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OPA, BOM TE

VER POR AQUI!

Quem nunca teve receio de atender uma crise de asma que atire a primeira pedra! Ainda
mais quando a crise envolve a população pediátrica, o que acontece na grande maioria dos
casos.

A asma vem aumentando sua prevalência nos últimos anos e é de extrema importância
que médicos e estudantes de medicina saibam manejar a crise asmática. Isso porque
existem graus variados de gravidade e o paciente pode correr risco de vida.

Este material é um guia prático e atualizado para ajudar você a diagnosticar e manejar
essa condição tanto na população adulta, quanto na população pediátrica.

Esperamos que aproveite!

Boa leitura!
Equipe Medway
ÍNDICE
Quem somos................................................................................................................................................................. 4

O que nossos alunos estão falando?................................................................................................................5

O que é..............................................................................................................................................................................6

Fatores desencadeantes.........................................................................................................................................6

Quadro clínico...............................................................................................................................................................6

Tratamento.....................................................................................................................................................................8

Olhar do pediatra...................................................................................................................................................... 12

Consulta rápida.......................................................................................................................................................... 15

Referências bibliográficas.................................................................................................................................... 16

Conclusão...................................................................................................................................................................... 17

Anexos.............................................................................................................................................................................18

Sobre a Medway.............................................................................................................................................................. 18

Nossos cursos................................................................................................................................................................... 20

Acesse gratuitamente.................................................................................................................................................22

Ficou alguma dúvida?................................................................................................................................................ 24


QUEM SOMOS

Somos um time de médicos formados nas principais instituições de residência do


Brasil.

Conhecemos bem os obstáculos e as dificuldades que surgem durante a preparação para


as provas de residência médica. Justamente por isso, e porque sentimos falta de ter alguém
nos orientando lá atrás, tomamos a decisão de criar a Medway.

Depois de muito estudo, trabalho duro e dedicação total, desenvolvemos cursos exclusivos
e que nos enchem de orgulho. Isso porque, na prática, temos visto esses cursos serem a
chave do sucesso na aprovação de milhares de alunos de Medicina em todo o país.

Em quatro anos de existência, impactamos 16 mil alunos com uma metodologia diferente
da convencional. Leve, objetiva e verdadeira. Sem dúvidas, essa última característica é o
nosso maior diferencial.

Não te enrolamos e nem falamos o que você quer ouvir. Não generalizamos. Te tratamos
com respeito, da forma como gostaríamos de ser tratados.

Muitos nos veem como professores ou mentores. Nós gostamos de nos enxergar como
aqueles veteranos que você admira pelo conhecimento técnico, mas também pela
didática e pelo lado humano.

Se você chegou até aqui, saiba que já nos orgulhamos muito de você ter se conectado com
a Medway. Estamos e estaremos ao seu lado para sermos parceiros em toda a sua jornada
como profissional de Medicina. Até a prova de residência e depois dela. Vamos juntos até
o final!

Boa leitura!
O QUE NOSSOS ALUNOS
ESTÃO FALANDO?
Crise asmática: o que é?
A exacerbação da asma ou crise asmática é a piora progressiva dos sintomas respiratórios
associada à piora da função pulmonar. Calma, pessoal, veremos mais detalhes na seção
de quadro clínico.

Fatores desencadeantes
O fator precipitante mais comum é a infecção viral, responsável por 80% das exacerbações.
Outros desencadeantes muito comuns são os alérgenos, a mudança climática e o exercício
físico. Temos sempre que checar a técnica dos dispositivos de tratamento e adesão
medicamentosa.
Vale lembrar que estresse emocional, poluição ambiental, infecções bacterianas e
até mesmo algumas medicações (beta-bloqueador, por exemplo) podem ser fatores
precipitantes.

Quadro clínico
O diagnóstico da exacerbação é clínico! Comumente, encontramos um paciente adulto
com história prévia de asma, referindo sibilância (chiado no peito) e falta de ar. Porém,
aqui, temos níveis de gravidades diferentes (Quadro 1). O paciente pode se apresentar
com uma discreta falta de ar, conversando, ou até mesmo em insuficiência respiratória
aguda e com tórax silente.

Lembrando que nem todos os parâmetros precisam estar presentes para classificarmos.
À medida que se somam critérios de gravidade, já enquadramos o paciente nas medidas
condizentes com o espectro mais grave (isso não é um jogo, é a vida de alguém que está
em risco).

