14tiradores de palha" são, quase sempre, trabalhe determinados dias nas roças do patrão
contratados os "agregados" das fazendas próximas, como assalariado . Os que pagam a renda em di-
assim como pequenos proprietários que não tendo nheiro são mais independentes no tocante à comer-
trabalho a executar nas suas roças, conseguem cialização dos produtos da lavoura, que podem ser
com a atividade de coleta, na safra de cêra, aumen- vendidos a intermediários, enquanto os 4'agregados"
tar um pouco suas rendas . obrigatoriamente o fazem ao proprietário, sempre
A atividade extrativa estende-se de outubro com diferença nos preços .
a fim de fevereiro, dividida em dois períodos: o pri- É geral na reg~ão a necessidade de crédito
meiro corte, de outubro a dezembro e a "soca", de agrícola para o maior desenvolvimento das cultu-
fevereiro a março . ras . O dinheiro necessário ao custeio da lavoura,
Embora o rendeiro dos carnaubais tenha à compra de sementes e ferramentas e à alimenta-
maior liberdade na venda do seu produto extrativo ção é somente fornecido por comerciantes e com-
aos comerciantes,· em muitas propriedades é êle pradores de gêneros agrícolas, aos quais os lavra-
obrigado, como no caso do babaçu, a vender exclu- dores estão sempre presos, pois, nunca conseguem
sivamente ao proprietário, sempre por preços infe- saldar suas dívidas . A ausência de financiamento
riores aos cursos normais . por parte de órgãos governamentais, a falta de
Os tucunzais que são objeto também d~ ativa assistência técnica são, em grande parte, responsá-
coleta são explotados da mesma forma por ren- veis pela pobreza agrícola regional .
deiros. Na área estudada, verifica-se que, para mon-
São estas atividades de coleta e, mais a do tante de Teresina, em São Pedro do Piauí, Água
babaçu, que asseguram a maior renda aos muhicí- Branca e Amarante, a agricultura se apresenta com
pios da planície parnaibana . . mais altos valores de produção, sendo freqüentes
A atividade agrícola sempre feita pelo pro- na paisagem as roças que se sucedem, muitas sob
cesso de rotação de terras, comum em todo o Meio os carnaubais e babaçuais . A população rural se
Norte, ocupa a área cultivada apenas por um ano adensa bastante e, muitas vêzes, se aglomera em
com as roças, em que as lavouras de milho, feijão, pequenos povoados.
mandioca e arroz se misturam desorde~adamente . Além das culturas citadas, a cana-de-açúcar
Como a criação de gado bovino tem aqui ocupa maior extensão na área cultivada. As lavou-
maior importância que em outras áreas estudadas, ras de cana trabalhadas em meiação têm o seu

210
Estado do Piaui Munlclplo de BENEDITINOS
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produto destinado à transfotmação em rústicas en- da então Província em 1851. Juntamente com
genhocas, a maioria, ainda de tração animal. A Belo Horizonte e Goiânia, são as únicas cidades do
rapadura e a aguardente ;~ão divididas entre o Brasil especialmente construídas para capitais.
meeiro e o dono da terra que possui também o en- A necessidade de transferência da capital si-
genho. Apenas para o consumo local são destina- tuada em Oeiras, antiga vila da Mocha, se fizera
dos êsses produtos . patente já aos primeiros governadores da Capita-
Tendo apresentado em largos traços as ca- nia do Piauí . A desvantagem da localização da ca-
racterísticas da economia regional, resta fazer uma pital em tão grande distância do mar, a cêrca de
referência aos núcleos urbanos aí situados. Em 30 léguas do rio Parnaíba, que se tomara o eixo
geral, as pequenas cidades da região têm impor- econômico da então Província, e mais a sua loca-
tância apenas local. Nelas :;;e instalaram as indús- lização numa região de difícil acesso e relativa-
trias de beneficiamento dos produtos vegetais, en- mente pobre em recursos naturais, impôs a sua
tre os quais os mais importantes são as usinas de transferência .
descascar arroz e as prensa~. de cêra de carnaúba. Foi lembrada, inicialmente, a cidade de Par-
Algumas delas bem servida:~ por estradas carroçá- naíba, muito bem situada em relação ao comércio
veis destacam-se nessa funçiio, como Barras (2 197 marítimo e já próspero centro comercial. Porém,
hab. ) , Luzilândia ( 2 063 hab . ) e São Pedro do a sua grande distância do extremo sul fêz com que
Piauí ( 1 653 hab . ) . · não prevalecesse na escolha. Lugares situados
Na planície pamaibana situa-se a capital es- mais no interior foram considerados, como Ama-
tadual do Piauí, Teresina . O seu local foi especial- rante . Mas a lei gue autorizara a mudança não
mente escolhido para nêle ne estabelecer a capital teve execução.

Município de Teresina - Piauí (Foto C.N.G . 3825- T . ) .)

Teresina, especialmente construída para ser capital, é a principal cidade do Piauí e seu maior entreposto comercial, não a~
nat por sua condição de capital mas pela situação que desfruta como ponta de trilhos da Estrada de Ferro São Luís-Teresina e parto de
escala da navegação regular do Pam1 íba. Para ela convergem os produtos do interior e saem os que se destinam à e1rportação.
A população da cidade tem crescido bastante, o que se verifica pela comparação dos recenseamentos de 1940 e 1950 que assina
leram, respectivamente, 34695 e 51 •118 habitantes. (Com. A.S.M .)

213
Estado do Piaui Munfcipio de SÃO PEDRO DO PIAUÍ

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Atualmente a cidade se expande em direção Linhas aéreas comerciais ligam-na com a ca-
às margens do Poti, onde se estabelece a vasta pital do país e outras cidades brasileiras .
zona suburbana em que predominam as modestas Não há dúvida de que foi a facilidade de co-
casas de barro e paÍha da população mais pobre. municações que tém feito desenvolver-se na cidade
Atualmente, à sua função político-administra- a função comercial que é hoje a mais importante .
tiva, Teresina, graças à sua posição geográfica, Por suas ligações diretas com o Nordeste tem
junta importante função comercial que a faz capturado o movimento comercial de numerosas
um dos principais centros comerciais do Estado . cidades do sertão maranhense que antes tinham
Além de se achar ligada ao interior estadual Caxias como seu centro econômico . A ligação
pelas "centrais", rodovias construídas pelo Depar- ferrov iária com o estado do Maranhão pela Es-
tamento Nacional de Obras Contra as Sêcas, estas trada de Ferro São Luís-Teresina foi f;:1tor impor-
estradas a põem em comunicação também com os tante para essa captura econômica . Teresina por
estados vizinhos de Pernambuco e a próspera re- ter sido uma criação artificial reflete êsse caracte-
gião do Cariri, no sul cearense . É a estrada de rístico na fisionomia urbana, onde as ruas largas,
rodagem BR-24 de Oeiras e Picos que assegura essa arborizadas e retas c~zam-se em ângulos retos e
ligação . Ainda outra rodovia liga-a a Fortaleza por onde as construções de linhas modernas dominam
Campo Maior e Piripiri ( BR-22). Desta forma, a o casario urbano .
capital piauiense vê cada ·vez mais desenvolver-se Com uma população estimada em 195 7 de
o comércio interestadual . Ainda no setor rodoviário 110 154 habitantes, a capital piauiense apesar de
acha-se em comunicação com Parnaíba, na zona não ter destaque na produção industrial apresen-
costeira, por uma estrada de ótimas condições ta-se como cidade de futuro promissor, sobretudo,
técnicas. no setor comercial.

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REGIÃO DAS ''CUESTAS''


DOMINANDO quase tôda a su-
perfície do estado do Piauí, a paisagem
de "cuestas" do Meio Norte, por si só,
expressa a grande diversidade geográ-
fica mantida por essas terras e as uni-
dades circunvizinhas . O relêvo mono-
clinal que a caracteriza acha-se limi-
tado, irregularmente, pelas divisões
interestaduais . A leste e ao sul, em
grande hemiciclo, interpõem-se as ser-
ras Grande ou lbiapaba e a de Bom
Jesus do Gurgueia que, no Piauí, con-
trastam com a topografia do Nordeste
Oriental . Temos, portanto, um mode-
lado diferente onde as "cuestas" apre-
sentam as vertentes escarpadas volta-
das para o exterior da bacia. Em dire-
ção ao seu centro, ocupado pelo rio
Município de } aícó• - Piauí (Poto C .N . G . 3526- T . } .)

A região apreaentada na foto eatá enslobada na extensa zona de "cueataa" que abranse quaae todo o eatado do P iauí .
O relêvo é 'ta bular, apesar de serem encontrada• pequenas formas a11imétrlcaa, que estão, porém, ligadaa ~ movimentação daa cama-
da• de aedimentoa. Correaponde a érea disaecada pelo rio Canindé e seus efiuant".
A ve&etação, que é do tipo cerrado, apr-nta eepéclea de mata infiltrada• especialmente na parte maia balza dêst:et vales .
As estradas desta re&ião não ai.o boaa . Deveriam aer criadaa novai e melhoradas as condições das atuaie, para melhor integra·
ção da vida econômica daquela parte do nord"te braallairo . (Com. ] . X . S .)

Parnaíba, as camadas que constituem estas serras série Serra Grande - base de formação devoniana
mostram um fraco mergillho . Nos bordos da bacia, - tem orientação norte-sul, enquanto nos arre-
aparecem formações neriticas: arenitos conglome- dores de São Raimundo Nonato sofre uma inflexão
ráticos, arenitos calcários e folhelhos que evicJ,en- para oeste, completando um grande anfiteatro .
dam a existência no ~eio Norte de grande trans- De um modo geral, pode-se comparar esta
gressão devoniana, quan~o se formou uma vasta grande bacia à de Paris ou à da Gondiwana do
depressão. As serras Grande e Bom Jesus do Gur- sul do território brasileiro .
gueia representam as abas desta nova forma de Examinando-se as formações geológicas sedi-
relêvo . A oeste, os outros limites situam-se entre mentares, fortalecemos a opinião supra, consta-
os rios Turiaçu e Gurupi, no meio da floresta equa- tando-se que as mesmas parecem faixas longitu-
torial . Demonstrando os estratos· das diversas for- dinais-paralelas delimitadas a noroeste pelas pla-
mações um declive médio superior a 1°, aparece nícies cujos terrenos rebaixados de origem recente
também, uma acentuada inclinação nos bordos da não sofreram perturbações como os a que ant~rior­
sinclinal . Devido a forma da bacia, verifica-se uma mente nos referimos, desaparecendo nos seus do-
variação na direção geral das camadas . Assim, a mínios aquela topografia monoclinal da região das
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"cuestas" . Êstes acidentes surgem pelo comporta- rentes fluviais deslocam-se em direção ao centro da
mento desigual das camadas à erosão fluvial e ao bacia . Os cursos dágua, ao sul, afiguram-se subor-
escoamento difuso. dinados em sistema mais ou menos ortogonal pelo
Pode-se observar, possivelmente por estarmos aparecimento de uma hidrografia típica das "cues-
diante qe uma ampla região, a situação diferente tas"- rios conseqüentes, subseqüentes, obseqüen-
dos estratos, dependendo do lugar examinado: tes e resseqüentes .
proeminentes na serra Grande e na de Bom Jesus Ao norte, as correntes seguem outras direçC>es,
do Gurgueia, ao sul de Picos foram totalmente dependendo da presença das fraturas e de outras
carreados, pela influência de processos morfogené- linhas estruturais que cortam as camadas. Teste-
ticos de um clima semi-árido, quando a fragmen- munhos isolados encontram-se em grande número,
tação associada ao trabalho de erosão em lençol de permeio a essa extensa superfície de "cuestas" .
desempenhou relevante importância . Há, por- Nas encostas e nos sopés, com seu perfil caracterís-
tanto, na região de Oeiras e Simplício Mendes um tico, pode-se entrever os "glacis", próprios às re-
relêvo rebaixado por uma série de rios, com regime giões semi-áridas . Aparecem aí pedimentos com
torrencial, que fluem somente durante alguns dias depósitos superficiais denominados "raíias", que
por ano. Ao sul reaparecem, novamente, as gran- provam a existência anterior de um clima mais
des escarpas e "cuestas" imponentes . sêco.
Correspondendo em grande parte a rios conse- A fim de entendermos o relêvo atual seremos
qüentes (Canindé, Poti, Piauí), as principais cor- obrigados a estudar sua evolução em função dos

Município de Paulistana - Piauí (Foto C.N.G. 3351 - T.J.)

Fotografia expreNiva da paisagem do Piaui, pr6xima aos limites com Pernambuco. Treta-se, portanto, de topografia marcada
peles rochas cristalinas, onde a erosão já conseguiu retirar completamente a antiga cobertura sedi~entar. Os e:naissea, traba~ados pelos
agentes erol\ivos, oferecem, atualmente, ao observador, silhuetas levemente onduladas, conforme lle ve ao fundo da foto. Os ~txos enco!'-
trados n.essa região semi-árida, indicam duas procedi ncias: do conglomerado baaal cretáceo - os rolados - e pela fragmentaçao em funçao
dum clima sêco originaram-se as "raiias".
Ao centro, um baixiío é aproveitado para agricultura . (Com. C . R . M .)
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Município de Picos - Piauí ( Foto C.N . G . 3381- T . J . )

Exemplo de região cristalina onde, observando-se com detalhe, percebemos as encostas inclinadas, m uito características . Em virtude
da retomada da erosão e resistência desigual das camadas, evidenciar am-se os afloramentos de algumas rochas metamórficas . Dai, o apa re.
cimento das pequenas cristas . Os vales, nesta região, caracterizam-se pela maior riqueza dos seus solos, possibilitando melhor aproveita·
mento agrícola. Está localízada na periferia de região sedimentar, entre Picos e Paulistana . (Com . C . R . M.)

climas antigos, sem os quais não nos será possível topografia: a direção geral nordeste-sudoeste toma-
explicar também a presença das depressões perifé- da pela bacia, aliada à evolução geomorfológica da
ricas e semi-áridas e das formas residuais elabo- região . Também a estrutura sedimentar, onde
radas ulteriormente. existem camadas de diversas resistê ncias à erosão,
A sucessão de ciclos e epiciclos de erosão permite compreender sua configuração .
ocorrida no passado desgatou profundamente o Entre os flancos pré-devonianos da Serra
Nordeste Oriental, provocando um acúmulo dos Grande, que parecem servir de alicerce à construção
produtos dêste trabalho na grande depressão, situa- da grande bacia sedimentar do Meio Norte, e o rio
da a oeste, isto é, nos terrenos do Meio Norte . Parnaíba, ergue-se um moqelado caracterizado por
Em princípios do quaternário, fenômeno um desnivelamento suave em direção àquele rio .
gliptogênicos de várias épocas reavivaram as No Piauí, o dobramento é marcado, segundo
depressões preexistentes, ampliando-as considerà- Wilhelm Kegel em "Água subterrânea no Piauí",
vel~ente . Daí, considerarmos, neste caso, alguma principalmente, por uma "superfície descontínua
analogia entre o Meio Norte e o Nordeste Oriental. de anticlinais e sinclinais" . A topografia encerra,
Em suma, o relêvo das "cuestas" pode ser em verdade, muitas vêzes ao lado das "cuestas",
especificado em função dos seguintes fatôres que plataformas estruturais t ais como as encontradas,
muito contribuíram para a formação da atual por exemplo, nas cidades de Oeiras e Jaicós .
Estado do Piaui Municipio de PIRACURUCA
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( lcm - 11 km)
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Sobressaem, ainda no que tange às diferen- serra de Parnaguá com 500 metros e de Gilbués
ciações morfológicas os relevos residuais, represen- ( de 500 a 550 metros ).
tados por "inselberge" que comprovam o trabalho Fazendo transição p ara os baixos níveis da
erosivo por que passou a região. planície depara-se à margem direita do rio ~oti,
Concernente à desigualdade dos níveis, mos- com testemunhos de 250 a 300 metros . Atingindo
tra-se a própria Serra Grande, ao norte, com, 700 metros, a serra de Pedro li, nesse trecho, cons-
aproximadamente 950 metros, altitude esta, que titui exceção, pois que a sua vertente sudoeste
perde expressão mais ao sul . (arredores da cidade de Valença) acha-se preser-
Nos limites com o estado de Goiás, a serra vada pelas intrusões de "sills" de diabásio, freqüen-
da Tabatinga atiQge 700 metros e na serra de tes no estado do Piauí .
Bom j esus os terrenos triássicos que a constituem O · trabalho erosivo elaborado por aquêle rio,
atingem 650 metros . Alcançando 800 metros, o conseguiu, aliado ao efetuado pelo rio Canind~,
nível eleva-se novamente na Chapada das M anga- esculpir, no seu curso médio, formas localizadas
beiras . entre os dois rios que oscilam entre 500 e 550
Em meio a essas altitudes, encontramos ou- metros, formando a Chapada Grande, Chapada Ba-
tros níveis mais baixos q ue com aquêles se esca- tista, Serra da Missão, nomes que aqui recebem as
lonam . Acham-se, neste caso, os altiplanos da "cuestas" .

Município de Simplício Mende~ - Piauí ( F oto C . N .G . 3558- T . J .)

Relêvo t ípico da região de "cuestas" do Piauí, vendo-se, ao fundo, a "cuesta" arredores de Simplício Mendes· Pode-se perceber
bem na fotografia uma extensa depressão e o vale subseqüente.
Em primeiro plano, nota-se a existência da "raiia", material desagregado das elevações. que é transportado e depositado nas zonas
mais baixas . (Com. M . G .C . H .)
Estado do Piaui Municipio de PIRIPIRI
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Município de Fronteiras - Piauí (Foto C . N .G . 3530 - T .J .)

A zona de transição entre a área cristalina e a sedimentar não possui relêvo imponente, nas proximidades de Fronteiras, Piauí .
H á predom ínio de uma to pografia plana sem grandes desníveis. Passa-se do cristalino levemente ondulado para uma região sedim entar
bastante horizontal, início da faixa de "cuestas" qu e abrange quase t odo o Piauí . As camadas sedimentares destas ''cuestas" se a presen·
tam co m uma ligeira inclinação em direção oeste.
A vegetação predominante desta região é do t ipo cerrado.
Vê-se tam bém a rodovia cha.m ada "C e.n tral" do P iauí, q ue possui relativa importância sob o ponto de vista da s comunicações estaduais.
( C om . J . X . S . )

A diferença entre os níveis da região de "cues- mente, a hipótese de que o Meio Norte estêve
tas" parece provir, em parte, das fôrças tectônicas alheio aos movimentos causadores do soerguimento
que atuaram em fase posterior ao preenchimento da dos Andes, refletidos sim· nas terras amazônicas .
bacia . Isto é comprovado pelo decréscimo generali- Êsse argumento pode ser reforçado pelas ca-
zado das ~ltitudes de leste para oeste e de norte pa~a madas paleozóicas marcadas por estruturas leve-
o sul, deixando à parte as exceções já citadas num mente monoclinais . Por conseguinte, essas dobras
dos exemplos . Por outro lado, também os movimen- de fraca inclinação, oriundas da instabilidade da
tos não deveriam ter alcançado grande amplitude, crosta, colocaram-se fàcilmente, com o perpassar do
conseguindo apenas formar dobras largas, como as tempo, à favor do trabalho fluvial, predispondo-se
representadas pelos arenitos da formação Cabeças à elaboração de sucessivas "cuestas" .
-·- Devoniano médio - com 200 a 300 metros de Percebe-se que êsse tipo de relêvo, embora
largura, denominadas por Kegel: "dorso de bôto" . predominante em tôda a extensão paleozóica, limi-
É sabido que, se a região fôra abalada por dobra- t a-se com · paisagens piauienses muito diversas .
mento intenso, as camadas, em conjunto apresen- Despontam-se-nos, então, razões explicativas da
tariam, por certo, dobras muito cerradas entre os acidentação do relêvo : ao norte do conjunto
respectivos bordos . Isso faz lembrar, perfeita- formado pelas "cuestas", dispõem-se terrenos sedi-

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Estado do Piaui Municfpio de PEDRO 11

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M anic1pio de Concolçiio do C4nind6 - Piauí (Foto C .N.G . 362J - T .J.)
Aapecto tomado daa primeiros "c:ueatat" quo oporec:em no Pinuí, quondc
10 vem do Pernambuco . Ainda em plana regiiio teml-órida, por6m em terronoa
do devoniano inferior, a paisaaem difere daquela do nordelle oriental, observan-
do-se ae camada• multo levemente inclinada• pora o eixo do rio Parnaíba . A loto-
grafia tomada para o norte, foc:allu um vale aubseqUente envolto pelos fettõoa do
uma "c:ue•te", avençando cont1'a a dopreuão aemi·árida .
Ne parte inferior estio 01 xistos ar&iiOIOS • no elto, a ca nga que conatitul
uma crosta.
A veaetação da caatinp domina a realio de pedimentoa . (Com. C. R . M . )
mentares cenozóicos com uma estreita faixa de É . a partir dessa última topografia e a oeste
topografia plana . Desempenha um papel de re- da Serra Grande, em extensões que seguem no sen-
composição das digitações formadas, certamente, tido dos meridianos, que se encontram diversas
pelas disposições das formas paleogeográficas que faixas de relêvo, cujas irregularidades das formas,
aos poucos se foram justapondo . Estas formações a ltitudes e geologia, atestam o seu passado. Poder-
penetram pelos vales a dentro na região das "cues- -se-ia dizer, inicialmente, que a sedimentação, bene-
tas" muitos quilômetros para montante . ficiando-se de um firme ponto de apoio no cristalino,
Nos limites entre os Estados do Piauí e Per- foi elaborando, através de sucessivos períodos geo-
nambuco repetem-se as formas peculiare~ ao sertão lógicos, o trabalho de entulhamento sôbre uma
semi-árido do Nordeste Oriental, estando presentes superfície fracamente acidentada . Essas diferencia-
aquelas depressões semi circulares, recobertas por ções existentes, em meio à característica geral geo-
lençôis de seixos e intercaladas por "inselberge" . morfológica, têm feito surgir hipóteses controverti-
Isto se verifica porque a depressão periférica é das acêrca da origem da bacia . Há argumentos ba-
fortemente trabalhada por processos erosivos que seados em fôrças que talvez tenham agido tangen-
assinalam um clima semi-árido reaparecendo, então, cialmente, formando dobras, operando-se a sedimen-
aquela topografia do Nordeste Oriental . tação pela acomodação às camadas pré-existentes .

M unicípio de Picos - Piauí (Foto C.N . G . 3617 - T .j . )

T em-se nesta fotoçafia um bom exemplo do rell!vo monoclinal do devoniano inferi or, percebendo-se a suave inc:linac;ão das cama-
das areníticas para oeste . Os cunos dágua ao escavarem seus vales conseqüentes para oeste colocaram em evidência a estrutura levemente
inclinada da.s camadas. Na região p róxima a Picos, existe m conglomerados intercalados com as camadas do devoniano inferior .
Em primeiro plano, a ocupação humana no fundo do vale, é evidenciada pela presença de uma habitação à esquerda da fotografia.
(Com . M .G.C . H .)
Estado do Piau i Municlpio de CAMPO MAIOR

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Municlpio de Paulistana - Piaul (Foto C.N.G . 3 354 - T . J .)

Fotografia da %ona que antecede a re&ião aedimeotar no Piauí. Trata-se, ainda, do completo cristalino, onde a erosão diasecou a super-
fície regular . fuendo destacar uma aérie de cristas alongadas, cuja cobertura cretácea repreaenta 01 remanescentes da uma sedimentação,
outrora, contínua à serra do Araripe . Alguns relevos residuais, despontam, dominando a planura, são 01 "inaelberge".
Nesta região deprimida, nas áreas maia úmidaa, o elemento humano pratica aaricultura itinerante, am moldes primitivos. Con-
tornando-a, a vegetação da caatinga, desenvolveu-a&. (Com. C . R . M .)

Conseqüentemente, a grande bacia sedimentar do atualmente, comprovar como era acidentada a an-
Meio Norte, explicar-se-ia pela fossilização de uma tiga superfície fóssil, pelo contacto entre os sedi-
superfície acidentada tal como a pré-penniana, mentos e o cristalino .
exemplificada na bacia de Paris, onde se sucedem A sedimentação do eo-devoniano, motivou o
os mesmos exemplos . Algumas deformações das ~ntrecruzamento de camadas, intercaladas, algumas
camadas na bacia, poderiam também ser explica- vêzes, por acamamento lentiforme dos seixos. Tais
das, não como provenientes das fôrças tectônicas, fenômenos provam a pequena modificação que tem·
mas como acomodações dos estratos sedimentares sofrido a própria série da Serra Grande .
à topografia acidentada da superfície fóssil . Quanto à origem dos terrenos devonianos, po-
O acidente mais importante que marca de demos afirmar que se formaram das várias trans-
norte a sudeste a paisagem é, sem dúvida, a Serra gressões e regressões marinhas, ligadas ao dobra-
Grande ou lbiapaba . No sul da região, a serra de mento Caledoniano, iniciado no Cambriano inferio!
Bom Jesus do Gurgeia é separada da dos Dois Ir- e terminado no Downtoniano, portanto post-Serra
mãos por uma depressão modelada no cristalino Grande . Por outro lado, o movimento que afetou o
onde despontam alguns "inselberge" , Pode-se, Devoniano inferior atingiu as terras do Meio Norte

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Estado do Plauf Munidpio de ALTO LONGÁ

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quando elas ainda se achavam, provàvelmente, ranhão" ser a referida Serra marcada na sua ver-
prêsas ao continente africano. Nessa época, domi- tente leste por uma escarpa de falha modificada
nava, inicialmente, por todo aquêle conjunto de pela erosão . Êste fenômeno observado faz-nos
terras, um clima desértico caracterizado por exces- supor um movimento relativamente recente ao
si\ra aridez . Daí o predomínio das formações are- longo dessa linha de falha, responsável pela acen-
nosas sôbre as outras . tuação do mergulho das camadas para oeste, aí
Houve, então, um levantamento muito amplo verificado, originando-se aquela imponente .e scarpa.
e a primeira transgressão marinha devônica, ocor- Ao grande "front" da Serra Grande, caracte-
rida no Coblentziano, não alcançou as extensões a rizado por superfícies muito festonadas, segue-se, a
oeste e a sudoeste do atual Piauí . Isto só foi conse- oeste, uma paisagem de sucessivos relevos mono-
guido quando do devoniano médio, nos andares clinais, iniciados pelo aparecimento da formação
Eifeliano e Givefiano da formação Cabeças . Pimenteiras, de arenitos amarelo-castanhos ou cin-
Trata ndo-se ainda da Serra Grande, supõe za -arroxeados, contendo mica. A sudoeste do esta-
Donald Campbell e Luís de Almeida, em "Rela- do, entretanto, ainda se nota o relêvo dissecado
tório Preliminar sôbre a Geologia da Bacia do Ma- crista lino a parecendo as "cuestas" a ocidente, um

Município de Paulistana - Piaui ( Foto C.N.G . 3525- T . j .)

P aisagem muito freqüente na região semi-árida do Piauí. pró ximo aos limites com P erna mb uco . T rata-se de extensa superfície reco-
bert a por seixos. dominando. inclusive, por dentro da vep,etação . Íl:sses sedim.,ntcs dispõem-se próxi m os a alevac;ões. de cujo local cer-
ta m en te p roviera m . Um clima mui to mais seco que o atua l, n uma fase p le istocênico explica ês!e fenómeno . E m tais condições os len;
çóis de escoa m ento d ifuso desempenhara m um papel relevante na dinâmica regional. O m ateria l. assim di~posto, p róximo ~ _P au Fe~ r~, e
fragmentado e muito anguloso . A vegetação dominan te é representada pela caatin ga, que reflete perfettamente es condtc;oes ecologtcas.
(Com. C . R . M .)

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M u nicí pio de Paulistana - Piauí ( Foto C .N .G. 3356- T . ] . )

Superfície recoberta por material d e o rigem mis ta , isto ·é, seixos provenientes de uma rocha matriz relativamente próxima, em
m ist u ra co m o u tro material q ue sofre u maior transporte . Parece, êste último. corresponde r a seixos oriundos d o conglomerado basal do
c retáceo . São, respectivamente, sei xos fragment ados em m istu ra com seixos ro lados . Em conjunto é u m materi al de " raõa" muito local,
D omi na a estrada que com unica P ernambuco a P aulistana. no P iauí .
A vegetação local é represen tada pela caa tinga . ( C om . C . R . M . )

pouco mais distantes e ficando a parte nordeste do pondo um modelado bem diversificado . Assim, ao
Piauí incluída no Nordeste propriamente dito. sul da cidade de Picos, o rio Itaim encaixou-se em
A superfície que nesta região, ·antecede ao bancos espessos de arenito micáceo, pertencente ao
devoniano, é assinalada pela semi-aridez do sertão membro Pimenteiras inferior que tomá o mesmo
nordestino . Nas imediações da cidad~ de Paulis- nome do rio . Contrastando com essa topografia,
tana, por exemplo, os "gnaisses" leucrocáticos no membro "Picos" - Pimenteiras superior- há
apresentam uma direção N. 75 W., inclinados de 25° uma série de "cuestas" que mostram, a meia en-
para nordeste . Também os xistos sericitosos muito costa, plataformas estruturais . Afastados dêsse
perturbados com direção N. 52 E. mostram-se como trecho, relevos ruiniformes, marcados por arenitos
intercalações em meio às camadas de quartzitos, de grana média foram submetidos a certos esforços.
"gnaisses" lenticulares, etc . As falhas e diaclases tomam várias direções . Con-
Após o povoado de Pintadinho aparecem as seqüentemente elas e a própria estrutura predis-
primeiras "cuestas" cujos arenitos estão orientados põem êsse modelado aos agentes erosivos que origi-
segundo N. 5° E. e inclinados de 10° para o norte . nam formas curiosas lembrando ainda no Brasil
A própria Formação Pimenteiras - devo- aquelas ocorridas nos arenitos da cidade de Vila
niano inferior - cobre grande área do interior ex- Velha no Paraná . Algumas fotografias dêste vo-
Estado do Piauf Municfpio de 510 MIGUEL DO TAPUIO
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Município de Simplíc~o Mendes - Piauí (Fotos C . N .G. 3551 e 3620- T. ] .)

Simplício Méndes acha-se na região do devoniano inferior constituído, de um modo geral, por arenitos e folhelhos, com predo-
minância daqueles. LJcalmente, podem ser encontrados calcáreos, conglomerados e concreções ferruginosas na superfície. A erosão diferen-
cial tem como resultalio a formação de "cuestas" e plataforma estruturais. Na região de Simplício Mendes, estas "cuestas" de modelado
suave com mergulho para oeste, são capeadas por um conglomerado, cuja desagregação dá em resultado um solo de seixos, muito típico
do Meio Norte . (Com. L . B . )
Estado do Piauí Municfpi o de ANGICAL DO PIAUÍ

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lume expressam bem essa patsagem que justifica Nas regiões de Piripiri, Pedro 11 e Valença
a denominação tomada pela formação Picos, de do Piauí, o modelado monoclinal intercala-se com
suma importância para a reconstituição do passado testemunhos cujos arenitos resistentes e silticos
piauiense . Nos seus arenitos intercalados a {olhe- alternam-se com bancos menos espêssos contendo
lhos, sílticos arroxeados, inserem-se alguns fósseis poucos folhelhos. Estas são as características da
( trilobitas, gastrópodos, lamelibrânquios) . formação Cabeças - devoniano médio .
Temos, então, argumentos suficientes para A estratificação dessa maneira apresentada
supormos que o mar deveria entrar livremente nos terrenos do Piauí favorece, sobremodo, à evo-
nessa p(ilrte do Piauí, por ocasião do devoniano in- lução do modelado. Se a alternância é mais homo-
ferior e mesmo no início do médio. Os nódulos gênea, surgem p lataformas estruturais entalhadas
hematíticos, muito disseminados entre essas rochas, nas encostas e outras elevações separadas pela ero-
comprovam-nos a existência de fase climática quen- são constituindo "inselberge" - numerosos na
te que permitiu a concentração do óxido de ferro. região que se estende a leste de T eresina, proje-
Como é fácil perceber, a sedimentação efetuou-se tando-se entre êles as depressões semi-áridas.
de leste para oeste, do devoniano inferior (Serra Recobrindo o tôpo das elevações sedimen-
Grande) ao penno carbonífero (limites com o eixo tares há uma carapaça ferruginosa que proporciona
do Parnaíba) . nas encostas o aparecimento de cornijas, cujo perfil

Município de Simplício Mendes - Piauí (Foto C.N.G. 3385- T .] . )

Em primeiro plano, observa-se um vale bastante amplo de fundo chato, aproveitado como pasto . Cobre-o uma veeetação ruderal,
reatando algumas carnaúbas como resquícios da vegetação primitiva.
Ao fundo, um relêvo tabular, na sua parte mais alta, reflexo da estrutura sub-horizontal, constituindo um "inselberg'' modelado
nos sedimentos. Nesta região mais elevada instalou-se uma vegetação de cerrado. (Com. M.G .C .H .)
Estado do Piaui Municfpio de AMARANTE
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Município do Pico. - Piauí (Foto C.N . O . 3413 - T .J . )

O pequeno morro em formo de mesa e a chapado que aparecem em


último plano, no fotograrla, constituam os romonoscontc.s dn alta superfície, resul-
tado do dissecação levado a efeito pelos cursos dáguo quo cortam a região .
A fotografia deixn ainda entrever um outro nível, onde ocorrem afloramentos
e derrames de diabásio, responsáveis pela existência de solos fórtois quo oferecem
me lhores possibilidades o um maior nprovitamonto agrícola . (Com. M . O C .H . )
A sedimentação Devoniana culmina com a for- eram P.rovàvelmente oriundos de regiões orientais
mação Longá, também de arenitos de estratificação e meridionais .
entrecruzada, intercalados por siltitos e folhelhos . Após a deposição verificada no Devoniano, o
A passagem do Devoniano para o Carbônico é pacote sedimentar, em virtude do seu pêso, pro-
assinalada por hiatos, inconformidades que indicam vocou afundamentos de leste para oeste, consti-
as perturbações no ritmo da sedimentação nesta tuindo deformações no fundo da bacia e confirman-
época . O material de origem marinha, lacustre e do, por conseguinte, o que já falamos acêrca do
terrestre, revezados, determinou no Piauí, por essa decréscimo dos níveis nessa direção. Tal fato foi
ocasião, as transgressões e regressões marinhas . na região, o responsável pelas anomalias das ca-
Não obstante, ocorreu uma paralização da sedi- madas, isto por causa dos movimentos. tectônicos
mentação entre o Devoniano e o Carboniano, época que influíram nos dobramentos e que, durante o
em que se processou o período erosivo . Pela erosão Carbonífero, foram muito fracos . As transgressões
ora predominavam os processos típicos de um clima marinhas, deram-se no Piauí, durante o Dinanciano
equatorial úmido, ora, desérticos . Nesta alternância e Uraliano . A última transgressão foi de menor
depositaram areia e outros materiais sôbre os ter- importância, em virtude da ocorrência de dobra-
renos pré-existentes . Os sedimentos que, por certo, mentos Hercinianos que originaram dobras de fraco
se foram acamando fossilizaram uma topografia e raio de curvatura. }?osteriormente, verificou-se

Muni~;ípio de Picos - Piauí ( Foto C . N .G. 3 378 - T . } .)

A oeste da cidade de Picos, a localidade de Mimoso é caracterizada pela presença de rochas sedimentares dispostas em camadas
quase horizontais. Elas inclinam-se em direção ao eixo do rio P arnaíba, tal como as demais formações paleozóicas da região de "cuestas" , do
Piauí .
A formação Pimenteiras (devoniano inferior), nesse local se faz representar, em seu andar inferior, pelo membro " Itaim", onde
o arenito é avermelhado. Em virtude da grana muito fina, êle se torna coeso, responsabilizando-se, portanto, aí, pelas esfoliações e d iaclases
em várias d ireções. (Com. C. R . M .)

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Estado do Piauf Municfpio de ELESBÃO VELOSO
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Município de Piccxs - Piauí (Foto C . N .G. 3361 - T .J . )

Afl oramento de arenito conglomerático Riachão . As camadas têm inclinação fraca, achand o-se recobertas e intercaladas por leitos
de sei xos . Segundo Wilhelm Kegel essa formação revela um caráter costeiro. O último plano da fotografia mostra vários níveis tabulares
que foram trabalhados pelo rio Riachão . (Com . C . R . M .)

uma grande regressão marinha e um consecutivo Em Amarante, cidade piauiense, localizada


rejuvenescimento da rêde hidrográfica. Neste pe- sôbre terraços do rio Parnaíba, em uma de suas
ríodo, na foz dos rios, desenvolveram-se vegetais gargantas, aparece uma série de testemunhos de
responsáveis pelos depósitos de carvão existentes chapadas. Nesta região as camadas pouco pertur-
na região. badas determinaram suas formas características,
Os terrenos permo carboníferos, pela sua fraca entrevendo-se nos fundos dos vales a estrutura le-
movimentação, ocasionaram formas de fraca incli- vemente perturbada das formações inferiores que
nação, lembrando chapadas como aquelas observa- caracterizam as cuestas .
das a leste de Teresina . Atualmente, a rêde hidro- Portanto, a sedimentação nos terrenos do
gráfica, em função de um nível de base mais baixo, Piauí parece ter sido acomodada sôbre o embasa-
entalhou fortemente êstes terrenos, isolando uma mento cristalino . O entulhamento paleozóico re-
série de formas de relêvo que dominou a paisagem baixou a antiga extensão e foi iniciado com os ter-
circunvizinha e que lembram aquêles "inselberge" renos marinhos Devonianos, culminando no triássico
observados na região da planície, com o "kinck" e limitando-se pelo eixo da então formada bacia
característico. Tais acidentes se encontram nos sedimentar . Movimentos que causaram o desnível
arredores de Campo Maior Barras . e geral em direção oeste, a~ós a elaboração da geosin-

:1.5:1.
Estado do Piauf Municipio de SÃO F~LIX DO PIAUÍ

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clinal, foram também responsáveis pelos falha- Outros exemplos de falha~ são encontrados
mentes. Embora as falhas não sejam muito nume- em pequenos blocos; assim entre P edro li e Cas-
rosas, são mais freqüentes no curso inferior do rio telo há uma escarpa com um desnível aproximado
Poti, na direção noroeste. Na estrada de Campo de 200 metros. Trata-se de urna escarpa de falha
Maior para Castelo, talhada na formação Longá, o voltada para o nordeste .
diaclasamento volta-se para nor..nordeste e este- Nas proximidades de Piracuruca, na estrada
-nordeste aproximadamente . A ocorrência de per- Piauí- Ceará, vê-se novamente outro exemplo de
turbações geológicas, nesse trecho, assinala, inclu- escarpa de falha .
sive, a presença de um "sill" de diabásio com orien- As falhas mais numerosas acham-se nos ter-
tação idêntica a da diáclase . renos pós-devonianos, enquanto que os dobramen-
Próximo a Teresina observam-s~ diáclases que tos _são próprios do Devoniano, principalmente, da
cortam os ~renitos e têm orientação N . 35 W . com formação Pimenteiras . As sinclinais e anticlinais
influência local na rêde hidrográfica . Nas proxi- alargam-se, da Serra Grande em direção ao centro,
midades de Morrinhos, na serra do mesmo ·nome, onde se fazem representar os pequenos dobramen-
há uma ligeira sinclinal moldada nos estratos supe- tos, nos estratos permo carboníferos .
riores de siltito e folhelhos . A dissimetria verifi- A região da bacia sedimentar paleozóica do
cada entre seus flancos provém das falhas aí exis- Meio Norte, no Piauí, apresenta-se como uma re-
tentes, que demarcam as escarpas de orientação gião de subsi~ência que lhe dá uma individua~idade
N 65° E . estrutural .

