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Você pode não ter tudo o que quiser, mas pode me ter

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Rating: General Audiences


Archive Warning: No Archive Warnings Apply
Category: F/M
Fandom: Turma da Mônica | Monica and Friends (Comics)
Relationship: Cebolinha | Jimmy Five/Mônica
Character: Cebolinha | Jimmy Five, Mônica (Turma da Mônica Jovem), Dona Luisa
| Mrs. Luisa, Seu Sousa | Mr. Sousa, Cascão | Smudge, Denise (Turma
da Mônica)
Additional Tags: Fluffy, First Kiss, Slow Burn, Frenemies, Enemies to Lovers, Puppy
Love, Eles tem sete anos nessa fic, Missing Scene, Mônica n°234 -
Globo, Cebolinha n°234 - Globo, Referência a diversas coisas do
Monicaverso
Language: Português brasileiro
Stats: Published: 2022-06-16 Words: 2314

Você pode não ter tudo o que quiser, mas pode me ter
by Twecker

Summary

Após ambos terem um dia difícil, Cebolinha e Mônica acabam se encontrando em uma
situação confortável apesar de serem rivais declarados.

Postada originalmente dia 11/02/2018 no site Spirit Fanfics, onde foi destaque do site da
semana de 20/05/18.

— Promete que nunca vai embora? — Perguntou a menina com o vestido vermelho, olhando
melancólica para o sol que se punha a sua frente, seu braço estava relaxadamente pousado no
ombro de um curioso garoto de verde.

— Plometo, Mônica. — Disse o garoto com cabelos espetados, que estava sentado ao lado de
Mônica, com o braço em volta de sua cintura. Seu olhar era um misto de melancolia com
determinação. — Eu plometo!

Mônica sorriu, e deixou sua cabeça descansar no ombro de Cebolinha. O garoto de verde sentiu
suas bochechas esquentarem com aquele ato tão inocente de sua rival declarada. Ele não estava
pensando muito bem naquele momento, mas sabia que aquilo era diferente, devido aos dois
estarem sensibilizados. Cebolinha pela morte de Caramela, a chinchila da qual ele dividia a guarda
com Xaveco, e Mônica pelo o que ela havia feito com Luca mais cedo.

A interação entre eles era sempre baseada em xingamentos, coelhadas e “planos infalíveis”, uma
estranha rivalidade que mantinham desde que se conheceram. Rivalidade essa mais nutrida mais
por Cebolinha, do que por Mônica, já que era ele quem bolava os “planos”, que iam desde de se
fantasiar para enganá-la e pegar seu coelhinho até coisas mais graves, como voltar no tempo para
fazer os pais da garota não se conhecerem. Tudo isso para possuir o título de “Dono da Rua”, uma
coisa com qual Mônica nem sequer se importava, mas o garoto gostava de forçar.

Mas, naquele momento, eles aproveitavam a companhia um do outro, observando o sol descer
lentamente no horizonte. Quando ele se pôs por completo, Mônica se levantou, com as bochechas
um pouco rosadas, e limpou o seu vestido.

— Quer ir jantar lá em casa, Cebolinha? — Perguntou ela, sorrindo. Seus dentes pra fora, que o
garoto secretamente achava que dava um “chalme a mais” a ela, ficavam mais visíveis naquela
maneira. — Mamãe vai fazer purê de batata e aposto que vai estar uma delícia!

— C...clalo! — Respondeu Cebolinha, com as bochechas também rosadas. Mônica estranhou que
nenhum comentário como “É por isso que você tá tão golda!” havia saído da boca do garoto,
naquele momento tão oportuno, porém resolveu não comentar nada.

— Então vamos! — Disse ela, pegando a mão do garoto e o conduzindo até sua casa.

O caminho não era comprido, o campinho era um “ponto de encontro” justamente por ficar
próximo da casa de todos. Por já ter escurecido e ser um fim de semana, eles não viram nenhum de
seus amigos na rua, não que eles estivessem pensando nisso naquele momento.

Porém, um pouco distante dos dois, uma garota de cabelos castanhos, presos em marias-
chiquinhas, com um binóculo em mãos, observava a cena de longe.

