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Augusto Casoni Quinellato - 16604022 - 0
Augusto Casoni Quinellato - 16604022 - 0
Atividades:
“alviducas” (linha 3, p. 329, Atalaya): não encontrado nos três dicionários indicados.
“hy∫lopo” (linha 36, p. 329, Atalaya): não encontrado nos três dicionários indicados.
“arratel” (linha 18, p. 330, Atalaya): s. m. || antigo peso de 16 onças ou 459,5 gramas;
libra. || (Flex.) Pl.: arráteis Alguns arráteis de simonte para cada mês. (Camilo, Filha
do,Dr. Negro, p. 25, 2ª ed.) [Ant. e pop. arratens.] F. ár. Ar-ratl (libra, peso). – Dicionário
Aulete Digital.
“verdete” (linha 36, p. 330, Atalaya): 1. Pop. Nome comum do acetato de cobre devido a
sua cor verde.
2. O mesmo que azinhavre.
3. Agr. Certa casta de uvas. – Dicionário Aulete Digital.
“alquetira” (linha 53, p. 329, Atalaya): alquitira - Raphael Bluteau - página 282.
“∫ecos em o forno” – linha 33 da pág. 329. – O uso de “em o” parece preceder a junção
de preposição e artigo em “no”.
“vivião” – linha 87 da pág. 330 – “Vivião”, apesar da terminação em “ão”, o que nos
indica futuro, no texto parece indicar pretérito o pretérito: “viviam”, como usamos hoje
em dia.
“ajuntareis” – linha 54 da pág. 331 – Junção de “a” com “juntareis”.
“grão be∫ta” – linha 70 da pág. 331 – Parece ser “grande besta”, o que denota uma
mudança no vocábulo “grande”.
“agua commua” – linha 90 da pág. 331 – Denota uma possível mudança da relação de
gênero que há hoje em dia com o uso do adjetivo “comum” que não varia em relação ao
substantivo. Hoje usaríamos “água comum”.
“pó” (pág. 331, linha 53), “pò” (pág. 331, linha 78) e “po” (pág. 330, linha 95).
“dès” (pág. 330, linha 103) e “des” (pág. 331, linha 73).
“não” (pág. 331, linha 72) e “nam” (pág. 331, linha 17).
“tigela” (pág. 331, linha 31) e “tigella” (pág. 331, linha 27).
“oytaya” (pág. 330, linha 98) e “oytava” (pág. 331, linha 61).
UFRGS - Instituto de Letras
Disciplina LET 3378 - Introdução à Linguística Histórica - Turma A
semestre 2022/2
Aluno: Augusto Casoni Quinellato - 00326611
Atividades:
“alviducas” (linha 3, p. 329, Atalaya): não encontrado nos três dicionários indicados.
“hy∫lopo” (linha 36, p. 329, Atalaya): não encontrado nos três dicionários indicados.
“arratel” (linha 18, p. 330, Atalaya): s. m. || antigo peso de 16 onças ou 459,5 gramas;
libra. || (Flex.) Pl.: arráteis Alguns arráteis de simonte para cada mês. (Camilo, Filha
do,Dr. Negro, p. 25, 2ª ed.) [Ant. e pop. arratens.] F. ár. Ar-ratl (libra, peso). –
Dicionário Aulete Digital.
“verdete” (linha 36, p. 330, Atalaya): 1. Pop. Nome comum do acetato de cobre devido
a sua cor verde.
2. O mesmo que azinhavre.
3. Agr. Certa casta de uvas. – Dicionário Aulete Digital.
“alquetira” (linha 53, p. 329, Atalaya): alquitira - Raphael Bluteau - página 282.
“∫ecos em o forno” – linha 33 da pág. 329. – O uso de “em o” parece preceder a junção
de preposição e artigo em “no”.
“vivião” – linha 87 da pág. 330 – “Vivião”, apesar da terminação em “ão”, o que nos
indica futuro, no texto parece indicar pretérito o pretérito: “viviam”, como usamos hoje
em dia.
“ajuntareis” – linha 54 da pág. 331 – Junção de “a” com “juntareis”.
