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1
CHAMPLIN, 2014, p. 254
2
WIERSBE, 2014, p. 584
o alerta continua válido: “O Senhor tem reservado os injustos para o Dia do juízo, para serem
castigados” (2Pe 2.9, paráfrase nossa).
3
Idem, p. 585
4
WIERSBE, 2014, p.588
5
BARCLAY, S/D, p. 63
salvação e se perder mediante um ato de apostasia. Esta parece ser a mesma posição de Pedro ao
advertir seus leitores de que se seguissem os caminhos dos falsos mestres poderiam
inevitavelmente perder a tão preciosa esperança de vida eterna.
Pedro destaca (2Pe 2.20) que estas pessoas “haviam escapados da corrupção do mundo pelo
conhecimento de Jesus”, e aponta que se “eles se envolveram novamente nestas praticas” (como
era o caso de muitos crentes), “o seu último estado tornou-se pior do que o primeiro”. Ele ainda
conclui dizendo que: “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que,
conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado” (v. 21). William Barclay
analisando estes textos afirma:
Se nunca ouviu a verdade, se nunca ouviu a mensagem de Cristo, não pode ser
condenado por não aceitá-lo e obedecê-lo. Mas se o conheceu e, deliberadamente,
toma o caminho oposto, peca contra a luz; conheceu o melhor e escolheu o pior; pecou
em que pese ter pleno conhecimento do que está fazendo. E se isto assim, teria sido
melhor que nunca tivesse conhecido a verdade porque este conhecimento lhe serve de
condenação. Ninguém deveria esquecer a responsabilidade que lhe impõe o
conhecimento.6
Corroborando com a posição de que é possível ao crente apostatar da fé quero deixar parte do
excelente comentário feito pelo teólogo pentecostal José Gonçalves ao analisar o texto de Hebreus
6.4-6. Em primeiro lugar, Gonçalves apresenta o conceito de apostasia e define quem seriam
aqueles que poderiam cometer tal pecado. Segundo o autor, “o substantivo apostasia aparece em
Atos 21.21 e em 2Tessalonicenses 2.3. Já o verbo aphistemi, de onde se originou apostasia, é
traduzido pelo léxico de Thayer como cair, tornar-se infiel a Deus”7. Desta forma, apostasia é o ato
de afastar-se de Deus de modo consciente e contínuo tornando-se infiel ao Eterno.
Não obstante, este teólogo ainda ressalta que é preciso se atentar que a apostasia não é uma prática
eventual de pecado, na verdade, “nem tampouco um tropeço que o cristão teve na sua
caminhada”8. Gonçalves citando Adam Clarck deixa mais explicito o que é o apóstata:
[...] alguém que rejeita completamente a Jesus e seu sacrifício e renuncia a todo o
sistema evangélico. Isso nada tem a ver com os desviados no uso comum do nosso
termo. Um homem pode cair repentinamente em uma falta ou ainda deliberadamente
andar em pecado e, porém, não rejeitar o evangelho nem negar ao Senhor que lhe
comprou. Sua situação é temerária e perigosa, mas não sem esperança. O único caso
sem esperança é o do apóstata deliberado, que rejeita o evangelho depois de haver sido
salvo pela graça ou convencido da verdade do evangelho. Para o tal, já não resta mais
sacrifício pelo pecado, porque já houve um, o de Jesus, e ele o rejeitou por completo.9
Ao observarmos a definição acima exposta compreendemos que aqueles falsos mestres já haviam
apostatado da fé, caso já a tivesse abraçado algum dia. E de igual modo, muitos crentes, convencidos
pelos falsos ensinos estavam apostatando da fé e, portanto, perdendo a salvação por livre escolha.
Não era uma mera hipótese, era um fato concreto de que estes um dia conheceram a Cristo e agora
estavam o rejeitando (apostatando da fé). Gonçalves mais uma vez nos traz um alerta genuíno:
6
BARCLAY, S/D, p. 64
7
GONÇALVES, 2017, p.133
8
Idem, p.134
9
Idem, p.135
“Quem está em Cristo está seguro da vida eterna (1 Jo 1.7; 2.24,28), mas não há segurança alguma
para quem ser afasta dEle”.10
Por fim, Silas Daniel ao comentar 2Pedro 2.9-22 nos apresenta o trágico caminho que o apóstata
seguirá caso prossiga trilhando a senda da obstinação, pois “aquele que termina sua vida na terra
em apostasia terá o mesmo destino do apostata irremediável: a perdição eterna”11. Apostasia tem
como destino a condenação eterna e por isso é urgente que marchemos fieis ao Senhor Jesus e sua
Palavra, pois a promessa para os que perseveram até o fim é a vida Eterna (1Jo 2.25).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pedro apresenta nesta secção uma gama de advertências para aqueles que seguem os caminhos
dos falsos mestres, bem como apresenta as características dos falsos mestres e daqueles que são
deduzidos por estas falsas doutrinas. O perigo é sempre destacado na fala de Pedro. E o maior perigo
é a apostasia e por conseguinte a perda definitiva da salvação. Diante destes alertas é urgente que
a Igreja do século XXI marche em santidade e fidelidade, sem dar ouvidos a falsos ensinadores que
buscam inteiramente satisfazer suas vontades pessoais. Estejamos alertas e sempre fiéis aos
princípios da Palavra de Deus.
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Revisão e adaptação do subsídio feitas por Tiago Rosas, administrador de @EBDinteligente
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10
GONALVES, 2017, p.152
11
DANIEL, 2017, p.463
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
BARCLAY, William. O Novo Testamento comentado por William Barclay: 2ª Carta de Pedro.
Disponivel em: <https://files.comunidades.net/pastorpatrick/2Pedro_Barclay.pdf> acesso em 17 de
setembro de 2019.
CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo:
Hagnos, 2014. Vol. 6.
DANIEL, Silas. Arminianismo, a mecânica da Salvação: uma exposição histórica, doutrinária e
exegética sobre a graça de Deus e a reponsabilidade humana. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo: fé, esperança e animo na carta aos Hebreus. 1ª Ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2017.
SANTOS, Vladimir Milomem. A razão da nossa esperança: alegria, crescimento e firmeza nas
Cartas de Pedro. 1. ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2019.
WIERSBE, Warren W. Novo Testamento. 1ª edição. São Paulo: Geografica Editora, 2014. Volume II