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Cadeira de Filosofia
Docente: Chivite
Índice Págs.
Introdução...............................................................................................................................3
V. Crítica................................................................................................................................8
Conclusão.............................................................................................................................10
Bibliografia...........................................................................................................................11
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Introdução
Jean Paul Sartre é provavelmente o filósofo mais conhecido do século XX. Sua busca
incansável pela reflexão filosófica, sua criatividade literária e, na 2a metade de sua vida, o seu
compromisso político ativo deram-lhe renome mundial, quando não admiração. Ele é
geralmente considerado o pai da filosofia existencialista, cujos escritos definiram o tom da
vida intelectual na década imediatamente após a 2ª Guerra Mundial. Sartre,ajudou a
compreender o Homem, a História e a Religião. Afirmou a liberdade contra todas as formas
de determinismo psicológico ou sociológico. A justificativa se dá ao buscar refletir o quanto
o ser humano tem conseguido ao longo de sua história fazer suas escolhas, sejam elas
profissionais, amorosas e políticas, com responsabilidades dentro da sociedade em que vive.
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Jean-Paul Sartre (1905-1980) nasceu em Paris, França, no dia 21 de junho de 1905. Seus
primeiros passos na produção de textos filosóficos e literários começaram em 1921, quando
Sartre entra para o tradicional Liceu Louis-le-Grand.
Em 1924, ele entra para o curso de Filosofia da Escola Normal Superior de Paris, onde
conhece outro intelectual que marcou o século XX, o filósofo e cientista político Raymond
Aron.
A náusea: primeiro romance publicado de Sartre, o texto foi escrito como se fosse um diário
do personagem principal. O protagonista perambula pelas ruas de uma cidade e, em suas
vivências, nota coisas corriqueiras e absurdas, o que, por vezes, coloca-o de frente à questão
da condição humana. Nesse livro já existem as ideias existencialistas de Sartre.
O ser e o nada: Sartre, em sua obra “O ser e o nada”, trata da liberdade. Nesse tratado o
filosófico, o escritor francês expõe a sua filosofia existencialista, enraizada em Kierkegaard,
Heidegger e Jaspers, definindo conceitos e explicando os significados de termos corriqueiros
do vocabulário existencialista. Sartre tenta explicar o mundo e a sua (des) ordem via
concepção existencialista.
A primeira obra de Sartre, Náusea (1938), é o próprio modelo de um romance filosófico. Seu
protagonista, Roquentin, permeia a muitos dos temas principais de “O Ser e o Nada”, que
aparecerá cinco anos depois. Ela pode ser lida como uma longa meditação sobre a
contingência de nossa existência e sobre a experiência psicossomática que capta esse
fenômeno.
Sartre era um defensor incondicional da liberdade. Em seus escritos, o filósofo deixa claro
que o ser humano estava, paradoxalmente, condenado a ser livre. Isso era o pressuposto para
a sua teoria existencialista e, mais profundamente, deixava claro a recusa dele por qualquer
tipo de amarra social.
Politicamente, Sartre tendia para aquilo que os franceses chamam de "socialismo libertário",
que é uma espécie de anarquismo. Sempre desconfiado da autoridade, que ele considerava "o
Outro em nós", seu ideal era uma sociedade de relações voluntárias em mesmo nível, que ele
chamou de "a cidade dos fins". Pôde vislumbrar isto em sua descrição de grupo em formação
(le groupe en fusion) na Crítica. Lá cada um deles era "o mesmo" que os outros em termos de
interesse prático. Cada um suspendeu seus interesses pessoais em prol de um objetivo
comum. Sem dúvida, essas práticas enrijeceram-se em instituições e a liberdade foi
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comprometida uma vez mais na máquina burocrática. Mas esse breve sabor de uma genuína
reciprocidade positiva foi revelador a respeito do que uma autêntica existência social poderia
ser.
O filósofo engajou-se na luta comunista, e muitos detratores viram na sua posição política
uma contradição quando comparada com a sua filosofia. No entanto, Sartre deixou claro
também que o que ele entendia por comunismo e marxismo ia muito além do que foi deixado
por Marx e aplicado na União Soviética.
O marxismo, para ele, tinha uma dimensão própria que havia ultrapassado as ideias de Karl
Marx, como se tivesse vida e inteligência próprias.
Na literatura e na crítica literária, o filósofo procurou estabelecer vínculos com escritores que
passassem a ideia da liberdade e da miséria da existência humana, cercada pela angústia da
liberdade exacerbada e do não amparo por Deus ou por qualquer instituição metafísica. Sartre
era materialista e ateu.