“grão be∫ta” – linha 70 da pág. 331 – Parece ser “grande besta”, o que denota uma
mudança no vocábulo “grande”.
“agua commua” – linha 90 da pág. 331 – Denota uma possível mudança da relação de
gênero que há hoje em dia com o uso do adjetivo “comum” que não varia em relação ao
substantivo. Hoje usaríamos “água comum”.
“pó” (pág. 331, linha 53), “pò” (pág. 331, linha 78) e “po” (pág. 330, linha 95).
“dès” (pág. 330, linha 103) e “des” (pág. 331, linha 73).
“não” (pág. 331, linha 72) e “nam” (pág. 331, linha 17).
“tigela” (pág. 331, linha 31) e “tigella” (pág. 331, linha 27).
“oytaya” (pág. 330, linha 98) e “oytava” (pág. 331, linha 61).
UFRGS - Instituto de Letras
Disciplina LET 3378 - Introdução à Linguística Histórica - Turma A ou B
semestre 2022/2
Aluno: Augusto Casoni Quinellato – 00326611
<329>
<texto na coluna esquerda>
G
[1] dio quinze dias depois do doente ter [2] tomado nove vezes em dias alternados <alter-
nados> [3] as minhas pirolas curvianas alviducas <alvi-ducas> [4] em quantidade de
quatro e∫cropulos < e∫-cropulos> [5] para cada dia.
[6] O pò do coraçam de duas toupeyras <toupey-ras> [7] dado por três dias em quatro
onças <on-ças> [8] de agua cozida com raiz de peônia <pe-onia> [9] colhida na
verdadeyra fezaô,como < fezaô,co-mo> <acento circunflexo ou mancha?> [10] jà di∫∫e ,
ou em agua de cereyjas [11] negras, ou de Filia, ou de lirio convallium <conval-lium>
[12] , he remedio, que excede a outros <ou-tros> [13] muytos na virtude. Tomay huma
<hu-ma> [14] onça de raizes de valeriana agre∫te, < agre∫-te,> [15] outra onça dos o∫∫os
do e∫pinhaço [16] do rabo da lebre , & outra dos o∫∫os [17] dos calcanhares da me∫ma
lebre ; tudo <tu-do> [18] ∫e faça em pó, & de∫tes pós mi∫turados <mi∫tu-rados> [19] dareis
ao doente quinze dias [20] dous e∫cropulos em quatro onças de [21] agua de cardo ∫anto.
E∫te remedio [22] aproveytarà por modo de milagre, [23] com tal condiçam, que o doente
tenha <te-nha> [24] tomado nove dias alternados [25] quatro e∫cropulos das minhas
pirolas <piro-las> [26] curvianas alviducas. Tanto, que [27] der o acidente, mettereis na
boca do [28] enfermo humas pedras de ∫al bem [29] gro∫∫o, & acudirà muyta quantidade
[30] de baba,& ∫aliva à boca attrahida pelo <pe-lo> [31] ∫al, & pa∫larà o accidente. [32]
Tomay o e∫pinhaço , & o∫las de [33] huma doninha, & ∫ecos em o forno [34] os fareis em
pó , & dareis cada dia [35] meya ovtava delles ao doente de gotta <got-ta> [36] coral em
lambedor de hy∫lopo, [37] continuando e∫te remedio vinte dias [38] em jejum, & vereis
hum e∫∫eyto maravilhozo, <ma-ravilhozo,> [39] com tal condiçam, que o
<texto na coluna direita>
[40] doente tenha tomado cinco , ou ∫eis [41] vezes em dias alternados as pirolas [42]
curvianas alviducas, em quantidade [43] de quatro e∫cropulos. De folhas de [44] cardo
fanto <não sei se ∫ ou f> colhido no principio de [45] Junho,& das tunicas, que dividem
as [46] pernas das nozes, de cada couza de∫tas <de∫-tas> [47] huma onça,de folhas de
prata bem [48] moidas na pedra em que os Boticarios <Botica-rios> [49] moem o coral,
& os aljofes três [50] oytavas, de almi∫car outras tres oytavas,de <oyta-vas,de> [51] coral
bem preparado meya onça <on-ça> [52] ; tudo ∫e incorpore com agua de [53] alquetira
gro∫∫a , & ∫e formem pa∫tilhas < pa∫ti-lhas> [54] , que depois de ∫ecas à ∫ombra ∫e [55]
guardem para ∫emelhantes accidentes, [56] que ∫am muyto proveytozas. A [57]
quantidade, que ∫e dà para cada vez, [58] ∫am dous e∫cropulos , dezatados em [59] quatro
onças de cozimento de mangerona <man-gerona> [60] , continuando e∫te remedio [61]
