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O Ano Da Morte de Ricardo Reis
O Ano Da Morte de Ricardo Reis
Cap. 1
Ao fim de dezasseis anos no Brasil, Ricardo Reis desembarca no cais de Alcântara, em Lisboa
(29 de dez. 1935), vindo na embarcação “Highland Brigade”. Apanha um táxi e hospeda-se no
Hotel Bragança, no quarto n.º 202.
Na sala de jantar , vê, pela primeira vez, Marcenda, figura que lhe desperta interesse por ter a
mão esquerda paralisada.
Cap. 2
Ricardo Reis lê jornais para se inteirar das notícias sobre a morte e o funeral de Fernando
Pessoa (30 de nov. 1935). e, posteriormente, visita o túmulo do poeta no Cemitério dos
Prazeres.
Ao jantar, no Hotel Bragança, desce mais cedo para ver Marcenda. O gerente Salvador conta-
lhe a história do pai (Dr. Sampaio, notário) e da filha (órfã de mãe, braço todo paralisado), que
vêm a Lisboa “todos os meses três dias”.
Reis contacta pela primeira vez com Lídia, criada do hotel, cujo nome o deixa surpreso.
Cap. 3
Ricardo Reis presencia o “bodo do Século”, onde foram distribuídos 10 escudos, agasalhos,
brinquedos e livros aos pobres.
Na noite da passagem de ano, depois de regressar da baixa, onde viu bater a meia noite no
relógio da estação central do Rossio, Reis depara-se no quarto com a visita de Fernando
Pessoa, que o informa de que tem ainda oito meses para circular à vontade no mundo dos
vivos. Despedem-se com promessas de futuros encontros.
Cap. 4
Ricardo Reis sente-se atraído fisicamente por Lídia: põe-lhe a mão no braço e diz-lhe que a
acha bonita. No entanto, estes atos fazem-no sentir-se ridículo.
Fernando Pessoa volta a encontrar-se com Ricardo Reis, na esquina da rua de Santa Justa, e os
dois conversam sobre a multiplicidade de “eus” e a morte. Critica-se sarcasticamente (narrador
omnisciente?) a miséria dos pobres e a hipocrisia dos governantes.
Ricardo Reis envolve-se com a criada, que entra no seu quarto, durante a noite, deitando-se
com ele.
Cap. 5
O Dr. Sampaio e a filha Marcenda voltam a estar hospedados no Hotel Bragança, nos quartos
204 e 205, e tencionam ir ver a peça ”Tá Mar” de Alfredo Cortez. Ricardo Reis vai ao Teatro D.
Maria com a intenção de travar conhecimento com o pai e a filha.
À noite, recebe a visita de Fernando Pessoa no seu quarto e os dois falam sobre a Lídia das
odes e a Lídia criada do hotel (sublime / prazeres carnais) e sobre o fingimento literário.
Cap. 6
Ricardo Reis e Marcenda conversam na sala de estar do hotel sobre a sua debilidade física e a
jovem pede-lhe a sua opinião profissional.
Cap. 7
Ricardo Reis compra e lê Conspiração, obra que lhe foi recomendada pelo doutor Sampaio,
nacionalista convicto, e que relata a lealdade da jovem Marília ao sistema. Contexto do resto
da Europa.
RR encontra Fernando Pessoa num café do bairro e falam sobre os acontecimentos políticos
em Portugal e Espanha (a vitória da esquerda em Espanha) e o regresso de Ricardo Reis a
Portugal (contraste entre o Carnaval do Brasil e o corso na Av. Da Liberdade).
Cap. 8
Ricardo Reis fica doente, com febre, e Lídia dispensa-lhe todos os cuidados.
Dias depois, ele recebe uma intimação para comparecer na Polícia de Vigilância e Defesa do
Estado (PVDE), o que desperta a desconfiança do pessoal e dos hóspedes do hotel.
Lídia, que tem um meio-irmão que é oficial da Marinha de Guerra e não gosta do governo
salazarista, fica preocupada e tenta prevenir Reis das práticas (interrogatórios, torturas e
castigos) da PVDE.
Quando Reis desce para o jantar, o Dr. Sampaio ignora-o, desconfiado, mas mais tarde Reis
expressa-lhe a sua opinião sobre o livro recomendado, Conspiração, defendendo o regime
ditatorial. Tal posição confunde Sampaio.
Marcenda marca um encontro (colocando um bilhete por debaixo da porta), para o dia
seguinte, com Ricardo Reis no Alto de Santa Catarina. Antes da sua chegada, Reis conversa
com Fernando Pessoa que o questiona sobre a sua relação com Marcenda. Durante o
encontro, a filha do dr. Sampaio pede a Reis que lhe escreva sobre o resultado da intimidação
pela PVDE.
Cap. 9
RR vai à PVDE, onde é interrogado num clima de suspeição. Regressado ao hotel, escreve a
carta prometida Marcenda, tranquilizando-a.
À noite, quando dormem juntos, informa Lídia de que vai deixar o Bragança, e esta prontifica-
se a ir visitá-lo nos seus dias de folga.
Ricardo Reis aluga uma casa no Alto de Santa Catarina, defronte à estátua do Adamastor.
