Você está na página 1de 26

A TERRA DE ABRAÃO

       Deus apareceu a Abraão para oferecer a ele e aos descendentes de seu filho
Isaque e de seu neto Jacó, a posse de uma terra limitada ao ocidente pelo mar
Mediterrâneo, ao leste pelo deserto, ao norte pelo rio Eufrates, e ao sul pelo rio
do Egito na península do Sinai.
     Esta região atualmente está ocupada pelos países Líbano e Síria, Israel e
Jordânia, conforme o mapa ao lado. Samaria, chamada Cisjordânia, e a faixa de
Gaza fazem parte de Israel.

HISTÓRIA DE ISRAEL
Tempos Bíblicos
Os Patriarcas:
(2021-1731 a.C)
     Os filhos de Noé, que da arca saíram no ano 2.359 a.C., foram Sem, e Cam,
e Jafé; e destes se povoou toda a terra. (Gênesis 9:18-19)
     Logo após o dilúvio o povo não era idólatra. Porém depois inventaram
muitos deuses e diversas religiões. Cada deus era representado por algum
objeto elaborado pelo homem ou por algum objeto da natureza como o sol, a
terra, a lua, o mar, ou por algum fenômeno como o trovão, a chuva, o vento, e
outros. As religiões impunham as mais arbitrárias obrigações para satisfazer os
desvios de comportamento dos seus inventores. As donzelas tinham de perder a
virgindade nos templos em cubículos especiais como oferta a deusa Astarte
pelo primeiro homem que as convidasse. O coito com animais e o
homossexualismo eram livres. Nas orgias diante das duas colunas no alto dos
morros ao ar livre, uma de madeira representando a deusa Astarte, e a outra de
pedra representando o deus Baal, a troca de casais era permitida. E os filhos
bastardos nascidos destas uniões adulterinas eram os mais honrados sendo
considerados como filhos de Baal e Astarte. Os pais sacrificavam as suas
próprias criancinhas indesejadas ao deus Moloc, um ídolo de ferro, colocando a
criança nos seus braços dobrados levados a brasa por fogueira em baixo.
Muitas outras aberrações eram justificadas como culto aos deuses.

     Então IEUÁ, o deus criador do universo, para garantir uma linhagem de
adoradores normais e fieis unicamente a ele em lugar dos idólatras imorais,
apareceu a um homem chamado Abrão, filho de Tera, moradores de Ur, uma
cidade que existia no sul do Iraque, convidando-os a mudar para Canaã, uma
terra no ocidente. A maioria dos moradores da cidade de Ur adorava um deus
representado pela lua.
      Nasceu Tera nesta cidade, 481 anos depois do dilúvio. Aos setenta anos
gerou a Abrão, e depois a Naor e Harã que gerou a Ló. E morreu Harã na terra
do seu nascimento em Ur dos caldeus, estando seu pai Tera ainda vivo. O nome
da mulher de Abrão era Sarai, e o nome da mulher de Naor era Milca, filha de
Harã, pai de Milca e de Iscá. E Sarai foi estéril e não tinha filhos. Abrão era o
nome de Abraão.
     E tomou Tera a Abrão, seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a
Sarai, sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus,
para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã a 965 km e habitaram ali, não
prosseguindo a viagem até Canaã como pretendiam. (Gênesis 11:26-31)
     Depois de algum tempo prosseguiu Abrão, como IEUÁ lhe tinha dito, e foi
Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã.
E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e toda a sua
fazenda, que haviam adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã; e
saíram para irem à terra de Canaã; e vieram à terra de Canaã. Siquém foi o
primeiro lugar de Canaã onde parou. Pela terceira vez Deus tornou a aparecer a
ele e lhe fez as mesmas promessas. Então elevou um altar a Deus e prosseguiu
a sua viagem para o sul 32 km até Betel a 16 km de Jerusalém.

     Em Betel Deus pela quarta vez se manifestou a ele e lhe fez as mesmas
promessas. Abraão também ergueu neste lugar um altar a Deus.
     Três anos depois neste lugar houve contenda entre os pastores de Ló e os de
Abraão porque ambos tinham muito gado. Abraão combinou com Ló que eles
se apartassem que ele escolhesse ficar ou ir para outra região. Se ficasse Abraão
mudaria para a região oposta. Então, Ló escolheu para si toda a campina do
Jordão e partiu Ló para o Oriente; e apartaram-se um do outro. Depois que Ló
se apartou de Abraão, Deus lhe apareceu e fez pela quinta vez as mesmas
promessas.

     E Abrão armou as suas tendas, e veio, e habitou nos carvalhais de Manre,
que estão junto a Hebrom onde fixou residência; e edificou ali um altar a
IEUÁ.
     E Deus lhe apareceu neste lugar várias vezes. Seis anos depois que Ló se
apartou de Abraão, Deus lhe apareceu, e Abraão se queixou que não adiantava
Deus lhe abençoar com tanta riqueza, pois não tendo filhos, um estranho seria o
herdeiro.
     E Deus lhe respondeu: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que de ti
será gerado, esse será o teu herdeiro. Então, o levou fora e disse: Olha, agora,
para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a
tua semente. Eu sou IEUÁ, que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te a ti esta
terra, para a herdares.
     Então Abraão pede garantia da infalibilidade destas promessas. Para isto
Deus propõe celebrar o contrato conforme o costume vigente que era dividir
um animal e colocar as duas metades uma em frente da outra com um espaço
entre as duas. Após a declaração dos termos das suas promessas, cada parte
contratante passava entre as metades do animal. Deus propôs três animais de
três anos cada e duas aves: uma bezerra, uma cabra, um carneiro, uma rola, e
um pombinho.
     Abraão preparou tudo isto à tarde. E ao por do sol e o dia já escuro Abrão
ouviu a fala de Deus: Saibas, decerto, que peregrina será a tua semente em terra
que não é sua; e servi-los -á e afligi-la-ão quatrocentos anos. Mas também eu
julgarei a gente à qual servirão, e depois sairão com grande fazenda. E a quarta
geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está
ainda cheia. E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado.
     A seguir Deus passou por entre as metades do animais como uma bola de
fogo fumegante. (Gênesis 15:1-17)
     Naquele mesmo dia, fez IEUÁ um concerto com Abrão, dizendo: À tua
semente tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates, e
o queneu, e o quenezeu, e o cadmoneu, e o heteu, e o ferezeu, e os refains, e o
amorreu, e o cananeu, e o girgaseu, e o jebuseu. (Gênesis 15:18-21)

     Entretanto, Sara por falta de fé pediu a Abrão que fizesse sua serva Agar
gerar filho para ela. E ele entrou a Agar, e ela concebeu; e, vendo ela que
concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos. Agar deu um filho a
Abrão; e Abrão chamou o nome do seu filho que tivera Agar, Ismael. E era
Abrão da idade de oitenta e seis anos, quando Agar deu Ismael a Abrão.
(Gênesis 16:1-16)

29/12/2007
     Ainda em Hebrom 15 anos depois sendo, pois, Abrão da idade de noventa e
nove anos, Deus apareceu pela sexta vez a Abraão e repete as promessas
anteriores e acrescenta:
     Não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome;
porque por pai da multidão de nações te tenho posto,
     que todo macho será circuncidado,
     não chamarás mais a Sarai, tua mulher, pelo nome de Sarai, mas Sara será o
seu nome,
     na verdade, Sara, tua mulher, te dará um filho, e chamarás o seu nome
Isaque; e com ele estabelecerei o meu concerto, por concerto perpétuo para a
sua semente depois dele,
     e, quanto a Ismael, também te tenho ouvido: eis aqui o tenho abençoado, e
fá-lo-ei frutificar, e fá-lo-ei multiplicar grandissimamente; doze príncipes
gerará, e dele farei uma grande nação,
     o meu concerto, porém, estabelecerei com Isaque, o qual Sara te dará neste
tempo determinado, no ano seguinte. E assim terminou a sua fala. (Gênesis
17:1-27)
     Desde este momento Abrão e Sarai passaram a se chamarem Abraão e Sara.

