Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
PARA A VIDA
TABOÃO DA SERRA – SP
2023
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
PARA A VIDA
TABOÃO DA SERRA – SP
2023
AGRADECIMENTOS
Agradecemos imensamente aos nossos colegas de classe que deram duro por esse
trabalho, aos nossos professores da faculdade Capital Federal, em especial a nossa tutora
Alice da Silva Prado que nos ajudaram na conclusão dessa jornada, em especial nossa
professora de estagio Jane Nogueira que praticamente pegou na nossa mão nos momentos
que mais precisamos, não podemos esquecer da nossa querida coordenadora Rosangela
que foi nosso pilar em toda nossa trajetória
Fazer pedagogia nos tornou melhores, nos ensinou grandes lições de vida, sem
todos esses trabalhos, estudos de caso, provas, não chegaríamos tão longe, talvez depois
da daqui seguiremos caminhos destintos, e poderemos nos encontrar novamente, onde
quer que estejamos, na escola ou em casa, construindo Didática, lembraremos desse
momento, alguns terão vivencias em sala, outros vão ganhar na loteria quem sabe, só sei
que formar grandes professores é um trabalho árduo, não para nunca, sempre
precisaremos estudar mais depois de formados, nos atualizar, porem o que mais importa
é que seremos mediador sempre, para toda vida.
RESUMO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 9
1.1 PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA 9
1.2 PSICOMOTRICIDADE, AUTONOMIA E EDUCAÇÃO 12
1.3 O AGENTE TRANSFORMADOR DA REALIDADE 14
1.4 DIDÁTICA PARA A CIDADANIA E PARA A VIDA 16
1.5 HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO 17
1.5.1 PRÉ HISTÓRIA 17
1.5.2 IDADE ANTIGA 18
1.5.3 A PEDAGOGIA DE JESUS CRISTO 21
1.5.4 MEDIEVAL E RENASCENTISTA 22
1.5.5 MODERNA E ILUMINISTA 23
1.5.6 BRASILEIRA E CONTEMPORÂNEA 23
1.6 IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO ALFALETRAR 24
1.7 ARTE, MÚSICA E INCLUSÃO 26
1.8 TECNOLOGIA COMO INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO
EDUCACIONAL 27
1.8.1 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO PARA EDUCAÇÃO 27
1.8.2 REALIDADE VIRTUAL 28
1.8.3 GAMEFICATION 29
2. MÉTODO 31
3. ANÁLISE E DISCUSSÃO 33
CONSIDERAÇÕES FINAIS 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36
INTRODUÇÃO
6
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Trazendo a luz sobre a Escola Tradicional, Ferreiro(1999) diz que “A escola reduz
a criança a um par de olhos e orelhas”, sendo o professor o detentor do conhecimento e a
criança de forma passiva, apenas como aquele que ouve e observa, não olha a criança em
sua totalidade, desde seus aspectos de desenvolvimento, cognitivo, neuropsicomotor e
sociocultural, a ausência do papel da criança no processo diversas habilidades e
capacidades, além de ter conhecimentos prévios e uma visão da escrita e do seu meio
antes da escolarização, quanto a isto Ferreiro diz:
“A minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a
qual, por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos
ouvidos que escutam, há uma criança que pensa.” (FERREIRO,
Emília, 1993)
7
é que a de classe média chega na escola quase alfabética e a pobre com hipóteses
primitivas e o processo de Alfabetização é longo para ambas. Esta postura da Escola
Tradicional prejudica a criança, pois segundo Ferreiro(1999):
“Um dos maiores danos que se pode causar a uma criança é levá-la
a perder a confiança na sua própria capacidade de pensar.”
(FERREIRO, Emilia. 1999)
A escola precisa criar ambiente alfabetizador para que possam ter as mesmas
possibilidades e respeite estas crianças como sujeitos “cognoscentes”, que aprendem
criticamente e tem curiosidades e questionamentos sobre seu mundo, no que condiz com
alfabetização estes se darão de acordo com a prática social da leitura e escrita que tem
contato, sendo a escola responsável de criar contatos e interações necessários ao sujeito
porque nas palavras de Ferreiro(1999):
O processo de alfabetização nada tem de mecânico do ponto de vista da
criança que aprende. A criança constrói seu sistema interativo, pensa,
raciocina e inventa buscando compreender esse objeto social complexo
que é a escrita.
Esse pensamento expressa claramente a corrente da qual Ferreiro e Teberoski
participam, a Psicolinguística Contemporânea, que defende que a criança é um ser ativo
que procura compreender a natureza da linguagem, tem hipóteses, cria sua propria
gramática, sendo um sujeito cognoscente o que segundo Piaget é aquele que procura
ativamente compreender o mundo que o rodeia e a responder os questionamentos que o
mundo traz, sendo a obtenção do conhecimento resultado dessa ação. Ou seja “Ler não é
decifrar, escrever não é copiar” (FERREIRO, 1999) vai muito além e exige diversos
esforços neuropsicomotores e cognitivos das crianças.
Segundo Ferreiro “A escrita da criança não resulta de simples cópia de um modelo
externo, mas é um processo de construção pessoal”, nesse processo de construção pessoal
a criança se depara com conflitos cognitivos que força-a a modificar seus esquemas
assimiladores para que ela possa incorporar o que antes não conseguia, são desafios esses
que o sujeito pode superar com ajuda e estes períodos são necessários para que esta passe
pelos períodos de erros construtivos, errando para elaborar hipoteses próximas de seus
conhecimentos prévios.