Cap. 10
Reis escreve uma segunda carta a Marcenda, agora para a informar da sua nova morada. Dias
depois deixa o hotel.
Na sua primeira noite na casa alugada, recebe a visita de Fernando Pessoa e falam sobre a
solidão de ambos.
Cap. 11
Lídia visita RR para verificar se está bem instalado na sua nova casa e ele acaba por beijá-la na
boca.
Dias depois, recebe a visita de Marcenda, acabando os dois por se beijar e por trocar
declarações amorosas. Ela confidencia que o pai que que ela vá a Fátima (provavelmente
preparando-a para deixar de ir a Lisboa e por termo ao seu relacionamento com RR).
Cap. 12
Lídia prontifica-se a cuidar da limpeza da nova casa e os dois acabam por se envolver
fisicamente.
Sentado num banco do Alto de Santa Catarina, Reis concentra-se no “Jornal” para se inteirar
dos acontecimentos (contexto histórico). Quando regressa a casa, recebe uma carta de
Marcenda,em Coimbra, prometendo que o visitará no consultório.
Cap. 13
RR encontra-se com Fernando Pessoa junto à estátua do Adamastor e conversam acerca das
relações amorosas de Reis e sobre a vida e a morte. Continuam a sua conversa a caminho de
casa e , ao lá chegar, RR depara-se com Victor da PVDE. Tal leva-os a falar da ida de Reis à
polícia, de Salazar e de Hitler. Reis vai buscar os jornais para ler as notícias a Fernando Pessoa,
que já não sabe ler.
Lídia, durante as limpezas, é seduzida por Reis. Todavia, revelando-se impotente, o médico
repele-a, o que deixa a moça triste e sem perceber o que se passava.
Marcenda aparece no consultório e Ricardo propõe que se casem, mas ela recusa, por
considerar que não seriam felizes.
Reis recebe uma carta de Marcenda pondo termo ao relacionamento e pedindo-lhe para
nunca mais lhe escrever. Informa-o também de que irá a Fátima.
Reis lê o “Jornal”.
Reis volta a The God of the Labyrinth: o tabuleiro de xadrez mostra um homem morto, Addis-
Abeba. Este corresponde a Ricardo Reis, i.e., trata-se de uma prolepse, pois Reis morre no final
do romance.
Restabelece-se a relação de Reis com Lídia, mas o médico vai a Fátima com o intuito de ver
Marcenda, não a encontrando.
Cap. 15
RR toma conhecimento de que o colega que está a substituir vai retomar o seu lugar no
consultório. Na última consulta, Reis recebe 6 doentes.
Reis reflete sobre a sua estadia e eventual partida para o Brasil, sobre o tempo, Pessoa,
Marcenda e Lídia.
Quando Lídia regressa, conversa com ela sobre as notícias do jornal “O Século”.
Fernando Pessoa visita novamente RR e os dois falam sobre o facto de Reis continuar a ser
vigiado por Victor, as relações amorosas de ambos e o destino.
Reis assiste a uma simulação de um ataque aéreo-químico; conversa sobre este exercício com
Lídia e ainda sobre a fuga do preso Manuel Guedes.
Cap. 16
Reflexão sobre Os Lusíadas e Mensagem: FPessoa não dedica, em parte alguma, uma poema a
Camões e tem remorsos.
Lídia informa-o de que está grávida e, serena, que não tenciona abortar. Ele reage enervado e
alheado.
Fernando Pessoa faz nova visita a Reis e falam sobre política (a perspetiva do regime em
relação a várias personalidades e o obscurantismo do mesmo) e a gravidez de Lídia (RR
confessa-lhe que vai ser pai e que ainda não decidiu se perfilhará a criança).
Cap. 17
Realização do filme de Lopes Ribeiro acerca do enredo do livro Conspiração.
Ricardo Reis vai pela Calçada da Estrela até ao Cemitério dos Prazeres para se encontrar com
Fernando Pessoa e conversam sobre o golpe militar de Espanha.
Cap. 18
Massacre na Praça de Touros em Badajoz. Esta ocorrência irá contrastar com um evento em
Lisboa: RR vai assistir ao comício em defesa do Estado Novo e de Salazar, na Praça de Touros
do Campo Pequeno.
Enquanto lava a loiça na cozinha de RR, Lídia chora e questiona-se sobre a sua situação de
criada amante do médico Ricardo Reis.
Cap. 19
Lídia chega a casa de Ricardo Reis, pesarosa, e revela-lhe que o seu irmão e outros marinheiros
se vão revoltar, que a Marinha planeia uma conspiração, a partir de Angra do Heroísmo.
Quando Reis sai para almoçar, observa os barcos no Tejo e avista o balão nazi que sobrevoa
Lisboa, o Hindenburgo ostentando a cruz suástica.
No dia seguinte, após a revolta dos marinheiros, Ricardo Reis assiste ao bombardeamento do
Afonso de Albuquerque, barco onde seguia o irmão de Lídia, e do Dão. O episódio terminou
com a morte de 23 marinheiros, sendo um deles o irmão de Lídia.
Fernando Pessoa visita pela última vez Ricardo Reis na sua casa para dele se despedir e este
decide acompanhá-lo na morte.