     Neste mesmo ano, Deus e dois anjos na forma de três homens apareceram a
Abraão de tal modo que pensou que eram homens mesmo. Depois no decorrer
da conversa confirmando as promessas anteriores percebeu que eram Deus e
dois anjos (Gen 18, 19).

     No ano seguinte nasceu Isaque. E cresceu o menino e foi desmamado; então,
Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado. E viu
Sara que o filho de Agar, a egípcia, que esta tinha dado a Abraão, zombava.
Ismael tinha então pouco mais de 14 anos.
     E disse a Abraão: Deita fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta
serva não herdará com meu filho, com Isaque.
     E pareceu esta palavra mui má aos olhos de Abraão, por causa de seu filho.
Porém Deus disse a Abraão: Não te pareça mal aos teus olhos acerca do moço e
acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque em
Isaque será chamada a tua semente. Mas também do filho desta serva farei uma
nação, porquanto é tua semente.
     Então, se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e tomou pão e um
odre de água, e os deu a Agar, pondo-os sobre o seu ombro; também lhe deu o
menino e despediu-a; e ela foi-se, andando errante no deserto de Berseba. Agar
e seu filho Ismael caminharam para o sul e fixaram-se na península arábica.
Toda esta região é ocupada pelos descendentes de Ismael.
     Porém, quando Isaque, filho único de Sara e Abraão tinha 24 anos, Deus
ordena a Abraão que lhe sacrifique o seu filho no monte Moriá em Jerusalém
como faziam as outras religiões. Abraão, Isaque e dois empregados levando
consigo o fogo, o cutelo e a lenha sobre o jumento. Depois de três dias de
caminhada viram ao longe o lugar do sacrifício. Abraão disse aos empregados
que ficassem ali até eles voltarem.
     E tomou Abraão a lenha do holocausto e pô-la sobre Isaque, seu filho; e ele
tomou o fogo e o cutelo na sua mão. E foram ambos juntos. Isaque, carregando
ele mesmo a lenha sobre os ombro como Jesus carregando a sua cruz. Sem
saber que era a vítima a ser a sacrificada pergunta ao pai: Meu pai! E ele disse:
Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o
cordeiro para o holocausto? E Abraão tristemente lhe respondeu: Deus proverá
para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim, caminharam ambos
juntos.
     Quando chegaram ao topo, Abraão edificou um altar a Deus, colocou em
cima a lenha e Isaque amarrado. Então estendeu Abraão a sua mão e tomou o
facão para imolar o seu filho.
     Mas Deus lhe bradou desde os céus: Abraão, Abraão! Não estendas a tua
mão sobre o moço e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus
e não me negaste o teu filho, o teu único.
     Então, levantou Abraão os seus olhos e viu atrás de si um carneiro
emaranhado pelos seus chifres num mato; e Abraão ofereceu o carneiro em
holocausto em lugar de seu filho.
     E disse Deus: Por mim mesmo jurei, porquanto não me negaste o teu filho, o
teu único, em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto
obedeceste à minha voz.
     Realmente Deus providenciou a semente de Abraão, Jesus Cristo, o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, sacrificado na cruz em nosso
lugar para que todos em seu nome em todas as nações fossem abençoados e vez
de castigados (Gênesis, 22:1-19, João 1:29).

     Abraão 16 anos depois mandou um servo buscar uma noiva para Isaque
entre os parentes que ficaram em Haran. A escolhida foi Rebeca filha de um
sobrinho de Abraão.
     Isaque tinha 35 anos quando se casou com Rebeca. E teve dois filhos
gêmeos. O primeiro a nascer chamou-se Esaú, e o segundo Jacó que emigrou
para a casa de seu tio Labão em Haran. Lá se casou com as suas primas Lea e
Raquel e teve duas concubinas. Destas quatro lhe nasceram 12 filhos:
     De Lea: Rubem, Simeão, Levi, Judá, Issacar, e Zebulom.
     De Zilpa, serva de Lea: Gade e Aser.
     De Raquel: José e Benjamim.
     De Bila, serva de Raquel: Dã e Naftali.
     Jacó volta a Canaã 21 anos depois com 97 anos. Passa a ser chamado de
Israel.
     A promessa de Deus foi confirmada a Isaque e a Jacó (Gênesis 26:3-5,
28:13-14, 35:11-12, 46:3-4)

     Esaú permaneceu em Canaã e teve três mulheres sendo uma delas filha de
Ismael. Esaú habitou na montanha de Seir. Esaú é Edom. As gerações de Esaú,
pai dos edomitas, habitam na montanha de Seir (Gen 36).

     Também Ló deixou descendentes. Depois que subiu de Zoar após a


destruição de Sodoma e Gomorra, habitou no monte, e as suas duas filhas com
ele, porque temia habitar em Zoar; e habitou numa caverna, ele e as suas duas
filhas.
     E conceberam as duas filhas de Ló. E teve a primogênita um filho e chamou
o seu nome Moabe; este é o pai dos moabitas, até ao dia de hoje. E a menor
também teve um filho e chamou o seu nome Ben-Ami; este é o pai dos filhos
de Amom, até o dia de hoje. Os descendentes de Ló habitam a leste do Jordão
na região hoje denominada de Jordânica. (Gênesis 19:30-38)

     Naor, o irmão de Abrão, que permaneceu em Haran ao norte junto ao rio
Eufrates, também deixou descendência como foi noticiado a Abraão: "Eis que
também Milca deu filhos a Naor, teu irmão. Uz, o seu primogênito, e Buz, seu
irmão, e Quemuel, pai de Arã" (Gênesis 22:20-21). Os descendentes de Naor se
extenderam para o sul formando a Síria cujos habitantes são chamados de
arameus nome derivado de Arã neto de Naor.

Emigração de Israel para o Egito


(1731-1516 a.C)
     José um dos filhos de Israel aos 17 anos de idade é levado para o Egito
vendido pelos seus irmãos como escravo. Depois de 13 anos é feito primeiro
ministro do faraó Zozer, aos 30 anos de idade, ao fazer a previsão de um
período de sete anos de seca o que aconteceu no reinado de Zozer que se
preveniu com os conselhos de José.
     Segundo uma tradição da época dos Ptolomeus, no reinado do Faraó Zóser,
o Egito passou por uma grande penúria porque durante sete anos o rio Nilo não
transbordou. A agricultura dependia totalmente destas inundações. Então o
Faraó se dirigiu a Imhotep e perguntou pela nascente do Nilo e pelo o Deus
desta nascente. Seguindo conselhos do sábio, Faraó por meio de sacrifícios
conseguiu induzir o Deus a fazer o rio voltar a inundar periodicamente.
Portanto José é o mesmo Imhotep que instruído na ciência dos egípcios tornou-
se o mais sábio dos homens naquela atualidade.
     No ano 1731 a.C Jacó e a sua família ao todo 70 pessoas emigram para o
Egito. Fixaram-se em Gósen, uma região no delta do Nilo, onde permanecem
215 anos, completando 430 anos depois que Abraão saiu de Haran, 400 anos
depois que nasceu Isaque (Gal 3:17).
     Pouco tempo depois da chegada dos israelitas, vieram também os hicsos,
povo semita, estabelecendo um governo em Avaris no Delta do Nilo, na mesma
região em que viviam os israelitas. Por serem da mesma estirpe, estes dois
povos se entenderam muito bem. A razão da invasão deste povo deve ter sido a
mesma da imigração dos hebreus, a penúria na terra natal e a fama de fartura no
Egito.