doze dias em jejum,∫e tiraràó os accidentes <acci-dentes> [62] , com tal condiçam , que
o [63] doente tenha tomado nove vezes em [64] dias alternados as minhas pirolas [65]
curvianas alviducas, tomando quatro <qua-tro> [66] e∫cropulas dellas de cada vez. E∫tas
<E∫-tas> [67] pirolas ∫e acharàó em minha caza [68] depois de minha morte , aos pobres
[69] ∫e <não sei se é f ou ∫> daràó de graça, os ricos as pagaràó [70] por ∫eu ju∫to preço ,
& bons effeytos [71] que fizerem. [72] Depois, que inventey a ma∫∫a curviana <cur-viana>
[73] contra os accidentes de gotta [74] coral,nam fiz cazo de outro remedio [75] a∫∫im
pela excellencia de∫te , como [76] pelos muytos doentes, que com elle [77] tenho curado,
como os curiozos poderàó <po-deràó> [78] ver na minha Polyanthea da [79] Ee iij ter-
<330>
<texto na coluna esquerda>
G
[80] terceyra impre∫∫aõ <não sei se til ou acento agudo> no trat.2.cap.9.pag. [81] 68. Do
num. 34. atè 50. aonde acharàó [82] nomesdos vinte & cinco doentes, [83] que depois de
deyxados dos Medicos [84] por incuraveis, os curey com a ma∫∫a [85] curviana, & o que
mais he, que não [86] vi aos taes doentes , porque muytos [87] vivião em terras aonde eu
não fuy, [88] nem podia ir , porque dos taes doentes <doen-tes> [89] vivião huns em
Ca∫tella,outros no [90] Algarve, outros em Angola, outros [91] na Beyra, outros no Alem-
tejo àlem [92] dos,que curey ne∫ta Corte. Tomay de [93] e∫terço de pavam macho,& de
pó das [94] tunicas, que dividem as pernas das [95] nozes , de po do e∫pinhaço da doninha,
<doni-nha,> [96] & de cranio humano, de cada [97] couza de∫tas huma onça;tudo ∫e faça
[98] em pó , do qual ∫e darà cada dia oytaya <oy-taya> [99] & meya mi∫turado com huma
[100] onça de xarope de hyflopo <ou talvez hy∫∫opo> , com tal [101] condiçam, que o
doente e∫teja primeyro <pri-meyro> [102] purgado com a ma∫∫a curviana <cur-viana>
[103] alviduca , tomada nove, ou dès [104] vezes em dias alternados.
[1] O oleo de pao de buxo, ou de aveleyra <aveley-ra> [2] feyto per de∫cen∫um, he
remedio tão [3] decanaco , que Martim Rullando [4] nam uzava de outra medicina , por
[5] ∫aber, que e∫ta era infallivel. A quantidade <quan-tidade> [6] , que ∫e dà de∫te oleo,
∫am nove <no-ve> [7] , ou dès gotas em caldo de frangam;mas <fran-gam;mas> [8] he
nece∫∫ario, que qualquer [9] de∫tes oleos ∫eja feyto por Boticario [10] perito na Arte
chymica, para os ∫aber [11] fazer per de∫cen∫um , & que não engane <enga-ne>
[12] aos doentes, entendendo,que ba∫ta <ba∫-ta> [13] ∫erver e∫tes paos em azeyte ,
de∫tillado; <de∫til-lado;> [14] que a ignorancia, ou ambicam [15] he capaz de fazer
∫emelhantes enganos <enga-nos> [16] , que ao dar da conta ∫aberàm [17] quanto lhe haõ
de cu∫tar. De verdete [18] calcinado arratel, & meyo, de pò futili∫∫imo <fu-tili∫∫imo> [19]
de ca∫co de caveyra de homem, <ho-mem,> [20] que nam fo∫∫e enterrado, nem [21]
morre∫∫e de doença, mas em guerra, [22] ou enforcado, duas onças, das aparas [23] dos
ca∫cos do burro quando o ferrão, [24] outras duas onças; tudo ∫e faça em pó [25] ∫util, &
em huma recorra de vidro e∫teja <e∫-teja> [26] de infuzam quatro dias com dous [27]
quartilhos de e∫pirito de vinho muyto <muy-to> [28] rectificado , & no fim dos quatro
[29] dias ∫e de∫tille , & ∫ahirà hum oleo de [30] fedor in∫oportavel , mas de virtude [31]
∫ingular; de∫te oleo ∫e darà ao doente [32] de doze atè vinte pingas mi∫turadas [33] em tres
onças de agua de cereyjas negras, <ne-gras,> [34] ou de lirio convallium, ou de [35] cardo
∫anto. O modo de calcinar o [36] verdete ∫e acharà em Dio∫corides pag. [37] 531.cap.51.
