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COMANDO NUMÉRICO

COMPUTADORIZADO – 3 EIXOS
FRESADORA

FUNÇÕES DE PROGRAMAÇÃO DA UNIDADE DE COMANDO 810 / 820M

Elementos que Compõem a Linguagem de Programação

Todo comando acoplado em uma máquina a Comando Numérico, necessita de um


meio de comunicação entre o programador e a máquina.

Essa comunicação é feita por meio de códigos ou símbolos padronizados, e recebe o


nome de linguagem de programação.

- Caractere - É um número, letra ou símbolo utilizado para exprimir uma informação.


Ex.: l, G, %, LF ...

- Endereço - O endereço é representado por uma determinada letra que significa um


tipo de instrução.
Ex.: G, X, Y, Z, F ...

- Palavra - Uma palavra é constituída de um endereço, seguido de um valor


numérico.
Ex.: G01, X50, F200, T 101 ...

A letra (endereço) tem a função de identificar uma família de palavras, e a parte


numérica identifica os elementos dessa família.

- Bloco ou Sentença - Bloco ou Sentença é um conjunto de palavras que identificam


uma operação.
Ex.: N10 G01 X120 F200

Uma operação é expressa por meio de tantos blocos quantos forem necessários para
definir completamente uma fase.

Assim podemos dizer que um programa é formado por blocos numerados


seqüencialmente.

Um programa de comando numérico pode ser definido como uma seqüência lógica
de informações para a usinagem de uma peça. Essa seqüência deve ser escrita em
códigos apropriados, de modo que o comando numérico as interprete e emita os
sinais necessários à máquina, para que esta execute as operações programadas.

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Estrutura de um Programa

N1 G90 F200 S1800 D1 M3

N2 G0 X 44 Y0
N 3 G 1 X -1.6
1 2 3

1 Comandos 2 Comandos Comandos


técnicos do geométricos
3
tecnológicos
programa

O PROGRAMA consiste de SENTENÇAS ou BLOCOS

A SENTENÇA consiste de PALAVRAS ou FUNÇÕES

A PALAVRA consiste de um ENDEREÇO e um NÚMERO

FUNÇÃO

É o código ou palavra apropriada, decodificável pelo comando, e que predispõe a


máquina a funcionar de determinado modo.

As funções podem ser modais e não modais.

Função Modal

É aquela que, depois de memorizada, só será cancelada com a memorização de outra


função que a cancela.

Função Não Modal

É aquela que tem validade somente no bloco programado.

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TIPOS DE FUNÇÕES

Quanto ao tipo, as funções são divididas em 4 grupos:

- Função sequencial;
- Funções Preparatórias;
- Funções de Posicionamento;
- Funções Complementares.

Função Sequencial - N (não modal)

Tem a finalidade de numerar em ordem crescente os blocos de um programa, para


facilitar o acompanhamento do mesmo.

O valor numérico de N não tem influência para o comando.

Funções Preparatórias - G (modais e não modais)

São funções que definem ao comando e à máquina O QUE FAZER, preparando-a


para uma determinada operação (deslocamento linear, circular, etc.).

As Funções Preparatórias descrevem o tipo de movimento do carro, tipo de


interpolação, tipo de medição, a influência temporal e ativam determinados estados
de operação do comando.

As Funções Preparatórias são divididas nos grupos 1 a 14

As funções básicas atuam após a ligação do comando, reset, ou fim de programa. Elas
não precisam ser programadas.

Funções de Posicionamento - X, Y e Z (não modais)

Definem ao comando ONDE FAZER, ou seja, as coordenadas do ponto que se deseja


alcançar e são programadas com a indicação do sinal algébrico de acordo com a sua
posição em relação ao sistema de referência.

Funções Complementares - M, T, S e F (modais e não modais)

São funções que definem ao comando COM QUE FAZER determinada operação,
complementando as informações dos blocos na programação.

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DESCRIÇÃO E APLICAÇÃO DE CADA UMA DAS FUNÇÕES

N: Número sequencial de blocos

Cada bloco de informação é identificado pela função N, seguida de até 4 (quatro


dígitos).

