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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA


DIRECÇÃO PROVINCIAL DE LUANDA DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO POLITÉCNICO 2039 “30 DE SETEMBRO”

MANUAL DE REGRAS GERAIS


DE ESTILO E FORMATAÇÃO DE
TRABALHOS ACADÉMICOS

LUANDA
REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA
DIRECÇÃO PROVINCIAL DE LUANDA DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO POLITÉCNICO 2039 “30 DE SETEMBRO”

MANUAL DE REGRAS GERAIS DE


ESTILO E FORMATAÇÃO DE
TRABALHOS ACADÉMICOS
FOLHA DE ROSTO

ORGANIZADO POR:

M.Sc. José Tchissingui Inácio


Lic. Daniel Tomás Quissanga

COMISSÃO TÉCNICA

M.Sc. Salomão C. André Pinge


Lic. Tavares Cariongo Garcia

REVISADO POR:

Lic. Jorge Manuel Bartolomeu (Presidente da Comissão),


Lic. Aderson Cangahi,
B.Sc. Salulua Mankangila

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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO ...........................................................................................................................i
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................... 1
I. REGRAS METODOLÓGICAS GERAIS .................................................................................. 2
1.1. Orientações gerais da área tecnológica integrada ........................................................... 2
1.2. Docência da área tecnológica integrada (ATI) ................................................................. 3
1.3. Projecto tecnológico e sua articulação com a orientação e o estágio ............................. 3
1.3.1. Projecto tecnológico (PT) .......................................................................................... 3
1.3.2. Orientação de especificação (OE) ............................................................................ 4
1.3.3. Estágio ....................................................................................................................... 4
1.3.4. Prova de aptidão profissional (PAP) ......................................................................... 4
II. PROJECTO DE PESQUISA .................................................................................................... 5
2.1. Como elaborar um projecto de pesquisa? ........................................................................ 5
2.2. Função do projecto de pesquisa ....................................................................................... 6
2.3. Tipos de pesquisa ............................................................................................................. 6
III. NORMAS GERAIS DE FORMATAÇÃO .............................................................................. 8
3.1. Forma gráfica do texto acadêmico.................................................................................... 8
3.1.1. Tamanho do papel: A4 (210 x 297 mm).................................................................... 8
3.1.2. Tipo, tamanho e estilo da fonte usada no texto ........................................................ 8
3.1.3. Configuração de página ............................................................................................ 8
3.1.4. Formatação da configuração das margens da página ............................................. 9
3.1.5. Parágrafos, espaçamentos e alinhamentos .............................................................. 9
3.1.6. Numeração de páginas ou paginação .................................................................... 10
3.1.7. Estruturação do trabalho escrito ............................................................................. 10
IV. ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DO PROJECTO DE PESQUISA .............................. 11
4.1. Tema ............................................................................................................................... 11
4.2. Introdução ....................................................................................................................... 11
4.2.1. Justificação do tema ................................................................................................ 12
4.2.2. Delimitação do tema ................................................................................................ 12
4.2.3. Formulação do Problema ........................................................................................ 12
4.2.4. Formulação de Hipótese ......................................................................................... 12
4.2.5. Objectivos ................................................................................................................ 12
4.3. Fundamentação teórica .................................................................................................. 13
4.3.1. Importância da citação ............................................................................................ 13
4.4. Metodologia e técnicas ................................................................................................... 15
4.5. Resultados e discussão .................................................................................................. 16
4.6. Conclusões...................................................................................................................... 16
V. BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 17
ANEXOS......................................................................................................................................... 18

ii
APRESENTAÇÃO

O presente Manual de Regras Gerais de Estilo de Formatação de Trabalhos Académicos


(MRGEFTA) é uma propriedade do Instituto Politécnico 2039 “30 de Setembro”, que tem
como objectivo sistematizar as regras da 7ª edição de 2020, da APA (American Psychological
Association), relativas ao estilo de escrita, estrutura, conteúdo e formatação de todos os
trabalhos académicos e de conclusão de curso (TCC), auxiliando os nossos alunos,
orientadores e demais utilizadores na estruturação dos trabalhos, seguindo uma
padronização internacional amplamente usada, facilitando a elaboração e publicação dos
trabalhos académicos, em geral, e de conclusão de curso, em particular, dando credibilidade
e visibilidade aos autores e à Instituição junto à comunidade académica e científica.

A educação e a formação são princípios que se encontram consubstanciados na Lei de


Bases do Sistema de Ensino, sendo para o efeito, factores essenciais e determinantes para o
desenvolvimento dos indivíduos, nas suas dimensões pessoal e social, e para a sua plena
integração e participação na vida e na evolução das sociedades.

Assim, o sistema de ensino deve responder às necessidades resultantes da realidade social,


contribuindo para o desenvolvimento pleno e harmonioso da personalidade dos indivíduos,
incentivando a formação de cidadãos livres, responsáveis, autónomos e solidários e
valorizando a dimensão humana do trabalho (LÜDKE e ANDRÉ, 1986).

Hoje, confrontamo-nos com uma franca e acelerada transformação social, com novas
exigências profissionais e tecnológicas, e vivemos cada vez mais um ambiente de
multiculturalidade. Estes factores, inerentes às actuais sociedades desenvolvidas, imprimem-
lhes não só alguma dimensão de incertezas imediatas, como crescentes necessidades de
mobilidade e de adaptabilidade por parte dos seus cidadãos. É neste contexto de grandes
desafios que todo o sistema de ensino, em geral, e o das formações qualificantes, em
particular, têm um papel preponderante e fundamental a desempenhar.