Munic íp io de Picos - P iauí ( F o to C . N . G . 3 4 15 - T .] . )

Mostra a fotogra fia um aspecto d o re lêvo e n tre as cid ades de Picos e Oe iras. É uma região de "cuestas", onde a a lta superfície,
levemente inclinada · para oeste, encontra-se bastante dissecada pelos vales fluviais, que se a p resentam, em conseq üênc ia, m u ito encaixados.
Quan to ao aspecto d a vegetação, ocorre nest e trecho o "cer rado" . ( Com. M . G . C. H .)
Estado do Piauí Mun icípio de VALENÇA DO PIAUÍ
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M unicipio de Picos - Piauí ( Foto C . N . G . 3 360 - T . } .)

Exemplo típico de estratificação entrecruzada n o are nito R ia chão . As camadas tomam pos1çoes oblíquas e a cham '"$e repletas d e
~ei xos de q uartzo . ~te fácies ca ra cterístico d e zona costei ra perm ite-nos a reconstituição d o passado geológico e o entul hamento progressivo
que se verificou na bacia sedimentar d o rio P a rna íba . ( C om . C . R . M .)

Como conseqüência da sucessão de climas e -nos serem levemente monoclinais . Nota-se, tam-
d as rochas há na região uma série de "cuestas", bém, que os rios conseqüentes, cortando as formas
cortadas por rios que fluem em direção oeste, cons- geológicas do devoniano médio abandonam a gran-
tituindo importantes boqueirões . O aspecto das de depressão, moldada no devoniano inferior .
"cuestas" entretanto não é mesmo em tôdas as Na parte sudeste do estado do Piauí, as "cues-
regiões, pois, mercê das variações da geologia e da tas" perdem a sua importância. Desponta~ aí,
apenas, algumas elevações de fraca altitude, po-
série de climas diversos, a topografia destaca-se
dendo-se reconhecer as formas monoclinais . A ex-
com algumas variações.
plicação que encontramos para isto é baseada no
Nas áreas próximas ao contato com o crista-
fato de a região corresponder a uma área de clima
lino, ·Como na Serra Grande e de Bom Jesus do mais sêco, onde os processos de desagregação foram
Gurgueia, cujas inclinações das camadas são mais mais enérgicos. Conseqüentemente, desaparece-
acentuad as, a parecem formas nitidamente mono- ram aquelas serras imponentes, restando, apenas, o
clinais. M ais distante, porém, dêsse local, como relêvo rebaixado .
nos arredores âe P icos e Valença, as inclinações O homem utilizou esta topografia menos aci-
enfraq uecem a proximando-se de 1° . As formas de dentada para o traçado d as vias de comunicações,
relévo tomam então aspectos de chapadões . no plano da ligação ferroviária da capital piauiense
Observando-se mais cuidadosamente, certificamo- com a Bahia .

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As Serra Grande e a de Bom Jesus do Gur- gião de Picos apresenta, a leste, uma grande de._
~eia funcionam como grandes centros dispersores pressão, dissecada por afluentes do rio Guaribas .
da drenagem que constituíram mesmo o ponto de As rochas desta escarpa são representadas por are-
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partida para o erosão da região . Na primeira a nitos e xistos, intercalados por um "sill" de diabásio,
erosão profunda do rio Poti esculpiu um grande que constitue uma importante plataforma estru-
boqueirão tendo capturado as cabeceiras dQ rio tural a meia encosta .
Acaraú. Nessa área a erosão ampliou consideràvel- Outras vêzes, as "cuestas" são constituídas
mente por processo de pediplanação a área ara- por arenitos conglomeráticos de estratificação en-
sada, onde podem se entrever alguns "inselberge". trecruzada, tais como as observadas nos arredores
Após correr na depressão periférica moldada no de Oeiras.
cristalino, o Poti passa a ser o rio conseqüente . A presença da carapaça ferruginosa concorreu,
Seus afluentes perpendiculares erodiram forte- no mais úmido período recente, para a preservação
mente a região, constituindo depressões subseqüen- das escarpas que, oferecendo grande resistência à
tes onde podemos ver escarpas que copiam a forma erosão, contribuíram, também, para a conservação
da Serra Grande . A lbiapaba é separada das outras das "cornijas"
"cuestas" por depressões amplas que eyoluíram em As linhas estruturais que favoreceram ao tra-
função de climas que se sucederam . Assim, a re- balho erosivo dos rios, permitiram, outrossim, a

Município de Oeirat - Piauí (Foto C . N . G . 3 391 - T.J .)

A paiaagem da região próxima .a Oeiraa, conhecida como Brejo de Santo Ináci~, é earacterinda por uma aérie de "lnaelberge"
modelado• am rochas sedimentarei . A superfície maia elevada é formada por uma crosta de limonita formando uma comija.. .
Na baae dêates pequenos "inaelberge" existem detrito• que formam uma lâmina de váriot metros de espessura e que CO!llütuem
o material de "raiia".
A grande depresaiio do Brejo de Santo Inácio representa uma planura evolu1da por pediplanaçio em função de um clima anterior
mais aêco, onde os vale a acham-ae auavemente . éncaiudoa. (Com. J . X. S .)
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Mcmieípio de Oeiraa - PiauJ (Foto C .N .G . 3627- T . J . )

Na região pr6xima l cidade de Oelr11, predomina urna topoarafla eub-horiaontal, notando-ee o aparecimento de urna pequena pla-
taforma eetrutural. H6 lntrueio de diaWalo 1111 encoetaa, evidenciada na exietincia de urna vaaetação mal e denea. (Com. M. G . C. H . )

ascenção de lavas básicas dando origem a solos Os rios meridionais correm em direção norte
mais ricos sob o aspecto agrícola . · como o Gurgueia, o Itaueira e o Piauí; outros,
O passado paleoclimático da região sudeste como o Canindé, fluem em direção nordeste,
ajudou o esfacelamento das "cuestas" verüicado adaptando-se à estrutura regional. Existem algu-
na parte cen.tral da região. Somente mais a oeste mas adaptações importantes dos rios à linhas
observa-se a passagem para um clima mais úmido rígidas . Assim, o rio Poti apresenta-se segundo a
quando a erosão fluvial tomou vulto entalhando as direção nordeste-sudoeste e, após a localidade de
formas monoclinais . Os rios da região possuem Prata, inflete para nordeste . O mesmo fato repete-
todos caráter torrencial, .fluindo, unicamente, du- -se noutros afluentes dêstes rios e certamente estão
rante uma quadra do ano. Além disto correm em subordinados a fraturas que cortam as camadas.
direção ao Parnaíba - grande coletor fluvial - Na área que abrange as cidades de São Rai-
localizado na parte ocidental da região . mundo Nonato e Caracol, no Sul do Estado, aparece
Temos aí rios conseqüentes importantes, tais a escarpa de uma "cuesta", com inclinação leve-
como: o Poti, Canindé, Piauí, Gurgueia que se- mente dirigida para noroeste . Domina, geolôgi-
guem direções variadas conforme sua localização mente, uma região cristalina, caracterizada pela
na região . presença de vários "inselberge" . A depressão pe-

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riférica, no caso apontado, foi delineada, posterior- relevos residuais resultantes dos trabalhos efetua-
mente, em condições climáticas úmidas que suce· dos pelo mesmo rio e seus afluentes através dos
deram a climas desérticos, quando se ampliaram, vários ciclos paleoclimáticos e atuais .
por processos de pediplanação, as planuras . Conclui-se, por conse.g uinte, que a região de
As "cuestas" nesta região têm direção leste- "cuestas", situada à margeil) oriental do grande
-oeste, aproximadamente, com um desnivelamento, geosinclinal do Meio Norte.
mais ou menos de 200 metros, deixando perceptí- Os agentes que a modelaram foram, de certa
veis algumas plataformas estruturais . forma, os mesmos atingidos pelo Nordeste Oriental.
Os afluentes do rio Piauí são responsáveis Entretanto, com exceção feita à geologia, aquela
pela dissecação profunda dessa depressão perifé- conseguiu um modelado monoclinal, de fraca incli-
rica . Atravessam a frente da "cuesta" por uma nação, ca~acterística esta que se perde à ~edida da
imponente garganta na cidade de São João do aproximação do centro da referida bacia .
Piauí. Ciclos e epiciclos passados e recentes que
Em direção a oeste da grande região de "cues- afetaram essas terras, deram também como na re-
tas", nos trechos que se aproximam do eixo do Par- gião do sertão nordestino, aparecimento da's de-
naíba, como já nos referimos, as "cuestas" perdem, pressões, dum material de "rafias" e da canga .
gradativamente, a sua predominância. Verifica-se, Por outro lado, apoderou-se, também, pouco
aí, então um domínio topográfico entregue mais a a pouco, uma rêde fluvial com característica de

Município de Oeiru - Piauí ( Foto C . N . G . 3628- T . J .)

A fotografia moatra ainda um aspecto do relêvo próximo e Oeiras, domínio do Devoniano M Mio. ~ uma região de modelado
tabular, vendo-se ao fundo os remanescentes da "cueata" primitiva. (Com. M . G. C . H .)
Estado do Piauí Municfpio de FLORIANO
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Nella víabl panorâmica dot arTOdores de Pic:oa tom-~e um bel1asimo e~remplo


do upeeto do relêvo do uma reglõo do "c:uestaa" no dovonlano m6dlo.
A fotografia mottra uma ononsa "c:uesta", com um degrau intermodl6rio,
marcado pelo protença do numero•a• roça• . A ocupação do 10lo 6 mal• Intenta
nestes trechos devido o exittêncla de aflorementoa do dlab6aio, que dõo oriaom
o aolot fcSrtolt . Esta clrcunatân.cla foi, tem d6vida, uma doa uuaoa do dotenvol-
vlmento da c:ldado de Picos, nome quo foi intplrado noe formu de erosio dot
bordoa da "cueata" oqul focalizada.
E m primeiro plano, obaerva-M uma vegetação do tranalçio q ue marca a
po...gem do caatinga para o cerrado, típico da região do cbopadaa. (Com . M .G.C.B.)
Muniápio de Oeiru - Piau1 (Foto C.N .G . 3417 - T .] .)

Relêvo rÚiniforme, peculiar ao• terren01 do devoniano inferior e médio, encontradiço, respectivamente, entre as cidades de Jaic6a e
Pico• e entre esta última e a cidade de Oeira•. .
Distingue-se i>or um modelado curioto contrastante da.s auperficies plana a ou levemente inclinadas circunvizinhas.
O caráter local tomado por esaaa formaa decorre daa manifeataçõea tectônicas, aliada à estrutura geológica que, posteriormente, faci-
litaram-na à erosão. .
Tal como ocorreu, em parta, noa arenitoa da cidade de Vila Velha, P araná, etsa topografia ao• poucos se divide, vindo a consti-
tuir, forma• isoladas, tomando cada uma del81 um aspecto diferente. Ob~eryando-te a fotografia com detalhe, percebe-se algun1 blocos ten-
dendo a ae isolar do rettante do modelado . ·
Na base das elevações, a vegetação da caatinga domina o tolo arenoso, advindo da desagregação dos arenito• . (Com. C . R . M .)

regime torrencial que· culminou com o quadro geo- volvem no sopé dos escarpamentos, ocupando áreas
gráfico piauiense nitidamente marcado por uma amplas, principalmente a sudeste do Piauí onde o
extensa paisagem de "cuestas" . clima é mais forte . Assim as depressões periféricas
Nos altos níveis cujo _basculamento em dire- localizadas próximas aos limites de~sas duas regiões,
ção ao eixo da direção da bacia evoluiu à mercê dominam vários quilômetros de diâmetro, exis-
da rêde fluvial, encontram-se superfícies rasas, li- tindo, entretanto, outras que têm um diâmetro,
mitadas pelo reverso das "cuestas" ou pelos "insel- aproximado de 300 metros, ocupaçlas por água
berge" . Constituem .também depressões que, se- durante certo período do ano .
gundo vários autores, formaram-se no decorrer da Observa-se, nestas depressões, uma diferença
evolução hidrográfica. Apresentam-se com caracte- no material que as cobre, entre os bordos cobertos
rísticas próprias, dependendo do trecho em que se de argila e o centro, com areias . Dir-se-ia tratar,.se
formaram, isto é, em razão das condições locais de um efeito de carreação da própria argila causado
geológicas e climáticas . pelo lençol de escoamento difuso . No fundo de
Abrangendo apenas a região de ligação entre algumas, êsse fenômeno é muito acentuado verifi-
o sudoeste de Piauí e o nordeste oriental acham-se cando-se o aparecimento de um solo poligonal fôfo .
as depressões periféricas . De fato, elas se desen- Tais tipos, demasiadamente argilosos, são mais fre-

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ProJe.çl o d• Merc:•tor
I. I . G. f. - c- elho Hadonol <lo G - afla - D. G. iSCAL.A I: 300 000 DIYith Te- l o l em 31·VII· 19.S6
( 1018-3 kot)
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qüentes no membro inferior do devoniano inferior paleo fluvial - a Serra Grande, a serra dos Dois
- o membro "Itaim••. Rico em arenitos sílticos Irmãos, a serra Tabatinga, constituem os pontos
de grã fina e folhelhos, fornece muita argila, dife- de divergência das diferentes caudais. Como
renciando-se assim do membro "Picos,. . tivemos oportunidade de verificar nas páginas an-
Geralmente as depressões periféricas, acham- teriores, há indícios, na Serra Grande, de mudança
-se totalínente recobertas nos sopés das elevações de regime e direções dos rios, em épocas geológicas
pel~s "rafias,. que relacionadas à semi-aridez apre- passadas .
sentam-se como lençóis espessos e contínuos, con- É difícil, sem dúvida, precisar a época em
tendo fragmentos de limonita . A presença desta que surgiram as primeiras depressões periféricas,
última reforça-nos a hipótese de uma alternância porém é possível que tenha sido no permiano.
de clima e a existência de uma estação sêca anterior Acompanhando-se a modific.a ção dos climas
àquela responsável pela formação das "rafias,.. regionais, nos cursos dos períodos geológicos, atra-
Em virtude das condições atuais não poderem vés de sucessivos mapas, paleoclimáticos, temos
modelar as depressões periféricas, estas só se expli- ocasião de perceber que o equador .terrestre oscilou,
cam por um trabalho executado no passado, quan- motivando uma sucessão de climas úmidos e áridos.
do as condições climáticas assim permitiram: pro- No pleistoceno, as depressões periféricas que esbo-
vàvelmente, durante o pleistoceno . çaram-se as atuais,.foram palco de ações climáticas
Semelhante com o ocorrido no Nordeste diversas que conduziram a região à sua topografia
Oriental quanto à Borborema - centro dispersor atual.

Município de Pi~ - Piauí (Foto C .N .G . 3425- T . } . )

Formaa croteac:aa, ponteaguda1, por vêzet, deatecam-ae em meio à paiaa&em caracterizada pelo relêvo monoclinal, no Piauí . Ju..
tificando, assim, o nome que recebeu - Picos - êaae membro superior da formaçio Pimenteiras (devoniano inferior) tem sido modelado
pelos agentes eroeivoa e6leos e pluviaia.
Aproveitando as linhaa e~turais menoa reeiatentea, do arenito de crã média, aa auas formas vão ae acentuando . Aa camadas de
estratificação horizontal apresentam-M, em alguna pontoa, com crande perturbação. Net181 formações ocorrem aliUJII fósseis de animaia ma•
rinhoe (gaetr6podoe, lameUbrânquioa, trilobitae), que noa fornecem elementos para ae afirmar a elliatânda de transgreuio marinha, pelo menos,
nell8 época do devoniano. (Com. C. R . M.)

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Como exemplo ainda do relêvo na "paiaaa;em de picos" estão as elevações de topo abaulado, contrastando com as formas ponteagudas.,
fornecidas pelos arenitos. A fotografia mostra os dois exemplos muito aproximados, a 25 quilômetros da cidade de Picos . As camadas man-
têm-~ ligeiramen.te in~linadas, dispostas na formação à esquerda da foto. N ão obstante a superfície eriçada, ·contígua à anterior, expressa
atreves da estrattficaçao entrecruzada, as falhas de pequenos rejeitot, conseqüentes dos movimentos tectônicos de fraca intenlidade dão, às
vêzes, um caráter muito local à topografia do devoniano. no Piauí . (Com. C. R . M .)

As depressões semi-áridas correspondem a ras de declive . E o que se verifica na região dre-


regiões, outrora planas e altas, submetidas, ulterior- nada pela bacia do Piracuruca, abrangendo a ci-
mente, ao clima úmido. ocasionando o aprofunda- dade do mesmo nome, em tômo da região de Piri-
mento dos va.les . No pleistoceno, as condições piri, Canto do Buriti, Campo Maior e Barras .
endoreicas, em. uma das fases de acentuada semi- Êsses trechos deprimidos no Piauí apresen-
-aridez, determinaram a ampliação das áreas que tam-se também recobertos pelo material de "raiías"
foram rebaixadas por processos de pediplanação . que ocupa grande extensão . * A disposição dos
Formou-se uma carapaça, constituída pela canga, seixos tem explicação na hidrografia e .nos climas
que às vêzes alcança um metro e meio de espessura, pretéritos . Formaram-se, principalmente, em fun-
que sofreu, posteriormente, a ação de condições cli- ç.ã o da .mudança de regime de precipitações . As
máticas úmidas que a fragmentaram, na parte su- condições climáticas favoreceram a destruição
perior, em bloc?s esparsos . Conseqüentemente, superficial das rochas, desagregando-as, formando
surge, na parte inferior, um solo integrado pela seixos e deslocando-os até depositá-los numa super-
canga pisolitica . fície mais baixa .
Antes de sua formação, o modelado da região
Formam, pois, essas superfícies, enormes anfi-
de:veria ser diferente daquele que hoje se observa .
teatros, rodeados por elevações sedimentares, bali-
zadas por escarpas verticai~ com alternância de • Palavra corruptela de uma denominação africana "rag" -
formação freqüente no "continente negro" Na Península Ibérica,
camadas de arenito e folhelhos, onde se vêem
essas formações se repetem e a palavra foi pluralizada p ara "raiíaa",
plataformas estruturais marcadas por vi$íveis rutu- através da língua espanhola .

270
Estado do Piaui Município cte PICOS
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( 1CM •4 kM)
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As "raiías" provieram da destruição das elevações, Pode-se dizer que êstes últimos depósitos de
que se depositaram no sopé das encostas, desenvol- "raiías" característicos do Centro e do Norte do
vendo-se até as partes mais baixas. Seu material Piauí são muito espessos, formando verdadeiras
ficou distribuído segundo suas dimensões: locali- carapaças e além disso se mostram recobertos local-
zando-se os mais finos longe das elevações . Deve- mente pela argila e canga pizolítica .
-se ao trabalho do vento, carregado de grãos de Formam-se muitas vêzes nas "raiías" bolsões
areia, a eolização dos seixos, o que se efetivou quan- que acumulam um material muito grosseiro . Êsse
do o clima deveria ser árido. exemplo, pode ser observado nas regiões meri-
dionais do Piauí, onde o material se apresenta com
Percebe-se, abaixo do depósito das "raiías", o
uma estratificação pouco nítida.
trabalho da erosão em lençol, que, carreando a
Verifica-se em outras regiões, uma superpo-
argila, deixa na superfície uma grande quantidade
sição de "raiías", reforçando as conclusões sôbre
de seixos, disseminados em grande extensão no
os ciclos climáticos . A circ~lação da água nas
Meio Norte . "raiías" provoca a deposição da limonita que cul-
As "raiías" ocupam regiões muito amplas nos mina com a formaç.ã o de uma verdadeira couraç~ .
arredores de Campo Maior e Piracuruca, havendo Neste caso, os seixos apresentam superficialmente
depressões locais formadas por êste material . Um côr avermelhada por causa da impregnaÇão do
elemento ferruginoso bastante trabalhado surge em óxido de ferro, tal como os encontrados nos arre-
suas margens esboçam-se pequenos desabamen- dores de Campo Maior . Além· qisto são de grande
tos locais que são denominados "terrenos raiíizos" . importância para o homem porque· nelas, por vêzes,

Município de Floriano - PiauJ (Foto C . N .G . 3442- T . ) . )

A 20 quilômetro• depoia de Oeiras, pró:dmo à cidade de Floriano há exemplo vivo de erosão antrópica . Com a retirada da vea;eta-
çio nos arredores, a áa:ua pluvial expande-aa aôbre a ara;ila, esculpindo oltt.ranhaa formas . Na foto, percebemos, os canais formados por ocasião
daa últimaa chuvaa . Elaa coatumam provocar 1érioa danoa às rodovias, obria;ando o homem à trabalho• de proteção das meama1.
(Com. C . R .M . ) -
Estado do Piaui Municlpio de PIO IX
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.::..r.Meterhtk,J;!J , (!:;:a-. Á . } fJ .D .>

ti~~v-olv.em-se ·selos c11jas prop:ri.edades. :fis.Íc.alil g;r.a:mde parte do .sude!it~ do e!rtado do Ptauí. avan.•
favorecem a prática da agticultura ,· çand.o, portantn, peJa Regjio dás Cuei!II:Bs.
Quanto ao cl.ima, a Região[) dn~ '"Cuestas'" apre- No e!ifudo J.:X:Umenoril:tldo de cada llrrta dc;;sseu
<!!enta três tipos, conforme- s.e .pocle (Jbservar no áreas. clímátics=s, Q.ue tiierá. fe.i to a scgllir, .notar~e-à
mapa. Na pnrçãú norte~ domina u tropi~l qu~nte maíor a.bu.ndãn.cia de dtlà.al ;pluvioroétljc:oo, o q1;1e
,e úmido c-Qm precipltaç_ÕC:r; de veran - ·o utonot Aw·, ae exl)lica peJo fero de 3 maioria dos posl~ ai exiB~
regis.trando-se as mãxim~ pluvio.rn-étrtcos nesta tel'lte~
- . •. heznrt::omo em todo o NordeErfe1 (l!ertenoorem
última êlita~ão ' e-ste :ti.pc dl'il' clima _ l;\~0 lie Ji.mi'ta, aoo D _N. O. C . S . &te ÓJ."gã.n, tendo c~omo função
no Meio Norte, à Rt!gili.o .das ~cuestas'' pois abr~e primordial o problema da8 sêcas, preocupa~se fi!Spe-
-um e faixa qUE- ~e inicia na parte Htorànea da R·t:r d.alrnente ot.'óiYl os. dado$ re{erentl:!o$ ss dtwt3"' insta-
gião da 'P.la:nicie e prolonKa-~ pela Grand~ R ·e gião lendo l!l.pen~s: pllllvi.Ôme'ttos: ,
Nordeste nO!I estados do C-eerá, Rio Grande da A p.fl!te norte da Região das Cueda& apr-e-
Nm te, PEI~ralba e Pernam bdtO , 'at!tlta um oogime pluviométr;oo cum cbti VR!i: na
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Para O· sul o clima é o mfflmo Aw cxnoontrado penodo de janeiro a :m.a:io; ocai't"end.o eis mM:im.cs
em g <andes ex.teri-S()es do PlE:tna1to Central Br.ilsi- nos mes.ca de m<\rçç ou abril. A estação ~êca pro-
leho k:ll.do o perríodo chUv·O!i!oO no vcriio, prõpr ~­ lonp;e.~c: de junho Q d~z!!'!ribro, senflo que gen.:~l­
mente dito, e• a {!Htiagem no 1nvE::?rno _ btP. P. n tipo mente neste-s meses ~tlrenios as c.huváS ainda !!C
deo clima da parte rnP.ridional dà Regii!Kl cia _Planície, fazemt. !ientlr embora. bem :m.e11oo 1ntens~R- Reg;s.
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uma maneira geral, a pluviosidade vai decrescendo gião das Cuestas não sejam tão elevados quanto os
da Região da Planície para as Cuestas, o que se da planície litorânea maranhense, que recebe com
deve, como foi dito, à influência mais prolongada mais intensidade a influência da faixa de calmas do
que exerce a faixa de calmas equatoriais na zona equador (massa equatorial norte), não se pode
mais próxima do equador. Sua ação se faz sentir deixar de considerar esta faixa de clima quente e
cada vez mais fraca, na direção do sul, por um úmido Aw' como possuidora de precipitações, em
tempo menor e sem regularidade, ocasionando anos geral, abundantes .
mais chuvosos e anos mais secos . Assim, no estado do Piauí, do norte para o sul
A temperatura apresenta, neste trecho, médias tem-se:
mensais mais elevadas, devido ao fato da estação Altura anual
sêca ser mais prolongada, ocasionando, portanto, da precipitação
maior aquecimento·. Durante tôda, estiagem as
Piracuruca • • • • • • • • • 1415.0 mm
temperaturas se mantêm elevadas sendo, no en-
Piripiri ..... . ..... . 1854.7 "
tanto, bastante amenizadas na época das chuvas,
Pedro II .. . ... . .. . . 1134 .3
coincidindo a média mensal mais baixa com o mês
Campo Maior . . . . . . . 1311.5
,
mais chuvoso (março ou abril) .
Castelo do Piauí . . . . . 1055.6 "
A amplitude térmica é um pouco maior que
na Região da Planície, embora ainda inferior a Nessas estações o período chuvoso estende-se
5°C . Explica-se isto pelo fato de a Região das de janeiro· a maio, embora · já em dezembro as
Cuestas estar mais afastada do equador, não chuvas tenham início .
sofrendo também como a planície litorânea a ação Em Castelo do Piauí o mês de dezembro é
reguladora do oceano . mais chuvoso que o 'de maio, o que assinala a tran-.
Examinando-se os dados pluviométricos, nota- sição para o clima quente e úmido com estação
-se que, embora os totais anuais dêsse trecho da Re- chuvosa no verão, Aw .

.
Município de Amarantes - Piauí (Foto C.N .G. - T . ] .)

A cidade de Amarante, no Piauí, aproveita-se dos terraços da margem direita do rio Parnaíba, livre do alcance das inundações.
O sítio desta cidade, foi estudado primitivamente, como um dos prováveis para & localização da capital do Piauí. Entretanto, a exigüidade
da extensão dos terraços não permitiu tal hipÓtese . O relêvo que emoldura a cidade apresenta-se dissecado em uma s.é rie de mesas e
pequenos morros testemunhos. Nas encostas, percebemos as camadas horizontais do permo-carbonífero . (Com. C.fl_ .M .)

.2.76
Estado do Piaui Municipio de URUÇUÍ

CON V ENÇÕES
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I. 8. G. E. - Con1olho Nocionol elo Googtollo - O. G. ESCALA t : 71!0 000 Olvtaao T...,ilotlol •m 31-VII-1956
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Município de Floriano· - Piauí (Foto C.N.G. 3 561 - T .J .)

M ostra esta fotografia um "inselberge", forma de relêvo típica de regiões que estiveram sob a influência de um clima eêco. O estado
do Piauí, localizado entre uma região de clima úmido e outra de clima aêco, eatêve sujeito em diferentes épocas a climas diversos . Justa-
mente no quaternário registraram-se período• climáticos aêcos, que teriam dado origem a formas de relêvo bastante originais, conhecidas
como "inselberge", dos quais a preaente foto constituí um bom exemplo. (Com. M . G. C. H .)

Por tal motivo, a linha que limita êstes dois O quadro abaixo com a distribuição mensal
tipos climáticos passa próximo a Castelo do Piauí . das precipitações, confirma o que se disse:

ESTACOE·s jan. fev. março abril maio junho julho agôsto set. out. nov. dez.

Piracuf'ltca ........... . . . ...... ·. 176 . 7 247 . 2 325 .9 310.3 143 .3 28.7 21. 1 13.3 14.9 18. 7 35.. 6 79. 2
Piripiri .... .......... . . .. .. . ... 192 .0 335. 8 445 . 1 388. 7 196.4 55 . 6 24. 4 23 .5 17 . 4 31.8 57.3 86. 7
Pedro 11 ........ . . ... ..... . . ... 123. 1 227. 4 286 .6 243 .6 82 .3 17.4 14. 5 7.3 7.6 18. 4 34.2 71.9
Campo Maior .... ... . ... ....... 191 . 0 248. 3 308 .9 241.2 87 . 7 22.6 14 . 1 10 .0 13 . 7· 32 . 3 · 48.0 93.7
Castelo do Piauí ... ... ....... ... 152 .7 211 .9 231.8 196 .6 65 . 2 15 .7 8. 2 16. 8 10. 0 23. 7 48 .9 74. 1

Transformando êsses dados em números per- a precipitação anual. No entanto, a partir de


centuais tem-se o seguinte: Campo Maior para o sul, observa-se a transição
para-o clima Aw, a qual se toma mais nítida ao sul
ESTAÇÕES janeiro/junho julho/dezembro de Castelo do Piauí, como já se disse linhas atrás.
% %
A parte do estado do Ceará ~cluída na Região
das Cuestas, compreende a Serra da lbiapaba que
Piracuruca .... . . . .... . . .... ... . 88 12
Piripiri ........ .. ... ......... •. . 88 12 possui precipitações relativamente abundantes .
Pedro 11 . ........... ....... .. . 87 13
Campo Maior ................ . 84 16 Convém aqui frisar a importância do relêvo na dis-
Castdo do Piauf ....... . ...... . 83 17 tribuição das chtWas, pois, sempre que há regiões
serranas em meio ao sertão registra-se maior
O primeiro semestre do ano é o período real- pluviosidade . Comparando-se os totais an~ais de
mente chuvoso concentrando quase 90% de tôda algumas estações situadas nas plBRuras do sertão

2 78
Estado do Piaui Municipio de JERUMENHA

1
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Munioípio de Flol'iano - Piauí (Foto C . N.O. 3445- .T.J.)

Nos proximidades de Floriano há trochos em quo o rellivo se apresenta


ondulado, como mostra a fotografia . A d issecação desta auporfício levada a e1eito
pelo rio Parnaíba, 6 roaponsável pelo modelado auavo do rolôvo.
A cobort"Ura vegetal destas pequenas elovaçõea 6 do oaturosa miato, encer-
rando alguna elementos do mata junto o outroa do cerrado. (Com. M . G.C.H . )
com outras existentes nas serras, verifica-se a maior 90% ou mais do total anual, restando, portanto,
preCipitação que ocorre nessas · últimas. menos de 10% que se distribuem pelos meses de
Na Serra da Ibiapaba o total anual de chuvas julho a dezembro.
mais elevado é o de São Benedito ( 550 metros de Porcentagem dos semestres chuvoso e sêco ·
altitude) com 1765 . 2 mm. As várias estações aí das estações da Serra da Ibiapaba:
situadas também apresentam precipitações abun-
dantes:
janeiro/junho julho/dezembro
ESTAÇÕES
Altura anual % %
da precipitáção
i436.4 mm Viçosa do Ceará....... . ... . .. . 92 8
Viçosa do Ceará .... . Tianguá ....... . ... . .. . . . ... . . . 89 11
Tianguá . . ... . .... . 1223.8 " Ubajara ......... . ... . . .. .... . . 90 lO
lbiapina ... . .. . . . . . . ...... .... . 88 12
Ubajara .. . ....... . 1404.3 " São Benedito ......... ... .. . .. . 86 14
Guaraciaba do Norte .. ........ . 87 . 13
Ibiapina .......... . 1557.2 " lpueiras ....... . . . ...... .. . ... . 86 14
1390 . 8 Ibiapaba. : . . .. . ..... . ... . ... . . 85 14
Guaraciaba do Norte .. "
Ipueiras 1012.3 "
Ioiapaba 897.4 " Analisando minuciosamente a distribuição
Esta precipitação anual ocorre especialmente mensal das chuva.s nessas várias estações, nota-se
no primeiro semestre do ano. quando chove quase que nos meses máis chuvosos, fevereiro, março e

(Foto C . N.G . 3546- T.) . )


Município de Floriano - Piauí
Pode-se observar, no segundo plano da fotografia, o boqueirão de U~Jl!i "cue~ta" entre õs rios Itaueira e Parnaíba, do Devoniano
superior. À m.e ia encosta, in~talou-ae o "cerradão". ·
Em primeiro plano, a rodovia que liga Floria~:~o ao estado de Pemamb~co, é ladeada de uma vegetação ruderal. (Com. M .G.C.H .)
Estado do Piaui Munlclplo de ITAINÓPOLIS

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Município de Amsrante - Piauí (Foto C . N .G . 3563- T . } . )

A serra da Arara, localizada entre as cidades de Floriano e Amarante, no Piauí, representa um remanescente de relêvo que lembra
os dos chapadões . A d issecação que redundou no aparecimento dessas séries de mesas-testemunho, foi elaborada pelo rio Parnaíba, que
corre nas proximidades . P rotegendo o alto de tais elevações, enste uma verdadeira cour aça, oriunda da concentração da limonita. Esta
fotografia foi tomai:la próximo ao contato com a região dos chapadões . (Com. C .R .M .)

abril, os totais mensais são superiores a 200 inm O quadro a seguir dá uma idéia geral da dis-
enquanto nos meses mais sêcos, agôsto ou setembro, tribuição das chuvas pelos vários meses do ano nos
chegam a atingir, às vêzes, menos de 2 mm, como diversos postos instalados pelo D . N . O . C. S . na
no caso de Viçosa do Ceará - agôsto 1 . 9 min . Serra da Ibiapaba:

ESTAÇOES jan. fev. março abril maio junho julho 8ftÔStO . ~t. out. nov. dez.
---------- -·--- - - - - - - --
Viçosa do Cearli .. . ..... . . . . . . .. 148. 2 '287 . 8 360 . 5 316 . 8 · 152 .6 63 . 2 17. 7 1.9 5. 1 9. 8 20 .3 52 .3
T iangu ã . . ... . . . .... .. . . . . ... .. 118. 1 221 . í 308 .4 261'.'7 146. 6 34 .!} 27 . 2 11 .6 6.5 17 .0 21. 1 49. 0
Ubajara ........ . ... . . . ..... . .. 132 . 1 263. 9 345 .3 342 . 2 197 .4 76. 7 28. 9 17.0 8 .3 14 .9 27 .9 49. 7
Ibiapina ... . .. . .... . . . . .. .... . . 152. 1 268 .4 349 .9 347.6 191. 7 75 . 2 78. 5 18 .3 13 . 1 18 . 5 32 .0 60.9•
São Benedito......... . ... . ..... 162 . 9 285 .9 380 .6 392.6 217.2 90 .8 46. 5 26 .3 23.5 30 .6 35.4 73. 6
Gua raciaba d o N orte ........... 128 .2 200 .0 321. 5 321.9 166. 7 72 . 1 35 . 7 18 .9 5 .4 12 .0 41.9 66. 5
Ipueiras ..... . .... .. ...... . . ... 91.6 167.9 234 .3 236 .3 105 . 3 33. 0 16. 4 21.1 7.0 10. 5 47 .3 41.6
Ibiapaba . .... • ...... ... . .. . .. .. 94. 1 160 .4 218 . 1 1í2 .9 89 . 0 23 .4 12 . 0 4 .8 7. 7 12. 5 45 .4 57 . 1

As precípitações, conforme se pode observar, beneficiando tanto como as outras da influênci~


são abundantes neste trecho do Ceará, ultrapas- do relêvo .
sando em tôdas as estações a 1200 mm anuais, com Hilgard Stêmbergt em seu trabalho "Aspectos
exceção de Ipueiras e Ibiapaba . Estas duas últi- da Sêca de 1951, no Ceará", ressalta bem o valor
mas já estão situadas no sopé da encosta d a serra das serras apresent ando alguns dados que eviden-
a pouco mais de 200 metros de altitude, não se ciam a importância do fator altit~de para a preci-
Estado do Piaul Municfpio de JAICÓS
41°30' 41"1.5'

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( 1em -4 k m)
Okm ~ 10 t5km
pitação,. demonstrando que, sempre que há relêvo Num estudo de classificação de clima, leva-se
de certo destaque, há condensações mais .fortes . em -conta as normais que nadá mais são que a média
Salienta, todavia, Sternberg que: "o efeito orográ- das observações de um longo período. No entanto,
fico não resulta apenas. em acréscimo de pluviosi- examinando-se ano por ano os dados fornecidos,
dade mais ou menos propor.cional a altitude . A di- verifica-se a grande irregularidade, pois, há a(los
nâmica dos flúidos mostra que as massas aéreas bastante chuvosos em Sobral e outros inteiramente
são forçadas a elevar-se, antes mesmo de atingirem secos . · Destaca-se, ·ainda, o fato de que parte consi-
uma barreira montanhosa: chuvas orográficas derável das chuvas cai com forte intensidade,
podem cair à frente da serra ou chapada respon- sendo mesmo algumas torrenciais .
sável por sua produção. Outrossim, sabe-se que, A serra da· Ibiapaba constitui portanto, do
por v~zes, chuvas ocasionadas pela ascenção do ar ponto de vista pluviométrico, uma das regiões do
em virtude de acidentes do terreno caem a sota- Ceará bem providas de chuvas; não obstante, para
vento dêstes obstáculos . " o sul como provam os dados de Ipueiras e lbiapaba,
Comparando-se os dados dessas estações da as precipitações diminuem, pois o relêvo toma-se
serra da Ibiapaba, -bem providas d'e chuvas com os progressivamente mais baixo . A sudeste desta re-
de Sobral, por exemplo, situada a 7 5 metros de gião já se observa a transição para ó clima semi-
altitude, na Região do Sertão, com apenas 885 mm -árido.
de precipitação anual, confirma-se a importância O segundo tipo climático da Região das
d'o relêvo. "Cuestas'• é o tropical quente e úmido com estação

Município d e Floriano - Piauí (Foto C . N . G . 356()- T . J .)