O Êxodo
(1516-1475 a.C)
     Depois que o hicsos chegaram, os Faraós de origem egípcia passaram a
governar em Tebas o restante do Egito até que o Faraó Ahmose I conseguiu
expulsa-los definitivamente da fortaleza de Avaris no Delta do Nilo, tolerando
entretanto os hebreus com uma certa hostilidade. O seu reinado durou de 1647
a 1624 a.C.
     O seu sucessor Amenetepe I reinou a seguir vinte e um anos. Não tendo
deixado filhos, o direito da sua coroa passou a sua irmã Ahmes que não
podendo ser rainha pelo costume egípcio, o seu marido Thutmose I assumiu a
dignidade régia.
     Este Faraó ordenou às parteiras que não deixassem vivo todo recém nascido
hebreu que fosse do sexo masculino.
     Em 1597 a.C. uma mãe hebréia manteve o seu filho recém nascido em
segredo até os seus três meses. Com receio de ser descoberto, planejou coloca-
lo num cesto forrado de betume a boiar entre os juncos próximos do local onde
costumava banhar-se a princesa Hatschepsut. A irmã do menino executou o
plano e ficou a espreita do que aconteceria. A princesa ao ver o cesto mandou
apanha-lo, e ao abri-lo viu um belo menino chorando. Compadecendo-se dele
disse: "este é um menino dos hebreus".
     Então a sua irmã apareceu e lhe disse que poderia arranjar-lhe uma mulher
hebréia que amamentasse e cuidasse do menino. E a princesa lhe disse que a
contratasse, prometendo pagar-lhe um salário. Esta mulher a ser contratada era
a própria mãe do menino.
     E já sendo desmamado, o trouxe à princesa a qual o adotou como filho, e
chamou o seu nome "Moisés" e como disse: "porque das águas o tenho tirado".
A princesa tinha uns 20 anos de idade, quando recebera o menino desmamado
cinco anos depois.
     A princesa Hatschepsut veio a ocupar o cargo de faraó, porque tendo Ahmes
falecido extinguiu-se o direito de Thutmose I ao trono, passando este direito a
sua própria filha, único descendente vivo e legítimo da antiga casa real. Foi
necessário a esta princesa com a ajuda do ministro Senmut, chefe do partido
legitimista, fazer valer os seus direitos ao trono contra as pretensões do seu
próprio pai, do seu irmão bastardo Thutmose II, e do seu marido Thutmose III,
mais de vinte anos mais novo que ela. Nesta ocasião a rainha tinha 39 anos, o
seu filho adotivo Moisés tinha 25 anos, e o seu marido Thutmose III tinha 19
anos.
     Hatschepsut reinou vinte e um anos de 1572 a 1551 a.C.. Thutmose III
odiava tanto a Hatschepsut, ao príncipe Moisés, seu filho adotivo e a sua raça
que logo que assumiu o trono mandou destruir todas as suas estátuas e seus
nomes esculpidos, e escravizou o povo hebreu. Provavelmente deve ter sido ele
o autor ou o mentor do assassínio da rainha que resistira o tempo todo abdicar
dos seus direitos ao trono para que ele fosse o faraó. Thutmose III tinha então
40 e Moisés 46 anos de idade quando ela foi morta. Por isto Moisés
permaneceu foragido por mais de trinta anos até a morte deste faraó em Março
de 1517 a.C. (Exodo 2:23).
     No ano 1516 a.C., o primeiro ano do reinado de Amenotepe II, o povo de
Israel de mais de 2 milhões de pessoas sai do Egito sob a liderança de Moisés
para ir tomar posse da terra de Canaã conforme a
promessa de Deus. Após 6 meses chegam até Canaã. Mas
por medo e falta de fé em Deus, o povo retrocedeu e como
castigo mesmo arrependidos quisessem ir a guerra,
permaneceram 40 anos no deserto no oásis Cades-Barnéia
até que todos os adultos falecessem com exceção de Josué
e Caleb para que somente os seus filhos conquistassem
Canaã.
     Moisés profetiza que Deus despertará um profeta em
Israel como ele; e todos devem ouvi-lo (Deuteronômio
18:15-19). Esta é Jesus Cristo, a semente de Eva, que na
primeira vinda seria ferido pela serpente, e que na segunda
feriria a serpente. Esta é a semente de Abraão em cujo
nome todos seriam abençoados (Gênesis 3:15, 22:18).

A Criação do Estado de Israel


(1475-1450 a.C.)

      Em Janeiro de 1475 a.C. passados 40 anos, Moisés


deixa o povo na planície e sozinho sobe ao cume do monte
Nebo em frente de Jericó para contemplar a terra
prometida, e desce para morrer dormindo em uma caverna
na encosta deste morro, sua sepultura desconhecida até
hoje para que não fosse idolatrado dentro de um templo construído em cima
(Deuteronômio 32:48-52, Judas 1:9).
     No dia 19 de Março deste ano, quarta feira, primeiro dia de Nisan, o povo
sob o comando de Josué atravessa o rio Jordão para entrar em Canaã,
começando a conquista da terra prometida. Após 5 anos Josué interrompe
campanha e divide a terra por sorteio entre as doze tribos sem abranger toda a
extensão determinada por Deus como disse Moisés: IEUÁ, nosso Deus, nos
falou em Horebe, dizendo: "Tempo bastante haveis estado neste monte. Voltai-
vos e parti; ide à montanha dos amorreus, e a todos os seus vizinhos, e à
planície, e à montanha, e ao vale, e ao Sul, e à ribeira do mar, e à terra dos
cananeus, e ao Líbano, até ao grande rio, o rio Eufrates. Eis aqui esta terra, eu a
dei diante de vós; entrai e possuí a terra que IEUÁ jurou a vossos pais, Abraão,
Isaque e Jacó, que a daria a eles e à sua semente depois deles". (Deuteronômio
1:6-8)
     "Quando, pois, IEUÁ, teu Deus, os lançar fora, de diante de ti, não fales no
teu coração, dizendo: Por causa da minha justiça é que IEUÁ me trouxe a esta
terra para a possuir, porque, pela impiedade destas nações, é que IEUÁ as lança
fora, de diante de ti". (Deuteronômio 9:4-6).
     Como se vê, Israel é apenas uma parte da terra prometida a Abraão. Israel de
fato e de direito está limitado apenas pela extensão conquistada, e justificado
pela promessa de Deus na época determinada para a posse.
     No ano 1450 a.C morre Josué.

Os Juízes
(1450-1120 a.C.)
     Assentados em sua terra, a nação hebraica após a morte de Josué não tinha
um governo centralizado. Era uma confederação de tribos independentes se
qualquer força unificadora exceto a sua crença no Deus IEUÁ criador do
universo libertador da escravidão no Egito e o seu tabernáculo uma espécie de
templo portátil montado em Silo. Mas muitas vezes o povo por imitação dos
vizinhos se descambava para a idolatria. Como castigo cercada de inimigos era
oprimida por algum deles durante algum tempo até quando arrependidos
apelavam ao seu Deus que suscitava entre eles um juiz libertador aceito como
líder de todas as tribos. A forma de governo era uma teocracia de fato como
com Moisés e Josué governando Deus por intermédio do juiz como profeta.
Este regime durou 330 anos até quando o povo pediu ao profeta Samuel que era
então o Juiz, a instituição de um regime monárquico cujo critério de eleição é a
herança e não a vontade de Deus.