É ponto assente que, nos últimos anos, Angola tem feito um esforço de qualificação da sua
população estudantil em todos os níveis de ensino, no sentido de procurar recuperar o atraso
em relação aos outros países do mundo em vias de desenvolvimento. Tendo em
consideração esta realidade, e o que ela representa em termos sociais e de desenvolvimento
económico e cultural do nosso País, deparamo-nos com a enorme percentagem de jovens
que ingressam no mundo do trabalho sem quaisquer qualificações profissionais. Este
problema nacional constitui-se como um desafio que se coloca ao sistema de ensino, que
tem procurado dar resposta através de um leque diversificado de ofertas formativas
profissionalmente qualificantes, entre as quais se destacam os cursos tecnológicos oferecidos
pelos institutos politécnicos.

Deste modo, estas formações qualificantes apresentam uma estrutura curricular que exige
uma nova organização/funcionamento e dinâmica por parte dos institutos. É neste contexto
que se considerou pertinente a elaboração de um documento por parte do IP 30 Setembro
que orientasse o trabalho dos alunos e professores que agora se apresenta, procurando
incrementar uma verdadeira identidade no ciclo de estudos de nível secundário, através de
uma educação e formação sólidas, que valham por si próprias, os novos cursos tecnológicos
assumem, desta forma, uma natureza terminal num percurso educativo, proporcionando aos
jovens, num horizonte mais imediato, uma inserção qualificada no mercado de trabalho.
1
I. REGRAS METODOLÓGICAS GERAIS

Com o objectivo de padronizar os trabalhos académicos e de conclusão de cursos,


abordaremos à seguir, todos os passos para o desenvolvimento da normalização dentro dos
padrões da American Psychological Association (APA – MENDES, 2019).

O projecto de pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Electricidade e


Instalações Eléctricas e Informática do Instituto Politécnico 2039 “30 de Setembro”, é um
documento no qual o aluno organiza e planeia as suas ideias com a finalidade de executar
uma pesquisa científica, para concluir o seu curso de técnico médio, como garante de uma
maior mobilidade e adaptabilidade dos alunos ao mundo do trabalho, a mesma é, nestes
cursos, complementada por um aprofundamento e desenvolvimento das competências-base,
no último ano da formação, visando a preparação e orientação para um dado sector de
actividade, para uma profissão ou para uma família de profissões, através de cada uma das
orientações de especificação que cada curso oferece, na 13ª classe, facilitando assim uma
mais adequada e directa integração na vida profissional.

Considerando, ainda, uma área curricular não disciplinar, o projecto tecnológico (PT), de
natureza inter e transdisciplinar, estes cursos promovem o desenvolvimento de um conjunto
de competências sociais, entre outras, em domínios como a capacidade de cooperar, de
trabalhar em equipa e de assumir novos papéis indispensáveis à integração do aluno num
mundo do trabalho em constante mutação, integrando, também, uma componente de
formação em contexto de trabalho (Estágio), à semelhança do que acontece nos novos
cursos profissionais. Assim, estes cursos permitem que se promova o desenvolvimento,
supervisionado, de competências e de práticas profissionais sendo proporcionadores de
experiências de carácter sócio-profissional que facilitam a futura integração dos jovens no
mundo do trabalho. Esta formação em contexto de trabalho pode ser realizada numa
qualquer entidade de estágio.

Com vista a aliar rigor e exigência a uma maior visibilidade interna e externa destas
formações tecnológicas, os cursos tecnológicos devem integrar, ainda, tal como os cursos
profissionais, uma prova de aptidão final (Prova de Aptidão Profissional - PAP).

1.1. Orientações gerais da área tecnológica integrada

A Área Tecnológica Integrada (ATI) faz parte do plano curricular da 13ª classe dos novos
cursos tecnológicos e integra a área não disciplinar que envolve, Projecto Tecnológico (PT), a
Orientação de Especificação (OE) e o Estágio (LÜDKE e ANDRÉ, 1986).

A ATI, da responsabilidade dos docentes de Orientação de Especificação, pretende articular


as aprendizagens adquiridas nas disciplinas científicas e tecnológicas ao longo da 10ª, 11ª e
12ª classe com as aprendizagens mais específicas nesta fase de Especificação Curricular
(13ª classe). Por outro lado, esta área curricular permite um fluxo recíproco de informação e
aprendizagem entre a escola e o mundo do trabalho. De facto, a organização desta área
tecnológica integrada permite uma relação estreita entre as aprendizagens efectuadas em
contexto escolar e as aprendizagens efectuadas em contexto de trabalho (empresa,
instituição, etc.).

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1.2. Docência da área tecnológica integrada (ATI)

A docência da Área Tecnológica Integrada cabe a diferentes actores, havendo um professor


de Projecto Tecnológico, um responsável pela orientação de especificação e um que
acompanha o Estágio.

Tendo em consideração que as componentes da Área Tecnológica Integrada se revestem de


uma natureza formativa claramente dirigida para uma profissão ou família de profissões, é
desejável que os docentes responsáveis por esta área detenham perfis adequados.

1.3. Projecto tecnológico e sua articulação com a orientação e o estágio

O projecto tecnológico, área curricular não disciplinar, tem uma carga horária anual, cuja
gestão também é da responsabilidade da escola, dependendo a sua distribuição semanal do
período em que o Estágio, para cada turma, vai ocorrer.

A orientação de especificação faz parte da Área Tecnológica Integrada e permite o


aprofundamento e o desenvolvimento das competências-base tendo em vista a preparação e
orientação para um dado sector de actividade, para uma profissão ou para uma família de
profissões. Deve ainda referir-se que o orientador de especificação não constitui, nem tal
seria possível, uma especialização, mas contribui de forma importante para a aprendizagem
das competências consideradas necessárias para o exercício de actividades profissionais
qualificadas.

