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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

CAMPUS SÃO JERÔNIMO


CURSO: BACHAREL ENGENHARIA DA PRODUÇÃO

b) Função objetivo: A função objetivo é uma função matemática que determina o valor-
alvo que se pretende alcançar ou a qualidade da solução, em função das variáveis de
decisão e dos parâmetros, podendo ser uma função de maximização (lucro, receita,
utilidade, nível de serviço, riqueza, expectativa de vida, entre outros atributos) ou de
minimização (custo, risco, erro, entre outros). Como exemplos, podemos citar:
o Minimização do custo total de produção de diversos tipos de chocolates;
o Minimização do risco de crédito de uma carteira de clientes;
o Minimização do número de funcionários envolvidos em determinado serviço;
o Maximização do retorno sobre o investimento em fundos de ações e de renda fixa;
o Maximização do lucro líquido na fabricação de diversos tipos de refrigerantes.

c) Restrições: As restrições podem ser definidas como um conjunto de equações


expressões matemáticas de igualdade) e inequações (expressões matemáticas de
desigualdade) que as variáveis de decisão do modelo devem satisfazer. As restrições
são adicionadas ao modelo de forma a considerar as limitações físicas do sistema, e
afetam diretamente os valores das variáveis de decisão. Como exemplos de restrições a
serem consideradas em um modelo matemático, podemos citar:
o Capacidade máxima de produção;
o Risco máximo a que determinado investidor está disposto a se submeter;
o Número máximo de veículos disponíveis;
o Demanda mínima aceitável de um produto.
A modelagem de um processo para tomada de decisões, segundo Lachtermacher (2009)
apresenta a vantagem de fazer com que os tomadores de decisão definam claramente os seus
objetivos. Além disso, facilita a identificação e o armazenamento das diferentes decisões que
influenciam os objetivos, propicia a definição das principais variáveis envolvidas no processo de
tomada de decisão e as próprias limitações do sistema, além de permitir maior interação entre o
grupo de trabalho.
Quando os gerentes se veem diante de uma situação na qual uma decisão deve ser tomada
entre uma série de alternativas conflitantes e concorrentes, duas opções básicas se apresentam:
 Usar apenas a intuição gerencial; e
 Realizar um processo de modelagem da situação e exaustivas simulações dos mais
diversos cenários de maneira a estudar mais profundamente o problema.
Até recentemente, a primeira opção se constituía na única alternativa viável, visto que não
existiam nem dados, nem informações sobre os problemas, nem poder computacional para resolvê-
los. Com o advento dos microcomputadores e com o aprimoramento da tecnologia de bancos de
dados, essa deixou de ser a única opção para os tomadores de decisão. Um número cada vez

Disciplina: Modelagem para Tomada de Decisão


Professora: Me. Suzana Rosa
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maior de empresas e tomadores de decisão passou a optar pela segunda alternativa, isto é, pela
elaboração de modelos para auxiliar esse processo. Devemos ressaltar dois fatos relevantes:
 A quantidade de informações disponíveis cresceu exponencialmente nos últimos anos
com o advento da Internet, o que nos levou ao que não acontecia antes: a quantidade de
dados é tão grande que se torna impossível montar modelos com todas essas
informações. Devemos, portanto, separar as informações relevantes das irrelevantes, de
maneira a modelar a situação para que possamos analisá-la.
 Muitos gerentes deixaram de utilizar sua intuição completamente, o que é bastante
prejudicial ao processo de tomada de decisão, pois uma base de conhecimentos pode
estar sendo desperdiçada.
Portanto, recomendamos o uso das duas opções conjuntamente, para melhorar ainda mais
o processo de tomada de decisão. A intuição do tomador de decisão deve ajudá-lo na seleção das
informações relevantes, nos possíveis cenários a serem estudados, na validação do modelo e na
análise de seus resultados.
Processo de Modelagem e Resolução de Problemas
A Pesquisa Operacional auxilia o processo de tomada de decisão com a utilização de
modelos que possam representar o sistema real. Uma vez construído o modelo, a próxima fase
consiste na solução do mesmo por meio de técnicas de Pesquisa Operacional. A solução obtida
precisa ser validada de forma que o objetivo em questão tenha sido atingido. Porém, muitas vezes,
é necessária a revisão de uma das fases anteriores até que as conclusões extraídas do modelo
sejam validadas.
Diversas vantagens podem ser citadas quando o decisor utiliza um processo de modelagem
para a tomada de decisão:
 Os modelos forçam os decisores a tornarem explícitos seus objetivos.
 Os modelos forçam a identificação e o armazenamento das diferentes decisões que
influenciam os objetivos.
 Os modelos forçam a identificação e o armazenamento dos relacionamentos entre as
decisões.
 Os modelos forçam a identificação das variáveis a serem incluídas e em que termos
elas serão quantificáveis.
 Os modelos forçam o reconhecimento de limitações.
 Os modelos permitem a comunicação de suas ideias e seu entendimento para facilitar
o trabalho de grupo.