Índice

6
NÍVEL DE GRAVIDADE SINAIS E SINTOMAS

Completa frases
Prefere sentar a ficar deitado
Não está agitado
Aumento da frequência respiratória
LEVE A MODERADA
Não há uso de musculatura acessória
Pulso 100 a 120 bpm
Saturação de 02 90 a 95%
PFE > 50% do previsto

Não completa frases


Prefere sentar-se curvado para frente
FR > 30 ipm
GRAVE
Uso de musculatura acessória
Saturação de 02 < 90%
PFE ≤ 50%

Sonolência
MUITO GRAVE
Confusão mental
(AMEAÇA À VIDA)
Ausculta silenciosa

Quadro 1. Classificando a gravidade da crise de asma. Fonte: adaptado de GINA (2021).

Na história, devemos sempre tentar entender o fator desencadeante da exacerbação.


Sendo assim, é comum o paciente relatar sintomas gripais ou contato com algum
alérgeno conhecido (poeira, gatos, pólen, por exemplo). Também não podemos nos
esquecer de perguntar sobre adesão medicamentosa e técnica correta dos dispositivos
do tratamento. Muitas vezes, o paciente está em crise porque não está tratando a asma
corretamente.

Os exames podem ajudar na avaliação da gravidade, complicações e fatores precipitantes.

O declínio do fluxo expiratório pode ser quantificado pelo pico de fluxo expiratório
(peak-flow ou PFE). Esse valor é comparado com o basal do paciente para determinar a
gravidade da exacerbação. Os sintomas, por si só, não são um bom indicador da gravidade.
O peak-flow está indicado para todos os pacientes (> 5 anos) com exacerbação aguda
de asma que se apresentam no PS.

Índice

7
PARA SABER MAIS!

O peak-flow é uma medida realizada por um aparelho portátil de fácil aferição


domiciliar. Representa o fluxo máximo de ar durante a manobra de CVF, ou seja, ele
ajuda a determinar o quanto as vias aéreas estão abertas. É uma medida que pode
ser utilizada no contexto de exacerbações e também para monitorar pacientes
asmáticos e sua resposta ao tratamento. Resumidamente, o paciente deve expirar
o mais forte e rápido possível no aparelho após uma inspiração profunda. O exame
é realizado três vezes e o melhor valor dos três é escolhido como PFE de base do
paciente. Esse valor individual será usado como comparativo na emergência ou
no seguimento ambulatorial. Infelizmente, é pouco disponível nas emergências
públicas do Brasil.

Figura 1. Paciente realizando o PFE. Fonte: Pulmocenter (2022).

Outros exames não estão rotineiramente indicados, mas podem ser úteis em alguns casos.
Por exemplo, a radiografia de tórax deve ser solicitada quando houver indicação clínica
secundária, como na suspeita de pneumonia, pneumotórax ou naqueles pacientes sem
melhora esperada com o tratamento.

A gasometria arterial está indicada apenas para os pacientes com desconforto respiratório
importante, VEF1 ou peak-flow (PFE) < 50% predito. O PCO2 costuma estar abaixo de
40 mmHg na exacerbação asmática (apesar de esses pacientes serem retentores pela
obstrução predominantemente expiratória, eles tendem a estar taquipneicos no momento
do diagnóstico, o que possibilita a lavagem de CO2).

Tratamento
A primeira coisa é ter em mente que o tratamento dependerá da gravidade da exacerbação.
Dessa forma, precisamos saber classificar nosso paciente em um quadro leve, moderado,

Índice

8
grave ou muito grave (iminência de PCR). Vale a pena dar uma olhada no Quadro 1, logo ali
em cima, para sedimentar a classificação de gravidade.

Como será feito esse tratamento? Trataremos com o tripé: oxigenoterapia, broncodilatação
e corticoide sistêmico.

ATENDIMENTO INICIAL Algum dos seguintes estão presentes?


A: via Aérea Rebaixamento do nível de consciência,
B: Respiração (breathing) confusão ou tórax silente?
C: circulação

NÃO SIM

MUITO GRAVE - AMEAÇADOR A VIDA


AVALIAÇÃO DE SEVERIDADE • Solicitar vaga de UTI,
TRIAGEM PELO STATUS CLÍNICO DE • Iniciar SABA, brometo de ipratrópio,
ACORDO COM OS PIORES ACHADOS corticoide sistêmico e oxigenoterapia
• Preparar para intubação.