Aspecto de uma região de pedimento, focalizando um pequeno morro, forma de erosão recente. Apresenta-se êle .recoberto por "ra~as'',
testemunho de que imperou um clima mais sêco que o atual, num passado pr6ximo .
Ob~erva-se também, na foto, a vegetação de cerrado, em parte devastado para pasto . (Com. M . G . C . H . )

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Município de Floriano - Piauí (Foto C . N.G . 3594- T .) . )

Próximo a Floriano, as camadas de arenito apresentam um desnível muito fraco . Como conseqüência, a erosão isolou formas que
lembram em linhas Keraís, chapadas . No primeiro plano pode-se observar as camadas de um arenito de grana finínimo cortadas por
planos d'3 diaclase que facilitaram seu trabalho pelo homem. (Com. C . R . M . )

chuvosa no verão, Aw . Estende-se pelo sul da mês de maio já se observa grande decréscimo nas
Região não abrangendo apenas a faixa a sudeste, de precipitações, tendo início neste mês ou no seguinte
clima semi-árido . a estiagem, que se estende até outubro . Os meses
Nessa extensa área climãtica há grande carên- mais secos são julho e agôsto .
cia de postos meteorológicos, conforme se pode ver Quanto aos totais anuais, nota-se uma dimi-
no mapa, onde somente quatro .estações estão assi- nuição no Piauí em relação ao Maranhão . Aliás
êste decréscimo, de WNW para ESE foi ressaltado
naladas: .1\marante e Floriano nas margens do
quando se estudou o clima da Região da Planície .
Parnaíba, Valença e Oeiras, no interior do estado,
O rio Parnaíba separa a zona mais pluviosa,
tôdas pertencentes ao D . N . O . C . S . não possuin-
do lado maranhense, da menos pluviosa, do lado do
do portanto observações de temperaturas .
Piauí . Como conseqüência, os seus afluentes da
Quanto às características pluviométricas desta margem esquerda (Maranhão) são quase todos
zona são as mesmas da porção meridional da Re- perenes, enquanto os da margem direita (Piauí)
gião da Planície, onde domina. o mesmo tipo de são temporários. Verifica-se assim, uma grande
clima, Aw . As chuvas têm início, portanto, eni no- influência do clima na rêde hidrográfica dêstes dois
vembro ou dezembro, tornando-se mais intensas a estados.
partir de janeiro e prolongando~se até abril . Cons- As duas estações existentes no vale médio do
titui, pois, esta quadra, a mais chuvosa do ano. No Parnaíba, Amarante e Floriano, apresentam ainda

288
Estado do Plauf Munldplo de BERTOL(NIA

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19 - 2 4 163
precipitações relativamente abundantes, 1493. O A região do vale médio do P arrunõa é ainda
e 1033 . 3 mm respectivamente, enquanto as do in- relativamente bem servida de chuvas. A estação
terior, Valença e Oeiras, possuem totais anuais bem piauiense de Amarante, situada próximo ao limite
inferiores, 952 . 3 e 924.7 mm demonstrando a das Regiões da P lanície e dos Chapadões apresenta
transição para o clima semi-árido . o total anual de chuvas, 1493 . O mm, mais elevado.
No qúadro a seguir verifica-se a distribuição O período chuvoso. estende-se de outubro a maio,
da~ precipitações nas diversas estações dessa zona com o máximo em março ( 2 71 . O mm), restrin-
limática, bem como a d iminuição progressiva na gindo-se a estação sêca a apenas quatro meses do
.iireção de sudeste até chegar ao clima mais sêco ano- junho a setembro, com o_mínimo em julho
( BSh). ( 11 . 8· mm) . A porcentagem da precipitação no

ESTACOES jan. fev. março abril maio junho julho agOsto aet. out nov dez. Anual

Amarante . . .. . .. ... . . 204 .8 256.4 271.0 214 .0 105.3 22 . 3 11 .8 15 . 5 21.8 72 . 5 124.9 172. 7 1 493 .0
F loriano .. .. ... . .. . .. . 160 .6 183 .9 192. 5 107. 8 42 . 7 21.0 8 .6 9.1 24 . 1 67. 8 127 . 7 146.0 1 033. 3
Valença .• . ... . ....... 150 .4 166.6 227 . 7 129. 7 43 .9 12. 4 7.3 6. 8 16. 8 43. 5 65 .9 81.3 952 .3
Oeiras . . . ... . . . ... . . .. 156 .3 170 .0 165 . 5 89 . 5 28 . 2 7. 0 1.1 8. 8 14 .3 48. 5 104 .5 117 .5 924 . 7

Municipio de Floriano - Piaui (Foto C . N.G . 3547- T . ) . )

A superfície tabular bem visível no segundo plano da foto, constitui um remanescente de "cuestas" do Devoniano superior. A cha-
pada domina uma região plana, modelada em zistos e arenitos tenros.
Quanto ao tipo de vecetação, domina o "cerT'IIdáo" na base da chapada, já revelando a transição para uma vegetação de mata.
(Com. M . G .C . H . )

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Estado do Piaui Munidpio de ITAUEIRA
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( 1em - 51tm)
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MunícítÍio de Campo Maior - Piaui (Foto C .N . G . 3335- T . } . )

Reliio in~te dMCampeda noe arredor•• de Campo Maior. O eolo wperficial, repreMDtado por uma contínua erolta da
canp, indica a uiltêada de condições c:limáticaa diÍerental, ocorrida em 6poc:aa pouc:o anteriores à atual . Trata-te, portanto, de um
p6leo-aolo. Atualmente, a eroeão, mediante um cUme maia úmido, trabalhou eôbre eata eroata, provOCUido o eolapemeuto e a desagra·
gaçio em bloc:oa . Em detalhe, ~bemos a veaetação rala de &remineu, predomiDantea neatea campoa .
Rita fotosrafla fu parte de uma e6rie de ~dea depraMõea em anfiteatro, em funçio dat quale ae processa a erolio dessa• c:are-
peçu ferrujlinolaa . (Com. C .R .M.)

semestre de verão (outubro a março) atinge 74% têm. início em novembro e vão só até março, pois
do total anual . As chuvas, no entanto, prolon@:am- em abril já há um decréscimo grande .
-se um pouco pelo outono (abril 214 . O mm e maio As precipitações escasseiam portanto para
1OS . 3 mm), pois, embora fracamente, ainda s~ faz sudeste, a estação sêca acentua-se, passando-se
sentir aí, a ação da massa equatorial norte que gradativamente para o clima semi-árido que do-
produz precipitações abundantes em todo o litoral mina em pequena parte da Região das Cuestas,
durante esta época do ano. numa zona de transição para a Região do Sertão.
Em Floriano, situada um pouco inais ao sul, Finalmente o terceiro tipo, o clima semi-árido,
no vale do Parnaíba, a precipitação anual é menor, BSh, estende-se além da Região das Cuestas, pelo
1033 . 3 mm, sendo a estiagem mais prolongada, sudeste do Piauí, o sudoeste do Ceará, grande parte
-isto é, de maio a outubro. do Rio Grande do Norte e Paraíba, o interior de
Para o interior a estação sêca torna-se mais Pernambuco, o oeste de Alagoas e Sergipe, prolon-
acentuada, demonstrando Valença e principal- gando-se pelo Notte da Bahia.
mente Oeiras, a passagem para o clima semi-árido . Caracteriza-se pela insuficiência de precipi-
Nesta última estação o mês mais chuvoso é feve- tações, temperaturas elevadas e conseqüentemente
. reiro e não março e o mais sêco é julho . As chuvas ·por forte evaporação .
E&tado do Piauí Munidpio de SIMPLÍCIO MENDES
4 2" 30' 42" 41 " 30'

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A pequena precipitação observada no Nor- retarn grandes prejuízos, trazendo · miséria para
deste semi-árido é devida ao fato de a região estar tôda a região .
situada numa zona de transição, onde a influência Analisando a precipitação anual das diversas
das diferentes massas de ar se faz sentir de modo estações de clima semi-árido, na Região das Cues-
pouéo intenso . tas, durante o período de 1940/ 1950, verifica-se
A precipitação além de pouco abun~ante, dis- que realmente há anos em que as chuvas são abun-
tingue-se por urna grande irregularidade . O pe: dantes, enquanto em outros, há grande escassez.
ríodo chuvoso, "inverno" corno é chamado na re- PRECIPITAÇÃO ANUAL (mm)
gião, pode atrasar-se ou mesmo ser de precipitações
muito escassas. A faixa de baixa proessão do equa- ANOS São J oão
Picos Jaic6s
Simplfcio
do Piaw Mendes
dor deslocando-se para o sul, provoca muitas vêzes
chuvas no Nordeste, porém isto se verifica com
1940......... 555 . 0 1 007 . 0 935 . 1 905.4
grande irregularidade, resultando anos chuvosos e 1941. ........ 465 . 0 484. 5 469.9 583 . 8
anos secos . 1942 .. .. ..... 514 .6 626.7 668.5 640.8
1943 ..... . ... 876 . 5 666. 1 578 . 1 628 . 2
De modo geral, a escassez de chuvas restrin- 1944 ....... .. 547. 0 268. 2 624. 8 836 . 9
1945......... 686. 2 580. 0 612 .3 817 . 5
ge-se a um a no, não· sendo raro alcançar o período 1946 ......... 726. 0 154. 5 720.4 690.4
1947 ......... I 158. 6 652 . 6 753. 1 917 . 1
de dois ou mais anos, haja vista as grandes crises }g48 .. ..... .. 692.0 278 . 5 412 .9 553.4
já registradas . Nesses casos surgem as secas cala- 1949..... . . .. 594.6 531 .4 294.1 576 .8
1{'50 ......... 361. 0 371.4 271.5 707 . 1
mitosas, de conseqüências incalculáveis que acar-

Município de Simplício Mende8 - Piauí (Foto C . N.G. 3388- T.J.)

Afloramento de diebásio pertencente à série de grandes p atamares, próximos à localidade de Campos, no Piauí . Como se observa
na fotografia, há também enorme quantidade de seixos rolados em misture aos fragmentos . O solo muito raso desse região permite apenas
o estabelecimento da vegetação campestre . ( Com. C. R . M . )
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Município de Paullwrana - Piauí (Foto C.N.G. 3567- T. J .)
Trecho de unua grande degressiio situada a 20 lcm antea da cidade de
Pauliauna, Piauí. Localltada em área de forte secura do aortõo, ela testemunha,
tamb6m, junto ao material que a forma, aa aeveru condições páloo-climáticaa
ocorridas no pleistoceno.
Evidenciando uma aeleção naturel do• materiais, encontra-ao, a aua periferia,
recoberta pela areia, permitindo o dominlo do caatinga, como .. vê no 6ltimo
plano da fotogrefia. No centro, no entanto, o aolo 6 revestido pela es~ssa camada
argilosa, favorecendo o aparecimento do solo poligonal . Aos poucos, o argila está
aendo carreada pelos agentes do lntemperismo, fazendo aparecer 01 teixos. Seu
dlilmotro aproximado é de 300 metroa. (Com. C . R . M . )
Município do Pauli~tana - Piauí (Foto C . N .G. 3573- T . } . )

Fotografia tirada nos arredores d a cidade de Paulistana, domínio dos xistos cristalinos. Nesta região o gnaisse parece ter sido
fortemente flexurado. A esquerda da fotografia, na parte superficial, há uma camada de vários metros de espessura, com fragmentos de
rocha místurada à argila . ~ste material constitui uma úpica "raiia" de encosta, ou melhor, "rais de raiia" . ( Com. C. R. M .)

Quanto ao regime pluviométrico do sudeste não sejam muito intensas, e se estende até o mês
do Piauí é o mesmo do sudoeste do estado, de clima de abril, registrando-~e o total mais elevado em
Aw, havendo diferença, apenas no total das preci- março . Quanto à estação sêca, tem início em maio,
pitações . A estação chuvosa tem início em no- prolongando-se até outubro; o mês mais sêco é
vembro, embora neste mês as precipitações ainda julho ou agôsto .

ESTACOES jan. fcv. março abril m!lio junho julho agôsto set. out. nov. d ez. Anual

P icos ................. 108 . 4 141.9 188. 7 78 . 4 35 . 6 10 . 7 7. 2 11 . 3 13 .0 36. 5 62 . 1 78. 1 771.9


Jaic6s . . ...... . .... . . . 116 . 4 154.·3 160 . 2 81.2 22 . 9 4.4 5.4 3.6 5. 8 24. 3 48 . 2 82 . 1 708 .8
Simpllcio Mendes ..... 116 .3 148 .9 172. 6 69. 3 25. 3 3. 2 2. 1 1.7 12 . 1 38 .9 73. 1 87.8 751.3
São João do Piau!. . .. 115 . 7 137 . 4 143 . 7 76 . 4 25 . 8 5. 9 0. 0 3. 1 20. 1 42 . 6 114 .9 101.8 787 . 4

Comparando-se êsses dados de chuva com os semi-árida, do alto sertão pernambucano, embora
das estações de clima quente e úmido, Aw do sul com menor intensidade . Observa-se no entanto aí,
do Piauí, observa-se a semelhança existente . um atraso da estação chuvosa, que tem início no
A influência da m assa equatorial continental mês de novembro prolongando-se até abril. As
quente e úmida que ocupa no verão a região do chuvas nesses meses são, às vêzes, intensas, .porém,
Planalto Central, provocando chuvas freqüentes e devido a uma série de fatôres, tais como tempera-
abundantes nesta época, se faz sentir até ·a região turas elevadas, solos pouco profundos, etc., a água

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Estado do Piaui Municipio de SIMÕES
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não pode ser aproveitada convenientemente . A intensas . Para o sul o clima quente e úmido Aw
estação sêca, por sua vez é muito rigorosa, havendo apresenta chuvas menos abundantes . A pluviosi-
meses de nenhuma precipitação. dade continua diminuindo gradativamente, como
A pluviosidade vai se tomando cada vez mais se observa nos dados apresentados, até ~ sudeste
reduzida do Piauí para Pernambuco, ocorrendo no da Região das Cuestas, onde. ocorre o clima semi-
alto sertão dêste estado, precipitações anuais infe- -árido .
riores na maioria das vêzes, a 500 mm . A estação p Cerrado e a Caatinga são as paisagens botâ-
de Paulistana, no Piauí, situada mais próximo ao nicas que dominam na Zona das "Cuestas" do Meio
estado de Pernambuco apresenta 643.1 mm de pre- Norte brasileiro . Cada uma dessas formações ocupa,
cipitação anual, enquanto Ouricuri já nesse último aproximadamente, a metade dessa área, fato êsse
estado, apresenta 574,2 mm. já assinalado em princípios dêste século por Luet-
Sintetizando pode-se dizer que na Região das zelburg quando escreveu "quanto mais se manifes-
Cuestas, o cli~a quente e úmido Aw', que domina ta, com regulari~de a vegetação agreste do Norte
na sua porção norte, possui precipitações mais do estado do Piauí e ela caatinga do Sul, dividindo-a

Município de Simplício Mendes - Piauí (Foto C . N . O . ~ 39$ - T .} .)

Aa camaubeirea têm urna tendência a formar aglomerados, tendência esaa que se apresenta como uma vantagem pera .wa esplotaçio.
A esbelta Copernicia ceri/era, Mart., é uma palmeira que possui, de altura, em média, 20 metros e, no m6zi.mo. quaNDta . .
Sua explotação se fu visando, principalmente, o aproveitamento da cêra de suas fôlhas, que representa, para a planta, uma proteção
contra a exc:eaaiva perda de umidade por efeito do clima aêco e quente, do aeu "habitat".
Poaaui êate vegetal, porém, variadas aplicaçõea, aendo totalmente aproveitável, da raiz àa fôlhaa. Seua frutos • f31haa nóvaa MrVem
da alimeoto para o gado, seu tronco é de boa madeira, suas fôlhaa, apóe a utraçio da cêre, servem pera . a cobertura · de c:a••
e como
matéria-prima pare confecção de cordaa, sac:oa, esteiras, ctulpéus, bôl•a, MDdüiu etc. Esta 61tima apUcaçio j á • aDCIODtra algo . d...nvol·
vida, havendo exportação de fibraa .xtraídas daa fôlhaa e pecíoloa pera aerem trabalhada• em Sio Paulo a no Diftrito Federal. ( Com.
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Estado do Piaui Munidpio de CONCEIÇÃO DO CANINO~

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Município de Simplício M endes - Piauí (Foto C.N.G. 3384 - T .} .)

De modo ger:al, o Piauí apresenta amplas reg1oes de planícies, principalmente nas .zonas do mimoso. Localizam-se estas na
bacia do Canindé, continuando para o sul, até Pamaguá. Ocupa tam bém alguns trechos de campos no norte . ~ste terreno plano é salpi-
cado de camaubeiras que demonstram preferí!ncia pela região. D os campos naturais do Brasil, os do Piauí se destacam entre os mais belos,
daí a expressão de Gardner ao percorrer a região no inverno, de que julgava atravessar um jardim inglês .
~stes campos são bastante aproveitados pelos criadores de gado, pois são m uito nutritivos, embora resistam menos a sêcas que
os do agreste.
A fotografia nos mostra um dêsses campos piauienses a que nos referimos . (Com. T. C . )

em duas partes fitogeográficas distintas, tanto ga e também com algumas espécies da própria Hi-
mais irregulares se torriam as condições fitogeo- léia.
gráficas na estreita zona do extremo sueste" . Pa- Assim, a porção norte da Zona das "Cuestas",
rece fora de dúvida que a végetação descrita por compreendendo as Chapadas que limitam os esta-
êsse autor sob a denominação de "agreste" nada dos do Piauí e Ceará e t ôda a zona dissecada que
mais é do que o próprio Cerrado, pois pela descri- se estende entre as serras Grande e dos Cariris e
ção de sua fisionomia e mesmo pela composição o vale do Parnaíbà, sem alcançar, entretanto, a ca-
florística não acreditamos que corresponda a ou- lha do rio, é o domínio absoluto do Cerrado. Êste,
tra formação . É verdade, podemos acrescentar, ao sul, é limitado grosseiramente por uma linha
que sendo o Meio Norte uma região de transição que, tendo início ao sul de Floriano, intercepta o
entre os climas equatorial da Amazônia, semi-ári- Piauí de oeste para leste, passando ao norte de
do do Nordeste e megatermal do Planalto Central Oeiras e de Picos, seguindo até o limite corri o
e, além disto, uma zona de contato entre as for- Ceará, pouco acima da cidade de Fronteiras .
mações vegetais típicas destas três regiões, é natu- Certas áreas de Cerrado se desenvolvem tam-
ral que os Cerrados aí se apresentem mesclados, bém mais ao sul de Floriano, abrangendo o sudo-
principalmente, com elementos arbóreos da Caatin- este e o sul . Registra-se, também, outra ocorrên-

302.
Estado do Piauf Municfplo de CANTO DO RURITI

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cia à margem esquerda do rio Parnaíba, em tôrno pelo aparecimento de Cerrados, conhecidos local-
da cidade de Barão de Grajaú . mente sob a denominação de "chapadas", expres-
O sul e sul-oriental das "Cuestas'' do Meio são que, ao lado da acepção de formação botânica,
Norte acham-se recobertos pela Caatinga; todavia, apresenta o significado geomorfo16gico.
não .são as duas únicas paisagens fitogeográficas Indagando-se do habitante local o nome da-
que aí aparecem: palmeirais e matas-galerias estão do à vegetação que cobre os divisores de água des-
inclusas nessas formações. ta região, a resposta invariàvelmente será: a "Cha-
A grande permeabilidade dos. solos dessa re- pada", significando "um tipo inferior de agreste"
gião que, na maioria dos casos, resulta da altera- e que seria o "equivalente piauiense do "tabuleiro,
ção de arenitos e xistos, _ligada a condições climá- de Minas e da Paraíba. São planuras estéreis, con-
ticas caracterizadas, principalmente, pela existên- tinuação das serras de arenito sedimentário, provi-
cia de dois períodos perfei~ente distintos: o chu- das de vegetação quase exclusivamente xerófila .
voso que se verifica no verão e. o sêco, no inverno, A relva do solo é dura, agrupada em touceiras, im-
além de outras condições relativas ao relêvo e mes- própria para a alimentação do gado·. As árvores
mo a climas do passado, parece ser a responsável são de pequeno porte, vicejando na estação das

Municipío de Simplício Mande• - Piauí (Foto C.N . G . 3633- T.} . )

A caniaubeira aparece, em grande parte do Piauí, geralmente, em aglomerados pouco utenaot, priacipalmente em locaia de maior
umidade .
:!. uma planta nativa no Braail, aio tendo tido .uceao aa nporádicaa tentativa• de
MU c:últivo liatemátieo .
A elrtração da cêra de auu fôlhaa pode aer considerada atividade b6aica da população do interior de &IlUDI estados do NO!'o
deste, principalmente Piauí e Cear6 . (Com. } . X .S . )
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Municipio de Amarante - Piaui (Foto C . N .G. 3562 - T . }.)

A primitiva vegetação da região ribeirinha, no município de Amarante, Piauí, era a mata, hoje substituída por uma cobertura
veaetal secundária, a "capoeira" .
Tal aubstituição deve-se ao abandono das terras após o esgotamento do solo, o que se dá ràpidamente pelo uso das técnicaa agrí-
colas pouco avançadas, como a daa "queimadas".
Nos locais de maior umidade, aparecem, comumente, as camaubeiraa, especialmente nos fundos de vale, como as que vemos
na foto, que estão em local próximo à foz do rio Canindé .
Naa parte. elevadas de solo silicoso encontramos o cerrado que nas encostas se apre.enta entremeado por elementos de mata.
(Com. } . X .S.)

306
Estad.o do Plavi Munidpio de CRISTINO CASTRO
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( lcm - 5 km)
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chuvas, para sofrer considerável atrofiamento nas as seguintes espec1es: Cereus ja,m acaru (manda-
sêcas . A chapada característica do Piauí se pro- caru), Cereus squa111osus ( faxeiro) , Pilocereus
longa do município de Oeiras até as proximidades gounelli (xique-xique), Melocactus sp. (coroa-de-
do mar, cortando grande parte do Estado . " Assim -frade), Bromeliáceas do gênero Neogloziovia, Ca-
descreve esta paisagem Carlos Eugênio Pôrto . ryocar villosum (piqui), Hancomia speciosa (man-
Luetzelburg, referindo-se ao assunto, diz: gabeira), Tenninalia brasiliensis ,(capitão do cam-
".C onvém, pois, saber, se a palavra "Chapada" t erá po) , Tecoma chrysostrycha (pau-d'arro), Anacar-
de caracterizar uma vegetação típica ou uma fá- dium ocidentale (cajueiro), Anacardium humile
cies geológica ou topográfica . O têrmo chapada, ( cajuí), Parkia platicepbala ( faveira) , Combre-
quando é empregado ·pelo nordestino para definir tum leprosum ( mofumbo), Bombax gracilipes (em-
a vegetação ou formação desta, significa um tipo bira), Strypbnodendrom polyphollum, Bowdichia
semelhante ao dos tabuleiros mineiros ... " . speciosa (sucupira prêta), Counarus cymosus (ma-
De acôrdo com F . M . Schmidt em seu tra- ta-cachorro) , Enterolobium timbauba ( tamburil),
balho "Fatôres ecológicos e meios de acomodação Hymenaea courbaril (jatobá), Schinus aroeiro
dos vegetais observados no estado do Piauí", pu- (aroeira), Copernícià cerifera (carnaúba), Panicum
blicado pelo Ministério da Agricultura ( 1936), equinolaena (capim do campo), Paspalum brasi-
predominam nas chapadas do Piauí, entre outras, liensis (capim branco), e outras . Como podemos

Município de Oeiras - Piauí (Foto C . N .G. 3441 - T.} . )

O cerradão é uma variação do cerrado, onde as árvores possuem, em geral, o porte elevado, motivo pelo qual êle toma,
algumas vêzes o aspecto de mata. (CQm. E .R .S .)

308
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Município de Picos - Piaui (Foto C .N . G . 3383- T .J . )

A foto nos dá um aspecto do cerrado perto de Picos, onde ae vê, no primeiro plano, o "capotio" ou o "pau de colher de vaqueiro"
(Salvertia convaliodora), comum em quase todo• oa tipos de cerrado. (Com. E .R .S . )

ver, esta formação iriclui um grande número de na em estudo empresta à paisagem o seu aspecto
espécies da Caatinga e do Cerrado o que indica ha- hostil.
ver uma combinação de elementos desas duas for- Todo o sudeste do Piauí apresenta um cli-
mações . Fisionômicamente, contudo, o aspecto ma semi-árido quente caracterizado por uma fra-
aproxima-se muito mais do Cerrado . ca e irregular pluviosidade aliada a temperaturas
Loefgrem, que percorreu uma parte da área elevadas e, por conséqüência, a uma evaporação
citada, observa: "uma grande parte do centro desta muito alta . As chuvas do litoral que ocorrem no
chapada (referência à serra Grande) e alguns outros
outono decrescem . Simultâneamente, as chuvas
lugares, principalmente para o lado da vertente
de verão do Planalto Central, já por si escassas,
do Piauí é bastante arenosa e ali se desenvolveu
típicas por sua irregularidade, dÍqlinuem, pois mui-
uma vegetação especial na qual entram muitas das
espécies características dos cerrados gerais do Bra- tas vêzes não se observa o período chuvoso que co-
sil . Encontramos ali: o Stephnodendrom barba- incide com o verão. Tais condições climáticas
timão e Smilax . Até o Eremanthus sphaerocepha- aliam-se a solos relativamente rasos, pois não há
lus, Psychotria rígida, Miconia albicans, uma Es- condições razoàvelmente boas pa: a a sua evolução,
callonia e uma Styrax, todos habitantes dos cer- já que predomina aí não o processo da decompo-
rados mineiros e paulistas" . sição, mas sobretudo o de desagregação das rochas.
Enquanto ao Norte as formações campestres Durante os três ou quatro meses das chuvas, quase
dominam, a Caatinga no sul e sul-oriental da Zo- sempre torrenciais, dá-se ~ grande lavagem dos

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Munlc:Jplo d• Pico. - Piauí (Foto C.N . G . 3382 - T .J . )

O cerNdo aaaemelha·ae ao campo arboriudo, onde u ~rvore. ao diatribuom


oaparumente o apreaentam canacteríatlcaa peculia ro•.
A foto noa d6 um upocto do cerrado limitando-ao ao fundo, com o cenadão.
Encontremo• ai, da e1quorda para a direita, aa aeauintes es~clos: o vlnholro
(Vochyala ap.) o pau-tona (Qualea arandlflona) e o pau.de-colher-do-vaquoiro (Sal-
vertia convaliorodora) tamb6m chamado bate-caixa ou copotõo . (Com. E . R . S . )
sais minerais da superfície . É verdade que a intensa Luetzelburg assinala nessa área do Piauí vá-:-
evaporação pode proporcionar u'a migração dêsses rios tipos de caatinga . Assim, a "caatinga baixa"
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sais novamente à superfície; entretanto, devemo- seria a dominante nas "chapadas e planaltos", cons-
-nos lembrar que a constituição geológica dessa . tituída mormente por Mimosas, Cesalpináceas, Eu-
região pode proporcionar uma infiltração conside- phorbiáceas ( Croton, Jatropha, Euphorbia e Ma-
rável das águas enriquecidas por sais solúveis, rou- nihot) de vegetação densa, não havendo claros ou
bando à vegetação os elementos necessários à vida. espaços entre os indivíduos "os quais impedem o
Essa precariedade de condiç~s coadjuvada à si- desenvolvimento de bromeliáceas e cactáceas de
tuação em relação à caatinga do Nordeste e, pos- pequeno porte, dominando a paisagem elementos
sivelmente, a condições paleoclimáticas determi- arbustivos e de ramüicação espraiada" . A "caatin-
nam o aparecimento nessa parte da Zona das ga alta", rica em elementos arb6reos ocupa em par-
"Cuestas" do Meio Norte de uma vegetação predo- ticular "os vales largos entre as serras e colinas"
minantemente xerófita - a caatinga . onde "o solo é menos duro, sêco e pedregoso", e
Martius, em 1819, e Luetzelburg, aproxima- "parece ser o tipo mais comumente encontrado...",
damente um sé<;ulo depois, foram os pesquisadores isto também de acôrdo com Luetzelburg.
que mais contribuíram para o conhecimento da Aí as cactáceas e bromeliáceas diminuem bas-
vegetação dessa região, cuja fisionomia e compo- tante, enquanto os elementos arb6reos atingem por
sição florística descreveram . vêzes 5 a 6 metros; nestas caatingas segundo Luet-

Município de Oeir.. - Piauí


.
(Foto C.N.G . 3619- T.J.)

A roto deixa entrever um aspecto do ~Jêvo perto de O.ira1 • SobreuHm •• formaa allimétric:aa a •• CBJ.D8daa levameDt. pertur-
badas do Devoniano médio . Naa vertentes sêcas localiza... o "cerradão", veget.çio ~ apêaa que a do " cerrado" Üpic:o eDqu&Dto DU ;101181
mais baixas, ocorre a carnaúba. (Com. M . G .C .B . )

3111
Estado do Plauf Munlciplo de CORRENTE
45° 30' «• SO'

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Municipio de Sio Pedro do Piauí - Piauí (Foto C . N .G. 3443- T . J .)

~ste aspecto de cerrado g:rupado lembra os capóes, pois acha-se separado por grandes espaços recobertos por gramíneas, em-
bora os capóes sejam grupamentos arbóreos cujo conjunto se apresenta mais isolado . A vegeta-ção rasteira que o circunda é utilizada na cria-
ção extensiva do gado .
~e tipo de cerrado serve de transição para tipos xerófitos e provàvelmente é remanescente de um páleo-cli ma . Esta vegetação com
espécies de cerrádo, formando capóes, encontra correapondente nos tabuleiros do litoral de Sergipe e Alagoas . (Com. M . C . V . )

zelburg, predominam as leguminosas, representa- preta (Mimosa aspera) , bico-de-papagaio (Mimo-


das particularmente pelas mimosaceas e cesalpi- sa spec.), canela-de-velho (Mimosa spec.), Para-
naceas que "alcançam superioridade sôbre tôdas as tudo ( Gomphrena Pohlii), M aniçoba ( Manihot'
outras, constituindo 60% da vegetação total" . piauhyensis), como também de diversas espécies
Assevera Luetzelburg : "A composição destas de malpigiáceas, compsitas, malváceas e Opum-
caatingas percorridas constituía-se de pau-de-rato tias" .
(Cesalpinia pyramidalis), pau-ferro (Cesalpinia Ao lado destas se alinham ainda os angicos
ferrea) , imburana (Torrensia cearensis), fedegoso (diversas Piptadenias e Pithecolo~iuns), a aroeira
(Crotallaria spec.), Mata-pasto (Cesalpinia spec.) , (Schinus, várias espécies), a faveleira ( Jatropha
veludo ( Crotton spec.), Imbu ( Spondias tuberosa) , phyllacantha), a baraúna (SchinoÍ>sis brasiliensis),
barri~udinho (Boerhavia spec.), pião (Jatropha) o juàzeiro (Ziziphus joazeiro), o niarmeleiro (Crot-
ribifolia), pau-de-casco ( Cesalpinia spec.) jurema ton sp.), a catingueira ( Cesalpinia sp.), a barrigu-

816
Estado do Piaui Munidpio de CURIMATÁ

CONVENÇOES
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( oom-5 ~m)
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da ( Corysia sp.), e cactáceas como o facheiro ( Ce- que a região teria sofrido em Períodos geológicos
reus squamosus ?), o xique-xique (Cereus gounellei anteriores e que evidentemente influenciaram na
(Weber), Luetz.), a coroa-de-frade (Melocactus história da ocupação florística desta área. Os fatos
sp.) e várias Bromeliáceas, entre as ,quais as mais acima são relativamente C<?muns ·em todo o Meio
comuns são a macambira (Bromelia laciniosa) e o Norte e reclamam estudos mais acurados que po-
caroá ( Neoglaziovia variegata); tudo isso recobrin- deriam de muito contribuir para a compreensão
do um solo raso predominantemente silicioso e por de diversos aspectos ainda obscuros da fitogeogra-:
vêzes coberto por um manto espêsso de seixos fia régional . ·
angulosos e blocos de quartzo. Essa cobertura do Os camaubais, os buritizais e os babaçuais são
solo é encontrada até mesmo sôbre os que resul- encontrados na Zona das "Cuestas" sob a forma de
tam de uma rocha matriz de natureza sedimentar "ilhas" de maior ou menor extenSão .
ou mesmo metamórfica, como são os arenitos e A camaúba ( Copemicia cerifera) prefere lo-
xistos que aí prevalecem. Por outro lado, não é cais onde os solos sejam razoàvelmente profundos
raro a ocorrência dêsses leitos de seixos na super- e alcalinos e surge quase sempre em baixios, mas
fície do solo e mesmo de concreções ferruginosas "não foge de terrenos mais sêcos das regiões semi-
que indicam, provàvelmente, variações climáticas -áridas" e "cobre em forma de gnipos ou em exem-

Município de Paulistana - Piauí (Foto C.N.G. 3566 - T.J.)

Aspecto da Caatinga do Piauí, nas proximidades de Paulista na . A vegetação apresenta-se com folha e mais fechada por ser época
d as chuvas.
No primeiro plano, nota-se a devastação da caatinga, motivada pela e~loblçio de lenha, consumida principalmente pela Viação
Férrea Fede ra l Leste Bratileiro, ramal Petro li na-Teresina, que alcança Paulistana . (Com. A .S.M . )

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Município de Conceiç&o do c..nindé - Piauí (Foto C .N . G . 3556- T .J . )

A caatinga. vecetação característica do interior dos estados nordeltiDoa, encJobe gRUde número de formações e eNOCÜçón veptaiL
Dentre aa árvore~ que comumente ocorrem na caatinp encontra11101 a faveleira (Cnida«:uuua phylleunthu• M. ) , 6rvore tôda coberta
de espinhos, até naa fôlhaa; tem, comumente, 2 metros de altura. A que aperace na foto, é de srand• porte chegando a atincir 6 meb"OL
Seu 16tex é combustível e bellimico. (Com. E . R .S . )

.piares, isolados, freqüentemente, o centro e o nor- qüenta centímetros e disponham de um subsolo ri-
te do Piauí", segundo Carlos Eugênio Pôrto. As- co em matéria orgânica. Isto, entretanto; não im-
sim, em áreas relativamente contínuas e de maior pede que êle seja encontrado em regiões de caa-
extensão, e, outrossim, na região de Campo Maior tinga como no vale do rio Canindé, ao .sul do Piauí.
sucede com muita freqüência . Avança para o li- Seu aparecimento verifica-se, géralmente, em de-
toral, surgindo dentro das áreas de caatinga ou pressões e ao longo dos vales mais úmidos Giistu-
cerrado. "Ao sul do estado do Piauí, no rio G~r­ rado com a mata que acompai)ha . sempre o rio
guéia, a carnaúba ocorre alternadamente co mo bu- Parnaíba e outros rios mais im~rtantes da região.
riti" e "transpondo o rio Parnaíba, para entrar no
Apesar da existência do babaçu, também, na
território do Maranhão", conforme assinala Luet-
Zona das "Cuestas", êle não desempenha aqui, tan-
zelburg, cede sua importância a outra palmeira de
grande significação para a economia regional: o to fisi~nômica quanto econômicamente o mesmo pa-
babaçu. pel que a carnaúba, cuja significação é muito mais
O babaçu ( Orbygnia speciosa), ao contrário acentuada na Planície .
da carnaúba, necessita de clima quente e úmido, Da mesma maneira, o buriti, embora surja,
tem preferência por sçlos que apresentem à super- esporàdicamente, . às margens de algumas lagoas
fície uma camada arenosa de mais ou menos cin- tem papel mais destacado na fitofisionomia dos cha-

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padões, onde é espécie quase obrigatória nas cabe- As "cuestas", como foi visto, constituem a fei-
ceiras dos numerosos rios que drenam os chapadões ção fisiográfica dominante na região em estudo .
do Piauí e principalmente do Maranhão, o mesmo No entanto, os aspectos geográficos diferentes que
não acontecendo na extensa área das caatingas podem ser observados nesta vasta área, não só
da Zona das "Cuestas" . Torna-se, entretanto, mais quanto ao relêvo, mas sobretudo, com respeito ao
freqüente, nas áreas de cerrado desta região . clima, à vegetação e aos solos determinam uma
A região das "cuestas" abrange o estado do ocupação humana particular, com formas de uti-
Piauí em sua quase totalidade . Apenas a peque- lização da terra e gêneros de vida característicos .
na área marginal ao rio Parnaíba, da cidade de Uma distinção nítida impõe-$e, de início, en-
Amarante para baixo, enquadra-se na vast~ planí- tre a metade norte e a sul do Estado dividida, gros-
cie do Meio Norte, e uma limitada zona no altr so modo, pelo paralelo de 7° lat. S . Ao norte dêsse
Parnaíba pertence ao domínio das chapadas . paralelo situam-se as áreas econômicamente mais

Município de Simplício M endes - Piauí (Foto C . N . G . 3554- T . } . )

A mestiçagem intensiva tomou a etnia do Meio Norte das mais compleus do país . Tornam-se, pois, difíceis as classificações
de tipos, como o apresentado na foto, onde se eonjueam traços indígenas, africanos e mesmo brancóides . (Com. M .M . A .)
Município de Campo Meior - Piauí (Foto C . N .G . 3482 - T .) . )

A zona de p111tagem do capim mimoso é das mai1 belas do Piauí . Caracteriza-se por extensas áreas planas por êle cobertas,
onde aparecem árvores esparsas e c:arnaubais .
O aspecto dênes paatos é o de prados verdejantes e floridos, semelhantes a parques cuidadosamente tratados, como se observa na
fotografia, tirada nas prollimidadea de Campo Maior, município essencialmente criador . (Com. A .S . M . )

desenvolvidas onde um bom sistema de ligações No entanto, já algumas cidades piauienses da


rodoviárias e a única ferrovia da região, a Estrada área estudada, lançam-se nesse caminho promissor,
de Ferro Central do Piauí, têm sido os fatôres es- graças à sua posição geográfica: Campo Maior, a
senciais do progresso e do maior adensamento de- meia distância entre Parnaíba e Teresina, os dois
mográfico aí constatados . grandes centros comerciais estaduais, .situa-se à
A possibilidade de fornecimento a um mais margem da rodovia por onde se faz o mais inten-
vasto mercado de consumo <:onstituiu a causa pre- so tráfego entre a capital do Piauí e Fortaleza.
cípua do incremento observado na economia agrí- Picos na rodovia federal Br-24 comanda todo o
cola e do desenvolvimento maior das atividades li- escoamento da produção para o sul do Ceará e Per-
gadas às indústrias rurais . A rêde rodoviária, por nambuco e finalmente Floriano, sôbre o rio Parnaí-
ser de data relativamente r.ecente, não foi capaz, ba, ligada por excelente rodovia aos estados nor-
ainda, de criar núcleos urbanos, que por suas fun- destinos, cresce na sua importância regional de cen-
·ções de concentradores da :)rodução da área cir- tro coletor da produção de vasta área do vale par-
cunvizinha e de distribuidores dos produtos impor- naibano . Nessas cidades, o grande número de ca-
tados, reunindo as atividades comerciais, indus- sas comerciais, de firmas exportadoras de gêneros
triais, bancárias, educacionais e sanitárias se des- diversos, a instalação de usinas de beneficiamento,
taquem como capitais regionais . o desenvolvimento de uma pequena indústria, as

3.23
emprêsas de transporte que se multiplicam são ele- A paisagem rural do norte piauiense contras-
mentos indicadores de sua vitalidade econômica . ta profundamente com a do Maranhão . Enquanto
E a própria fisionomia urbana, se transmuda de esta, em seus traços gerais, caracteriza-se pela pou-
pacata cidade provinciana em ativo centro comer- ca humanização, pela marca frágil da ocupação
cial . humana na paisagem natural, pelo pauperismo ex-
Os meios de comunicação estabelecidos tremo dos habitantes rurais denunciado em suas
abrem novos horizontes à população regional pelo miseráveis choupanas de palha e baixíssimo nível
contacto fácil com áreas econômicamente mais de vida, aquela mostra com mais vigor o trabalho
evoluídas . De uma economia agrícola fechada, fei- fecundo de domesticação da terra pelo homem, na
ta exclusivamente em função da subsistência local, melhor utilização do espaço agrícola, nas técnicas
evolui a região para o estabelecimento de culturas de cultura menos primitivas e nas habitações ru-
destinadas à indústria, como o algodão, e de la- rais mais confortáveis .
vouras de produtos de consumo alimentar visando Aquela servidão do "agregado" em relação aos
a exportação para áreas vizinhas, como acontece grandes proprietários, em geral, chefes políticos
com o arroz, a cana-de-açúcar (rapadura), o alho, locais, que gera um sentimento de revolta latente
a cebola e a farinha de mandioca . contra os "senhores", não se observa na zona ru-

M unicípio de Campo Meiot - P.iaui ( Foto C .N . G . 3514 - T .J .)