— Isso sim, é um babado dos bons! — Disse ela, ainda com o binóculo na frente dos seus olhos.
— Pra onde será que eles estão indo?

— Denise, o jantar está pronto! — Chamou uma voz vinda de dentro da casa da garota, ainda
paciente.

— Já vou, mãe, to ocupada! — Gritou Denise, ainda apontando o binóculo para Mônica e
Cebolinha.

Ela viu os dois entrando na casa da menina com vestido vermelho e depois se dirigiu para dentro
de sua casa.

— A Mônica tem um gosto estranho pra garotos, o Luca eu até entendo, mas o Cebolinha? Cruz
credo! — Disse para si mesma, colocando a língua para fora fora em desgosto enquanto entrava
em casa.

~~~~~~~~~~~~

Chegando a casa de Mônica, a garota abriu a porta e foi recebida pelo seu cachorro, que pulou em
suas pernas, fazendo a famosa “festa” para a dona.
— Também é bom te ver, Monicão! — Disse a garota, acariciando o pelo do cachorro que havia
sido um presente de Cebolinha e Cascão em seu aniversário. Os garotos haviam comprado o
cachorro para incomodar Mônica, por ele ser bastante parecido com ela, porém, não deu certo e a
menina e seu cão se tornaram inseparáveis.

No entanto, assim que o cão notou a presença do garoto que tinha apenas cinco fios de cabelo,
começou a rosnar, olhando em sua direção.

—Calma Monicão. O Cebolinha não vai fazer nada. — Disse ela, ainda acariciando o pelo do
animal, na intenção de acalmá-lo. Assim que ela disse isso, se virou, com uma expressão de
desconfiança para o garoto. — Né, Cebolinha?

— Como que alguém pode desconfiar de um menino tão bonzinho quanto eu? É óbvio que não
falia nada de elado. — Disse o garoto, com a mão sobre o peito, de maneira teatral.

Ele olhou para o coelhinho da garota de vermelho, que estava cuidadosamente ao lado dela nesse
momento, e não teve o impulso de dar nós nas orelhas dele, algo que ele mesmo estava
estranhando.

Antes que Mônica pudesse perguntar se ele estava com algum plano infalível ou coisa assim, Seu
Souza, o pai de Mônica, chegou na sala.

— Oi, filha. — Disse ele, dando um beijo na testa de Mônica, e depois notou a presença de
Cebolinha na sala e estranhou.

— O Cebolinha pode jantar aqui, pai? — Perguntou a garota, apontando para seu amigo.

—Hmmm, depende da mãe dele, mas por mim, claro que pode. — Disse ele, sorrindo.

As duas crianças ficaram felizes em ouvir isso e sorriram um para o outro. Cebolinha não sabia o
que estava acontecendo com ele, mas nesse momento, o sorriso de Mônica parecia algo incrível,
que ele poderia ficar olhando por horas.

Dona Luisa, a mãe de Mônica, ouviu a conversa e rapidamente ligou para Dona Cebola, que
permitiu que Cebolinha jantasse lá, porém estranhou vê-los se dando bem.

— Falei com sua mãe. — Disse Dona Luisa para Cebolinha. — Você pode jantar aqui, ficar um
pouco e depois seu pai vem te buscar.

— Puxa, obligado Dona Luisa! — Disse ele, feliz com a situação.

— Bem, o jantar está pronto, lavem as mãos e venham comer vocês dois, e não demorem se não a
comida esfria. — Disse Luisa, apontando para a porta do banheiro do andar de baixo.

Os dois foram até o banheiro, lavaram as mãos, e Mônica obviamente iniciou uma guerra de
respingos d’agua, e apesar da melancolia que Cebolinha sentia, ele devolveu com seus teatros, e
ficaram travando essa estranha batalha, até que ouviram a voz da mãe de Mônica dizendo que o
purê iria esfriar se eles não viessem.

Os dois foram, e os dois se juntaram para contar aventuras estranhas para os pais da garota de
vermelho, histórias envolvendo vilões que querem poluir o mundo, homens loucos que levam tudo
ao pé da letra, máquinas do tempo, aliens, entre outros. Os dois contavam tudo tão animadamente e
com tantos detalhes que fizeram os dois adultos se perguntarem o quão longe ia a imaginação
daquelas crianças.
— Já terminaram, crianças? — Perguntou Seu Souza, olhando o prato vazio de Mônica e
Cebolinha. Os dois acenaram com a cabeça em resposta.

— Estranho, sempre que a Mônica traz alguém pra jantar ou almoçar, acaba toda a comida... —
Disse Dona Luisa, enquanto tirava os pratos da mesa.

— Mas, mãe, eu sempre trago a Magali, e ela come tudo que vê pela frente! — Disse Mônica,
lembrando da amiga que naquele momento estava na praia.

— Ah, então é obvio que não sobla nem os lestos! — Disse Cebolinha, começando a rir. Em uma
ocasião normal, ele falaria mais coisas sobre o apetite de Magali, mas no momento, não estava
animado para isso, e não queria ver Mônica irritada.

Os dois se levantaram da mesa e foram até o quarto da menina de vermelho. Ela deixou Cebolinha
entrar primeiro e quando chegou colocou Sansão cuidadosamente sobre sua cama.

