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Sustentabilidade

Proje to Sustentável

4ª Unida de

Tatiana Peres de assis Maia


Sustentabilidade
Proje to Sustentável
4ª Unida de

Tatiana Peres de Assis Maia


Copyright Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz, Núcleo de Educação a Distância.
Todos os direitos são reservados. É proibida a reprodução, distribuição, comercialização ou
cessão sem autorização dos detentores dos direitos. Esse livro foi publicado no Ambiente
Virtual de Aprendizagem do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz, para leitura
exclusiva online pelos alunos matriculados no Ensino a Presencial. Os leitores poderão imprimir
as páginas para leitura pessoal. Os direitos dessa obra não foram cedidos.

Autores: Tatiana Peres de Assis Maia


Título: Sustentabilidade

Diretor geral: Cleber Fagundes Ramos


Gerente de produção: Vanessa Anderle Zaiatz
Design Instrucional: Anderson Julio de Souza
Projeto gráfico: Bruno Vinícius dos Reis
Diagramação: Fabricio Frigo Pielke

1ª Edição
2019

fag.edu.br
Av. das Torres, 500, Bloco 03
Fone: (045) 3321-3422
Loteamento FAG | ​​CEP: 85.806-095
Cascavel | Paraná | Brasil
Sumário

Ponto de Partida

Roteiro do Conhecimento..................................................................................... 11

Unidade 04 - Projeto Sustentável..................................................................... 12

4.1 - Agenda 2030 como um Projeto Sustentável.......................... 13

4.2 - Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.................... 21

4.3 - Projeto Sustentável............................................................................ 33

4.4 - Aspectos Essenciais na Proposição de um Projeto de


Sustentabilidade.............................................................................................42

O que Aprendemos................................................................................................ 55

Leitura Complementar...........................................................................................56

Considerações Finais............................................................................................. 57

Referências............................................................................................................... 58v

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Ponto de Partida

Caro (a) aluno (a), chegamos à última unidade. Nela vamos


trabalhar projetos sustentáveis, vamos analisar alguns aspectos
atuais e como podemos montar um projeto com enfoque sustentável.
Ao final desta unidade, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
• Refletir pontos importantes voltados para a sustentabilidade nos
próximos anos.
• Compreender os desafios da sustentabilidade.
• Descobrir aspectos importantes para montar um projeto
sustentável.

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Roteiro do Conhecimento

No decorrer desta unidade, você conhecerá os principais pontos para


a construção de um projeto voltado para a sustentabilidade.
A seguir, você pode acompanhar todas as seções que serão trabalhadas
ao longo da unidade:
4.1 - Agenda 2030 como um projeto sustentável.
4.2 - Objetivos do desenvolvimento sustentável.
4.3 - Projeto Sustentável.
4.4 - Aspectos a serem considerados na proposição de um projeto de
sustentabilidade.

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UNIDADE 04 - PROJETO SUSTENTÁVEL

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4. 1 - A g e n d a 2 0 3 0 como um P r o j e t o S u s t e n táv e l

Um projeto sustentável é pensado para criar menor impacto ao


meio ambiente, seja durante a sua construção, na sua manutenção ou
até mesmos na demolição. Além disso, os projetos sustentáveis incluem
soluções sustentáveis que podem ser utilizadas no dia a dia, como painéis
solares e cisternas de coleta de água da chuva, por exemplo.

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Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável

Em setembro do ano de 2000, foram criados os oito objetivos do Milênio


(ODM), refletindo e baseando-se na década das grandes conferências e
encontros das Nações Unidas. Nesta ocasião, as Nações se comprometeram
a uma nova parceria global para reduzir a extrema pobreza, em seus oito
ODM. A data limite para o encerramento foi em 2015.
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) emergiram de
uma série de cúpulas multilaterais realizadas durante os anos 1990 sobre
o desenvolvimento humano. O processo de construção dos ODM contou
com especialistas renomados e esteve focado, principalmente, na redução
da extrema pobreza. A Declaração do Milênio e os ODM foram adotados
pelos Estados-membros da ONU em 2000 e impulsionaram os países a
enfrentarem os principais desafios sociais no início do século XXI, como
podemos ver na figura 4.1:

Figura 4.1 - Os 8 Objetivos do Milênio


Fonte: http://www.agenda2030.org.br

Esses oito Objetivos foram o primeiro projeto global de políticas para


o desenvolvimento e foram de grande importância para orientar a ação
dos governos nos níveis internacional, nacional e local por 15 anos. Os
ODMs reconheciam a urgência de combater a pobreza e demais privações
generalizadas, tornando o tema uma prioridade na agenda internacional
de desenvolvimento.

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Porém, até 2010, os ODM não haviam sido implantados ou ainda
estavam em fase de implantação em muitos países, e, neste ano, a Cúpula
das Nações Unidas sobre os Objetivos do Milênio demandou a aceleração
na implementação dos Objetivos. Além disso, solicitou ao então
Secretário-Geral da Nações Unidas, na época Ban Ki-moon, elaborar
recomendações sobre os próximos passos após 2015. O Secretário-Geral
lançou então, um processo de consultas com várias partes interessadas
e/ou impactadas para discutir uma nova agenda de desenvolvimento. Os
resultados das consultas foram sintetizados e apresentados no primeiro
relatório dedicado à futura agenda, “Uma Vida Digna para Todos”:
Uma nova era pós-2015 exige uma nova visão e uma estrutura
responsiva. O desenvolvimento sustentável - impulsionado pela
integração do crescimento econômico, justiça social e sustentabilidade
ambiental - deve se tornar o nosso princípio orientador e procedimento
operacional padrão.
Após a Rio+20, um amplo e inclusivo sistema de consulta foi
empreendido sobre questões de interesse global que poderiam compor a
nova agenda de desenvolvimento pós-2015. Diferentemente do processo
dos ODMs, os novos objetivos de desenvolvimento sustentável foram
construídos a muitas mãos.
O  Grupo de Trabalho Aberto para a elaboração dos ODS (GTA-
ODS) estava encarregado da elaboração de uma proposta para os ODS.
Composto por 70 países, contou com o envolvimento das mais diversas
partes interessadas: desde contribuições especializadas da sociedade
civil, até contribuições da comunidade científica e do sistema das Nações
Unidas. O objetivo era proporcionar uma diversidade de perspectivas e
experiências.
Em agosto de 2014, o GTA-ODS compilou os aportes recebidos, finalizou
o texto e submeteu a proposta dos 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável, e das 169 metas associadas à apreciação da Assembleia Geral
da ONU em 2015.

Empreendedorismo
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Por que estou te contando isso?
Justamente porque em 2015, todas as nações que adotaram os ODM
se reuniram novamente, para que todas mostrassem os seus projetos e
seus resultados. O ano de 2015 apresentou uma oportunidade histórica
e sem precedentes, pois no mês de setembro deste ano, reuniram-se
em Nova York, representantes dos 193 Estados-membros da ONU, e
reconheceram que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e
dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um
requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.
Além disso, as nações presentes adotaram um novo documento:
Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável. Neste documento, os países se comprometeram a tomar
medidas ousadas e transformadoras para promover o desenvolvimento
sustentável nos próximos 15 anos.
“A Agenda 2030 é a nossa Declaração Global de Interdependência.”
António Guterres, Secretário Geral da ONU
A Agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a
prosperidade, que busca fortalecer a paz universal. O plano indica 17
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e 169 metas, para
erradicar a pobreza e promover vida digna para todos, dentro dos limites
do planeta.
São objetivos e metas claras, para que todos os países adotem
de acordo com suas próprias prioridades e atuem no espírito de uma
parceria global que orienta as escolhas necessárias para melhorar a vida
das pessoas, agora e no futuro.
Este é um plano para governos, sociedade, empresas, academia e
para você.
O documento adotado na Assembleia Geral da ONU em
2015,  “Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável”, é considerado um plano de ação global
para um 2030 sustentável. É um importante guia para as ações da
comunidade internacional nos próximos anos. E é também um plano de
ação para todas as pessoas e o planeta que foi coletivamente criado para
colocar o mundo em um caminho mais sustentável e resiliente até 2030.