Esta disciplina tem uma carga horária anual, cuja gestão é da responsabilidade da escola,
dependendo a sua distribuição semanal do período em que o Estágio, para cada turma, vai
ocorrer.

Quando a realização do estágio ocorre durante o ano lectivo em simultâneo com o


desenvolvimento da parte escolar do curso, a leccionação da orientação de especificação,
assim como a do projecto tecnológico, serão interrompidas durante o período em que decorre
o estágio. Assim a orientação de especificação e o projecto tecnológico são distribuídos pelas
restantes semanas.

1.3.1. Projecto tecnológico (PT)

O projecto tecnológico é uma área curricular de natureza interdisciplinar e transdisciplinar,


que visa a realização de projectos concretos por parte dos alunos, com o fim de desenvolver
nestes, uma visão integradora do saber e de promover a sua aproximação ao mundo do
trabalho. É uma área em que os alunos deverão mobilizar e integrar competências
desenvolvidas no âmbito das diferentes disciplinas, quer tecnológicas, quer científicas ou
gerais, do seu plano de estudo, para resolverem problemas relacionados com o curso
tecnológico e a especificação que escolheram (LÜDKE e ANDRÉ, 1986).

Numa primeira fase, os referidos produtos deverão ser concebidos e desenvolvidos por
pequenos grupos de alunos, sendo a metodologia utilizada a do trabalho de projecto.

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Numa segunda fase, os trabalhos a desenvolver deverão ser preferencialmente individuais,
servindo de suporte à sua visão e interesses correspondentes ao sector profissional que
escolheram.

1.3.2. Orientação de especificação (OE)

Esta área curricular não disciplinar de orientação de especificação constitui um espaço e um


tempo curriculares na qual, sem se substituir ao trabalho desenvolvido nas outras disciplinas,
os alunos se possam relacionar com o conhecimento através de realizações concretas. Neste
sentido, os projectos a desenvolver devem, sobretudo, basear-se em experiências que não
podem deixar de estar associadas à observação sistemática, à formulação e testagem de
hipóteses, assim como à análise e interpretação de factos e fenómenos do mundo
tecnológico real.

Assim, a orientação de especificação será um tempo curricular privilegiado para que os


alunos possam desenvolver o seu trabalho final do curso, que será objecto de apresentação
e discussão públicas através de uma Prova de Aptidão Profissional (PAP).

1.3.3. Estágio

Entende-se por Estágio o desenvolvimento supervisionado, em contexto real de trabalho, de


práticas profissionais inerentes a determinado curso tecnológico e especificação.

O Estágio visa de entre os vários objectivos:

a) Desenvolver e consolidar, em contexto real de trabalho, os conhecimentos e as


competências profissionais adquiridos durante a frequência do curso;

b) Proporcionar experiências de carácter sócio-profissional que facilitem a futura


integração dos jovens no mundo do trabalho;

c) Desenvolver aprendizagens no âmbito da saúde, higiene e segurança no trabalho.

O Estágio realiza-se numa entidade pública ou privada, designada por entidade de estágio,
na qual se desenvolvem actividades profissionais relacionadas com a área de formação do
curso tecnológico e da Especificação em causa. É supervisionado pelo Professor Orientador
de Estágio, em representação da escola, e pelo Monitor, em representação da entidade de
estágio e deverá orientar-se para uma das saídas profissionais correspondentes à
Especificação, ou Variante, caso exista.

1.3.4. Prova de aptidão profissional (PAP)

A Prova de Aptidão Profissional (PAP) consiste na defesa, perante um júri, de um produto


que assume a forma de objecto ou produção escrita, ou de outra natureza, e do respectivo
relatório de realização, os quais evidenciam as aprendizagens profissionais adquiridas pelo
aluno. Esta prova reflecte o trabalho desenvolvido no âmbito da ATI em articulação com as
restantes disciplinas, pelo que o aluno só a pode realizar quando tiver obtido o
aproveitamento em todas as componentes da referida área (LÜDKE e ANDRÉ, 1986).

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O produto, objecto ou produção escrita, ou de outra natureza, bem como o respectivo
relatório de realização a defender na PAP são presentes ao júri até quinze (15) dias úteis
antes da data de realização da prova.

A PAP tem a duração máxima de 50 minutos (sendo 20 minutos para os alunos e 30 minutos
para o júri) e realiza-se, de acordo com o calendário a definir pelo Instituto, no final das
actividades lectivas e/ou no final da realização do Estágio.

A preparação da PAP desenvolve-se do seguinte modo:

1) Elaboração do projecto pelo aluno e sua aprovação pelos docentes da ATI;


2) Desenvolvimento do projecto proposto, sob a orientação do professor da OE;
3) Redacção, por parte do aluno, do relatório de realização do produto;
4) Entrega dos elementos a defender na PAP à Coordenação do Curso.

O júri da PAP é constituído pelos seguintes elementos:

a) Presidente de mesa, que preside;


b) Primeiro vogal (Arguente);
c) Segundo vogal (Professor da OE);

A informação complementar para a sua realização encontra-se no Regulamento da Prova de


Aptidão Profissional.

II. PROJECTO DE PESQUISA

2.1. Como elaborar um projecto de pesquisa?

A elaboração de qualquer projecto depende de dois factores fundamentais:

 A capacidade de construir uma imagem mental de uma situação futura;


 A capacidade de conceber um plano de acção a ser executado num tempo
determinado que vai permitir a sua realização.

Segundo Churchman (1971), toda pesquisa começa: pela elaboração do seu projecto. Sem
isso, a pesquisa já estaria comprometida de saída, pois seria o mesmo que fazer uma viagem
sem conhecimento de seu caminho. Iniciar uma pesquisa sem projecto é apostar alto demais
na improvisação (...).