A Monarquia
(1120-1000 a.C)
     O primeiro rei foi Saul ungido secretamente pelo profeta Samuel e
confirmado pelo povo. A estatura comum do povo ficava abaixo dos ombros do
rei. Entretanto foi um fracasso.
     Deus mandou o profeta Samuel ir a casa de Jessé em Belém para ungir um
dos seus 8 filhos. Foi escolhido Davi o mais novo de 20 anos de idade, o mais
baixo de estatura comum.
     A nação estava em guerra contra os filisteus. Daví por ser o filho menor e
responsável pelo rebanho do seu pai não participava da guerra. Mas indo até o
campo de batalha levar marmita aos seus irmãos, assistiu o desafio e as
blasfêmias contra Deus de um homem chamado Golias de 3 metros de altura. A
sua armadura pesava uns 50 kg, a ponta de sua lança uns 6 kg. Ninguém tinha
coragem para aceitar a luta. Davi se ofereceu ao rei Saul para enfrentar o
gigante apenas com um cajado e uma funda. O aspecto tão simplório de Davi
fez rei duvidar da sua capacidade. Porém Davi argumentou que assim como
matara em luta corporal uma vez contra um urso e outra contra um leão
salvando o rebanho do seu pai assim também com a ajuda de Deus poderia
vencer o desafiante. Deixaram-no então ir já que insistia. Deram-lhe para o
combate uma armadura completa com espada e escudo. Davi experimentou
mas não gostou. Resolveu ir a luta assim mesmo com a simples túnica, o
cajado, um bornal com 5 pedras, e a funda lança pedra.
     O gigante o desprezou e zombou quando o viu. Porém Davi provocou a sua
ira ao lhe dizer que ele, o gigante tão forte e corajoso, vinha a luta com espada
e escudo, mas que ele, Davi, ia vence-lo apenas em nome do seu Deus Ieuá.
Enquanto o gigante investia, Davi girou a funda e soltou a pedra que foi
certeira encravar-se na sua testa abaixo do capacete de metal. Davi com a
própria espada do homem caído, o degolou. O exército dos filisteus ao ver o
seu homem mais forte vencido por um homem comum do povo inimigo, fugiu
apavorado. O exercito de Israel saiu em perseguição e venceu a guerra.
     A grande popularidade de Davi adquirida com este feito indispôs Saul
contra ele. Saul tentou mata-lo várias vezes. Davi durante anos esteve foragido
pelos montes com uma companhia de 600 homens que se ajuntaram a ele. Davi
tinha muitas qualidades inclusive um dom para poesia e a música. Ele tocava
harpa. Nesta época de perseguição que durou 7 anos até a morte de Saul
derrotado em Gilboa, compôs muitos dos Salmos.
     Então Davi aos 30 anos foi reconhecido como rei de Judá, e aos 37 anos
depois de 7 anos de guerra com Isbosete, filho de Saul foi aceito como rei sobre
todo Israel no ano 1073 a.C. Desaloja os jebuseus da fortaleza de Sião e faz
Jerusalém sua morada e capital de Israel. A Arca da Aliança é levada para
Jerusalém.
     Davi fez de Israel uma grande potência através de bem sucedidas expedições
militares que inclusive impuseram a derrota final aos filisteus, e através de
alianças políticas com os reinos próximos, a sua autoridade foi reconhecida
desde as fronteiras do Egito até as margens do rio Eufrates formando com estes
reinos um único reino unido pela primeira vez atingindo os limites da promessa
de Deus a Abraão. Davi prepara material para construção do Templo e dá
instruções para executa-lo ao seu filho Salomão, que mesmo não sendo o
primogênito é escolhido para sucede-lo.
     No ano 1040 a.C., aos 70 anos de idade morre Davi, e Salomão aos 17 anos
ocupa o trono em seu lugar, e herda o império fundado por seu pai. Salomão
dedicou a maior parte dos seus esforços ao fortalecimento do reino. Através de
tratados com os reis vizinhos e reforçado por casamentos políticos ele garantiu
a paz dentro de suas fronteiras e tornou o reino a maior potência da época.
Expandiu o comércio exterior, desenvolveu a mineração de cobre e a fundição
de metais. Criou novas cidades e fortificou as mais importantes. Contratou um
corporação de pedreiros chefiada por Hiran Abif, sediada em Tiro capital da
Fenícia para construção do seu Palácio e do Templo.
     No 1030 a.C., dia 3 de Tisri, o sétimo mês, 18 de Setembro, quinta feira,
inaugura o Templo indo a festa até o dia da Expiação (II Crônicas 7:9) e mais
sete dias depois da Festa das Tendas.
     A sua sabedoria se tornou celebre em todo mundo. Ele escreveu os livros de
Provérbios, Eclesiastes, e Cantares da Bíblia.
     Sendo o maior rei da época em todo o mundo, poderia ter partido para impor
pela guerra a ordem do reino de Israel em todo o mundo, como fizeram
posteriormente os monarcas dos reinos da Babilônia, Pérsia, Grécia, Roma e
outros. Mas a índole pacífica não expansionista deste povo não quis impor pela
espada a sua fé e ordem.
Monarquia Dividida
(1000-607 a.C)
     No final do reinado de Salomão foi marcado pelo descontentamento das
camadas mais pobres que tinham de pagar pesados impostos, e também pelo
tratamento preferencial dado a sua própria tribo irritou as outras e a oposição à
monarquia pelos separatistas cresceu notoriamente. Com a morte de Salomão a
insurreição levou as tribos do norte a dividir o país em um reino do norte,
Israel, e outro do sul, Judá.
     O reino de Israel abrangendo abrangendo o território de 10 tribos com a
capital em Samaria durou mais de 200 anos sob 19 reis, enquanto o reino de
Judá nos territórios de Judá e Benjamim foi governado durante 400 anos por
reis da linhagem de Davi.
     A expansão dos impérios Assíria e Babilônia acabou submetendo sob seu
domínio primeiro Israel e depois Judá. Israel foi arrasado pelos assírios no ano
740 a.C. As dez tribos foram levadas em cativeiro para a Assíria onde
desapareceram.
     No ano 622 a.C., 113 anos depois da extinção do reino do norte, Babilônia
invadiu Jerusalém pela primeira vez, 889 anos depois do Êxodo, levando
cativos alguns judeus importantes entre eles o profeta Daniel (II Reis 24:1-4).
     Em 618 a.C. a segunda invasão, 9 anos depois da primeira, levou cativos
mais judeus (II Crônicas 36:10-12).
     E em 607 a.C., 3 de Julho, sexta-feira, dia 9 de Tamuz, finalmente a terceira
invasão, 11 anos depois da segunda, arrasou Jerusalém, o Templo e exilou
praticamente o restante do povo deixando somente os mais pobres (II Reis
25:2, 4-7). Entre a primeira e a terceira e última invasão há uma diferença de 20
anos.
     Jeremias no primeiro ano do reinado de Nabucodonozor em Babilônia, 3
anos antes da primeira invasão profetiza a duração de 70 anos do cativeiro em
Babilônia que sofreriam como castigo. (Jeremias 25:11).

O Primeiro Exílio
(607-538 a.C.)
     A conquista babilônica acabou com o primeiro estado judaico (período de
423 anos do Primeiro Templo), mas não rompeu a ligação do povo com a terra
ancestral. Este exílio na Babilônia marca o início da diáspora judaica. Lá o
judaísmo começa a desenvolver-se como um sistema de idéias e costumes fora
da Terra de Israel que manteve a unidade e identidade povo judeu atribuindo-o
de força suficiente para se conservar como nação.

