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LIVRES OU ESCRAVOS?
“Vivam como pessoas livres. Não usem a liberdade para
encobrir o mal, mas vivam como escravos de Deus” (1Pe
2:16).
Pedro está ordenando a seus leitores que “vivam
como pessoas livres”, de cabeça erguida, sem
qualquer sentimento de inferioridade, sem timidez, sem
medo, sem o peso da tirania de alguma coisa ou
alguma pessoa.
É assim que deve ser a vida de quem acaba de
nascer do Espírito [conversão]. Esse pecador, agora
salvo, é filho de Deus e, como filho de Deus e irmão de
Jesus Cristo, é também herdeiro de Deus e coerdeiro
com Cristo:
¶“[...] Se somos filhos de Deus [convertidos: I Jo 1:12],
somos também seus herdeiros. Nós somos filhos de Deus e
herdeiros juntamente com Cristo. Mas, se queremos
participar da glória de Cristo, devemos participar também
dos seus sofrimentos” (Rm 8:17/BLT).
Na mesma frase, porém, Pedro também ordena:
“Vivam como escravos de Deus”. Talvez os irmãos
da Ásia Menor tenham ficado confusos: Somos livres
ou somos escravos?
Os mais espertos, os mais experientes devem ter
dado toda razão a Pedro, raciocinando: “Se não formos
escravos de Deus, seremos escravos das tais paixões
carnais das quais Pedro manda que nos afastemos” . É a
obediência ao Senhor que torna possível a
desobediência ao demônio.
A verdade nua e crua é que o ser humano não tem a
liberdade de comer ou não comer da árvore do bem e do mal.
Desde a Queda, ele é obrigado a comer desse maldito
fruto, a não ser que ele mude de patrão, por meio de
uma conversão autêntica. Aí ele deixa de ser escravo
da serpente para ser escravo de Cristo.
Enquanto o compromisso com a carne
machuca, humilha, rebaixa, adoece e mata, o
compromisso com Cristo acaba com a dor de
consciência, com a dominação “estrangeira" (não
somos deste mundo), com a necessidade de uma
eterna fuga, com o rebaixamento moral, com o
desespero.
A pouquíssima liberdade que o ser humano tem é
a de sair da dominação das trevas e ir para a
dominação da luz. É aquela que Moisés propôs ao povo
de Israel no fim do êxodo: “Eu lhes dou a oportunidade
de escolherem entre a vida e a morte, entre a bênção e a
maldição” (Dt 30:19).
Na versão de Jesus, a escolha é entre a porta
estreita e a porta larga, entre o caminho fácil e o
caminho difícil, entre a casa sobre a rocha e a casa
sobre a areia (Mt 7:13-14, 24-27). [Tu já escolheste?]
(Elben M. Lenz César, retirado de Refeições Diárias com os Discípulos, Editora Ultimato).
[1] Meditações Para Maltrapilhos/Ed. Mundo Cristão.