E∫te remedio he louvadi∫∫imo. <louva-di∫∫imo.> [38] A opiada de Montagnana dada [39]
por hum mez,em quantidade de duas [40] oytavasatètres , obra e∫∫eytos e∫tupendos. <e∫tu-
pendos.> [41] Veja-∫e a ∫ua compoziçam, [42] em Riverio no capitulo da gotta coral. <co-
ral.> [43] Degollareis huma doninha, & tomareis <to-mareis> [44] o ∫angue della em
huma tigela <tige-la> [45] de fogo virgem, [ quero dizer, na [46] qual nam deyta∫∫em
ainda agua, nem [47] outra couza, ] & e∫ta tigela nam ∫eja [48] vidrada,paraque o barro
virgem chupe <chu-pe> [49] o ∫oro do ∫obredito ∫angue , & como <co-mo>
<331>
<texto na coluna esquerda>
G
[50] mo e∫tiver enxuto , farei o tal ∫angue <∫an-gue> [51] em talhadinhas delgadas , & o
[52] deyxareis ∫ecar muyto bem , de ∫órte, [53] que ∫e po∫∫aó fazer em pó ; a e∫te pó [54]
ajuntareis outra tanta quantidade das [55] tunicas , que dividem as pernas das [56] nozes,
& com huma migalha de coral <co-ral> [57] preparado, & agua de alquetira ∫e [58] forme
huma ma∫∫a , de que ∫e faràó [59] pa∫tilhas, que depois de bem ∫ecas ∫e [60] guardem.
De∫te remedio polvorizado <polvorizado> [61] ∫e dará meya oytava cada dia em [62]
jejum, por e∫paço de nove dias , em [63] huma colher de xarope de ∫tecados, [64] ou de
hy∫∫opo, e∫tando o doente purgado <pur-gado> [65] cinco, ou ∫eis vezes com as pirolas
<pi-rolas> [66] curvianas. O pó do ca∫co da caveyra <ca-veyra> [67] de homem , que
morre∫∫e na [68] guerra, ou affogado, & não de doença,mi∫turado <doen-ça,mi∫turado>
[69] com igual quantidade, [70] de pó da unha do grão be∫ta, ou em [71] falta da tal unha
com o pó da unha [72] do burro,que não e∫teja com o cio,he [73] prodigiozo remedio,
dando-o des, ou [74] doze vezes depois do doente ter tomado <to-mado> [75] nove , ou
dàs vezes as minhas [76] pirolas curvianas alviducas em dias [77] alternados. Devtay
meya onça de [78] alambre branco feyto em pò muyto [79] fino, dentro de huma tigela da
India, [80] & emcima do tal alambre deytay [81] quatro onças de e∫pirito de vinho
rectificado,& < rec-tificado,&> [82] ∫e cubra a tigela atè, que o [83] e∫pirito de vinho
tome em ∫i a tinctura <tinctu-ra> [84] do alambre , & evaporando ∫e então <en-tão> [85]
huma parte, ∫eguarde o re∫tante [86] em vazo bem tapado , & de∫te licor [87] dareis ao
doente doze ou quinze gottas <got-tas> [88] cada dia , mi∫turado com tres onças <on-ças>
[89] de agua de cardo ∫anto , ou de cereyjas <ce-reyjas> [90] negras , ou em agua commua,
[91] cozida com raizes de Valeriana agre∫te. <agre∫-te.>
<332>
<texto na coluna esquerda>
G
[35] fixos da tamargueyra,lo∫na, & de todos <to-dos> [36] os pado, & ervas, que Deos
ciou [37] para remedio da ∫aude.
