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CURSO DE EXTENSÃO ARTE AFRO – BRASILEIRA E AFRICANA

Profª. Cristina Pierre de França

FICHA DE AVALIAÇÃO 1 e 2

ALUNO: Jéssica Ramos da Silva Dantas

e-mail: Jessica.rdantas@yahoo.com.br

Artista afro-brasileiro ( x ) Nome do Artista: Jorge dos Anjos


Artista africano( ) Nacionalidade: Brasileiro
Artista afro- caribenho( ) Meio artístico: Artes Plásticas (Pintor, Escultor e Desenhista)
Artista afro-americano:
Norte ( ) Central ( ) Sul ( )
Pequena biografia do artista:

 Nasceu: Ouro Preto, MG (30/04/1957)

Pintor, escultor e desenhista. Inicia sua formação artística ainda menino, na Fundação de Arte de Ouro
Preto, onde estuda com Nuno Mello, Ana Amélia e Amilcar de Castro. Suas obras têm sempre como
referência básica elementos minerais. Sofre influência do imaginário africano em suas esculturas em ferro
oxidado e no óxido gravado nas telas. Desde 1993 tem realizado experiências na área do design, criando
luminárias com estrutura metálica e nylon translúcido, que conservam muito de sua linguagem como
escultor.

Seu nome está vinculado à participação e colaboração em festivais de arte negra.


Obra escolhida: Ficha técnica Imagem da obra/ referência de onde foi disponibilizada
Categoria da Obra: Esculturas e Gravuras
Nome da obra: Ferradura - Exposição - Gravuras a
Ferro e Fogo
Autor: Jorge dos Anjos
Data da obra: 2014
Dimensões:
Local da obra: Museu de Artes Murilo Mendes
Técnica/materiais utilizados: Ferro, fogo, Forja e
ferretes, borracha recortada, estruturas metálicas.
Ano de execução: 2006 / 2014 MAMM. Museu de Artes Murilo Mendes. Jorge dos
Anjos – A Ferro e Fogo (Esculturas e Gravuras). Juiz de
Fora – MG, 2018. Disponível em:
<http://www.museudeartemurilomendes.com.br/r/201
8/09/24/a-ferro-e-fogo-esculturas-e-gravaduras/ >
Acesso em: 14/02/2019.
Análise crítica e comentários sobre a obra

O que amplia o sentido dos signos geométricos para além da condição de emblemas de uma
racionalidade, sacra ou profana, tomada como modelo a ser atingido. Embora esteja imbuída de
significados culturalmente localizados, aludindo tênue e ambiguamente a mitologias por vezes
opostas, a geometria procura se afastar tanto do idealismo do projeto construtivo moderno,
quanto da estabilidade mágico-religiosa de matriz africana. É dúbia a razão que opera, são
imprecisos os mitos a que se refere.
Vital, essa pulsante geometria é, ao mesmo tempo, um indício do processo de vir-a-ser da obra e
um elemento propulsor de sua fruição, evidenciando uma plasticidade a envolver matérias,
linguagens, sujeitos. Além de encantar com seus jogos espacialmente dinâmicos, irredutíveis
apenas ao tato ou à visão, de instigante corporeidade, as obras de Jorge dos Anjos nos fazem ver
que seu construtivismo é quase libidinal. Assim como pode ser construtiva a libido. (CONDURU,
2009).

As obras de Jorge dos Anjos são baseadas na geometria Afro-Brasileira, a partir das ideias e influências da
religiosidade sobre a perspectiva de ancestralidade, além de trazer o paradigma da imagem do ferro. Ferro
esse que além da poética da memória marca, também, o que fora vivenciado em tempos coloniais pelos
africanos escravizados e seus descendentes, “a marca com ferro em brasa na pele suspende-se na parede,
e o ferro dança a volta dobrando-se à alegria da liberdade de criar”.
Todas suas obras e a priori está referenciada traz a simbologia religiosa marcada pelo imaginário e
indumentárias dos orixás. Contudo, o artista traz uma inquietude implícita não apenas nesta obra, mas
que traduz em todas as outras e que vai sendo impressa sempre com um discurso de liberdade favorecido
por sua contemporaneidade.
Uma percepção ainda mais interessante é de que a forma e materiais que o artista utiliza para produzir as
obras evidenciam ainda mais a ideia de que a obra tem vida, ela se molda conforme o artista trabalha, não
sendo estabelecida anteriormente, uma forma exata de como será. Ou seja, a criação vai sendo assim “ao
minimizar o controle do artista sobre o processo produtivo e seus resultados, os tornando um tanto
abertos ao acaso” (CONDURU, 2009), traz, porém, influências fortes em seus traços, riscos do universo
Afro, linhas muito similares aos moldes Nagôs.
Por fim, esta obra tem um significado bem abrangente tanto para se referir aos maus tratos, quanto para a
religiosidade dos africanos e afro-brasileiros. Porém, principalmente, pode-se principalmente através do
próprio discurso do artista identificar não só a liberdade de fazer a obra, mas principalmente o sentido de
ser livre, de estar livre, tanto para suas expressões religiosas quanto para criar.

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