Os eventos descritos são importantes para entender como foi o desenrolar da
reforma protestante na Alemanha (cenário onde se passa a história). Na história
contada pelo livro “O Grande Conflito”, Ellen White mostra a grande insatisfação do povo com a igreja católica; todos aqueles que buscavam adorar a Deus em seus idiomas e com bíblias corriam grande risco, assim como foi o caso com o povo boêmio que faziam seus cultos e adoravam a Deus com a bíblia no seu idioma. Todavia, como Gregório VII queria escravizar o povo, o papa declarou que Deus se alegrava mais quando ele era adorado em língua desconhecida e, assim, tirou também todas as bíblias do povo boêmio que, somado com outros fatores, acabou gerando tremenda insatisfação no povo. Outro caso que mostra a insatisfação deles com a igreja romana foi o dos dois artistas eruditos ingleses que começaram a espalhar a luz que receberam em Praga, mas logo foram silenciados. Porém, como além de pregadores ambos eram artistas, usaram esse método para passar a sua mensagem. Eles pintaram duas telas e as penduraram em um lugar onde todo o povo poderia ver – em uma das telas eles pintaram a entrada de Jesus em Jerusalém de forma “humilde e montado em um jumento, seguido por seus discípulos com roupas gastas da viagem e com os pés descalços. Este quadro era seguido pelo segundo que, em contraste, “mostrava uma elegante procissão eclesiástica – o papa em suas ricas vestes e tríplice coroa, cavalgando um cavalo magnificamente ornamentado, com trompetistas à sua frente, cardeais e oficiais seguindo em ordem esplendorosa” (O Grande Conflito, p. 46.). Ellen White afirma que muitos viram aquelas pinturas e que a moral delas era entendido por todos.
Mais a frente na história do livro, vemos o momento quando Lutero é levado
para a assembleia em Worms, onde ele passava nas ruas e havia multidões de espectadores ávidos para ver o monge que ousara resistir ao papa. Isso nos faz perceber que o desejo da reforma nos abusos da igreja romana era desejoso por diversas pessoas e estava entalado em suas gargantas por conta do medo do que poderia acontecer com suas vidas; o povo só precisava de um representante, que ousasse se erguer e desafiar a igreja católica. Este alguém foi Lutero. Assim, vemos que até mesmo os nobres alemães protestaram, em pleno concílio, contra os abusos da igreja.