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Lição 4

“Tirar a batuta de um maestro é tão fácil quanto difícil é reger


com ela a quinta sinfonia de Beethoven.”
Antonio Machado

Objetivo geral: Aprender as noções elementares de regência con-


gregacional e instrumental.
Tema curricular: Um pouco mais sobre a postura técnica da batu-
ta.
Ludwig Spohr
• A batuta começou a ser usada pelo violi-
nista e compositor alemão Ludwig Spohr,
por volta de 1820.
• Ludwig “Louis” Spohr (Brunsvique, 5 de abril
de 1784 — Cassel, 22 de outubro de 1859)
foi um compositor, violinista e regente ale-
mão.
• Spohr era um conceituado violinista, e in-
ventou a queixeira para violinos por volta
de 1820.
• Spohr então serviu como maestro
na Ópera de Viena (1813-1815),
onde se tornou amigo de Beetho-
ven.
• Ele também era um regente sig-
nificativo, sendo um dos primeiros
a usar a batuta e também inven-
tando letras de ensaio inventing .

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Regência congregacional e instrumental

• Letra de ensaio, são postas periodicamente do início ao fim


de uma partitura de maneira que o regente possa economizar
tempo pedindo a orquestra ou cantores para começar a exe-
cutar a partir de uma letra específica.
Apreciação: https://www.youtube.com/watch?v=wwAplFXXrVE
Confira a opinião do teórico francês Fred Goldbeck sobre a batu-
ta:
Ela é “o símbolo da disciplina e do compasso, tornando-se pelas
virtudes da mão que a tem, um instrumento a serviço do ritmo”.
Um dos argumentos principais que se conhece para o uso da ba-
tuta, é o do mestre Ernest Ansermet, que situa a sua função na se-
guinte perspectiva: “Para que se avalie a razão de ser da batuta,
é preciso que se tenha em conta que são os músicos que fazem
o ritmo e não o regente. Que faz o regente? Ele indica com um
gesto de braço o tempo sobre o qual se modelam os ritmos. (…)
Quando se trata de dirigir um coro ‘a capella’, a mão é suficiente;
isto porque a música coral não tem as mesmas exigências, nem a
mesma complexidade rítmica do que a música orquestral. (…) É
bem verdade que se pode dirigir a orquestra com a mão; mas a
batuta tem a vantagem de obrigar o regente a marcar o tempo
do movimento e a diferenciar as funções dos dois braços. Sem a
batuta, o regente é inclinado a desenhar com suas mãos o ritmo
da música ou então, pura e simplesmente, a marcar o tempo, o
que não é suficiente”.
Principais pontos que nos incentivam a utilizar a batuta:
• a precisão rítmica exigida.
• as entradas para os diversos instrumentos.
• a expressão das emoções, como a energia, a suavidade, o ca-
lor da interpretação, o ‘pathos’ emocional da obra.
Obs.: Pathos é uma palavra grega (πάθος) que significa “sofri-
mento, paixão, afeto”.
• as cadências suspensivas e conclusivas.

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Maria Paccelle

• as fermatas.
• os ataques e toda intervenção que vise a mobilidade orques-
tral.
Quanto à postura do regente, é recomendável que ele esteja
atento às seguintes observações:
• Manter o corpo ereto, sem as características da posição militar
de sentido.
• Braços acima da cintura, ligeiramente arqueados, numa posi-
ção confortável e visível a todos os músicos.
• O tórax poderá acompanhar os movimentos dos braços, po-
rém, nunca deverá ser curvado para frente, como alguém que
queira tocar o chão com as mãos.
Como escolher sua batuta:
a) Teste do equilíbrio: Coloque a batuta no primeiro dedo e veja
se ela fica parada.

b) Como segurar a batuta?


Coloque a parte de madeira no centro da palma da mão e aco-
mode os outros dedos.
Curiosidades:
• MAESTROS QUE NÃO USAM A BATUTA
Existem aqueles que preferem dispensar o uso da batuta. Entre
eles, Leopold Stokowski (1882-1977), Kurt Masur (1927-2015), Pierre

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Regência congregacional e instrumental

Boulez (1925-2016).
O argumento é de que sem a batuta e tendo as duas mãos livres
o regente consegue mais expressão. A mão que está segurando
a batuta, normalmente a direita, acaba ficando mais inexpressi-
va pois as nuances conquistadas pela expressão dos dedos ficam
inviabilizadas. Portanto, para esses regentes, a não utilização da
batuta é compensada pelo ganho expressivo.
É importante destacar também que na regência coral essa fer-
ramenta é dispensada.

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