Funções de Posicionamento

Funções: X, Y e Z

Aplicação: - Eixo longitudinal


- Eixo transversal
- Eixo de penetração

Funções Preparatórias G

G90/91 Programação em coordenadas absolutas e coordenadas incrementais

Entrada em coordenadas absolutas G90

Com a entrada em coordenadas absolutas, todas as entradas de dimensões se referem


a um ponto de origem fixo da peça. Os valores X correspondem ao diâmetro ou ao
raio (dados da máquina).

Entrada em coordenadas incrementais G91

No caso de coordenadas incrementais, a dimensão programada corresponde à


trajetória a ser percorrida. Coordenadas incrementais são utilizadas preferencialmente
para sub-rotinas, que devem ser chamadas em diversos pontos na área de trabalho da
máquina (abertura de ranhuras, furos, etc.)

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G90/91 Programação em coordenadas absolutas/incrementais

Y
P3
60

N10

P2
N1
30
P1

X
25 85 95 130

Entrada em coordenadas absolutas G90


.
.N 1 G90 G00 X95. Y40 ... A ferramenta se movimentará de uma posição
N 10 ... qualquer para o ponto P1.

N 1 G90
N 10 G91 G00 X105. Y30 A ferramenta se movimentará de P2 para P3

G0: Posicionamento rápido

Os eixos movem-se para a meta programada com o maior avanço possível.

A função G0 é Modal e cancela as funções G1, G2 e G3

G1: Interpolação linear

Com esta função obtêm-se movimentos retilíneos com qualquer ângulo e com avanço
(F) pré-determinado pelo programador.

A função G1 é modal e cancela as funções G0, G2 e G3

Função G2: Interpolação circular (sentido horário)

Função G3: Interpolação circular (sentido anti-horário).

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Tanto G2 como G3 executam operações de usinagem de arcos pré-definidos. O
sentido de execução da usinagem do arco define se este é horário ou anti-horário de
acordo com os planos formado pelos eixos de coordenadas X e Y, vistos de cima da
máquina.

Formato da sentença: N...G...X...Y...I...J... ou N...G...X...Y..U...

Onde: X e Y => são coordenadas do ponto de chegada


I e J => são coordenadas do centro do arco - incremental
I pertence ao eixo X e J pertence ao eixo Y

Para I e para J, são interessantes apenas o ponto de PARTIDA "A" (Ponto zero do
sistema) e o centro do círculo "M".

A M I
M
J
J (I = 0) A
J (I = 0)
M
A

As dimensões I e J resultam da projeção perpendicular do ponto M nos eixos X e Y.


Da projeção em X resulta I e da projeção em Y resulta J.

Notas:

a) A interpolação circular só é possível com 2 de 3 eixos.

b) Só se pode programar utilizando o raio, através da letra “U” quando o arco for
menor que 360º.

U+ para ângulo menor ou igual a 180º.


U- para ângulo maior que 180º.

c) Quando o arco for 360º, deve-se programar utilizando os parâmetros I, J


e K.

d) As Funções G2 e G3 não são Modais, cancelam a função G0 e autoriza o código


G1 para movimentos subsequentes.

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Exemplo

I
U
J

N5 G03 X80 Y40 I15 J 0 LF - Ferramenta se move de P1 para P2


N10 G02 X65 Y70 I 0 J15 LF - Ferramenta se move de P2 para P1

ou

N5 G03 X80 Y40 U15 LF - Ferramenta se move de P1 para P2


N10 G02 X65 Z70 U15 LF - Ferramenta se move de P2 para P1

O sentido do arco a ser percorrido é determinado através de G02 ou G03 como na


figura abaixo.

Os três planos principais em um sistema à direita X____Y G17


são obtidos com as seguintes combinações de eixos: Z____X G18
Y____Z G19

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Interpolação Helicoidal
A interpolação helicoidal é possível entre três eixos lineares que sejam
perpendiculares entre si. O círculo e a reta são programados no mesmo bloco sendo
que a reta deve ser perpendicular ao plano da interpolação circular.
O avanço programado é mantido constante ao longo do círculo.
Exemplo: Semi-círculo com 100 mm de raio
N... G02 X200 Y0 Z200. I100 J0. LF

Plano da interpolação circular


(usando G17, G18, G19); todos os ei-
xos devem ser programados

Eixo para interpolação linear; deve


ser programado antes ou após os parâ-
metros de interpolação

Parâmetros de interpolação
G4 Tempo de permanência.
Entre um deslocamento e outro da ferramenta pode-se programar um determinado
tempo para permanência da mesma. Este tempo é dado pelo código G4 programado
juntamente com a Função X para indicar o tempo em segundos.
Exemplo : N50 G4 X3
G10/G11 Programação em coordenada polar

G10 - Deslocamento linear em avanço rápido.