LEVE OU MODERADA GRAVE


• Fala frases, • Fala apenas palavras,
• Prefere sentar a deitar, • Senta inclinado para frente,
• Não está agitado • Agitado
• FR aumentada • FR > 30
• Não faz uso de musculatura acessória • Uso de musculatura acessória
• FC 100-120 bpm • FC > 120bpm
• Saturação em ar ambiente 90-95% • Saturação em ar ambiente < 90%
• PFE > 50% predito • PFE ≤ 50% predito

• SABA 4-10 puffs, repetir a cada • SABA 4-10 puffs, repetir a cada
20 minutos, por 1 hora 20 minutos, por 1 hora
• Considerar brometo de ipratrópio • Brometo de ipratrópio
em casos refratários • Corticoide oral ou endovenoso
• Corticoide oral: Prednisona (40-50mg) • Oxigênio: manter Saturação
• Oxigênio: manter Saturação entre entre 93-95%
93-95% • Considerar altas doses de Corticoide
Inalatório

PIORA CLÍNICA

Se continuar deteriorando, trate como


asma severa e reavalie necessidade de
UTI/intubação

CONTINUE O TRATAMENTO
Com SABA conforme necessidade
Reavalie em 1 hora

Figura 2. Atendimento de pacientes com quadro de asma exacerbada na sala de emergência. Fonte: adaptada
do GINA (2021).

Índice

9
Oxigênio suplementar só deve ser fornecido a pacientes hipoxêmicos, com alvo de
saturação maior que 92% e utilizando o menor fluxo possível, com o objetivo de manter a
saturação entre 93 e 95%.

O pilar do tratamento da exacerbação é com os agonistas beta-2 adrenérgicos de


curta duração (SABA) com o objetivo de realizar a broncodilatação. Para administração
do SABA, é possível optar pela bombinha com dose calibrada com um espaçador
ou nebulizador pressurizado. Contudo, como esses pacientes costumam apresentar
desconforto respiratório, dificilmente garantimos uma técnica adequada de inalação com
a bombinha, de tal forma que as diretrizes incentivam o uso de nebulizadores. A dose nas
exacerbações deve ser maior do que a utilizada rotineiramente. A dose recomendada é de
10-20 gotas (2,5 a 5 mg) de fenoterol diluídas em 3-5 mL de soro fisiológico ou 4-10 puffs
de salbutamol – essas doses podem ser repetidas por três vezes dentro da primeira hora
(classicamente, 1 inalação a cada 20 minutos) e, posteriormente, podem ser espaçadas
com um período mínimo entre as inalações de 1 hora.

Anticolinérgicos de curta (SAMA) podem ser associados ao beta-2 agonistas. O


representante de escolha é brometo de ipratrópio, na dose de 500 microgramas (40
gotas) repetidas em todas as inalações oferecidas. Em aerossol, a dose atual é de 2 a 3 puff
(400 a 600 microgramas) com intervalo de 6 a 8 horas.

Em geral, o ipratrópio está recomendado àqueles pacientes reavaliados após as três


doses de SABA sem melhora, ou com melhora discreta, ou naqueles classificados como
graves/muito graves desde o início do manejo. Ou seja: o SAMA não vai ser indicado para
todos os pacientes!

E por fim, o corticoide, que deve ser iniciado na primeira hora.

Os corticoides sistêmicos podem ser utilizados nas exacerbações com necessidade de


atendimento de urgência. O corticoide de escolha é a prednisona oral, na dose de 40 mg
dose única. Corticoides parenterais devem ser reservados para pacientes com vômitos,
diarreia, má absorção intestinal ou exacerbação muito grave com inviabilidade da via oral.
A metilprednisolona é o corticoide parenteral preferido porque possui melhor penetração
pulmonar e menor efeito mineralocorticoide. A dose é de 20 a 60 mg a cada 6/6h ou 12/12h
e seu uso não deve ultrapassar 3 dias. Geralmente, pacientes com exacerbação da asma vão
utilizar o corticosteroide sistêmico por 5-7 dias, interrompendo seu uso após esse período,
sem necessidade de desmame gradual.

