Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Escuridão é aparentemente a única coisa que existe neste lugar, um eterno mar de apenas
nada com uma leve névoa fina que cobre todo o chão. E no meio desse mar infinito de
nada, existe uma garota.
Seus cabelos são grisalhos e sua pele é totalmente branca, com linhas completamente
negras em seu corpo determinando onde ela começa e onde acaba. Ela segura em suas
mãos um pequeno lampião que solta uma chama completamente branca, iluminando
parcialmente o local. Não importa o quão longe a garota ande, o eterno chão de areia
parece não terminar, ela olha para o lado e para o outro já sem muitas esperanças,
conseguindo ver no horizonte algo que ela nunca mais tinha visto.
Luz
Ela havia chegado finalmente na fronteira, a fronteira que divide o infinito escuro e o infinito
claro. Um lugar que ela não vira a séculos, mas há algo de diferente nele.
Ela consegue ver claramente no meio uma pequena garota segurando um lampião que
emite luzes negras, deixando uma pequena parte ao redor dela da mesma cor. A mesma
era apenas uma silhueta e seus olhos apresentavam a cor branca presente em todo o local
junto de pequenas linhas de contraste em todo o seu corpo que revelam algumas curvas,
dando uma primitiva noção de onde ela começava e terminava.
A garota com o lampião branco começa a se aproximar lentamente de seu infinito e garota
com o lampião negro faz o mesmo, até um certo momento elas estão de cara acara. Ambas
a menos de 50 centímetros da borda de seus respetivos infinitos. Às duas levantam suas
mãos, começando a chegar cada vez mais perto da borda e
5 DE SETEMBRO
9 DA MANHÃ
Eva acorda abruptamente, olhando para os seus arredores e vendo todos os seus colegas
de classe olhando-lhe com um rosto variando em 3 emoções.
Risonho, indiferente e deboche. Ela não consegue entender o que está acontecendo até
finalmente sua audição voltar ao normal, olhando para frente e finalmente percebendo sua
professora parada em sua frente dando uma bronca.
“Eva é a quinta vez nesta semana que você faz isso, você não dorme em casa
não? Fica a noite toda vendo televisão? Isso já passou dos limites, eu vou
mandar uma carta para a sua mãe e eu espero que você retorne com ela aqui
amanhã!” Ela fala com um tom agressivo, gesticulando as mãos como se fosse
explodir.
“É isso? Nossa não precisa gritar, eu não sou surda, só espera um minuto” Ela
fala de forma sonolenta.
Ela boceja e esfrega o rosto, se virando e agarrando em sua mochila algumas balas de café
e jogando em sua boca.
“Ei para de ser histérica, são só balas de café. O marco ontem comeu 2
sanduíches e você deixou”
Ela se vira e aponta para um garoto no fim da sala, todos se viram e olham para o mesmo
pegando ele no meio de uma mordida em uma coxinha. Ele para no meio enquanto se vira
para ver seus colegas e lentamente termina de fechar a boca.
“Marcos! Fique bem aí! Você não vai escapar dessa vez”
A garota continua com os olhos fechados por um tempo e finalmente os abre depois de 6
segundos, olhando para o lado e sendo abraçada por Erine a 2 centímetros de seu rosto,
dando um enorme sorriso com olhos esbugalhados.
Eva cai para trás dando um pequeno grito enquanto se estabaca no chão gélido de sua
escola. Erine imediatamente muda de expressão e se abaixa rapidamente para tentar
socorrer a amiga.
“Cruzes Erine! Quantas vezes eu já disse que eu não gosto que você dê susto
em mim!” Ela fala já levantando.
Eva se levanta com a ajuda de sua amiga, batendo um pouco em suas roupas para tirar a
sujeira do chão. Olhando para ela afagando um pouco a sua cabeça. Ela, em contrapartida,
dá um sorriso.
Às duas começam a andar, passando pelos corredores de sua escola até finalmente
chegarem na lanchonete. La era possível mesas e pessoas comendo e conversando, Eva e
Erine se entreolham tentando perceber alguma mesa livre e finalmente veem uma ao
cafundó de judas totalmente vazia.