—Já venho! — Disse ela, saindo do quarto rapidamente.

Cebolinha olhou para o coelho ali, sem ninguém por perto, e chegou mais perto. Ele começou a ter
vontade de dar um nó bem dado em suas orelhas, pois apesar de todos as sensações estranhas que o
assolavam nesse dia, ele ainda queria ser o Dono da Rua.

Porém, quando ele pegou o coelho na mão, ele sentiu um cheiro familiar, cítrico como maçã, vindo
dele. Um cheiro que acelerou seu coração, sem ele entender o porquê.

— Tem o cheilo da Mônica... — Murmurou ele, largando Sansão em cima da cama da garota, com
um certo espanto.

— É claro, eu durmo com ele e fico com ele o dia inteiro, achou que ia ter cheiro de quê, mangas?
— Cebolinha se virou para trás e viu Mônica parada na porta, olhando para ele com um sorriso
sarcástico.

— Mônica, há quanto tempo você tá aí? — Perguntou Cebolinha, assustado com a presença da
garota.

— Tempo suficiente pra ver que você não está bolando nenhum plano infalível. — Disse ela,
pegando o coelhinho de cima da cama.

—Você não confia em mim? — Perguntou Cebolinha, sentindo-se ofendido.

— É claro que não, acha que eu sou boba? — Disse ela, com o mesmo sorriso sarcástico.

— Pindalolas... — Murmurou Cebolinha, irritado com a falta de confiança da sua amiga.

Mônica riu, e se sentou na cama, com Sansão no colo. Ela fez sinal para Cebolinha subir, e ainda
irritado, ele aceitou.

— Eu acho muito bonitinho quando você fala assim. — Disse Mônica, olhando para seu coelho,
com as bochechas coradas.

— Assim como? — Perguntou Cebolinha, franzindo as sobrancelhas.

— Você sabe. —Disse ela, e rapidamente mudou de assunto. — Como era sua chinchila?

— Ah, ela ela manca, e eu dividia ela com o Xaveco. — Começou o garoto, melancólico, olhando
para o teto.

Ele passou os próximos minutos contando tudo que ele e o outro garoto loiro haviam passado com
aquela chinchila, algumas lágrimas escorreram de seus olhos. Mônica prestou bem atenção em
tudo que ele falava, e quando ele terminou de falar, ela tentou falar algo para lhe reconfortar.

— Eu nem sei o que dizer, mas, sinto muito pelo o que aconteceu com a Caramela. — Disse ela,
segurando as mãos de Cebolinha. O garoto sentiu um calor invadir seu corpo e seu coração
acelerar. Por impulso, ele apertou a mão dela em resposta.

— Ela já ela muito velinha, está em um lugar melhor agola. — Disse ele, ainda segurando as mãos
da menina de vermelho. — E você, não está mais se sentindo sozinha?

— Claro que não, você prometeu que ia ficar do meu lado pra sempre, então não tem como eu me
sentir sozinha. — Disse Mônica, se aproximando dele.

As bochechas de ambos estavam vermelhas e a proximidade que a garota oferecia era tanta que
seus lábios acabaram encostando, o que resultou em um suave beijo.

Para um adolescente ou adulto, seria apenas um selinho rápido, do tipo que se dá para
cumprimentar alguém, porém, os dois tinham apenas sete anos, então foi um turbilhão de emoções
confusas, Cebolinha sentia uma mistura de alegria e espanto, ao sentir os lábios macios de sua rival
nos seus, e Mônica sentia uma vontade de aprofundar o contato, já que a sensação era maravilhosa,
porém, o beijo acabou com um leve barulho de estalo.

Os dois ficaram mudos por alguns minutos, sem conseguir se encarar por causa do que acontecera.
O garoto de verde sentia seus lábios formigando, e apesar da timidez, tinha vontade de pedir outro
beijo para Mônica. Já a garota de vermelho estava querendo se esconder em algum lugar, apesar de
ter iniciado o contado. Os dois se olharam rapidamente e quando Mônica tentou dizer algo, os dois
ouviram o barulho da porta abrindo.

— Oi filhão, vim te buscar! — Disse Seu Cebola, o pai de Cebolinha, ostentando um sorriso
orgulhoso no rosto.

— Ah, não posso ficar mais um pouco? — Disse Cebolinha, chateado, enquanto seu pai o arrastava
para fora do quarto.

—Não, não filho, já ta tarde e sua mãe quer colocar você e sua irmãzinha para dormir. — Disse
ele. Cebolinha viu Mônica, também chateada, logo atrás dele. — Se despeça da Mônica, e
agradeça os Souzas por te deixarem ficar e vamos.

— Obligado por me deixalem ficar, Seu Souza e Dona Luisa. — Agradeceu Cebolinha, fazendo
sua melhor pose de inocência, os pais da Mônica falaram algo que ele não prestou atenção em
resposta e ele se virou para Mônica.

—Tchau, Mônica, a-até amanhã. — Disse Cebolinha, tímido e com as bochechas vermelhas,
acenando para sua amiga.

— Tchau, até amanhã. — Ela acenou, com as bochechas também coradas e observou o garoto indo
embora com seu pai.
~~~~~~~~~~~~~~~~

