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ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

LIÇÃO 07 – Inimigos da família: Influências internas


10 DE MAIO DE 2020

TEXTO-BÁSICO: 2 Coríntios 10:3-7


VERSÍCULO-CHAVE: Efésios 5:18 – “…enchei-vos do Espírito”
LEITURAS DIÁRIAS:
Seg. Gal 5:16-21; Ter. Mat 15:18, 19; Qua. Ef 4:17-24; Qui. Ef 4:25-32; Sex. Gal 5:22-26;
Sáb. Ef 6:10-18; Dom. Fil 2:12-16.

ALVO DA LIÇÃO:
Viver de acordo com o padrão de Deus (Mt 5:16), implica enfrentar inimigos, não
só do mundo, mas também no seio da família. Quantas vezes não guardamos o pior de
nós para os nossos queridos? É no relacionamento entre as pessoas mais queridas que
se configura o palco da batalha espiritual. Precisamos de aprender a identificar e a lidar
com os inimigos que se levantam quando lidamos com a família.

1. Diferenças geram competição


1.1 Diferenças entre famílias
O padrão de Deus não exclui diferenças mas elas podem tornar-se um grande
desafio e embaraço para a família. Há o perigo de um dos cônjuges procurar impor ao
outro, os maus costumes do lar onde foi criado, tentando repetir o que viu em seus pais.
O desejo do poder ou de controlar, desperta inimigos perigosos: a frustração, a
ira, a soberba, o egoísmo … A situação tende a complicar-se numa relação de duas ou
mais pessoas da seguinte forma: quando alguém se submete muitas vezes com
ressentimentos, quando vão acumulando ressentimentos que provocam uma série de
danos psíquicos ou quando assumem a atitude de se defenderem por meio de inúmeras
discussões em que um tenta prevalecer sobre o outro, aumentando muitas vezes o
volume da voz para ganhar espaço/poder. Imaginem o impacto que tudo isto tem,
quando os pais discutem diante dos filhos. É possível que fiquem atemorizados e
comecem a sentir angústia. Não é de estranhar se estes casais forem chamados à escola
porque o seu filho bateu num colega!
O desafio é abandonar esse comportamento e construir outro que supere as
diferenças rumo a algo novo, próprio de uma nova família, fruto do diálogo e da procura
da orientação de Deus, submissos à ação do Espírito Santo. Olhemos para o exemplo de
Rute, que movida pelo amor, submeteu-se aos princípios espirituais da família de seu
marido, superou as diferenças, cuidou da sogra e foi honrada por Deus (Rute 2:11, 12).

Para refletirem em família:


Como se têm comportado em família quando há diferenças de opinião, gosto ou
comportamento? Têm gerado paz ou perturbação nos membros da vossa família? O que
mudar?
1.2 A influência das diferentes pessoas
Além das diferenças entre as famílias de origem, há outros aspetos a serem
considerados, que fazem com que nós reajamos de forma diferente perante situações
semelhantes. Por sermos únicos, somos chamados de “indivíduos”. É natural pensarmos
que a forma mais correta de agirmos perante uma situação é a solução que
apresentámos. Entre os seguidores de Jesus as opiniões também divergiam (Lc 9:46-50;
10:38-42; 22:24).
Quando não aceitamos as diferenças, coisas más se abatem sobre a família: insegurança,
medo, inveja, ciúmes, violência … Entra-se na competição para ver quem sobrevive! Uma coisa
é certa, nas lutas familiares não há vencedores e perdedores – todos perdem, porque onde
houver um vencedor, haverá um derrotado e as consequências são dolorosas.
Lidar com as diferenças é um grande desafio, porque nos obriga a sair da nossa zona de
conforto. Na família cristã os conflitos devem ser administrados de forma a glorificar Deus.
Temos de vencer a tentação de reagirmos com bravura mas sim, com sabedoria e atitudes
corretas (Pv 15:1).

Para refletirem em família:


Procurem admirar as diferenças na família, de forma a enriquecerem os vossos
relacionamentos. Avaliem a forma como lidam com os conflitos. Revelam o espirito de
competição entre os membros da vossa família? Quando o irmão se sente ferido pelo irmão ou
pelo seu cônjuge, como resolvem o assunto?