2 stea campos naturais, onde apareee m alguma.s árvo res de carnaúba espanas, estão nas proximidades de Ca mpo ~~ior, no ~auí.
. Com o te rreno geralm ente plano, êste m unicí pio é essencialmente criador, uma vez que suas terras ofereeem condJçoes v~~Josas
pela abun dância das pastagens . Se o gado foi um dos fatôres principAis no povoamento do P iauí, re presenta ainda uma das fortes a b vtdades
econômices do referido estado. ( Com. T . C . )
Município de Barra• - Piauí (Foto C . N . G . 3336- T.} . )

A varanda fechada é típica doa sedes de fazendas do norte piauienae, e temo• um ezemplo na casa grande da fazenda Boa Vista.
Residindo em Teresina o d>no da fazenda deixa a propriedade entregue ao vaqueiro .
Fazenda de criação extensiva, tem nos camaubais, existentes naa suas terras, objeto de ativa explotaçio pelos rendeiros. (Com. M.G.T.)

ral do norte piauiense ond.e prolifera nas áreas nômico: a ·instalação dos meios de comunicação
agrícolas uma numerosa população de pequenos que abriram a região ao i~luxo do progresso.
proprietários . Os "agregado::" aqui aparecem tam- A parte sul do Estado, ao contrário, vegeta
bém, porém num caráter mcmos servil . no maior atraso . As condições sociais e econômicas
Enfim, os próprios aglomerados urbanos mos- de sua população são semelhantes às da região ma-
tram diferenças flagrantes. :Mesmo as mais popu- ranhense .
losas cidades maranhenses ( a exceção de Caxias) O mandonismo dos "coronéis" ainda é fato
pela precariedade de suas i:nstalações urbanas, as corrente, a estreiteza de vistas que combate as mo-
suas ruas lamacentas e esburacadas, a pobreza do dernas vias de circulação como fator capaz de pro-
seu casaria mostram uma \'ida urbana medíocre, vocar o êxodo da população mais ativa, afugentada
enquanto as cidades piauiemes da área considera- pelas condições de vida difícil, num meio natural
da, embora ainda pequenas no contingente demo- pouco favorável, como fator capaz, ainda, de abrir
gráfico, denotam uma organização mais avançada a região à penetração de elementos estranhos sus-
na vida citadina, sendo bem característico nelas ceptíveis de perturbar a estrutura social dominan-
o traçado urbano regular, a~. ruas amplas e ·calça- te, são aspectos todos denunciadores de uma si-
das, as praças ajardinadas, é :S ruas arborizadas, as tuação social deprimente .
casas limpas e bem construídas. Sob o ponto de vista econômico, o sul piaui-
Não há dúvida de que o fato geográfico es- ense caracteriza-se também pelo menor desenvol-
sencial a diversificar a paisagem foi um fato eco- vimento . A economia de coleta, economia essa ba-

3.25
seada na apropriação direta dos recursos naturais, sul piauiense permanece sob êsse aspecto com con-
em grande parte da região é a maior embora pre- dições semelhantes às de séculos atrás o

cária fonte de riqueza, na dependência como está O fato do menor desenvolvimento demográfi-
dos mercados externos A cêra de cama~ba, as
o .
co, econômico e social do sul parece ainda mais
amêndoas de babaçu, a borracha da maniçoba, as paradoxal se considerarmos que foi esta a primeira
peles silvestres constituem a base dessa economia área aberta ao povoamento, que no Piauí, teve uma
pobre Completada pela criação de gado na sua
o
orientação diversa das demais regiões brasileiras .
formÇl mais extensiva, capaz de fornecer apenas Foi êle conquistado e povoado, como foi visto, do
animais de pouco rendimento, essa parte do Meio centro para a periferia: em evidente contradição à
Norte pouco representa na balança comercial da história litorânea das penetrações brasileiras J •
região o
Embora a antigüidade do povoamento pu-
o problema maior da área sul piauiense se equa- desse predeterminar um maior adensamento de-
cione na questão dos transportes Com caminhos,
o
mográfico, as circunstâncias em que se processou
que não são nem estradas carroçáveis, de l~vre
a ocupaç.ã o do sul piauiense e a forma de povoa-
trânsito apenas nos meses de estio e fechados in-
teiramente às viagens no período das chuvas, o ' Porto, Carlos Eugênio - "Roteiro do Piauí".

Município de Barras - Piauí (Foto C . N .G . 3812 - T.} .)

Aspecto da fazenda Boa Vista no munidpio de Barras .


Reun idos em frente da venda, que é também ca~a de moradia, vaqueiros. e suas montarias acabam de regressar de uma vaque-
"ada O ado foi todo reimido no cu.r ral para a apartação, pois pertence a diferent es donos . _ .
J · f
c:asa é construída em taipa com grandes blocos de arenito e de c:ang11 misturada ao barro, o que toma a construçao D\811 durável
A coberta é feita de c:amaúba com telhado em quatro águas . (Com. M · G . T . )

3.26
Município de Oeiru - Piauí (Foto C . N . G . 3654 - T .} .)

Aspecto de um "barncão" de extração do pÓ da carnaúba nas pro•imidadea de Oeiras . Dentro do barracão hermeticamente fechado
fu-ae a " batida" do pÓ, enquanto a fr-mte serve para abrigar 01 que trabalham na operação de " riscar" aa fôlhaa . Devido à UÍ(Üidade do
eapaço, a palha é aqui posta a aec:ar e·:n giraus . (Com. E . K . )

menta então adotada, assim como a economia es- tando concessões tão vultosas foram-lhes concedi-
tabelecida, eram de molde a agir como fatôres ne- das doze léguas de terras contadas do rio Parnaí-
gativos ao crescimento popttlacional . ba até a serr& do Araripe a cada um dos citados ses-
Se não vejamos . O fato da concessão de vas- meiros .
tíssimas sesmarias aos primeiros penetradores Do- A criação de gado instalada nessas imensas
mingos Afonso Mafrense e Julião Serra que, em áreas de terras se constituiu no móvel essencial da
1676, recebiam de parceria com Francisco Dias ocupação da terra piauiense, determinando a gran-
de Ávila, senhor da Casa da Tôrre, e Bernardo Pe- de dispersão do seu povoamento . Encontrando aí
reira Gago, vinte e uma légua:; de terras em quadro condições favoráveis ao seu crescimento, os reba-
no vale do Gurguéia foi o fatc•r primeiro do estabe- nhos piauienses, nos primeiros séculos do povoa-
lecimento no sul piauiense dt! enormes latifúndios mento, foram abastecer as largas áreas de consu-
que permaneceram mais de sÉ~culo incompletamen- mo representadas pelas regiões mineradoras de Mi-
te explotados . nas Gerais, as áreas canavieiras da Bahia e do Nor-
A essa primeira doação juntou-se cinco anos deste úmido, as zonas agrícolas do Ceará e do Ma-
depois a concessão de outras sesmarias de dez lé- ranhão .
guas, para cada um, nas marg·~ns do Parnaíba, "ou- Porém, se a densidade do rebanho bovino al-
torgando-se nesse mesmo ano todo o território en- cançava valores expressivos o mesmo não acontecia
tre os rios Itapicuru e Gurgc.éia". Ainda comple- com o elemento humano. É sabido que a ativida-
MunicÍpio dt! Pau/i,tana - Plau1 (Foto C . N . O . 3410- T } . )

O voquoiro e figura insoparóvel do pailogt~m humana do Piauí Suo impor·


tõncia local dalB do século XVll, quando a pecu6rio apoiou e orientou o devassa-
monto do região sul do catodo O desenvolvimento da c:rlação ocabou por criar
um complexo culturul-cconômaco de srande influencia, aobrclludo, naa populações
rurais piauien.o•.
A foto nos permite oquilatar o estreito ligação do elemento huma no com as
at ividades crindoms. O couro aparece como motoríal básico do vestuórlo do va·
quciro, sobrt-tudo no peitoral, nu luvas c no chapéu 1t Utmbém lorg.-mente e m·
pregado no co nfccçiio de arroios e objetos vários, onde as pequenos indúltrias e
mnnufat uros regconois apresentam um apu ro técnico artesano l a por com umo ine.
gável senscbllldodo artístic:n .
Como tipo étmco, o voquciro representa bem a c:o nverg<!ncia de traços
cultura•~ e somntkos luso·brosilocros conservados no Pioui, como umo docorrêndo
de um povoamento que, desde o origem, 5e tem conservado csento de influências
estranhos . (Com. M . M A . )
de criatóri-:1 não exige mão-de-obra numerosa para lhas a entregarem ao senhor da fazenda tantas ca-
o seu exercício . beças como acharam nela quando entraram e o mais
É interessante transcrever o que diz o padre de parte ao quarto comem estes homens só carne
Miguel do Couto sôbre a organização das fazendas de vaca com laticínios e algum mel que tiram pe-
na "D escriç.ã o do sertão do Piauí": "em cada uma los paus; a carne ordinariamente se come assada,
vive um homem com um negro e em algumas . se porque não há panelas em que se coza, bebem água
acham mais negros, e também mais brancos, mas de poços e lagoas sempre turva e muito salitrada,
no comum se acha um homem branco só; vivem ês-
os ares são muito grossos e pouco sadios, desta sor-
tes moradores de arrendamento destas fazendas de
te vivem estes miseráveis homens vestindo couros
gados, ·de quatro cabeças que criam lhe toca uma
· e parecendo tapuia" . 2
(sistema de pagamento adotado até hoje para o va-
queiro na_s fazendas piauienses) ao depois de pa- 1
Ennes, . Ernesto: "As guerras nos Palmares", citado por
gos os dízimos, são obrigados quando fazem parti- Carlos Eugênio P orto em "R oteiro do P iauí" .

Mui-ticípio de Campo Maior - Piauí ( Foto C .N .G . 3512- T .J .)

Campo Maior eftá localizada numa região de topografia regular, cercada de campos utilizados na criação de gado, uma das ati-
vidades que mantém a cidade· é banhada pelo rio Surubim, um dM afluentes do Longá . .
it entroncamento rod~viário; por ela passam, além da estrada que liga Fortaleza a Teresina, outras pequenas v1aa de acesso ao
interior· A fotocrafia focaliza um trecho da estrada Fortalesa-Tereaina, não pavimentada, maa de tráfego peimaDente · (Com. A · S · )

330
Município de Campo Maior - Piauí (Foto C.N.G . 351~ T.}.)

Campo Maior é uma das mais progressistas cidades do norte praure.nse . Criada no século XVII devido ao desenvolvimento da
pecuária como freguesia d·<! Santo Antõr oio do Surubim, foi feita vila em 1762 e elevada à categoria de cidade em 1889.
Nos arredores da cidade encor.tramcs a criação de gado. qu ·~ tem se desenvolvido muito ultimamente graças à introdução de t"epro-
dutores z:ebuínos, e, à carnaúba, que mantém econômica mente a região .
Campo Maior caracteriza-se por um traçado regular, com amplas prAças e ruas espaçosas; a fotografia nos mostra um trecho da
praça principal da cidade .
O censo de 1950 dá para o município 39927 habitantes, sendo que 6992 viviam na sede. (Co-n. A .S.)

No entanto, nenhum dê!:ses povoadores, dês- Esta situação iria provocar as mais violentas
ses criadores de gado anônimos, foram os donos revoltas dos posseiros, como não as conheceram re-
das terras . Os verdadeiros proprietários dessas nu- gião nenhuma do Brasil . As reclamações numero-
merosas glebas, os sesmeiros, :nunca tentaram par- sas levaram o próprio soberano português a tomar
ticipar da árdua tarefa de ocupação e valorização providências, ordenando por Cartas Régias a redu-
do sertão piauiense. Deixaram-se ficar na capital ção das áreas das sesn:tarias a serem concedidas e
da Colônia, na cidade da Bahia, a auferir apenas os determinando, em 1699, que os possuidores de ter-
foros pagos pelos ocupantes d·~ suas terras . ras no Piauí que as não cultivassem pessoalmente
O mesmo padre Miguel do Couto relaciona na ou por intermédio de agregados perderiam os direi-
sua obra perto de 153 donos ·de fazendas que não tos de posse em favor de quem os denunciasse. Ou-
eram proprietários da terra . tra Carta Régia ( 1 702) em vista da revolta cada

331
vez mais veemente, ordenava que todos os sesmei- capitania, originados da sem razão e injustiça com
ros, donatários e povoadores do Piauí demarcassem que os governadores de Pernambuco, nos princí-
as suas terras no p~azo de dois anos, sob pena de pios da povoação daqueles sertões, deram por ses-
ficarem as mesmas devolutas . R maria nêles e indevidamente grande quantidade de
Mais expressivo ainda da situação verdadeira- terras a três ou quatro pessoas particulares mora-
mente insustentável criada pela ocupação gener!!- dores na cidade da Bahia, que cultivando algumas
lizada por posseiros sem terras de todo o vasto ser- delas deixaram a maior parte devolutas sem con-
tão piauiense, ocupação esta centrada no gado, é sentirem que pessoa alguma as povoasse, salvo
o documento constante de urna representação da quem a sua custa e com risco de suas vidas as des-
Câmara da Vila de Môcha ( Oeiras) enviada ao cobrisse e defendesse do gentio bárbaro, constran-
Conselho Ultramarino e que dizia o seguinte: "são gendo-lhes depois a lhes pagarem dez mil réis de
extraordinários os danos espirituais e materiais que renda por cada sítio em cada um ano; pedimos a
têm havido, e atualmente se experimentam nesta V . M. seja servido que os ditos intrusos sesmeiros
não possam usar dos ditos arrendamentos, nem pe-
• Porto, Carlos Eugênio - Op. cit. dir renda aos moradores desta capitania dos sítios,

Município de Picos - Piau; (Foto C . N . G . 3 431 - T .J .)

A existênéia de · "sills" de diabásio no região situada abaixo da "cuesta" d e Picos proporcionou a existência de um solo f'rtil. Daí
o aspecto que se vê na fotogrefia que é o de uma veste área densamente ocupeda onde o eproveitamento egrícola é intenso. O povoa-
mento rural carecter iza-se pele dispersão.
Enquanto nesta beixada as culturas ~ão permanentes, ne en coste que eperece eo longe constata- se a prátice de roteçio de terras,
vendo-se e alternância de á reas com roças e com capoeires em crescimento. (Com. N . R .1 .)

332
Município de PiCQS - Piauí (Ft;>to C oN oGo 3430- T o}o)

A região situada abaixo da "cuesta" de Picos apresenta nu meros os sítios intensamente cultivados, sendo o !ITroz, o milho, o feijão
e a cana os principais produtos Entn• estas culturas aparecem carna ubeiras cuja expl.o tação é de regular importância (Com, N ·oR I o)
o o o

que com tanto risco e trabaU1o descobriram a sua envolvidos os antigos e novos possuidores da terra
custa, mas antes se sirva ordenar, que cada uma no Piauí.
das ditas fazendas contribua em cada um ano com Durante oitenta anos os vales, os campos e
algum limitado fôro, atendendo à muita pobreza as chapadas do sul piauiense foram palco do tra-
dêstes moradores, a metade para o aumento da balho enérgico, corajoso e tenaz de conquista dos
real fazenda, e a outra metade para o rendimento posseiros, que "por amor à terra e aos rebanhos,
do Conselho e Câmara daquela Vila, para que o realizaram a tarefa quase impossível de demolir a
provedor da Fazenda e ouvidor da dita capitania poderosa máquina das sesmarias . " Foram os va-
faça averiguação das fazendas que há nelas pelo queiros humildes e anônimos os verdadeiros con-
modo que for mais suave, fa::endo-as numerar em quistadores do Piauí .
um livro por êle numerado e rubricado, ficando A imensa área de terras recebida por Domin-
desta forma as terras das sobreditas fazendas per- gos Afonso Mafrense em sesmarias foi, por ocasião
tencendo "in solidem" aos di1:os possuidores delas, de sua morte, em 1 711, legada aos jesuítas em um
sem em que tempo algum se possa converter e dis- conjunto de trinta fazendas .
putar em juízo escusa algumH a respeito do domí- Aumentado posteriormente êsse número para
nio das ditas terras, porque só desta sorte poderão 3Ç, de que faziam parte 50 sítios arrendados a par-
cessar tão injustos pleitos e o contínuo desassossê- ticulares, foram as fazendas seqüestradas aos jesuí-
go que experimentam os refE~ridos moradores e o tas, em 1758, pelo governador do Piauí, João Pe-
universal clamor e queixa que há naquela capitania reira Caldas, por ordem do marquês de Pombal.
sôbre esta matéria" . 4 Procedeu êsse governador a um cuidadoso arrola-
Algumas provisões datadas de 17 53 mánda- mento das fazendas, então, divididas em três depar-
vam cassar, abolir e anular tôdas as datas, ordens tamentos ou inspeções sob os nomes de Nazaré,
e sentenças relativas ao dissí.:fio em que estavam Canindé e Piauí . Foram nomeados administrado-
res e designados muitos vaqueiros para serviços au-
' Porto, Carlos Eugênio - Op. .:ito xiliares.

333
Num inventário feito pelo ouvidor Luís de Oli· Imperador, depois nova mutilação se deveu à cria-
veira, em 1811, essas inspeções compreendiam trin· ção da Colônia Agrícola de São Pedro de Alcântara,
ta e cinco fazendas, servidas por 498 escravos e em 1873, ocasião em que foram desmembradas
com um re.banho de 1 O1O cavalos, 1 860 bêstas mais cinco fazendas da inspeção de Nazaré, que fi·
·e 50 760 cabeças de gado bovino. Em outro in- cou então reduzida a uma área de 75 léguas de
ventário realizado, em 1852, foi determinada para extensão por 51 de fundo.
essas fazendas uma área de 145 léguas de exten-
Em duas diferentes oportunidaçles cogitou-se
são por 75 de largura, com um. total de 49 264
da venda das Fazendas Nacionais, em 1809 e 1877,
cabeças .de gado vacum .
venda esta que não foi, entr~tanto, efetivada .
Êsses enormes rebanhos, como foi dito, abas-
teciam as zonas agrícolas de tôda a parte norte do Afinal, em 1878, as fazendas integrantes das
Império brasileiro. inspeções do Piauí e Nazaré foram arrematadas
Aos poucos; as extensas Fazendas Nacionais, pelo major Políbio Rodrigues Fernandes, durante
passaram a ser desmembradas. Primeiramente, tô- um período de nove anos, por uma quantia de do-
das as fazendas da inspeção do Canindé, passaram ze contos anuais . Entrava êle na posse de tôdas
a integrar o dote da princesa Januária, irmã do as fazendas e retiros que então possuí~ 19 S08

Município de Oeiras - Piauí ( Foto C . N.G . 3 331 - T.) . )

O aspeçto que se descortine no caminho de Oeiras para Picos é o de uma seqüência de "c:uestas" na frente das quais aparecem
baixadas inteiUII-te cultivadas em virtude da fertilidade dos ~eua solos que é decorrente da decomposição dos "aills" de diabáaio que
aparecem no sopé daa referida• "cuestas" .
Collforme aa poda ver na foto, o aiatema agrícola empre&:lldo é o da rotação de terraa primitiva. (Com .N . R .1 . )
Município de Pieo& - Piauí (Foto C . N.G . 3330- T.J.)

A fertilidade do aolo em cem•• áreas entre Oeiras e Picos é dada pela pre~en~ de "•ill•" de diabáaio que poaaibilltam o aprovei·
tamento agrícola da terra .
Nesta área multiplicam-se •• pequenas propriedades, adensando-w o povoamento . A pai18gem é caractarúada pala multiplicidade
de casas cercada• de roça• .
Podemo• notar, no primeiro plano, a terra preparada para o plantio e ao fundo a mata que ainda não foi deatruída. O sistema agrí·
cola adotado é o de rotação de terra• primitiva . (Com. M . G . T . )

cabeças de gado de espécies diversas e representa- O arrendatário obrigava-se "a fundar nas di-
vam um valor de Cr$ 492 225,00. Tendo sido as- tas fazendas um ou mais núcleos coloniais, forma-
sassinado, em 1879, pouco depois de assumir a ad- dos de nacionais e estrangeiros, sendo metade pelo
ministração das fazendas, Políbio nada pôde fa- menos de estrangeiros, mantendo à sua custa o es-
zer . Novamente o Govêrno Imperial mandou ven- tabelecimento rural de São Pedro de Alcântara,
dê-las em hasta pública, trans::tção que, no entanto, com o fim de acolher libertos menores e dar-lhes
não se efetuou . Êsse imenso patrimônio encontra- instrução, cessando todo e qualquer encargo para
va-se em situação bastante decadente, com os seus o govêrno, quanto a êste estabelecimento; criar e
rebanhos extremamente redu;ddos . manter à sua custa uma estação meteorológica, de-
Até que, em 1889, foi matizado um contrato senvolver em larga esscala a criação de gado la-
de arrendamento com o engenheiro Antônio José nígero e introduzir nas ditas fazendas tipos espe-
de Sampaio, também pelo pntzo de nove anos pe- ciais das melhores raças de gado vacum, lanígero,
lo preço de vinte contos anuais . Com êsse novo cavalar e muar; montar o maquinismo necessário
arrendamento visava-se um aproveitamento eco- para o fabrico do queijo, manteiga, leite conden-
nômico mais completo do imenso ·patrimônio le- sado e outros produtos pelos processos modernos
gado por Mafrense. e aperfeiçoados; mandar vir da Europa às suas ex-
pensas, pessoal habilitado para o preparo de pro- mandar proceder a contagem do gado de diversas
dutos laticínios; montar um estabelecimento para espécies existentes nas fazendas e organizar os res-
abater gado e preparar carne sêca e mais produtos pectivos inventários".
congêneres, logo que as fazendas tenham suficien- O inventário realizado, em 1889, dava para
te quantidade de gado e que convenha explorar se- as fazendas da inspeção do Canindé um total de
melhante indústria; desenvolver a lavoura de ce- 19 565 cabeças de gado bovino e 8 745 cabeças
reais, e com especialidade a plantação de cacau de cavalar . As das inspeções do Piau í e Nazaré
e cultur& do bicho-da-sêda . " estavam reduzidas apenas às terras, pois, todo o
O govêmo, por sua vez, era obrigado a "ven- gado fôra vendido .
der as ditas fazendas ao arrendatário, no fim do As fazendas que constituíam o patrimônio do
seu contrato ou antes me~mo, contanto que tenha Estabelecimento Rural de São Pedro de Alcântara
cumprido as suas condições pela quantia de qua- passaram a ser administradas pelo Ministério da
trocentos contos; a fornecer ao arrendatário 500 Agricultura .
famílias de imigrantes; a entrega das fazendas se- O plano proposto era por demais ambicioso
rá feita logo que se apresentar o arrendatário so- e não chegou a ser executado em todos os seus
licitando da Tesouraria da Fazenda, que deverá pormenores, sobretudo, porque o arrendatário lu-

Município de Floriano - Piauí ( Foto C . N . G . 3380 - T . ) .)

A serra do Boqueirão, localizada no município d e Floriano, é um belo exem plo de "cuesta", a q ua l pode ser vista em parte
na foto .
No sopé, distingue-se, claramente, o "sill" de d ia básio que faz com que se localizem nessa área numerosas roças, uma vez que
a decomposição do m esmo d á margem ao a pa r..cim ento d e um solo fértil .
Além disso, a existência de olhos dágua sôbre o nível de dia básio também contribui para a ocupação densa dessa área .
P odem-se distinguir, na foto, as culturas de mi lho, arroz c m andioca . (Com . N . R . l . )

336
Município de Floriano - Piauí (Foto. C . N . G . 3548- T.j . )

Na região de "cueataa", próxima a Floriano, aparecem num.eroaaa pequenas propriedades locali%adaa noa "bailrões", maia úmidos e
de rr•elhores solos . Prat ica-se aí uma a.gricultura de subsistência, ba aeada no aiatema de rotação de terras, o que revela o prec6rio nível
de vida dos lavradores . Vê-se no primeiro plano da foto uma plantação de milho . (Com. N .R .1.)

tava contra o rancor de pes·>oas interessadas nos lizaç.ão atual é como depósito da cêra de carnaú-
lucros das fazendas. ba produzida na região.
A colonização tentada com italianos redun- Não há dúvida de que um dos fatôres pri-:
dou no maior fracasso, não sé· porque não estavam maciais que votaram ao fracasso o empreendimen-
habilitados a realizar o trabalho para o qual se des- to de Sampaio foi o completo isolamento da re-
tinavam, ou seja, os laticínios, como também não gião, onde apenas caminhos de difícil trânsito li-
conseguiram se aclimatar na região . A indústria gavam-na às maiores cidades piauienses, situadas
que Sampaio pretendeu estabelecer importando mais para o norte e que na época não passavam
maquinaria de alto preço, resultou também no de insignificantes aglomerados populacionais, in-
maior desastre, estando hoje relegada ao abando- capazes de constituir um mercado de consumo apre-
no e à inatividade . ciável para o vulto dos empreendimentos progra-
A fábrica de laticínios eHtabelecida no peque- mados . A pecuária parecia ser mesmo em vista
no povoado de Campos ergue·-se como um elemen- da situação precária da região quanto a transpor-
to estranho, isolado numa paisagem rural, da qual tes e mercados, a atividade econômica mais indi-
se encontra completamente desligada. A sua uti- cada.

331

::12- ::14163
O empreendimento de Sampaio, levado ao Atualmente as Fazendas Estaduais acham-se
fracasso em face de tantas circunstâncias adver- arrendadas ao prefeito de Oeiras que faz somente
sas, agravadas ainda pela má situação financeira a explotação dos carnaubais . Os lavradores insta-
do arrematante, em conseqüência dos prejuízos su- lados nessas terras pagam um fôro anual ao go-
cessivos, foi inteiramente abandonado . vêrno pela explotação agrícola e uma determinada
Essas fazendas posteriomente têm sido, ora, quantia de acôrdo com o número de cabeças de
administradas diretamente pelo govêrno, ora, ar- gado . A criação efetuada hoje em dia, no entan-
rendadas a particulares sujeitos à fiscalização ofi- to, não se compara com a realizada na época de
cial. A criação de gado foi quase que completa- grande prosperidàde da administração jesuítica.
mente abandonada, sendo hoje a explotação dos Desde que essas fazendas passaram ao domínio
carnaubais a única fonte de rénda . oficial, a desorganização levou-as à completa deca-
As fazendas pertencentes primeiramente à dência.
União, passaram definitivamente ao domínio does- De modo geral, o panorama da pecuária
tado do Piauí pela Constituição de 1946 . 5 piauiense em todo o Estado é de franco declínio .
Um dos fatôres dessa decadência foi a perda dos
• .As informações relativas às Fazendas Estaduais foram ex-
traídas da obra de Carlos Eugênio Pôrto "Roteiro do Piauí''. principais mercados consumidores, representados

Município de Simplício Mendes Piauí (Foto C. N. G. 3 351 - T.}.)

Na foto vemos um "baixão" cultivado no município de Simplício Mendes. As culturas que nêle se fazem aparecem protegidas
por uma cêrca em virtude da criação de gado que se desenvolve nos morros adjacentes. É uma agricultura atrasada, feita em região de
caatinga, baseada no sistema de rotação de terras primitiva. (Com. N. R .I.)

338
Município de S implício Mendes - P iauí (Foto C . N .G . 3353- T .} . )

O abastecimento dágua repre1enta um doa maia importantes problemas pare a economia do Piauí, nos trechos em que at condições
geográficas são semelhantes às do Nordeste . Aí, o homem realin muitaa vêzea inauditos esforços a fim de obter o mállimo aproveitamento
do pouco que a natureaa lhe proporciona .
A fot o acima dá uma idéia diiaae etfôrço humano visando preaarvar a alriatência da állfUa por mail lon1o tampo e, dêue modo, evitar
a ruína total da lavoura.
Vemos, numa bacia natural do terreno, um pequeno açude cujas icua• aio vasadat lentamente para a juaante do rio, onde no seu leito,
se desenvolve uma cultura de arroz . •
Nesta t recho, t ão improvisada• pequenaa berra1ent de areia e pedra, que impedirão o rápido escoamento da áaua a tomarão o solo
alagadiço, condição ideal para a cultu:·a do arroa . Açude da fazenda Sítio . (Com. N. R . I . )

nos séculos XVII e XVIII pelas zonas minerado- vêzes, o aspecto de calamidade com sêcas desas-
ras de Minas Gerais e pelas áreas agrícolas do Nor- trosas, como a famosa estiagem que durou três
deste úmido, que, passaram 1:1 ser abastecidas pelo anos sucessivos de 1791 a 1 793, não são de molde
gado criado em zonas mais próximas e produtoras a propiciar maior e melhor desenvolvimento da pe-
de animais de melhor qualidé.de. cuária . Para isto necessário se toma adotar medi-
A crise ocasionada com a perda dêsses mer- das tendentes a uma melhoria do sistema de cria-
cados e a manutenção de técnicas atrasadas e ro- ção, que é aqui inteiramente extensivo, a um apri-
tineiras capazes de produzir. apenas, animais de moramento das raças locais com a introdução de
pequeno pêso e de qualidade inferior de carne, fo- reprodutores finos e à formação de pastagens arti-
ram os fatôres essenciais a contribuir para a deca- ficiais destinadas a suprir a mediocridade das na-
dência assinalada . turais . Só assim se poderá conseguir um aperfei-
As condições naturais d·:> território piauiense çoamento das condições . da atividade pastoril no
onde o problema da escassez de chuvas assume, às Estado, de forma que venha a pecuária a ter nova-

339
mente o papel destacado que gozou nos séculos pas- destribalizados, aceitaram a coexistência com os
sados na economia piauiense . povc;>adores sertanejos adaptando-se às lides cria-
O sul do Piauí apesar de sua maior antigüi- tórias .
dade no desbravamento e na ocupação perdeu lo- Em virtude do seu ·baixo nível cultural e dos
go a primazia de área mais próspera, deslocado o massacres de que foram ~ítimas, os indígenas ti-
eixo ec~nômico que foi para o rio Parnaíba . veram pouca influência no povoamento piauiense .
Os povoadores passando dos vales do Canin- Os elementos abodgenes encontrados na ambiên-
dé e do Piauí, primeiramente ocupados, para o va- cia do Piauí, mais do que uma herança direta, re-
le do Parnaíba não encontraram facilidades pessa presentam uma importação de modalidades cultu-
penetração . rais indígenas já aceitas e incorporadas em outras
Os grupamentos indígenas malgrado a inferio- áreas brasileiras . Para isso concorriam enormemen-
ridade cultural possuíam para favorecê-los o efe- te as expedições bandeirantistas, integradas por
tivo humano e o conhecimento da regi~o . Nessas elementc;>s mestiços.
condições os primeiros povoadores tiveram que sus- A penetração para o Norte tendo como eixo
tentar uma . luta árdua que terminou pela quase principal o Parnaíba não encontrou obstáculos
total extinção dos selvagens . Alguns poucos, já maiores, uma vez que os indígenas haviam sido de-

Município de Simplício Mendes ·- Piauí (Foto C.N.G. 3551- T .J . )

Pequeno sítio situado numa várzea onde são cultivados cereais, cana e algodão, segundo um sistema de rotação de terras primitiva.
Do lado esguerdo da casa, pode-se ver um pequeno curral para vacas enquanto, ao fundo, estão as roça•.
A casa reflete o aspecto característico da habitação rural piauieose, com um puxado no fundo, neste caso, construído com "pedra
sêca", onde estão a despensa e a cozinha . (Com. A .S.M .)
Município d«> Simplício Mnrdu - P iauí (Foto C .N .G . 3555- T.J.)

O uso de cêrcaa de pedras eê<as cOm pequena altura, é tJpico nesta região do Piauí. Visando aumentar a altura das mesmas, colo-
cam-se varaa pouco distanciadas e que acima do nível das pedras são entrecruzados por galhos e ramos de árvores.
ESMJ cêrcaa deatina.m a defeuder aa plantações feitas no seu interior, do gado bovino .
A ine11iatênci.a de qualquer J•lantaçiio no interior da cêrca que aparece na foto acima, tam como cauu o aiatema aarícola empre-
gado que é o da rotaçio de tenas. (Co m. N.R . l .)

finitivamente afastados . Nero por isso o Piauí se capital, possuía pouco mais de três mil habitantes.
povoou ràpidamente . A atração das minas no sé- Valença, Campo Maior, Pamaguá e Piracuruca que
culo XVIII desviou as corre;:1tes migratórias para mal atingiam os dois mil indicavam a exigüidade
Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Por outro la- populacional e a distribuição desequilibrada da po-
do, o povoamento disperso à base da pecuária não pulação pelo território piauiense . Ao norte, Par-
era de molde a formar núclc!os urbanos ponderá- naíba apresentava a estimativa desanimadora de
veis. dezenove habitantes.
Percebendo o que repre:oentavam as fazendas No entanto, hoje o norte piauiense avantaja-
do Piauí como elemento pote:.1cial de riqueza e de- -se de muito sôbre a metade sul com um desenvol-
sejando, ao mesmo tempo, c!stimular-lhes o pro- vimento demográfico apreciável, para o que con-
gresso, o Govêmo Portuguê:; resolveu em 1 7 58 correu também uma corrente migratória cearense.
criar a Capitania de São José do Piauí, ligada ao Aí se encontram os maiores núcleos urbanos, os
Maranhão . mais importantes centros comerciais e uma vida
Nessa época apenas Oeiras (fundada no sé- econômica mais estável e mais rica. Um dos fatô-
culo XVII, pelos primeiros povoadores) elevada à res essenciais determinantes dêste incremento po-

3/lf
pulacional e econômico é, sem dúvida, a expansão Ao considerarmos as diferentes paisagens hu-
acelerada de um programa rodoviário que põe essa manas da região das "cuestas" temos que distin-
parte do Estado em ligação direta com o Ceará e guir, dentro do conjunto, áreas diferenciadas por
Pernambuco, de um lado, e com o Maranhão, de suas atividades econômicas e pelos gêneros de vida .
outro . Enquanto isso a rarefação populacional é A primeira região a ser estudada é a banha-
a característica demográfica essencial do sul piaui- da pelos afluentes ·da margem direita do rio Lon-
ense e com ela a decadência acentuada de alguns
gá, e que se estende para leste dêsse rio, até o alto
municípios e cidades que foram em épocas passa-
da "cuesta" da lbiapaba .
das centros da vida política e econômica do Estado.
As deficiências do sistema de transportes nes- Nessa área em que as fonnas topográficas
sa área, onde as estradas .podem ser apenas utili~ não se distinguem por relêvos de maior altitude,
zadas na época da estiagem, como já foi referido, com r~os que reta~ham o reverso da grande "cues-
constituem outro fator a entravar o desenvolvi- ta" de direção norte-sul, a paisagem humana in-
mento local pelas dificuldades de relações com a dividualiza-se pelo povoamento disperso das fazen-
capital estadual. das de gado . A pecuária que caracterizou a na-

Mrmiclpio de Amarante - Piauí (Foto C .N.G . 3496 - T . J ,)

A I~Udade de Vargem está situada no vale do P arnaíba, onde a agricultura é praticada de maneira intensa, dando margem ao
apanteimento de numerosos sítios . Nestes, os proprietários têm a aeu lado os ''agregados" que, em troca das áreas que recebem para p lantar,
aio obrigados a lbes dar parte da produção . Cultivam principalmente o milho, o arroz e o algodão -: .
Aa casas dos proprietários aio feitas de adobe e cobertas de telhas, enquanto as dos "agregados", construídas por êles mesmos,
aio da taipa e cobertu com palhu de babaçu. (Com. N . R . I . )
,

Município de Paulistana - Piauí (Foto C.N.O . 3572- T . }. )

Tr,balho de construção do a~ ude l ngàzeira, no Piauí, serviço do Departamento Nacional de Obrai Contra as Sêcas .
A rocha trabalhada é o gnaiaa.t de grana fina, repleto de clivagem. Essa região tem ausência de ca.mada de decomposição, rec:obrin-
do a rocha . O solo reduz-se a uma Joequena película . ·
O represamento do rio Cani11dé constitui aí uma grande superfície de evaporação que é prejudic.ada, aensl.velmente, P.Or estar,
também, na região semi-árida, caracNrística do sertão nordestino. (Com. C . R . M . )

tureza da conquista empreendida pelo elemento alguns dos municípios maiores produtores de cê-
colonizador é ainda hoje a base de economia lo- . ra de carnaúba.
cal.
Cêra de Carnaúba
Gado Bovino
Quantidad~
Municípios Número de Cabeças Municípios (kg)
Campo Maior 129 700 Campo Maior .... .. ... . 47 700
Cocal . . . . . . . . 2 300 Cocal ......... .... .. . 12 515
Pedro li . . . . . . . . . . . . . 15 700 Pedro II ............. . 48624
Piracuruca . . . . . . . . . . . 26 000 Piracuruca . . . . . . . . . . . . 30 715
Piripiri . . . . . . . . . . . . . . 24 500 Piripiri .... . .... ..... . 4800
Fonht : Serviço de Estatística da J'roduçio, Minietério da Agri- Fonte: ServiçO de Ettatiltica da Produção, Minietério da Acri·
cultura . Dados de 1955 . cultura. Dados de 1953.

O panorama econômicc se completa, ainda, Nessa área de clima mais sêco, numa perfei-
com uma atividade de coleh que encontra aqui ta adaptação às condiÇões naturais, o gado expan-
(Foto C.N .O . 3491 - T .) .)
Como acontece am todo o eltado do Piauí, oa propriedirioa doa numerosoe
aítJoa locallndoe na realio de Vercem, cedom aa 6reea de baixada a um determl·
nado número de "acreaadoa" que ai fazem plantaçõea de milho, anoa e algodão prln-
dpalmente . 2ate último 6 o produto comercial dos pequenoa altlantea.
O paaamento du 6reaa cedidea aoa "•areaadoa" 6 Celto em produto e varie
de ac&rdo com a quantidade de "llnhaa" (medide egdrie uaade no oatedo) cul·
tlvedaa. (Com. N .R . I . )
diu-se imprimindo na paisagem marcas diferentes Numa grande dispersão as fazendas de cria-
das que caracterizam as áreas agrícolas e florestais ção situam-se sempre nas referidas baixas, muito
áo Meio Norte. amplas e muito abertas, onde os solos mais úmi-
Domina em tôda a região uma paisagem aber- dos e mais espessos fazem crescer os carnaubais e
ta de hÇ>rizontes vastos onde os campos de capim as lavouras, aqui com um caráter exclusivo de sub-
mimoso, com os tufos de árvores e os carnaubais sistência . Êste tipo de propriedade não forma nun-
aglomerados nas baixas, assemelham-se a paisa- ca um núcleo de povoamento aglomerado .
gens de parque, que se alternam com os campos Geralmente, o fazendeiro é absenteísta, habi-
cerrados das áreas mais elevadas e mais areentas, tando a capital ou as pequenas cidades próximas .
mais monótonas e menos verdes . Ao vaqueiro, fica entregue a direção da proprie-
~esta área de criação as roças fecham-se pa- dade, fazendo as vêzes de administrador.
ra fugir ao ataque dos animais. Embora os proprietários rurais nesta área pos-
Os campos de mimoso, com sua cobertura con- suam profundas tradições agrícolas, pois, em geral
tínua de um verde muito tenro, cobrem as áreas têm suas terras como herança de antepassados, des-
de solo raso, onde a canga se espalha em largas locaram-se êles para as cidades, compelidos seja
extensões . Os altos arenosos são o domínio dos pela necessidade de se entregarem a atividades
cerrados, com sua característica vegetação de .ár- mais rendosas, seja para gozarem as vantagens de
vores baixas e tortuosas . viver em centros mais adiantados, onde a famí-

Município de Paulistana - Piauí (Foto C.N .G . 3511- T.} . )

Outro detalhe da construção do açude Ingàzelra, no Piauí. É região do alto Canindé, ond.e se percebe a barragem do aangradouro.
(Com. C .R .M . )
Município de Amarante - Piauí (Foto C . N .G . 3502- T.J.)