O sulfato de magnésio é uma estratégia interessante no manejo da crise asmática


na emergência, com diminuição da necessidade de internação. Os pacientes que se
beneficiam são aqueles com VEF1 ao peakflow < 30%, falha em responder à terapêutica
inicial e VEF1 < 60% sem melhora após 1ª hora de tratamento. A dose recomendada é
1,2-2g, diluída em solução fisiológica de 100-500 mL endovenosa, com infusão em 20
minutos. Metilxantinas (aminofilina, teofilina) não são mais recomendadas devido ao seu
extenso perfil de efeitos colaterais.

Antibióticos não devem ser utilizados rotineiramente e são reservados para casos nos
quais infecção bacteriana esteja associada.

Índice

10
Em caso de insuficiência respiratória, tórax silente ou rebaixamento do nível de consciência
secundário à obstrução, a intubação orotraqueal pode ser necessária.

Em caso de necessidade de ventilação mecânica invasiva, a quetamina é o sedativo de


escolha para intubação orotraqueal por causa de suas propriedades broncodilatadoras,
associada ao bloqueador neuromuscular.

Também precisamos avaliar esses pacientes quanto à necessidade de internação hospitalar


(Quadro 2). Para facilitar, aqueles pacientes que apresentam quadro muito grave ficarão
internados. Os demais dependem da resposta inicial ao tratamento.

INDICAÇÕES DE INTERNAÇÃO
VEF1 ou peak-flow < 25% na admissão

VEF1 ou peak-flow < 40% após várias horas de tratamento

Incapacidade de deambular sem dispneia

Paciente com resposta incompleta ao tratamento com história prévia de asma qua-
se fatal

Paciente que continuar a piorar, mesmo com tratamento

PaCO2 > 45 mmHg, pO2 < 60 mmHg

Quadro 2. Indicações de internação. Fonte: adaptado de Velasco et al. (2020), p. 652.

Após algumas horas de atendimento inicial na emergência, os pacientes que têm resposta
ruim ou incompleta usualmente têm indicação de internação hospitalar. Pacientes com
PFE > 60%, com melhora sintomática significativa, saturação em ar ambiente > 94% e
que apresentam recursos suficientes em domicílio podem receber alta.

CUIDADOS NA ALTA
AVALIAÇÃO PARA ALTA
• Medicação de alívio: manter conforme
• Melhora dos sintomas, não necessidade
necessidade
de SABA
• Medicações de manutenção: Iniciar
• PFE em melhora e > 60% do predito
ou realizar "step up", checar técnica
ou do melhor resultado do paciente
e aderência.
• Saturação . 94% em ar ambiente
• Prednisona: continuar por 5-7 dias
• Recursos suficientes em domicílio
• Seguimento: Reavaliação em 2-7 dias

Figura 3. Avaliação de melhora clínica e condições de alta. Fonte: adaptada de GINA (2021).

Índice

11
Na alta, deve ser prescrito corticoide via oral por 5 a 7 dias (tempo que geralmente dura
o processo inflamatório). A retirada da corticoterapia antes desse período está associada à
piora dos sintomas.

Não é necessário desmame de corticoide quando o tempo de utilização for menor que
três semanas. Adicionalmente, devemos introduzir corticoide inalatório ou ajustar a dose
caso o paciente já faça uso regular (aumentar a dose por 2 semanas a 3 meses dependendo
do panorama clínico pré-exacerbação), e programar uma consulta de seguimento
ambulatorial.

Pessoal, esperamos que esse assunto tenha ficado mais fácil agora!

Deixamos um quadro de consulta rápida de presente logo a seguir!

Olhar do pediatra
No paciente pediátrico, os fatores de risco e o quadro clínico da crise asmática são muito
parecidos aos dos adultos. É importante ressaltarmos algumas diferenças entre crianças e
adultos.

A classificação da crise asmática na criança, conforme a Sociedade Brasileira de Pediatria,


difere um pouco da apresentada acima, sendo possível classificar o paciente em 4 estágios:
leve, moderado, grave e com falência respiratória iminente.