O projecto funciona como uma visão antecipada, um planeamento dos passos que serão
dados pela pesquisa e, planear significa traçar um curso de acção que podemos seguir para
que nos leve às nossas finalidades desejadas. (CHURCHMAN, 1971)

Numa pesquisa, nada se faz ao acaso. Desde a escolha do tema, fixação dos objectivos,
determinação da metodologia, colecta dos dados, a sua análise e interpretação para a
elaboração do relatório final (trabalho de conclusão de curso ou monografia), tudo é previsto
no projecto de pesquisa.

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Um projecto de pesquisa deve, portanto, responder às seguintes questões clássicas
(Tabela 1):

Tabela 1 – Modelo de Plano de Acção – Ferramenta 5w2h (what, why, where, who, when, how many
e how much) aplicada a pesquisa (SILVA, 2004)
Tipo Modelo 5W2H Descrição
Assunto O quê? TEMA E TITULO
OBJECTIVO GERAL
Objectivo Para quê?
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
Justificação Por quê? JUSTIFICAÇÃO
Método Como? METODOLOGIA
Formulação do Problema FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Hipóteses FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES
Local Onde? DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
Sequência Quando? CRONOGRAMA
Custo Quanto? ORÇAMENTO
Fonte: Silva, 2004

Projectar é antever e metodizar as etapas ou fases para a operacionalização de um trabalho.


Assim, o trabalho científico exige a construção prévia de um instrumento técnico - o projecto
de pesquisa - que conduza à acções orientadas para um fim e mantidas sobre uma base de
recursos humanos, técnicos, materiais e humanos.

O projecto, portanto, serve de guia para a execução da pesquisa e deve enfrentar algumas
questões: o que será pesquisado? (Tema), por que a pesquisa é necessária? (Justificação e
Objectivos), como será pesquisado? (Metodologia e Procedimentos), que recursos humanos,
intelectuais, bibliográficos, técnicos, instrumentais e financeiros serão mobilizados? Em que
período?

Previstas e respondidas essas perguntas, o projecto cumprirá as suas funções.

2.2. Função do projecto de pesquisa

“A função do projecto de pesquisa é de esclarecer o objectivo principal do trabalho e o


caminho (método) para se atingi-lo” (SANTAELLA, 2001, p. 150).

Fornecer todos os elementos importantes para que se julgue a importância, pertinência e


suficiência do trabalho para o contexto em que se insere.

Impor uma disciplina de trabalho não só na ordem dos procedimentos lógicos, mas, também,
em termos de organização do tempo, de sequência de roteiros e cumprimentos de prazos.

2.3. Tipos de pesquisa

"Podemos entender que são diversas as formas de estudar sistemática ou cientificamente um


objeto específico e são, portanto, diferenciados os métodos e os tipos de pesquisa mais
relevantes" (HÜBNER, 2001 p. 35).

Segundo Gil (2008), as pesquisas científicas classificam-se de duas maneiras: quanto aos
objectivos e quanto aos procedimentos.

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 Quanto aos objectivos

1. Pesquisa exploratória: permite proporcionar maior familiaridade com o problema


(explicitá-lo). Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas
experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa
bibliográfica e estudo de caso.

2. Pesquisa descritiva: permite descrever as características de determinadas


populações ou fenômenos. Uma de suas peculiaridades está na utilização de técnicas
padronizadas de colecta de dados, tais como o questionário e a observação
sistemática. Ex.: pesquisa referente à idade, sexo, procedência, eleição etc.

Nesse tipo de pesquisa, o cientista observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou


fenómenos, mas não os manipula; o pesquisador não interfere ou controla as possíveis
variáveis interferentes na ocorrência estudada.

3. Pesquisa explicativa: permite identificar os factores que determinam ou que


contribuem para a ocorrência dos fenômenos. É o tipo que mais aprofunda o
conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso, é o
tipo mais complexo e delicado.

 Quanto aos procedimentos técnicos

1. Pesquisa bibliográfica: é desenvolvida com base em material já elaborado,


constituído principalmente de livros e artigos científicos. Não recomenda-se trabalhos
oriundos da internet.

2. Pesquisa documental: é muito parecida com a bibliográfica. A diferença está na


natureza das fontes, pois esta forma vale-se de materiais que não receberam ainda
um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objectos da pesquisa. Além de analisar os documentos de “primeira mão”
(documentos de arquivos, igrejas, sindicatos, instituições etc.), existem também
aqueles que já foram processados, mas podem receber outras interpretações, como
relatórios de empresas, tabelas etc.

3. Pesquisa experimental: quando se determina um objecto de estudo, selecciona-se


as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, define-se as formas de controlo e de
observação dos efeitos que a variável produz no objecto.

A pesquisa experimental caracteriza-se pela manipulação directa das variáveis envolvidas ou


relacionadas ao objecto estudado, buscando identificar e estabelecer uma relação funcional
entre as variáveis intervenientes, realizando o que podemos chamar de experiência.

4. Levantamento: é a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja


conhecer. Procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de
pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise
quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados. Quanto
o levantamento recolhe informações de todos os integrantes do universo pesquisado,
tem-se um censo.

5. Estudo de campo: procura o aprofundamento de uma realidade específica. É


basicamente realizada por meio da observação directa das actividades do grupo
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estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e
interpretações do ocorrem naquela realidade.

A pesquisa de campo consiste em investigar e colectar informações no local em que ocorrem


os fenómenos estudados, colocando o pesquisador em contacto directo com as variáveis
interferentes e com o fenómeno como um todo. O seu objectivo é determinar as relações
causais do processo estudado.