Mostra a fotografia, em primeiro plano, um tipo de habitação de "agregado", construída com fôlhas de palmeira babaçu . A di.,.
posição dos cômodos é simples : vê-se, 10 lado esquerdo, a sala aberta onde o mobiliário ae reduz a mesa e rústico• bancos . No centro, na
pa rte fechada . acha-se o quarto . O p~:xado, na frente, serve de cozinha, a qual, geralmente, não faz parte do corpo da habitação, como
medida de prevenção contra i.ncêndio . (Com. M . G . T . )

lia se beneficiasse de maior·~s facilidades educa- para lhe dar maior resistência . Elemento, ainda,
cionais e melhores contactos culturais. sempre presente é o curral, sólido cercado onde se
· Embora, hoje, não se interessem em restituir reúne o gado para a apartação e a "ferra" . Aí
às suas fazendas a prosperidade que gozaram no também o gado leiteiro é guardado para a ordenha.
passado, a elas se sentem intimamente ligados, pois O curral é o traço característico da paisa-
que constituem "bens de rai~", garantias de uma gem do criatório .
situação econômica e social estável e sólida . Disseminadas em meio aos camaubais, estão
É bem característico o aspecto das fazendas as casas de taipa e palha dos "moradores", que fa-
de pecuária do norte piauien:;e: as casas dos pro- zem o serviço das roças e trabalham na extração
prietários, brancas e acachE!padas na paisagem da cêra de carnaúba nas diferentes fases de seu
aberta e vazia, têm sempre o mesmo aspecto com preparo . A precariedade das habitações reflete bem
suas varandas fechadas em tôrno das fachadas fron- a instabilidade da ocupação de uma ·terra que não
teira e laterais e com seu telhado em quatro águas. lhes pertence e que, por vêzes, têm que abandonar.
Não muito longe ergue-=~e a casa do vaquei- A fazenda norte piauiense nunca é exclusiva-
ro, muito mais rústica e pobre na sua construção mente criadora. Sempre reúne o trabalho do ga-
de barro em que se misturam os blocos de canga do com o trabalho da cêra. E por isso é freqüente

S/1.1
Município de Oeiras - Piauí (Foto C.N .G . 3814 - T .} . )

A palmeira babaçu é també~ encontrada na retpao das "euestas" do Meio Norte .


Não se pode dizer que a explotação do babaçu con1titua um g~nero de vida típico no Bra.sil, apesar do progresso verificado na refe-
rida explota~ão . Isto porque o trabalhador rural não é de1viado total mente da1 cultura~ de arroz, mandioca e algodão para trabalhar no1
babaçuaia. O "agregado" complemente a sua atividade agrícola com a explotaÇão. do · babaçu, na qual participa todo o grupo familiar.
Embora no Piauí a economia· coletora tenha na cêra de carnaúba seu _principal produto, também se processa a explotação do ba-
baçu . (Com. } . X .S .)
aparecer o barracão de extra·;ão da cêra, erguendo seu, mistura as suas poucas cabeças com o rebanho
as suas toscas instalações de palha, nas proximida- comum . No entanto, a valorização do gado está
des da casa principal . levando os proprietários a lhe pagar em dinheiro,
Vejamos agora, P-m lar~:os traços, a organiza- embora esta forma de remuneração não seja con-
ção do trabalho agrícola nessas fazendas . siderada interessante pelo vaqueiro, que do outro
O gado criado de fomaa extensiva tem nas modo tem a "semente" .
áreas de mimoso e nos cerrados os seus campos de Os "campeiros", trabalhadores assalariados,
pastagem. É o vaqueiro a figura típica do Meio são os seus auxiliares nos trabalhos de conservação
Norte pecuário, com o seu "r1niforme" de couro de das cêrcas e das pastagens .
veado mateiro, em que o "gibão" comprido a lhe Os anos de estiagem mais rigorosa obrigam a
bater nas coxas, distingue-o do seu congênere do retirada do gado dos campos secos de mimoso pa-
Nordeste sêco. É êle o encarregado de zelar pela ra os cerrados de Castelo do Piauí e Valença, onde
gadaria do patrão, o que fa.: com o máximo des- o capim agreste, mais resistente, lhe proporciona
vêlo e dedicação. Ganhando, ainda, pelo tradicio- alimentação suficiente completada pela faveira,
nal sistema de "sorte", de quatro bezerros, um é leguminosa que constitui ótima forragem para o

Município de Amaranre - Pieuí (Foto C . N . G . 3589- T . ) . )

Nas íreu onde ocorre o bab tÇ1J, o "agre~~:ado" utiliza êsse ma:•rial n11. construção de suas habitações que revelam o baixo nível
de vide em que vive essa população .
Próximo à casa razem pequeuas roças de subsitiõncia, sendo a explotação do babaçu a aua principal atividade econômica. (Com .
L.C.V.)
Município de Oeira. - Piauí (Foto C . N .G. 3659- T .} .)

Bem típíco das áreas de culturas no Piauí é a cên::a de pedra, construída com blocos de canga e seixos, que se encontram na auparlície.
Estas pedras são apenas colocadas umas sôbre as outras sem argamassa que as u.n a.
Nesta zona a agricultura é feita pelo p rocesso de rotação de terras primitiva . A terra quando em repouso, que leva 5 a 6 anos,
é utilizada como pastagem para o gado bovino. (Com . M . G. T .)

gado. Uma atividade característica da época sêca vidade criatória . Êsse fato está patente nos con-
é a venda nas cidades, por cearenses flogelados, de tratos de arrendamento dos "moradores", com du-
favas catadas nos "agrestes'' . ração somente de sete a oito meses, tempo sufici-
Uma tentativa de melhoria dos rebanhos re- ente para a plantação, o crescimento e a colheita
gionais se manifesta na introdução de reproduto- das lavouras temporárias de milho, feijão e arroz.
res zebus que mestiçados com o gado "pé duro" A "palhoça" pertence ao dono das terras que nela
estão contribuindo para a produção de um gado solta o gado durante a estação sêca . Dessa cultu-
de melhor qualidade e pêso. ra realizada pelo "morador" recebe o fazendeiro um
Já alguns proprietários também visando a quinto da produção quando apenas fornece a ter-
melhoria do gado estão procedendo à instalação de ra, correndo todo o trabalho agrícola e mais a aqui-
pastos artificiais de "capim de planta", para garan- sição de sementes e ferramentas por conta do ren-
tir aos animais boa alimentação nos meses de es- deiro . Se o proprietário fornece a roça cercada re-
tiagem . No entanto, tal iniciativa aparece de for- ceberá um quarto dos mantimentos colhidos.
ma muito .restrita e não chega, ainda, a mo- Os "moradores" neste sistema não podem cul-
dificar a paisagem, nem a técnica tradicional de tivar lavouras de ciclo vegetativo mais longo, co-
criação. mo a mandioca, a cana-de-açúcar e o algodão, pois,
É interessante ressaltar que a prática agríco- ao proprietário não interessa um contrato que ul-
la assume aqui um caráter de suplementação à ati- trapasse o período de uma safra. O ·seu objetivo

360
é ter as roças abertas prontas para receber o gado Ainda, sob outro aspecto verifica-se a associa-
quando se inicia a estiagem. ção da criação de gado com a lavoura: é na utiliza-
Portanto, a razão precípua dessa forma de ar- ção generalizada do estrume de curral e de bode na
rendamento é uma imposição das condições climá- fertilização das roças . Sobretudo, as culturas de
ticas . Os "moradores'' constituem para os fazendei- cana-de-açúcar é que se beneficiam com a aduba-
ros um viveiro de mão-de-obra, pois, quando ne- ção, prática também observada na parte cearense
cessitam de trabalhadores avulsos para as lidas da da serra de Ibiapaba .
fazenda são êles contratados como diaristas não Mesmo as áreas de campos e de cerrados são
permanentes . passíveis de aproveitamento agrícola, o que é fei-
Outra classe de trabalhadores rurais na área to no sistema da formação de "cercados", onde a
estudada é a dos "meeiros" que trabalham com a terra pobre é fertilizada com o estrume e com a
cana-de-açúcar, lavoura perm.:mente, nas áreas úmi- p alha de carnaúba, depois de extraído o pó.
das, próximas aos rios e rütchos . A meiação se As palhas espalhadas nos "cercados", de mo-
verifica na produção da rapadura e da aguardente, do a cobrir o solo, protegem-no contra a evapora-
preparadas no engenho do patrão que fornece tam- ção excessiva e enriquecem-no com matérias or-
bém os bois de serviço . gânicas e sais minerais.

Município de Picos - Piauí ( F oto C.N . G . 3616- T .J . )

A fotografia apresenta uma vista geral de Riac.h io, povoado aituado em região de relêvo aubtabular, no vale do Riachio.
Ao fundo, pode-se ver as plan11ras coberta• de cerrado para onde se dirige a populaçio na é poca daa chuvas, quando trabalham
nas vacarias . (Com. M . G . T .)

351
Munic;ipio de PicolJ - Piauí
-
(Foto C . N .G. 3 3$1- T . } . )

O povoado de Riachão apresenta um aapecto de abandono quando a população que é em aua maioria c:onatituída de agric:ultores,
se retira para as c:hapadat pr6lrimas, onde planta mandioca e feijio de c:orda e trabalha nas vac:ariaa . Rata mudança é feita na époc:a das
c:huvaa, em deu.mbro .
Na époc:a da estação têc:a, naa vuantea do rio que banha o povoado, é feita plantação de alho e cebola, oc:aaiio em que a popula-
ção agrícola reside no povoado. (Com. M . G . T .)

Os "cercados'' são geralmenté plantados com de dois anos, para a cultura da mandioca, ao pte·
milho e feijão e pertencem sempre ao fazendeiro. ço de quinze cruzeiros o hectare ..
Também aí é sôlto o gado na época sêca. Um aspecto ainda que merece referência no
De tôdas as formas se procura remediar o tocante à atividade agrícola é o que diz respeito
problema represeptado pelas sêcas na manuten- à rotação de terras predominante em tôda a área .
ção do rebanho bov?.no . Numerosos açudes têm Dado o sistema de utilização das antigas roças pa-
sido construídos por particulares e alguns pelo De- ra pastos, o problema do esgotamento dêsses so-
partamento Nacional de Obras contra as Sêcas. los porosos, originados de rochas sedimentares, não
O maior açude público da região é o do Cal- apresenta a mesma importância que em outras
deirão, construído por aquêle órgão federal no riÇ> áreas do Meio Norte. No entanto, o uso da terra
dos Matos a nove quilômetros da cidade de Piri- limitado a um ano em cada roça prende-se, sobre-
piri . As terras úmidas do açude são sempre arren- tudo, às necessidades do gado de dispor dos res-
dadas em lotes de 1 800 metros quadrados, ao pre- tolhos das plantações como pastagem . E mais ain-
ço de vinte cruzeiros anuais . As terr~s sêcas ou da, o período de pousio das terras agricultáveis não
altas são arrendadas, geralmente, por um período é função da recuperação da fertilidade perdida e

35~
sim do tempo necessário ao cre.s cimento de uma zendas e os pequenos donos de terras . Também
capoeira capaz de fornecer madeira em condições · colabora nesse trabalho o grupo familiar, tanto mu-
de ser utilizada na construção de cêrcas . Êsse des- lheres quanto crianças .
canso varia de cinco a oito anos . No trabalho do "corte", que é operação sem-
~ atividade extrativa c.a cêra de carnaúba, pre perigosa e realizada duas vêzes ao ano, são cor-
como foi dito, constitui outn:t apreciável fonte de tadas em média 25 palhas. O "ôlho" central tem
renda para a região. Essa economia de coleta, da- que ser deixado no mínimo com duas fôlhas para
do o alto vàlor da cêra vem prejudicando a agri- não prejudicar a palmeira. A grande valorização
cultura, por lhe subtrair braços . do produto tem levado, no entanto, ao abuso in-
Os carnaubais são expl·)tados por rendeiros considerado. As camaubeiras submetidas à verda-
que apenas arrendam as palmeiras e nunca as ter- deira mutilação, numa economia depredadora, têm
ras, pagando a explotação em produto . morrido aos milhares, além de se verificar acentua-
Para as diversas opera.; ões da extração: o do decréscimo na produção.
"corte", o trabalho de "riscar" as palhas, a secagem O rendimento do trabalho de "corte" depende
e, por fim, a "batida", os rendeiros pagam diaristas da densidade do carnaubal, de sua limpeza e da al-
que são geralmente, os "moradores" das grandes fa- tura das palmeiras. Um bom "palheiro" pode cor-

Município de PieM - Piauí (Foto C . N .G. 3615- T.).)

Em pequenas proprie<Jades, na:a proximidades de Picos, é comum êste tipo de aviamento de farinha.
Sob o telheiro fica o forno e <• local onde a mandioca é raspada, serviço êste feito por mulheres .
A pequena construção à esquerda é o paiol de mandioca e à direita fica a prensa. Ao fundo, vê-se o "barcão" onde é posta a
secar a goma da tapioca .
O aviamento é muito rústico, aendo todo o serviço manual. (Com. M . G. T.)

353

2 3 - 24163
Município de Picos - Piauí (Foto C.N . G . 3614- T.) .)

A plantação de mandioca faz eom que uma parte da popula ção de a(ricultores ae desloque das margens dos rios para o alto das
chapadas, no início da estação chuvosa (de:r;embro), quando se faz êsse plantio.
A casa de taipa coberta de telhas é a residência temporária dos que vêm para a farinhada a para o plantio, deixa.n do por algum
tempo as casas dos povoados e das roças das baixadas. Ao fundo vê-se o aviamento de farinha .
Observa-se que o barro usado na construçã o das casas é misturado com seixos, o que dá maior durabilidade à habitação.
(Com. M .G . T . )

tar até 5 000 fôlhas em oito horas de trabalho. Num É difícil se avaliar o rendimento de cêra por
carnaubal já velho êsse rendimento é menor, dada hectare, pois que os carnaubais apresentam uma
a sua altura. densidade vegetativa muito variável . Em virtude
É bastante variável a produção de cêra por dos processos rotineiros de explotação não há uma
palha, que atinge, em média, 4 gramas . Daí ser extração integral do pó produzido, calculando-se
necessário o corte de 2 500 fôlhas para a obten- uma perda de cêra de cêrca de 1,5 gr por palha .
ção de uma arrôba de cêra . A segunda operação a que chamam de "ris-
De acôrdo com as condições do carnaubal êsse car" ou "ripar" as fôlhas consiste em fazê-las pas-
número pode oscilar de 1 300 a 9 000 palhas 6 • sar em pequenas. lâminas afiadas, montadas num
Somente a partir dos 25 anos é que as c~r­ cepo afim de cortar as palhas . Êste trabalho pode
naubeiras atingem o seu máximo rendimento . O ser também feito com facas, como foi dito no ca-
tipo superior de cêra é extraído dos "olhos", assim pítulo anterior .
chamadas as palmas ainda fechadas .
As tiras finas são levadas a secar em um ter-
• Porto, Carlos Eugênio - Op. cit. reno sêco de barro. Às vêzes, a secagem faz-se
também em giraus armados nas proximidades do Apesar de terem sido feitas numerosas expe-
barracão . riências com extratores mecânicos, ainda, nenhum
Neste processo primttJ\·o de secagem ao sol, tipo satisfaz inteiramente .
que leva geralmente dois diEts, verifica-se .t ambém O pó é depois recolhido em tachos de metal,
um grande desperdício da cc!ra levada pelo vento em vasos de barro ou em latas de querosene, onde
e, por vêzes, irremediàvelmente deteriorada por misturado com um pouco de água é levado ao fogo
chuvas repentinas . para derreter. Após a fusão faz-se a "coagem" em
Dentro do barracão hermeticamente fechado, panos grossos ou prensas de madeira, quando en-
as palhas são batidas para a ·~xtração do pó, traba- tão se retira parte das impurezas .
lho êsse que constitui a ope:;ação mais penosa da Êsse processo obsoleto prejudica a qualidade
explotação . da cêra em sua contextura e coloraç.ão, pois, não

Município de Piex>s - Piauí (Foto C . N . G . 3:164- T . } . )

• V~se "! .foto a eede da fuen:la Lagoa, na serra da Porta . At parede• tio de adobe com o telhado de duas águat em telha por·
tuguesa; ve-se. nsudamente o prolonga•nento do telhado .õbre o puaado dettinado à cozinha . Junto à casa ergue-se o curral tôsc:amente
cercado por cerca de varas .
. A casa sit_uada no alto da chepada é habitada temporariamente pelo agricultor que aí se instala na época de chuva• para realizar
o c uluvo da mandsoca e do feijão de corda, e "invernar" o gado not "retirat". a fim de proceder ao amansamento dot bezerro• e ao
aproveitamento do leite em uma mode rta indústria. caseira de queijo e manteiga de garrafa . (Com . L .C . V .)

355
Município de Picoa - Piauí (Foto C . N . G . 3363- T.J . )

Situada na serra da Porta esta propriedade dedica-se ao cultivo da mandioca, em roças cercadas que se vêem eo fundo, e à cria-
ção extensiva de gado . O tosco curral com cêrca de varas que se vê ao lado da casa de moradia serve para a reunião do gado leiteiro, por
ocasião do "inverno", quando se faz o aproveitamento do leite numa indústria de laticínios muito modesta e se procede ao arnansamento
de vacas e bezerr~ .
A propriedade só é habitada nessa época, sendo a casa de moradia permanente do alflcultor aquela que se situa no povoado de'
Riachão, junto à s roçaa de "baixa". (Com. E . K . )

permite regular a temperatura exata da fusão. O sa usina o aproveitamento da cêra eleva-se a 98 o/o,
resíduo da coagem constitui a "cêra de bôrra". Des- depois que os produtos mais puros são extraídos.
pejada em fôrmas, após a fusão, a cêra resfria ·ràpi- Mesmo a "bôrra", comprada a produtores que usam
damente. processos antiquados, tem sido trabalhada para o
A descrição feita do beneficiamento da cêra aproveitamento da cêra ainda existente 1 •
permite avaliar o primitivismo das técnicas empre- A classificação dos diferentes tipos de cêra é
gadas que não se modificaram substancialmente baseada em dados empíricos relativos à côr, granu-
desde a época das primeiras exportações . lação, ao tato, ao som e outros aspectos semelhantes.
Urge que as técnicas de produção sejam aper- Por Decreto de 25 de junho de 1941 foram
feiçoadas, a fim de se obter não só um produto estabelecidos cinco tipos de cêra para efeitos de
de melhor qualidade, como também para se evi- classificação . Os tipos 1 e 2 referem-se às cêras
tar o enorme desperdício da matéria-prima desde provenientes de pó extraído do "ôlho", com tolerân-
a primeira fase da operação·. cia máxiiJla de impurezas de 1 o/o . Os tipos 3, 4
Apenas uma firma do Piauí, instalada em
' Informações contidas no Relatório da Carteira de Importa-
P arnaíba, está empregando técnica mais moderna ção e Exportação do Banco do Brasil de 1949 e citado por Carlos
e avançada no preparo da cêra com solvente. Nes- Eucênio Porto . '

356
e 5 são as cêras provenientes de pó extraído da Atualmente é o estado do Piauí o maior pro-
"palha" apresentando urna tolerância máxima de dutor nacional com total de 1 380 714 kg produ-
impurezas de 2% . zidos em 1955.
O trabalho de classüic:.ção é realizado pelo Constituindo a cêra de carnaúba, a maior fon-
Serviço de Economia Rural, tendo também os co- te de rendas para o Estado, da sua cotação nos mer-
merciantes exportadores do produto os seus pró- cados externos, que são os maiores consumidores,
prios técnicos, chamados "q uebradores" 8 • depende a boa situação financeira do Piauí. A que-
Os preços alcançados pelos dois principais da de preços, como a ocorrida após o término da
tipos de cêra, em janeir<• de 1957, são de segunda guerra, leva a economia estadual ao dese-
CrS 1 750,00 a arrôba de cúra flor e Cr$ 720,00 quilíbrio e à crises da maior gravidade.
a parda . Quanto ao pó de "i~lho" o seu valor atin- Daí terem sido solicitados, em diferentes opor-
ge CrS 1 300,00 por arrôba e o de "palha" tunidades, empréstimos ao Govêrno Federal para
CrS 540,00. os produtores de cêra ou a sua aquisição pelo Ban-
• Porto, Carlos Eugênio - Op. cit. co do Brasil . As medidas governamentais têm, des-

Município de Simplício Mendes - Pi41UÍ (Foto C .N .G. 3552- T .J.)

Vemot fotot:rafada uma casa de vaqueiro, de construção de pau-a-pique .


Eata habitação reflete as condições de vida dêste tipo de homem do campo, que é d .. melhores entre os habitantes do Meio
Norte.
O título de vaqueiro confere ao seu possuidor, um lugar de destaque na pequena sociedade rural sertaneja. ~ êle o administrador
da fazenda de gado do patrão, sendo bem conhecida a sua criteriosa e honrada ação neste mister . Suas obrigaçõet são totais para com o
proprietário, que muitas vêzes habitando a cidade, .Omente recebe o proveito de suas posses e nada mais .
O vaqueiro é pago com parte da produção, em geral um quarto da mesma. tste pagamento é efetuado por ocasião da "ferra", quan-
do, de cada quatro animais nascidos, un1 passa a pertencer ao vaqueiro. (Com. J. X . S.)

857
Município de Simplício Mendea - Piauí ( F oto C .N . G . 3667 - T . } . )

N as zonas de caatinga o vaqueiro tem necessidade de ae proteger dos eapinhos, doa galhos retorcidos e têcos, quando na sua corrida
desenfreada atrás de uma rês que desembestou .
O uso generalizado de uma vestimenta resistente fu com que os seleiros procurem as peles de veado especialmente ~propriadaa
para o "uniforme" do vaqueiro .
~te uniforme é comprado por Cr$ 3 000,00, quaH H mpre uma única vez na vida, dada a resiatinc:ia do material e fr eqUentei
remendot .
Os saleiros, além de selas rústicas p ara vaqueiros, fabricam também obras de selaria de fino acabamento .
N a foto, um vaqueiro típico: usa a calça chamada "pemeira", o "gibão" que é o casaco, luvas, o chapéu carac:teríatico e vê-te
ainda a sela acima mencionada. Sua monta.r ia é de pequeno porte, porém muito resistente. (Com. L . C . V .)

sa forma, contribuído para uma maior estabilidade Verüica-se, também, uma pequena exportação de
do mercado da cêra de carnaúba . bovinos, feita pela estrada de rodagem em cami-
Outros produtos extrativos são, ainda objeto nhões, para o vizinho estado do Ceará .
de explotação no norte piauiense: o babaçu e o A região estudada não tem problemas refe-
tucu.m . rentes ao transporte, pois que as principais cida-
O comércio da cêra, assim como dêsses outros des se ligam por boas rodovias, cujo tráfego reali-
produtos de coleta, é centralizado em Campo Maior. zado por caminhões, atende às necessidades de es-
Parte da produção, no entanto, é diretámente ven- coamento da produção regional.
dida a Pa~aíba, de onde é escoada para os mer- A região é atravessada pela Br-22 que põe em
cados consumidores. ligação a cidade de Teresina com Fortaleza, pas-
Enquanto a produção agrícola destina-se tôda sando por Campo Maior e Piripiri . De tráfego
ao consumo local, .~ gado bovino é abatido, seja apreciável, essa rodovia, de muito boas condições
para o abastecimento da cidade de Parnaíba, seja técnicas, ·açambaréa progressivamente o movimen-
para o dos pequenos núcleos ·urbanos aí situados. to de escoamento dos produtos piauienses para os

868
estados do Nordeste e para o sul do país . Sua fun- Piripiri . Objetiva ela atingir a capital do Estado,
ção, ainda, cresce mais de importância na impor- estando já em construção o trecho entre aquela ci-
tação de produtos manufaturados cujos altos pre- dade e Campo Maior.
ços compensam os elevados fretes rodoviários . Entre os núcleos urbanos situados no norte
O comércio piauiense realizado até recente- piauiense merecem especial referência os de Cam-
mente, de modo exclusivo, p>r via marítima atra- po Maior ( 6 992 habs.), Piripiri ( 4 35 7 habs.) e
vés do pôrto maranhense de Tutóia e de Luís .Cor- Piracuruca ( 3 407 habs.) .
reia, no território do Piauí, vê-se incentivado pelo Apesar de modestos do ponto de vista popu-
mais fácil acesso aos grandes mercados consumido- lacional, apresentam aspecto agradável com :mas
res sulistas, graças a expansã•) de uma política ro- largas ruas calçadas, as praças arborizadas e o ca-
doviária, devida ao gigantesct) trabalho de recupe- sario bem construído .
ração das áreas assoladas pelas estiagens, realizado Tiveram essas cidades uma origem comum,
pelo Departamento Nacional de Obras Contra as testemunhas que são dos fundamentos da econo-
Sêcas. mia piauiense na época da colonização: a pecuária.
No setor ferroviário, encontra-se aqui a úni- A fazenda de gado que representa a marca
ca ferrovia piauiense: a Estrada de Ferro Central do conquistador na paisagem virgem, evoluiu al-
do Piauí que de Parnaíba estende seus trilhos até gumas vêzes no sentido de se tornar um aglome-

Município de Oeiraa - Piaui (Foto C . N .G . 3389- T . J . )

Vist.a parcial de um campo na tural no município de Oeiras, no Piauí . Já tendo sido sede da comarca, antica capital da província,
teve sua decadência precipitada com a mudança da capital em 1851.
A base econômica do munic:ípi > é a pecuária, craças àa 1ua11 crandes extensões de capim mimoso . Aspecto tirado nas Fazenda•
Estaduais . (Com. T . C.)

359
Município do Simplício Mendot - · Piaui (Foto C.N.G. 3352- T.}.)

Aspecto típico de uma propriedade na á rea de caatingas da região das


"cuestas". A casa de moradia situa-se no encosta de pequeno morro, tendo junto
as casas de ''agregados" e a venda. No baixio vêem-se, separadas por dircas de pau-
-a-pique, as lavouras de aubsistêncía, milho e feijão na parte mala baixa, e algo-
dão com mandioca noa áreas maia aêcas. Nos lugares embrejados cultiva-se a cana-
-de-açúcar . V&-se no canto, à direita da fotografia, a engenhoca que & movida a
animai• e junto a ela o aviamento de farinha. Árvores frutíferas esparsas e co-
queiros erguom-ae no meio das roças. Aspecto da far:enda Sitio. (Com. E .K.)
M unicípio de Sim plício Mende11 - Piauí ( Foto C . N .G . 3 646- T .} .)

Nas partes altas d as " cuestas" d o P iauí pratica-se a criação de cado .


A fot o acima mostra um aspecto desta at ividade que se desenvolve numa fazenda de criação perto de Campos, na área das Faun-
das Estaduais.
Observa-se a boa constTução do curral anexo à casa de moradia . A casa construída de barro misturado com seixos e coberta
de palha, tem a cozinha e depósito em depe ndência separada do corpo principal, devido ao perigo de incêndio. (Com. M · G · T · )

rado populacional e daí, por diferentes circunstân- A cidade tem se desenvolvido mais, depois da
cias, erigiu-se em núcleo urbano . Essa foi a gêne- construção da rodovia Teresina - Fortaleza, fato
se das três cidades consideradas . que contribuiu para a maior importância de sua
A mais importante delas é Campo Maior que, a tividade comercial . Tomou-se o centro coletor da
graças à sua posição, cedo evoluiu como centro co- produção das áreas circunvizinhas, contando pa-
m ercial . ra o beneficiamento dos produtos vegetais com má-
Originou-se ela da fazenda de gado do portu- quinas de descascar arroz e numerosas prensas de
guês D . Fra nCisco. da Cunha Castelo Branco que cêra de ca.m aúba.
tendo chegado ao Maranhão em 1693 daí transfe- A vitalidade comercial é patente no número
riu-se para o Piauí . Fixou residência em terrenos de casas atacadistas (9), varejistas ( 178) e nas
da freguesia de Santo Antônio do Surubim . Em firmas compradoras de produtos agrícolas e extra-
1713, a freguesia já gozava das regalias de resi- tivos ( 5) . Uma função cultural se esboça com a
dência de um comissário geral de cavalaria do fundação desde há oito anos de uma escola secun-
Piauí . A vila foi instalada a 8 de agôsto de 1762 dária, de iniciativa particular, que atrai alunos de
e elevada à catego~a de cidade em 1889. Barras, União e José de Freitas .

362.
Piripiri apresenta também um movimento co- assim como exerce alguma influência no tocante à
mercial apreciável pelo fato ó.e se ter tornado pon- parte educacional graças à Escola Normal Regio-
ta de trilhos da Estrada de F erro Central do Piauí nal já com quatro anos, e que conta além dos alu-
em 1932 . Esta circunstância fêz crescer a cidade, nos locais, com estudantes provenientes de Bata-
que teve origem na fazenda de gado do padre Do- lha e Pedro Segundo .
mingos de Freitas e Silva, e:;tabelecida em 1844, Piracuruca reproduz, em menor escala, as ati-
na função de núcleo concentrador da produção re- vidades referidas para as outras duas cidades.
gional, visando o escoamento pela ferrovia. Os pro- A situação demográfica dos núcleos urbanos
dutos que mais procuram a estrada de ferro são estudados revela um crescimento equilibrado e con-
a cêra de carnaúba, as nozes de tucum e as amên- tínuo, sem bruscos aumentos nem grandes decrés-
doas de babaçu . cimos.
Além da atividade comE ~rcial, na qual se des- Este fato, aliás, reflete bem o panorama de-
tacam as firmas exportadoras, a cidade conhece um mográfico de tôda a área, pois, se se verifica um
início de vida industrial com os beneficiamentos êxodo de habitantes rurais para a região agrícola
de arroz, as fábricas de mosaicos e de aguardente, do Mearim, no Maranhão, por outro lado, corren-

Município de Pauli•tana - Piauí (Foto C . N . O . 3409- T . j . )

A fuenda Boa Vilta eituada ~tu ma região de criação de gado, tem nesta ·atividade aua principal fonte de economia .
O 11'\lPO de vaqueiros viato nu fotografia, regre~aa de uma vaquejada, e vem raunir-ee na "venda" .
O pr~o eonetruído de adobe sem reveetimento e coberto de telha aerve a um s6 tampo de casa de neg:6cio a raaidência. (Com.
M .G . T .)

363
Município de Paulistana - Piacú (Foto C . N.G . 3412- T . J .)

O traje do vaqueiro é uma verdadeira armadura, feita p ara protegê-lo dos espinhos e pontas de vegetação . Na aua confecção é
usado o couro de veado mateiro .
Sôbre a camisa êle veate um colete justo e, para resguardar as pernas, as "perneiras" (calça) articuladas nos joelhos, que vão
até à cintura; mãos e pés são protegidos por luvas e guarda-pés . Caracteriza ainda a vestimenta do vaqueiro do Meio Norte, o "gibão"
de . couro curtido. (Com. M . G . T.)

tes imigratórias cearenses vindas através da Ibia- O fato físico primacial a criar certos aspectos
paba compensam a emigração havida, de modo a que vão ser decisivos na configuração da paisagem
assegurar um aumento populacional. humana é a ocorrência freqüente de diques e "sills"
Uma paisagem distinta, com uma ocupação de rochas eruptivas cortando as rochas sedimen-
humana particular, apresentando pequenas dife- tares .
renciações locais, adaptadas quer a fatos de ordem Como conseqüência a parte central do estado
física, quer a influências de fatos humanos é a que do Piauí tem, em algumas áreas, zonas relativamen-
se pode observar nos vales do Poti e seus afluen- te extensas onde a agricultura encontra o máximo
tes e subáflu~nfes · São Nicolau e Sambit~, de um desenvolvimento . Um exemplo excelente dessa pai-
lado, e nos v~les <Jo Canindé e seus afluentes ltaim sagem temos nos arredores de Picos onde a de-
e Piauí, de outro pressão que antecede a grande frente da "cuesta"

9611
voltada para leste, assim como os vales dos peque- mais ocupadas do Brasil sul. O verde da cobertura
nos rios e riachos que a disHecam são fertilizados vegetal, o maior adensamento demográfico, o in-
pelo extenso "sill" de diabásio, que aí ocorre, mul- tenso labor agrícola ainda mais surpreendem, poi~
tiplicando-se naquela terra vermelha, rica e ge- que o viajante percorre quilômetros de estradas
nerosa, as lavouras as mais , ·ariadas de milho, fei- dentro sempre das monótonas formações de cerra-
jão, arroz, algodão e cana-dt!-açúcar, entremeadas dos e caatingas que recobrem superfícies regulares,
por carnaúbas esparsas. vazias da marca humana .
O povoamento se disp~rsa, vendo-se as pe- Em muito menor escala, os baixões e os vales
quenas casas de tijolos e telhas, cercadas por fru- dos rios e ribeirões que cortam os relevos mono-
teiras, pontilharem a paisagem em meio às suas clinais desta região reproduzem o aspecto descrito
roças, aspecto que lembra o das áreas agrícolas na ocupação humana. Mas desde que os "sills" de

..

Município de Paulistatu1 - Piauí (Foto C . N . G . 3411 - T.J .)


O vaqueiro representa um ti:;>o regional baatante caracteristico . Vivendo em intensa luta em região dominada pela caatinga,
tornou·se homem intrépido, com um mc•do de vida e um tipo humano particulares.
Resultante do cruumento do t ·ranco com o índio, adaptou•1e lis condições do meio em que vive e mostra grande habilidade na cria-
ção de gado . ·
. A fotoc~~f~a _ ~?' ~o•t!a algur s vaqueiros trajando roupas que os prote&em da rude vegetação. O casaco comprido, regionalmente
conhec1do como g&bão , nao e comumente encontrado no Nordeste, sendo um traço próprio da indumentária regional do vaqueiro do
Meio Norte . (Com. M . G . T . )

365
.
Município de Simp/icio Mende• - Piauí ( Foto C.N .O . 3386 - T . } . )

A casa de adobe sem revestimento, coberta por t elha de canal 6 a residência do pequeno agricultor nas F azendas Estaduais do
Piauí.
Uma característica da casa rural piauiense é o pwrado na pa.r te de trás, onde eatão a codnha e o depÓsito . (Com. M . O . T • )

diabásio, com os seus férteis solos aparecem e que vez mais divididas, graças a substituição da criação
as baixadas se alargam, a intensidade do trabalho pela agricultura, o que se deu não só em conse-
agrícola volta a dominar. É esta a paisagem tam- qüência do aumento da população, como também
bém do Boqueirão, nas proximidades de Floriano, pela fragmentação devida a heranças e a vendas
onde as fontes numerosas que minam da base dos pela maior valorização dessas terras .
arenitos sôbre as rochas diabásicas ainda mais É interessante uma referência ao modo pelo
cooperam para o adensamento dos agricultores, qual se processa a venda de imóveis na área em
que vão erguer nas suas proximidades as casas de que ·as propriedades ainda não se acham demar-
moradia . cadas e divididas . E isto acontece em grande parte
No seu conjunto tôda a át:ea, como foi visto, do estado do Piauí .
teve um povoamento iniciado na base da criação A venda, então, é feita por posses . Um pro-
de gado realizada em imensas sesmarias . As me- prietário que possua, por exe~plo, 20 cruzeiros de
lhores terras agrícolas viram-se, no entanto, cada terras pode vender uma posse de 5 cruzeiros, que

966
representará um quarto de su.a propriedade quando Desta forma, enquanto as zonas passíveis de
esta for delimitada e deman:ada. A posse é sem- aproveitamento agrícola se dividem, se fragmen-
pre vendida nas áreas de iavoura, nas baixas e tam, os altos revestidos de cerrados, caatingas e
margens de rios . A caating:a e o cerrado consti- carrascos permanecem indivisos.
tuem o "comum'', onde todos criam indistintamente No caso da compra efetivada, é passada uma
e onde não há interêsse em adquirir terras de difícil escritura particular que será . devidamente legali-
aproveitamento, dadas as condições climáticas de zada quando da demarcação e julgamento da
estiagens rigorosas, o atraso técnico das populações fazenda.
inermes ante as hostilidades do meio ambiente e, Nessas áreas agrícolas o lavrador é geral-
freqüentemente, a inexistência de meios de trans- mente dono de suas terras, sempre de áreas muito
porte que estimulem a valorização econômica da reduzidas; vivem, freqüentemente, em uma econo-
área. mia quase fechada porque auto suficiente, ven-

Município de Simplíc.io Mendes - Piauí (Foto C . N .G . 3652- T.J .)


Brejo de Santo Inácio, na ret:ião das "cueatu", é um belo exemplo de povoamento aglomerado. situando-se o povoado na• Fa-
zendas Estaduais .
As fontes perenes existente. Di) lcx:al são o fator preponderante da uiatincia desta aglomeração de função tipicamente rural. (Com.
deL .C . V .)

367
Município de Simplício M ende:r - PiauJ (Foto C . N.G . 3653- T.J.)

Aspecto do Brejo de Santo In6cio, povoado tipicamente rural que re6ne 30 famílias, distribuídas pelas cinqüenta ' casas do lugar.
P ossui quatro vendas, que negociam com gêneros, ferragens e roupas, duas bodegas e uma pensão, estando, tôdas as construções
dispostas em tômo de uma grande praça retangular; numa estremidade da praça a capelinha e a Escola Primária Estadual ao lado . (Com .
L .C . V . )

dendo o pequeno excedente da produção nas feiras car, que vai alimentar uma indústria tipicamente
locais. O arrendamento a dinheiro desaparece, rural de rapadura e aguardente. É o que acontece
prevalecendo o rendeiro que paga a quarta ou a no vale do Parnaíba na região de Regeneração,
quinta parte da produção por tarefa (3 025 m 2 ) de Amarante e São Pedro do Piauí, com os seus primi-
roça cultivada . tivos engenhos de ferro e de pau, e onde também
É freqüente a troca de dias de serviço entre o arroz tem expressão comercial exportado para
êsses proprietários pobres que impossibilitados de Teresina. Do mesmo modo, Valença do Piauí em
pagar diaristas nas épocas de grande trabalho agrí- suas numerosas mas pouco extensas áreas agrícolas
cola têm no empréstimo de seu trabalho o meio de vê crescer a cana-de-açúcar, com freqüência rica-
obter o "ajutório" necessário. mente adubada com estrume de curral e de bode,
Nas regiões mais úmidas ou de maiores possi- cana esta que vai servir de matéria-prima nos nu-
bilidades de exportação vê-se desenvolver nessas . merosos engenhos destinados à produção de rapa-
zonas agrícolas, com predominância a cana-de-açú- dura mandada para o Ceará.