Dominação Estrangeira
Período Persa
(538-333 a.C)
     No ano 539 a.C. Belsasar, vice-rei, filho de Nabonido, estava em um
banquete usando os vasos e copos de ouro que Nabucodonozor havia
confiscado do Templo de Jerusalém, Babilônia foi tomada por Gobrias, a
mandado de Ciro, rei da Pérsia, associado a Ciapares, rei dos medos, seu tio,
chamado de Dário, o medo. Dois anos depois da conquista de Babilônia morre
Ciapares.
Em 537 a.C., Ciro no primeiro ano de sua regência exclusiva, decreta que os
judeus eram livres para retornarem à sua Terra (Esdras 1:1-4). Esta é a primeira
data histórica comprovada de um acontecimento bíblico que serve de base para
determinar a cronologia da Bíblia, e por meio desta o acerto da de Maneto
sobre as dinastias do Egito.
     Sabemos que foram 909 anos desde o Êxodo até a destruição do Templo e
fim do Estado de Judá, mais 70 anos conforme profecia de Jeremias (Jer 25:11-
12) até o decreto de Ciro para o fim do cativeiro. Então partindo desta data, o
Êxodo aconteceu 979 anos atrás, no ano 1516 a.C.
     Pelo mesmo método se chega ao ano 4029 a.C. como sendo o primeiro ano
da criação da terra. Conforme a contagem do tempo em períodos de 7 dias, 7
anos, e 49 anos chamados semanas, sabáticos, e jubileus, o primeiro dia deverá
ser Domingo, e o primeiro ano deverá ser o primeiro seguinte a um jubileu.
     Ora, se o ano 1.516 a.C. do Êxodo foi o primeiro da série de períodos de 7 e
49 anos, 1.517 a.C., o ano anterior foi jubileu. Dividindo 1517 por 49,
encontramos o resto 47. Para esta divisão por 49 ser exata, temos de somar 2 ao
ano 1.517.
     Portanto para saber se um ano antes de Cristo é sabático ou jubileu, temos
de somar 2 a ele, e fazer a divisão por 7 e por 49. Se a divisão por 7 ou por 49
for exata, este ano será sabático ou jubileu.
     Para que 4029 a.C. fosse o primeiro ano da criação o ano anterior deveria
ser jubileu. Como não é, o início desta série de períodos sucessivos de 49 anos
deve ser o mais próximo de 4.029 a.C.. Ora, 4030 + 2 dividido por 49 sobram
14 anos. Portanto o ano 4016 a.C., 14 anos depois de 4030 é o jubileu mais
próximo. Portanto o ano seguinte 4015 a.C. é o mais adequado para ser o
primeiro da criação. Deduzimos então que o pacto de Deus com Abraão não
aconteceu imediatamente após a morte de Tera, seu pai, como parece na
colocação dos textos bíblicos, porém 14 anos antes.
     Por esta cronologia reajustada da Bíblia a dispersão dos povos por ocasião
da construção de Babel, aconteceu em 2258 a.C.. tendo chegado ao Egito nesta
ocasião, Mizraim (Menes), filho de Cam. Segundo a cronologia de Maneto,
Menes, o primeiro faraó se fixou no Egito no ano 3200 a.C.. Há pois uma
diferença de 942 anos entre as duas cronologias.
     Fazendo esta correção na Tábua de Maneto é que chegamos a conclusão de
que o faraó no tempo de José era Zoser. E por coincidência no seu reinado
houve um período de 7 anos de seca.
     Após o decreto, houve três regressos:
     No ano 537 a.C., Zorobabel, um descendente da casa de Davi lidera o
retorno de uns 50 mil exilados. Os palestinos de Samaria estorvam a
reconstrução do templo. Mas finalmente 21 anos depois apesar de tudo em 516
a.C. é inaugurado o segundo Templo.
     No ano 458 a.C. Artaxerxes Longimano decreta a restauração completa civil
e religiosa de Jerusalém, ponto de partida para o cumprimento da profecia de
Daniel do ano da manifestação publica do Messias. Esdras, o escriba, retorna
com 1.754 homens não contando as mulheres e crianças.
     No ano 444 a.C. Neemias como governador, com uma escolta militar veio
reedificar os muros de Jerusalém às custas do governo. Os trabalhadores
trabalham armados porque os habitantes locais tentam impedir a obra. Porem
um ano depois os muros são dedicados e Neemias volta a Pérsia. Retorna 10
anos depois.
     O repatriamento dos judeus, a fortificação das muralhas de Jerusalém, a
construção do segundo Templo a instituição da Knesset Haguedolá (Grande
Assembléia) como organismo supremo religioso e judicial do povo judeu
marcaram o início do segundo Estado judeu (período do segundo Templo).
Judá era uma nação centrada em torno de Jerusalém governada pelo Sumo
Sacerdote e o Conselho dos Anciãos.

Período grego (332-143 a.C.)