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A Agenda 2030 consiste em uma Declaração, em um quadro de
resultados - os 17 ODS e suas 169 metas -, em uma seção sobre meios
de implementação e de parcerias globais, bem como de um roteiro para
acompanhamento e revisão. Vamos analisar agora a figura 4.2:

Figura 4.2 - Quadro de resultados da Agenda 2030


Fonte: http://www.agenda2030.org.br

Observando a figura 4.2 vemos que a Agenda 2030 não se limita aos
ODS, mas trata igualmente dos meios de implementação que permitirão
a concretização desses objetivos e de suas metas. Isso inclui debates que
englobam questões de alcance sistêmico, como por exemplo financiamento
para o desenvolvimento; transferência de tecnologia; capacitação técnica
e comércio internacional.
E, é claro, que também prevê mecanismos de acompanhamento dos
ODS e suas metas, que são o núcleo da Agenda 2030. Isso, para auxiliar
os países a comunicar seus êxitos e a identificar seus desafios, bem
como a traçar estratégias e a avançar em seus compromissos com o
desenvolvimento sustentável.  E tudo isso, deverá ser alcançado até o
ano de 2030!

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Os 17 Objetivos são integrados e indivisíveis, e mesclam, de forma
equilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a
econômica, a social e a ambiental. São como uma lista de tarefas a serem
cumpridas pelos governos, a sociedade civil, o setor privado e todos
cidadãos na jornada coletiva para um 2030 sustentável.
Nos próximos anos de implementação da Agenda 2030, os ODS e suas
metas irão estimular e apoiar ações em áreas de importância crucial para
a humanidade: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias.
Com a Agenda 2030, os ODS, somados a todos os processos envolvidos
nos Objetivos do Milênio e a Rio+20, temos uma nova fase para o
desenvolvimento dos países. Temos que buscar integrar por completo
todos os componentes do desenvolvimento sustentável e engajar todos os
países na construção do futuro que queremos. Vamos analisar a figura 4.3.

Figura 4.3 - O novo Desenvolvimento Sustentável


Fonte: http://www.agenda2030.org.br

Os objetivos e metas estimularão a ação para os próximos 15 anos


em áreas de importância crucial para a humanidade e para o planeta.
Vamos analisar cada aspecto do novo desenvolvimento sustentável.
Quando falamos do componente Pessoas, temos que estar
determinados a acabar com a pobreza e a fome, em todas as suas formas e
dimensões, e garantir que todos os seres humanos possam realizar o seu
potencial em dignidade e igualdade, em um ambiente saudável.

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No componente Planeta, devemos proteger o planeta da degradação,
sobretudo por meio do consumo e da produção sustentáveis, da gestão
sustentável dos seus recursos naturais e tomando medidas urgentes sobre
a mudança climática, para que ele possa suportar as necessidades das
gerações presentes e futuras.
Para a Prosperidade, temos que assegurar que todos os seres humanos
possam desfrutar de uma vida próspera e de plena realização pessoal, e
que o progresso econômico, social e tecnológico ocorra em harmonia
com a natureza.
A Paz faz parte do novo desenvolvimento sustentável, pois devemos
promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas que estão livres do
medo e da violência. Não pode haver desenvolvimento sustentável sem
paz e não há paz sem desenvolvimento sustentável.
Na Parceria, estamos determinados a mobilizar os meios necessários
para implementar esta Agenda por meio de uma Parceria Global para
o Desenvolvimento Sustentável revitalizada, com base num espírito de
solidariedade global reforçada, concentrada em especial nas necessidades
dos mais pobres e mais vulneráveis e com a participação de todos os
países, todas as partes interessadas e todas as pessoas.
Os vínculos e a natureza integrada dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável são de importância crucial para assegurar que o propósito da
nova Agenda seja realizado. Se realizarmos as nossas ambições em toda a
extensão da Agenda 2030, a vida de todos será profundamente melhorada
e nosso mundo será transformado para melhor.

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AP RENDA UM P OUCO M A I S

Depois que a Agenda 21 foi homologada na ECO92 que aconteceu no Rio


de Janeiro em 1992 muita água rolou e os dirigentes dos países junto com
a ONU se reuniram outras tantas vezes. A Agenda 21 estabelecia metas a
serem atingidas antes da virada do século, por isso seu nome. Parte das metas
foram alcançadas e outras foram atualizadas. Assim nasceram os Objetivos
do Milênio, estabelecendo objetivos e ações que deveriam ser implantados e
alcançados até 2015.

Em 2015 novamente outra atualização gerando uma agenda 2030 com outros
objetivos para serem batidos até 2030. Agora estamos sendo desafiados a
implantar um programa na empresa, ou na ONG, ou até mesmo nas prefeituras
que atendam a Agenda 2030.

Por onde começar?

A parceria tem que ser global e solidária considerando esforços para as


necessidades dos menos favorecidos e mais vulneráveis com a participação de
todos os países em todos os níveis.

Para entendermos um pouco melhor como implementar a Agenda 2030,


separei um vídeo para você.

Fonte: youtubeBR – Elaborando Projetos Sociais e Culturais

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4.2 - O s O b j e t i v o s do D e s e n v o lv i m e n t o S u s t e n táv e l

Os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM) foram


estabelecidos no ano de 2000, e incluíam oito objetivos de combate à
pobreza que deveriam ser alcançados até o final de 2015, como podemos
observar na figura 4.4.

Figura 4.4: Objetivos do Desenvolvimento do Milênio


Fonte: https://www.senado.gov.br

Desde que foi lançado, progressos importantes foram feitos: a


pobreza global continua diminuindo; mais crianças estão frequentando a
escola primária; as mortes infantis caíram drasticamente; o acesso à água
potável expandiu; metas de investimento para combater malária, aids e
tuberculose, salvaram muitas vidas, entres outros. Isso nos mostra que os
ODM fizeram diferença e nos mostra que metas funcionam.
A partir de 2015, as Nações Unidas adoraram a nova agenda de
desenvolvimento sustentável. As ações tomadas neste ano, resultaram
nos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que se
baseiam nos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Os
ODS devem finalizar o trabalho dos ODM e não deixar ninguém para
trás. Vamos analisar os 17 ODS na figura 2.
Vamos, a partir de agora, analisar cada ODS e suas metas.

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Objetivo 1 - acabar com a pobreza em todas as suas formas, em
todos os lugares.

Em 2000, o mundo comprometeu-se em reduzir pela metade o


número de pessoas vivendo em extrema pobreza e alcançou ganhos
notáveis no desenvolvimento humano. Até 2015, a pobreza havia sido
reduzida significativamente, o acesso ao ensino básico e os resultados da
saúde melhoraram, bem como foram realizados progressos na promoção
da igualdade de gênero e no empoderamento das mulheres e meninas.
No entanto, a erradicação da pobreza extrema continua a ser um desafio,
com mais de 700 milhões de pessoas vivendo, globalmente, com menos
de US$1,90 (PPP) por dia e mais da metade da população global vivendo
com menos de US$8,00 por dia.
Em um mundo confrontado pelos crescentes desafios para o
desenvolvimento, a Agenda 2030 reconhece que a erradicação da
pobreza, em todas as suas formas, é o maior desafio global para
atingirmos o desenvolvimento sustentável. Por isso, a grande prioridade
do desenvolvimento sustentável deve ser os mais pobres e vulneráveis:
ninguém será deixado para trás.