“Eva não se preocupa com isso, é só uma mesa, vamos logo antes que acabe a
comida”
As garotas se viram e caminham a passos largos em direção do self service da escola,
entrando na fila e consequentemente pegando prato e talheres. Mais a frente elas veem
várias opções como arroz com uma pasta de molho e frango, alguns biscoitos e potes de
leite. Às duas se servem e vão em direção a mesa, e finalmente percebendo uma grande
poça de um líquido amarelo em um dos bancos.
“Acho que é por isso que não tem ninguém aqui” Ela Erine fala com raiva
“Desgraça, quem foi que mijou aqui… Tá é só a gente se sentar no outro lado
que deve estar resolvido”
“Tem certeza? É que aquele troço fede um pouco” Ela fala com receio
“Ok…”
Às duas se sentam uma do lado da outra. Erine imediatamente começa a devorar a sua
comida, mas Eva apenas agarra seus talheres lentamente e fica mexendo no arroz com
molho por um instante. Ela se afunda em suas memórias e começa a pensar no sonho
estranho que ela teve a pouco tempo ainda na sala. Na percepção do sonho já tinham se
passado gerações, mas para Eva só se passaram poucos segundos, é como se todos esses
anos tivessem se passado em uma velocidade ridiculamente alta e mesmo assim ela os
entendeu. Ela pensa isso enquanto dá lentamente mordidas atrás de mordidas e quando ela
menos percebe já terminou de comer.
Ela se enrolou tanto em seus pensamentos que devorou a sua comida em instantes, ao se
religar na realidade ela olha pro lado vendo, Erine sentada lendo um quadrinho, mas com
outra pessoa sentada ao lado dela. Erine logo percebe sua amiga a observando.
“Eva! Finalmente, você entrou numa twilight zone de novo, não me respondia e
só ficava olhando pro seu prato. Aliás eu terminei de comer a séculos e você…”
Erine para de falar, olhando pro rosto de paisagem de sua amiga que não estava olhando
para ela e sim para a garota de cabelos azul sentada ao lado.
Ally estava sentada ao lado de Erine, apenas comendo sua comida com um fone de ouvido.
Ela parecia estar nem aí para a existência das duas.
Assim Erine se levanta, pegando na mão de sua amiga e a levando para longe, às duas
carregando os seus pratos e os deixam na área de limpeza e se dirigem para a saída. Mas
no meio do caminho elas são interrompidas pelas luzes de toda a lanchonete subitamente
se apagando.
“O pior mal que existe em toda a humanidade” ela fala com toda a seriedade do
mundo
“Pior… Adolescentes”
Quando ela fala isso, as luzes voltam, mas agora em uma coloração roxa. Diversos balões
caem do teto e uma música piegas começa a tocar com um holofote iluminando a mesa no
centro. Uma pessoa usando um terno, mas com o rosto maquiado de palhaço, aparece lá
com um microfone.
Várias pessoas se levantam com a música que estava alta até demais, Eva faz um rosto
emburrado e tampa os ouvidos, mas Erine sorri com brilho em seus olhos, levantando as
mãos e começando a dançar, aquilo parecia uma cena de high school musical, entretanto de
chernobyl e Eva realmente não estava feliz com isso, o garoto com rosto de palhaço agarrou
um microfone e começou a cantar e junto isso metade dos alunos que estavam no local.
Eva foi direto para a porta, agarrando seu pegador e puxando. Mas logo ela percebeu que a
mesma estava trancada.
“Você só pode estar de sacanagem comigo que vou ter que esperar essa
ladainha acabar… Acredite, ódio é mútuo”
Percebendo que ela não tinha nenhuma opção além de ficar e escutar essa música ridícula,
ela se encaminha até a mesa que estava outrora, se sentando do lado de Ally que já tinha
terminado de comer.