Índice

12
FALÊNCIA
LEVE MODERADA GRAVE RESPIRATÓRIA
IMINENTE
Ao falar;
lactente: Ao repouso:
Ausente; choro curto, para de se
Dispneia deambula; dificuldade alimentar, ---
pode deitar alimentar; posição
prefere semissentada
sentar

Sentenças Frases Palavras/


Fala ---
completas incompletas monossílabos

Pode estar Geralmente Geralmente Sonolento


Consciência
agitado agitado agitado ou confuso

Frequência Frequentemente
Aumentada Aumentada ---
respiratória** > 30 mrpm

100 a 120 bpm


Frequência
< 100 bpm Retrações > 120 bpm Bradicardia
cardíaca***
presentes

Uso de Leve ou Respiração


Retrações Retrações
musculatura nenhuma toracoabdomi-
presentes presentes
acessória retração nal paradoxal

Moderada -
Ausência
Sibilância geralmente Ruidosa Mais ruidosa
de sibilância
fim da expiração

Ausência
Pode estar Frequentemente
Pulso Ausente sugere fadiga
presente: 10 presente 20 a 40
paradoxal (< 10 mmHg) da musculatura
a 25 mmHg mmHg
acessória

PEF Pós-
broncodilata- Inferior a 60% do
dor inicial (% Aproximada- previsto ou da
Acima de 80% ---
do previsto ou mente 60 a 80% melhor marca
% da melhor pessoal
marca pessoal)

Saturação
de O2 em ar > 95% 91 a 95% < 90% ---
ambiente
Normal
PaO2 (ar (geralmente < 60 mmHg -
> 60 mmHg ---
ambiente) teste não possível cianose
indicado)

PaO2 < 45 mmHg < 45 mmHg > 45 mmHg ---

* A presença de vários parâmetros, mas não necessariamente todos, indica a classificação geral da crise
aguda
** Frequência respiratória em crianças normais: <2m (< 60 mrpm); 2 a 12 m (< 50 mrpm); 1 a 5 anos (<40
mrpm); 6 a 8 anos (<30 mrpm).
*** Frequência cardíaca em crianças normais: 2 a 12 m (< 160 bpm); 1 a 2 anos (< 120 bpm); 2 a 8 anos (< 110
bpm)

Classificação da crise de asma. Fonte: adaptado de Tratado de Pediatria Sociedade Brasileira de pediatria - 4ª
edição

Índice

13
Não existe um número exato de critérios para estimarmos a gravidade. Não precisamos de
todos os critérios para definirmos uma crise como grave. Sempre nivelamos a crise para o
mais grave, uma vez que estamos lidando com uma situação potencialmente fatal.

O tratamento é essencialmente o mesmo e consiste, basicamente, em oxigênio,


broncodilatador de curta duração e corticoide sistêmico.

Iniciamos com beta-2 agonista inalatório de curta duração (SABA) com 4 a 10 puffs a cada
20 minutos na primeira hora e associamos o corticoide sistêmico, oral (prednisolona 1 a 2
mg/kg/dia – dose máxima 40mg/dia) ou endovenoso (metilprednisolona 1-2 mg/kg/dia, de
6/6h), dependendo da condição clínica do paciente de deglutir.

Em relação ao oxigênio suplementar, o objetivo é manter uma saturação de O2 entre 94-


98% para crianças até 11 anos e 93-95% para maiores de 11 anos.

Nas crises graves e nas com ameaça de vida, podemos utilizar o brometo de ipratrópio
durante o primeiro ciclo de inalação de beta-2 agonista. Conduto, não há evidências, na
pediatria, de que manter essa medicação durante toda a permanência hospitalar seja
mais eficiente que o B2 isoladamente; por isso, hoje essa medicação é utilizada quase
que exclusivamente no primeiro atendimento. Utiliza-se 0,125 mg (até 10 kg) ou 0,250 mg
(acima de 10 kg).

Temos ainda o sulfato de magnésio, uma medicação que age promovendo o relaxamento
da musculatura lisa. É uma medicação considerada segura na pediatria, exceto nos
pacientes com insuficiência renal, porém não é indicada rotineiramente na população
pediátrica. Pode ser considerada em crianças que não têm resposta à terapia inicial,
mantendo hipoxemia. Utiliza-se a dose de 25 a 75 mg/kg, com máximo de 2 g. Como
efeitos adversos, o paciente pode apresentar rubor cutâneo e náuseas durante a infusão e
– em níveis séricos mais elevados de magnésio – fraqueza muscular, arreflexia e depressão
respiratória.