Figura 4.5 - 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável


Fonte: http://www.itamaraty.gov.br

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Objetivo 2 - acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e
melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.

Durante as duas últimas décadas, o rápido crescimento econômico


e o desenvolvimento da agricultura foram responsáveis pela redução
pela metade da proporção de pessoas subnutridas no mundo. Entretanto,
ainda há 795 milhões de pessoas no mundo que, em 2014, viviam sob o
espectro da desnutrição crônica. O ODS 2 pretende acabar com todas as
formas de fome e má-nutrição até 2030, de modo a garantir que todas as
pessoas (especialmente as crianças) tenham acesso suficiente a alimentos
nutritivos durante todos os anos. Para alcançar este objetivo, é necessário
promover práticas agrícolas sustentáveis, por meio do apoio à agricultura
familiar, do acesso equitativo à terra, à tecnologia e ao mercado.

Objetivo 3 - assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar


para todos, em todas as idades.

Desde os ODM foram registrados progressos históricos na redução


da mortalidade infantil, na melhoria da saúde materna e na luta contra
o HIV/Aids, a tuberculose, a malária e outras doenças. Em 15 anos, o
número de pessoas infectadas pelo HIV anualmente caiu de 3,1 milhões
para 2 milhões e mais de 6,2 milhões de vidas foram salvas da malária.
Porém, as doenças crônicas e aquelas resultantes de desastres
continuam a ser os principais fatores que contribuem para a pobreza e
para a privação dos mais vulneráveis. Para você ter uma ideia, atualmente,
63% de todas as mortes do mundo provêm de doenças não transmissíveis,
principalmente cardiovasculares, respiratórias, câncer e diabetes, e que
os gastos com essas doenças poderão ultrapassar US$7 trilhões até
2025. Neste ODS há a necessidade de se propor metas integradas que
abordam a promoção da saúde e bem-estar como essenciais ao fomento
das capacidades humanas.

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Objtivo 4 - assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade,
e promover oportunidades de aprendizados ao longo da vida para
todos.

Desde 2000, houve enorme progresso na promoção do acesso


universal à educação primária para as crianças ao redor do mundo. Para
além do todo na educação básica, todos os níveis de educação estão
contemplados no ODS 4, que enxerga como fundamental a promoção de
uma educação inclusiva, igualitária e baseada nos princípios de direitos
humanos e desenvolvimento sustentável. A promoção da capacitação
e empoderamento dos indivíduos é o centro deste objetivo, que visa
ampliar as oportunidades das pessoas mais vulneráveis no caminho do
desenvolvimento.

Objetivo 5 - alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as


mulheres e meninas.

A igualdade de gênero não é apenas um direito humano fundamental,


mas a base necessária para a construção de um mundo pacífico, próspero
e sustentável. O esforço de alcance do ODS 5 é transversal à toda a Agenda
2030 e reflete a crescente evidência que a igualdade de gênero tem efeitos
multiplicadores no desenvolvimento sustentável.
Muitos avanços em termos de assegurar melhores condições de
vida a mulheres e meninas são um importante legado dos ODM. Os
ODS visam intensificar estar realizações, não apenas nas áreas de saúde,
educação e trabalho, mas especialmente no combate ás discriminações e
violências baseadas nos gêneros e na promoção do empoderamento de
mulheres e meninas para que possam atuar enfaticamente na promoção
do desenvolvimento sustentável, por meio da participação na política, na
economia, e em diversas áreas de tomada de decisão.

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Objetivo 6 - assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da
água e saneamento para todos.

A água está no centro do desenvolvimento sustentável e das suas três


dimensões (ambiental, econômica e social). Os recursos hídricos, bem
como os serviços a eles associados, sustentam os esforços de erradicação
da pobreza, de crescimento econômico e da sustentabilidade ambiental.
O acesso à água e ao saneamento importa para todos os aspectos da
dignidade humana: da segurança alimentar e energética à saúde humana
e ambiental.
A escassez de água afeta mais de 40% da população mundial, número
que deverá subir ainda mais como resultado da mudança do clima e
da gestão inadequada de recursos naturais. É possível trilhar um novo
caminho que nos leve à realização deste objetivo, por meio da cooperação
internacional, proteção às nascentes, rios e bacias e compartilhamento de
tecnologias de tratamento de água.

Objetivo 7 - assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a


preço acessível à energia para todos.

De 2000 a 2013, mais de 5% da população mundial obteve acesso à


eletricidade (de 79,313% para 84,58%). Para os próximos anos a tendência
é aumentar a demanda de energia barata. Contudo, combustíveis fósseis e
suas emissões de gases de efeito estufa provocam mudanças drásticas no
clima. Atender às necessidades da economia e proteger o meio ambiente
é um dos grandes desafios para o desenvolvimento sustentável. Nesse
sentido, o ODS 7 reconhece a importância e traça metas focadas na
transição energética, de fontes não renováveis e poluidoras, para fontes
renováveis limpas, com especial atenção às necessidades das pessoas e
países em situação de maior vulnerabilidade.

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Objetivo 8 - promover o crescimento econômico sustentado,
inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho
decente para todos.

No longo prazo, a desigualdade de renda e de oportunidades prejudica


o crescimento econômico e o alcance do desenvolvimento sustentável.
Os mais vulneráveis, muitas vezes, te menores expectativas de vida e
apresentam dificuldades de se libertarem de um círculo vicioso de
insucesso escolar, baixas qualificações e poucas perspectivas de empregos
de qualidade.
A revitalização econômica contribui para criar melhores condições
para a estabilidade e a sustentabilidade do país. É possível promover
políticas que incentivem o empreendedorismo e a criação de empregos de
forma sustentável e inclusiva. O ODS 8 reconhece a urgência de erradicar
o trabalho forçado e formas análogas ao do trabalho escravo, bem como
o tráfico de seres humanos, de modo a garantir a todos e todas o alcance
pleno de seu potencial e capacidades.

Objetivo 9 - construir infraestruturas resilientes, promover a


industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.

Investimentos em infraestrutura e em inovação são condições


básicas para o crescimento econômico e para o desenvolvimento das
nações. Garantir uma rede de transporte público e infraestrutura
urbana de qualidade são condições necessárias para o desenvolvimento
sustentável. Por meio da promoção de eficiência energética e inclusão
social, o progresso tecnológico é também uma das chaves para as soluções
dos desafios econômicos e ambientais. Garantir a igualdade de acesso
a tecnologias é crucial para promover a informação de conhecimento
para todos. O ODS 9 lista metas que visam à construção de estruturas
resilientes e modernas, ao fortalecimento industrial de forma eficiente,
ao fomento da inovação, com valorização da micro e pequena empresa e
inclusão dos mais vulneráveis aos sistemas financeiros e produtivos.

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Objetivo 10 - reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.

O mundo é mais desigual hoje do que em qualquer momento da


história desde 1940. A desigualdade é um problema global que requer
soluções integradas. A visão estratégica deste objetivo se constrói sob o
objetivo da erradicação da pobreza e m todas as suas dimensões, na redução
das desigualdades socioeconômicas e no combate às discriminações de
todos os tipos.
Seu alcance depende de todos os setores na busca pela promoção
de oportunidades para as pessoas mais excluídas no caminho do
desenvolvimento. Foco importante do ODS 10 é o desafio contemporâneo
das migrações e fluxos de pessoas deslocadas entre países e regiões devido
â conflitos, eventos climáticos extremos ou perseguições de qualquer
tipo. O alcance de suas metas é estruturante para a realização de todos os
outros 16 ODS.