Ontologia
Seu método descritivo move-se do mais abstrato até o mais concreto. Começa por analisar
duas distintas e irredutíveis categorias ou tipos de ser: o em-si (en-soi) e o para-si (pour-soi),
aproximadamente o inconsciente e a consciência, respectivamente, adicionando uma terceira,
o para-outro (pour-autrui), mais tarde no livro, e conclui com um esboço da prática de
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"psicanálise existencial" que interpreta as nossas ações para descobrir o projeto fundamental
que unifica as nossas vidas
A liberdade ocupa lugar central na filosofia de Jean-Paul Sartre e nos dias atuais é um tema
que merece destaque, pois é justamente por vivermos em uma sociedade livre que
percebemos a importância de refletirmos sobre a liberdade, pois mais do que nunca se faz
mister termos consciência da liberdade que temos e somos para agirmos adequadamente
nestes tempos de grandes descobertas, de manipulação genética, onde chegamos ao ponto de
podermos clonar vidas, e tudo isso graças à liberdade que temos. Portanto, é a partir destas
constatações que queremos refletir sobre o homem livre, vivendo em uma sociedade livre, a
luz da teoria sartreana.
Portanto o princípio básico da tradição política que fundou Moçambique é a ideia de que a
liberdade do cidadão é função de um projecto político nacional.
A base do projecto político da Frelimo era uma concepção muito específica de cidadania
contra cujo pano de fundo o liberalismo, como filosofia política, se constituiu como crítica.
Com efeito, o liberalismo desenvolveu-se como crítica a esta ideia de que a liberdade
individual, isto é, a ideia de que a disposição sobre a vida individual não depende de
ninguém, mas só dos indivíduos eles próprios, possa ser condicionada a um projecto político.
É interessante notar, por exemplo, que mesmo aqueles filósofos como Thomas Hobbes, John
Stuart Mill e mesmo David Hume, que tentaram defender a prerrogativa real de conferir a
cidadania como acto soberano na Inglaterra, o fizeram com base num argumento que também
teve (e continua a ter) validade no nosso contexto.
Ele consiste na ideia de que só pode ser cidadão de pleno direito aquele que usa a razão como
instrumento de libertação.
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John Stuart Mill colocou muita ênfase nesta ideia e influenciou profundamente Marx, ao
ponto de este aparecer com a ideia de falsa consciência, ideia essa que tem aparecido sob
várias formas no cenário político moçambicano, primeiro, pela mão da Frelimo gloriosa que
desqualificou todo o anseio pela liberdade que não fosse compatível com o seu projecto
político como “falsa consciência”, segundo pela ideia extremamente paternalista segundo a
qual o exercício do poder local precisa de ser gradual e, terceiro, pelo direito que a indústria
do desenvolvimento se arroga de articular o bem-estar com tudo quanto é compatível com o
seu próprio discurso jacobino e totalitário.
Tudo isto, no contexto de Moçambique, acontece sob o pano de fundo de uma sociedade que
se constitui historicamente nos esforços individuais de garantia de dignidade humana
individual.
Esses esforços levam alguns a procurarem na assimilação a sua emancipação, outros nas
igrejas, outros ainda na educação, na migração, etc. Foram estes impulsos pela emancipação e
pela dignidade humana individual que alimentaram o nacionalismo moçambicano,
subsequentemente atrofiado por uma interpretação a-histórica e dogmática da História que
constituiu Moçambique e a sua redução grosseira a duas linhas, a revolucionária e a
reaccionária.
A ideia de que alguém possa ser intérprete da vontade do povo funda-se, em certa medida, na
ideia gémea de que alguém tem competência para definir os limites da liberdade individual,
ao mesmo tempo em que pode também definir os horizontes do poder legítimo do Estado
sobre os seus cidadãos.
V. Crítica
Para começar com o que é mais importante, comecemos pela obra “O ser e o nada” onde
Sartre identifica o ser humano apenas com a liberdade, com o projeto livremente escolhido. É
um erro. Na verdade, Sartre não associa a existência humana à liberdade. Ao contrário,
apressa-se em apontar que a liberdade implica algo que não é a liberdade.
De outro lado a obra existencialismo surge como uma tentativa de compreender o homem
através de seu modo de ser na existência. Para tanto, leva em consideração não apenas sua
individualidade, mas também as diversas circunstâncias enfrentadas por ele no cotidiano,
situações estas imediatamente refletidas na sua vida em sociedade.
Conclusão
Bibliografia