368
Mais interessante, ainda , é o exemplo dos mu- O estabelecimento dessas novas culturas levou
nicípios de Picos e Oeiras que atravessados por uma a uma modificação sensível na estruturação dos
rodovia federal, a BR-24 vêm cada vez mais am- trabalhos agrícolas e uma repartição característica
pliar-se sua área agrícola e tornar-se progressiva- do habitat rural .
mente mais complexa a organização do seu espaço Como as partes elevadas dos relevos monocli-
rural. nais que caracterizam a região são pobres em água
Não só a área agrícola expande-se com as e em solos, a população agrícola inicialmente fugiu
culturas praticadas nos altcs das chapadas are- ao estabelecimento de suas moradias e depen-
nosas: o feijão-de-corda e a mandioca, como tam- dências de serviço nestas áreas, onde imperava a
bém introduz-se novos elemtmtos numa economia criação de gado bovino feita de forma extensiva .
agrícola primitivamente exclusiva de subsistência: Somente as baixas ricas e férteis atraiam os campos
o algodão, cultura industrial e o alho e a cebola, agrícolas, onde as casas também se estabeleciam,
culturas alimentares comerCiais . obedecendo ao determinismo da água. Foi fre-

Município de Simplício Mende$ - PiaiJÍ (Foto C . N . G . 3 65 I - T . }.)

Vê-se aqui, com mais detalhe, duas casas do povoado de Brejo de Saf'to Inácio construídas de adobe e cobertas com palha ou
telha . Esta população dedica-se à lavo Jra , saindo diàriamente de casa para as suas roças, situadas no máximo a uma légua de distância
do povoado. Alguns lavradores ainda ex plotam o carnaúba o que lhes dá maior rendimento pecuniário .
As casas não estiil:> muito próxil nos umas das outras e o intervalo que as separa é ocupado por pequena roça ou curral como pode
se observar na fotografia . (Com. L. C. l ·. ) .

969

24 - 24 163
Munlcipio de Oeiras - Piaui (Foto C . N .G . 3 381 - T . } .)

A zona englobada pelos munacaptos de Paulistana, Simplícío Mendes e Oeiras no sudeste do Piauí tem como principal obstáculo
ao seu desenvolvimento econômico as más condições da circulação terrestre. A estrada fotografada liga Sil'l'!plício Mendes a Oeiras e atesta
a precariedade das vias de comunicação na região citada .
Na foto, vê-se um trecho da estrada can-oçável que possui tráfeco red.U%ido e pequena função econômica, atravessando uma recião
de "cuestas" do devoniano médio, de plataformas suavemente inclinadas para oeste. Note-se, também, a vegetação de cerrado e a pre-
sença de seizoa rolados, que são provenientes do rio Canindé e atestam a existência de u.m terraço fluvial nesae trecho. (Com. J. X . S .)

qüente, nesta primeira forma de habitat a .disposi- de maiores contactos sociais e as necessidades de
ção sob o tipo disperso . Uma tendência à aglome- comércio levaram os habitantes rurais a se aglo-
raç.ã o se observava, no entanto, com a aproximação merarem.
das casas pela divisão das propriedades por herança O aproveitamento das terras arenosas dos re-
ou por compra. levos subtabulares levou, ainda, a u'a maior dis-
Muitas vêzes, a necessidade de auxílio mútuo persão dos campos cultivados, possuindo os lavra-
levou os habitantes rurais a se aglomerarem nos dores além de parcelas dispersas nas baixas tam-
grupos de vizinhança com as casas muito próximas bém roças de· mandioca e feijão nos altos .
umas das outras . A criação de gado que já era praticada nas
Numerosos povoados rurais se constituíram áreas mais altas de cerrados fo~ ainda, mais desen-
quando a dispersão das parcelas cultivadas, o desejo volvida, veJ#icando-se um aproveitamento do leite

370
para uma indüstria caseira de laticínios, cujos pro- . a população agrícola sobe para as zonas arenosas de
~utos encontravam fácil con:;umo entre a popula- chapada onde realizá o plantio da mandioca e do
ção ágrícola sempre em aumento. feijão-de-corda e, ao mesmo tempo, ocupa-se em
Essa nova organizaçãc· da economia rural "invernar" o gado nos "retiros" . Esta tarefa consiste
obrigou o desdobramento do habitat e a diversi- em recolher aos currais as vacas leiteiras e em
ficação do trabà_lho agrícola dividido entre ?S cam- amansar os bezerros, a fim de aproveitar o leite
pos das baixas e os dos altos arenosos . numa indústria caseira de queijo e manteiga de
Um exemplo característ ico do que foi dito é garrafa . É comum dizer-se que o "povo sobe para
dado pelo _povoado Riachão, :;ituado no vale do rio as vacarias" .
do mesmo nome, no município de Picos . '' Em um tipo de povoamento disperso as casas
Nos meses corresponder:.tes à estação chuvosa de construção rústica geralmente de adobe e telhas,
o chamado "inverno", isto é, de dezembro a abril se espalham desordenadamente, tendo sempre
como elementos característicos da explotação, o
• Em julho de 1957 será feita a instalação da cidade . curral para o gado e os aviamentos para a prepa-

Município de Pico• - Piauí (Foto C . N . G. 3492- T . ) . )


A cidade de Pic:oa está aituada no aopé do "front" de uma "cuesta", que é a chapada Batista e às margens de um rio subse-
qüente, o rio das Guaribaa, cujaa cabeceiras se acham aituadas naa proximidades . '
A localidade, propriamente, es tá ent re terrenoa do devônic:o inferior existentes na planura e do devônico médio encontrados
na escarpe.
A cidade poNui uma parte mais velha afaatada da rodovia, notando-se o crescimento dela, graças àa ru>vas construções, em di-
reção da estrada de roda&em. (Com. ) . .!(.S . )

871
Município de Pico:~ - Piauí (Poto C . N . G . 3491 - T .] . )
P icos sit ue-se na base do "front" de uma "cuesta" de estratos levemente inclinados para oeste .
A esc.e rpe desta "cuest e" está voltada para oriente, dominando uma extensa planura . Encontra-te bastante trabalhada pela erosão,
q ue isolou uma série de fo rmes aubtebularea.
O m unid pio é beneficiado pele presença de solos ricos p rovenien tes de "sitls" diabásicos, que se prestam muito b em para di-
versas lavouras e que lhe dão maior riqueza. ( Com . J . X .S .)

ração da farinha de mandioca . Ai~da, nessa região casas tôdas fechadas . Numa distância no máximo
em que a água constitui um problema é comum a de uma légua situam-se ~ cami>os baixos de cul-
construção de açudes e barreiros para dessendentar tura, geralmente em parcelas dispersas . Nestas
o gado nas épocas sêcas . áreas são feitas as roças de milho, feijão e algodão
Nesta área encontram-se também rendeiros logo no início da estaç_ã o chuvosll, procedendo-se à
de terras para o cultivo daqueles produtos e que colheita em abril, maio e junho .
se empregam como diaristas com os proprietários As vazantes do Riachão na época mais sêca
nas épocas de maior labor agrícola e na "farinhada" são largamente aproveitadas na cultura do alho e
que se realiza em agôsto . O uso da terra é pago da cebola, as culturas comerciais por excelência da
com a "meia" na farinha de mandioca preparada região, juntamente com a farinha de mandioca que
no aviamento do proprietário . . possuem compradores no pOvoado.
A habitação permanente desta população é o No cultivo daqueles produtos é usada comu-
povoado situado na margem do Riachijo que tem mente a adubação vegetal constituída pelo mu-
no "inverno" o aspecto de cidade morta, com suas fumbo e por galhos e fôlhas de outras plantas .
A "palhoça" das roças é utilizada como pasta- nientes daquela, e que em largas extensões reco-
gem para as vacas paridas e as reses doentes na brem as formas topográficas referidas. Neste caso,
época da estiagem . Além de beneficiar o gado com o aproveitamento econômico se restringe ao pas-
essa prática, as áreas agrícolas lucram com a adu- toreio extensivo do gado .
bação . De modo geral, em tôda a região compreen-
No arrendamento das terras baixas para a dida pelos vales do Poti, Canindé, Piauí e afluentes
lavoura verifica-se, também n limitação do contrato se pratica a criação de gado bovino, feita em caráter
somente ao período da safr11, a fim de que o pro- extensivo . Ao primitivo gado "pé duro" veio mes-
prietário possa soltar o sE:U gado na roça dos "tiçar-se já o zebu, numa tentativa de melhoria da
rendeiros . qualidade do rebanho regional, para a produção de
É preciso res.saltar que a utilização citada dos carne .
campos arenosos situados nas partes altas dos O escoamento dêsse gado se fa z para o Ceará,
relevos monoclinais só se faz onde não ocorrem a sobretudo, lguatu e Crato, e, em muito maior escala,
crosta laterítica e os fragmentos limoníticos prove- para o mercado de Araripina, em Pernambuco .

Município de Picos - Piauí (Foto C . N . G . 3432- T .) .)

Vista gerei de Pico1, localizada na base de uma "cue1ta". Desenvolve-se esta cidade numa plataforma alongada seguindo a di·
reção S- N onde está a catedral .
Observa:se em tôrno da cidude, a baixada ocupada pelas roças. E mais ao fundo, uma grande depressão regular, modelada no1
sedimentos do devoniano inferior . (Cem. T . C.)

373
Munic!~io do )aio6s - Piauí (Foto C .N.G. 33:l9- T.} .)

·:· . Aspecto d• feint teiNIMl de J • icót, que te re•llu n• pntça d• ICTej•, junto •o M erado Municipal .
O~?serve-te a quantidade de jumentot, único meio da mnaporte uaado pera oa p.rodutoa e o uao cenereliudo do cllapé~r da palha d•
amaúba . . .
Feira pobre .que, freqüentada por lawadores das aonaa prólrimaa da cidade, vende como produtoa principaia: feijio, milho, rap•
dura, farinha, objetos de palha e : louça de barro . Não b6 lecumes, verduraa, nem frutas . (Com. E . R .S . )

GADO BOVINO aí chegando em 1945 deu origem a uma feira que


se realiza semanalmente e onde vêm negociar com-
Municípi08 Número de Cabeças
pradores de Caruaru, Arcoverde· e Limoeiro . O
Amarante 6600 gado é daí transportado em caminhões para as
Castelo do Piauí 70000 feiras situadas mais próximas aos principais mer-
Floriano 26800 cados consumidores.
Jaic6s 76000
O movimento maior de animais verifica-se de
Oeiras 42 000
março a julho, quando o gado epgordado após a
Picos 44000
estação das chuvas é encaminhado da região cria-
Regeneração 16000
dora, onde vão comprá-lo os boiadeiros, para a feira
São Miguel do Tapuio 18500
de Araripina.
Simplício Mendes 22000
Valença do Piauí 43500 Também na área em foco já se iniciou a
plantação de camau~, que em. pequenas roças,
~onte: Serviço da Eetatiatia da Produçio, Miniatério da A&ri-
cultura . Dadoa da 1953 .
são plantados de mistura c~m os mantimentos :
feijão e milho . O carnaubal com~a ~ produzir com
A importância de Araripina como mercado de dez anos de cultivo, alcançando o .máximo rendi-
gado d·e ve-se à construção da rodovia BR-26, que mento depois de vinte anos. O lugar ~mpre esco-·
lhido para essas roças que Ii.Unca atingem grandes É na região das "cuestas" que se encontram as
áreas são as baixas . Fazendas Estaduais que abrangem grandes áreas
Na generalidade, os canaubais são aqui ex- dos municípios de Sirnplício Mendes, Oeiras, Na-
plotados no sistema de ..meiação", recebendo o zaré, Amarante e Floriano, nos vales dos rios Piauí
meeiro a sua parte em espéde e não em produto . e Canindé .
Alguns dos maiores produ·mres piauienses estão Como foi dito, essas fazendas acham-se arren-
aqui situados como Castelo do Piauí e Oeiras . dadas para a explotação dos carnaubais . Nelas o
aproveitamento agrícola e a criação de gado são
PRODUÇÃO DE CÊRA. DE CARNAÚBA feitas por moradores que pagam um fôro anual
Municípios Quantidade pelo uso das terras e uma quantia variável com o
número de cabeças de gado criadas .
Amarante 835
Castelo do Piauí 148 335 A pecuária encontra nelas condições favo-
Floriano 68 521 ráveis à sua prática, pois que a faixa de campos de
jaicós 17 539 capim mimoso que se estende de Sirnplício Mendes
Oeiras 137 541 a Arnarante, cortando o estado de leste a oeste,
Picos 65640 abrange grande parte dessas fazendas .
Regeneração 1800 Da mesma forma que nas outras áreas estu-
São Miguel do Tapttio 35 130 dadas, as lavouras e com elas as casas estão sempre
Simplício Mendes 60550 situadas nas baixadas, mais úmidas . A toponímia
Valença do Piauí 20110 dos lugares habitados, neste particular, é bem ex-
Fonte: Serviço de Eatetittice de Produção, Ministério de Acri·
pressiva: Várzea do P adre, Várzea da' Ema, Var-
cultura . Dedot de 1955 . · jota . O adensamento maior da população leva

Município de Simplíc.io Mende• - P iauí (Foto C .N.G. 3629 - T .) . )

Ot d iea de feira transformarr: e vide calma e quieta da cidade de Simplício Mendea, aí acorrendo JeVTadores de tôde e redondeu.
Em malea de couro ou aacoa de caro8, checam. transportadas por jumentos, feijão, milho e farinha de mandioca . Não há Jecumes,
frutea ou verduraa, poia o munic.í pio, locatuado em 6rea onde predo mine a caatinga, tem pouco dHenvolvime.n to acricola . (Com. M . G . T . )

816
MunicJplo de }alc:Q• - Piauí (Foto C . N .G. 35~1 - T. J . )

Jaie6a eatá situada junto ao ribeirão Oitúeiro, afluente do rio Jaic6a.


Cidade multo anti&a, seu nome lembra o doa lndioa, q ue ai 11 estabeleceram
devido à existência de fontes perenea.
Localizando-se, o núcleo ori&inal, la margens do ribeirão, expandiu-se, depoia
para a plataforma eatrutural baixa, onde estio, atualmente, altuadaa a maior parte
das cuae e a Iareja .
Jaic6a, cidade pequena, concentra 1 produção da área agrlcola vizinha cujoe
produtoa, algodão e cêra de cama6ba, eão exportado• para Picos . Atualmente o
com6rcio se beneficia com a conetrução da rodovia que liga Jalc6e a Picos. {Com.
E . R .S . )
Município de SimpUcío Mendes - Piauí ( Foto C . N .G. 3630- T.}.)

:tste aspecto c!e Simplício Mendes recorda sua origem que vem da feira do Barreiro Branco, n a fazenda Formiga, c.hamada "feira
-de maniçoba", onde se 'reuniam extratores e compradores de borracha. O desenvolvimento rápido dêste local levoú-o a transformar-se em
povoado, mais tarde vila e depois cidade .
Hoje a feira se realiza no Mercado Público, e serve a todos os moradores da redondeu . (Com. M . G . T . ) ·

também aqui à formação de povoados rurais, típi- uma légua, de modo a permitir o trabalho diário
cos exemplos de habitat aglomerado . B rejo de sem grandes caminhadas.
Santo Inácio, situado na estrada de Simplício Men-
PRODUÇÃO AGRICOLA
des a Oeiras, em local onde fontes perenes deram
origem à formação do núcleo, tem uma população Anoa Cana -de- Fdjlo Man· Milho
MUNlCJPIOS taacode Alcodão Açóc:ar (aaeode d ioea laacode
formada exclusivamente de lavradores e explota- 60 kg) Carr6bal (t ) 60 kcl (t ) 60 Ice!

dores de carnaúba . Mesmo os proprietários das - -- - -- - -- - - - - --


Amarante .•.•.......... 30 000 2300 5 500 3160 1 <100 600
"vendas", que fornecem à população gêneros de pri- Castelo do Piaul. . ....•
Ploriaoo . . . ..... . . . . .. .
300
1 150 9
300
400
3 580
<I 5C50
950
1 235 5
348
185
1 <100
3 100
meira necessidade, são também agricultores . J aie6e . ...•..... .... ...
Oeiru . . : ....... • .... . .
-
11 000
10
2
000
900
. 200
8 150
1 400
13 800
1
14
600
000
-
2800
Piece . .......... .. ..... 7 000 59000 4 100 18 600 6700 13 400
As casas construídas distantes umas das Reccneraçio .... .... ... 14 000 24 soo 14 000 1 800 12250 1 000
Sio Miguel do T a pulo
Simplleio Mendes ......
220
21
-
1 600
l 255
850
340
2 oso
930
1 440
290
1 100
. vêzes, as roças contíguas à habitação,
outras têm, às . Valença do Pia ui . . .. . .. 2 572 7 000 26 500 2a ooo I 8 900 25 000

outras vêzes pequenos currais. O ·povoado possui FONT&: Servi~ de Bttatlstiea da Procluçlo, M inisttrio da Acrieultura.
Dados de 1953.
também pequena capela e escola primária .
De modo geral, os cam pos dos agricultores A área considerada dos vales do Canindé,
estão situados ~ uma .distância nunca superior a Itaim e Piauí tem nas cidades de P icos ( 4 568

S78
habs.), Oeiras (3 748 habs.) e Floriano (9 101 tação em que se distinguem o algodão, a farinha de
habs.) seus principais centros comerciais . mandioca, o alho e a cebola, como também suas
Picos situada, à margem do rio das Guaribas, firmas exportadoras adquirem o arroz do vale do
no contacto entre o devoniano médio e o inferior, na Mearim ( Bacabal e Pedreiras) e do vale do Par-
depressão fronteira à grand•! frente de "cuesta" naíba (São Pedro do Piauí, Água Br<JnCa e Rege-
graças à sua posição, tornou-se o principal centro neração) para distribuí-lo aos mercados consumi-
comercial da região . Desde~ 1945 servida pela dores do Ceará ( Crato, Campos Sales) e de Per-
rodovia BR-24 que a põe em comunicação com o nambuco (Recife).
sul do Ceará e Pernambuco vHcada vez mais forta- Na cidade reune-se semanalmente a maior
lecida essa atividade comerci~!l . feira de todo o Estado, a qual comparecem cêrca de
Situada em uma próspe:~a zona agrícola, con- 1 500 a 2 000 lavradores a fim de venderem seus
centra não só a produção loc:~l destinada à expor- produtos . Proprietários de caminhões e interme·

Município de Oe;,a• - Piauí (Foto C.N.G. 3636- T . J.)

Quando em 1758 o território Cio Piauí foi elevado à Capitania, a vila da Mocha foi de1ignada pua Mde da adminittração, rece-
bendo, então, o nome de Oairat, em homenagem ao c=onde d êsse nome, maia tarde marquês de P ombal .
Com a transferência da capit.a · para Teresina, parti! da populaçio de Oeiraa emigrou. entrando a cidade em decadênc:i.a .
A principal fonte ecnnômica d> município é a eira de carnaúba . O fei jão. milho, arroz e mandioca produzidoa têm c=onaumo
local, &endo parte da produção exportade para os municípios vizinhos de Simplício Mendes e São J oio do Piauí.
O cento de 1950 dá para t.odo o município 44 560 habitantea e para a Mde 8 748 . ( Com. M . G. T.)

Munit:ipio de Oeira• - Piauí (Foto C . N.G . 3638 - T.J . )

A Catedral de Oeiras data do aéculo de.oito e se inclui entre as construções maia antigaa do Piaui .
T ombado pelo Patrit!Wnio Hiatórieo Nacional ·o templo pa11•, atualmente por uma re.stauração cuidadosa., visando restituir-Ih.. a
puresa primitiva dos t raçoa arquitet&nicoa. ·
· Observe--ae ao lado da i~eja · O sobrado de g&ato colonial, residência atual do bispo . (Com. M . M.A . )

diários afluem dos estados do Ceará, Pernambuco A antiga cidade de Oeiras não tem a mesma
e Paraíba trazendo produtos para vender e com- importância
. comercial que Picos·. Tendo caído em
prando os da região . profunda decadência após a transferência da capi-
Os principais artigos comerciad.os são o feijão, tal para Teresina, em meados do século passado,
.'
a farinha e a goma de mandioca, o alho e a cebola. ela atravessa atualmente uma fase de recuperação
A cidade, ainda, concentra a produção do pó graças à construção da rodovia (BR-24) que data
de carnaúba explotado no próprio município e em de 1950.
Oeiras, Valença do Piauí e Simplício Mendes, pro- Oeiras, a mais antiga cidade do Piauí, teve
. cessando o seu beneficiamento nas prensas para origem na fazenda Cabrobó fundada por Domingos
depois exportar a cêra por via rodoviária para Par- Afonso Mafrense, onde residiu por muito tempo .

naíba, Fortaleza e Salvador . Os vestígios de um antigo prédio :,e xistente no bairro
Há também exportação direta de gado bovino denominado Alto do Rosário são apontados pela
em caminhões para Caruaru . Os animais aqui ven- ttadição como a residência . de Mafrense
. .
didos são provenientes de Oeiras, Valertça do Piauí O ppvoado que se formou recebeu o nome de
e do próprio município. ~ocha, do riacho que aí corre, com capela filiada
A esta important~ atividade comercial acres- à freguesia de Cabrobó da Diocese de Pernambuco
centa-se uma vida industrial, ainda, incipiente com e ·q ue foi feita vila em 1712. Em virtude da Carta
fábricas de calçados, de mosaico, beneficiamentos Régia de 29 de julho de 1758, criando a Capitania
de algodão, de arroz e prensas de cêra de carnaúba. do Piauí, foi a vila do Mocha, que era então o maior
Uma influência cultural exerce a cidade atra- núcleo da Província, designada para sede do novo
vés do seu ginásio estadual atraindo alunos de . Govêrno obtendo o título de cidade pela Carta
jaicós, Itainópolis, Valença do Piauí e Inhuma. Régia de 19 de junho de 1761; época em que foi
Picos também ·p ossui o único hospital da região. também mudado o nome para o de Oeiras .

380

,.
M111icípio de Ot:iras - Piauí (Foto C.N .G . 3639- T .J . )

A fechada da Catedra l de O !iras ~ um bf!lo t:Jremplo do barroco jesuítico . Tardio embora, se considerarmos a data de c:ona-
truçio do templo (1733) compreende-li! que fôss~: o prt:ferido quando sabemos de crende influência uerc:ide pt:los ioacienot na vida
pieuiense .
Observe-se a rudeu iotencion:al d os levores de pedra bem de acôrdo com o conjunto severo e simplea da arquitetura . (Com .
M .M .A .)

381
Município de Oeira. - Piauí (Foto C.N.G. 3625- T . } . )

Nesta igreja antiga de Oeiras pode-se o~ervar o barroco de transição entre a severidade do gôsto jesuítico e a fase p osterior
maif requintada, com preocupação maiores de volutas e outros ornamentos. Observe-se o frontão curvo guarnecido de frades de pedra bem
ao caráter setecentista . (Com. M . M. A . )

Conserva, ainda, a cidade vestígios de seu pas- Pernambuco, de outro, tem sido fator de maior pro-
sado de capital: belas igrejas e sobradões coloniais . gresso urbano, sobretudo, no referente ao estabele-
Com a mudança da capital, Oeiras sem nada ciqlento de uma vida comercial mais ativa.
que a poiasse uma vida comercial ou industrial, O mais importante centro comercial da região
afastada como estava do eixo econômico de então, das "cuestas" é, sem dúvida, Floriano que por sua
o vale do P arnaíba, e interiormente isolada, entrou excelente posição geográfica, no ~édio Parnaíba,
em grande decadência ainda mais acelerada com a comanda todo o movimento do comércio efetuado
emigração de numerosas famílias . no vale para montante, no sudeste do Maranhão e
A rodovia que atualmente a põe em comuni- no sudoeste do Piauí .
cação com a capital estadual e o vale do Parnaíba, A ciçiade originou-se do Estabeleciniento Ru-
de um lado, e com os estados vizinhos do Ceará e ral de São Pedro de Alcântara, fundado em 1873,

382
nas terras das Fazendas Nacionais com o fim de cial centralizado em Floriano . Por êle se escoava
estudar as condições da criaçá::> de gado no Piauí . tôda a produção concentrada nessa cidade.
As primeiras barcas carregadas de sal que A _construção da rodovia BR-24, em 1953, e
ancoraram no seu pôrto, em l890, vindas de Par- que corta o Estado de oeste a leste, servindo ainda
naíba, marcaram o seu destino . Foi o primeiro Oeiras e Picos, como foi visto, foi o principal fator
passo da navegação fluvial q11e conquistou para a a acelerar o desenvolvimento comercial da cidade .
Colônia de São Pedro de Aldtntara, a categoria de A sua zona de influência, primeiramente, limitada
vila em 19 de junho de 1890. Foi o comércio que à área servida por rios navegáveis, expandiu-se
lhe deu origem, foi o ·comérdo que a fêz desen- apreciàvelmente, abrangendo os municípios mara-
volver-se. nhenses de São João dos Patos, Pastos Bons, Mi-
O rio Parnaíba foi durar::te dezenas de anos a rador, Colinas, Passagem Franca que antigamente
via mais importante que servia ao sistema comer- mantinham relações comerciais mais assíduas com

Município de Oeiras - Piauí (Foto C . N . G. 3635- T.} . )

Em Oeiras são comuns as comtruções religiosas datando do período colonial .


A igreja vista na foto representa bem o barroco simples bastante vulgarizado no interior do pais. O frontão triangular carac-
teriza a fase do chamado "estilo jesuíti,o" . (Com. M . M.A.)

383
Município d e Floriano - Piauí (Foto C.N.G. 3559- T . J .)

Vista eeral da cidade de Floriano, situada à mareem do Parnaíba, na zona das "cueataa" . Floriano é o principal entrepoato co-
mercial da região, graças à sua posição favorável quanto às vias de comunicação poia é ponto terminal da návegação no médio Par-
naíba e inicial da rodovia que liga o aertio do Piauí ao estado d'o Ceará .
A cidade tinha, segundo o recenseamento de 1950, 9101 habitantes . (Com. A . S . M . )

Caxias . A estrada de rodagem que está sendo . Os principais produtos agrícolas aí reunidos
aberta de Barão de Grajaú em direção ao Balsas são arroz, algodão, farinha de mandioca, além de
e daí ao Tocantins, garante a Floriano um futuro .babaçu, couros de boi, peles de cabra e peles sil-
ainda mais promissor no tocante ao crescimento vestres. Ao lado desta atividade comercial estabe-
comercial. leceram-se usinas de beneficiamento de arroz e al-
O comércio regional de abastecimento em pro- godão, fábricas de óleos vegetais e mais algumas
dutos manufaturados está centralizado na cidade, fábricas de calçados .
assim como a concentração dos produtos expor- O movimento comercial se faz tanto para Te-
tados dos municípios alto-parnaibanos: Santa Fi- resina, à qual Floriano se liga por boa rodovia cons-
lomena, Alto Parnaíba, Benedito Leite, Uruçuí, truída ao longo do vale, como para os Estados do
Ribeiro Gonçalves e Guadalupe. Nordeste . O grande número de emprêsas de trans-

38/,J
portes já estabelecidas na cidade, sendo que duas VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO
com sede em São Paulo, são índices seguros de sua
Relativa Relativa
vitalidade econômica . MUNIClPIOS Abooluta
1920-1 ~0
1920 ·· 1~0
(!il
Abeo luta
1~0-1950
1940-1950
(%1
A área estudada abrangida pelos rios Poti,
Canindé e Piauí revela um aumento populacional Alto Lona4 . .•..... ••••.•..•. . - 2 024 20 I 993 24
Amarante .. •. •..•..... sss 4 3 112 19
razoável, embora se verifiqUt! uma emigração cons- Cento de- Buriti .. . .. , •• . • ...•.. 3 182 56 909 8
Cattclo do Pia ui. ........... . .. . - 4 254 26 s 877 49
tantemente mantida para c•s grandes centros de Floriano ... . .•....••....•.•. .
Jaieóe . . . . . . . . . . ....•.•... •• . - 1
6 027
506
31 8 081
7 202
31
34
atração das corre~tes migratórias internas: São Pau- Ociru ...................... ..
Picoe. . .. . . . . .. . . . • ..•. .. •. .
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35
Reccnereçlo ..... . .. .....• . . • •• . • - 3 299 21 I 042 8
lo e Paraná . Parece que é! construção de rodo- Sio Joio do Piaul . .. .. , .... , ..• 762 4 7 087 43
Sio Mi,ucl do Tapuio • , .... . .. . 2 268 22
vias ligando o Piauí aos estados nordestinos tem Simpllcio Mcndn ....... . . ..... ,
Valcnça do Pieul. • . , . . . '' · .. .•
I 658
5 906
18
17
4 786
10 938
44
27
incrementado o êxodo para o sul, o qual segundo
opinião generalizada é devid<• aos rigores climáticos
que dificultam um maior progresso das atividades Considerando-se os valores da variação po-
agrícolas. pulacional na área estudada verifica-se uma grande

MunicJpio de Floriano - Piauf (Foto C . N .G. 3598- T . } . )

Outro aspecto da cidade de Floriano, vendo-ee a •ua rua principal, calçada e arboriuda .

385

25 - 24163
Município de Floriano - Piauí (Foto C . N.G. 3604- T.J.)

Aa cidades piauienses não possuem serviços de água e esgotos, razão pela qual o abastecimento dágua é feito por meio de poços
ou pelos aguadeiros .
~tes aguadeiros da cidade de Floriano vão até o rio, enchem as latas dágua, para depois despejá-la dentro do corote com o auxilio
de um funil que se vê na fotocrafia .
As pipas dáJUa são vendidas a fregueses certos . (Com. L. C . V.)

386
melhoria na situação ·.,demoi:ráfica da região, pois a bacia do Gurguéia, apresenta uma situação pouco
que muitos municípios deficitários no período favorável, com decréscimos populacionais em di-
1920-1940, acusam um crescimento apreciável de versos municípios e aumentos insignificantes em
1940 a 1950 . outros . Apenas Pamaguá teve um crescimento
Não há dúvida de qu· ~ êsse fato liga-:se ao relativo apreciável, 39% de 1940 a 1950 .
maior desenvolvimento econômico da região, t;on- Essa situação de deficit populacional se ex-
seqüente à abertura nesse p€,ríodo de boas vias de plica pela emigração grande dirigida para Gilbués,
circulação terrestre . devido à atração da garimpagem de diamantes.
Sob o ponto de vista demográfico, a parte Além disso é freqüente também a saída de pessoas
sudoeste da região das "cue:~tas" que compreende para a região tocantina de Goiás .

Município de FJori.no - Piauí (Foto C.N.G . 3603- T.}.)

O carregador dágua ou aguadeiro é um tipo bem conhecido.


Geralmente, o acuadeiro é •mcontrado nas aglomerações urbenas, onde, mediante retribuição, se encarrega da distribuição
da á gua à população.
O meio de transporte por ê lu empregado é o jumento, o "jegue" nordestino, pequeno e forte, dócil e resistente .
Na fotografia aguadeiros e je@ues às margens do Parnaíba, vendo-se do outro lado do rio a cidade de Barão do Grajaú, no estado
do Maranhão . (Com. L . C . V .)

387
Município de Floriano - Piauí (Foto C . N.G. 3602 T . ) .)

A cidade de Floriano possui uma vida comercial bastante intensa. Realiza ela uma função centralizadora da produção da reg1ao
situada à montante do Parnaíba, principalmente de arroz e mandioca, couros e peles, que vêm dos municípios de Alto Parnaíba, Benedito
Leite, Nova Iorque e outros.
2sses produtos descem o rio em lanchas e barcos a motor e mesmo em balsas de buriti e são escoados de Floriano para o Ceará
e Pernambuco pela estrada de rodagem que passa na cidade.
Na foto, vêem-se pequenos barcos a vela e remo, usados para transportar passageiros e alguma carga, em geral, entre Floriano
e a cidade de Barão do Orajaú, situada na margem rnaranhense . Vê-se t ambém um barco de maiores dimensões, no centro da foto, destinado
ao . transporte a maior distância . (Com. ) . X. S.)

388
VARIAÇÃO DA P C•PULAÇÃO excêntrica em relação aos principais cent ros econô-
micos do Estado . Apenas caminhos, no mais das
. Relativo Relat ivo
MUNICIPIOS Abeoluto 1920-1940 Abeoluto 1940-1950
1920- 1940 (%) 1940 - 1950 . (%)
vêzes, transitados por tropas de muares, cortam a
----- ----- - -·- --1----1----1--- - - - - região.
B~rtolln ia ... .
.. .. .. . . . . . ... . .. . . 2 o A navegação fluvial realizada no Parnaíba,
Bom J~ua . .. . .•• .. •. .. • .. . ..... 4 365 42 449 3
Caracol. .
······ ······ ·····
C onm te .. .. .. . .. .. .. , ····...·
.....
8
1
147
01 2 13
apesar de ser de primacial importância para a área,
Guadalur>e ·· ········· · - s 6SI 46
- 1 561
893
17
60 cada vez se torna mais problemática, pois, o desma-
Jurumcnha .• o oaooo o o o oO 3
Parnagu6 ..•... . ··· ··· ··· ··· ·· · I 936 30 3 341 39
R ibeiro Gonçalvo. ..... - 510 7 tamento inconsiderado das suas margens tem dado
São R • .i mundo Nonato . . . ... ... s 757 2S I S66 s
Uruçul. .. • .. ... . ... ... ·· •· · 756 17 98 I lugar a freqüentes quedas de barreiras que preju-
dicam enormemente as condições de navegabili-
É zona de economia pc1bre onde à atividade dade do rio .
coletora do babaçu e da maniçoba soma-se uma Êsses fatôres têm concorrido para desarticular
criação de gado realizada de forma extensiva nos quase completamente as relações dessa área com
altos arenosos das "cuestas", domínio do campo outras partes do Estado, o que faz com que alguns
cerrado ou da caatinga. Apenas nos "baixões", por dos municípios situados na periferia do território,
vêzes, muito extensos, se realiza uma agricultura mantenham relações comerciais mais freqüentes
de subsistência . com os Estados limítrofes, como São Raimundo
A fàlta de meios de tra:nsportes impossibilita Nonato em relação à Pernambuco, P arnaguá e Cor-
o maior desenvolvimento econômico da região, rente em relação à Bahia . "

389
111

REGIÃO DOS CHAPADÕES


pENETRANDO-SE ao sul do Ma-
ranhão e ao sudoeste de Piauí, alcan-
çamos o domínio dos chapadões. Sur-
gem, primeiramente, topos aplainados
com encostas abruptas - formas
isoladas que, por ostentarem grande
porte, contrastam com as colinas da
planície. O n~vel geral dos chapadões
mostra-se, em regra, sobremaneira dis-
secado e profundamente entalhado
pelos vales dos rios existentes nesta
área . Encontramo-nos, portanto, dian-
te de uma sucessão de formas tabu-
lares que convertem a região em um
verdadeiro "mar de mesas testemu-
nhas" . Desprovido daquela continui-
dade observada nos chapadões do Bra-
sil Central que ocupam várias dezenas
Estado do Piauf Municipio de SANTA FILOMENA

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de quilômetros em extensão, .:) relêvo apresenta-se, Codó - de origem marinha cuja espessura varia
no Meio Norte, com o aspecto movimentado, po- de 20 a 40 metros - representada por uma série
dendo-se entrever, ao fundo da paisagem, planícies de camadas de folhelhos calcáreos e betuminosos
fluviais insinuando-se entm as "mesas teste- de relativa utilidade na pesquisa do petróleo . De
munhas" . quando em quando, dá-se o aparecimento, nesta
A transição das colinas de 80 a 100 metros série, de concreções e lentes de gipsitos que encer-
para uma série de espigões alongados e achatados ram fósseis de idade cretácea, havendo em certos
nos seus cimos, oscilando entre 150 a 200 metros, lugares perturbações que indicam áreas sinclinais
marca os limites entre a planície e os chapadões. e anticlinais . Mais abaixo, a formação que se
Ocorrem, à proporção que se transpõe esta região, lhe segue - a Enxu - contém arenitos e "sills"
relevos mais elevados, chapadas de maior ampli- de diabásio de certa importância local e que, meta-
tude que se distribuem em tômo dos níveis de 300 morfizando os arenitos, originaram plataformas
a 400 metros . Os vales oferecem maior encaixa- estruturais que, pela exuberância do solo, à seme-
menta na parte central desta zona, esboçando-se, lhança do que sucede na região das "cuestas", tor-
também, uma rêde hidrográfi,:a retangular . naram-se de relevante valor para o aproveitamento
O domínio das grandes ·:hapadas - caracte- agrícola.
rística frisante da região Centro-Oeste - só é A sucessão de camadas de diferente resis-
atingido nas proximidades d:>s divisores de água tência à erosão proporcionou, também, o apareci-
com os afluentes do Tocantin:~, quando as altitudes mento de uma série de níveis intermediários que
ultrapassam a 600 metros. se escalonou lembrando degraus de acesso a super-
Estudando-se a sucessãc· de níveis, encontra- fícies de maior elevação .
mos, delineada nos chapadÕt!S, aquela topografia Ocorrem, no fundo dos vales, outras for-
em plataformas estruturais, que assinala a exis- mações como as de Poti, Pedra do Fogo e Rio
tência de um relêvo tabular onde se sucedem ca- Longá . Na primeira, encontramos siltitos, folhe-
madas de diversas resistências. lhos e arenitos, enq.uanto na segunda, rochas muito
Depositados quando haviam cessado os movi- silicificadas que lhe emprestam maior dureza . As
mentos de conjunto, os terrenos dos chapadões rochas da formação Pedra do Fogo, podem, local-
conservam uma horizontalidade quase perfeita . mente, como se observa nos arredores de Pastos
Notam-se-lhe, porém, algumas perturbações na Bons, passar a calcáreos, favorecendo à constituição
estratificação, em virtude de reajustamentos locais. de solos ricos e, portanto, propícios à agricultura .
Predominam os terrenos de idades permiana, jurás- Composta por folhelhos escuros, cuja natureza
sica, cretácea e terciária . Pertencendo a esta petrográfica facilita o trabalho da erosão, e inter-
última idade, a formação Sern Negra é constituída calada por leitos de siltitos, assim se apresenta a
por uma série de leitos - ê!renitos maciços com formação Rio Longá .
estratificação entrecruzada, ir..tercalados por tolhe-
A decomposição e a desagregação das rochas
lhos de côr avermelhada- apresentando uma po-
tência superior a 150 metms . Constata-se, na paleozóicas forneceram sedimentos que, atual-
parte superficial das chapadas, a desagregação do mente, constituem as planícies fluviais. A erosão
arenito que ocasiona o aparE:c imento de uma es- iniciada nos meados da era terciária ocasionou, após
pêssa camada de areia de formação continental e a deposição da Serra Negra, o aparecimento dos
que sofre, tarnbém, as influências do vento e da aluviões, responsáveis, na planície, pela Série
água das chuvas . Barreiras.
Segundo consta, quando do início do terciário, Provàvelmente, as oscilações climáticas, efe-
a colmatagem finaliza no intt ~rior da grande bacia tuadas no pleistocêníco, contribuíram de maneira
do Meio Norte, provocando, a partir desta época, significativa para a atual fisionomia da região :
uma sedimentação de caráte:: detrítico, nas áreas durante os períodos mais úmidos, os rios, recor-
correspondentes às partes mais elevadas . tando um chapadão primitivo, entalharam profun-
Sendo de grande desenv·:>lvimento nos limites damente seus vales . Posteriormente, a ação de
com a região amazônica, esta formação tornou-se o climas mais sêcos ativou o trabalho de desagre-
"substratum" de .algumas serras tais como a Serra gação, motivando uma grande erosão. As baixadas
Negra - que lhe deu o nome - a serra do Caldei- ampliaram-se surgindo, em outros períodos de
rão e outras. Sob esta, oll.tra se evidencia: a maior umidade, aquêle "mar de mesas testemu-