Objetivo 11 - tornar as cidades e os assentamentos humanos


inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

Em 2014, 54% da população mundial vivia em áreas urbanas, com


projeção de crescimento para 66% em 2050. Em 2030, são estimadas 41
metrópoles com mais de 10 milhões de habitantes. Considerando que a
pobreza extrema muitas vezes se concentra nestes espaços urbanos, as
desigualdades sociais acabam sendo mais acentuadas e a violência se torna
uma consequência das discrepâncias no acesso pleno à cidade. Temas
intrinsecamente relacionados à urbanização, como mobilidade, gestão de
resíduos sólidos e saneamento, estão incluídos nas metas dos do ODS 11,
bem como o planejamento e aumento de resiliência dos assentamentos
humanos, levando em conta as necessidades diferenciadas das áreas
rurais, periurbanas e urbana.

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Objetivo 12 - assegurar padrões de produção e de consumo
sustentáveis.

Para alcançar as metas deste ODS, a mudança nos padrões de consumo


e produção se configuram como medidas indispensáveis na redução da
pegada ecológica sobre o meio ambiente. Essas medidas são a base do
desenvolvimento econômico e social sustentável. As metas do ODS 12
visam a promoção da eficiência do uso de recursos energéticos e naturais
da infraestrutura sustentável, do acesso a serviços básicos. Além disso,
o objetivo prioriza a informação, a gestão coordenada, a transferência
e a responsabilização dos atores consumidores de recursos naturais
como ferramentas chave para o alcance de padrões mais sustentáveis de
produção e consumo.

Objetivo 13 - tomar medidas urgentes para combater a mudança do


clima e seus impactos.

A mudança do clima é um evento transnacional, cujos impactos


estão desregulando economias nacionais e afetando pessoas em todos os
lugares principalmente aquelas em situação de maior vulnerabilidade nos
países em desenvolvimento. Sem a ação imediata frente à mudança do
clima, a temperatura terrestre está projetada para aumentar mais de 3°C
até o final do século XXI. O estabelecimento do ODS 13 apenas para lidar
com a questão do clima é encarado como estratégico para a mobilização
dos atores capazes de promover as mudanças necessárias para impedir
estas projeções de se tornarem realidade.
Objetivo 14 - conservar e promover o uso sustentável dos oceanos,
dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento
sustentável.

Os oceanos tornam a vida humana possível por meio da provisão


de segurança alimentar, transporte, fornecimento de energia, turismo,
dentre outros. Além por meio da regulação da sua temperatura, química,
correntes e formas de vida, os oceanos regulam muitos dos serviços
ecossistêmicos mais críticos do planeta, como ciclo do carbono e
nitrogênio, regulação do clima, e produção de oxigênio. Além, os oceanos
representam aproximadamente U$3 trilhões da economia global por ano,
ou 5% do PIB global.
40% dos oceanos estão sendo afetados incisiva e diretamente por
atividades humanas, como poluição e pesca predatória, o que resulta,
principalmente, em perda de habitat, introdução de espécies invasoras e
acidificação. Nosso lixo também ajuda na degradação dos oceanos – há
13.000 pedaços de lixo plástico em cada quilômetro quadrado. É frente a
esses desafios que os ODS indicam metas para gerenciar e proteger a vida
na água.

Empreendedorismo
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Objetivo 15 - proteger, recuperar e promover o uso sustentável
dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas,
combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e
deter a perda.

Os seres humanos e outros animais dependem da natureza para terem


alimento, ar puro, água limpa e também como um meio de combate à
mudança do clima. As florestas que cobrem 30% da superfície da Terra,
ajudam a manter o ar e a água limpa e o clima da Terra em equilíbrio (sem
mencionar que são o lar de milhões de espécies). Promover o manejo
sustentável das florestas, o combate à desertificação, parar e reverter a
degradação da terra, interromper o processo de perda de biodiversidade
são algumas das metas que ODS 15 promove. Usar sustentavelmente os
recursos naturais em cadeias produtivas e em atividades de subsistência
de comunidades, e integrá-los em políticas públicas é tarefa central para
o atingimento destas metas e a promoção de todos os outros ODS.

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Objetivo 16 - promover sociedades pacíficas e inclusivas para o
desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para
todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusiva em
todos os níveis.

Promover instituições fortes, inclusivas e transparentes, a manutenção


da paz e o respeito aos direitos humanos baseados no Estado de direito são
a base para o desenvolvimento humano sustentável. Estes são alguns dos
princípios que sustentam as metas do ODS 16, que também inclui temas
sensíveis, como combate à exploração sexual, ao tráfico de pessoas e à
tortura. Outros temas incluídos nas metas do ODS 16 são o enfrentamento
à corrupção, ao terrorismo, a práticas criminosas, especialmente aquels
que ferem os direitos humanos.

Objetivo 17 - fortalecer os meios de implementação e revitalizar a


parceria global para o desenvolvimento sustentável.

Os ODS só serão realizados mediante um compromisso renovado


de cooperação entre a comunidade internacional e uma parceria global
ampla que inclua todos os setores interessados e as pessoas afetadas pelos
processos de desenvolvimento. Os meios de implementação e as parcerias
para o desenvolvimento sustentável são vitais para o crescimento
sustentado e para o desenvolvimento sustentável das nações. O ODS 17
propõe o caminho para a realização efetiva da Agenda 2030 por todos os
países, e a coordenação de esforços na arena internacional é essencial para
isso. A Cooperação Sul-Sul e triangular, a transferência de tecnologia, o
intercâmbio de dados e capital humano, bem como a assistência oficial
ao desenvolvimento são alguns dos principais meios para o alcance dos
ODS.

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AP RENDA UM P OUCO M A I S

17 OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E 169 METAS

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram definidos a partir de


uma longa experiência da ONU em promover uma sociedade mais justa e que
respeitasse o meio ambiente.

No ano de 2000, durante a Cúpula do Milênio, foram elaborados os Objetivos


do Milênio (ODM), que são os antecessores dos ODS. No Brasil, eles ficaram
conhecidos como “8 jeitos de mudar o mundo“.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável substituem, então, os ODM,


absorvendo o que não foi cumprido e estendendo o compromisso para
todos os setores da sociedade global: empresas públicas e privadas, ONGs,
governos, lideranças políticas, ativistas e sociedade civil.

São 17 objetivos no total, que convergem entre si. Integram temas como
consumo sustentável, mudança climática, desigualdade econômica, inovação,
diversidade, paz e justiça. Os ODS se desdobram, ainda, em 169 metas que
integram a Agenda 2030.

Para conhecer todas as metas, acesse: http://www.agenda2030.org.br/ods/17

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Pág. 32
4 . 3 - P r o j e t o S u s t e n táv e l

Caro (a) aluno (a), nós estudamos durante todas as unidades que todo
o trabalho e todas as atividades de desenvolvimento causam impacto no
meio ambiente. E o objetivo da sustentabilidade é compreender melhor
como reduzir qualquer impacto prejudicial para o meio ambiente, para
que o nosso trabalho reflita nosso cuidado e a nossa mordomia da criação.
Neste tópico vamos falar sobre quais aspectos devem ser considerados
quando consideramos a proposição de um projeto em sustentabilidade.
Às vezes os projetos de desenvolvimento sustentável fracassam
porque são mal planejados, porque não levamos em conta alguns fatores
importantes. Erramos principalmente em relação às necessidades e
opiniões do público interessado.
Quando falamos em elaboração de um projeto, temos que ter uma
Gestão do Ciclo de Projetos (GCP). Uma GCP nada mais é do que o
processo de planejamento e gestão de projetos, programas e organizações,
que garante que todos os aspectos do projeto sejam considerados durante
todo o seu ciclo, incluindo mudanças. Como resultado, um processo de
gestão, passa a ter uma maior probabilidade de êxito e sustentabilidade,
além da aprendizagem organizacional. Vamos agora então, entender
quais são as etapas para o desenvolvimento de um projeto sustentável.
O primeiro passo para se elaborar um projeto é planejar. Existem
muitas razões por que o planejamento é uma boa ideia. Com o
planejamento, você:
• Pensa com antecedência e se prepara para o futuro;
• Identifica as questões que precisam ser atendidas;
• Considera o que é possível e o que não é possível realizar no seu
projeto;
• Faz uma melhor utilização dos recursos;
• Esclarece metas e desenvolve a visão do projeto
• Define a razão de se fazer algo;
• Alcança os melhores resultados, entre outras diversas
possibilidades...