Nesta classe de pesquisa pode-se utilizar enquanto recursos para a obtenção


de dados e informações a observação, as entrevistas ou ainda os
questionários. A pesquisa-acção é um tipo de pesquisa na qual o
pesquisador participa activamente no processo de levantamento de
informações, participando junto aos sujeitos da pesquisa, no levantamento e
avaliação dos problemas e questões envolvidas (HÜBNER, 2001 p. 38)

6. Estudo de caso: consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objectos,


de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.

Segundo HÜBNER, (2001 p. 45):

O estudo de caso caracteriza-se pelo registo de dados de um caso específico


ou de vários casos com o objectivo de se organizarem criticamente ou
avaliarem os relatórios de uma experiência para, através destes dados, se
tomarem decisões ou proporem estratégias de intervenção.

7. Pesquisa - Acção: um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e


realizada em estreita associação com uma acção ou com a resolução de um problema
colectivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do
problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 1986,
p.14).

III. NORMAS GERAIS DE FORMATAÇÃO

3.1. Forma gráfica do texto acadêmico

3.1.1. Tamanho do papel: A4 (210 x 297 mm)

3.1.2. Tipo, tamanho e estilo da fonte usada no texto

Título: times new roman tamanho 16 - estilo: negrito


Capítulo: times new roman tamanho 14 - estilo: negrito
Texto geral: times new roman tamanho 12 - estilo: normal
Subtítulos: times new roman tamanho 12 - estilo: negrito
Citação em parágrafo distinto (citação directa): times new roman 10 - estilo: normal

3.1.3. Configuração de página

Margem superior: 3,0 cm


Margem inferior: 2,0 cm
Margem esquerda: 3,0 cm (justificado)
Margem direita: 2,0 cm (justificado)

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3.1.4. Formatação da configuração das margens da página

A página para a redacção do texto, deve-se apresentar margens padronizadas, nas partes
superior, inferior, esquerda e direita (Figura 1).

Figura 1 – Formatação da configuração das margens

3.1.5. Parágrafos, espaçamentos e alinhamentos

Para o texto, deve-se iniciar sem recuo na primeira linha, com alinhamento justificado, e
espaçamento 1,5 pt (Figura 2).

Figura 2 – Formatação de espaçamento entre linhas

Para os subtítulos, o espaçamento deve ser simples com 12 pt. antes e depois sem o recuo
na primeira linha. Para isso, vá a Parágrafo – Espaçamento, e inclua 12 pt. antes e 12 pt.
Depois (Figura 2).

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Figura 2 – Formatação do texto e tamanho da letra

Com relação à lista de bibliografias, a fonte é 12 com espaçamento simples entre as linhas da
referência. Entre uma bibliografia e outra, deixam-se 12 pt de espaço.

3.1.6. Numeração de páginas ou paginação

A paginação utilizada a partir da folha de rosto, incluindo todos os pré-textuais deve ser
contada sequencialmente, e numerada em romano. A numeração em algarismos arábicos é
colocada a partir da primeira folha da parte textual (introdução), no canto inferior direito da
folha, a 2 cm da borda inferior. Se o trabalho tiver mais de um volume, as folhas devem ter
numeração contínua. Havendo apêndice, e anexo, as suas folhas devem ser numeradas de
maneira contínua dando segmento à do texto principal.

3.1.7. Estruturação do trabalho escrito


Tabela 2 – Elementos da estrutura de trabalho científico
ESTRUTURA ELEMENTOS
Capa (obrigatório)
Folha de rosto (obrigatório)
Ficha catalográfica (obrigatório)
Folha de aprovação (obrigatório)
Dedicatória (opcional)
Agradecimentos (opcional)
Pré-textuais Epígrafe (opcional)
Resumo (obrigatório)
Lista de figuras (opcional)
Lista de tabelas (opcional)
Lista de abreviaturas e siglas (opcional)
Índice (obrigatório)
Introdução
Fundamentação teórica
Textuais Metodologia e técnicas
Resultados e discussão
Conclusões
Bibliografia (obrigatório)
Pós-textuais Anexos (opcional)

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Figura 4 – Representação esquemática dos elementos de um trabalho científico

IV. ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DO PROJECTO DE PESQUISA

4.1. Tema

O tema é o assunto que se deseja estudar e pesquisar (MARCONI e LAKATOS, 2003). O


tema de pesquisa é necessariamente amplo e define bem o assunto sobre o qual se deseja
realizar a pesquisa. O tema deve ser definido entre o aluno e os docentes da ATI.

Para Santaella (2001. p. 156):

Um tema surge quase sempre de uma intenção ainda imprecisa, vaga e


geral. Porém, a indefinição inicial de um tema é normal, pois o que importa
não é o seu modo de ser, mas a elaboração que deve ser realizada para que
ele vá ganhando concretude, precisão e determinação.

4.2. Introdução

Na introdução consiste em fazer uma breve apresentação do trabalho, mostrando de


forma clara as suas inquietações e questionamentos, com o objectivo de captar a
atenção do leitor, seja ele um técnico ou um leigo no assunto, comportando os
seguintes elementos:

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4.2.1. Justificação do tema
A justificação do tema visa destacar a importância da pesquisa proposta, tanto no campo da
teoria quanto no da prática, para a área de conhecimento em que a pesquisa é desenvolvida.
Ela deve responder as perguntas: Por que se deseja fazer a pesquisa? Por que a pesquisa é
relevante? Qual a sua importância? Quais as suas contribuições?