Ferreiro e Teberoski criticam que “a escola não permite antecipações ou
autocorreções”, quando o erro é entendido de forma equivocada pela escola, o professor
corrige sem deixar o sujeito refletir sobre seus erros e saber o porquê errou, além disso a
escola exige a pronúncia correta, ignorando as variantes linguisticas de cada um, usa
8
cartilhas ou livros didáticos que utilizam de conteúdos ideológicos e refletem a classe
dominante Segundo Ferreiro(1993):
Para se ensinar a ler e a escrever é necessário utilizar diversos
materiais, textos de atualidade, livros, histórias, jornais, revistas,
calendário, caderno e um conjunto de superficies pela qual se
escreve.
Emília Ferreiro e Ana Teberosky utilizam a terminologia Níveis Estruturais da
Língua Escrita para explicar as diferenças individuais e ritmos diferentes de escrita das
crianças em 5 níveis: Hipótese Pré Silábica, Intermediária, Silábica, Silábico Alfabética
e Alfabética:
Na Pré silábica não diferencia o desenho da escrita, entende que tanto desenho
como escrita são formas de representação, sendo a fase da garatuja e rabiscos. A criança
já começa a escolher a forma mais familiar, se “letra bastão”, cursiva, porém ainda não é
uma escrita convencional, não reconhecendo relação entre fala e escrita, além disso ainda
supõe que a escrita represente o nome dos objetos e não os próprios objetos(objeto grande
palavra grande e objeto pequeno, palavra pequena) o chamado Realismo Nominal.
Na Intermediária a criança começa a perceber que existe relação fala e escrita,
desvincula a escrita da imagem dos numeros e das letras, desenvolve hipoteses a partir do
nome. A Silabica supõe que a escrita representa a fala e que a menor unidade da lingua
seja a sílaba, em frases pode escrever uma letra para cada palavra ou silaba e algumas
vezes a palavra completa, faltando uma letra ou trocando de lugar, isso acontece muito
com sílabas complexas.
Silabica Alfabetica já compreende que a escrita representa o som da fala, combina
só vogais ou só consoantes fazendo grafias semelhantes para palavras diferentes (AO para
GATO ou PATO), pode combinar vogais e consoantes numa mesma palavra para tentar
combinar sons, mas sua escrita ainda não é totalmente socializável.
Alfabética que a criança passa a entender que escrita tem função social e entende
que cada caractere da escrita corresponde aos valores menores(silabas), faz
correspondência e conhece valor sonoro de todas as letras e pode ainda omitir e misturar
hipoteses alfabeticas com silábicas porém não está ortográfica ainda.
É necessário que a escola e o professor proponham atividades desafiadoras
adequadas a todas as crianças, trabalhar com crianças heterogêneas(diferentes hipóteses
e niveis), levar a criança a raciocinar sobre a escrita, criar ambiente rico em materiais e
provocar interações, deve considerar que o ambiente por si só não é alfabetizador, seu
papel é importante ao criar ambiente rico de interações no qual a criança possa
9
desenvolver suas hipoteses, permita situações de erros construtivos, antecipações e
autocorreções, falar menos e escutar mais a criança e o mais importante é a criança utilizar
a escrita como forma de expressão, que esse saber e esse ambiente é pensado a propiciar
interações com a lingua escrita mediada por pessoas capazes de ler e escrever, cabe a
escola permitir a todos e a quem precisa esse ambiente alfabetizador.
A criança estando alfabética é importante lembrar que a pontuação e a ortografia
serão trabalhadas gradativamente, respeitando as fases e principalmente o tempo da
criança. A Alfabetização é um Sistema complexo, que não se esgota na 1 série ou aos
7anos(ou até o 2º ano como objetiva o governo brasileiro), se desenvolve ao longo da
escolaridade e no ritmo diferente de uma criança para outra.
10
Há também o Ambiente Preparado, que é um conceito chave no Metodo
Montessori, para isso a criança deve ter liberdade, tudo o que for importante ao
desenvolvimento da criança deve estar acessível, estando tudo a altura das crianças. Estes
ambientes também devem ser tranquilos, uma quantidade adequada de brinquedos, jogos,
materiais diversos e acesso a todos os lugares e a limpeza e organização destes deve ser
feita pela própria criança. Sobre a importância de um ambiente preparado
Montessori(1946) diz:
“Para ajudar uma criança, devemos fornecer-lhes um
ambiente que lhes permita desenvolver-se livremente.”
O professor é chamado por Montessori de Adulto Preparado, este deve sempre se
transformar interiormente, deixando o papel de autoridade e imposição caso as crianças
se comportem diferente do desejado e cabe a ele respeitar a criança em todas as suas
necessidades, este é um observador que tem confiança na criança, interagindo e
preparando o ambiente com o necessário para que as crianças superem obstáculos e
precisa dar autonomia para a criança sendo cada vez menos necessário. Para
Montessori(1989):
“A tarefa do professor é preparar motivações para
atividades culturais, num ambiente previamente
organizado, e depois se abster de interferir.”