Empreendedorismo
Pág. 33
O planejamento do projeto deve ser visto como um processo contínuo,
o qual envolve aprendizagem através da reflexão e da ação. Temos que
pensar que o processo de planejamento obedece a um ciclo, no qual cada
fase completada, leva à outra. O ciclo de planejamento consiste em:
Identificação: Para identificarmos o foco de um projeto, precisamos
descobrir quem irá se beneficiar com esse projeto e quais são as suas
necessidades.
Montagem: Uma vez que tenha sido decidido levar o projeto adiante,
podemos começar a pensar nos detalhes. Aqui, temos que realizar
pesquisas sobre as pessoas afetadas por um problema, por exemplo, e
como elas são afetadas. Também precisamos considerar os riscos ao
projeto e como mediremos o desempenho do mesmo.
Implementação: Aqui temos que monitorar e avaliar o progresso
do nosso projeto, bem como quaisquer mudanças externas que possam
afetar os planos.
Avaliação: Deve ser realizada no término, ou após o término do
projeto, para fazer um levantamento do seu impacto e sustentabilidade a
curto, médio e longo prazo.
Aprendizagem de lições: Aqui temos as constatações dos pontos
positivos e negativos. Os pontos positivos continuaremos repetindo e
aplicando no projeto, enquanto os pontos negativos devem ser usados
para que possamos melhorar este e outros projetos.
O primeiro passo no ciclo do projeto é identificar uma questão à qual
o projeto possa dedicar-se. Isto geralmente envolve um “levantamento de
necessidades”, o qual descobre quais são as necessidades da comunidade
e quem é afetado por elas. Apenas quando sabemos o que as pessoas
realmente querem nós podemos desenvolver um projeto efetivo.
O levantamento de necessidades é seguido de um “levantamento de
capacidades” para determinar que qualidades positivas a comunidade
possui e pode usar para solucionar os seus problemas. O projeto deverá
procurar fortalecer quaisquer aspectos fracos.

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Pág. 34
Talvez já tenhamos uma boa ideia das necessidades locais. Elas
poderão ser bastante óbvias ou talvez tenhamos tomado conhecimento
das mesmas durante um projeto anterior. Por outro lado, talvez não
tenhamos nenhuma ideia de quais sejam as necessidades da comunidade.
É importante realizar um levantamento de necessidades antes de planejar
o trabalho de desenvolvimento, independentemente de conhecermos as
necessidades ou não.
O tempo gasto com a realização do levantamento de necessidades
pode variar. Geralmente é feito rapidamente, pois nesta fase estamos
tentando obter uma impressão das necessidades e descobrir quem poderão
ser os beneficiários. Nós não estamos procurando muitos detalhes. Você
pode até realizar pesquisas adicionais durante o processo.
Para isso, é importante você conversar com uma variedade de
pessoas. Aqui podemos utilizar de algumas ferramentas, como entrevistas,
mapeamento da comunidade em questão, e grupos de interesse, como
grupos comunitários. Certifique-se que no seu levantamento, sejam
inclusas mulheres, homens, idosos, pessoas com deficiência e crianças.
Existem muitas ferramentas destinadas a ajudar as comunidades na
identificação das suas necessidades.

Empreendedorismo
Pág. 35
Todo trabalho de desenvolvimento deve ser baseado em informações
corretas, confiáveis e suficientes. Boas informações são importantes para:
• Compreender o contexto no qual o projeto está sendo realizado;
• Compreender as causas e os efeitos da questão que está sendo
atendida;
• Compreender o que outras pessoas estão fazendo para evitar a
duplicação e procurar trabalhar juntos, quando for possível;
• Garantir que a resposta leve em consideração todos os fatores e
seja a mais apropriada e eficaz para a situação;
• Compreender como o contexto está mudando para que a resposta
possa atender necessidades potenciais futuras ou evite que surjam
problemas;
• Justificar o curso das ações para a nossa organização, beneficiários,
doadores e outras pessoas com as quais estejamos trabalhando;
• Aprender através dos êxitos e erros passados;
• Fornecer boas evidências para a resposta.
A pesquisa nos permite descobrir os fatos sobre a necessidade. Isto
nos ajudará a saber como melhor atendê-la. O trabalho de pesquisa
envolve conversar com as pessoas ou acessar informações escritas.
Uma pesquisa bem-feita deve considerar fatores sociais, técnicos,
econômicos, ambientais e políticos. Isto poderá ajudar a identificar novos
atores interessados e riscos para o projeto.
Considere:
• A história da região;
• Geografia, clima, meio ambiente – ex.: características principais,
mapa, comunicações, área e problemas sazonais;
• População – número, perfil de idade e sexo;
• Sistemas e estruturas sociais – divisões religiosas, posição da
mulher na sociedade, instituições sociais.

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Pág. 36
Um outro ponto que temos que levar em consideração na elaboração
de um projeto deve auxiliar uma comunidade a se fortalecer, usando mais
suas próprias capacidades e recursos para solucionar os problemas que
enfrentam. Para isso, precisamos fazer um levantamento das capacidades.
Esse levantamento inclui seis tipos de recursos:
Humanos: Inclui habilidades, conhecimentos, capacidades para
trabalhar e condições de saúde. Aqui temos uma ideia de como a
comunidade está constituída e como poderemos auxiliar.
Sociais: Baseado em relacionamentos e incluem organizações e
grupos dentro da comunidade, estruturas políticas e redes informais.
Naturais: Trazem informações sobre o meio ambiente local, incluindo
a terra, árvores, água, ar, clima e até mesmo os minerais.
Físicos: Construções, transporte, abastecimento de água e os serviços
de saneamento, as fontes de energia e as telecomunicações.
Econômicos: Aqui temos as coisas que as pessoas podem usar para
sustentar os seus meios de sobrevivência, assim como o dinheiro e as
economias, os estoques (grãos, roupas, etc.), os animais, as ferramentas e
o equipamentos.
Espirituais: Incluem a fé, as Escrituras, as orientações e a oração.

Empreendedorismo
Pág. 37
Projetos ambientalmente sustentáveis

Quando falamos de projetos ambientalmente sustentáveis, estamos


falando, muitas vezes, de projetos bastante técnicos. Aqui, além do que
já foi falado, devemos, muitas vezes procurar aconselhamento tanto com
especialistas técnicos quanto com a comunidade antes de realizar este
tipo de trabalho.
Mesmo que não realizemos projetos ambientais específicos, é
essencial que o nosso trabalho seja ambientalmente sustentável. Isto
consiste em reconhecer que todos os nossos projetos deixam uma pegada
ambiental seja qual for a questão de desenvolvimento para a qual o nosso
trabalho esteja voltado. Nesta seção, examinamos primeiramente por
que é importante tornar nossos projetos ambientalmente sustentáveis.
Depois, introduzimos uma ferramenta chamada “avaliação ambiental”, a
qual pode ser usada durante o planejamento do projeto.
Para otimizar a implementação de um projeto de sustentabilidade,
devemos:
• Monitorar dados referentes ao consumo de água, energia elétrica,
combustível, equipamentos, resíduos, fazendo uma gestão de
indicadores de ecoeficiência, garantindo a economia de matéria-
prima e insumos;
• Analisar o ciclo de vida do produto, o impacto que o produto causa
no meio ambiente em todas as suas fases;
• Desenvolver produtos amigos do meio ambiente;
• Preocupar-se com o bem-estar dos funcionários, trabalhando a
gestão de colaboradores e no seu relacionamento com a sociedade;
• Utilizar o princípio dos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar);
• Fazer parcerias com a sociedade.