397
Estado do MARANHÃO Município de IMPERA TRIZ
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( lo••S ka)
11 10 15
nhas"; presentemente, o c:hapadão primitivo só elevadas durante todo o ano, pouco ultrapassando
pode ser encontrado nos divisores . a 1°C a amplitude térmica anual . O mês mais
O rebaixamento do nível das chapadas provo- quente não é no verão e sim, na primavera. Aliás,
cado pela erosão produziu uma série de formas em tôda a vasta área de clima Aw típico do Pla-
- figuras características que emprestam deno- nalto Central, a média mais elevada registra-se em
minação a algumas serras da região: serra dos ..etembro ou outubro, quando já é grande o aqueci-
Penitentes, das Alpercatas e outras, cujos nomes mento e as chuvas que o reduzem são ainda muito
provêm daquelas figuras bi.tarras que emolduram escassas . O mês menos quente coincide com a
o bordo dos chapadões . época mais chuvosa portanto, o verão, podendo ser
A presença do pacote sedimentar influi bas- janeiro, fevereiro ou março .
tante no regime fluvial porque efetua sua norma- Relativamente às precipitações, essa área do
lização, fazendo desaparecer os rios intermitentes, sul do Maranhão e do Piauí apresenta um atraso
típicos da região sêca . Geralmente, êles nascem no da estação chuvosa, que se inicia somente no fim
alto dos chapadões ern baixões e, após alguns quilô- da primavera e se estende até o comêço do outono .
metros de curso, apresentam cachoeiras e saltos, Os meses mais chuvosos são janeiro, fevereiro e
até atingirem os níveis infE!riores . Apresentando março. ~ste último, geralmente, apresenta o total
forte desnível, mostram, ao sul da serra das Man- mensal mais elevado . A estação sêca é aí muito
gabeiras, já na grande reg'\ão Centro-Oeste, uma rigorosa.
acentuada escarpa . Os dados da estação de Grajaú vêm confirmar
Em virtude da escasse~ : dos dados meteoroló- as afirmações feitas .
gicos, pois o mapa assinala, apenas, uma estação - VALORES NORMAIS
Grajaú - pertencente ao Snrviço de Meteorologia
do Ministério da Agricultura, não se torna possível, T emperatura Precipitação
ml': dia Alt ura
sob o ponto de vista climático, realizar um estudo MESES compensada total
"C (mm )
pormenorizado da RE!gião dc•s Chapadões.
- -- - - - - ---
Embora não se possa precisar com segurança
Janeiro ... ... . . ... . . .. . . . . . . .... . . 25 .5 269 . 2
os aspectos climatológicos dessa região, o clima Fevereiro .. .. . . . ... .. ....... . . .. .. . 25 .4 297.4
M arço .... ..... . .. ... • . . . .. ... . . . .. 25 .6 305 .8
quente e úmido com estação chuvosa no verão e Abril .... .. . . .. . ......... .. . . ... . . . 25 . 7 199 . 2
estiagem rigorosa no invernc,, Aw, parece dominar, Maio . . . ... . . . ... . . . . ... . . .. .. .... . 25 . 7 88 .0
Junho ... ... ... .... . . .. . . . . .. . . .. . . 25 . 5 9.7
não só nessa zona como também em grande parte Julho ....... .. ... .. ... . . .... . ... . . . 25 . 5 6.6
Agôsto .... .. ... ... ... ... . ..... ... . 25 .9 5. 7
do Planalto Central . Setembro .• . ..... . . . ...... . ....... . 26. 6 30 . 2
Outubro ... ,, .... ........... . .... . . 26 .5 81.8
Tratando-se de uma rE!gião de chapadões de Novembro , .... , ... . . . . .... . ...... . 26. 2 150 . 2
D ezembro . ... .. . .......... . . ... . . . 25 .8 199 .6
pequena altitude, que descem suavemente para a
ANO .. . .... ........ . ... . ... . . . 25 .8 1. 643 .4
zona litorânea em diferentes níveis, ora mais altos,
ora mais baixos, o rE!lêvo pouca influência exerce
FONTE: Serviço de · Meteorologia, Ministério da Acricultura .
no clima.
Ao contrário do que se verifica no sul da Re- A precipitaçao nessa região é relativamente
gião das "Cuestas" onde há a transição para o clima abundante, em virtude da ação da massa equatorial
semi-árido, na Região dos Chapadões, os rios são continental, que domina no verão, em todo o Pla-
perenes, porque, além de uma pluviosidade intensa nalto Central do Brasil, e que, entrando em contato
no verão, o solo permeável permite o armazena- com a massa tropical atlântica (frente intertro-
mento da água que se infiltra . Muitos são os rios pical), produz, nessa época do ano, chuvas intensas.
que nascem nas chapadas do interior e descem até Pode-se dizer que o clima da Região dos Cha-
a zona da baixada litorânea, como o Pindaré, o Gra- padões é idêntico ao do Planalto Central, Aw, obser-
jaú, o Mea,rim, o ltapecuru. e o Parnaíba . ítste vando-se, apenas, pequena diferença, quanto ao
último, o mais importantE:, separa a zona mais retardamento da estação chuvosa.
pluviosa do lado ma:ranhem:e, de outra bem mais Tôda a área compreendida na Zona dos Cha-
árida do Piauí, evidenciandc· a influência do clima padões apresenta um clima caracterizado "pela exis-
na rêde hidrográfica . tência de duas estações pedeitamente distintas: a
Analisando-se O!> dados da estação de Grajaú, chuvosa, que ocorre no verão, e a sêca, no inverno.
situada ao norte, conclui-SE! que, na Região dos Êste clima domina em tôda a área do Planalto
Chapadões, as temJ>E~ratura!: se mantêm bastante Central do Brasil, estendendo-se ao norte até o

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2 6 - 24163
Estado do MARANHÃO Municipio de BARRA DO CORDA
45°30' 45°WG

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Estado do MARANHÃO Munidpio de TUNTUM

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Prajeçlo de Mercator Oos. OS. Oivbilo To<rlto<lal om 3l.VII·l 9$6.


I. 8. G. f. - COftsolho Nacional do Geografia - 11. G.
ESCALA 1:400 000
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Maranhão e o Piauí11 ( 1) . Na realidade, existe Olímpio Fialho ( 3) indica entre a Mata Equa-
uma pequena diferença quanto ao regime pluvio- torial ao norte e o Cerrado ao sul, uma formação à
métrico desta área no Meio Norte em relação ao do qual denomina "mata-sêca ou avarandados" que se
Planalto Central propriamente dito, diferença esta "caracteriza pela queda da folhagem no período da
que se traduz por um pequeno retardamento na sêca; pela altura e grossura de suas árvores, que,
estação chuvosa" ( 1) que, entretanto, não implica em média, têm de altura 20 metros e os troncos,
em mudanças radicais na vegetação dessas duas um diâmetro médio de 25 centímetros; pela pre-
áreas; pois, aqui como no Planalto Central a fitofi- sença de essências de espécie bem diferentes das
sionomia é dominada pelas formações campestres . que se encontram na Hiléia; e ainda por apresen-
O "aspecto geral da re:~ião em que ocorrem tarem os típicos avarandados ou galerias" e admite
essas formações é o de "savanas" com matas-gale- o mesmo autor que "outros fatôres que não ocorrem
rias, cuja fisionomia se assemelha à de algumas na grande mata equatorial, como sejam os de ori-
áreas do Centro-Oeste brasU.!iro" ( 2) . gem climática ou da natureza dos solos" sejam os
Não é o Cerrado, entretanto, o único tipo de responsáveis pelo aparecimento aí, dêsse tipo de
vegetação que ocorre aqui; a NW., ocupando as vegetação que "é êrro, achamos, considerar-se a
chapadas que servem de divisores de águas entre formação vegetal de que nos ocupamos, na classi-
os rios Pindaré Grajaú e alcançando mesmo o vale ficação de caatinga . Essa formação é abundante
dêsse último, na porção em que êle drena a área em diversos pontos do território maranhense e não
mais setentrional da região t:m foco, encontramos pode ser considerada caatinga" ( 3) . No "Mapa
a Mata Equatorial em HU.~; ao sul, limitada Fitogeográfico do Estado do Maranhão" anexo ao
grosseiramente pelo Rio Parnaíba, com expansões trabalho acima citado, O. Fialho omite mesmo
para sul e sudeste, surge a Caatinga . essa formação. Silvio Fróis Abreu, entretanto, é
São poucos, os autores que até os dias de hoje taxativo e afirma: "no Maranhão também há
se ocuparam da vegetação dos Estados do Piauí aquela vegetação típica do nordeste brasileiro, a
e do Maranhão. Excetua:ndo-se as pesquisas que se dá o nome de caatinga ou caa-tinga" e cita:
meticulosas de Luetzelburg :no sul e sudoeste do "as matas do alto Mearim além de Barra do Corda
Piauí, os trabalhos de Silvio Fróis Abreu, Olimpio são diferentes da caatinga que acompanha o
Fialho, Raimundo Lopes, Ricardo Lemos Fróis e Mearim antes de receber o Corda . São matas de
outros que se ocuparam mai:J da vegetação mara- caráter xerófilo mas de porte grande e denotando
nhense, ainda estamos longe .je conhecer com exa- um certo caráter de transição para o tipo higrófilo" .
tidão os limites das diversa!: associações vegetais Apesar de não ter sido representado no Mapa
da região . Acresce que, situando-se em uma zona Esquemático da Vegetação anexo ao presente tra-
de transição climática, seu Estudo é ainda mais balho a "formação vegetal" ou "vegetação de tran-
dificultado . sição" assinalada acima, julgamos oportuno citar os
"0 Cerrado, no entanto, vai cedendo lugar autores referidos em suas divergências, pois acredi-
na direção da Amazônia a uma vegetação mais tamos que a elucidação de problemas como êsses,
densa à medida que a pluviosidade aumenta e a da vegetação do Meio Norte poderá contribuir
estação sêca se toma menos acentuada, prolon- muito para o conhecimento da origem e evolução
gando-se as chuvas um poucc• pelo outono . Assim e relações entre os Cerrados, Caatingas e a Hiléia .
observa-se que a vegetação da hiléia amazônica se Entretanto, a fitofisionomia da Zona dos Cha-
estende pelo noroeste do Maranhão, onde se veri- padões é dominada pelo Cerrado . É verdade tam-
ficam chuvas abundantes pc~rmitindo portanto a bém que se em muitas áreas como "nos planaltos
sua ocorrência, que se torna cada vez mais espo- do sul do Maranhão, o cerrado típico se estende
rádica, à medida que a pluviosidade diminui, para exatamente à semelhança do que se observa nos
o sul e sudeste, acentuando-se o período de de Goiás e de Mato Grosso" ( 4), não é menos fr~­
estiagem. Nesta zona onde ~~s precipitações já são qüente também que nos vejamos diante de 'uma
bem mais reduzidas, abrangtmdo grande parte do paisagem onde se misturem aspectos de caatinga
Piauí, domina a vegetação da Caatinga"; assim, alta, cerrados e mesmo de matas de pequeno porte;
em seu trabalho o "Clima d«? Nordeste", lgnez porém em ambos os aspectos nunca falta, durante
Amélia T . Guerra procura explicar as variações a época das chuvas, uma cobertura graminácea
gerais que o clima da região impõe à fitofisionomia que emP.resta, por vêzes, à paisagem local, a fisio-
da Zona dos Chapadões do :Meio Norte brasileiro . nomia de "vegetação de parque" principalmente
Estado do MARANHÃO Municfpio de BURITI BRAVO

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quando, os elementos que ·compõem a sinusia clatura popular" . . . ( 7) . Um tapete de gramí-
arbórea e arbustiva se reúnem formando grupos neas e ciperáceas sôbre um solo geralmente rico em
mais ou menos espaçados . húmus e a presença de água, contribuem para
Esta alternância e mesmo a interpenetração tornar o buritizal um oásis de frescor na monotonia
de formações vegetais de que · ~ palco o Meio Norte do Cerrado ou na secura da Caatinga . É aí que
foi assinalada por Luetzelbur;~ que disse : "Nesta o viajante vai encontrar a água ao transpor as
paisagem se debatem em constante luta as diversas imensas chapadas da região .
vegetações, vencendo ora u caatinga, ora os Os carnaubais aqui são muito menos freqüen-
agrestes . Aliás, fenômeno igual, observamos em tes, ocorrem com maior incidência na Zona de
tôdas as regiões de diversas vegetações, como por Cuestas.
exemplo, entre duas vegetações características, A área do Sudoeste do Piauí incluída na Zona
separadas ao mesmo tempo pc•r dois grandes e dis- dos Chapadões é ocupada pela Caatinga . A deno-
tintos centros vegetativos que:r da região higrófila, minação local assinalada por Luetzelburg para a
quer da megatérmica ou xerófila, onde elementos vegetação dos limites do Piauí com o Maranhão foi
desta se introduzem nos matos ou campos . Todo de "caatinga mestiça", significando um tipo que ao
o oeste do estado da Bahia e s11doeste do estado do lado dos "elementos xerófilos da própria caatin-
Piauí confirmam tal fenôme:no: a flora goiana ga" ( 5) apresenta outros, das regiões vizinhas, de
contra a baiana. A hiléia maranhense, porém, diferentes folhas ( 5) . :!sse aspecto, possivelmente,
resiste e vai ao encontro das regiões xerófilas do é o mais comum nos divisores de água que conti-
Piauí" ( 5) . nuam a Chapada das Mangabeiras e onde se loca-
Descrevendo o agreste do Piauí êsse autor liza o limite entre os estados do Piauí, Maranhão,
assinala que entram na sua composição árvores Bahia e Goiás . A feição predominante, porém, é a
cujos gêneros não ocorrem nas matas, de folhagem da Caatinga rica em "Mimosas, Cassias, Euforbiá-
grande e coreácea e dotadas de meios capazes de ceas, de vegetação densa, não havendo claros ou
dificultar a perda de água por •:!vaporação, apresen- espações entre os indivíduos. Essa densidade im-
tando casca lisa ou áspera ou mesmo coberta por pede o desenvolvimento das diversas espécies de
forte camada suberosa e assin•lla àinda a presença bromélias e cactáceas baixas, de forma que, nesse
de um tapete de relva dura que cobre o solo . tipo, de caatinga só existem elementos lenhosos de
Esta descrição corresponde, a!:sim acreditamos, .ao ramificação espraiada. A caatinga baixa é o tipo
Cerrado, pois ao lado da fisic•n omia assinalada, a que impera nas chapadas e planaltos (Piauí)" ( 5).
extensa lista de espécies típicas dessa formação A extensa região dos Chapadões que abrange
dada pelo autor, onde estão incluídas: Anacardium pouco menos de um têrço da área territorial do
Occidentale, Curatella amerkana, Salvertia con- Maranhão e pequena parte do alto vale parnaibano
vallariodora, Stenocalyx disentericum, diversos no Piauí apresenta-se dentro do conjunto do Meio
Erythroxylon, Byrsonimas e muitos outros ao lado Norte, como uma zona deficientemente explotada,
de espécies comuns à Caatinga . Outra espécie de economia pobre e com um baixo efetivo popula-
também encontrada nos cerrados e freqüente nos cional, que perfaz apenas a densidade média de
Chapadões do Meio Norte, é n mangabeira (Han- 2,03 habitantes por quilômetro quadrado .
cornia speciosa) . Nela se encontram, juntamente com a parte
Outra feição característic~ da zona em aprêço sudoeste do estado do Piauí enquadrada na região
é a presença nas cabeceiras dos rios dos buritizais, das ucuestas", as mais baixas médias de densidade
que condicionados pelo afloramento do lençol freá- populacional do Meio Norte. A população rural
tico, conseqüência da alternância de arenitos per- supera largamente os quadros urbanos, sendo que
meáveis e xistos aparecem pi.!ncipalmente "na re- nenhuma cidade se distingue especialmente por
gião do Balsas, do Parnaíba e em tôdas as nascentes sua atividade econômica e pelo seu desenvolvi-
no sertão" ( 6) onde "vegetar.n densas .associações mento urbano. A taxa de ruralismo da população
da robusta palmácea" ( 6) . "O buriti ( Mauritia atinge a elevada percentagem de 89% ..
vinifera, Mart o) é a espécie que melhor representa Com uma área de cêrca de 1"37 300 km:!, o
tais formações, no meio das sub-xerófilas, ao lado que representa 23,7 % da superfície total do Es-
da ( Mauritia flexuosa, Mart . ) e da buritirana tado nela se concentram apenas 10,6% dos habi-
(Mauri tia aculeata, A B K . ) , tôdas geralmente
o o tantes estaduais . Estas estatísticas atestam a
denominadas "buritizais ou m.iritizais na nomen- precariedade da ocupação e da valorização econô-

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Estado do MARANHÃO Municfpio de. PASSAGEM FRANCA
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Estado do MARANHÃO Municfpio de SÃO FRANCISCO DO MARANHÃO
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mica de tão vasta regtao, na qual os recursos na- maior desenvolvimento econômico e ao adensa-
turais básicos permanecem pràticamente inexplo- mento demográfico na área em foco .
tados. O aproveitamento agrícola das zonas arenosas
POPULAÇÃO e pobres de campos cerrados numa atividade produ-
tiva de mais lucro ou mesmo um aperfeiçoamento
Urbana D ensidarlC' da técnica criatória com a eliminação dos processos
MUNIClFIOS c Rural ha~./l<m2
Suburbana tradicionais de queimadas dos pastos e da criação
----- - - ------ - ·- ---- - --- - - - - - -· à sôlta dos gados, não são estimulados dado o limi-
PIAUl tado volume do consumo regional, o pauperismo de
Gilbuh ... . . .. . . ... . ..... . . ... . 399 15 154 1, 70 suas populações, o seu baixo poder aquisitivo e a
Santa Filomena .. . . . . . .. . . . . . . 544 3 962 (.,83
impossibilidade de escoamento das riquezas even-
MARANHÃO
tualmente produzidas.
Alto Parnaíba . . . . . . . . . . ... . • . 937 9 250 (1,65
Balsas .. . . . ... . . . .... . . . . . .. . . .\ 628 13 194 1,33 Um círculo vicioso aqui se estabelece no que
Barra do Corda . . . . . . . . . . . . . .•. l 851 21 615 1, 73
297 6 392 2,08 concerne ao escoamento dos produtos regionais,
Benedito Leite . .. . ... .. . .. . . ... .
Buriti Bravo . . . . . . . . . . . . . . .. . . . I 611 9 496 5.94 pois, desde que não há produtos a exportar não se
Colinas ..... . .... . ......... . .. . . I 799 21 179 6.96
Gra.iaú .. . . . . . . . . .. ... ... · · • · · · .! 377 29 431 1. 13 criam vias de circulação terrestre e já que estas não
Loreto .. . ... .. ..... . • . ....... . · . 625 1 t 189 2.65
Mirador .. ...•..... . . . . ... . . . . . . 734 20 464 2,23 existem não se produz.
Nova Iorque .. . . . ........ .. . . I 109 4 543 5,04
Passagem Franca . . ...... . • ..... . 912 17 059 5,97 Neste particular, as condições dominantes na
Pastos Bons . . . . .. .. ... . .... . . . l 166 15 215 7.04
Riachão . . . .. ... . . .. .... . ... . . . . . 966 17 710 2,23 região assemelham-se grandemente à do sudoeste
São Francisco do Maranhão . .... . 672 10 298 4,69 piauiense, com problemas semelhantes na orgam-
São João dos Patos . ... . . .... . . . 'l 850 10 644 7,29
São Raimundo das Mangabeiras 784 9 334 1,49 zação econômica.
Portanto, o maior desenvolvimento econô-
FONTE: Censo Demográfico de 1950.
mico da região dos Chapadões acha-se, nas condi-
A rarefação populacional é a característica ções atuais, completamente entravado, em conse-
demográfica predominante na área em estudo. qüência da situação verdadeiramente ~alamitosa
dos meios de transporte .
Ainda outro aspecto distintivo da distribuição da
população é a desigualdadE: de sua repartição; Apenas as correntes fluv'i ais podem garantir
acumulam-se os habitantes rurais nas ribeiras e alguma circulação das riquezas regionais . As
nos "baixões" mais úmidos, Enquanto os altos das estradas precàriamente construídas atendem só-
chapadas permanecem desabitados, num tipo de mente as necessidades de circulação nas épocas
ocupação característico das .mnas onde dominam sêcas, transformando-se em caminhos intranspo-
essas formas topográficas . níveis na estação chuvosa, quando os rios com seus
cursos engrossados cortam tôda a circulação nas
Nesta área de chapadas planas revestidas
estradas desprovidas de pontes . Dêste modo, a
monotonamente de campos C(!rrados, onde as zonas
navegação fluvial apresenta-se, ainda, como nos
agrícolas se restringem às margens de rios e riachos
primeiros tempos da ocupação, como o meio de
e às baixas nem sempre extensas, a forma de ativi-
transporte mais utilizado verificando-se um movi-
dade econômica dominante c! a criação extensiva
mento de tráfego apreciável nos rios Grajaú,
do gado bovino que tem nos centros urbanos lito-
Mearim, no Itapecuru de Caxias para montante, no
râneos e nos situados nos bai:ms e médios vales do
rio das Balsas e no Parnaíba, a jusante de Alto Par-
Mearim, Itapecuru e Parnaíba os seus principais
naíba e Santa Filomena . As embarcações mais
centros de consumo .
utilizadas são as lanchas a motor com batelões e as
Seguindo o imperativo da maior ocupação balsas de talos de buriti .
agrícola das terras baixas a p<•pulação rural aí mais Uma área, no entanto, dentro das chapadas
se adensa, pondo em utilizaçüo as terras úmidas e tem já a circulação dos seus produtos efetuada em
argilosas e deixando os altos arenosos de cerrados boas rodovias: é a do sudeste maranhense em con-
como pastagens naturais para os rebanhos bovinos . tato direto, por via rodoviária, com o importante
O atraso técnico dos habitantes, a falta de centro comercial de Floriano. A estrada que parte
meios de transporte, a inexistüncia de grandes mer- de Barão de Grajaú, na margem do Parnaíba,
cados de consumo na próç·ria região ou na sua atinge já o vale do Itapecuru drenando tôda a
proximidade são fatôres neg:1tivos em relação ao produção exportável para aquela cidade piauiense.

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Estado do MARANHÃO Municipio de PRESIDENTE VARGAS
47-30' 47°15' 47°WG

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Estado do MARANHÃO Municfpio de PARAIBANO
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O prolongamento desta rodovia até Balsas e minados pela paisagem canavieira e pelos engenhos
daí até Carolina, no Tocantins, será seguramente de açúcar .
fator de revitalização da vida· econômica do sul A penetração litorânea não ultrapassava as
maranhense . Quando se concretizar a velha aspi- Aldeias Altas, atual Caxias .
ração regional da ligação ferroviária do Itapecuru Uma ocupação de sentido geográfico oposto
com o Tocantins, por Barra do Corda e Grajaú, caracteriza, pois, o povoamento do Maranhão . A
terá esta região, potencialm~nte rica, a possibili- penetração litorânea não foi capaz de povoar e con-
dade de ver explotados de fc·rma eficiente e racio- quistar o alto sertão que desde os primeiros séculos
nal os seus recursos naturais e assim ~e verá inte- de ocupação desenvolveu-se independentemente do
grada na área econômicameate mais próspera do resto do território .
Meio Norte . A atividade básica na ocupação e na utilização
Nas condições atuais, a pecuária que abriu o das terras nessas duas áreas foi também essencial-
alto sertão ao povoamento e à ocupação do branco mente diferente. Enquanto na região da planície
colonizador mantém-se como a base econômica re- a agricultura impôs-se desde cedo como a principal
gional, desde que o boi é me;~cadoria que se trans- atividade produtiva para cuja manutenção exigia
porta por si mesma . numerosa escravaria negra, o sertão teve o gado
Não é estranho a essa dominância da ativi- como marca de uma conquista que avançou das
dade pastoril dois fatôres naturais que se mostram áreas interiores para a periferia utilizando no seu
fundamentais na interpretaçiio dos aspectos gerais trabalho, sobretudo, o elemento aborígene e o
da economia regional : o complexo relêvo-solos e mestiço.
as condições climatobotânicus . O relêvo regular As correntes comerciais desde cêdo orientadas
de chapadas planas e extensas, de solos pobres e diversamente constituíram outro fator capaz de
àrenosos, e mais as condições de clima tropical e acentuar ainda mais essa diversificação básica no
do revestimento vegetal aberto de campos cerrados, povoamento.
que permitiam o estabelecimento do homem sem Ainda êsses dois mundos, no conjunto do Ma-
trabalho algum de desbastamento preliminar voca- ranhão, parecem se opor: na parte mais interiori-
cionaram esta região ao aproveitamento pastoril . zada e de maiores altitudes do Estado é a pecuária
A expansão da atividade criatória· nas cha- que caracteriza a paisagem humana e imprime u'A
padas sertanejas do Meic• Norte deu-se no marca pouco modificadora na ambiência natural .
século XVIII pela penetração dos currais baianos Nas áreas da planície mais próximas ao litoral a
como um extravasamento da ocupação pastoril do atividade agrícola caracteriza uma paisagem mais
Piauí . humanizada . A falta de vias de circulação terrestre
Em tôda. a metade sul do estado do Mara- mais eficientes contribuiu até hoje para a qtanu-
nhão, assim como no Piauí, foi a atividade cria- tenção dessa situação, verificando-se como que um
tória o elemento básico da E·xpansão geográfica e desligamento dessas duas partes vitais do Estado .
o principal fator de colonização e ocupação . É, sobretudo, a navegação realizada nos rios
O alto sertão maranhense constituiu a zona Grajaú, Mearim e Itapecuru que asseguram de
mais tardiamente aberta ao povoamento das que forma, embora muito precária, as ligações entre o
hoje integram o ecúmeno d •) Estado. Ainda na alto sertão, de um lado, e o baixo sertão e a bai,.
parte noroeste e oeste, no enbtnto, nas florestas que xada, de outro.
fazem corpo com a grande hiléia amazônica subsis- O desmatamento inconsiderado da vegetação
tem extensas áreas que pennanecem pràticamente justafluvial tem contribuído de modo sensível para
virgens de ocupação humana .. o agravamento das condições de navegabilidade dos
A área por nós estudada, somente no início do rios citados, pela queda constante de barreiras com
século XVIII foi ocupada p~los vaqueiros proce- a conseqüente diminuição da profundidade . Sem
dentes do vale do São Francisco, à procura de pas- nenhuma medida que promova u'a melhoria das
tagens novas e melhores que possibilitassem a ex- condições dêsses rios navegáveis a sua utilização
pansão da atividade criatória, então sustentada por num movimento comercial regular torna-se cada
mercados capazes de largo consumo. A ocupação vez mais problemática .
do elemento colonizador lusitano limitava-se, na A navegação feita pelos rios limítrofes, o To-
época, ao aproveitamento da~ : terras do Recôncavo cantins, de um lado, e o Parnaíba, de outro, provoca,
maranhense e dos baixos cursos dos rios, então, do- a evasão dos produtos comerciais para áreas vi-

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zinhas, de modo a tornar determinadas zonas de- atenção para a necessidade de melhor colonizar e
pendentes econômicamente de centros comerciais aproveitar os altos sertões diz êsse cronista que "por
extra-estaduais . infinitas circunstâncias das suas propriedades van-
A zona de Imperatriz-Carolina que já se inte- tajosas, pode bem ministrar para a respectiva ca-
gra na Grande Região Centro-Oeste pertence pital ou para tôda a beira-mar as prodigiosas fôrças
econômicamente ao Tocant ins e ao Pará, assim que ela lhe desconhece porque a tem até hoje es-
como a área ribeirinha do Parnaíba mais e mais se quecido e quase como de si apartado" .
afasta da influência come::cial dos centros ma- A fundação de Pastos Bons foi a primeira
ranhenses . marca da ocupação pastoril do sertão maranhense .
Já por ocasião do próprio devassamente e da Já em 1740 cêrca de 120 fazendas de gado consti-
primeira ocupação o sul maranhense desligava-se tuíam outros tantos núcleos de ocupação no vasto
do norte . Uma vocação hist órica o impele no sen- distrito que se estendia das margens do Parnaíba
tido de manter relações mab estreitas com o Piauí, às do Tocantins . Ao norte, o distrito de Pastos
a Bahia e Pernambuco, de c·nde lhe vieram os pri- Bons atingia o Pindaré e, ao sul, alcançava os limi-
meiros elementos de conquista . O alto sertão tes ainda incertos da Capitania . Tôda a área
maranhense no primeiro sé<:ulo de ocupação man- presentemente ocupada pelos municípios de Caro-
tinha relações comerciais quase exclusivas com a lina, Balsas, Riachão, Grajaú, Barra do Corda,
Bahia . A cidade baiana de! Barra, à margem do Pôrto Franco, Imperatriz, Passagem Franca, Buriti
rio São Francisco, era o cemro comercial das tran- Bravo, Colinas, São João dos Patos, Alto Parnaíba,
sações da gente vinda do Maranhão. Benedito Leite, Nova Iorque, Mirador e Loreto
O fato de se chamar "baiano" aos nordestinos constituía o vasto território dos Pastos Bons.
que para aí imigram revela a estreiteza de relações Foi da pequena povoação estabelecida na
que essa área manteve com a Bahia durante longo borda da chapada divisora do Itapecuru e Parnaíba
tempo. Ainda nos primeiros anos dêste século e, feita vila em 1820, que partiu todo o movimento
numerosas tropas partiam das cidades do alto ser- povoador da metade sul do estado maranhense .
tão maranhense levando produtos da terra e tra- Dos últimos anos do século XVIII às duas primeiras
zendo de lá sal, ferramentas e tecidos . décadas do XIX tôdas as expedições organizadas
Certos fatos atuais i·ntensificam essa ten- para a conquista das terras desconhecidas de oeste
dência; haja vista a função cada vez mais impor- partiram de Pastos Bons. Da mais importante
tante da rodovia que a part ir de Barão de Grajaú dessas expedições, a que foi mandada realizar pelo
atinge Pastos Bons, Mirador e Passagem Franca Capitão General Dom Diogo de Souza, em obe-
drenando tôda a produção dessa área, agricola- diência à Carta Régia de 12 de março de 1 798,
mente a mais próspera da chapada maranhense, resultou a descoberta do rio Tocantins em setembro
para Floriano, no Piauí, e ~~través dessa praça de de 1806, tendo fundado ainda na sua marcha para
comércio para o Ceará e Pernambuco . oeste as ,povoações que deram origem às cidades de
Essa estrada de rodagem que deverá se esten- Riachão, Grajaú e Carolina . 1
der até Balsas, gozando de boas condições de trá- Na história do povoamento da interlândia
fego, cada vez mais acen;tuará o desligamento sertaneja do sul maranhense Pastos Bons teve
econômico das áreas interi01·e s do Estado em rela- posição de excepcional destaque como foi visto, e
ção à zona baixa maranhens·~ . a atividade econômica básica então estabelecida
Êsse problema já fôra tem sentido pelo Major conserva a prtmazta no panorama econômico da
Francisco de Paula Ribeiro como êle o demonstra região .
na sua "Descrição do Território de Pastos Bons, nos A criação de gado bovino é, ainda hoje, a
sertões do Maranhão" escrito em 1819 . Assim êle principal fonte de renda para tôda a região das cha-
se exprime: "considera-se o Maranhão dividido em padas . No entanto, é preciso notar que o cresci-
quase duas partes e que muito bem poderiam for- mento do rebanho vacum nessa área não se fêz na
mar duas comarcas, uma do sul, do norte a outra, mesma proporção do que a verificada no médio
cujas partes desconcordando somente na proprie- vale do Itapecuru (Caxias e Coroatá) e, sobretudo,
dade do seu clima, qualidades do terreno e produ- nos campos da baixada onde êsse aumento foi sem-
ção é por isso mesmo que mt!lhor entre si deveriam pre superior ao dôbro .
dar-se as mãos e sustentar cc•mbinadas a sua flores-
cência comercial e agronômica" . E chamando a Cardosi, Cl od<Jaldo - " Pastos Bo ns" .

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Na época mais sêca, de agôsto a novembro,
BOVINOS
quando as águas diminuem nas cacimbas, quando
Número
MUNlC!PIOS de
minguam e escasseiam nos riachos, quando o capim
Cabeças agreste das chapadas se resseca e endurece, o gado
- - - ---- - é retirado para os "vãos" das serras, para as matas
PIA UI
justafluviais onde cresce o capim milhã e para a
Gilbués ..... .... . . . .. . . . . . .. . . . . . ... . . . . . .. . . . . 20 .000 beira dos brejos. Também a "palhoça" das roças
SantA Filumena .• . . . . . . . . . . ... ... . ... . . . . . . . . ... . 9.000
serve de pasto ao gado necessitado de mais trato .
MARANHÃO
É nesse tempo que o sertão oferece os seus
Alto Pamniba .. ... . .. . . . . . . . . . . . . . . .. .. . .. . . . . .. . 33 000
Balsas ..•• . . . . . . .. . : . . . ... . . • . . . . ... .. . .. .. . . . .. . 25 . 600 piores aspectos com a vegetação sêca e cinzenta e
Borra do Corda ... •.. .. . . . . . . . .. . . .. ... . . . . . . . . . . 24 .000
Benedito Ld te . . . . . •. ..... . . .. . .. ... .. . . . . ... . . ... 15 .500 a terra queimada pelo sol. É quando o vaqueiro
Buriti Bravo ..... . . . . .. . .. .. . . . . . .. . ; . . .. . .. . . . . . 8 . 9CO
Colinas . ... .. ... . .... . . . ... . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . 38 .000
toca fogo nos cerrados na ânsia de melhorar os
Grajaú .. . . •.... . . .... . .. . ... . . . . .. ... . . . ... . ... . 60 .000 pastos no período de "inverno" .
Loreto ... . .. ... .. . . .. . .. . · . . . · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 34.500
Mirador . . .. . . . . . ... .. . ... . .. ..... . ... .. .. . . . . . . . . 21 . 600 Dezembro traz as primeiras chuvas e com elas
Nova Iorque .. ... . . . . . . . . . . . .. . .. . .. . . ·. . . . . . . . . . . 14 .200
Passagem Franca ....... ..... ... . . . . . .. . . . . . .... .. . 25 .000 inicia-se a época de atividade nas "vacarias", com
Pastos Bons ... . .... .. . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . .. . .. . 15 .000
Riachlo .. . .. ...... .. . ... ... . . .. . . . ... . . .. . . . . . . . 58 .00C o trabalho de amansamento dos bezerros novos e o
São Francisco do Maranhão ... ... . . .. .. ... . . . . .. . . 10 .000 recolhimento do gado leiteiro nos currais para a·
São Joio dos Patos . . .. . . . . .... .. . . . .. .• ..... . . .. 13 .000
São Raimundo das Mangabeiras .... ... . . . . . . . . ... . 22 .000 retirada do leite nessa ocasião mais abundante .
Quando maio se inicia trazendo a diminuição
FONTE: Serviço de Eatatíatica da Produçio, Ministério da
A(ricultura. Dadoa de 1953.
das chuvas o "verão" começa para o sertanejo . O
gado "invernado" sobe, então, para as chapadas,
Atualmente muitos doH maiores produtores onde o agreste forma uma pastaria verde e as fa-
não se situam mais nas chapudas do sul, que goza- veiras completam a sua alimentação farta .
vam da primazia, em 1920, :le possuir os maiores É a época das vaquejadas para a "partilha"
rebanhos do Estado. do gado. É quando o vaqueiro recebe o paga-
A atividade criatória ai:nda assume o mesmo mento de seu trabalho: de quatro bezerros criados
aspecto primitivo com que e:ra realizada na época um lhe pertence . É a época, ainda, das maiores
colonial . O habitat rural caracteriza-se pela com- festas sertanejas e das viagens de "desobriga" dos
pleta dispersão, fato que somado com a rarefação vigários.
da população e a dificuldade de comunicações vai
Coincide, também com o período de maior
determinar o caráter rude do !:ertanejo maranhense.
lida nas roças que sempre estão pr~sentes no qua-
Acostumado ao isolamento, nessas áreas fraca-
dro das fazendas sertanejas, pois, que estas nunca
mente ocupadas, as casas dos sertanejos erguem-se
são exclusivamente pastoris . Sua lavoura não tem
isoladas à beira dos brejos fa.rtos ou na borda das
sempre o caráter comercial, porém, existe sempre
chapadas. No sertão o "vi2:i nho" está sempre a
mais de meia légua de distância . para a subsistência .
Já nas fazendas maiorc~s. a casa grande de A quadra de maio a julho reúne os trabalhos
moradia cerca-se de outras habitações que se re- de colheita do milho, de apanha do arroz, do algo-
partem entre os filhos do fa2:endeiro, os afilhados, dão, do corte das canas e o início da moagem nos
as ~'crias" da casa e os numero:;os "agregados", o que engenhos de madeira . É quando também se pre-
vai determinar a formação de um núcleo de popula- para a farinha de mandioca nas "casas de fomo" .
ção aglomerada, semel~ante ao que foi estudado A vida calma das fazendas anima-se nesse período
nas fazendas pastoris do Itapecuru. Ainda aqui a pelo trabalho ativo com o gado e com as roças.
explotação agrícola das terra:) é feita pelo sistema Traçada, em suas linhas gerais, as atividades
de "agregada", dominante m t quase totalidade do características do meio rural nas chapadas serta-
Meio Norte . Os "agregadoH" não só lavram as nejas é necessário salientar o predomínio da ativi-
terras dando, geralmente, um quarto da produção dade pastoril na parte sudoeste da região, englo-
como também são obrigados a dar dias de serviço bando os altos vales do Grajaú e do Mearim, assim
nas roças do "senhor" e nos trabalhos avulsos da como o vale do Tocantins .
propriedade . Os bovinos ai criados se destinam ao abaste-
o clima tropical de dua:; estações muito mar- cimento da zona agrícola do baixo Mearim - Pin-
cadas quanto à pluviosidade imprime caracterís- daré e da capital maranhense . Até mesmo o gado
ticas especiais à atividade criatória aqui realizada. bovino proveniente do norte de Goiás tem sido tra-
Estado do MARANHÃO Munlcfpio de LORETO