“Bem, acho que não sou a única que odeio musicas piegas aqui”
“Artes cênicas, quando eu era menor eu queria fazer isso, mas… Coisas
mudaram”
Ambas ficam em silêncio por alguns segundos.
“Com ninguém, eu não vou ao baile. Não que eu não tenha ninguém para ir,
mas sim porque eu acho idiota. Não vejo graça em várias pessoas de mãos
dadas e dançando”
“Bem, depende do que você quer dizer com algo mais você quiser dar um role
eu posso, não tenho nada para fazer hoje… Espero não ter nada para fazer
hoje, mas é improvável, Meh que se dane, talvez eu vá ao baile com você, tu
parece legal”
“Ok!”
“EVA!”
Eva se vira, olhando Erine correr até ela. Eva estava tão entretida conversando com Ally
que nem percebeu que o showzinho do cara de palhaço terminou.
“Eva você tinha que ver, foi incrível. Do nada a porta abriu e um monte de gente
cantando macarena chegou, eu acho que tinha alguém com cabeça de cavalo”
Ela fala com entusiasmo, mas no final da frase ela apenas olha para baixo e
começa a coçar o queixo
Ally não responde, apenas se levantando e levando o seu prato para a lixeira. A esse ponto
as luzes voltaram ao normal e quase todos já tinham saído e às duas logo fazem o mesmo,
indo até à porta e saindo da lanchonete e consequentemente chegando de novo em sua
sala a menos de 30 segundo para o sinal tocar.
“Bem é isso, te vejo depois Erine é melhor você correr” Ela fala dando leves risadas
5 DE SETEMBRO
13 DA TARDE
O sol era radiante, pela rua crianças brincavam e se divertiam. A escola a essa hora já
acabou e a praça da cidade estava lotada e no horizonte estava o famoso monte Ebott, que
de monte não tinha nada pois tecnicamente ele era uma montanha, mas todo mundo o
chamava monte, pois era um costume local.
E no meio da praça, estava um garoto de roupas bejes. Seu cabelo era castanho e o
restante de suas coisas não eram nada charmosas, nada implicava que ele era o filho do
prefeito da cidade.
Adam estava sentado em um banco de pedra com um cubo mágico nas mãos. Ele mexia os
dedos freneticamente ao tentar resolvê-lo, mas ele estava lá a 1 hora e apenas conseguiu
completar 2 faces e uma ainda tinha um quadrado de outra cor no meio.
“Droga, esse treco é impossível. Como eu vou fazer isso se todas as peças
estiverem conectadas!”
Com frustração, o garoto joga o seu cubo mágico para trás e cruza os braços.
Lá estava uma garota de cabelos castanhos. Seus olhos eram vermelhos como rubi e ela
usava uma roupa listrada entre as cores verde, amarelo, azul-escuro e roxo com uma calça
de cor marrom-claro e usando um sapato comum.
Ela se levanta e vai até o cubo mágico que outrora fora jogado pelo garoto e o agarra,
caminhando em direção ao banco ao lado dele e se sentando enquanto aleatoriamente
girava seus lados.
A garota para, girando e olhando para o cubo e subitamente começando a girar suas faces
de forma frenética, o completando em menos de 3 segundos e o colocando em cima do
banco onde estava sentada.
“Uau, isso é incrível!” Ele fala com entusiasmo enquanto se aproxima da garota
“Como o quê?”
“Tchau”
O garoto se vira e começa a caminhar em direção a sua mãe e após andar por 10
segundos, ele finalmente chega.
O garoto se vira, apontando na direção onde Barachiel estava lá mas não tinha ninguém.
“Garoto para de bobagem, não tinha ninguém lá. Anda vamos para casa”
“… Ok então”
Adam agarra a mão de sua mãe e começa a caminhar em direção de sua casa, ainda
tentando processar o que acabara de ver. Ele não era louco, ele sabia que estava falando
com alguém, mas aparentemente não tinha ninguém lá.
Assim finalmente chegam em casa, um grande casarão com vários carros de luxo na frente.