Dinastia dos Hasmoneus (142-63 a.C.)
     Durante o período grego governantes seleucidas baseados na Síria proibiram
a prática do judaísmo e profanaram o Templo numa tentativa de impor a cultura
e os costumes gregos sobre toda a população. Surgiu um grande movimento de
revolta (166 a.C.) que resultou numa poderosa força guerreira. A revolta foi
comandada por Matatias, da dinastia sacerdotal dos hasmoneus e depois da sua
morte pelo seu filho Judá. conhecido como o Macabeu que obteve gloriosas
vitória contra os exércitos seleucidas e purificou o Templo (164 a.C.). Estes
eventos são comemorados anualmente durante a Festa de Chanucá.
     Em decorrência das vitórias dos hasmoneus, os seleucidas restauraram a
autonomia política e religiosa da Judéia (142 a.C.) e com o colapso do reino
seleucida a Judéia alcançou a sua completa independência. Os governantes
hasmoneus que se tornaram uma monarquia hereditária, reconquistaram
fronteiras não muito diferentes das do reino de Salomão. Sob a dinastia dos
hasmoneus, que durou cerca de 80 anos, o governo judaico consegue a
consolidação política
Domínio Romano
(63 a.C. - 313 A.D.)
     Quando os romanos sucederam os seleucidas como a grande potência na
região, eles concederam autoridade limitada ao rei hasmoneu, Hircano II, sob o
poder do governador romano em Damasco. Os judeus não aceitaram de boa
vontade o novo regime, e nos anos seguintes vieram constantes insurreições. A
última revolta para restaurar a antiga glória da dinastia dos hasmoneus foi
tentada por Matatias Antígono (40 a.C.). Sua derrota e morte três anos depois
nas mãos dos romanos significou o fim do governo hasmoneu e o país tornou-
se um estado submetido ao Império Romano.
     Em 37 a.C. Herodes, filho do idumeu Antípater, um ministro do Rei Hircano
II e casado com a filha deste rei foi escolhido pelos romanos como Rei da
Judéia. Embora não tivesse autoridade em política externa, Herodes recebeu
ampla autonomia nos assuntos internos do país e tornou-se um dos mais
poderosos monarcas na porção oriental do império romano. Grande admirador
da cultura greco-romana, Herodes deu início a um intenso programa de
construções, que incluía a cidade de Cesaréia e Sebaste (Samaria) e as
fortalezas de Herodium e Massada. Ele também reformou o templo, tornando-o
um dos mais magníficos edifícios do seu tempo. Mas apesar de suas muitas
conquistas não conseguiu ganhar a confiança e o apoio dos seus súditos judeus.
     Ora, os judeus foram governados sempre por reis da sua raça, mesmo sob
dominação estrangeira. O primeiro estranho a governa-los foi Herodes. Começa
então a se cumprir a profecia de Jacó sobre a vinda do Messias: "O cetro não se
arredará de Judá até que venha Shiloh; a ele congregarão os povos" (Gen
49:10).
     No ano 26 A.D, ano 15 de Tibério César que começou a governar junto com
Augusto desde ano 12, Jesus Cristo, aos 30 anos de idade ao ser batizado por
João Batista no rio Jordão, foi apresentado por Deus ao povo como sendo o
Messias (Lucas 3:1-23).
     A profecia de Daniel de 69 semanas de anos (483 anos) desde a (última)
ordem para restaurar e edificar Jerusalém, decreto de Artaxerxes Longimano no
ano 458 a.C.. até o Messias, o Príncipe, coincide com esta data (Dan 9:23-27,
Esd 7:2-14).
     Desde Herodes não mais foram governados por gente da sua raça até 14 de
Maio de 1948, quando Ben Gurion tomando posse do governo declarou a
independência de Israel no território da Palestina determinado pela ONU em
Novembro de 1947.
     Após a morte de Herodes (4 a.C), a autoridade dos seus herdeiros foi
diminuindo progressivamente, principalmente por causa da oposição popular à
dinastia herodiana, até a Judéia ficar sob o domínio romano direto (6 A.D).
Quando o domínio romano cada vez mais severo e insensível tornou-se
intolerável, os judeus iniciaram uma revolta (66 A.D.) nos últimos dias do
imperador romano Nero, que terminou com a total destruição de Jerusalém (70
A.D.) e a derrota da última fortaleza dos judeus em Massada (73 A.D.).
     A destruição de Jerusalém e do Templo por Tito, o comandante das forças
romanas, atingiram gravemente o povo judeu. Tudo começou no verão do ano
66 quando o procurador romano Géssio Floro manda crucificar alguns judeus
em Jerusalém, mas uma rebelião o obriga a abandonar a cidade, e distúrbios de
se alastram por todo o país. Em Setembro deste mesmo ano, Céstio Galo,
governador da Síria ataca Jerusalém, e depois de ter minado um dos muros do
Templo manda suspender o ataque, e retira-se da cidade sem que houvesse
razão nenhuma para isso, sendo perseguido por forças da cidade, dia 6 de
Outubro, quarta-feira em nosso calendário e dia 8 no calendário juliano. Neste
mesmo dia os discípulos lembrando da recomendação de Jesus fugiram de
Jerusalém e de toda Judéia para alem do rio Jordão.
     No ano 67, Vespasiano à frente de 60.000 homens e com o seu filho Tito
reconquista a Galiléia e o governo rebelde é feito prisioneiro. Em 68 ocupa a
planície marítima, o vale de Jordão, arruina o mosteiro de Qumrã. Em 69
submete o resto da Judéia. Simão Bargiora judeu e os seus sicários se mantêm
em Jerusalém, outros em Herodion, Massada, e Maqueronte. Vespasiano volta
para Roma para ser feito imperador, e confia a Tito o cerco de Jerusalém.
     Em 13 de Abril do ano 70, Domingo, dia da Páscoa, a cidade cheia de
peregrinos, Tito ataca a cidade com 4 legiões (6 mil homens cada). Há cerco e
fome. Devoram-se os cadáveres. Em 5 de Agosto, 10º dia do 5º mês, tomada do
átrio interior, o templo é incendiado, no mesmo dia em que Nabucodonozor
incendiou o primeiro templo no ano 607 a.C.. Cessam os sacrifícios. Mais de
um milhão e cem mil judeus pereceram, e 97 mil vendidos como escravos. Em
Cesaréa na Síria mais de dois mil e quinhentos judeus foram mortos por si
mesmos obrigados a lutarem entre si nos jogos de gladiadores. Outros foram
preservados para o triunfo em Roma. Nenhum discípulo de Jesus Cristo
pereceu, porque acreditaram na sua profecia e obedeceram.
     No verão do ano 71, realizou-se a execução de Simão Bargiora e a marcha
triunfal de Vespasiano e Tito em Roma com os despojos do Templo, gravados
no Arco de Triunfo de Tito.
     Outros massacres sucederam-se por outros comandantes romanos como na
conquista de Herodion, e Maqueronte, com exceção de Massada, que resistiu
até a Páscoa do ano 73 quando Eleazar e todos os companheiros preferiram se
degolarem uns aos outros a se renderem.
     Um último breve período de soberania judaica seguiu-se à revolta de
Shimon Bar Kochba (132 A.D.), quando a Judéia e Jerusalém foram
reconquistadas. No entanto, devido ao poder massivo dos romanos, o resultado
era inevitável. Ao fim de três anos de acordo com o costume romano,
Jerusalém foi destruída e o seu solo sulcado por uma junta de bois. Para apagar
todos laços judaicos com a terra, mudou-se o nome da Judéia para Síria
Palestina e Jerusalém chamou-se Aelia Capitolina.
     Embora o Templo tivesse sido destruído e Jerusalém complemente
queimada, os judeus e o judaísmo sobreviveram a seu conflito com Roma. A
pequena comunidade judaica restante recuperou-se gradualmente, reforçada de
tempos em tempos pela volta dos exilados. A vida institucional e comunal foi
reconstruída para adaptar-se à nova situação sem a estrutura unificadora de um
Estado e do Templo. O corpo legislativo e judiciário supremo, o Sanhadrin
(sucessor da Kenesset Haguedolá) reuniu-se novamente em Iavne (70 a.D.) e
depois em Tiberíades. Os sacerdotes foram substituídos pelos rabinos e na
ausência de um lugar central de culto, a sinagoga tornou-se o centro de cada
uma das comunidades dispersas. A Halachá (lei religiosa) tornou-se o elo
comum entre os judeus e foi transmitida de geração a geração.

Domínio Bizantino
(313-636)
     Neste período, a Judéia continua sob o domínio do império Romano com a
capital transferida pelo imperador Constantino de Roma para Bizâncio
chamada Constantinopla na Turquia. Tendo o imperador aderido ao
cristianismo, favoreceu a construção de igrejas nos lugares santos cristãos em
Jerusalém, Belém, e Galiléia. Mosteiros foram fundados em muitas parte do
país. Os judeus estavam privados de sua autonomia relativa, assim como o
direito de ocupar cargos públicos, e eram proibidos de entrar em Jerusalém,
exceto um só dia do ano, quando podiam prantear a destruição do Templo. A
invasão persa de 614 foi bem recebida e contou com a ajuda dos judeus. Em
gratidão eles receberam o governo de Jerusalém. Este privilégio durou apenas
três anos, pois em 629 o exército bizantino reentrou em Jerusalém e novamente
expulsou a população judaica.

Domínio Árabe
(636-1099)
     A conquista árabe do país aconteceu quatro anos depois da morte de Maomé
com 62 anos em 632, e durou mais de quatro séculos, com califas governando
primeiro de Damasco, e depois, a partir de Bagdá e do Egito. Como não deixara
instrução para sua sucessão, o seu fiel amigo Abu Bekr foi escolhido para ser o
califa (sucessor) de 632 a 634. Em dezoito meses todas as tribos rebeladas após
a morte de Maomé foram reconquistadas.
     Tal bravura dos seus comandados se deveu a crença que lhes revelou de que
aquele que morresse lutando pelo Islam, seria transladado imediatamente para o
paraíso onde teria um harém de virgens de seios redondos e outros muitos
deleites.
     Por causa da perseguição, humilhações, insultos, e o banimento pela força, a
possibilidade de uma nova tática se apresentava na mente de Maomé. A
pregação, a persuasão, a recitação de "suras" tinham fracassado. Se a força fora
empregada para humilhar e derrotar o profeta de Allah, o profeta usaria pois a
força para tornar poderosa a religião de Allah.
     A espada no dizer de Maomé, é chave do céu e do inferno e pela espada a
"salvação" deve ser imposta a toda a humanidade.
     Realmente a espada parece ser um instrumento eficaz para converter as
pessoas, reconhecido também pela igreja romana que usava o poder secular dos
reis para aniquilar todos os infiéis até o advento da Reforma proposta por
Lutero 1517. Neste ponto esta duas religiões catolicismo e islamismo são
idênticas. As religiões baseadas na Reforma, as religiões evangélicas, pregam a
liberdade de crença para todas as religiões como garantia da verdade e
sinceridade dos fieis.
     A expansão do maometismo pela espada foi extraordinariamente rápida na
década seguinte (634-644) sob Omar. Damasco caiu em 635, Jerusalém em
636, a Pérsia em 637, o Egito capitulou em 640. Nesta ocasião Omar mandou
incendiar a biblioteca de Alexandria dizendo: "os seus livros ou são conformes
o Alcorão e neste caso são inúteis, ou lhe são contrários portanto detestáveis.
Em ambos os casos são dignos do fogo". Foi assassinado em 644.
     Sucedeu-lhe Uthman, o califa que mandou preparar a edição definitiva do
Alcorão adotada até hoje. Foi assassinado em 656. Finalmente Ali, primo e
genro de Maomé assume o califado. Certa vez o profeta lhe dirigiu da seguinte
maneira: "Não está satisfeito Ali por seres para mim como Araão fora para
Moisés? Quem quer que me reconheça como o senhor, reconhecerá também
Ali".
     Por causa destas palavras e o fato de Ali ser parente e casado com uma filha
de Maomé, havia grande bloco de partidários contra os sucessores anteriores,
admitindo que somente Ali e seus descendentes deveriam e deviam ocupar o
cargo de Califa, porque somente eles por herança podiam ser portadores da
centelha divina.
     O Califa Ali depois de ter sido assassinado em 661 tornou-se o mártir
abençoado. Os seus partidários são denominados de "shiitas" porque formam o
"shiah" (partido) de Ali. Não reconhecem como califa qualquer que não seja
descendente de Ali, e estão a espera da vinda do Mahdi, reencarnação de Ali,
que implantará a justiça e o islamismo em todo mundo.
     Esta é a causa da divisão do islamismo em "sunnita", e "shiita" considerados
heréticos pelos sunitas. Além destes dois grandes ramos o islamismo está
atualmente dividido em 72 seitas.
     Os exércitos dos muçulmanos não sofreram nenhum fracasso até quando
chegaram a Tours na França em 732, quando foram derrotados por Carlos
Matel fazendo-os recuar até a Espanha, onde somente em 1085 começaram a
ser rechaçados sendo expulsos de Toledo por Alfonso VI. O último reino
mouro foi eliminado com a tomada de Granada em 1492 pelos reis católicos
Fenando e Isabel.
     O império islâmico ia do Atlântico até a índia, ao longo da costa meridional
do Mediterrâneo. Hoje desmembrado, conserva entretanto a sua unidade
religiosa e cultural na índia, Turquestão, Insulindia, África negra, e Balcãs.
     No início do domínio muçulmano, os judeus novamente se instalaram em
Jerusalém com garantia das suas vidas, propriedades, e liberdade de culto em
troca de pagamento de impostos especiais e taxas territoriais.
     Entretanto a introdução de restrições aos não-muçulmanos, a imposição de
impostos pesados sobre a terra produtiva, a discriminação social e econômica
forçou muitos judeus a deixar o país de forma que, em fins do século XI, a
comunidade judaica na Terra havia diminuído muito e perdido parte de sua
coesão política e religiosa.