11
1.3 O Agente Transformador da Realidade
Paulo Freire defende a Educação Libertadora, como ato de se libertar das amarras
da educação bancária, opressora e elitizada da escola tradicional, onde ao aprender a ler
e a escrever o estudante aprenda não só a decodificar o sistema de escrita e ter domínio
da escrita, mas sim ler a sua própria vida e o mundo, escrever sua própria história e do
meio a sua volta e ser um Agente Transformador da Realidade, aquele que intervém de
forma crítica, reflexiva, filosófica, analítica, ativa e direta na transformação na realidade
da sua vida e da própria sociedade, assim como diz Freire(1981):
“Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem
ela tampouco a sociedade muda.”
Para ele a chamada educação bancária e opressora possui origem na história do
homem e da sociedade, como os períodos de escravidão, regimes autoritários, civilizações
que o centro era a guerra e pensamento intelectual e civil dessas épocas além da política
de dominação. Essa educação reflete a sociedade e os educados apenas servem de
recipientes vazios onde o professor detentor do conhecimento deposita, assim como numa
transação bancária, o conhecimento, porém como nos elenca Freire(1977):
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua própria produção ou a sua
construção.”
A escola opressora e bancária é aquela também na qual os erros são encarados
como fracassos e geram punições e culpa, Freire nos mostra o contrário: “Só, na verdade,
quem pensa certo, mesmo que, às vezes, pense errado, é quem pode ensinar a pensar
certo”, nesta muitas vezes com tempo, este “oprimido” acaba se tornando o “opressor”,
este mesmo que vivia escrevendo frases sem significado e contexto como “Eva viu a uva”,
acaba por fazer o mesmo quando estiver do outro lado, sem importar-se em “compreender
qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva
e quem lucra com esse trabalho” ou seja, sem saber o contexto, a interpretar e a analisar
e refletir o que lê.
Para se opor a este tipo de educação Freire apresenta a Educação Libertadora, onde
nesta há total valorização a relação professor e aluno, estes dialogam, agem, aprendem e
ensinam entre si, sendo ambos agentes educacionais, há a estimulação da criatividade,
imaginação, trabalho de equipe, da postura problematizadora e da visão humanista no
processo ensino aprendizagem, concluindo nas palavras de Freire(1977) “Ninguém educa
12
ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo
mundo”.
O método de Alfabetização e Letramento Freiriano segue seu pensamento: “Educar-
se é impregnar de sentido cada momento da vida, cada ato cotidiano”. Baseia-se na
relação interdependente de diálogo e ação, onde são levantadas temas de interesse dos
educandos, de seu cotidiano e da realidade vivida por este e seu meio através de diálogos
com suas experiências e histórias de vida, objetivando o despertar da curiosidade,
interesse e a atenção do educando. Após serem levantados os chamados “temas
geradores”, desses são tiradas sílabas e sons, que formam as “palavras
geradoras”(palavras novas), auxiliando na apropriação da palavra e o Sistema Alfabético
de Escrita, da Linguagem e do mundo que o cerca, sendo assim, Freire(1981) elenca que:
O diálogo pertence à natureza do ser humano, enquanto
ser de comunicação. O diálogo sela o ato de aprender,
que nunca é individual, embora tenha uma dimensão
individual.
Estes momentos de conversa são os “Círculos de Cultura” onde são realizadas
análises, críticas, reflexivas e até mesmo algumas vezes filosóficas sobre esse temas,
palavras e sons trazendo a consciência do uso social da língua, além da concientização da
realidade, compreendendo o mundo e a sociedade em seus diversos aspectos sociais,
políticos, culturais, tecnológicos, morais, éticos e etc. E a partir dessas noções ajudar
transformando-se e transformando a sociedade, porque Freire nos mostra que: “Educação
não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo” e
este ato de agente transformador impregna e chama outras pessoas a terem essa iniciativa
de mudarem o mundo através dessa Educação Libertadora, Problematizadora e
Humanista.
13
como a educação de qualidade para minorias e a questão da censura ao que se ensina,
tudo pode ser ensinado, mas de forma diferenciada pois cada um aprende de um jeito.
Comenius afirma que é necessário se cuidar bem da infância e juventude, instruí-
los e educá-los para não só o trabalho, mas para a vida, torná-los cidadãos e homens e
mulheres de bem, sendo estes mais preparadas e solicitos ao conhecimento, tendo uma
mente aberta a ser moldada a esse propósito, além disso segundo Comenius(2001) educar
bem os jovens faz com que possamos “curar e transformar a sociedade”. Sobre isso
Comenius(2001):
Educar pois providamente a juventude é providenciar
para que o espírito dos jovens sejam preservados das
corruptelas do mundo e para que as sementes neles sejam
lançadas
Comenius foi o primeiro a defender que deve-se valorizar o pensamento, os
interesses, anseios, possibilidades e limites da criança, isso é explícito a um
questionamento público de Comenius “Por que não se aprende brincando?” e que o
currículo deve se adequar ao interesse de ambos, trazendo a realidade para a sala de aula
e usar a tecnologia disponível como suporte , além de apontar a grande responsabilidade
que pais, professores e a sociedade tem de educar e formar moralmente o jovem e para
ser um bom cidadão. Sobre essa necessidade de trazer a realidade social da juventude a
escola, Comenius(2001) diz:
“As escolas fazendo com que os homens tornem-se
verdadeiramente humanos, são sem dúvida as
oficinas da humanidade”
Outro aspecto bem atual na obra de Comenius é que ele critica a forma como os
pais deixam a educação de seus filhos exclusivamente a cargo da escola e dos professores
e alerta para a grande importância que a família tem no desenvolvimento da criança e do
jovem, pois além de serem os primeiros a socializarem o indivíduo, deviam instruí-los na
conduta, de todos os valores morais e sociais, construindo assim um adulto de princípios
e caráter.
