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Orientadores: Prof. Dr. Marcos Antônio da Silva e/ou Prof. Dr. Davide Giacobbo Scavo
Dourados – MS
2023
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2. RESUMO:
3. DELIMITAÇÃO DO TEMA:
O fenômeno denominado de “Onda rosa, maré rosa” (do inglês pink tide) foi usada
por Larry Rohter do jornal New York Times na América Latina para descrever a guinada
à esquerda, virada à esquerda ou pós-neoliberlismo que designava o período do início do
século XXI que pode ser definido no intervalo de tempo restrito de 1998 até 2006, mais
com alguns autores afirmando a ocorrência até 2015, o rosa foi usado em substituição a
cor vermelha usada em alusão ao socialismo, para indicar a ascensão dos ideais social-
democratas da época . Esse evento começou a surgir em contraposição a lideranças
políticas neoliberais e do Estado mínimo da década de 1990 e teve seu ápice no de 2008
em função da quantidade de governantes que estavam no poder. Vale ressaltar que o nome
“onda rosa” teve denominação nas políticas nacionais do Oeste-Europeu em 1990 com
representantes como o Primeiro-Ministro francês Lionel Jospin - Partido Socialista, e o
Primeiro-Ministro britânico Tony Blair - Partido Trabalhista (RIPE, 2020; (Bresser-
Pereira, 2006).
tornando uma nação industrializada e precisava de recursos para sua economia fazendo
parcerias com os governos da esquerda da América Latina que usaram o boom das
Commodities para suas políticas populistas. No entanto, muitos desses países receberam
financiamentos chinês sem nenhuma supervisão, o que gerou gastos excessivos por
alguns países da onda rosa. Na década de 2010 os preços das Commodities despencaram
e se tornaram ainda mais notáveis com a queda do mercado de ações da China
(2015/2016), e com ele levou a rejeição dos governos da esquerda. Isso se tornou ainda
mais forte com a morte de Hugo Chávez na Venezuela em 2013, que era a principal figura
da onda rosa, e foi substituído por um governo mais radial Nicolás Maduro (Wasserman,
2010).
A maré rosa teve seu ápice de declínio em 2015, pois havia mudado suas
características drasticamente. Sucessivamente, o candidato a presidente da esquerda na
Argentina Daniel Scioli perdeu as eleições, e em seguida, no Brasil tivemos o
impeachment da presidente Dilma Rousseff, e no Equador o sucessor de Rafael Corrêa,
Lenín Moreno mudou de posição e foi para a direita e em 2016, assim a onda rosa foi
derrotada por uma nova direita, mostrando o desmoronamento dos esquerdistas na região,
por motivos como a corrupção, desaceleração da economia chinesa e más decisões
econômicas, pois não diversificaram as economias, as políticas de bem-estar foram
insustentáveis e ainda, em alguns casos negligenciaram os comportamentos
democráticos, os quais deram precedentes a abertura do cenário político para novas
administrações com apoio popular apresentando fortes tendenciais político-ideológicas
guiadas por governos neoliberais, dando início a maré azul ou onda conservadora (Cunha
et. al., 2014).
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Guinada_%C3%A0_esquerda
A chamada nova onda rosa começou em 2018, com líderes do espectro político de
esquerda retornando à presidência no continente Latino-Americano, mostrando um novo
cenário político, isso tem em sua grande parte o fato de que os governos da direita não ter
na desigualdade, ou na mitigação da desigualdade a sua principal plataforma,
característica essa do mundo, pois a ideia central é gerar riqueza e não combater as
assimetrias sociais, no entanto, a direita não lidou bem com as consequências
socioeconômicas devastadoras impostas pela pandemia mundial (.
Na nova guinada da esquerda temos: uma nova esquerda com Gabriel Boric no
Chile e Gustavo Petro na Colômbia; uma esquerda populista como Andrés Manuel López
Obrador no México; uma esquerda tradicional na Argentina com Alberto Fernández, Luis
Arce na Bolívia e Xiomara Castro em Honduras; uma esquerda ditatorial com Nicolás
Maduro na Venezuela, Daniel Ortega na Nicarágua e Miguel Díaz-Canel em Cuba; além
de países como Peru com Dina Ercilia Boluarte Zegarra ex-vice presidente, que assumiu
o lugar de ex-presidente José Pedro Castillo Terrones em 2022 depois de seu
impeachment; e por último temos no Brasil o ex-presidente e também atual José Inácio
Lula da Silva em 2023.