Período das Cruzadas


(1099-1291)
     Nos 200 anos seguintes, o país foi dominado pelos Cruzados que, atendendo
um apelo do Papa Urbano II, partiram da Europa para recuperar a Terra Santa
para a Cristandade. Em 15 de Julho de 1099, após um sítio de cinco semanas,
os cavaleiros da primeira cruzada capturaram Jerusalém e estabeleceram o
Reino Latino. A maioria dos habitantes não-cristãos da cidade foi massacrada;
encurralados em sua sinagoga, os judeus defenderam seu quarteirão até serem
queimados vivos ou vendidos como escravos. Depois os Cruzados estenderam
o seu poder sobre o resto do país. Como os Cruzados abriram rotas de
transporte a partir da Europa, as peregrinações para a Terra Santa tornaram-se
populares e um número crescente de judeus procurou voltar à sua antiga pátria.
Documentos da época revelam que 300 rabinos da França e Inglaterra
chegaram em grupos alguns instalando-se em Aco e outros em Jerusalém.
     Quando os Cruzados foram derrotados por Saladino, o Curdo, em 1187 os
judeus conseguiram mais uma vez certa liberdade e o direito de se reinstalar em
Jerusalém. Após a morte de Saladino em 1193, os Cruzados reconquistaram a
maior parte do país. Uma casta militar muçulmana que tinha chegado ao poder
no Egito colocou um fim em 1291 à dominação dos Cruzados sobre o país.

Domínio Mameluco
(1291-1516)
     Sob os mamelucos o país tornou-se uma província atrasada, governada a
partir de Damasco. Aco, Iafo e outros portos foram destruídos por medo de
novas Cruzadas e o comércio foi interrompido. No fim da idade média os
centros urbanos estavam em ruínas e a pequena comunidade judaica se tornara
indigente. O período da decadência mameluca foi pontilhada de revoltas,
epidemias, pragas de gafanhoto, e terremotos devastadores.

Domínio Otomano
(1517-1917)
     Nos quatro séculos seguintes, a terra de Israel foi governada a partir de
Constantinopla, pelos turcos otomanos. Foi dividida em quatro distritos e
dependia administrativamente da província de Damasco.
     No começo da era otomana havia cerca 1000 famílias judias no país
morando principalmente em Jerusalém, Nablus, Hebrom, Gaza, Safed e nas
vilas da Galiléia que nunca haviam deixado a Terra, assim como emigrantes da
América do Norte e Europa. Em meados do século XVI a população judaica
chegava a 10.000 pessoas. por volta de 1880 Jerusalém tinha uma população de
maioria judaica. A língua hebraica, antes restrita à liturgia e a literatura foi
revivida.
     Ao estourar a primeira guerra mundial (1914) a população judaica totalizava
85.000 habitantes contra 5.000 no começo do século XVI.
     Em Dezembro de 1917, as forças britânicas sob o comando do general
Allenby, entraram em Jerusalém acabando com os quatro séculos de dominação
otomana. Faziam parte do exército britânico, três batalhões da Legião Judaica,
formada por milhares de voluntários judeus.

A Administração Britânica
(1918-1948)
     Em Julho de 1922, a Liga das Nações confiou à Grã-Bretanha
recomendando que facilitasse a criação de um Lar Nacional Judaico em
reconhecimento da "ligação histórica do povo judeu com a Palestina", deixando
apenas a parte ocidental do rio Jordão para o Lar Nacional Judaico.
     Levas de imigrantes judeus chegaram entre 1919 e 1939. Cerca de 35.000
chegaram entre 1919 e 1923 principalmente vindos da Rússia. A onda seguinte
de 60.000 pessoas vindos basicamente da Polônia. A segunda grande onda
antes da II Guerra Mundial aconteceu nos anos 30 composta de cerca de
165.000 pessoas vindas da Alemanha.
     O renascimento nacional judaico encontrou desde cedo violenta oposição
por parte do nacionalistas árabes extremistas. O sionismo e o nacionalismo
árabe se polarizaram em uma situação potencialmente explosiva.
Reconhecendo os objetivos opostos dos dois movimentos nacionalistas, os
ingleses que já tinha reservado em 1922 toda a parte da Palestina a oeste do rio
Jordão para o Lar Nacional dos Judeus, recomendam em 1937 uma nova
partilha. A liderança judaica aceitou a idéia de nova partilha dividindo também
a parte oeste entre árabes e judeus. Os árabes entretanto opuseram-se
firmemente contra qualquer plano de partilha, devendo caber toda a terra
somente a árabes.
     Em maio de 1939 a Grã-Bretanha para agradar os árabes publica um Livro
Branco impondo restrições drásticas à imigração judaica. No início da II Guerra
Mundial declarou: "Nós iremos combater na guerra como não houvesse o Livro
Branco, e combateremos o Livro Branco como não houvesse a guerra".
     Apesar de tudo 26.000 homens e mulheres da comunidade judaica se
alistaram como voluntários no exército, marinha, e aeronáutica, a favor dos
Aliados contra o regime nazista sob o comando britânico, e na Brigada Judaica.