UFRGS - Instituto de Letras
Disciplina LET 3378 - Introdução à Linguística Histórica - Turma A ou B
semestre 2022/2
Aluno: Augusto Casoni Quinellato – 00326611
<329>
<texto na coluna esquerda>
G
[1] dio quinze dias depois do doente ter [2] tomado nove vezes em dias alternados
<alter-nados> [3] as minhas pirolas curvianas alviducas <alvi-ducas> [4] em quantidade
de quatro e∫cropulos < e∫-cropulos> [5] para cada dia.
[6] O pò do coraçam de duas toupeyras <toupey-ras> [7] dado por três dias em quatro
onças <on-ças> [8] de agua cozida com raiz de peônia <pe-onia> [9] colhida na
verdadeyra fezaô,como < fezaô,co-mo> <acento circunflexo ou mancha?> [10] jà di∫∫e ,
ou em agua de cereyjas [11] negras, ou de Filia, ou de lirio convallium <conval-lium>
[12] , he remedio, que excede a outros <ou-tros> [13] muytos na virtude. Tomay huma
<hu-ma> [14] onça de raizes de valeriana agre∫te, < agre∫-te,> [15] outra onça dos o∫∫os
do e∫pinhaço [16] do rabo da lebre , & outra dos o∫∫os [17] dos calcanhares da me∫ma
lebre ; tudo <tu-do> [18] ∫e faça em pó, & de∫tes pós mi∫turados <mi∫tu-rados> [19]
dareis ao doente quinze dias [20] dous e∫cropulos em quatro onças de [21] agua de
cardo ∫anto. E∫te remedio [22] aproveytarà por modo de milagre, [23] com tal condiçam,
que o doente tenha <te-nha> [24] tomado nove dias alternados [25] quatro e∫cropulos
das minhas pirolas <piro-las> [26] curvianas alviducas. Tanto, que [27] der o acidente,
mettereis na boca do [28] enfermo humas pedras de ∫al bem [29] gro∫∫o, & acudirà
muyta quantidade [30] de baba,& ∫aliva à boca attrahida pelo <pe-lo> [31] ∫al, & pa∫larà
o accidente. [32] Tomay o e∫pinhaço , & o∫las de [33] huma doninha, & ∫ecos em o
forno [34] os fareis em pó , & dareis cada dia [35] meya ovtava delles ao doente de
gotta <got-ta> [36] coral em lambedor de hy∫lopo, [37] continuando e∫te remedio vinte
dias [38] em jejum, & vereis hum e∫∫eyto maravilhozo, <ma-ravilhozo,> [39] com tal
condiçam, que o
<330>
<texto na coluna esquerda>
G
[80] terceyra impre∫∫aõ <não sei se til ou acento agudo> no trat.2.cap.9.pag. [81] 68. Do
num. 34. atè 50. aonde acharàó [82] nomesdos vinte & cinco doentes, [83] que depois
de deyxados dos Medicos [84] por incuraveis, os curey com a ma∫∫a [85] curviana, & o
que mais he, que não [86] vi aos taes doentes , porque muytos [87] vivião em terras
aonde eu não fuy, [88] nem podia ir , porque dos taes doentes <doen-tes> [89] vivião
huns em Ca∫tella,outros no [90] Algarve, outros em Angola, outros [91] na Beyra,
outros no Alem-tejo àlem [92] dos,que curey ne∫ta Corte. Tomay de [93] e∫terço de
pavam macho,& de pó das [94] tunicas, que dividem as pernas das [95] nozes , de po do
e∫pinhaço da doninha, <doni-nha,> [96] & de cranio humano, de cada [97] couza de∫tas
huma onça;tudo ∫e faça [98] em pó , do qual ∫e darà cada dia oytaya <oy-taya> [99] &
meya mi∫turado com huma [100] onça de xarope de hyflopo <ou talvez hy∫∫opo> , com
tal [101] condiçam, que o doente e∫teja primeyro <pri-meyro> [102] purgado com a
ma∫∫a curviana <cur-viana> [103] alviduca , tomada nove, ou dès [104] vezes em dias
alternados.