4.2.2. Delimitação do tema


A delimitação do tema permite determinar e delimitar o problema de pesquisa, implica
conhecimento do fenómeno seleccionado para estudo, ou seja, o que se quer estudar
(objecto de estudo) e estabelece a demarcação espaço/temporal: localização do objecto e
período ou época em que o objecto será estudado”.

4.2.3. Formulação do Problema


O problema de pesquisa é um enunciado interrogativo que deve apresentar certa
originalidade. Portanto, não se deve insistir em problemas já conhecidos e estudados, salvo
se forem incluídos novos pontos de vista.
Um problema de pesquisa não pode estabelecer juízos de valor sobre o que é melhor ou pior
numa situação social, deve referir-se a fenómenos observáveis, possíveis de verificação
empírica e não deve referir-se a casos únicos e isolados, por isso, deve ser representativo e
passível de ser generalizado.

4.2.4. Formulação de Hipótese


A hipótese é uma resposta antecipada, suposta, provável e provisória que o pesquisador
lança e que funcionará como guia para os passos subsequentes do projecto e do percurso da
pesquisa. Se o problema tem uma forma interrogativa, a hipótese tem uma forma afirmativa.
Não se trata, entretanto, de uma afirmação indubitável, mas apenas provável. Funciona como
uma aposta do pesquisador de que a resposta a que o desenvolvimento da pesquisa levará
será a mesma ou estará muito perto da resposta anunciada na hipótese.

4.2.5. Objectivos
Nesta etapa, o autor apresenta os objectivos que o trabalho pretende atingir relacionados às
contribuições que pretende trazer. Serão extraídos a partir dos problemas levantados
anteriormente. Verbos usados na elaboração dos objectivos devem ser utilizados no infinitivo.
“Tem por finalidade elucidar uma situação; aprofundar um tema; oferecer subsídios para sua
área de estudos; analisar, discutir e até mesmo refutar posições e teorias” (JARDILINO, 2000,
p. 53).

4.2.5.1. Objectivo geral


O objectivo geral apresenta a visão geral e abrangente do problema, define o que se
pretende alcançar com a realização da pesquisa e expressar apenas uma ideia.

4.2.5.2. Objectivos específicos


Os objectivos específicos definem as etapas que devem ser cumpridas para alcançar o
objectivo geral.

4.2.5.3. Exemplos de verbos aplicáveis a objectivos


a) Quando a pesquisa tem o objectivo de conhecer: Apontar, citar, classificar, conhecer,
definir, descrever, identificar, reconhecer, relatar;
b) Quando a pesquisa tem o objectivo de compreender: Compreender, concluir, deduzir,
demonstrar, determinar, diferenciar, discutir, interpretar, localizar, reafirmar;
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c) Quando a pesquisa tem o objectivo de aplicar: Desenvolver, empregar, estruturar,
operar, organizar, praticar, seleccionar, traçar, optimizar, melhorar;
d) Quando a pesquisa tem o objectivo de analisar: Comparar, criticar, debater,
diferenciar, discriminar, examinar, investigar, provar, ensaiar, medir, testar, monitorar,
experimentar;
e) Quando a pesquisa tem o objectivo de sintetizar: Compor, construir, documentar,
especificar, esquematizar, formular, produzir, propor, reunir, sintetizar;
f) Quando a pesquisa tem o objectivo de avaliar: Argumentar, avaliar, contrastar, decidir,
escolher, estimar, julgar, medir, seleccionar.

4.3. Fundamentação teórica


A fundamentação teórica resulta de uma escolha consciente, crítica e avaliativa da teoria
mais adequada para fundamentar o desenvolvimento da pesquisa. Consiste na pesquisa que
é feita em livros, revistas, jornais, websites, etc. que tratam do tema em estudo.
Segundo Santaella (2001, p. 183):

“Problemas específicos exigem soluções específicas, do mesmo modo que


soluções específicas só podem ser encontradas por meio do auxílio de
teorias que se ajustem às soluções buscadas. (...) Opções teóricas só podem
nascer das exigências internas que o problema da pesquisa cria”.

4.3.1. Importância da citação


A citação é a referência de uma ideia extraída da obra de outro autor. A utilidade da citação é
dar suporte, ractificar e fundamentar as ideias que o autor deseja transmitir, aclarar ou
questionar em relação ao tema em discussão.
Para citar a ideia de outro autor, no entanto, deve-se seguir algumas regras e identificar os
diferentes tipos de citação (directa e indirecta).

 Citação directa
A citação directa, também, chamada de citação textual ou citação literal, consiste na
transcrição integral de parte do texto de outro autor. Contudo, não é recomendável o uso
excessivo da citação directa, pois pode sinalizar insegurança por parte do autor ao redigir e
argumentar as suas ideias.
Se a ideia citada for inferior ou igual a três linhas deverá ser apresentada dentro do seu
próprio parágrafo, entre vírgulas altas e, ao final da mesma, após o ponto e entre parênteses,
vem a indicação bibliográfica (SOBRENOME DO AUTOR, ano de publicação da obra e
número da página), conforme os exemplos seguintes:

Segundo Gil (2008, p. 42), “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição
das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de
relações entre variáveis”.

“As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis”. (GIL, 2008, p. 42).

Para Cohen, Manion e Morrison (2000, p. 313) “os relatos que tipicamente emergem das
observações participativas fazem eco às críticas dos dados qualitativos ”.

“Os relatos que tipicamente emergem das observações participativas fazem eco às críticas
dos dados qualitativos”. (COHEN; MANION; MORRISON, 2000, p.313).

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A citação superior a três linhas deverá ser apresentada em parágrafo separado do texto do
autor, com o recuo de 4cm da margem, espaçamento simples, fonte 10 e sem vírgulas altas.