G11 - Deslocamento linear em avanço de usinagem.
Y P2
50
P

A
30
P1

20 50 X

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P1 - Polo do sistema de coordenadas.
A - Ângulo
U - Raio ->Distância entre P1 e P2.

Sintaxe do Bloco: N... G.. X20. Y30. U... A30.


G... - Em rápido G10, em usinagem G11.
X20.Y30. - Coordenadas do polo.
U... - Distância entre P1 e P2.
A30. - Ângulo em graus.
Notas:

- A referência é sempre em relação ao primeiro eixo positivo apresentado no bloco,


no exemplo a orientação é de +X para +Y.
- O valor do ângulo deverá ser sempre positivo
- O polo é modal e no fim do programa ele será desmemorizado.
- Ao se utilizar coordenadas polares pela primeira vez no programa, as coordenadas
do polo deverá ser programada em modo absoluto (G90) e recomenda-se sempre
programar as duas coordenadas do polo.
- As coordenadas do polo introduzida em modo incremental (G91) referem-se sempre
ao último polo programado.
Fresagem de um Hexágono Posicionamento para furação

N11 F1000 I N11 G81 F1000 LF


N12 G90 G11 X50 Y35 U20 A 0 .LF (P1) N12 G90 G10 X50 Y35 U20 A 0 .LF (P1)
N13 A 60.LF (P2) N13 A 60.LF (P2)
N14 A120.LF (P3) N14 A120.LF (P3)
N15 A180.LF (P4) N15 A180.LF (P4)
N16 A240.LF (P5) N16 UD CN 016/0 9/15 (P5)
A240.LF
N17 A300.LF (P6) N17 A300.LF (P6)
N18 A 0.LF (P7) N18 A 0.LF (P7)
U... A... = Posição no sistema de coordenadas polar
X... Y... = Polo do sistema de coordenadas

G17, G18, G19 Seleção de plano

G17 Através da progra-mação da


função G17 a G19 é fixado o
plano em que deve vigorar a
G18 G19 correção de raio de fresa
(CRF). Caso não seja
programado um plano no início
do programa, será selecionado
G17.

G17 X - Y G18 Z - X G19  Y - Z


G40 / G41 / G42 Correção do raio da fresa.

G40 Supressão da CRF


G41 Correção do raio da fresa à esquerda da peça
G42 Correção do raio da fresa à direita da peça

A correção do raio da fresa vigora no plano selecionado (G17 a G19). A correção de


comprimento Y da fresa vigora sempre perpendicular ao plano selecionado, portanto, no
terceiro eixo. G42

G41
G41
G42
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X
G54/55/56/57 - Deslocamento de origem (DO) ajustável

O deslocamento de origem é a distância


entre o ponto zero da peça (a partir do qual
são feitas as medições) e o ponto zero da
máquina.

Os valores para o deslocamento de origem de cada eixo são introduzidos no comando


manualmente através do painel de operação.

G58 e G59 - Deslocamento de Origem Aditivo Programável

Com G58 e G59 pode ser programado sob os endereços X e Z um deslocamento de


origem adicional. Os valores programados são adicionados aos valores do
deslocamento de origem ajustável.

Com o fim do programa M30 ou com interrupção do programa, os valores do


deslocamento de origem programável para X, Y e Z são cancelados
automaticamente, visto que eles se carregam novamente quando de uma nova partida
através do programa.

G60 Redução de Velocidade

Com a função G60 é possível aproximar-se com exatidão de uma posição objetivo
(dentro do limite da parada com precisão). A velocidade de avanço neste caso é
reduzida até zero. O erro de acompanhamento é eliminado.

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A função pode ser utilizada p. ex. quando se desejar usinar cantos vivos, ou no caso
de abertura de ranhura ou de uma inversão de sentido.

Exemplos de mudança de sentido com e sem redução de velocidade.