Sua mãe logo avança e vai até à porta e abre, dando passagem para Adam e o mesmo
entra logo em seguida, dando de cara com uma grande casa bem feita e arrumada que
havia quadros chiques por todas as paredes, junto com vários robôs pequenos que faziam a
limpeza do chão e das janelas. A sala pode se ouvir a televisão e nos andares de cima
podia se ouvir um barulho característico de um secador de cabelos.
“Querido deixa ela, você sabe como é quando eu tinha a idade dela, eu fiquei
super ansiosa para o meu baile”
A mulher fala isso enquanto colocava a sua bolsa na mesa logo atrás do sofá. Adam
caminha lentamente e se senta em uma poltrona ao lado do sofá onde seu pai está sentado,
olhando para a televisão e vendo um filme de ação dos anos 90.
“É verdade, você estava linda naquele dia” Ele fala dando leves risos
“É só pausar”
“Mas é televisão”
“Tá bom”
Adam então agarra o controle remoto e liga a televisão novamente, passando pelos canais
até chegar no canal de notícias e jogando o controle para o lado.
“Calma, a mamacita já tá aqui. Vamos subir pro seu quarto e ver o que você tem
de bom”
Às duas seguram as mãos e vão correndo a toda velocidade até o quarto de Liza, o
deixando ali sem ter nada para fazer.
5 de setembro 202#
18 horas
E assim se passam as horas. Adam passou a maioria do tempo dormindo no sofá com a
televisão ligada passando uma novela mexicana, mas acordando abruptamente com o som
de um baque na sua frente. Vendo sua mãe colocar um prato cheio de comida.
“Você tinha dormido e não queria acordar você, então fiz um jantar reforçado. O
baile vai ser daqui a 2 horas, se quiser ir deve se apressar”
“Ah, ok…”
O garoto ainda estava dormindo em partes, ele apenas pega o pote de comida e começa a
comer. Quanto mais ele come, mais ele acorda até terminar de comer tudo, se levantando e
indo deixar o prato na pia quando ouve um som de buzinas. Neste momento se ouve passos
correndo e mais uma vez sua irmã chega descendo as escadas, abrindo a porta e correndo
para fora. Mas na metade do caminho ela é segurada pela gola por sua mãe que surgiu de
oblívio atrás dela.
“Se liga em, quero você aqui em casa antes das 23 e sem álcool”
A mulher solta a gola da garota e ela começa a andar em direção ao carro novamente.
A garota grunhe e caminha de volta para a sua mãe, dando um beijo em sua bochecha.
E finalmente ela vai e chega no carro, abrindo a porta entrando, Adam caminha e pega a
sua mãe ainda olhando para fora enquanto o carro da curva. Ela está com a mão na boca e
lacrimejando levemente.
Ele Ignora e sobe pelas escadas, abrindo a porta do chuveiro e tomando um banho. Quando
termina, parte de volta ao seu quarto, vendo o terno que sua mãe havia passado mais cedo
em cima da cama e o vestindo. Ele gira na frente do espelho e olha para todos os ângulos
de seu corpo, passando um gel pelo cabelo e o penteando. Ele olha para a sua mesa,
vendo um pote de perfume.
Ele continua a tossir enquanto caminha para fora de seu quarto, lá ele desce as escadas e
dá de cara com sua mãe o esperando na porta.
“Já está tudo pronto?”
“Ok mãe”
“Vá querido” Ela dá um soluço no fim da frase, mas ele não se importa
Nas ruas, os postes de luz iluminavam junto com as luzes das casas que estavam acessas.
O céu era estrelado e a luz da lua era forte, ele continua nesse caminho por 20 minutos até
finalmente avistar o seu colégio ao fundo. O mesmo estava completamente iluminado, ao
seu redor tinham vários homens e mulheres usando glamourosos vestidos e ternos.
E quando ele está chegando perto, percebe um vulto atrás. Ele olha assustado apenas para
ver Barachiel, a pessoa que outrora havia encontrado no parque. Barachiel estava usando
um terno com uma gravata colorida, variando entre as mesmas cores de sua roupa
anteriormente.
