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Localizada no coração da
região Oeste, a Paisagem
Protegida da Serra de
Montejunto, foi criada em
1999 e divide o seu território
entre os concelhos de
Alenquer e Cadaval. Este
projecto tem como objectivo
preservar a sua fauna e flora,
actividades tradicionais e
consequentemente a paisagem
envolvente. Para além das suas
particularidades geográficas e
geológicas, que determinam
um microclima particular,
destacam-se os cenários
construídos pelo homem,
como as extensas vinhas ou os moinhos, memória de uma actividade outrora privilegiada na região e que se
encontra imortalizado no antigo brasão do Cadaval . De referir, que a ocupação desta região pelo homem
remonta ao Neolítico, existindo diversos vestígios arqueológicos que a comprovam.
Os 666 metros da Serra, erguem-se como uma barreira à influência atlântica e constituem o extremo sudoeste
do sistema montanhosos Montejunto-Estrela e do Maciço Calcário Estremenho. Aqui, encontramos o mais alto
miradouro natural da Península Ibérica e que oferece uma panorâmica fantástica, ainda que dependente dos
caprichos meteorológicos.
Para além de ser um local idílico e escape para muitos que buscam momentos de tranquilidade a natureza, a
região é também palco de diferentes actividades desportivas e muito procurada pelos aficionados dos percursos
pedestres, ciclismo e BTT. No ano passado, o Rally de Lisboa também voltou à Serra, para a mítica classificativa
de Montejunto. E claro que também os amantes das duas rodas motorizadas, são actores frequentes nestas
paragens, desfrutando da beleza e adrenalina que as curvas de Montejunto oferecem.
A Serra tem uma vasta riqueza natural e os pontos de interesse são mais que muitos. Escolhemos estes para o
passeio de hoje:
pá g. 1
Miradouro da Cruz Salvé-Rainha
Curiosamente, a designação deste miradouro deve-se ao cruzeiro aqui existente, arquitetura religiosa,
construído no Século XX.”
O clima em Montejunto é realmente caprichoso e já nos aconteceu por várias vezes, termos sol no sopé e ao
subirmos a serra, deparamo-nos com um manto impenetrável de névoa e temperaturas invernais. Nos dias
límpidos a paisagem é fantástica, sendo possível até, avistar as ilhas Berlengas.
pá g. 2
Ruínas do Convento dos Dominicanos e da Capela de N. Sra. das Neves
“No cimo da serra de Montejunto, muito próximo da ermida de Nossa Senhora das Neves, encontram-se
vestígios do primeiro convento da Ordem de São Domingos em Portugal. Construído Inicialmente em 1218,
pouco tempo depois da chegada a Portugal de frei Soeiro Gomes, as ruínas atuais são resultantes da
reedificação (sobre o convento inicial) ocorrida no século XVIII, aquando do regresso dos dominicanos. Apesar de
estar em ruínas é um monumento grandioso a visitar, com os cuidados devidos, dados os perigos que as ruínas
sempre encerram.
Ao longo da encosta pode ser vista a calçada do convento, também do século XVIII para servir a construção e o
uso do convento de Nossa Senhora das Neves. Animais de carga e carroças transportaram materiais de
construção, como as pedras, cantarias, tijolos, telhas e os materiais decorativos, tais como azulejos para forrar
as paredes interiores, bem como os abastecimentos para os trabalhadores e para o uso diário dos frades
dominicanos, que aqui viveram. A calçada terminava na porta de um pátio exterior murado onde eram
descarregadas as mercadorias para serem armazenadas. A Calçada dos Frades, como é conhecida, foi também
usada pelas e pelos romeiros para acesso à capela de Nossa Senhora das Neves, tendo caído em desuso com a
abertura da estrada alcatroada.”
“No cimo da serra de Montejunto, ergue-se a capela de Nossa Senhora das Neves, local de romarias pelo
menos desde os tempos medievais. Sabe-se apenas que a sua construção é anterior à construção do primeiro
convento Dominicano, construído no topo da serra no séc. XIII. Esta capela prima pela simplicidade, possuindo
apenas uma imagem de Nossa Senhora das Neves do séc. XVI, um painel de azulejo, na nave lateral, alusivo à
história da ordem dos dominicanos e um altar-mor em mármore.”
pá g. 3
Antenas
Instalação militar e emissores radiofónicos (RDP).Mesmo no topo da Serra, proporciona vistas e fotografias
magníficas. No horizonte, em dias limpos consegue-se ver de Sintra à Nazaré.