[1] O oleo de pao de buxo, ou de aveleyra <aveley-ra> [2] feyto per de∫cen∫um, he
remedio tão [3] decanaco , que Martim Rullando [4] nam uzava de outra medicina , por
[5] ∫aber, que e∫ta era infallivel. A quantidade <quan-tidade> [6] , que ∫e dà de∫te oleo,
∫am nove <no-ve> [7] , ou dès gotas em caldo de frangam;mas <fran-gam;mas> [8] he
nece∫∫ario, que qualquer [9] de∫tes oleos ∫eja feyto por Boticario [10] perito na Arte
chymica, para os ∫aber [11] fazer per de∫cen∫um , & que não engane <enga-ne>
[12] aos doentes, entendendo,que ba∫ta <ba∫-ta> [13] ∫erver e∫tes paos em azeyte ,
de∫tillado; <de∫til-lado;> [14] que a ignorancia, ou ambicam [15] he capaz de fazer
∫emelhantes enganos <enga-nos> [16] , que ao dar da conta ∫aberàm [17] quanto lhe haõ
de cu∫tar. De verdete [18] calcinado arratel, & meyo, de pò futili∫∫imo <fu-tili∫∫imo>
[19] de ca∫co de caveyra de homem, <ho-mem,> [20] que nam fo∫∫e enterrado, nem [21]
morre∫∫e de doença, mas em guerra, [22] ou enforcado, duas onças, das aparas [23] dos
ca∫cos do burro quando o ferrão, [24] outras duas onças; tudo ∫e faça em pó [25] ∫util, &
em huma recorra de vidro e∫teja <e∫-teja> [26] de infuzam quatro dias com dous [27]
quartilhos de e∫pirito de vinho muyto <muy-to> [28] rectificado , & no fim dos quatro
[29] dias ∫e de∫tille , & ∫ahirà hum oleo de [30] fedor in∫oportavel , mas de virtude [31]
∫ingular; de∫te oleo ∫e darà ao doente [32] de doze atè vinte pingas mi∫turadas [33] em
tres onças de agua de cereyjas negras, <ne-gras,> [34] ou de lirio convallium, ou de [35]
cardo ∫anto. O modo de calcinar o [36] verdete ∫e acharà em Dio∫corides pag. [37]
531.cap.51. E∫te remedio he louvadi∫∫imo. <louva-di∫∫imo.> [38] A opiada de
Montagnana dada [39] por hum mez,em quantidade de duas [40] oytavasatètres , obra
e∫∫eytos e∫tupendos. <e∫tu-pendos.> [41] Veja-∫e a ∫ua compoziçam, [42] em Riverio no
capitulo da gotta coral. <co-ral.> [43] Degollareis huma doninha, & tomareis <to-
mareis> [44] o ∫angue della em huma tigela <tige-la> [45] de fogo virgem, [ quero
dizer, na [46] qual nam deyta∫∫em ainda agua, nem [47] outra couza, ] & e∫ta tigela nam
∫eja [48] vidrada,paraque o barro virgem chupe <chu-pe> [49] o ∫oro do ∫obredito
∫angue , & como <co-mo>
<331>
<texto na coluna esquerda>
G
[50] mo e∫tiver enxuto , farei o tal ∫angue <∫an-gue> [51] em talhadinhas delgadas , & o
[52] deyxareis ∫ecar muyto bem , de ∫órte, [53] que ∫e po∫∫aó fazer em pó ; a e∫te pó [54]
ajuntareis outra tanta quantidade das [55] tunicas , que dividem as pernas das [56]
nozes, & com huma migalha de coral <co-ral> [57] preparado, & agua de alquetira ∫e
[58] forme huma ma∫∫a , de que ∫e faràó [59] pa∫tilhas, que depois de bem ∫ecas ∫e [60]
guardem. De∫te remedio polvorizado <polvorizado> [61] ∫e dará meya oytava cada dia
em [62] jejum, por e∫paço de nove dias , em [63] huma colher de xarope de ∫tecados,