Índice

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Consulta rápida

CRISE ASMÁTICA
LEVE -
GRAVE MUITO GRAVE
MODERADO

PFE > 50% PFE ≤ 50% Tórax silente

Falas Rebaixamento
Clinicamente
entrecortadas, do nível de
bem
agitação consciência
CLASSIFICAÇÃO:
FC > 120 bpm
SSVV pouco Acidose
FR > 30 irpm
alterados respiratória
SatO2 ≤ 90% AA

G.A.: normal
G.A.: alcalose
ou alcalose
respiratória
respiratória

O2 para manter SatO2 > 92%

Corticoide sistêmico
Prednisona 40 mg VO
Metilprednisolona 20-60 mg IV 6/6h até 12/12h

TRATAMENTO: SABA
Salbutamol 4-10 puffs a cada 20 min (até 3x em 1h)
Fenoterol 10-20 gotas em 3-5 mL SF 0,9%

Ipratrópio 40 gotas

Intubação

PRINCIPAIS • Infecção viral: principal


FATORES DE- • Alérgenos
SENCADEANTES • Mudança climática
DA CRISE • Exercícios físicos
ASMÁTICA: • Má adesão ou erro de técnica

• Peak Flow: todos os pacientes > 5 anos


• RX tórax: indicação clínica secundária
EXAMES COM-
• Gasometria arterial:
PLEMENTARES:
• Desconforto respiratório;
• VEF1 ou PFE < 50% predito

Quadro 3. Exacerbação da asma. Legenda: PFE (pico de fluxo expiratório); SSVV (sinais vitais); G.A. (gasometria
arterial); VO (via oral); IV (intravenoso). Fonte: Acervo Medway.

Índice

15
Referências bibliográficas
1. GLOBAL INITIATIVE FOR ASTHMA. Pocket Guide for Asthma Management and
Prevention. Gina, Fontana, 2021. Disponível em: https://ginasthma.org/wp-content/
uploads/2021/05/GINA-Pocket-Guide-2021-V2-WMS.pdf. Acesso em: 11 nov. 2022.

2. LAZARUS, S. C. Emergency Treatment of Asthma. August 19, 2010. The New England
Journal of Medicine, v. 363, p. 755-764, 2010. Disponível em: https://www.nejm.org/
doi/full/10.1056/NEJMcp1003469?utm_medium=referral&utm_source=r360&utm_
campaign=pulmonology. Acesso em: 11 nov. 2022.

3. PEAK FLOW. Pulmocenter, Fortaleza, 2022. Disponível em: http://www.pulmocenter.


com/portfolio/peak-flow/. Acesso em: 11 nov. 2022.

4. VELASCO, I. T. et al. Medicina de emergência: abordagem prática. Barueri: Manole,


2020.

Índice

16
CONCLUSÃO

E aí, gostou deste material?

Esperamos que agora você se sinta mais seguro para diagnosticar e manejar uma crise
asmática, seja em adultos, seja em crianças!

A gente sabe, é bastante informação. Mas lembre-se que você pode consultar este material
a qualquer momento, como se fosse um guia de bolso, onde quer que você esteja!

A verdade é que é praticamente impossível esgotar todos os assuntos da medicina e, mais


ainda, guardar todos os diagnósticos e condutas dentro da sua cabeça.

Por isso, criamos diversos materiais como este para que você possa ter um acesso fácil
e rápido a informações confiáveis, direto ao ponto e com o essencial sobre cada tema
abordado!

Para conferir nossa “biblioteca digital”, é só acessar a Academia Medway e conferir nossa
seção de Ebooks

Esperamos que tenha gostado!

Estamos juntos até o final!

Equipe Medway

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17
SOBRE A MEDWAY

A Medway existe para ser a marca de confiança do Médico. Estamos sempre com você,
principalmente durante a jornada de aprovação para a residência médica.

Acreditamos que um ensino de qualidade faz toda a diferença na carreira do profissional


de medicina e impacta de forma positiva a assistência lá na ponta.

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sendo 61% deles no estado de SP. Em 2022, quase 50% dos aprovados nas instituições
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Conseguimos isso unindo alguns elementos que são as nossas marcas registradas:
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18
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19
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23
FICOU ALGUMA DÚVIDA?

Fala com a gente! Garantimos muita atenção e resposta rápida para o


que você precisar, seja uma dica de estudos, um desabafo ou uma dúvida
em relação aos cursos ou ao conteúdo. Estamos com você até o final,
combinado?

Nós adoramos falar com você. Se quiser ou precisar, é só nos chamar no


WhatsApp!

Lembre-se de seguir a Medway nas redes sociais também! ;)

Grande abraço e sucesso na sua jornada!

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