“Localizado na mata de castanheiros, estabelece a ligação entre o complexo da Real Fábrica do Gelo e o Centro
de Interpretação Ambiental. O Parque possui oito mesas, com uma capacidade média de seis a oito pessoas por
mesa. Como estruturas de apoio à sua utilização tem um pequeno bar, sanitários e um pequeno parque infantil.
Dada a sua localização e o facto de estar rodeado por uma magnífica mata de castanheiros, este Parque é o
local de eleição para um piquenique na Serra.
Aos fins de semana este local enche-se de visitantes que aproveitam para descansar do ritmo diário, desfrutando
da paz da natureza envolvente ao mesmo tempo que exploram o passado da Serra, nomeadamente através da
visitação do complexo da Real Fábrica do Gelo e do Centro de Interpretação Ambiental.”
Este parque é de facto um local muito especial, quase mágico e em todas as estações do ano tem os seus
encantos, principalmente quando despido de humanos.
No mesmo recinto, podemos encontrar o Bar da Serra, que passou de uma rústica cabana, para instalações mais
modernas e amplas, mas sempre com a mesma qualidade. Tostas, hambúrgueres e crepes, são as estrelas da
casa.
pá g. 4
pá g. 5
Real Fábrica do Gelo
“A sua construção teve início em 1741, e terá custado entre 40 e 45 mil cruzados, despesa megalómana para a
época, com vista a satisfazer a grande procura de gelo que existia por toda a capital. Representou um grande
avanço na qualidade e higiene do processo utilizado para a “produção” de gelo, dado que este passou a ser
fabricado nos tanques da fábrica e não colhido após o vento o ter amontoado, como sucedia até então.
A sua construção terá tido como principal objectivo colmatar as falhas sistematicamente registadas nos
fornecimentos da Serra do Coentral.
Quase tudo o que se sabe sobre a actividade da Real Fábrica do Gelo deve-se à tradição oral, nomeadamente a
testemunhos de descendentes de pessoas que trabalharam no fabrico do gelo.
Conta-se que quando chegava o mês de Setembro enchiam-se os tanques rasos de água e durante a noite
esperava-se que o frio a congelasse. Quando o gelo se formava, o guarda da fábrica ia a cavalo até à aldeia de
Pragança e, com uma corneta, acordava os trabalhadores. Antes do nascer do sol, num trabalho árduo e duro,
as placas de gelo eram partidas, os fragmentos amontoados e depois carregados para os silos de
armazenamento, onde o gelo era conservado até à chegada do verão.
Na época do calor, decorria a complicada tarefa do transporte até à capital do reino. Primeiro o gelo era
transportado no dorso de animais, para vencer o acentuado desnível da serra. Seguia depois em carroças que o
faziam chegar, o mais rápido possível, aos “barcos da neve” ancorados na Vala do Carregado. Estes barcos
completavam o circuito do gelo, transportando-o até Lisboa, a capital do reino.
Estima-se que a actividade da Real Fábrica do Gelo tenha cessado em finais do Séc. XIX, tendo caído no
esquecimento por quase um século.
O complexo da Real Fábrica do Gelo foi considerado por inúmeros especialistas internacionais “como um caso
único pela originalidade das suas estruturas e pelo razoável estado de conservação”.”
Nunca conseguimos visitar a Fábrica de Gelo porque as visitas são por marcação, depois veio a Covid…
pensámos que seria desta, mas infelizmente encontra-se actualmente fechada para obras de recuperação. Terá
que ficar para a próxima.
pá g. 6
Moinhos
Na Serra de Montejunto, encontramos uma rota dedicada aos moinhos. Por aqui chegaram a existir mais de 50
moinhos. Nos dias de hoje a moagem tradicional já não é uma actividade frequente, embora ainda se encontre
um ou outro resistente. Alguns foram recuperados e destinam-se a actividades turísticas. Mesmo parados, a
imagem dos moinhos a cortarem a paisagem, é deslumbrante.
Destacamos um, o Moinho de Avis. Este gigante, erguido em 1820 foi reabilitado e voltou a laborar, ainda que
ao seu próprio ritmo. Descobrimos recentemente que, é possível visitar o moinho, propriedade do único artesão
certificado no ofício de restauro e manutenção de moinhos de vento em Portugal. Parece também que o Sr.
Miguel (assim se chama o mestre), começou a sua própria produção biológica de cereais e é ali que os mói e
comercializa as suas farinhas.
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Agradecemos aos Motards D’Aviz a forma como receberam a nossa proposta para a organização deste passeio e
esperamos, sinceramente, que gostem desta “Voltinha de Domingo”.
Mário e Cláudia
10/04/2022
pá g. 7