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zido por boiadeiros para o ahistecimento daqueles Os municípios que possuem as mais altas
centros transitando pela zona do Mearim . densidades de população por quilômetro quadrado
Em Barra do Corda, no entanto, a atividade aqui se situam, abrangendo sobretudo a área com-
agrícola vai crescendo dia a dia, sobretudo, a la- preendida desde a foz do Alpercatas no Itapecuru
voura comercial de algodão exportado para São à do Balsas no Parnaíba, ou sejam os municípios
Luís . A existência de grandes áreas de terras de- de Colinas, Passagem Franca, Mirador, São João
volutas, a exemplo do que ocorre mais para jusante dos Patos, Pastos Bons, Nova Iorque, Loreto, Bene-
do rio, em Pedreiras e Bacahal, tem sido o fator dito Leite e Barão de Grajaú .
principal do aumento da população agrícola, em A possibilidade de exportação dos produtos
grande parte proveniente do Nordeste e aí estabe- através de boas rodovias que vão ter a Barão de
lecida como "posseiros" . Grajaú, fronteiro a Floriano, no rio Parnaíba, tem
Em Barra do Corda situa-se também a Co- sido o fator precípuo de incremento da vida
lônia Agrícola Nacional do Mé,ranhão, instalada em agrícola.
1943, por iniciativa do Govêrno· Federal . O algodão e o arroz são os principais produtos
É um empreendimento que tem trazido bene- comerciais largamente exportados por intermédio
fícios à região pela difusão que procura fazer de de Floriano para o Ceará e Pernambuco .
métodos mais racionais de cu·ttivo, dentro de uma
área dominada pelo sistema :primitivo de rotação PRODUÇAO AGRfCOLA

de terras. Dentro de suas limitadas possibilidades


tem procurado fomentar o progresso agrícola da MUNIClPIOS Arroz
Algodãfl Cana-de-
Se. 60kg. Arroba
-Açucar
Ton.
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dioca
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Milho
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região, distribuindo lotes de tHrras com boas casas
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de alvenaria a colonos reconhecidamente pobres,
Barão de Grajau .. .. 5 . 500 1 . 080 600 1 . 135 1 . 700
além de ter promovido a construção de estradas de Benedito Leite o • • •• 6 . 50:) 3 . 200 950 1.010 4 . 000
Colinas .. ..... . .. . .. . 69 . 000 70 . 500 1 . 650 4 . 800 5 . 600
rodagem, açudes e pontes . Té,mbém o saneamento loreto . . . . .. . . . . . . . . . 8 . 000 13 . 900 3 . 880 2 . 234 5 .900
da região sujeita ao impaludismo endêmico, a Mirador ... . .... . . . . . 31.410 25 . 600 12 . 320 6 .410 6 . 000
Nova Iorque ... . . 7 . 200 1 . 450 600 607 3 .900
assistência médica e educacional são problemas Passagem Franca ... .. 25 . 200 10 . 800 2 . 400 2 . 310 9 . 400
Pastos Bons ... ... .... 44 . 900 20 . 400 6 . 375 10 . 920 11 . 700
igualmente considerados pela direção da Colônia . São João dos Patos .. 20 . 000 11 700 5 . 895 2 . 663 5 . 800
As principais produçõe!: agrícolas são as de
algodão, arroz, milho, feijão E! mandioca, que têm FONTE: Serviço d& Estatística da Produção. Ministério da
· Agricultura. Dados de 1953.
como mercados consumidores mais importantes a
própria cidade de Barra do Corda e Pedreiras .
As condições de explotação agrícola das terras
Ainda é preciso referir que dentro da área do
são aqui semelhantes às referidas para o médio
Meio Norte são os vales do l~earim e do Grajaú Itapecuru, na região de Caxias e Codó. O predo-
que congregam a mais nume.rosa população indí- mínio é quase geral das grandes propriedades tra-
gena . Essa população no Grajaú está calculada
balhadas pelos "agregados", no sistema de paga-
em 1822 indivíduos e em Barra do Corda em 1689. mento do uso da terra em produtos, sujeitando-se
Em Barra do Corda onde estão instalados dois também à obrigação da prestação de dias de serviço
Postos Indígenas com escola!: primárias, além de ao proprietário e à venda dos produtos aos seus
mais três escolas isoladas nas aldeias de Cana "agentes" .
Brava, Sardinha e Porquinh•>s reúnem-se índios
O "coronel" latifundiário, geralmente, chefe
das tribos Canela e Guajajara . Em Grajaú com
político local domina tôda a "agregada" sem terras.
um Pôsto e duas escolas, em Geralda e Governador,
O contrato de trabalho é aqui de dois anos
os indígenas pertencem às t::ibos dos Timbiras,
fazendo-se no primeiro ano após a derrubada, o
Gavião e Guajajara. A população indígena do Es-
cultivo do arroz e do milho, seguido no segundo ano
tado é controlada pela Terceira Inspetoria Regional
pela mandioca, quando então a terra é deixada
do Serviço de Proteção aos Índios, sediada em São
Luís : 2 como pasto para os animais do fazendeiro. Tam-
bém se costuma plantar arroz, mandioca e algodão
Os altos vales do Itapecuru, com o seu
no primeiro ano e em seguida, milho e feijão .
afluente Alpercatas, e do Parnaíba com o Balsas,
caracterizam-se por um maior desenvolvimento das O "agregado" desloca depois suas roças para
atividades agrícolas. novas terras . O pauperismo extremo e as mise-
ráveis choças âe palha são as mesmas do médio
' Jorge, Miécio - "Aibum do Muranbão - 1950". vale.
Estado do MARANHÃO Municlpio de BALSAS

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Estado do MARANHÃO Municfpio de ALTO PARNAIBA

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Surge aqui também o mesmo problema quan- cola e a atividade de coleta, essa boa situação eco-
to à dificuldade de obtenção de crédito para a me- nômica não se reflete no panorama demográfico .
lhoria dos métodos culturais . O financiamento é Na região dos Chapadões é, justamente na área
sempre realizado pelos comerciantes que fornecem considerada, que se observam os menores valores
mercadorias e ferramentas ao lavrador e que devem de crescimento relativo da população entre 1940
ser pagas no ano seguinte em produtos . Raramen- e 1950 . O municíP,io que teve o maior aumento
te. o adiantamento é feito em dinheiro, pois, da populacional foi o de Loreto com apenas 18% .
forma em que a transação é efetuada os comer- Enquanto que. valores muito mais elevados de
ciantes acham-se com mais direito ao produto que crescimento relativo ocorrem nos municípios do
é o que mais lhes interessa. Mearim : Presidente Dutra 136%, Barra do
Verifica-se na região uma tentativa de melho- Corda 34% e Grajaú 21 % .
ramento das técnicas agrícolas com a introdução Os únicos municípios que acusam deficit
de arados nas maiores propriedades, assim como populacional, nesse período, dentro do Chapadão
também a importação de reprodutores zebus desti- · estão também situados no Itapecuru e Parnaíba:
nados ao cruzamento com o gado curraleiro, de são Colinas com uma diminuição de população
modo a melhorar a qualidade do rebanho regional . que atinge 7%, Pastos Bons com· 2 o/o e Benedito
Dentro da região dos Chapadões é também Leite 1 o/o .
nesta área do Itapecuru e do Parnaíba que a ativi- É geral na região a emigração para as novas
dade coletora do babaçu tem maior importância . zonas agrícolas que se abrem nas terras devolutas
O desenvolvimento maior da economia de coleta do Estado, no baixo Mearim . A emigração mais
_aqui se deve, sem dúvida, às possibilidades de se acentua no vale do Itapecuru, sendo respon-
transporte da amêndoa, que é tôda encaminhada sável pelo pequeno incremento populacional e
para a cidade de Parnaíba, por via fluvial ou pelas pelos decréscimos aí verificados . O regime de pro-
estradas de rodagem . priedade onde domina o latifúndio, explotado pelo
sistema servil da "agregada" é, sem dúvida·, o fator
BABAÇU
principal dessa emigração .
Outros centros de atração para os emigrantes
Quantidade
MUNICIPIO (kg.) são as zonas de garimpos da região tocantina em
Goiás. Neste particular, distingue-se, sobretudo,
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Gilbués no alto Parnaíb_a, no Piauí, que teve um
Gilbu~s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 . 500 crescimento populacional de 77% na década
Monte Alegre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
' Santa F ilomena .. •.. ................ . . .... .. .. . 1940-50, graças à garimpagem de diamantes .
MARANHÃO Os núcleos urbanos situados nos Chapadões
Alto P amalbo . ..... ... . . . ..... .... . . .. . ... ... . .. .
têm todos função semelhante, como centros que
Amarante do Maran.h i o ........ .... .. ....... . . . . . . 20 .000 são de transformação dos produtos agrícolas locais .
Balsas ........ . ..... ... ... ... ....... . .... ...... . 143 . 500
Barão d e Graja(i ... ............ . .......... .... ... . . 200 .000 Neste particular, distingue-se Barra do Corda
Barra do Corda ... . . .. ... . .. .. .. ... ... . ..... . ... . 86 . 500
:aenedito Leite .. : ....·... .. . .. . . .·, . . . . .. .. .... . . : . 352 .910 ( 2 851 hab.) que· é o principal · centro -comercial
Buriti Bravo . ..... ..... ..... . . ... ... . ... ..... ... . 284 . 140 da região.
Colinas . .. .. . . ......... . .... . .. ...... .... ...... . 790.520
Graja6 ...... .... . ... . . ................ . . ..... .. . . 158 .960 Também a origem das cidades é semelhante:
Lorcto .... .... .... . .. . . . . ... . . . . . . ..... . . ....... . 200 .500
Mirador .... . ... .. ... . .. . . .... ... . .. .. . .......... . 1 860 . 340 situam-se sempre às margens dos rios, tendo se
Nova Iorque . ..... . ...... . ... . .. ... .. . . . . . . ..... . 180 .000
Paraibano ...... . . . . . . . .. .... ........ .. . ..... . ... . 500 .000 desenvolvido quer como pontos iniciais de nave-
Passagem Franca . . ... ... .. ... . . . ... . . . . . . . ... ... . 518 .000 gação nos cursos navegáveis, quer como pontos de
Pastos Bons ..· . ..... .. . ..... .... ..... . . ....... ... . 450 .000
Riachão . . .... . . . . ................... . .......... . 30 .000 travessia nos rios. O comércio desenvolvido em
Sambaiba . . .... . .. . . ... .. . . . ... . ... ... .' . ... ..... . 38.000
São Domingos do Maranhão .. . . . . ........ . .. . .. . 90 .900 certos portos fez com que modestos. povoadc:>s se
São Francisco do Maranhão ..................... . . 370 . 000 desenvolvessem, de modo a se tornarem núcleos
São J oão dos Patos .. ... ... . ... . ..... . . .. : . ..... . 175 . 500
São R aimundo das Mangabeira s . . .. . . . ... . . . . ... . . 79 .000 urbanos com alguma importância regional, como
se deu com Balsas, o antigo pôrto das Caraíbas, no
FONTE: Serviço de Estatística da Produção. Ministério da
Agricultura . Dados de 1955 . · rio das Balsas, com Barra do Corda no Mearim e
com Grajaú no rio de mesmo nome . Foi o comércio
Embora as melhores condições de transporte do sal, produto indispensável nesta área sertaneja
tenham contribuído para o desenvolvimento da de criação de gado, o fator essencial de crescimento
economia regional, incrementando a produção agrí- de alguns dos principais centros urbanos sertanejos.
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lf.35
Índice Geral

Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

Grande B.egião Nordeste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Características Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

I - Planície do Meio Norte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

li - Região das "Cuestas" . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219

III - Região das Chapadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 391

Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 433

lndice da:; fotos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 439

lndice do:: mapas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 443

1137
,
Indice das Fotografias

l.egenda Pág.
3 -'! !)) - Asptcto do litoml na ilha de São Luís . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . 36
3 577 - Vist<' da baixada flúvio-marinha de Perizes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :18
3 537 - AspEcto dos terraços fluviais do rio Itapecuru ....... . ......... .. . 40 e 41
3 346 - Paisl•.gcm na~ proximidades de Caxias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
(Co:onda) - Exemplo d e cstratifica~·ão rítmka do pcrmiano . . . . . . . . . . . . 44
3 451 - AspEcto do rio Itapecurn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
( Co:ori<la) - Forma típi<:a de rcl&vo residual - "inselberg" . . . . . . . . . . . . . . 48
3 509 - Aspt cto dos terrenos triássicos dos arredores de Brejo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51)
3 474 - Veg<:taç.io nas proximidades de Caxias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3 507 - Paisagem campestre ,em Coroat(t . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3 345 - A. p:1lmeira babaçu no Maranhão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 e 57
3 807 - O b;~baçu em região de antiga mata devastatl:l . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
3 576 - Açaltal próximo a Aracanga, na ilha de São Luís . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
3 519 - Vegdação de "cerrado" próximo de Caxias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
3 511> - Cem.do invadido por babaçus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
( Co'orido) - Mangue ao norte do município ele Rosário . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
3 593 - Bab:tçu nas proximidades de Codó . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • 68
3 325 - Asp1:eto de um cerrado próximo a Caxias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
3 508 - Área campestre enh'e Caxias e Codó . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . 72 c 73
3 474 - Vegc:tação de cermdo no município de Caxias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
3 ·133 - Aspt:cto de um cerrado :\lto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
3 475 - Asp<:cto da vegetação no nordeste do Maranhão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
3 586 - A C!.rnaúba no município de Barr:ls . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
3 422 - Vista da cidade de São Luís . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
3 606 - Asp<:Cto dn capital maranhensc . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
3 531 - Tred10 da praça João Lisboa - São Luís . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
3 533 - Vista do centro ;~dministrntivo de Siio Luís . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 e 89
3 532 - Palá~io do Govêrno, em São Luís . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
3 421 - Asp~:cto da parte antiga de São Luís . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • 92
3 535 - O e;tilo coloni:1l nn capitnl do l\·Iamnhiio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
3 607 - Vista do velho c-lmf:HÍ7. de São Lnís . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . 96
3 668 - Aspt:cto da cidade de S:io Luís . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
3 608 - A .Catedral de :'\. S. da Vitórhl, em Sito Luís .. .. . ... . . .• .. . .. • ... . . . . . ... 100
3 536 - Asp~:cto urbano de São Luís . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
J 671 - Trec·ho de São Luís ;IS margens do rio Bacanga . .. .... .. . . .... .. . . .. 104 e 105
3 66!) - Part-~ residenci:'l l da c:h1ssc médh1 de Siío Luís . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
3 480 - Asp~:cto do pôrto de São Luís . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
3 534 - Pnrt ~ do cais da Sagração . . ....... . .... • .. . . . ..... . • ....... . ......... 110
3 485 - Vist;t d:1 cidade de P:\rnail>:\ . . .. . .... . ...... . . . .. . . . .. . .... . .... . ... . .. 112
3 578 - Campo d os Pcrizes, no nmnicipio de Hosúrio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
3 575 - Hnbitn~ão wral <: ac;ai zal em lllarac:1ng:t - S:i o Luís . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
3 477 - Asp•:c:tn do po,·oado ele :\'tir:lntb, nn muuidpio de Coroat:í . . . . . . . . . . . . . . 118
3 '!()~ - rÜe<. awíc:o la tla Fa7.cuda Boa \'ist;l, Clll Caxias .. .. .. . . . .. . . . . .. .. 120 e 121
( Coloridn ) - Plantação de banana sob hab;wnal próximo a S;io Luís . . . . . . 122
3 808 - Aspo lcto dn f1\:t.cnda Engenho d'Agun, em Ca:d;~s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
3 472 - Asp•:cto da sede da fazenda Engenho d' Água, em C::txias . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
3 436 - Lojz d e abastecimento da fazenda Piquizeiro, em Caxias . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
3 473 - Casas de agregados na fazenda Engenho d',\gua . ....................... . 130
3 517 - Cas~t de agregado da fazenda Canto Alegre, no município de Caxins . .•.. .. . 132
3 471 - Aspolcto de barracão onde se realizam feiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
3 326 - Exemplo de habitação rural do Meio Norte . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . 136 e 137
3 809 - PaiHgem típica duma fazenda nn região de Caxias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
N.o LegertchJ Pág.
3 464 - Quebradoras de côco babaçu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
3 465 - Aspecto da etnia do Meio Norte . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
3 418 - Aspecto do transporte de amêndoas de côco babaçu .......... . ........... 144
3 504 - Trecho da E. F. São Luís - Teresina, próximo a Coroatá . . . . . . . . . . . . . . . . 146
3 447 - .Aspecto da ligação rodoviária entre Caxias e São Luís . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
3 349 - Visão de um trecho da rodovia Codó - Caxias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
3 452 - Aspecto da cidade de Caxias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152 e 153
3 453 - Vista parcial de Caxias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154
3 449 - Antiga igreja na cidade de Caxias • • • . .. . . . . . . • • . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . 156
3 450 - Ponte sôbre o rio Itapecuru em Caxias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
3 506 - Aspecto da cidade de Coroatá . . ............... :. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160
3 505 - Vista da praça 28 de Julho - Coroatá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162
3 468 - Aspecto da cidade de Codó . ...... . ..... . ......... : . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164
3 467 - Armazém da estação de Codó .. ... . .......... ~ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166
3 510 - Sítio ao longo da estrada entre Teresina e Campo Maior . . . . . . . . . . . . . 168 e 169
3 379 - Aspecto dos campos cerrados da região de Barras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170
3 503 - Vista da á.rea prÇxima a São Pedro do Piauí ....................... . .. . .. 172
3 579 - Aspecto do beneficiamento da carnaúba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174
3 581 - Aspecto do beneficiamento da carnaúba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176
3 580 - Aspecto do beneficiamento da carnaúba . ........... . ................... 178
3 585 - Aspecto do beneficiamento da carnaúba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180
3 582 - Aspecto do beneficiamento da carnaúba .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182
3 584 - Aspecto do beneficiamento da carnaúba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . 184 e 185
3 457 - Aspecto da praça Senador Joaquim Pires, em Barras ... , . . . . . . . . . . . . . . . . . 186
3 456 - Aguadeiro na cidade de Barras . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188
(Colorida) - Vista parcial da praça Senador Joaquim Pires, em Barras . . . . . 190
3 544 - Aspecto da cidade de Teresina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192
3 545 - Aspecto da cidade de Teresina ... . ................... . .......... . ..... 194
3 543 - Aspecto do centro comercial de Teresina .............. . ..... . .... 200 e 201
3 825 - Vista de Teresina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213
(Colorida) - Aspecto de Barras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 216
(Colorida) - Busto do Marechal Pires Ferreira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217
3 526 - Aspecto do relêvo tabular na região de Jaicós ................. . .......... 222
3 351 - Paisagem característica do relêvo cristalino, situada entre a região de "cuestas"
e o Nordeste Oriental, em Paulistana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 224
3 381 - Fotografia do relêvo no município de Picos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 226
3 558 - Topografia típica da região de "cuestas" em Simplício Mendes ............ 228
3 530 - Região de passagem da ârea cristalina para a sedimentar, em Fronteiras . . . . 230
3 621 - "Cuestas", no devoniano inferior (município de Conceição do Canindé) 232 e 233
3 617 - Relêvo monoclinal no município de Picos ... . ................ ..... .. . .. .. 234
3 354 - Região dissecada do cristalino (município de Paulistana) ................. 236
3 525 - Superfície recoberta por seixos (município de Paulistana) . . . . . . .. . .. . . . . . 238
·3 356 - Material de "rafias" (município de Paulistana) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 240
3 551 - "Cuestas", em Simplício Mendes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 242
3 620 - "Cuestas" em Simplício Mendes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 242
3 385 - "Inselberg" modelado nos sedimentos (município de Simplício Mendes) . . . . . 244
( Colorido ) - Relêvo dissecado entre Picos e Jaicós (·município de Picos) . . . . 246
3 413 - Níveis tabulares no município de Picos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248 e 249
3 378 - ~elêvo monoclinal (Picos) .. . . . . .. .. . . .. . . . . .. . . ... ..... . . .. . .. . . . . .. . . .. 250
3 361 - Afloramento de arenito de caráter costeiro (município de Picos) . . . . . . . . . . 252
3 415 - "Cuestas" entre Picos e Jaicós ........•......,. . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . 254
3 360 - Exemplo de estratificação entrecruzada ( municlpio de Picos) ..... ·. . . . . . . . 256
N." Legen<Ül Pág.
3 397 - Paisagem de "inselberg.., em Oeiras .. . .. . ......... . . o •• o o o o o o o • •• o • • o o • 258
3 627 - T~?Ografia subhorizontal, em Oeiras . o o •• o o o o o o • o • o o o • o o o o o o o o o o o o o o o o o 260
3 628 - Relêvo tabular, em Oeíras o ••• o • • • o •••• o •• o o o • o •••••••••••••••• • ••••••• 282
3 428 - "Cnesta", nos arredores de Picos ............ 264 e o •••••• o •• o • o o • • • • • • • 265
3417- Relêvo ruinifonne (munlclpio de Picos) ................................ 266
3425- Relêvo ruinifonne (município de Picos) ..................... o .... o ... o. 268
3332- Relêvo ruinifonne (munldpio de Picos) ................................ 270
3 442 - Ex•:mplo de erosão antrópica (município de Floriano) .. o •• o •• o •••••••••• 272
(Colorida) - Fonnas de erosão entre Picos e Oeiras .... o. o o. o o o ••• o o •••• 274
( C:>lorida) - Cidade de Amarante ............. o • o •••• o • • o • o • • • • • • • • • • 276
3 561 - "Inselberg", no município de F1oriano o ••••••••• o • o o •• • o o •• o • o • o • • •••• o • 278
3 445 - Relêvo dissecado em Floriano . o •••• 280 e o ••• o ••••• • ••• o •• o o • • ••• o • • • • 281
3 546 - BO<Jueirão de uma "cuesta", em Floriano o o ••• o •••• o o •• o o o o o •• o o. o. o. o o •• 282
3 563 - Serra da Arara, município de Amarante . ............ o •• o o • o o ••• o o ••••• o • 284
3 560 - Região de Pedirnento ( municipio de Floriano) .... o •••• o • o •• o • o • o • • o •• o • • 286
3 594 - Relêvo próximo a Floriano ... o • • o o o ••• • o • o •••• o •• o o o •• o ••• o o •••• • o • o o o 288
( CC~lorida) - Superficie tabular (município de Floriano) o • o o o • o o o o o o • • 290
3 335 - Crcosta de canga, próxima a Campo Maior . o o o o • • ••••• o o • • o • • • • • • • • • • • • • 292
3 388 - Afbramento de diabtisio (Campo Maior) ..... . ..... . . o •••••• • o • o •• o • • 294
3 567 - De;>rcssão periférica no município de Paulistana . o o o o o o • o • o o o o • o o o o o o o o • 297
3 573 - Raiz de "rafia", no município de Paulistana o •• o o o o o. o o o o o o o o. o o •• o •• o . 298
3 395 - Ag;omerados de carnaubeiras (município de Simplício Mendes) o o o o o o • o • • 300
3 384 - Camaubeiras em regiões planas ..... o • ••••• o • o • o o • •• o o • • • • o •• o o • o • • • • 302
3 633 - Cal'tlaubeiras (município de Simplicio Mendes) . .. o ••• o • o o o • o o ••• o o •• o • 304
3 562 - "Capoeira" , no município de Amarante o . o o •• •• • o o •• • o o •• • ••• o o. o ••••• 306
3 441 - Ce1Tadio (município de Oeiras) o ... o o •••• o ... . .. . .. .. o o •• o •• o ... . . o. 308
3 383 - Ce1ndo, próximo a Picos o o • o • • o •• o o •• o o o • o • o o ••• o • • • • o o •• o o o o o o o • • • 310
3 382 - Aspecto do cerrado o •• o o o o o • o o 312 e
• o o o o • o ••• o • • • o ••••• o o •• o o o o o o o o 313
3 619 - Relêvo assimétrico, no município de Oeiras . o o o ••• o. o ••••••• o • • o o o •••• o . 314
3 443 - Aspecto de cerrado grupado, no município de São Pedro do Piauí .. o • • o o ••• 316
3 566 - Ca:1tinga, nas proximidades de Paulistana .. o • o • ••• o • o o ••• o • • •• o •• o • o o o 318
3 556 - Aspecto da caatinga, em Conceição do Canindé . o o • o o o • o •• • • o o o o ••• o • 320
3.554 - Fotografia de mestiçagem, no Piauí o o •• o •• o o •• o o o o • o o . o •••• • o o o •• o o • • 322
3 482 - Zot.a de pastagem, nas proximidades de Campo Maior ... o •••••• • • o • o • • o o • 323
3 514 - Campos naturais com árvores de carnaúba (município de Campo Maior) o o o. 324
3 336 - Fotografia da sede de fazendas no municlpio de Barras .. o o o o o • o • o • o • o o o o 325
3 812 - Fa.:enda Boa Vista (município de Barras) o •• o • o o o o o •• o ••• o o o • o o o •• o 326
3 654 - "Bnrracão" de extração do pó de carnaúba o • • o o • o o o •• o •• o o o o o o • o • • • • • • 327
3 410 - Va•1ueiros (municlpio de Paulistana) ... .. 328 e o o o o o. o o o. o. o o o o o . o o . 329
3 512 - Estrada Fortaleza - Teresina ( municfpio de Cnmpo Maior) o • o o • •• o o • • •• o • 330
3 516 - As(-ecto da cidade de Campo Maior o • o o • o o • • o o • • o •• o ••• o • o o •••••••• o 331
3 431 - Área de ocupação intensa (município de Picos) .. . . o •• o o. o o. o o •• o •••• 332
( C>lorida) - Sítios ocupados pela agricultura (município de Picos) o o o o 333
3 331 - Sucessão de "cuestas" entre Oeiras c Picos o o . o. o o • o . o • • o o o o • • o o • o •• o. 334
3 330 - Pai:;agem agrícola nos arredores de Pi<..'Os o •• o • •• o o o •••• o o o o • o ••••••• o 335
3 380 - "Cuesta" próximo a Floriano o o. o o. o ••• o o . o o ••• o o. o o o. o •• o o . o o •• o o ••• 336
3 548 - Re(;ião agrlco1a nos arredores de Floriano . o o o o o o • • • • • o o •• o o o o o ••• o • • • 337
3 351 - Vale cultivado em Simplício Mendes o ••• •• • o o • • o •• o o • o o •• o o o o o ••• o • • 338
3 353 - Açude da Fazenda Sitio em Sirnplício Mendes o ••• • o o • o • o o • o • •• o • o • o • o 339
3557- Sítb (municlpio de Simplício Mendes) .. o ........................... 340
3 555 - Cêrca de pedra, em Simplício Mendes o • o o o o o o o o • o o •• o • o • o o o ••••• o • o • 341
N.o Legenda Ptig.
3 496 - Localidade de Vargem (município de Amarante) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 342
3 572 - Açude Lugazeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 343
3 497 - Região agrícola do município de Amarante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 344 e 345
3 571 - Detalhe ela construção do açude Lugazeira ..... . .. ·. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 346
3 502 - Tipo de habitação de "agregado" . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 347
3 814 - Aspecto do babaçu ... .... ............ .............. ... .............. 348
3 589 - Habitação do "agregado" (município de Amarante) ............ . . .... . . 349
3 659 - Cêrca de pedra em Oeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . 350
3 616 - Povoado de Riachão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 351
3 357 - Outro aspecto do povoado de Riachão ...................... : . . . . . . . . . . 352
3 615 - Aviamento ele farinha, em Picos .......... .... . ....... ....... . ....... 353
3 614 - Habitação nos anedores de Picos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 354
3 364 - F azenda Lagoa (município de Picos) .... . ............................. ·355
3 363 - Curral nas proximidades da serra da Porta (município de Picos) . . . . . . . . . . 356
3 552 - Casa de vaqueiro, em Simplício Mendes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 357
3 669 - Vaqueiro em Simplício Mendes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . 358
3 389 - Campos no município de Oeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 359
3 352 - Propriedade em Sirnplício Mendes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 360 e 361
3 646 - Moradia nas proximidades de Campos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 362
3 409 - Fazenda Boa Vista (município de Paulistana) . ........ .. . ............... 363
3 412 - Vaqueiro nos arredores de Paulistana .. ...... ................ ·.......... 364
3 411 - Vaqueiros próximos de Paulistana . . .... . . . ....... . : .. . . ..... . ...... ... 365
3 386 - Casa de adobe (município de Simplicio Mendes) . .·. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 366
3 652 - Povoado de Brejo de Santo Inácio ..... .. ·. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 367
3 653 - Outro aspecto de Brejo de Santo Inácio . .. ........ . ..... . . . : . ·· . . . . . . . 368
3 651 - Detalhe de residências de Santo Inácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 369
3 387 - Rodovia entre Oeiras e Simplício Mendes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 370
3 492 - Cidade de Picos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 371
3 491 - Aspecto da escarpa nos arredores de Picos .......... . .... : ... ..... : . ... 372
3 432 - Vista geral de Picos ........... . ...... . ... .... ...... . . .. ...... : . . . . . . 373
3 329 - Aspecto da feira de Jaicós .... . .................... ... ....... ·........ 374
3 629 - Aspecto da feira de Simplício Mendes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 375
3 527 - Aspecto de Jaicós . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 376 e 377
3 630 - Aspecto de Simplícío Mendes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 378
3 636 - Aspecto de Oeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 379
(Colorida) - Catedral de Oeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 380
3 639 - Fachada da catedral de Oeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 381
3 625 - Velha igreja de Oeiras .......... . ................. .. . .. ... ..... .. . . 382
3 635 - Aspecto da cidade de Oeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 383
3 559 - Vista da cidade de Floriano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 384
3 598 - Aspecto da cidade de Floriano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 385
3 609 - Aguadciros em Floriano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 386
3 603 - Aguadeiros em Floriano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 387
3 602 - Aspecto do rio Parnalba, em Floriano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 388
,
Indice dos Mapas
ESTADO DO MARANHÃO

Localidade Pág. Localidade Pág.


Ak:àntara ......... .... .. • ........ 51 Mirador ........................ . 415
Alto Parnaíba ............... ..... . ·129 ~fonção ................. • ....... 115
Amarante do Maranhão .......... . 400 Montes Altos . ................... . 399
Anajatuba ........... . .......... . 101 Morros ......... . .. .......... . . . . 87
Araioses ..................... ... . 77 Nova Iorque ............. • .... . .. 418
Arari ........................... . 123 Paraibano .... ....... . . .. ....... . 416
Axixá .......................... . 85 Parnarama .... . ... .. .... . . ...... . 177
Bacabal ........................ . 146 Passagem Franca ..... .. . . • . . ..... 410
Balsas ............•.............. 428 Pastos Bons ....... . ..... . ....... . 417
Barão de Grl.jaú .. .. .... .... .. .. . 223
Barra do Corc.:1 ....... . .... .. .... . 402
Pedreiras ... . ..... ...... ........ . 149
Barrcirinhas ..................... . 71 Penalva .. .. .. . .. ... . . .......... . 95
Benedito Leite .................. . 425 Peri-Mirim ...... ... .. . ..... . .... . 59
Bequimão ....................... . 55 Pindaré-Mirim ... .. .. .. .......... . 117
Brejo ....... . .................. . 135 Pinheiro ......... ....... . ....... . 53
Buriti ........ ·.... . .. . .......... . 139 Pirapemas .... . ..... .. . .. . . .. ... . 127
Buriti Bravo ............... . . ... . 406 Pôrto F ranco ..... . . . ....... . .... . 412
Cajapió .................... . ... . 81 Presidente Dutra .........•.. . .. .. 167
Cajari .......................... . 99 Presidente Vargas .. .. . ...... ..... . 414
Cândido Mendes ..... . .... ...... . 39 Primeira Cntz ................ .. . . 15
Cantanhede ........... . ......... . 125 Riachão ....... ... . . ............ . 426
Carolina ............ . .. . . . . .... . . 420 Ribamnr . . .. • ................... 63
Carutapera ........ . .......... ... . 37 Rosário .................... . .. .. . 83
Caxias ............. ............ . 171 Sambaíba ..... . .... .... ..... .... . 422
Chapadinha ..................... . 131 Santa Helena ......... ... ........ . 47
Codó ..... ......... ............ . 157 Santa Quitéria do Maranhão ..... . 133
Coelho Neto .................... . 161 São Benedito do Rio Prêto ... .. ... . 107
Colinas ......................... . 408 São Bento . ....... . . ............ . 79
Coroatá .......... . ............. . 151 São Bernardo ................... . l ll
Cururupu .......... . ....... . ... . . 45 São Domingos do Maranl1ão ... .. . . 404
Dom Pedro ..................... . 165 São Francisco do Maranhão ....... . 411
Duque Bacelar ... . ..... . ........ . 159 São João dos Patos .............. . 416
Esp~r~ntinópo..is ..... . .... .... . .. . 163 SÃO LUIS ..... .. ............ . . . 61
Cra1au ..................•....... 407 São Raimundo das Mangabeiras . .. . 421
Guimarães ...................... . 49 São Vicente Fcrrcr ............... . 91
Humberto de Campos ............ . 67 Timbiras .......... • .. . .......... 155
lcatu ........................... . 65 Timon .................. . .... . . . 173
Imperatriz ........ .. . . .. . ..... . . . 398 Tum-Tum .. ... .... . ............ . 403
Ipixuna ......... .. ........... .. . 147 Turiaçu . ...... .... • ....... . ..... 43
ltapccuru-Mirim . . . .............. . 103 Tutóia . ........................ . 75
Lago da Pedra ..... . . . .......... . 143 Urbano Santos ...... . ... . ....... . 109
Loreto ..........•............... 424 Vargem Grande ................. . 47
Magalhães de Almeida . ... .. ... . . . 113 Viana .......................... · 97
Malinha ............... . ...... . •. 93 Vitória do Mearim ... • .......... . .. 119
Matões ......................... . 175 Vitorino Freire .................. . 141

ESTADO DO PIA Uf

Água Bran;a ..... ... . . .......... . 216 Canto do Buriti ........ . .. . ..... . 303
Alto Longa .................. . .. . 237 Caracol ............. . .......... . 319
Altos ... .. ... .. ....... . ..... .. . . 209 Castelo do Piauí ................ . 239
Amarante ........ . ...... . . .. .... . 245 Cocal . ......... .. . .. .. ...... .. . . 225
Angical do Piauí ....... ... . ...... . 243 Conceição do Canindé . . ......... . 301
Barras ................ ... ......• 199 Corrente ..................... . . . 315
Batall1a ......... .. . ..... • ....... 195 Cristino Castro ........ . .. ....... . 307
Beneditinos .......... .. ......... . 190 Curimatã ............ . . . ........ . 317
Bcrtolínia .. ...... ..... . ......... . 279 Elesbão Veloso . .... ... ....... .. . . 251
Bom Jesus ........... . .......... . 309 Esperantina ......... ..... . ... ... . 193
Burití dos Lc pes . ... ... . ....... . . 183 Floriano ........................ . 263
Campo Maior ............. ... ... . 235 Fronteiras .. .• ... . . ..... . ........ 275
Localidade Pág. Localidade Pág.
Gilbués ... ........... ...... . ... . 395 Picos .. .. ....... . .... . .... ... .. . 271
Guadalupe .... . ..... .... . .. .... . • 261 Pimenteiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257
Inhuma ....... . . . .......... . .. . . 259 Pio IX ................. . ... . .... 273
ltainópolis ... ......•......... . .. . 283 Piracuruca . . . . . . . • . . . . • . . . . . • . . . • 227
l taueira ........................ . 291 Piripiri . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 229
Jaicós ... ... . ................... . 285 Pôrto ........................... 191
Jerumenha . ........ . . . .. ........ . 279 Regeneração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 247
José de Freitas ...... .. . .. .. .... . 205 llibeiro Gonçalves . . . . . . . . . . . . . . . . 287
Luís Correia ................ . ... . 181 Santa Filomena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 394
Luzilãndia . . .................... . 187 São Félix do Piauí . . . . . . . . . . . . . . . 253
Matias Olímpio . .. .. ...•......... 189 São João do Piauí . . . . . • . . . . . . . . . . 305
Miguel Alves .................... . 197 São Miguel do Tapuio . . . . . . . . . . . . 241
Monte Alegre do Piauí .....•...... 396 São Pedro do Plaui .••.....•...... 214
Nazaré do Piauí ... ...... . .. ..... . 267 São Raimundo Nonato . . . . . . . . . . . . . 321
Oeiras ................. .. ...... . 269 Simões ... ... ........ .. . . ... . .. .. 299
Palmeiras .............. . ........ . 212 Simplicio Mendes . . . . . . . . . . . . . . . . . 293
Parnaguá . ... ... .. . .. . .......•... 811 Teresina ..............•.......... 207
Parnaíba ...... .. .... .... .......• 179 União .... : . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
Paulistana .. . ........... .. . ..... . 295 Uruçu( ......... ... . .. . . ......... 277
Pedro li .... ................ . : . . . 231 Valença do Piauí ............ .. . . . 255
CONFECÇÃO GRÁFICA

Sob a direção de:


ANTÔNIO MAJUA CoEUiO,
PE'Il\ÔNIO CEZAR CoUTINHo,
ACÁCIO DA CUNHA FICUEDIEDO,
MÁRIO BATISTA DE ABREU,
JosÉ CoRR!A NEVE.<; e
Euo RtcALDONE.
Com a colaboração de:
ANTONIO Buss, SENO EYNO, NERVAL DUTRA, OVI:DIO
RODRIOUU CoSTA, FRANCISCO A . M . BltSSA, VALD&MIRO
JOAQUIM FltRNAND&S, LUIZ BORGES DA SU.VA, ANTÔNIO
BltRNARJilNO DA SILVA, JOAQUIM SOARCS MOR&IRA,
MANOitL PltREtRA Dlt MELO, VICI!:NTit BASlL&, Jost P.uxlo
FILHO, MANOEL NETO ARAúJO, HILTON FRóiS RlB&IRO,
Euo&a VIEIRA, SíLVIO BRAND, LoURIVAL FI!:RNANDIIS,
S&DASTIÀO CA&St.l\, ARMINDO FIÃ&II, WALTitR Sc:HtiPICII,
MANO&L hRRJCIRA Dlt FIOUitiJU!.DO, ZBNIR FERREIRA LoPES,
WALTI!:R P'RitiT.I\S NUNES, PltDRO Dlt CASTRO BIANCOVILLI,
LAUDO D& 0LIV~RA, Jost F.I\GUNDIIS DO AMARAL, JOst
BATISTA Dlt ADR&U, WALDIR RANGE.L, JAYM& SANTIAGO
MAPHio, ANTÕ!flo hRR&IRA GADRI, MARciL1o MA.zzoLA,
MANO&L GoMas NaTO, AuousTo GIMEN&z, R&otNALDO DE
SOUSA LEAL, MÁRIO FRitiTAS, VALDEMAR LoP&S, MANOEL
CORJI!l.JIA, FLORISVALDO ARAÚJO, LAUR&NTINO Dll OLIV&IRA,
Jost MARIA DA SILVA, RAIMUNDO J>lR&S SEIXAS, LJtVY
Dlt Mzmns, ]AYA CALHAU, ÁLVARO F. 0RPHÃO, lVO
Jost FI!:RJtltiRA, LEONARDO EYNO, DARCY Vt&IR.I\ CARDOIIO,
EDJALM& PI&RR&T J)Jt SOUZ.I\, MIGUEL PAIXÃO, JOAQUIM
G. MARQU1!:6 GONÇALVI!:B e Jo&t CÁNDIDO Dlt AAAÚJO,
ACABOU-SE DE IMPRIMIR
ESTE TERCEIRO VOLUME
DA "ENCICLOPEDIA DOS
M UNICIPIOS BRAS/LEIR OS",
EM 11 DE ]UNHO DE 19 57,
NAS OFICINAS DO SERVIÇO
GRAFICO DO I.B.G.E., EM
LUCAS, D.F. - BRASIL

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