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Pág. 38
Alguns pontos que podem fazer-nos pensar em projetos
ambientalmente sustentáveis:
• A degradação do meio ambiente, juntamente com as mudanças
recentes e futuras no clima da Terra, provavelmente causará
impacto nos nossos projetos;
• Todos os tipos de projetos causam algum tipo de impacto no meio
ambiente, seja ele positivo, neutro ou negativo. Por exemplo, uma
pequena cooperativa de confecção de roupas pode usar eletricidade
para a iluminação e a operação das máquinas, causando emissões
de gás carbônico (negativo);
• Muitas pessoas acreditam que, porque o seu trabalho é urbano
ou não está voltado para a agricultura, não precisam levar em
consideração as questões ambientais.
É essencial que, durante o processo de planejamento do projeto, o
impacto potencial no meio ambiente seja considerado. Vamos ver algumas
consequências de não considerarmos a sustentabilidade ambiental no
nosso trabalho:
• Os projetos podem causar danos aos recursos naturais, o que, por
sua vez, pode causar danos aos habitantes locais;
• Os projetos podem aumentar a exposição dos habitantes locais às
ameaças de desastres naturais;
• O custo do projeto pode aumentar se a montagem inicial do
projeto, se não tiver considerado as questões ambientais, pois
podem ser necessárias novas atividades para manter o trabalho
no rumo certo;
• O seu projeto pode perder o apoio das comunidades locais ou
vizinhas, se causar danos ao meio ambiente;
• O projeto pode perder oportunidades para melhorar o meio
ambiente local e a vida da comunidade.

Empreendedorismo
Pág. 39
Então, frente a tudo o que vimos até aqui, podemos concluir que um
projeto ambientalmente sustentável:
• Leva em conta as atuais e futuras questões ambientais que poderão
afetar o projeto;
• Evita causar danos ao meio ambiente;
• Beneficia o meio ambiente sempre que possível;
• Pratica o manejo sustentável dos recursos – garantindo que os
recursos ambientais sejam utilizados de forma a não comprometer
sua futura disponibilidade e que sejam substituídos durante o
mesmo período.

NA P R ÁT I C A

ANÁLISE DE PROBLEMAS

Antes de podermos começar a montar o projeto, precisamos analisar o


problema identificado durante a fase de identificação do projeto.

A análise de problemas ajuda os atores interessados primários a identificarem


as causas e os efeitos do problema que enfrentam. É preciso representar
o problema em um formato de árvore, a partir do qual os objetivos do
projeto podem ser identificados. Usamos análise de atores interessados para
identificar aqueles que devem ajudar a construir a “árvore do problema”,
assegurando-se de que haja uma variedade de pessoas provenientes da
comunidade com conhecimentos locais, conhecimentos técnicos, etc.

A análise de problemas pode ser realizada com os diferentes grupos de atores


interessados para que se veja como as suas perspectivas variam.

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Pág. 40
Para ajudar os atores interessados a refletirem sobre todas as causas e
efeitos, verifique se eles consideraram fatores sociais, ambientais, políticos,
econômicos e técnicos. A “árvore do problema” deverá ajudar a reforçar as
nossas constatações durante a fase de pesquisa do planejamento. Isto também
poderá ajudar a levantar novas questões que não haviam sido consideradas
previamente.

Para aplicarmos esse método, precisamos saber qual é o problema principal,


e a partir daí listar os problemas identificados pela comunidade, desenhando
uma árvore, como no exemplo da figura abaixo:

Figura 4.4 - Desenvolvendo uma árvore de problemas


Fonte: ROOTS 5, 2003.
As árvores de problemas permitem que todos os interessados cheguem a
aspectos fundamentais da necessidade prioritária identificadas por eles e
investiguem os efeitos desse problema. Outro aspecto importante, é que
devemos saber que o projeto não atenderá todos os pontos listados pela
comunidade, e por isso podemos entender exatamente onde o projeto
atenderá.

Empreendedorismo
Pág. 41
4.4 - A sp e c t o s E ss e n c i a i s n a P r o p o s i ç ã o de um Projeto de
S u s t e n ta b i l i d a d e

Neste último tópico vamos continuar nosso papo sobre projetos.


Aqui vamos focar em como tornar nossos projetos ambientalmente
sustentáveis. Vamos começar falando de como fazer uma avaliação
ambiental.
A avaliação ambiental é uma ferramenta que pode ajudar a tornar
nossos projetos ambientalmente sustentáveis durante o processo de
planejamento. Confusamente, o termo “avaliação ambiental” é usado em
muitos contextos e significa coisas diferentes para pessoas diferentes.
Outros termos relacionados são: avaliação do impacto no meio ambiente,
avaliação ambiental rápida, avaliação ambiental estratégica e análise
ambiental. Estes termos geralmente estão relacionados com diferentes
necessidades dos usuários e com diferentes tamanhos de projetos, mas
são frequentemente usados alternadamente, causando confusão.
Qual a diferença entre cada tipo de avaliação ambiental?

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Pág. 42
Uma avaliação ambiental básica é voltada para projetos que não
parecem ter uma ligação direta com o meio ambiente natural. Estes
incluem os projetos de educação, defesa e promoção de direitos, saúde,
gênero, desenvolvimento infantil e apoio para pessoas que vivem com
alguma doença crônica. Já os projetos com uma ligação direta mais
óbvia com o meio ambiente podem requerer uma avaliação ambiental
mais detalhada e completa, realizada por um especialista técnico. Alguns
exemplos de projetos como estes são os projetos agrícolas, projetos
de água e saneamento, projetos de fabricação que produzem resíduos
sólidos ou líquidos e projetos que consistem em construção, estradas,
represas, etc.
Quando elaboramos um projeto, e queremos que seja um projeto
ambientalmente sustentável, é importante realizar a avaliação ambiental
com a comunidade, para que ela possa contribuir e participar das decisões
que afetem a montagem do projeto. O objetivo e o resultado da avaliação
ambiental devem ser explicados. A comunidade é deles, e eles devem se
apropriar do conhecimento que compartilharem como parte da avaliação.
A avaliação ambiental básica é realizada em cinco partes:

Empreendedorismo
Pág. 43
Parte 1: avaliação das condições atuais do meio ambiente natural
local.