Comenius era contra o uso de castigos, mas a favor da disciplina, para
Comenius(2001) deve-se haver um dialogo de forma a fazê-lo refletir sobre seus erros e
entender o que ou o por que ele errou, ou seja de forma indireta Comenius já incentivava
a questão de Piaget de “erros construtivos”. Comenius ainda propunha uma escola mais
lúdica com livros ilustrados, dança, músicas, brincadeiras, ambientes coloridos e etc. para
a criança, onde ela pudesse passar por todas as etapas do seu desenvolvimento de forma
14
confortável e eficaz e sendo respeitada sua realidade e interesses da sua faixa etária. Sobre
isso Comenius(2001) afirma que:
Deve todavia que tudo seja adaptado aos espíritos
infantis, os quais são por naturezas inclinados a coisas
agradáveis, jocosas e lúdicas... e aprendê-las com
facilidade e prazer, importa misturar o útil ao agradável.
(COMENIUS, J.A, 2001)
Comenius, a frente de seu tempo enfatiza a função mediadora do professor como
um guia e orientador das escolhas e caminhos ao qual o estudante deve seguir, o que deve
aprender e o fim desse aprendizado e ainda esse deve ser doce, carinhoso, porém flexível
e Comenius(2001) afirmava que “ensinar é uma arte” e nesta é necessário afetividade
entre crianças e professores e através de um ensino de qualidade voltado a todas as
pessoas, democrático e inclusivo que traria uma formação integral, sólida e plena ao ser
humano, transformando assim a sociedade com uma educação para a vida.
15
destes, se assemelham as primeiras fases do desenho infantil, pois a criança passa
inconscientemente por todas as etapas da história do homem até o domínio da escrita.
Esta é o mais próximo da escrita que conseguem, já que ainda estavam em evolução
estruturas e mecanismos motores e da inteligência.
16
Já na Grécia Antiga, considerada o “Berço da Democracia”, esta que em nenhum
dos povos da história verdadeiramente conseguiu alcançar, pois assim como nos dias
atuais a desigualdade impera, a alfabetização, o letramento e a consciência cidadã,
infelizmente possuem apenas na definição, pois estes não são colocados em prática, esses
povos influenciaram certos modelos que desde os primórdios da Humanidade se
encontram nas práticas pedagógicas e na metodologia de muitos, são eras diferentes
porém problemas e hábitos semelhantes, mesmo com avanços significativos, ainda
prevalece a democracia para minorias”.
Os Termos Democracia, Cidadania, Filosofia e em especial, a Pedagogia surgiram
na Grécia, como nas palavras de MANACORDA(1990) a educação grega era para
poucos, preparando para as tarefas do poder, “o pensar”, para a vida política “o falar” e o
“fazer”, que são as armas e o poder militar.
Os tipos de educação adotados eram a Educação Homérica e a Educação
Hesiodéica, estas se referem a educação “Heroica” e “Camponesa” respectivamente, com
relação direta ao “grande educador”, nas palavras de Platão, que foi Homero, autor de
Ilíada e Odisseia e o poeta Hesíodo, para bases sociais, morais, culturais, psicológicas e
teóricas do modelo, era uma educação informal, não possuía método nem instituição, não
era para a criança, mas sim para o futuro adulto. O conceito fundamental é o Areté, com
aspectos técnicos, para guerra, esportes, oratória, movimento e música, éticos e morais,
que eram valores, atitudes e ideias dos livros de Homero, como honra, bondade, beleza e
coragem e preceitos de cultura e respeito as crenças e ancestralidade e de Hesiodo para
sabedoria e moralidade, com ensinamentos, conselhos, atitudes, valores, posturas e etc
para os camponeses e produtores rurais.
Como diz Manacorda: “Outro conceito é a téchne, construida nos jogos de
gladiadores, a aculturação moral religiosa e patriótica as técnicas de governar, lutar e
produzir, habilidades “das palavras” e “ações”, contemplaram a música (aculturação
moral religiosa e patriótica) e a ginástica(para o guerreiro)”. Ao ouvir as músicas,
histórias, a literatura, ensinamentos, feitos heroicos e sobre a cultura, as crianças
assimilavam a língua, a escrita e a leitura, pois haviam diversas habilidades e
competências adquiridas, assim dava-se a alfabetização e letramento nessa época.
O conceito mais importante a se tratar é a Paidéia (educação), com o advento da
Democracia surge a necessidade de preparar a infância para cidadão adulto de bem. Os
“professores” eram chamados de “choregós”(mestres de coro), existiam os centros de
iniciação e as escolas de filósofos, como a Pitagórica, a educação passa a ser um
17
“fundamento da sociedade”(Manacorda). Estas escolas com ensino através da
música(mitos, cultos e cantos religiosos), dança, ginástica, aritmética, geometria,
astrologia, ciências da natureza, sagradas ou esotéricas.