https://www.dw.com/pt-br/onde-a-esquerda-est%C3%A1-no-poder-na-am%C3%A9rica-latina/a-
63599544
Observa-se que nos últimos tempos o voto dos latino-americanos tem sido
pendular, ou seja, da esquerda para direita e agora novamente para esquerda, isso se deu
num contexto de fúria com os políticos, devido a desigualdade social e estagnação
econômica e problemas ambientais, se agravando com o atual cenário mundial de uma
pandemia que mostra nitidamente o encurtamento da direita previsto, porque calhou estar
no poder na América Latina tendo um desgaste no gerir das sociedades durante esse
evento de pandemia mundial, mostrando ainda uma gestão mais desastrada, pois morreu
aqui mais gente que em outros continentes. A cada dia a ideologia política se torna menos
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Segundo Delgado (2022) as pessoas estão votando na nova esquerda porque viram
que sem um estado social forte e um olhar diferenciado ao ambiental, a sociedade não
sobreviverá aos feitos das pandemias e catástrofes climáticas, portanto a esquerda, sob o
ponto de vista programático, terá que demostrar que está à altura do desafio, pois como
dito vão enfrentar não apenas dilemas estruturais da desigualdade social no continente
agravados pela pandemia, como por exemplo a perda educacional enfrentada pelos
alunos, principalmente de escolas públicas que deixaram muitas sequelas, mas também
com a agenda imperativa das mudanças ambientais. Ainda segundo Delgado (2022) essa
nova conjuntura e a entrada da agenda da transição verde na pauta global, de forma
emergencial aumentaram os desafios dessa nova esquerda.
Para Lupion (2022) as eleições de Lula se somam agora a uma série de vitorias
progressistas na região, sendo a mais recentes, de uma sucessão de eleições para
presidentes esquerdistas com resultados positivos, somado a histórica vitória de Gustavo
Petro na Colômbia. Os desafios para os presidentes progressistas dessa nova era, será
conseguir entregar resultados aos seus eleitores e coordenarem iniciativas conjuntamente
uma vez que essa conjuntura política se mostra heterogênea a níveis regionais, embora
haja algumas perspectivas similares os contextos domésticos parecem mais definidores
do que um processo regional. E tão importante quanto, é o fato desses países serem de
cunho presidencialistas, portanto, a correlação de forças entre Executivo e Legislativo
influenciam a linha de cada presidente e sua negociação com o Congresso é fundamental
para definir se esses governantes serão mais vermelhos ou um tom mais ameno, o rosa.
sofreu impeachment no final do ano de 2022, além de Petro na Colômbia com 51,6%
sendo que o mais notável foi de Boric no Chile com 55,8%.
Eleito numa vitória apertada, Lula terá grandes desafios pela frente, tanto na área
econômica, como social e ambiental. Na economia terá que conciliar gastos sociais e
investimentos com o equilíbrio das contas públicas pós pandêmica, reverter cortes de
impostos adotados, como a redução do IPI de muitos produtos industrializados e os cortes
de PIS/cofins sobre o combustível que afetara de forma direta uma ramificação que move
a economia brasileira, os caminhoneiros. Já no Congresso vai precisar de muita
articulação para construir uma base de apoio para aprovar suas propostas, entre tanto,
enfrentará uma oposição forte de uma bancada bolsonarista eleita na Câmara e no Senado,
além de uma restrita relação com as forças armadas que tiveram papel de destaque no
governo passado, e como se não bastasse, Lula terá que lidar com uma população
profundamente dividida, com muitas manifestações desfavoráveis (Utida, 2023). O Brasil
terá o papel de se resgatar e servir de base de apoio para o equilíbrio regional da América
Latina, composta por 20 países, sendo que hoje destes, 12 são de esquerda.
4. JUSTIFICATIVA
A américa latina está passando por uma nova onda política de esquerda, diferente
da do início do século XXI, tanto em termo de globalização que vive um cenário mais
conflituoso, como um contexto pós pandemia mundial, onde temos o aumento da
desigualdade social e problemas deixados para serem resolvidos a longo prazo como o
caso da perda irreparáveis da educação nas escolas públicas, assim como uma esquerda
mais heterogênea, cuja onda rosa passada tinha uma identidade maior entre si do que a de
hoje, e uma menor coesão social, pois temos uma maior polarização das sociedades que
mostram mudanças significativas no modo de escolher seus candidatos.
Fonte: Ipea
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5. OBJETIVOS:
6. METODOLOGIA:
7. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES:
Elaboração do Jan./ Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
projeto/tese Mar.
1. Elaboração do X
projeto inicial
2. Revisão X X
bibliográfica e
fichamento de
textos
3. Localização e X
identificação das
fontes de obtenção
de dados e outros
documentos
4. analises dos X X X
documentos,
interpretações e
reinterpretações,
deduções e buscas
de novas fontes
onde pode se ter
confrontações de
ideias.
5. Redação do X X
trabalho final
6. Revisão da X
redação
7. Divulgação dos X
resultados ou
defesa pública (se
houver)
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8. BIBLIOGRAFIA:
CAVALCANTE, M. A. F. H.; et. al. Visão Geral da Conjuntura, 2022. Disponível em:
< https://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/index.php/category/sumario-executivo>.
Acessado em 20/01/2023.
https://www.univates.br/bduserver/api/core/bitstreams/966e3d94-fb72-484b-b38c-
e47551aa896a/content>. Acessado em: 15/01/2023.
UTIDA, M. Pesquisadoras dizem que Lula pode liderar a nova onda de esquerda na
América Latina. Site mídia ninja. Disponível em:
<https://midianinja.org/news/pesquisadoras-dizem-que-lula-pode-liderar-a-nova-onda-de-
esquerda-na-america-latina/>. Acessado em: 29/01/2023.