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1º Pergunta de Partida
O objetivo da investigação é: Relacionar a vitimização de bullying com a existência de
sintomas, tais como, transtornos depressivos, de ansiedade, stress e ideação suicida
entre adolescentes de ambos os sexos.
Exploração
Transtornos depressivos;
Ansiedade;
Ideação e tentativa suicida.
Problemática
Após o estudo, concluiu-se que, de facto há uma correlação positiva entre ser vítima de
bullying e ter sintomas depressivos, ansiedade e stress. Os resultados indicam também
que 48,71% da amostra apresenta ideação suicida.
Além disso, verificou-se algumas diferenças nos construtos investigados em relação ao
género e à idade.
Relativamente ao género verificou-se que adolescentes do sexo feminino apresentam
mais sintomas de stress do que os adolescentes do sexo masculino.
Em relação à idade, verificou-se que, os adolescentes mais novos têm mais tendências a
ser vítimas de bullying do que os adolescentes mais velhos.
Participantes
Campo de análise: 117 estudantes de quatro escolas, uma privada e as restantes
públicas. Os alunos tinham idades compreendidas entre os 13 e 17 anos e faziam parte
do ensino básico e secundário. Apenas participaram os adolescentes que obtiveram
autorização dos pais por meio da assinatura de um Termo de Consentimento.
A partir dos dados sociodemográficos podemos concluir que:
71% (83 pessoas) são do sexo feminino;
67,5% (79 pessoas) são de cor branca;
99,1% (116 pessoas) são solteiros;
72,6% (85 pessoas) mora com os pais;
42% (49 pessoas) estão no 9º ano;
64,1% (75 pessoas) estão numa escola pública.
No que diz respeito ao tratamento de saúde mental:
34% dos alunos já realizaram psicoterapia;
7,7% já realizaram tratamento psiquiátrico;
19% já utilizaram algum tipo de medicação psiquiátrica;
8% continua a fazer.
Quanto aos psicofármacos utilizados:
6% faz uso de antidepressivos;
3% de ansiolíticos e estabilizadores de humor;
2% de indutores de sono;
1% de psicoestimulantes.
Modelo de análise
Este estudo teve um caracter quantitativo, transversal, descritivo e de correlação.
Os instrumentos utilizados foram
Questionário sociodemográfico;
Escala califórnia de vitimização do bullying;
Escala de depressão, ansiedade e stress em adolescentes;
Escala de ideação suicida.
Para além disso, a escala de depressão, ansiedade e stress avalia os níveis destes
transtornos a partir de sensações e comportamentos experienciadas nos últimos 7 dias,
esta escala inclui 21 itens nos quais o participante terá de indicar o nível do sintoma
numa escala de 0 = não aconteceu a 3 = aconteceu na maior parte do tempo.
Por último, existe a escala de ideação suicida, também com 21 itens entre 0 e 3 que
deteta a presença de pensamentos suicida e avalia tanto a extensão, como o planeamento
do mesmo. Isto significa que, quanto mais altos forem os resultados, maior será o risco
de ideação suicida.
Resultados
Quanto aos comportamentos de bullying serem intencionais e terem magoado,
conforme podemos ver na tabela 1, a maior parte dos adolescentes pontuou ser
deixado fora do grupo (41%), seguindo-se os rumores, boatos ou fofocas (30%) e,
posteriormente, provocação ou apelido por parte dos colegas (17%). Ao comparar
estes comportamentos entre géneros, podemos concluir que as meninas
apresentaram um número mais elevado nas perguntas “ouviste rumores, boatos ou
fofocas feitos nas tuas costas?”, “foste deixado fora do grupo ou ignorado pelos teus
colegas?” e “ouviste comentários sexuais ou gestos correspondentes dirigidos a ti?”.
No que toca à Escala de Ideação Suicida de Beck (BSI), os resultados mostram que 57
dos adolescentes, ou seja, 48,71% apresentam pensamentos suicidas. Quando
comparado por género, mais uma vez, o sexo feminino representa a maioria.
Discussão
Neste estudo verificou-se diferença entre género e idade.
No caso da idade, foi percebido que com o seu aumento, a vitimização referente ao
bullying tende a
diminuir, com outras palavras quanto mais idade verifica-se menos vítimas de bullying.
Onde este prevalece
em estudantes com idade inferior a 15 anos.
Sendo verificado cada vez mais cedo este tipo de comportamento, já que estudantes
mais velhos tendem a
saber defender-se melhor; tendo também em conta que os alunos mais novos tendem a
ter mais facilidade
em relatar a vitimização comparativamente com os mais velhos, sendo a escala é feita a
partir de
autorrelato.
Não esquecendo de referir, que sendo estes normalmente excluídos de grupos, o que
nestas idades é muito
importante para o adolescente a nível de desenvolvimento, de interação com outros
grupos e na
aprendizagem de novas regras e valores; que não seram possíveis com o afastamento
social que alunos
vítimas de bullying tendem a ter.
Já no caso do género, verificou-se que nestes casos, a violência física tende a ser
praticada por meninos e o
ataque verbal é mais recorrente nas meninas. Sendo estas diferenças relacionadas com
culturas e
brincadeiras dos mesmo, já que os meninos tendem a ter atividades que requerem o
físico e a mecânica e as
meninas com atividades relacionadas com interações sociais e verbais.
Também verificado um nível de ansiedade e stress mais elevado em meninas do que nos
meninos. No
entanto, deve-se ter em conta de que a amostra tem mais meninas do que meninos,
havendo a hipótese de
não haver diferença no nível de stress comparando os géneros.
Relativamente ao índice de suicídio que está relacionado com o bullying, este tende a
ser maior em idades
entre os 15 e 19 anos, que se justifica pela pressão psicológica que estes sofrem nessa
fase, vendo o suicídio
como forma de alívio.
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