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Lição 5

“O amor é a melhor música na partitura da vida. Sem ele você


será um eterno desafinado no imenso coral da humanidade.”
Roque Schneider

Objetivo geral: Aprender as noções elementares de regência con-


gregacional e instrumental.
Tema curricular: Dicas de regência dos compassos compostos.
O que é compasso composto?
• No compasso composto, as notas são agrupadas em grupos de
três, ao contrário dos grupos de dois encontrados no compasso
simples.
• Isso significa que cada fórmula de compasso composta segue
um ritmo baseado em três.
• Em geral, a maioria dos compassos compostos tem um 8 na
parte inferior, o que significa que a fórmula de compasso utili-
za a figura oito (colcheia) como número de baixo em todos os
compassos.
• As fórmulas de compasso compostas mais comuns são:
Compassos 6/8 -Binário Composto
Compassos 9/8- Ternário Composto
Compassos 12/8- Quaternário Composto

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Regência congregacional e instrumental

Fórmula do compasso composto:


Vejamos o exemplo:

O número de cima diz quantos terços de tempo tem o compasso.


O número de baixo diz que é a unidade de figura que vale sozi-
nha um terço do tempo (U.F)
Através disso, descobrimos a (U.T) e a (U.C)

Padrões de regência do compasso composto:


Para entendermos melhor os padrões de regência de compassos

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Maria Paccelle

compostos vamos entender primeiro a origem do solfejo, porque


hoje, regemos grupos vocais e musicais com o objetivo de inter-
pretar a partitura.
Faremos uma pequena viagem no tempo entendendo melhor a
origem da leitura rítmica que é o solfejo: O que é o solfejo?
• Definição: O termo solfejo – do italiano solfeggio - tornou-se
recorrente no vocabulário da música ocidental identificada
como erudita, que pode ser encontrado em diferentes línguas,
“Português - Solfejo; Francês - Solfège; Inglês - Solfeggio; Ale-
mão – Solfeggio” (MARQUES, 1986, p. 461). Segundo consta no
Dicionário Houaiss da língua portuguesa (2009) trata-se de um
termo derivado da palavra sòlfa, formada com a junção do
nome das notas musicais sol e fá e traduzida para o português
como solfa, que significa a “arte de solfejar” (2009, p. 2603).
• Histórico do Solfejo: A Chegada do “solfejo francês” no Brasil e
as “mãos” de Caetano de Melo Jesus e Luís Álvares Pinto!
• A maneira de se aprender a ler música em Portugal e no Brasil
do século XVIII era muito distinta daquela com a qual estamos
acostumados atualmente.
• Baseada em um método de ensino medieval, criado no século
XI pelo monge beneditino Guido de Arezzo, a solmização por
hexacordes (ou seja, a leitura das notas musicais usando ape-
nas seis sílabas) não utilizava todas as sete sílabas atuais (do, re,
mi, fa, sol, la, si), mas somente seis, na forma ut, re, mi, fa, sol, la,
que eram ensinadas na chamada “mão aretina” (porque na-
quela época não existia nem quadro negro e muito menos giz,
usava-se a mão mesmo...).
• Na solmização aretina ou por hexacordes, mesmo para cantar
as mais simples escalas, o estudante era obrigado a realizar as
incômodas “mudanças”, ou seja, alterar o nome de uma deter-
minada nota no meio da escala para, a partir dela, iniciar um
novo hexacorde.
• No Brasil, em meados do século XVIII, dois autores começaram
a romper com o modelo aretino de solmização, pouco tempo

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Regência congregacional e instrumental

antes desse rompimento também começar em Portugal: o pri-


meiro foi o Baiano Caetano de Melo Jesus, que no tratado
• “A escola de canto de órgão” (1759 -1760), tornou-se o primeiro
autor a descrever em língua portuguesa o solfejo heptacordal
ou “solfejo francês”, que utilizava as sete sílabas, na forma ut, re,
mi, fa, sol, la, si.
• Somente depois disso surgiu a primeira menção em Portugal so-
bre o solfejo francês, pelo frei Bernardo da Conceição, no tra-
tado
• “O Eclesiástico instruído cientificamente na arte do cantochão”
(1778). Mas apesar de mencionar o heptacorde francês de ma-
neira elogiosa, tanto Caetano quanto Bernardo da Conceição
ainda defendiam a utilização da solmização aretina por seis sí-
labas.

Curiosidades:
“Na Itália, no 17 século XVII, o termo solfeggio referia-se a exercí-
cios sem texto, escritos por professores de canto para auxiliar seus
alunos no desenvolvimento da destreza vocal.” (GERLING; HENTS-
CHKE; SANTOS, 2003, p.30). Esse método pedagógico de origem
italiana foi considerado de grande relevância e disseminado du-
rante o século XVIII, ao ponto do Conservatório de Paris, fundado
em 1795, incluir o treinamento em “solfeggio” como base do cur-
rículo. A respeito do material pedagógico a Enciclopédia della
musica descreve que no começo do século XVIII foram escritas
pequenas árias com fins didáticos para o desenvolvimento do
estudante de canto, mas depois foram ganhando valor estético
(1963-65, p.239). Segundo o Diccionario de la música Labor (1954,
p.2046), apesar deste ensinamento ser de origem italiana ele atin-
giu maior desenvolvimento em Paris, onde verifica-se a produção
de materiais de estudos como o “Solfèges d’Italie avec la basse
chiffrée” com composições de músicos como Alessandro Scarlatti
(1660-1725).

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Maria Paccelle

Padrões para solfejo inspirados no antigo modelo francês:


Ressalto, que antigamente, para se aprender a solfejar e ter lei-
tura rítmica, seguíamos à risca o método Bona.
Onde fazíamos padrões arredondados e ao mesmo tempo imu-
táveis.
Na verdade, para marcar compasso numa leitura podemos uti-
lizar a simplicidade, com gestos básicos.
Quando regemos é diferente, a regência não obrigação de se-
guir uma escola francesa ou italiana.
Precisamos primar pelo pulso e interpretação.
Mesmo assim vou mostrar dois tipos diferentes de padrões de
regência porque você que quer se tornar um regente, precisa ter
conhecimento profundo para com a prática encontrar o seu es-
tilo pessoal.

Figura 1 – Compasso Simples, estilo francês

Figura 2- Compasso composto, estilo francês

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Regência congregacional e instrumental

Figura 3- Compasso Binário composto

Figura 4- Compasso Ternário composto

Figura 5- Compasso Quaternário composto

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