Ela coloca a mão em um bolso e joga um cubo mágico para Adam, o mesmo se apressa e
agarra ele ainda no ar.
“Então, você tem algum par? Não estou vendo ninguém com você” Ela fala
olhando para os arredores
“Bem… Não, eu não sou muito popular e também eu sou meio baixo, isso
aparentemente não é atrativo” Ele fala gesticulando com as mãos, colocando-a
em cima da cabeça e lembrando que ele tem somente 156 centímetros de
altura
Ele se vira tentando acompanhar a garota, mas não tinha ninguém lá.
Ele olha para isso e apenas engole a seco, começando a caminhar em direção ao baile
quando.
5 de setembro de 202#
14 da tarde
Eva caminha a passos curtos até sua casa. O dia está ensolarado, ela olha para o parque e
vê diversas crianças brincando, alguns mais velhos andando de skate e uma pessoa mais a
fundo usando roupas coloridas jogando com um cubo mágico. Ela tenta não prestar atenção
a isso e olha para as suas mãos, vendo a carta que sua professora havia entregado a ela
para dar a sua mãe. Nos últimos tempos ela recebeu diversas cartas de sua professora, a
primeira foi quando ela se meteu em uma briga na escola onde um menino apalpou uma
garota e ela desceu o sarrafo nele. A segunda foi quando ela secretamente trouxe cola, pois
tinha se esquecido de estudar e foi lembrar isso 1 hora antes de ir para a escola, então ela
bolou um plano e escreveu as respostas em um biscoito, mas no meio da aula uma pessoa
pediu um desses biscoitos e ela tava tão distraída que deu sem perceber, assim ele
denunciou ela e gerou essa situação. O ainda desgraçado ainda esperou um pouco para
usar da cola até o fim para denunciar Eva, assim ela o espancou depois da aula.
Agora ela olha para a carta e a guarda em sua mochila, apenas olhando para frente e
continuando a caminhar, tentando não pensar muito nisso. Até ela finalmente avista a sua
casa. Ela era bem modesta em comparação a de Adam, tendo apenas 1 andar com teto de
telha. Ela chega na frente da porta e pega a chave em sua mochila, abrindo e tendo uma
visão Familiar que ela tem diariamente, o barulho de chiado é evidente junto com um
saboroso cheiro de carne vindo da cozinha. Ela fecha a porta e a tranca, caminhando em
direção da cozinha e vendo a sua mãe no fogão, ela arrasta uma cadeira e deixa sua
mochila no chão apoiada.
“Cheguei!” Ela grita
“Normal, mas adivinha só acho que consegui um par pro baile” Ela fala dando
um sorriso
“Dele não, dela, o nome dela é Ally e ela tá uns anos mais velha que eu”
“Oh ok, então que horas essa “Ally” Vai lhe pegar?”
“Penso que as 18 ou 19, a gente não falou muito disso. Nem sei se eu que vou
lá pegar ela”
“Ok, mas só não tenha expectativas altas, ano passado aquele tal de Timothy te
trocou por outra sem te falar”
“É, eu me lembro”
As memórias de ter recebido uma advertência por chutar Timothy nas bolas floresceu na
mente de Eva, fazendo ela rir levemente.
“Ok…”
Ela olha para sua mochila com a carta dentro e fica de punhos cerrados, apenas a
agarrando e se levantando em direção ao seu quarto. Adentrando o mesmo e jogando sua
mochila em sua cama.
Seu quarto é peculiar, quase não se dá para ver as paredes devido aos posters que ocupam
ela toda, com diversos armários com bonecos e filas quilométricas de livros, mangás e light
novels. Em uma mesa mais a direita é possível ver uma pequena televisão com diversos
consoles ao seu redor, muitos antigos, mas com vários modernos. Em sua cama tinha vários
ursos de pelúcia e em uma mesa ao lado tinha um computador, era fácil falar que esse
quarto era o lugar mais caro da casa toda.