A Legislação mostrava o dever dos pais para com as crianças, do direito ao ensino
da leitura e escrita, acesso à escola para todos (a elite estudava com melhores condições),
sobre o ano letivo e sua organização(tempo, número de crianças, atribuições do corpo
docente e etc.). Em Creta e Esparta surgem os pedagogos (condutor da infância), escravos
estrangeiros alfabetizados que passavam um tempo com as crianças, acompanhava-as a
escola e era responsável pela instrução. A Educação Democrática(“Paideia” que significa
Educação) é como um espelho da atualidade, tradicional e conteudista, Na escola do
alfabeto aprendiam o método de leitura do Alfabeto, Soletração, Silabas e a Palavra e o
Texto de forma rígida e muitas vezes brutal, com treinos repetitivos de escrita e leitura,
excesso de músicas e decorar conteúdo, este sistema era um espelho da época, ou seja,
pouco mudou do conceito de alfabetização e letramento, mesmo com o Construtivismo e
o Socio-Interacionismo e outras Teorias Pedagógicas.
A educação Romana era bem semelhante à dos primeiros períodos da história
grega, como tradição, a formação do guerreiro, ideais, direitos e deveres relacionados a
pátria (código civil) porém busca romper com a cultura grega e possui algumas mudanças
como o aluno era ensinado através de tábuas(códigos de condutas e leis sociais) que
romanos eram superiores a todos os outros povos(civis romanus), a mulher era menos
submissa aos homens(mater familias) que controlavam a educação dos filhos e mandava-
os aos pedagogos e educadores da época e o pai (Pater) formar o cidadão e controlava a
vida em geral(social, estudantil e etc.) dos filhos.
Nas escolas eram utilizados manuais e a formação em diversas áreas como Lingua,
Oratória, Literatura, Gramática, Retórica, Matemática, Astronomia e etc e se dividiam
em: Elementares para alfabetização da língua e matemática; Secundárias onde se
ensinavam a cultura romana em geral, Escolas de Retórica para preparar o cidadão para a
vida pública, a vivência, debates e discursos em sociedade e Escola aos Escravos que
tinham pouca organização e pouca infraestrutura, porém ensinavam os ofícios a serem
desempenhados por estes.
18
Para ter um panorama das mudanças na educação e do contexto histórico após
Cristo, como a Educação Medieval será descrita sem questões religiosas, mas analisando
as bases e metodologias, a Pedagogia de Yeshua Netzarim, que mesmo suas aulas sendo
ao ar livre, fora de instituições, este possuia formas inovadoras para aquela época de
ensinar.
Na epoca de Yeshua Netzarim(Jesus de Nazaré) a educação estava nas mãos dos
Judeus, em especial os fariseus que ensinavam em sinagogas ou templos através de
trechos da Bíblia e aos poucos apresentando o alfabeto para assim através da
Torah(escritos bíblicos) conhecer a lingua. Jesus no entanto não ensinava em instituições,
mas em qualquer lugar onde havia necessidade de ensinar, ou seja por onde ele andava,
sejam ruas, aldeias, a beira do mar e etc. Segundo L.A. Weigle(1980):
"Jesus lançou mão do método educativo, e não do método de força
política, ou de propaganda, ou do poder.”
Yeshua ensinava a qualquer pessoa, de qualquer classe social, sem preconceito ou
imposições, sabia ouvir seus alunos, respeitava a pluralidade cultural e de ideias, não
debatia e muito menos criticava, apenas ensinava e este tinha conhecimento de diversos
povos e culturas, facilitando assim com que acreditassem em seus ensinamentos e sempre
buscando concórdia e amor entre as culturas e povos, além de sempre pregar a igualdade,
o respeito a pessoa, as leis e a moral. A seus discípulos este orientava como ensinar com
clareza e convicção, além de prepará-los a trazer mais seguidores ao Cristianismo.
Quanto a metodologia, ele ensinava através de parábolas que eram histórias que
mostravam episódios do cotidiano do povo, trazendo sempre uma lição moral e
ensinamentos sobre a vida e como ser um verdadeiro cidadão, de como agir de forma
ética e moral diante de diversas situações da vida. A forma como Yeshua ensinava era tão
eficaz que muitas vezes não só fazia a pessoa compreender os ensinamentos como
também as maravilhava e despertava a curiosidade e o interesse desta em seus
conhecimentos e sua sabedoria.
19
minoria, o clero, composto de padres, bispos e religiosos em geral que ensinavam em
escolas dentro de catedrais e mosteiros disciplinas como gramática, retórica, dialética,
lógica, aritmética, geografia, astronomia e música.
Para alfabetização e letramento, segundo Manacorda(1990) assim como na
educação grega, utilizavam de tábulas penduradas no pescoço ou na cintura com
alfabetos, silabários e diversos textos religiosos ou não a serem lidos, possuiam também
exercícios, discussões em formato de debate entre professores e alunos, haviam
premiações para acertos e severas punições para erros. Estas características não só se
assemelham a escola e alfabetização atual, como esta foi trazida dos elementos da escola
antiga e medieval como o ensino da gramática, a lógica e o estudo da filosofia.
