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Uma das coisas que mais entristece o meu coração é ver pessoas lutando com
depressão e ansiedade. Mais dolorosa ainda é a realidade que muitos
adolescentes e jovens estão sofrendo desses males; isso é uma novidade
histórica. A luta é real e não podemos ter um tratamento simplista em nenhum
desses casos.
Um dos livros que me ajudou muito a pensar melhor sobre esse assunto,
principalmente em como ajudar pessoas nessa área, é o livro “depressão
espiritual” de Martyn Lloyd Jones. Escrito na década de sessenta, Lloyd Jones
usa uma abordagem puritana para o tema. Sua preocupação inicial são as
causas de uma depressão. Por mais que ele use palavras diferentes,
basicamente ele repete a tríplice puritana (causas):
Um outro livro que aborda essas três causas, usando a vida do famoso
pregador inglês do século XIX Charles Haddon Spurgeon, é “A depressão de
Spurgeon: a esperança realista em meio a angustia”, de Zack Esmine, Editora
FIEL. Poderíamos nos estender falando sobre essas causas, mas uma
pergunta sincera deve ser feita: quais seriam as causas circunstâncias, ou a
principal circunstância, que tem causado esse quadro depressivo em nossos
adolescentes e jovens? Podemos pensar em diferentes respostas, mas há uma
que podemos sugerir fortemente: o uso excessivo de smartphones e mídias
digitais, como mídias sociais, mensagens de texto e jogos.
Talvez pensemos que ninguém passaria cerca de “cinco horas por dia online”,
mas não é isso que nos mostra uma reportagem realizada pela CNN
americana. As crianças americanas, entre oito e doze anos, gastam em média
nove horas em mídias sociais.[5] As consequências na formação delas são
drásticas, pois a maioria divide seu tempo de aprendizado e tarefas escolares
com a interação em smartphones e tablets. Outras pesquisas demonstram que
crianças que passam mais de duas horas por dia interagindo com seus
celulares, tiveram resultados baixos em testes de linguagem e raciocínio. Mais
preocupante ainda, exames de ressonância demonstraram que crianças que
passam mais de sete horas por dia, apresentaram um afinamento prematuro no
córtex cerebral.[6] Teremos ainda que esperar algumas décadas para vermos
as comprovações científicas desses estudos, mas esses indícios nos servem
de alertas. Sem dúvida alguma, temos que considerar essa “causa
circunstancial” para as crises emocionais e distúrbios psicológicos (embora
existam outras).
O meu objetivo com esse artigo não é trazer conclusões nem soluções
precipitadas, mas pelo menos despertar o interesse em uma maior
investigação sobre essa “possível causa” para as ansiedades, crises e
depressões em nossos adolescentes e jovens. Essa é a minha obrigação como
pastor e acredito de todo cristão que é chamado a “aconselhar uns aos outros”
(Cl 3.16).
A crise de saúde mental parece ser um problema geracional, não algo que
afeta americanos de todas as idades. E isso, mais do que qualquer outra coisa,
pode ajudar os pesquisadores a descobrir por que está acontecendo.
É sempre difícil determinar as causas por trás das tendências, mas algumas
possibilidades parecem menos prováveis do que outras.
Mas houve uma mudança social na última década que influenciou a vida dos
adolescentes e jovens adultos de hoje mais do que qualquer outra geração: a
disseminação de smartphones e mídias digitais como mídia social, mensagens
de texto e jogos.
Seja qual for a causa, o aumento dos problemas de saúde mental entre
adolescentes e jovens merece atenção, não pode ser considerado um
"mito". Com mais jovens sofrendo - incluindo mais tentativas de suicídio e mais
suicídio - a crise de saúde mental entre os jovens americanos não pode mais
ser ignorada.