De acordo com Severino (2007, p.62) diz que:


A discussão da problemática levantada pelo texto, bem como a reflexão a
que ele conduz, devem levar o leitor a uma fase de elaboração a uma fase de
elaboração pessoal ou de síntese. Trata-se de uma etapa ligada antes à
construção lógica de uma redação do que à leitura como tal. De qualquer
modo, a leitura benfeita deve possibilitar ao estudioso progredir no
desenvolvimento das ideias do autor, bem como daqueles elementos
relacionados com elas.

Ou escrito doutro modo:


A discussão da problemática levantada pelo texto, bem como a reflexão a
que ele conduz, devem levar o leitor a uma fase de elaboração a uma fase de
elaboração pessoal ou de síntese. Trata-se de uma etapa ligada antes à
construção lógica de uma redação do que à leitura como tal. De qualquer
modo, a leitura benfeita deve possibilitar ao estudioso progredir no
desenvolvimento das ideias do autor, bem como daqueles elementos
relacionados com elas. (SEVERINO, 2007, p. 62).

Nas citações directas e nas referências, usa-se o “p.” quando indicar apenas uma página
citada, e “pp.” quando houver mais de uma página citada, como por exemplo:

Em síntese, a prática e a experiência cotidiana do historiador, por um lado, e


a própria reflexão filosófica sobre o fazer história, por outro, parecem encurtar
as distâncias entre os campos da memória e da história. Na eliminação desta
distância, podemos melhor compreender o sentido unitário das operações
que continuamente fazemos quando, por exemplo, ao encontrar num acervo
um documento significativo, queremos também preservá-lo da destruição
física do transcorrer do tempo, bem como da destruição espiritual do
esquecimento. (MASSIMI, 2016, pp. 50-51).

 Citação Indirecta
A citação indirecta é a síntese das ideias extraídas do texto de outro autor, ou seja, dar-se-á
redacção própria às ideias desenvolvidas por outro autor.

Neste caso, só é indicada a fonte à qual pertencem as ideias e o ano de publicação da obra,
ou seja, (AUTOR - data), sem a página. Na citação indirecta, não se usam as vírgulas altas.

Na citação indirecta não há uma exigência para informar o número de página ou de


parágrafo, porém pode ser feito quando isso auxilia um leitor interessado a localizar a
passagem citada num texto longo ou complexo, tal como os exemplos seguintes:

De acordo com Perrenoud (2002), a transformação das práticas passa pela transformação do
habitus, havendo a necessidade de se observar mais atentamente o habitus do professor, de
se verificar suas condições de produção.

Ou escrito doutro modo:

A transformação das práticas passa pela transformação do habitus, havendo a necessidade


de se observar mais atentamente o habitus do professor, de se verificar suas condições de
produção. (PERRENOUD, 2002).

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 Citação de citação

A citação de citação é a transcrição directa ou indirecta (citação de citação ou fontes


secundárias) de uma obra da qual não se teve acesso. Deve ser usada moderadamente, se
possível, evitada.

Indicar o autor da obra original e o ano (se possível), logo após acrescentar “como citado por”
(artigo em português) e “apud” (artigo em latin), autor, ano e página da obra utilizada para
consulta. Na lista de referências, indicar apenas os dados da obra consultada.

Olson (1977, p. 23) citado por Smith (1991, p. 86), afirma que nossa capacidade para
produzir e compreender tal linguagem falada é, na verdade, um subproduto do fato de
sermos alfabetizados.

De acordo com Williamson (apud HOOKS, 2021, p. 152), “Dizem-nos que esses problemas
são secundários ou que seria muito custoso consertá-los – como se o dinheiro fosse o mais
importante. A ganância é considerada legítima agora, enquanto o amor fraternal não é”.

Nesse caso, você deve incluir na lista de referências bibliográficas apenas os dados do livro
de Hooks, que foi o texto que tivemos acesso.

4.4. Metodologia e técnicas


Pode-se entender por método ou técnica de pesquisa a etapa de colecta de dados que tem
por função principal levantar as informações sobre a realidade ou o contexto investigado. O
tipo de informações que se quer obter determina a escolha do instrumento que será utilizado
para a colecta de dados e também o método de aplicação deste instrumento (JARDILINO et
al. 2000).
Nesta fase do projecto, bem caracterizada a natureza do problema, o autor
deve anunciar o tipo de pesquisa que desenvolverá. (...) Directamente
relacionados com o tipo de pesquisa serão os métodos e técnicas a serem
adotados. Entende-se por métodos os procedimentos mais amplos de
raciocínio, enquanto técnicas são procedimentos mais restritos que
operacionalizam os métodos, mediante emprego de instrumentos adequados
(SEVERINO, 2000 p.162).

Durante a metodologia deverão ser descritos as escolhas teóricas e os procedimentos


referentes ao percurso de pesquisa. O método é dividido em delineamento,
participantes/fontes, instrumentos, procedimentos e referencial de análise (GIL, 2002).

O delineamento pode ser quantitativo, qualitativo ou misto. Este delineamento pode ser
transformado em uma pesquisa exploratória, descritiva ou explicativa/interpretativa. É
importante que se justifique a escolha do delineamento a partir dos objectivos do projecto.

Nos participantes ou fontes é descrito quem, ou o que, participará da pesquisa e os critérios


que justificam a sua escolha. Neste momento, não se deve ater à quantidade de
participantes/fontes, mas aos motivos que levaram o autor do projecto a escolhê-los.

Quanto aos instrumentos são descritas as técnicas de colecta de dados que são utilizadas no
projecto. Para os projectos que envolvem a colecta de dados com seres humanos, é
necessário descrever a utilização do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), seja
aquele apresentado para os indivíduos, seja para as instituições. Se o projecto envolver

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materiais, como gravadores, câmaras de vídeo, computadores ou similares, esses também
devem ser citados nesta secção (GIL, 2002).