Na época do Renascimento, houve maior preocupação de que as pessoas
soubessem ler e escrever(minorias da elite, antes das ideias de Lutero), as tabuletas de
conteúdos foram substituídas pelos livros e assim inicia-se o uso das cartilhas e das
gramáticas. O ensino infantil era mais lúdico e nas cartilhas eram ensinados os nomes das
letras do alfabeto, decorar listas de palavras, visando o reconhecimento da relação de letra
e som.
A noção de consciência fonológica só era adquirida após decorar o alfabeto na
ordem normal e inversa, depois o mesmo é feito com as sílabas, em alguns países eram
ensinadas palavras do cotidiano da criança e estas aprendiam através do som das letras,
algo extremamente inovador para época e mostra como a educação atual ainda está muito
atrasada e com avanços pouco significativos em relação ao seu passado histórico. Os
principais pensadores do Renascimento foram Jan Amos Comenius e Jean Jacques
Rousseau.
20
Porém segundo Araujo(1996) foi na época do Iluminismo que se criou um método
inovador que mudaria completamente a alfabetização e letramento, o Método Fônico.
Este método se opunha a soletração e a posterior relação entre grafemas e fonemas, neste
a criança já era apresentada aos sons das vogais e consoantes, que podem formar sílabas
e palavras, o que ia contra o método de soletração no qual aprendia-se pelo nome das
palavras, assim como muitas escolas ainda ensinam a ler e escrever, são poucas as que
utilizam o método fônico e desperta a consciência fonológica nas crianças.
21
a educação era voltada ao mercado de trabalho, a escrita era mecânica, sem
contextualização e ainda eram dados castigos e surras a quem cometesse erros.
Mesmo que durante esse período ao redor do mundo surgiam educadores como
Maria Montessori, a epistemologia genética de Jean Piaget, o socio-interacionismo com
Vigotsky e Wallon e posteriormente Emilia Ferreiro, estas ideias por causa do regime
militar que se baseava numa educação tecnicista demoraram a chegar e se incorporar na
educação brasileira.
Porém ao serem introduzidas estas transformam a alfabetização e letramento, a
escrita não é mais tratada de forma mecânica e com exercícios exaustivos, mas sim
contextualizada, além disso é valorizada a consciência fonológica, as ideias freireanas de
educação através do cotidiano e ainda o desenvolvimento em geral, o pensamento e
hipoteses de escrita da criança são levadas em consideração, além da ludicidade e abertura
a novas formas de educar e uso novas ferramentas de suporte como a tecnologia.
22
elementos desse mundo atrelado aos jogos, brinquedos e brincadeiras. Qunato a essa
relação com o sujeito Kishimoto(1999) diz que:
O brinquedo supõe uma relação íntima como o sujeito, uma
indeterminação quanto a uso, ausência de regras. O jogo pode ser
visto como sistema linguístico que funciona dentro de um
contexto social: um sistema de regras, um objeto.(1999, p. 12)
O eficaz, planejado e organizado uso na alfabetização e letramento da ludicidade,
em especial jogos e brincadeiras pode despertar na criança autonomia, engajamento,
criatividade, imaginação, desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita, atenção e
concentração, capacidade de resolução de problemas, além de melhorar a absorção de
conhecimento e a formação de noções de cidadania e convívio social. Sobre essa
contribuição essencial da ludicidade e do brincar Kishimoto(1993, p. 21):
Brincar é uma atividade fundamental para o desenvolvimento da
identidade e da autonomia. Desde muito cedo as crianças se
comunicam por gestos, sons e mais tarde a imaginação. Podemos
dizer que brincar é uma atividade natural, espontânea e
necessária para sua formação.
Através dos jogos, brinquedos e brincadeiras a criança tem possibilidades de buscar,
descobrir, experimentar e se envolver em diversas situações de aprendizagem e da vida
social. Segundo Miranda(1980) O jogo, não é somente um aperfeiçoamento físico,
intelectual e moral. É também um valioso elemento para observação e conhecimento
metódico da psicologia da criança, suas tendências, qualidades, aptidões, lacunas e
defeitos, ou seja cabe ao educador e a escola proporcionar o ambiente e o planejamento
adequado do uso da ludicidade não só como forma de distração, mas no sentido formativo,
de desenvolvimento e principalmente como interessante mediador das relações e
conteúdos educacionais e de sua prática educativa.
23
O homem anseia por absorver o mundo circundante,
integrá-lo a si; anseia por unir na arte o seu “eu” limitado
com uma experiência humana coletiva e por tornar social
a sua individualidade
É histórica a exclusão de pessoas deficientes, elas eram internadas em hospícios e
albergues e mortas, hoje são mais rotuladas e muitas vezes subestimadas em suas
capacidades e além disso são muitas vezes deixadas de lado. Uma excelente forma de
inclusão é utilizar a musicoterapia e a própria educação músical aliada a rotina de sala de
aula, pois aprimora a comunicação, o vocabulário e a noção linguística.
Os psiquiatras Adam P. Fraise(2009) Richard Hudson e R. Frances notaram que
as partituras musicais influenciam a parte fisiológica do corpo e ajudam a regular algumas
funções e ritmos biológicos conforme a aspecto temático e dinâmico da música, ou seja
as ondas sonoras produzidas pelos instrumentos e a harmonização destas e das melodias
penetram no sistema nervoso e trazem benefícios para o funcionamento do corpo e
relaxam, aumentam a percepção, a psicomotricidade, a absorção de conhecimentos, entre
outros; além de atuar nas células, ajudando a curar células doentes e a destruir células
cancerígenas e de efeitos prejudiciais ao organismo.