A montagem do projeto deve levar em conta as condições dos


recursos naturais ambientais e as pressões atuais e previstas sobre eles,
resultantes da degradação ambiental e da mudança climática.
Vu te dar um exemplo com a tabela 4.1 a seguir:

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Pág. 44
Principal uso do recurso por parte da
Recurso natural
comunidade
Água
Exemplo:
Considere:
A comunidade utiliza a água para a
A água subterrânea, rios, lagos, o mar saúde, preparo de alimentos, limpeza e
e lagoas, o uso da água para beber e saneamento.
para a irrigação, a disponibilidade, a
qualidade e a poluição da água.
Terra e solo
Considere: Exemplo:
O uso da terra: produção agrícola, A comunidade utiliza para plantio
criação de animais e eliminação de de culturas, criação de animais para
resíduos, a cobertura e a qualidade alimentação e geração de renda.
do solo, a erosão e a contaminação do
solo, resultantes de fertilizantes, da
indústria ou do esgoto.
Ar
Exemplo:
Considere:
A comunidade utiliza o ar para respirar
A poluição causada por fumaça, gás, um ar limpo e fresco: para a saúde e
produtos químicos ou esgoto; nevoeiro uma sensação de bem-estar.
fotoquímico.
Flora (vegetação), por exemplo, - Sombra: para conservar as culturas
florestas, arbustos, grama, culturas e evitar doenças relacionadas com o
agrícolas calor.
Considere: - Conservação do ciclo natural da água.
A cobertura da vegetação, o uso
da vegetação, como culturas para
Exemplo:
a alimentação e as árvores para a
madeira, o desmatamento para a A comunidade se beneficia de um solo
pastagem ou a construção, os efeitos rico em nutrientes, utilizando lenha
do desmatamento e da eliminação de para o aquecimento e preparo de
mangues ou outros recursos naturais. alimentos.
Fauna (animais, pássaros, peixes,
insetos) Exemplo:
Considere: A comunidade tem uma criação de
animais para alimentação e geração de
A migração e o esgotamento, as pragas renda.
e as espécies invasoras.
Tabela 4.1 - Recursos Naturais mais importantes para o bem-estar dos membros da comunidade.

Empreendedorismo
Pág. 45
Um outro aspecto que devemos considerar é que o meio ambiente
mude gradualmente com o tempo. E, como vimos durante a disciplina, as
atividades humanas podem causar mudanças rápidas nele, muitas vezes
negativas. Isso também deve ser considerado na avaliação das condições
ambientais. Vou te dar outro exemplo em uma tabela 4.2:

Natureza da degradação ambiental Impacto


Degradação da terra
Redução da disponibilidade de água
Redução na qualidade da água
Desmatamento
Desertificação
Perda de biodiversidade
Poluição

Tabela 4.2 - Natureza da degradação ambiental e seu impacto

Quando falamos de levantamento ambiental, outras coisas também


podem ser consideradas, como a mudança climática, o impacto dos
estresses detectados ao meio ambiente, quantidade de precipitação, entre
outros, os quais os proponentes do projeto devem observar e analisar.

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Pág. 46
Parte 2: avaliação do impacto do meio ambiente no projeto

O objetivo desta parte da avaliação é considerar o impacto que


o meio ambiente pode ter no projeto. Isto exige reflexão e discussão,
porque, às vezes, a ligação não é imediatamente óbvia. Vou dar o
exemplo na tabela 4.3:
Impacto do meio ambiente nas
Atividades do projeto
atividades

Tabela 4.3 - Análise do impacto do meio ambiente nas atividades

Para te ajudar nesta tabela, consulte as informações coletadas na


parte 1 da avaliação. Considere o impacto ambiental que poderia afetar
cada atividade. O impacto poderia ser positivo ou negativo e atual ou
previsto para o futuro. Forneça informações sobre o impacto na coluna
da direita. É possível que algumas atividades não sofram impacto do meio
ambiente.
Vamos colocar um exemplo:
No meu projeto, quero construir um centro comunitário para uma
comunidade carente. Na minha tabela, posso colocar como atividade
do projeto: Colocar novas paredes para fazer uma sala de brinquedos e
uma sala para oficinas, separadas uma da outra. O impacto que isso pode
causar é que salas menores podem ficar ainda mais quentes, ou ainda,
que poderemos utilizar mais água para realizar a limpeza do centro.
Esta e a próxima parte da avaliação são úteis quando se está
desenvolvendo um marco lógico ou um plano de ação durante a fase
de montagem de um projeto (Para saber um pouco mais sobre o marco
lógico e o plano de ação, vá até à seção aprenda um pouco mais!).

Empreendedorismo
Pág. 47
Parte 3: avaliação do impacto do projeto no meio ambiente.

Se os nossos projetos danificarem, usarem de forma não renovável


ou causarem pressão sobre estes recursos, nossa intervenção poderá
fracassar, e as pessoas a quem estamos procurando servir poderão sofrer.
Uma abordagem que pode nos ajudar é o manejo sustentável de
recursos (MSR). O MSR consiste em garantir que os recursos ambientais
sejam usados de forma a não comprometer sua futura disponibilidade e
garantir que o que for usado não ultrapasse a quantidade que está sendo
reposta ao longo do mesmo período de tempo. O MSR previne ou, pelo
menos, reduz a degradação ambiental. Vamos ver um exemplo na tabela
abaixo. Vamos continuar com a ideia de construir um centro comunitário
para uma comunidade carente. Neste centro quero criar hortas familiares.
Como seria o MSR neste caso:
Tabela 4.4 - Manejo sustentável dos recursos

Impacto Impacto
Atividade Impacto positivo
insustentável sustentável
- Plantar legumes
para melhorar a
Usar fertilizantes qualidade do solo
Químicos - Praticar a
para ajudar o rotação de
Usar composto
crescimento de culturas
orgânico
Criar hortas legumes, o que - Plantar árvores
para ajudar o
Familiares. causa um efeito ou arbustos
crescimento de
de longo prazo na para proteger
legumes.
qualidade do solo os legumes e
e da água o solo – isto
Subterrânea. beneficia também
outros recursos
ambientais.

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Pág. 48
Podemos ainda, fazer uma tabela mais simples, como no exemplo da
tabela 4.5:
Tabela 4.5 - Impacto do projeto no meio ambiente

Impacto da atividade no meio


Atividades do projeto
ambiente

Aqui temos que analisar qual a melhor alternativa para nosso projeto!

Empreendedorismo
Pág. 49
Parte 4: identificação da ação adequada.

Nesta parte da avaliação ambiental, consideramos as formas de


tornar o projeto mais ambientalmente sustentável. Muitas vezes, as
mudanças que podemos fazer são óbvias assim que tivermos identificado
os impactos no meio ambiente. Às vezes, pode ser necessário fazer uma
pesquisa ou discussão com a comunidade ou um especialista técnico para
identificar maneiras adequadas de mudar as atividades.
Como podemos trabalhar aqui?
Primeiramente, examine as tabelas das partes 2 e 3, observando:
devemos seguir adiante com essa atividade? Precisamos alterar a atividade
para evitar ou reduzir os impactos negativos? Como fazer isso? Podemos,
aqui também, fazer uma tabela, como no exemplo da tabela 4.6:
Impacto da
Impacto do meio
Atividades do atividade no meio Ações adequadas
ambiente na
projeto ambiente (parte (parte 4)
atividade (parte 2)
3)

Tabela 4.6 - Identificação das ações adequadas

Discuta possíveis ações com os membros da comunidade e, se


possível, com especialistas profissionais, como consultores técnicos do
governo e outros profissionais da área de desenvolvimento.
Escolha as ações que porá em prática com base nos critérios que são
importantes para a comunidade local e a organização.
Incorpore as ações no plano de ação existente ou revisando o marco
lógico. Ou crie um plano de ação que descreva o que precisa ser feito,
quem o fará e um prazo para a conclusão do trabalho.

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Pág. 50
Parte 5: desenvolvimento de um plano de monitoramento e avaliação.

O monitoramento e a avaliação ajudam-nos a medir a eficácia do


nosso trabalho. Com base no marco lógico do projeto, o monitoramento
e a avaliação avaliam até que ponto a meta, o propósito e os vários
resultados foram alcançados.
O monitoramento é realizado enquanto as atividades estão sendo
implementadas. Ele ajuda as atividades a serem realizadas adequadamente
e a produzirem os resultados pretendidos. Ele também nos ajuda a medir
as mudanças que estão ocorrendo no meio ambiente. É importante levar
em consideração estas mudanças, porque elas podem ameaçar o projeto.
O monitoramento consiste em observações informais das condições
ambientais por parte dos membros da comunidade, tais como a diminuição
da profundidade da água nos poços, quantidade de sedimento nos riachos,
frequência de fortes tempestades. Como resultado das constatações,
podemos ter de melhorar as atividades, interrompê-las ou introduzir
novas atividades.
A avaliação é realizada quando a fase de implementação de um
projeto ou atividade termina. Ela descobre se os benefícios pretendidos
foram alcançados, se houve algum resultado negativo e que lições foram
aprendidas.