No dia seguinte, Cebolinha acordou na hora de sempre, e lembrou do que havia acontecido na noite
passada e sentiu suas bochechas esquentarem e seus lábios formigaram outra vez, lembrando dos
lábios de sua rival encostando nos seus. Depois de se arrumar, como em todos os dias, ele se
dirigiu para o campinho e encontrou Mônica lá, sentada na pedra que eles estavam no dia anterior.

— Ah.. oi Mônica... — Disse ele, fitando o chão, corado.

— Oi, Cebolinha! — Disse ela, animada com a chegada de seu amigo.

— Err...e soble ontem? — Perguntou o garoto, sentindo suas bochechas esquentarem.

Instantaneamente, suas bochechas ficaram da cor do seu vestido, ela encarou a grama verde do
campinho e apertou Sansão com força em suas mãos.

— Sei lá... parece que o roteirista dessa história é maluco. — Disse ela, envergonhada. Cebolinha
concordou, — Mas isso não quer dizer que eu não gostei.

Ela pegou as mãos de Cebolinha e os dois ficaram se encarando, com as bochechas rosadas. O
garoto se inclinou levemente, mas antes que fizesse qualquer coisa, uma voz familiar foi ouvida no
horizonte.

— Faaaala Careca, o que ta fazendo aí com a Mônica? — Perguntou Cascão, ostentando um


sorriso travesso.

Cebolinha rapidamente soltou as mãos da garota e se afastou, o que fez ela se irritar. Ele tentou
rapidamente bolar alguma forma de escapar daquela situação constrangedora.

— Err...isso é palte do meu novo plano infalível! — Disse Cebolinha, rapidamente, pegando o
coelho que estava na outra mão de Mônica, o que fez o sangue dela ferver.

— AH, SEU MULEQUE! — Gritou Mônica, já irritada.

Cebolinha saiu correndo pelo campinho juntamente com Cascão na mesma hora. Aparentemente,
tudo havia voltado ao normal, apesar dos acontecimentos anteriores.

Porém, os sentimentos de Mônica e Cebolinha não haviam mudado, e a promessa que haviam feito
continuava de pé, apesar de ela ser cumprida da maneira que eles sabiam melhor.

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