24
aprendizagem da sala, é pouco utilizada a leitura e a produção de textos aliada a essas
tecnologias, sobre os textos digitais Roger Chartier(2002) mostra que:
É ao mesmo tempo uma revolução da modalidade técnica da produção do
escrito, uma revolução da percepção das entidades textuais e uma
revolução das estruturas e formas mais fundamentais dos suportes da
cultura escrita. (CHARTIER, 2002, p. 24)
Esta grande revolução se não pensada de forma a unir a sala de aula a tecnologia,
pouco torna-se significativo no desenvolvolvimento da Alfabetização e Letramento,
assim como diz Vigotsky(1993) “o desenvolvimento intelectual ocorre a partir de um
intenso processo de interação social, ou seja, quando a criança brinca em seu ambiente,
ela internaliza instrumentos culturais construindo o seu próprio conhecimento.” pois é
uma forma prática e eficaz do conteúdo, além de ajudar a desenvolver diversas
habilidades e competências e mesmo de forma interativa diminuir dúvidas e dificuldades
no uso da escrita, números e operações em geral.
Além disso ainda é limitada a gama de ferramentas, de conhecimentos e interações
que está a dispor do estudante numa Sala de Tecnologia, além de jogar, pode-se mostrar
diversas ferramentas como programação com programas simples como Sketch por
exemplo que um “gatinho” mostra de forma simples e adequada a crianças noções básicas
de programação, ou Sketchup que através de desenhos, geometria e medidas transmite
noções de arquitetura e engenharia, Celestia onde se pode conhecer de forma interativa o
universo, desde planetas, galáxias, satélites e etc, assim como diz Saldanha(2017):
“Enquanto estão mexendo em um computador ou tablet,
as crianças desenvolvem a concentração e o raciocínio
lógico.” (Saldanha, 2017)
Pouco também se exploram de novos recursos tecnológicos como a “Realidade
Virtual” e sistemas como a “Gamefication” que se tornaram em países desenvolvidos
grandes aliados a educação, além disso aumentam o interesse e o incentivo ao
aprendizado de diversas faixas etárias de estudantes que vivem nesses países e continentes
assim como diz a Professora Débora Garofalo(2018):
Os jogos são meios que contribuem e enriquecem o
desenvolvimento intelectual, além de favorecer a apropriação e
interpretação dos recursos linguísticos primordiais na
alfabetização.
25
Uma ferramenta muito usada em pouquíssima salas de aula é a Realidade Virtual,
algo que aos olhos das crianças e jovens é magnífico, belo e muito divertido e interessante,
muitas dessas escolas utilizam por exemplo numa aula de Sistema Solar, um aplicativo
de Realidade Aumentada para mostrar os planetas do sistema solar, suas características,
distâncias, propriedades e etc e os alunos podem tocar e interagir com eles, algo que torna
extremamente agradável e significativa uma aula que poderia ser teórica e monótona. Para
Moran(2000):
Educar é colaborar para que professores e alunos-nas escolas e organizações -
transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem... Uma
mudança qualitativa no processo de ensino/aprendizagem acontece quando
conseguimos integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias: as
telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais... É
importante diversificar as formas de dar aula, de realizar atividades, de avaliar.
Moran (2000).
1.8.3 Gamefication
26
os jogos além de divertir e entreter desenvolvem funções cerebrais e o raciocínio lógico,
além de terem um rico repertório de competências e habilidades que podem ser
trabalhadas em sala de aula.
Um exemplo é da Franquia “Crash Bandicoot”, além de ter um cenário com
diversas cores que podemos muito bem trabalhar reconhecimento de cores na fase, ainda
há diversos elementos do cenário que pode-se utilizar para por exemplo trabalhar letras
iniciais de objetos, sílabas, criar listas ou mesmo frases com estes o nome desses objetos,
além disso há diversos elementos que podem ser quantificados e ao terminar a fase tem
uma quantidade de caixas a atingir, logo pode-se trabalhar questões de subtração, adição,
multiplicação e mesmo divisão, pois tem caixas que estão divididas de 5 em 5, 2 em 2 e
etc. Segundo a professora Garofalo (2018):
Os jogos são meios que contribuem e enriquecem o
desenvolvimento intelectual, além de favorecer a apropriação e
interpretação dos recursos linguísticos primordiais a
alfabetização” Garofalo (2018).
27
Porém os Jogos e Games não se limita a ambiente de jogo, qualquer tipo de local
pode se transformar em ambiente gameficado, mas deve ser um ambiente não só com
tecnologias ou de forma virtual, mas que incorpore as mecânicas de games, como
exemplo em sala de aula seria dar recompensas e elogios para o esforço e as conquistas
do estudante, deixar seu progresso sempre disponível sem esperar avaliações, colocar
desafios de acordo com as dificuldades e limites do estudante, influenciar a autonomia de
escolhas e decisões do estudante, de qual caminho seguir ou colocar em teatros e histórias
elementos de RPG.Sobre isso Murray(1997) explica que:
“Todo jogo pode ser vivenciado como um drama
simbólico e games nada mais são do que mídias
contadoras de estórias”
Com a games uma simples história, dramatização ou performance pode se
transformar em ambiente rico em elementos de RPG, tornando assim a atividade mais
prazerosa, através da criação e desenvolvimento de personagens, enredos, missões, metas
e objetivos que serão traçados e cumpridos durante a encenação ou contação de histórias,
além de adição de ambientação sonora para total imersão da plateia no espetáculo, além
disso inúmeros ambientes virtuais, profissionais podem ser transformados com sistemas
de pontuação, recompensa, status e progresso, tornando assim simples atividades em
grandes aventuras, as possibilidades são inúmeras e os resultados obtidos são excelentes
dependendo da forma pela qual se é trabalhada.
