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Fellipe Alves Brandão.

Turma: 302.
Livro:

O Existencialismo é Humanismo
A obra de Jean Paul Sartre, um escritor e filósofo francês, além de militante e engajado
com movimentos da esquerda, que como o título de sua obra já nos mostra, tem um papel
importante e de representante do existencialismo.
O livro “O existencialismo é humanismo” se trata de um fragmento e explicação de sua
teoria, sua base fundamental, o existencialismo. Este fragmento se passa em uma conferência
na França para poder defender sua tese do existencialismo, que passava por um momento não
muito bom com as massas, tanto comum quanto intelectual.
Assim, sua obra se divide em três momentos de escritas principais, primeiro uma explicação
geral do porquê de a obra está sendo escrita para começo de conversa, além de contextualizar
as motivações de tal conferência estar ocorrendo para começo de conversa, como dito antes,
para defender o existencialismo. Após isso, Jean-Paul começa de verdade em sua segunda
parte do livro a desenvolver e filosofar sobre os conceitos de sua tese, indo desde as
diferenças entre crenças dos existencialistas cristãos e os chamados existencialistas “ateus”,
neste ao qual ele se denomina encaixar. Já a parte final de sua obra, é sobre a real
conferência, possuindo uma quebra de modelo do texto que necessitava tal mudança, uma vez
que ela é uma conversa da conferência.

Situação da conferência

A "pré-conferência", é o momento de início da obra, que segue da página 9 até a 18, tendo
uma função de nos colocar como “participantes” da conferência, nos explicando sua principal
motivação de sequer estar ocorrendo, a vontade de Jean Sartre querer mudar a visão que os
filósofos e principalmente militantes de esquerda, os comunistas, tinham sobre o
existencialismo, esse que era mal visto por diversos fatores, acusado de ser uma doutrina a
qual "denegrir" a visão da vida, sempre buscando os piores fatores e o escancarando perante a
realidade humana. Além disso, também tinham os cristãos e massas do povo, que viam o
existencialismo de maneira equivocada, sendo um adjetivo até banalizado para algo ruim,
isso sendo mostrado pelo próprio autor em um trecho de seu livro, “Contaram-me,
recentemente, o caso de uma senhora que, tendo deixado escapar, por nervosismo, uma
palavra vulgar, se desculpou dizendo: “Acho que estou ,ficando existencialista”. Sendo uma
boa parte da sua defesa a banalização e medo sobre a doutrina existencialista, algo que em na
concepção de Sartre, é ponto crucial na má fama dada a sua tese.
Também comenta sobre a questão da qual desenvolve mais a frente, os cristãos e suas visões
de tal tópico, e como pela sua influência acaba por modificar também a recepção de tal
doutrina, mudando as verdadeiras intenções no existencialismo, consequentemente levando
para a já dita banalização do termo e conhecimento.
Com isso tudo em mente, Jean começa finalmente a explicar o porquê: "O Existencialismo é
Humanismo”.
O Existencialismo é Humanismo e a Discussão

É aqui que verdadeiramente o livro começa, após contextualizar todo o panorama da