Empreendedorismo
Pág. 51
Aqui vão algumas ideias de como a avaliação ambiental pode ser
usada:
Use as informações coletadas nas partes 1, 2 e 3 da avaliação ambiental
como linha de base.
Assim, o progresso pode ser medido em relação à situação no início
do projeto.
• Avaliar o impacto do projeto no meio ambiente (positivo, neutro
ou negativo);
• Se for encontrado algum impacto negativo após o monitoramento,
determine se a atividade precisa ser ajustada ou interrompida, ou
ainda se deve ser introduzida uma nova atividade;
• Use as constatações da avaliação final para aprender para a
próxima vez;
• Pense sobre o que funcionou e o que não funcionou;
• Decida se os problemas se devem ao local ou se eles devem
ser considerados em todos os outros projetos realizados pela
organização.
A sustentabilidade pode ser aplicada em praticamente todos os
nossos projetos. Pode ser uma coisa simples, que faça a diferença para
uma pequena comunidade, ou pode ser grandes gestos, que mudem a
vida de muitas pessoas. O importante, é sempre colocar as suas ideias
em prática!

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Pág. 52
AP RENDA UM P OUCO M A I S

MARCO LÓGICO E PLANO DE AÇÕES

Uma vez que todo o projeto foi identificado, temos todas as informações
detalhadas, todos os dados necessários foram coletados, podemos começar a
planejar exatamente como o projeto funcionará. Uma maneira de fazer isso é o
uso do marco lógico e do plano de ações.

O que é um marco lógico?

O marco lógico é uma ferramenta usada para ajudar a fortalecer as fases


de montagem, implementação e avaliação de um projeto. Apesar de ser
elaborado durante a fase de planejamento de um projeto, o marco lógico é um
documento de trabalho que deve ser consultado e alterado durante todo o
ciclo do projeto.

O marco lógico é um quadro com quatro linhas e quatro colunas, onde todas
as partes principais de um projeto podem ser inseridas como um conjunto
claro de afirmações: a meta, o propósito, os resultados a curto prazo e as
atividades do projeto, com os seus indicadores, evidências e suposições. Ele
mostra a estrutura do projeto e descreve-o de forma lógica. O marco lógico
não mostra todos os detalhes do projeto. Ele dá uma visão geral dos principais
fatores. Os detalhes podem ser fornecidos em outros documentos, assim
como a proposta, o orçamento e o cronograma de atividades, que devem
acompanhar o marco lógico.

Empreendedorismo
Pág. 53
O que é um plano de ações?

O plano de ação faz uma lista mais detalhada das atividades que precisarão
ser incluídas como parte das principais atividades do marco lógico. Esta
e a próxima parte da avaliação ambiental devem considerar as atividades
arroladas tanto no marco lógico quanto no plano de ação. As etapas de um
plano de ação são:

Meta: Trata-se de um estado desejado, onde uma necessidade ou problema


não mais existe ou tenha sido significativamente melhorada. O projeto
contribuirá para este impacto de longo prazo, mas não o alcançará sozinho.

Propósito: Que mudança ou benefício queremos que o projeto alcance?


Procure incluir benefícios materiais e mudanças sociais positivas na afirmação
de propósito.

Resultados a curto prazo: Que mudanças a curto prazo são necessárias para
alcançar o propósito? Em outras palavras, que resultados serão alçados pelo
projeto? Os resultados a curto prazo são aqueles sobre os quais a equipe do
projeto tem controle. Normalmente, poderão existir entre três e seis resultados
a curto prazo.

Atividades: Como alcançaremos os resultados a curto prazo? É provável que


exista uma lista comprida de atividades a serem realizadas. No entanto, o
marco lógico não deverá incluir uma quantidade demasiada de detalhes.

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Pág. 54
O QUE APRENDEMOS

Nesta Unidade estudamos todos os aspectos voltados para o


desenvolvimento de um projeto ambientalmente sustentável. Você
aprendeu aspectos importantes sobre o meio ambiente na Unidade
1. O que é a sustentabilidade, na Unidade 2. Todos os aspectos que
podem estar envolvidos na sustentabilidade, na Unidade 3 e, para que
pudéssemos juntar todos estes conhecimentos agora, na Unidade 4. Os
temas abordados foram:
4.1 - Agenda 2030 como um projeto sustentável.
4.2 - Objetivos do desenvolvimento sustentável.
4.3 - Projeto Sustentável.
4.4 - Aspectos a serem considerados na proposição de um projeto de
sustentabilidade.

Empreendedorismo
Pág. 55
LEITURA COMPLEMENTAR

Agora, nesta seção, indico a leitura dos seguintes artigos para


complementar o que vimos durante o estudo da disciplina:
Artigo 1: Medindo o invisível: análise dos objetivos de Desenvolvimento
Sustentável em populações expostas à seca.
Artigo 2: Empresas mais visadas são socialmente mais responsáveis.

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Pág. 56
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chegado o fim desta unidade, caro (a) aluno (a), é com muita satisfação
que te parabenizo por encerrar a disciplina de Sustentabilidade e Meio
Ambiente, afinal, encerra-se aqui uma importante etapa para a conclusão
do seu curso. E você é merecedor (a) de congratulações não apenas por
encerrar mais este conteúdo, mas sim, por evoluir em seu conhecimento
sem deixar que as dificuldades encontradas no caminho se tornassem
obstáculos intransponíveis em sua jornada acadêmica.
Obrigada por sua atenção e dedicação durante nossos estudos,
sinto orgulho em dizer que, você aluno (a), encontra-se capacitado para
enfrentar novos desafios e ingressar em novas empreitadas especialmente
no que tange esta área tão complexa e promissora como é a área de
sustentabilidade.
Por fim, fica a dica, não poupe esforços nas demais etapas deste curso,
pois ao concluir cada uma destas etapas, você reafirma seus sonhos e sua
capacidade de superação. Parabéns por suas novas aptidões e use-as com
sabedoria. Um forte abraço!

Empreendedorismo
Pág. 57
REFERÊNCIAS

BLACKMAN, R. Série ROOTS – Livro 5: Gestão do Ciclo de Projetos. 1. ed.


Tearfund: Reino Unido, 2009.

NASCIMENTO, L, F. Gestão ambiental e sustentabilidade. 1. ed. Departamento


de Ciências da Administração/UFSC. Editora UFSC: Florianópolis, 2012.

ONU. Transformando nosso mundo: A agenda 2030 para o desenvolvimento


sustentável. Organização das Nações Unidas. Disponível em: <https://
nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030>. Acesso em 22 fev. 2020.

Sem autor. A agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. Plataforma


AGENDA 2030. Disponível em: <http://www.agenda2030.org.br/sobre>. Acesso
em 22 fev. 2020.

Sem autor. O que é a agenda 2030. Grupo de trabalho da sociedade civil para a
agenda 2030 do desenvolvimento sustentável – GTSC. Disponível em: <https://
gtagenda2030.org.br/agenda-pos-2015>. Acesso em 22 fev. 2020.

WIGGINS, S; WIGGINS, M; COLINS, J; SHAW, S. Série ROOTS – Livro 13:


Sustentabilidade Ambiental. 1. ed. Tearfund: Reino Unido, 2009.

Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz


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