28
CAPÍTULO II – MÉTODO
29
documentário Leitura e Escrita na Educação Infantil, onde é entrevistada Emilia Ferreiro
e esta discute sobre os processos de desenvolvimento da leitura e escrita nas crianças e o
Documentário Comênio que descreve a vida, obra e como é atual a Didatica Magna de
Comenius para a educação.
No decorrer de 1 ano e meio preparando o Pré-Trabalho (O então chamado
embasamento teórico), além disso uma pesquisa de campo com questionário de 10
perguntas, dissertativas e associativas sobre Alfabetização e Letramento no Município de
Taboão da Serra, onde entrevistei meus colegas de trabalho e profissionais da educação e
ia entrevistar crianças também, entretanto graças as diretrizes e normas científicas e
norteadoras da instituição foi excluido do projeto final.
30
CAPÍTULO III – ANÁLISE E DISCUSSÃO
31
A educação ainda é infelizmente um espelho da sociedade, que é desigual,
segregacionista, elitizada, exclusiva, entre muitos outros pontos, porém é claro notar que
houve sim um pequeno avanço se observarmos a educação antes de Cristo e depois de
Cristo, que deixou de ser uma forma de sobrevivência e Ascenção social e de
ancestralidade e passou a ser uma formação do homem, de seu caráter, de valores, de
transmissão de cultura, porém ainda ligada aos interesses das classes dominantes e de
governos, além da captação de mão de obra ao mercado de trabalho e deixaram de lado a
educação para a vida que contempla todas as capacidades, particularidades e
conhecimentos práticos, ligados a realidade e a todo o contexto histórico, cultural, social,
emocional, psíquico e integral da formação de um cidadão e transformador social.
Até mesmo certas nomenclaturas ainda são ultrapassadas como por exemplo a
palavra “aluno” (do latim “sem luz”), devemos chamar a criança pelo nome e não as
rotular ou subestimá-las, pois cada uma é única e especial por tudo que ela é. Além da
palavra professor que também necessita ser reformulada para “Mediador”, apontando de
forma clara para suas funções como Pedagogo, Orientador e Aprendiz.
Para um conhecimento significativo, que vai de encontro a realidade e interesses
da criança é extremamente necessário o uso de Tecnologias da Informação e a
Gameficação em sala de aula, algo que ainda é usado de forma a entreter e distrair, porém
é uma ferramenta de suporte educacional eficaz, além disso uma sala de aula que utiliza
tecnologias e Gameficação traz grandes resultados no processo ensino-aprendizagem,
porque cria um espaço rico para estímulos e desenvolvimento neuropsicomotor, cultural
e social ao educando, além de trazer a realidade e interesses destes a sala de aula,
proporcionando assim uma aprendizagem mais leve, divertida, significativa,
contextualizada, cotidiana e rica em conhecimentos interdisciplinares e experiências
únicas para a relação educador e educando.
Uma alfabetização e letramento, uma educação para a vida pressupõe uma escola
inclusiva, que não subestima ou rotula uma criança com deficiência ou não, mas sim dá
oportunidades para seu desenvolvimento em geral através da arte, música, dança, teatro,
desenho, pintura e todo qualquer tipo de maneiras a motivar e incentivar crianças com ou
sem deficiência. A escola deve ser um espaço que valoriza a criança num todo e sempre
busca o aprimoramento e a formação integral do ser, fazendo-os enxergar todo seu
potencial, suas competências e habilidades e que estes possam se tornar verdadeiros
cidadãos e agentes de transformação da realidade que os cerca.
32
CONSIDERAÇÕES FINAIS
33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
34
NOVA ESCOLA. Entrevista com Emília Ferreiro. São Paulo: TV Nova Escola, 2001.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0YY7D5p97w4&t=9s. Acesso em:
27 de Abril de 2021.
PRICE, J. M. A Pedagogia de Jesus. Prefácio de L.A. Weigle, Rio de Janeiro: J.U.E.R.P,
1980.
SALDANHA, Elaine. Novas Tecnologias contribuem e modificam forma de alfabetizar
crianças. Disponível em: https://www.acritica.com/channels/cotidiano/news/novas-
tecnologias-contribuem-e-modificam-forma-de-alfabetizar-as-criancas. Acesso 01 de
Maio de 2021.
SATO, Adriana. Game Design e Prototipagem: Conceitos e Aplicações ao Longo do
Processo Projetual. Florianópolis: Universidade Anhembi Morumbi, 2010.
SILVA, Marco. Sala de Aula Interativa. Rio de janeiro: Quartet, 2000
VENTURINI, Toni. Documentário Paulo Freire Contemporâneo. São Paulo: TV Escola,
2007. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5y9KMq6G8l8. Acesso em:
03 de Maio de 2021.
VYGOSTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
35