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Dadas essas características, os modelos podem ser utilizados como ferramentas


consistentes para a avaliação e a divulgação de diferentes políticas empresariais
A Figura 2 apresenta cada uma das fases para elaboração de um estudo em Pesquisa
Operacional. A implementação de cada fase, porém, pode variar em função do tipo de problema e
do ambiente considerado.
Figura 2: Fases do estudo da Pesquisa Operacional

FONTE: Fávero, Belfiore, Silva e Chan (2009).

Cada uma das fases pode ser descrita de acordo como segue:
a) Definição do Problema
Nessa fase, definem-se claramente os objetivos a serem
alcançados e os possíveis caminhos para a solução do modelo.
Essa fase também inclui a definição das limitações técnicas do
sistema, além das relações desse sistema com outros da
empresa ou do ambiente externo.
Podemos entender a tomada de decisão como o processo de
identificação de um problema ou de uma oportunidade e a
seleção de uma linha de ação para resolvê-lo. Um problema ocorre quando o estado atual de uma
situação é diferente do desejado. Já uma oportunidade ocorre quando as circunstâncias oferecem
a chance de um indivíduo ou de uma organização ultrapassar ou alterar seus objetivos ou metas.

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b) Construção do Modelo Matemático


Consiste em um conjunto de equações (função objetivo e restrições de igualdade) e inequações
(restrições de desigualdade) que tem como objetivo otimizar a eficiência do sistema e oferecer
subsídios para que o tomador de decisão identifique as limitações do mesmo. Um problema pode
ser abordado, por exemplo:
o Por meio de modelos de programação linear
o Programação em redes
o Programação binária
o Programação inteira
o Entre outros.

c) Solução do Modelo
Essa fase utiliza diversas técnicas de Pesquisa Operacional para a solução do modelo proposto
na fase anterior. O método Simplex, por exemplo, é um algoritmo bastante popular na resolução de
modelos de programação linear e também pode ser utilizado na resolução de problemas de
programação em redes. A solução de um problema de programação inteira pode ser obtida através
do algoritmo branch-and-bound.
d) Validação do Modelo
Um modelo pode ser considerado válido se conseguir representar ou prever, com precisão
aceitável, o comportamento do sistema em estudo.
e) Implementação dos Resultados
Validado o modelo, a próxima fase consiste na implementação dos resultados que, segundo
Andrade (2009), deve ser controlada e acompanhada por uma equipe responsável, de forma a
detectar e corrigir possíveis mudanças nos valores da nova solução, o que pode fazer com que
algumas partes do modelo sejam reformuladas.
e) Avaliação Final
A última fase consiste em verificar se o objetivo final foi alcançado.

Tipos de modelos
Basicamente, pode-se ter três tipos de modelos: os modelos físicos, análogos e matemáticos
ou simbólicos. Dois exemplos de modelos físicos seriam os de aeronaves e casas utilizados por
engenheiros. O modelo análogo representa as relações usando diferentes meios. Exemplos desse
tipo são os mapas rodoviários, que representam as rodovias de uma região por meio de traços
sobre um papel, e um marcador do tanque de gasolina, que representa, por intermédio de uma
escala circular, a quantidade de gasolina existente no tanque.

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Os mais utilizados na modelagem de situações gerenciais são os modelos simbólicos ou


matemáticos, em que as grandezas são representadas por variáveis de decisão, e as relações
entre essas variáveis, por expressões matemáticas.
Por tais características, esses modelos necessitam informações quantificáveis. Um modelo
simbólico deve conter um conjunto suficiente de detalhes de maneira que:
 Os resultados atinjam suas necessidades.
 O modelo seja consistente com os dados.
 O modelo possa ser analisado no tempo disponível à sua concepção.
Os modelos simbólicos em que uma das variáveis representa uma decisão gerencial a ser
tomada denominam-se modelos de decisão. Geralmente, as decisões são tomadas para que um
objetivo seja atingido. Portanto, nos modelos de decisão, adicionalmente às variáveis de decisão,
em geral é adicionada uma variável que represente uma medida de performance dos objetivos.
Duas características dos modelos simbólicos devem ser ressaltadas:
a) O modelo sempre será uma simplificação da realidade.
b) Os detalhes devem ser incorporados ao modelo de forma cuidadosa, para que:
o Os resultados atinjam suas necessidades.
o Seja consistente com as informações disponíveis.
o Seja desenvolvido e analisado no tempo disponível para tal.
Os modelos simbólicos podem ser classificados de acordo com o nível de incerteza existente
entre as relações das variáveis, como determinísticos ou probabilísticos. Modelos em que todas
as informações relevantes são assumidas como conhecidas (sem incertezas) são denominados
determinísticos. Modelos em que uma ou mais variáveis de decisão não são conhecidas com
certeza são chamados probabilísticos, e essa incerteza deve ser incorporada a eles.
A maneira mais simples de representar um modelo simbólico é denominada modelo
caixa-preta. Nesse tipo de representação, apenas variáveis explicativas (de decisão), parâmetros
e medidas de performance ou consequência são representados (variáveis dependentes). As
relações entre elas são omitidas.
A Figura 3: Representação do modelo Caixa-preta

Fonte: Lachtermacher (2009)

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A figura 4 representa as fases do estudo da Pesquisa Operacional.

Figura 4: Ferramentas da Pesquisa Operacional

FONTE: Fávero, Belfiore, Silva e Chan (2009).

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