Ela após jogar a sua mochila em sua cama, ela se vira e vai até o banheiro. Tomando um
banho e se perfumando antes de sair e vestir o seu vestido. Era bem simples em
comparação dos vestidos que ela sabia que veria nas festas, mas dá pro gasto. Pelo menos
não é como ano passado que ela teve que ir com o terno do primo dela. Ela rapidamente se
veste e entra no quarto de sua mãe, pegando as maquiagens dela e se preparando toda.
Como ela não entende nada de maquiagem, ela pega o seu celular, colocando em tutoriais,
mas do jeito que fica não está nem de longe perto das beldades que ela viu. Assim ela sai
do quarto, descendo as escadas olhando pro relógio.
A garota ao ouvir sua mãe caminha rapidamente em direção à mesa, lá encontrando 1 prato
de comida.
“Como você vai para esse negócio lá, eu achei melhor você jantar mais cedo”
A garota senta, pegando um garfo e comendo rapidamente tudo que estava lá. Ela termina e
toma um copo de água e um de refrigerante, saindo de casa e se sentando no chão,
olhando para as estrelas no céu.
“O baile começa daqui a uma hora e meia mais ou menos, acho melhor eu ir
pegar ela em sua casa. Talvez eu a ajude para pegar uma roupa” Ela grita para
sua mãe ouvir dentro de casa
Então a garota parte em direção a casa de Ally. Era um pouco longe, mas ela sabia o
caminho. Caminhando por mais ou menos meia hora e passando várias vezes por casais e
pessoas sozinhas. Tinha um garoto que ficava tossindo e uma pessoa que tinha uma
gravata colorida com um cubo mágico.
Ela começa a chegar na rua da casa de Ally, a mesma vivia em um bairro de baixa classe. A
maioria das casas eram simples e tinham bastante lixo na rua, mas a única casa um pouco
superior era a casa 616. Em sua frente havia uma grande árvore com uma corda amarrada
a um pneu.
Ela caminha até a porta e bate nela diversas vezes… Mas ninguém veio, ela olha para as
janelas e as luzes estão apagadas. Mas, ela começa a ouvir vozes atrás, olhando vendo
Ally distraída olhando para o chão, mas… Ela está totalmente ensanguentada, carregando
uma enorme espada na mão que brilha com runas aparecendo em ciano, sua luz é tão forte
que atravessa o sangue que nela está e um coração cartunesco de cor ciano flutua na frente
de seu peito.
Ally para, olhando fixamente para Eva com um rosto de surpresa e um pouco de
desamparo. Mas isso não durou muito, pois segundos depois um estridente som ecoou pela
cidade junto com uma onda de energia que desliga todas as luzes, deixando a cidade no
breu. A energia se dissipa, deixando uma aurora boreal no céu.
Assim todos na cidade ficam com medo, os alunos no baile saem correndo para fora para
ver o que está acontecendo, pois de repente todas as luzes da escola se apagaram. Mas
eles se deparam com a cidade no escuro e uma grande aurora boreal. Muitos tentam pegar
seus telefones, mas eles não funcionam. E de repente, alguns postes explodem e caem no
chão, acontecendo o mesmo em várias partes da cidade. Um dos professores corre até seu
carro, mas toma um choque quando toca a maçaneta e recuando.
E depois de um tempo é possível ouvir passos, como uma marcha de diversas entidades
caminhando lentamente pelas ruas da cidade. Algumas pessoas agarram lanternas que
sobreviveram a explosão, apontando a luz e tendo uma visão de horror. Na frente havia uma
coisa meio humano meio cabra montando um cavalo com cabeça de formiga. Atrás dele
havia Diversas outras coisas, como gatos e jacarés antropomórficos, algo que parecia uma
sereia deformada e uma aranha montada em outra com diversas aranhas atrás.
O prefeito olha para isso horrorizado pela janela, agarrando o telefone de emergência e
discando alguns números.
“O INFERNO ESTÁ VAZIO E TODOS OS DEMÔNIOS ESTÃO AQUI!”