Nos procedimentos são descritos os passos da investigação desde o seu envio para a
avaliação dos critérios éticos, quando necessário, até a interpretação dos dados colectados.
Deve ser descrito o modo como os dados colectados serão organizados, catalogados e/ou
tabulados, dependendo da estratégia escolhida na secção instrumentos.

4.5. Resultados e discussão

O capítulo de resultados e discussão é responsável por apresentar os dados, comentá-los e


interpretá-los com base no problema e no estado do conhecimento (estado da arte), para
entender o que já foi pesquisado na área e identificar as lacunas, incorporando elementos
como quadros, tabelas, gráficos e ilustrações, ambos recursos que colaboram com a
compreensão do leitor. Por outro lado, este capítulo de resultados e discussão é, também,
responsável por verificar as hipóteses com evidências, além de estabelecer relações e
correlações entre os dados obtidos. Todos os resultados pertinentes devem ser apresentados
e, como sugestões, apresentar aqueles que foram classificados como inconclusivos.

Segundo Marconi e Lakatos (2003 p. 231), a interpretação dos resultados é a parte mais
importante do trabalho. É o momento do pesquisador mostrar que compreendeu as
informações contidas nas entrelinhas, ou seja, que são resultados de uma apreciação crítica.

Por seu lado (GIL, 2008 p. 156) afirma que o processo de análise e interpretação dos dados é
constituído pelas etapas seguintes:

 Estabelecimento de categorias: classificação com base nas variáveis;


 Codificação: dados brutos transformados em símbolos;
 Tabulação: agrupar e contar os casos que constituem cada categoria assinalada;
 Análise estatística dos dados: apresenta os resultados evidenciando as relações que
existem entre as variáveis medidas;
 Avaliação das generalizações obtidas com os dados: reunião de elementos similares para
tirar conclusões;
 Inferência de relações causais: as influências que as variáveis exercem umas das outras;
 Interpretação dos dados: verifica-se que, por trás dos dados óbvios, há informações mais
complexas.

Neste contexto, na escrita académica, uma das premissas mais importantes é mostrar os
resultados da pesquisa com neutralidade e estabelecer uma discussão entre eles.

4.6. Conclusões

As conclusões são o resultado de toda a pesquisa. Então, devem retomar os pontos já


trazidos ao longo do conteúdo do trabalho. Apesar de retomar pontos do trabalho, a
conclusão não serve para resumir todo o trabalho, mas sim, para buscar o desfecho dos
resultados da pesquisa onde o pesquisador deve mostrar, de forma geral e sucinta, as
análises e contribuições que o trabalho permitiu.

Em linhas gerais, também, é possível perceber que as conclusões dão a resposta


ao problema de pesquisa. Para verificar se os objectivos do trabalho foram alcançados e, o
que a pesquisa agregou sobre tema e a respectiva área do conhecimento.
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V. BIBLIOGRAFIA

American Psychological Association. (2020). Publication manual of the American


psychological association: The official guide to APA style (7th ed.). APA.

CHURCHMAN, C. W. (1971). Introdução à teoria dos sistemas. Editoras Vozes. Petrópolis.

COHEN, L.Ç MANION, L.; MORRISON, K. (2000). Research Methods in Education. 5th
Edition, Routledge Falmer, London, p. 313.

GIL, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª Ed. – Atlas, São Paulo – SP.

________ (2008). Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª edição. São Paulo: Atlas.

HOOKS, Bell. (2021). All about love: new visions. New York, NY 10022, p. 152.

HÜBNER, M. M. (2001). Guia para elaboração de monografias e projetos de dissertação


de mestrado e doutorado. São Paulo: Thomson Learning/Mackenzie. p. 41

JARDILINO, J. R.; ROSSI, G.; SANTOS, G. T. (2000). Orientações Metodológicas Para


Elaboração de Trabalhos Acadêmicos. São Paulo: Gion. (p. 48-49)

LÜDKE, M.; e ANDRÉ, M. E. D. (1986). Pesquisa em educação: abordagens qualitativas.


Editora APU. São Paulo.

MARCONI, M. A.; LAKATOS E. M. (2003). Metodologia científica. São Paulo: Editora Atlas.

MASSIMI, M. (2016). Saberes psicológicos no Brasil: história, psicologia e cultura. Curitiba:


Juruá. pp. 50-51

MENDES, J. (2020). Normas APA, 7ª edição – Apresentação Universidade de Açores.

PERRENOUD, P. (2002). Construir as competências desde a escola. Trad. Bruno Magne.


Porto Alegre. Artes Médicas sul.

RICHARDSON, Roberto Jarry. (1999). Pesquisa social: métodos e técnicas. 3ª. Edição,
São Paulo: Atlas. (p. 56 – 57)

SANTAELLA, Lúcia. (2001). Comunicação e pesquisa. Haeker editora. São Paulo.

SEVERINO, Antônio Joaquim. (2000). Metodologia do Trabalho Científico. 21. edição


revista e ampliada. São Paulo: Cortez.

SILVA, C. R. de O. (2004). Metodologia e Organização do projeto de Pesquisa: GUIA


PRÁTICO. Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará – CEFET. Fortaleza- CE.

SMITH, F. (1991). Compreendendo a leitura: uma análise psicolingüística da leitura e do


aprender a ler. 2ª edição revista. Porto Alegre: Artes Médicas, p. 86.

THIOLLENT, Michel. (1986). Metodologia da pesquisa - ação. 2ª edição. São Paulo: Cortez.

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ANEXOS

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