Sem G60 Com G60

G63: Execução de roscas com mandril de compensação

A condição de trajetória G63 é programada para a execução de roscas com macho em


mandril de compensação. Não existe uma relação funcional entre rotação do fuso e
avanço.

- Sob o endereço S é programada a rotação do fuso, e sob o endereço F um avanço


adequado para a mesma. O mandril de compensação de comprimento deve poder
acomodar as tolerâncias entre avanço e rotação, bem como o afastamento do fuso,
após ter sido alcançada a posição.

- Com G63, não funciona a chave de correção de avanço. Dependendo da execução


da interface, é também interrompido o funcionamento do fuso com "parada de
avanço".

G64: Operação com comando de trajetória

A condição de trajetória G64 é utilizada caso não devam ocorrer marcas na peça na
passagem de um bloco para outro. Além disso, são arredondadas dessa maneira as
passagens quando da alteração de direção da tangente.

G70/71: Sistemas de entrada

G70: Sistemas de entrada polegada

G71: Sistemas de entrada métrico

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A função básica é fixada na colocação em funcionamento através de um dado da
máquina. O comando trabalha internamente sempre nesse sistema pré-fixado, seja no
sistema em polegadas ou no sistema métrico, independentemente da entrada ser feita
em polegadas ou em milímetros.

G94/G95: Avanço F

O avanço F pode ser programado em mm/min ou em mm/rot. G95 (F em mm/rot) é


sempre a função básica.

G94: Avanço F em (mm/min)

G95: Avanço F em (mm/rot)

Inserção Automática de Chanfros e Raios

Pode ser inserido automaticamente um chanfro ou raio em cantos se no mesmo bloco


em que deve iniciar o chanfro ou raio for programado.

U -.... chanfro
U+.... Raio

Exemplos:

Chanfro Raio

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Y
X3, Y3 Y
U- X3, Y3
X2, Y2
X2, Y2
U+

X1, Y1 X1, Y1
X X

N... X2... Y2 U- N.....X...Y.....U....

N... X3... Y3... N....X3...Y3....

Nota: O valor de U- ou U deve ser menor ou igual a trajetória programada do mesmo


bloco.

Exemplo de programa de usinagem:


Y

N10 G00 G90 G42 X110. Y0. LF (P1)


N15 G01 Y60. U-20. LF (P2)

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N20 X80. U5. LF (P3)
N25 Y120. X70. U-5 LF (P4)
N30 X45. U5. LF (P5)
N35 Y200. X35. LF (P6)
N40 X0. LF (P7)
Funções de Comutação e Adicionais M, S, T, H
As funções de comutação e adicionais são sempre executadas no bloco em que elas
são programadas. Em cada bloco pode-se programar somente uma função S e uma T.
Palavra - S
A palavra - S pode ser utilizada opcionalmente como:
Rotação do fuso codificada;
Rotação do fuso em rpm
Velocidade de corte em m/min
Limite máximo de rotação
Não são possíveis formas de entrada diferentes para rotação e velocidade.

Palavra - T / Instrução de ferramenta

A instrução de ferramenta determina a ferramenta necessária (número da ferramenta)


para o segmento de usinagem e quais dados da ferramenta são válidos (número de
correção da ferramenta).

Endereço da instrução de ferramenta T 01 D01


Nº da ferramenta 00..08 1 a 2 dígitos
Nº do corretor da ferramenta (CF=>D)
(seleção do CF: 01...99)
(supressão da CF:00)

Nº da Correção da Ferramenta (CF): D


Sob um número de correção de ferramenta são introduzidos dados de correção de
ferramenta. Ao todo podem ser memorizados valores de correções para 99
ferramentas.

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Funções Miscelâneas ou Auxiliares

As Funções Auxiliares abrangem os recursos da máquina não cobertos pelas funções


anteriores. Estas funções têm formato M2 .

M00: Parada de programa

M01: Parada opcional do programa.

M02: Fim de programa.

M03: Sentido horário de rotação do eixo-árvore.

M04: Sentido anti-horário de rotação do eixo-árvore.

M05: Desliga o eixo-árvore.

M08: Liga óleo refrigerante

M09: Desliga óleo refrigerante

M17: Fim de sub-programa.

M30: Fim de programa principal.

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