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Os países latino-americanos sofrem com a queda nos volumes e preços de suas exportações, a
deterioração dos termos de troca, a fuga de capitais estrangeiros e a redução de novos fluxos,
o desaparecimento de empréstimos e investimentos estrangeiros, o enfraquecimento das
capacidades de pagamento e importações, o maior peso dos serviços de dívida, perda de ouro
e divisas.
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cultural e ideológico. O modelo tradicional de desenvolvimento dependente apresenta suas
desvantagens e limites. A confiança em um grande futuro predestinado é substituída pela
incerteza.
As classes média e popular já não concordam passivamente; agora eles criticam e desafiam.
Grupos de jovens intelectuais, menos subordinados que seus antecessores, revivem e
reorganizam a vida cultural. Eles vão da literatura à crítica social e política. Eles falam contra o
cosmopolitismo, o materialismo cético, a educação dogmática, a asfixia cultural, a opressão e a
corrupção política, e contra a classe dominante e a principais grupos identificados como
culpados.
No que se refere à coerção social, o Estado se apresenta de forma mais intenso e explícito
como representante da sociedade e como árbitro entre e sobre aulas e grupos. Limita o poder
oligárquico tradicional e reforça o das classes médias. Ele canaliza, controla e manipula as
classes trabalhadoras e populares, através de uma combinação de concessões limitadas e
repressão sempre presente.
As forças armadas estão cada vez mais profissionalizadas e corporativas mais, e desenvolvem
uma propensão a desempenhar um papel político próprio que está começando a se efetivar
como função protetora da sociedade civil e do poder, com orientações sobretudo
conservadoras, mas também eventualmente reformistas.
O Estado amplia a oferta de educação, fornece-a e garante-a, com um sentido até certo ponto
de integração nacional, nivelamento social e secularização político-cultural.
Nas suas funções de organização coletiva e de política económica, o Estado é inspirado por
motivações e concepções nacionalistas e desenvolvimentistas, combinadas com um sentido
vagamente social que se cristaliza em uma vontade redistributiva. Defende o patrimônio
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nacional contra a excessiva penetração estrangeira; descreve um grau limitado de controle de
monopólio; promove as memórias potenciais de cada país (naturais, financeiras, humanas);
expande e protege o mercado interno. Através de melhorias relativas no emprego, renda e
condições de vida para as classes médias e alguns setores populares urbanos, o Estado abre
oportunidades econômicas; presta serviços sociais a um público relativamente amplo (nas
cidades); desenvolve ocupação burocrática público e um novo sistema de clientelismo e
clientelismo; conceder concessões, contratos públicos, privilégios, em favor de diferentes
grupos; exibe um interesse restrito e flutuante na indústria. Nestas funções, o Estado dá mais
ênfase à redistribuição da riqueza existente do que à na criação de uma nova.
Por outro lado, o intervencionismo estatal também aumenta como um conjunto de respostas
aos desafios e reajustes impostos pela busca pelo crescimento econômico, pela reestruturação
da economia sociedade agrária e rural, industrialização por substituição de importações,
hiperurbanização, mudanças na estratificação e mobilidade conflitos sociais, sociais e políticos,
as pressões das mobilizações democratizantes.
O I.S.I. é financiado por receitas das exportações, mas sobretudo e cada vez mais por causa da
dívida pública (externos e internos) e investimentos privados. Isso substitui, parcial e
imperfeitamente, a falta de um processo autônomo de poupança interna e investimento de
capital, e de tecnologia criada endogenamente.
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O I.S.I. aproveita certas vantagens comparativas, como a abundância e barateamento da mão
de obra, energia, alimentos e matérias-primas, e as do protecionismo estatal como vantagem
em si e condição crucial da existência e gozo daqueles vantagem.
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f) Transferência de recursos de alguns setores (v. gr. estatal e do setor agrário) ao privado-
industrial, através do subsídio de insumos (matérias-primas, energia, mercadorias e serviços)
para industrialização substituta.
Esse peso não vem apenas das funções socioeconômicas fundamentais. A estes se somam e
com eles se entrelaçam as funções, não apenas da repressão no sentido e tipo tradicional, mas
também e sobretudo todo o controle social e político, de arbitragem entre classes e grupos e
de gestão de conflitos e preservação da governança. Além disso, o Estado está adquirindo um
papel central e uma participação quase predominante nas funções de produção e distribuição
da cultura, ciência e tecnologia, serviços educacionais. Por último, mas não menos importante,
as funções da política internacional são relativamente modificadas nesta fase, no sentido de
uma maior reafirmação da autonomia e de um maior e melhor exercício de regulação e
mediação em as relações do respectivo país com a ordem político-econômica mundial,
especialmente no que diz respeito à crescente integração internacional. Tal Essas funções se
desdobram, por um lado, nas relações bilaterais e multilaterais, com a regulação dos
movimentos de comércio internacional, investimentos estrangeiros e financiamentos públicos
e privados. E, por outro lado, nos processos de integração latino-americana, que nesta fase
estão gerando o Mercado Comum Centro-Americano, o ALADI, o Pacto Andino e,
posteriormente, o Mercosul, e o Acordo de Livre Comércio entre México, Estados Unidos e
Canadá.
No caso do México, isso vem ocorrendo desde a Constituição de 1917 e suas posteriores
reformas, a mais recente nesse sentido —curiosamente sancionada já em meados do período
neoliberal— sobre Artigos 25 e 28, Diário Oficial de 3 de fevereiro de 1983. Vale lembrar a esse
respeito que esses artigos definem precisamente e vigoroso um perfil intervencionista do
Estado, especialmente nos seguintes termos:
“Da mesma forma, você pode participar sozinho ou com as redes sociais e privado, nos termos
da lei, para promover e organizar as áreas prioridades de desenvolvimento”.
E) Apoio estatal e promoção de empresas nos setores sociais e privado da economia, “sob
critérios de equidade e produtividade social, e submetendo-os às modalidades ditadas pelos
interesses público e ao uso, em benefício geral, dos recursos produtivos, cuidando de sua
conservação e do meio ambiente”.
Os reajustes envolveram tentativas difíceis de fornecer respostas adequado para uma série de
dilemas, como o seguinte.
1) Exercício, alcance e limites da soberania nacional para o desenvolvimento (v. gr. regulação
do comércio internacional e investimento estrangeiro) vs. as exigências de uma abertura
crescente ao que externo.