2. Diferenças podem provocar conflito entre gerações


Na relação entre pais e filhos é importante respeitar cada um dos filhos como
indivíduo, isto é, seres únicos. Deus cria-nos de forma singular (Sl 139:13, 14). Cada filho
deve sentir-se amado e respeitado pelos pais. Esaú e Jacó servem-nos de exemplo, tão
diferentes e amados de forma diferente pelos seus pais (Gn 25:27, 28). Esaú era o filho
predileto do pai por ser caçador. Jacó era o filho preferido da mãe, por ser caseiro (Gn
25:29-34). A história daquela família, cheia de conflitos, lutas e ameaças de morte entre
os irmãos, é do nosso conhecimento, assim como as suas consequências para a paz
familiar. Todo aquele desconforto relacional resultou em conflitos e sofrimento para
todos.
A geração do século XXI, que é a geração dos nossos filhos, é muito diferente da
geração dos pais, nos usos e costumes,formas de vestir, passa tempos, músicas,
penteados, etc. Como cristãos temos de saber distinguir o que é cultural e o que são
princípios e valores bíblicos. Os filhos têm de ter espaço para exercer essa diferença,
sem no entanto, pôr em causa os valores e orientação do Evangelho (I Cort 6:12; 10:23).
Tudo tem as suas fronteiras que evitam escândalos ou provocação.
É preciso avaliar com sabedoria os motivos que nos levam a agir de determinada
forma. O amor com que devemos amar os nossos filhos não deve ser pautado pelo nosso
coração enganoso, mas pelo amor de Deus, que a todos ama sem distinção (João 3:16).

Para refletirem em família:


O vosso relacionamento pais/filhos tem revelado alguns choques ligados às
diferenças de costumes? Como têm ultrapassado o chamado “choque de gerações”?
Têm passado aos vossos filhos esta ideia bíblica de que há valores e princípios
inegociáveis?

3. As diferenças e seu extremo: o individualismo


(Fp 2:4; I Cort 13:4, 5)
O facto de sermos diferentes e vivermos em comunidade, por vezes, obriga-nos
a viver com algum desconforto. O grande desafio de Paulo é que vivamos num corpo
bem ajustado, que cresce para glória de Deus (Ef 4:16). Temos de ser condescendentes
sem abrir mão da nossa individualidade. Não se trata do grande inimigo chamado
egoísmo, que nos pode levar ao extremo: individualismo. Em família falamos no plural:
“NÓS”. Todos procuramos o bem-estar do corpo (família), sem afrontar qualquer um
dos seus membros, respeitando o espaço de cada um, como indivíduo. Querer fazer
tudo pelo nosso bem-estar, sem atentar para o outro, é expressão do desejo de
autonomia e independência que tentam os seres humanos desde Adão e Eva (2 Cort
11:3).
Em família, tal como no corpo, impor, não é o caminho mais sábio porque a
imposição podem gerar rejeição. A família é um “centro de mutualidade”. Não podemos
sacrificar tudo em nome da felicidade dos filhos. Não nos podemos deixar conduzir por
um coração enganoso (Jr 17:9), que impelido pelo desejo de satisfazer-se, pensa
erradamente que está a promover a felicidade da família.

Para refletirem em família:


Fiquemos atentos às sementes da autonomia e individualismo no seio da família.
Na vossa família há manifestações de individualismo? A maneira como lidam com os
filhos na procura das suas realizações pode trazer-lhes alguns males? Os seus filhos
manifestam tendências exageradas de individualismo? Como os educar para não caírem
nesse erro?

CONCLUSÃO
Ao pensarmos nas relações familiares, temos de considerar alguns aspetos que
influenciam a tomada de decisões, na expectativa de termos uma boa relação e
cuidado/ajuda de cada um. Onde há diferenças, podem haver conflitos ou diferença de
opiniões. As famílias precisam de relacionamentos seguros e estáveis com capacidade
de encontrar caminhos para a solução dos problemas. Que Deus abençoe a vossa
família!

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