conferência, aqui temos um misto, tanto de explicação do que em si é o existencialismo, visão
do autor sobre vários pontos desde sua relação como militante e filósofo, que constantemente
eram um ponto problemático para suas ideias; quanto algumas defesas de sua doutrina que
irão se mesclar com tópicos trazidos em sua última parte do livro, “Discussão”.
Primeiramente, é interessante notar e muito se comenta, é sobre o interesse quase apaixonado
de Paul Sartre, por participar como descrito no livro “...vida coletiva na trincheira do
Partido Comunista, portador da esperança de milhões de pessoas naquele primeiro ano
pós-guerra…”. Era algo que ele genuinamente tinha interesse de ajudar a desenvolver e viver
o crescimento daquilo, todavia, ele não foi tão aceito quanto gostaria neste âmbito político,
muito por causa de suas ideias existencialistas. Entretanto ele não se deixa abater ou ficar
para trás, tendo uma paixão sobre aquilo, até mesmo realiza a tal conferência para se
re-aproximar de tal grupo e remediar suas “diferenças”.
“Em primeiro lugar, acusaram-no de incitar as pessoas a permanecerem no imobilismo do
desespero; todos os caminhos estando vedados, seria necessário concluir que a ação é
totalmente impossível neste mundo; tal consideração desembocará, portanto, numa ,loso,a
contemplativa – o que, aliás, nos reconduz a uma ,loso- ,a burguesa, visto que a
contemplação é um luxo. São estas, fundamentalmente, as críticas dos comunistas.”
Esta é a primeira parte já do capítulo um, neste trecho o autor nos trás uma situação referente
às críticas, sendo logo uma crítica vinda dos comunistas. O autor constantemente busca trazer
trechos de críticas para “rebater” e principalmente, trabalhar em cima delas para analisar elas
e tirar a defesa do existencialismo.
Também logo após já nos dá outro trecho do existencialismo, um de seus princípios iniciais
para o entender, pra conseguir nos apresentar isto, ele nos dá um conceito ao qual apresenta
este princípio, a diferença de visão do existencialismo na visão dos cristãos e do
existencialismo ateu: “...a existência precede a essência, ou, se quiser, que temos de partir
da própria subjetividade.” Após isso critica a ideia da qual se existe um Deus, ele seria um
criador que tem conhecimento do que faz e nossas vontades nada mais são do que um
capricho para seus planos, assim ocorrendo que a essência precede a existência.
“O existencialismo ateu, que eu represento, é mais coerente. Declara ele que, se Deus não
existe, há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes
de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem ou, como diz
Heidegger, a realidade humana. Que significará aqui o dizer-se que a existência precede a
essência? Significa que o homem primeiro existe, se descobre, surge no mundo; e que só
depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque
primeira não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. Assim, não
há natureza humana, visto que não há Deus para a conceber. O homem é, não apenas como
se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele
se deseja após este impulso para a existência; o homem não é mais que o que ele faz.” Aqui
finalmente nos é trazido um dos princípios do existencialismo, a escolha que o homem tem,
de poder guiar e criar seus próprios caminhos, sem ter uma corrente do destino o controlando
e organizando sua vida, sendo tudo que ele faz, consequências de seus atos e opções que
tomou. Entretanto também trabalha com o fato que apenas responsável por sua própria
escolha que guia seu ser, mas que também afeta a de outros, já que independente de suas
escolhas, elas eventualmente terão ações e consequências para outros homens.
Jean Sartre trás muitos tópicos além desses, mas em um geral, no existencialismo, acredita
que só somos o que somos pela nossas escolhas baseadas em nossa existência, que irá afetar
nossa essência, seja se deixando levar e acabar caindo em situações que nos formam como
pessoa, se escolhemos um caminho, ele irá nos afetar e alterar formando assim uma essência
do ser. Este que é o principal motivo de crítica ao existencialismo, que o mesmo seria algo
pessimista, colocando a responsabilidade de nosso ser e sociedades em suas ações, Jean vê
como o inverso, já que em teoria, temos já em nossas mãos, as forças para mudar, a escolha
de mudar o rumo com sua própria vontade; sendo verdadeira e realista, esta doutrina vai de
oposição às utopias sem verdadeiros planos verdadeiros para mudar na prática, comumente
sendo apenas teorias.
O existencialismo tem o fundamento da escolha como seu principal, que motiva nos a buscar
sempre uma projeção ideal que nos forma como essência, que através de si e suas decisões
continuará buscando esse mundo ideal para você.

Jean-Paul Sartre
Fontes:
“O Existencialismo é um Humanismo”:
https://www.amazon.com.br/Existencialismo-um-humanismo-Jean-Paul-Sartre/dp/853264012
5/ref=tmm_pap_swatch_0?_encoding=UTF8&qid=&sr=
A vida do autor e algumas informações sobre o mesmo:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Paul_Sartre
https://brasilescola.uol.com.br/biografia/jean-paul-sartre.htm
Para entender melhor sobre o existencialismo:
O Existencialismo é um Humanismo - Jean-Paul Sartre

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