     Durante a II Guerra Mundial (1939-1945), o regime nazista executou com a


morte, deliberada e sistematicamente cerca de seis milhões de judeus, inclusive
um milhão e meio de crianças pelo simples fato de serem judeus não
importando a inocência, a ausência de culpa. Antes da guerra toda a população
judaica era de nove milhões em todo o mundo.
     Depois da guerra os ingleses restringiram mais ainda a imigração judaica. A
comunidade judaica respondeu instituindo uma ampla rede de imigração ilegal.
Entre 1945 e 1948 cerca de 85.000 refugiados que haviam sobrevivido ao
holocausto foram trazidos ao país através de rotas secretas e perigosas.
O fracasso da política para conciliação das exigências conflitantes entre árabes
e judeus levou o governo inglês a pedir em Abril de 1947 que a Questão
Palestina fosse colocada a agenda da Assembléia Geral das Nações Unidas. A
Assembléia votou em 29 de Novembro de 1947 as recomendações da comissão
propondo a criação de dois Estados situados na área situada a oeste do rio
Jordão, um judeu e outro árabe. A comunidade judaica aceitou o plano de
partilha, os árabes o rejeitaram.
     Os militantes locais árabes ajudados por guerrilheiros voluntários de países
muçulmanos desencadearam violentos ataques contra os judeus na tentativa de
impedir a criação de um Estado judaico. Depois de sofrer uma série de revezes
as organizações de defesa judaicas expulsaram a maior parte das forças
atacantes.
     Quando o Mandato Britânico terminou em 14 de Maio de 1948, a população
judaica em Israel era cerca de 650.000 pessoas, formando uma comunidade
organizada com instituições políticas, sociais, e econômicas, um Estado de
direito e de fato.
     Neste mesmo dia foi proclamado o Estado de Israel conforme o plano de
partilha da ONU, Resolução 181 de 1947.
     Menos 24 horas depois os exércitos regulares do Egito, Síria, Jordânia e
Iraque invadiram o país, forçando Israel a defender a sua soberania. A luta
durou 15 meses custando mais de 6000 vidas israelenses quase 1% da
população judaica. A consequência desta guerra não iniciada por Israel foi a
expansão das suas fronteiras para além das determinadas pela partilha inicial.
Outros conflitos semelhantes se sucederam levando as fronteiras de Israel aos
limites atuais.

     Em Outubro de 1956, Egito, Jordânia, e Síria fizeram uma aliança militar
tripartiste contra Israel. Proibiram os seus navios passarem pelo canal de Suez e
bloquearam o estreito de Tirã. Israel reagiu tomando toda faixa de Gaza, toda
península do Sinai, detendo-se a uma distância de 16 km a leste do canal de
Suez. A intervenção da ONU mandando uma Força de Emergência ao longo da
fronteira egípcia-israelense e a garantia de que os navios israelense poderiam
passar pelo canal de Suez e o estreito de Tirã fizeram Israel concordar em
retirar-se gradativamente até Março 1957 do território ocupado militarmente há
poucas semanas.

     Em Maio de 1967, o Egito transferiu grande número de soldados para a


península do Sinai, mandou que as forças de manutenção da paz da ONU lá
estabelecidas depois da campanha do Sinai desde 1957 se retirassem. A
artilharia síria nas colinas de Golan atiravam nas colônias agrícolas israelenses
na Galiléia, os navios de Israel foram novamente impedidos de passar pelo
canal de Suez e estreito de Tirã, tudo levou Israel em 5 de Junho de 1967 a
desencadear um ataque no sul contra o Egito, seguido de um ataque no leste
contra a Jordânia, e a expulsão de forças sírias entrincheiradas nas colinas do
Golan no norte. Ao fim de seis dias de combate as antigas linhas de cessar fogo
foram substituídas por novas, com a Judéia, Samaria, Gaza. a península do
Sinai e as colinas de Golan passando ao controle de Israel, acabando com os
bombardeios sírios vindos das colinas de Golan, e o impedimento da passagem
dos navios com destino a Israel através do canal de Suez e estreito de Tirã.

     Depois de uns três anos de relativa paz, no dia 6 de Outubro de 1973, no dia
de Iom Kipur (o Dia do Perdão, o dia mais sagrado do calendário judaico) o
Egito e a Síria, desencadearam um ataque surpresa contra Israel, os exércitos
sírios invadindo a península do Sinai, e os sírios as colinas de Golan. Depois de
três semanas, as Forças de Defesa de Israel repeliram os invasores e cruzaram o
canal de Suez para dentro do Egito, e no norte avançaram até chegar a 32 km
de Damasco, a capital síria. Nos dois anos seguintes foram assinados acordos
de retiradas das forças de Israel dentro do Egito e da Síria, retirando-se de parte
dos territórios capturados durante a guerra.

     Finalmente, Israel e Egito em 26 de Março de 1979 assinaram um tratado de


paz nos jardins da Casa Branca em Washington. O presidente Sadat do Egito, e
o primeiro ministro Begin foram conjuntamente premiados com o Prêmio
Nobel da Paz por este feito que trouxe fim a 30 anos de estado de guerra entre
os seus dois países. De acordo com os termos deste tratado, Israel completou a
retirada da península do Sinai em abril de 1982., transformando as linhas de
cessar fogo e armistício em fronteiras mútuas reconhecidas internacionalmente.

     No ano de 1981 os Estados Unidos e Israel assinaram um memorando de


cooperação estratégica entre os dois países. Neste mesmo ano foi destruído um
reator atômico do Iraque pela Força Aérea de Israel apenas a algumas semanas
antes de se tronar operacional o que removeu a ameaça de ataque nuclear.

     Israel tem procurado respeitar a linha de armistício com o Líbano desde
1948. Mas infelizmente por causa dos ataques perpetrados por terroristas da
OLP (Organização para Libertação da Palestina) infiltrados no sul do Líbano,
Israel viu-se obrigado a cruzar esta fronteira (Junho de 1982) na Operação Paz
para a Galiléia, o que resultou na eliminação da parte principal da infra-
estrutura militar da OLP nesta região. Em 1985 parte das FDI foi retirada do
Líbano deixando apenas um número limitado de soldados numa área da
fronteira como zona de segurança.

     Neste tempo todo tem-se falado na necessidade de paz na região e parece ser
a vontade da maioria entre os israelenses e não israelenses. Mas infelizmente
em ambos os lados há uma minoria radical que deseja não a paz, mas o
extermínio do outro povo. Contudo, todos os cidadão destes países são
habitantes de um mesmo território maior: a Terra de Abraão.
União Democrática dos Estados de Abranlândia
     Como se observa, o território prometido por Deus a Abraão está ocupado
por países habitados por descendentes dos três irmãos Abraão, Naor, e Harã,
filhos de Tera.
Síria está habitada pelos descendentes de Arã, neto de Naor, Israel e Samaria
pelos descendentes de Jacó, chamado Israel, neto de Abraão, Jordânia pelos
descendentes de Ló, filho Harã, ao norte e centro, e pelos descendentes de
Esaú, irmão de Jacó, netos de Abraão, ao sul, Líbano já era ocupado pelos
Fenícios, e Gaza pelos Filisteus.
     Este território é a Terra de Abraão, a Abranlândia.
     Todos habitantes deste território dividido nestas seis ou mais regiões têm
direito a felicidade, e nenhuma delas constituída como Estado tem o direito de
prejudicar a felicidade dos cidadãos das outras.
     Se é inadmissível o conflito entre indivíduos estranhos, muito mais entre
irmãos. Estes povos são irmãos. Já que estes países estão de fato e de direito
estabelecidos, o melhor que devem fazer em vez de hostilidades é entrar em
acordo e promover a União Democrática dos Estados de Abranlândia com
esta ou outra denominação, concedendo governos próprios com capital no
território de cada Estado atual. Todos estariam subordinados a um governo
federal parlamentarista com sede em Jerusalém dirigido pelo Primeiro Ministro
escolhido pelos parlamentares eleitos em cada Estado ficando garantido em
Constituição de todos países da comunidade e a todo cidadão: a independência,
a soberania, a moeda, a língua, o governo próprio de cada, a liberdade religiosa,
de trânsito, de comércio, de trabalho, de imigração e de residência em qualquer
local destes países irmãos, não importando a sua religião e a do supremo
mandatário escolhido pelo Parlamento como acontece em todos Estados
democráticos desde que se respeite a Constituição garantindo os direitos do
interesse de todos e para a satisfação de todos. Talvez esta iniciativa tenha de
partir de Israel.
     E a Paz de Deus esteja com todos.
 

Você também pode gostar