[64] ou de hy∫∫opo, e∫tando o doente purgado <pur-gado> [65] cinco, ou ∫eis vezes com
as pirolas <pi-rolas> [66] curvianas. O pó do ca∫co da caveyra <ca-veyra> [67] de
homem , que morre∫∫e na [68] guerra, ou affogado, & não de doença,mi∫turado <doen-
ça,mi∫turado> [69] com igual quantidade, [70] de pó da unha do grão be∫ta, ou em [71]
falta da tal unha com o pó da unha [72] do burro,que não e∫teja com o cio,he [73]
prodigiozo remedio, dando-o des, ou [74] doze vezes depois do doente ter tomado <to-
mado> [75] nove , ou dàs vezes as minhas [76] pirolas curvianas alviducas em dias [77]
alternados. Devtay meya onça de [78] alambre branco feyto em pò muyto [79] fino,
dentro de huma tigela da India, [80] & emcima do tal alambre deytay [81] quatro onças
de e∫pirito de vinho rectificado,& < rec-tificado,&> [82] ∫e cubra a tigela atè, que o [83]
e∫pirito de vinho tome em ∫i a tinctura <tinctu-ra> [84] do alambre , & evaporando ∫e
então <en-tão> [85] huma parte, ∫eguarde o re∫tante [86] em vazo bem tapado , & de∫te
licor [87] dareis ao doente doze ou quinze gottas <got-tas> [88] cada dia , mi∫turado
com tres onças <on-ças>
<texto na coluna direita>
[1] Dar onze vezes em dias alternados [2] meya oytava de pó de raiz de pyrethro <pyre-
thro> [3] , mi∫turado com huma migalha [4] de mel, bebendo-lhe em riba huma [5]
chicara de agua cozida com folhas de [6] mangerona, he∫egredo, que parece [7] divino.
Jàques da Co∫ta morador aos [8] cubertos no arco chamado dos e∫pinhos,& <e∫pi-
nhos,& > [9] toda a ∫ua caza pódem ∫er te∫timunhas <te∫-timunhas> [10] da virtude
de∫te remedio. [11] O ∫al da roupeyra dado quinze , ou [12] vinte dias em quantidade de
dous e∫cropulos, <e∫-cropulos,> [13] mi∫turados com tres onças [14] de agua de cereyjas
negras,he admirável <admira-vel> [15] remedio para a gotta coral,& porque <por-que>
[16] nem todos ∫abem como ∫e faz o [17] dico ∫al , & por e∫∫a razam nam puderam
<pude-ram> [18] uzar do dito remedio ,lhes quero [19] fazer e∫∫e ∫erviço dizendo-lhes,
que ∫e [20] faz queymando quatro , ou ∫eis toupeyras <tou-peyras> [21] dentro de huma
tigela de fogo [22] fòrte atè que ∫e façaõ em cinza,& e∫ta [23] cinza ∫e porà a ferver em
meya canada <cana-da> [24] de agua commua por tempo de [25] meya hora , &
tirando-∫e entam a tigela <ti-gela> [26] do fogo ∫e coe aquella agua , ou [27] ∫enrrada,
para outra tigella de fogo [28] vidrada, & ∫e porá ∫obre o fogo a ferver <fer-ver> [29] atè
que a agua ∫e evapore , & con∫uma <con-∫uma> [30] toda, & o que ficar no fundo da
[31] tigela,he o ∫al fixo das toupeyras, que [32] he o remedio prezentaneo para a gotta
<got-ta> [33] coral : & de∫te modo ∫e tiraraõ os ∫ais [34] fixos
<332>
<texto na coluna esquerda>
G
[35] fixos da tamargueyra,lo∫na, & de todos <to-dos> [36] os pado, & ervas, que Deos
ciou [37] para remedio da ∫aude.