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COMO A REALIDADE VIRTUAL PODE AJUDAR A MINIMIZAR

OS CUSTOS E AUMENTAR A QUALIDADE DOS


TREINAMENTOS EM SIMULADORES DE VOO
Aline Pereira da Silva - alineuol@hotmail.com
Lucas Liutkevicius da Silva – lucasliutkevicius484@gmail.com
Marcelo Barbosa dos Anjos Clara – marcelo.anjos.clara@gmail.com
Marcelo Silva Oliveira (Orientador) –

RESUMO

A tecnologia tem se mostrado uma grande aliada para contribuir com a evolução operacional
e proficiência de profissionais em diversos setores, incluindo a sua aplicação em treinamentos de
diferentes áreas como por exemplo no treinamento de pilotos.

Palavras-chave: Realidade Virtual. Simulador de Voo. Treinamento em Simuladores.

HOW VIRTUAL REALITY CAN HELP MINIMIZE COSTS AND


INCREASE THE QUALITY OF TRAINING IN FLIGHT
SIMULATORS
ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO

No setor aeroespacial, por exemplo, como mostra (COSTA, 2008) em 1910 foi observada a
necessidade de se desenvolver os primeiros simuladores de voo que pudessem favorecer a
adaptação dos pilotos às diferentes configurações das aeronaves, estes simuladores eram
construídos sem a utilização de qualquer dispositivo eletrônico apenas com a utilização de barril e
que era comandado mecanicamente pelos instrutores de voo. Com o passar dos anos e avanço da
tecnologia esses simuladores foram aprimorados e neles foram introduzidos dispositivos eletrônicos
já que o uso de simuladores de voo foi se mostrando ao longo do tempo fundamental para a
formação e aprimoramento dos pilotos.

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Fotografia 1 – Primeiro simulador de voo

Fonte: Força Aérea Brasileiro – Museu Aeroespacial


Posteriormente entre 1927 e 1929 nasceu o simulador chamado Link Trainer. O simulador
alcançou grande sucesso, cujo seu criador era Edwin Link, filho de um empresário proprietário da
Piano Link and Organ Company, localizada em Binghamton, Nova York. O Link Trainer foi
produzido com base nos mecanismos pneumáticos utilizados em pianos e órgãos. Sua principal
inovação era uma bomba de sucção acionada eletricamente, instalada na base fixa, que alimentava
várias válvulas de controle operadas pela vara do leme. Além disso, outro dispositivo acionado por
motor gerava uma sequência repetida de perturbações de atitude.
Esse simulador convenceu os militares sobre a viabilidade de realizar voos "às cegas",
apenas com o uso de instrumentos, levando-os a adquirir seis treinadores e fazer novas solicitações.
Durante a Segunda Guerra Mundial, mais de 10.000 unidades foram produzidas, equipando os
Estados Unidos e seus países aliados, incluindo o Brasil. Esses simuladores dominaram o setor de
treinamento militar (MACHADO, 2016).
Fotografia 2 – Simulador Link Trainer

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Fonte: Força Aérea Brasileiro – Museu Aeroespacial
A aviação é um setor que atualmente dado o nível de evolução e consequentemente
complexidade das aeronaves exige alto nível de especialização e qualificação dos profissionais que
atuam na área. No caso dos pilotos, a formação requer habilidades específicas, incluindo o
conhecimento de procedimentos e protocolos a serem seguidos, estes por muitas vezes devem ser
treinamentos exaustivamente até que se obtenha a memorização dos procedimentos a serem
seguidos, além disso a capacidade de tomar decisões rápidas e precisas em situações adversas que
exigem constante treinamento para se manter a proficiência.
Para isso o treinamento de pilotos com simuladores de voo é amplamente utilizado para
fornecer uma simulação segura e controlada de situações que ocorrem durante os voos reais, além
da redução do impacto ambiental e de riscos associados a treinamentos em aeronaves reais, como o
risco de acidentes e a emissão de gases poluentes temos fatores que não podem ser controlados pelo
homem em um voo real, como por exemplo meteorologia e horário.
Outro aspecto importante dos simuladores diz respeito a segurança operacional de voo,
atualmente, considerando os dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (Cenipa), aproximadamente 40% dos acidentes ocorridos com aeronaves estão
relacionados com aviações particulares, esse fato ocorre porque 80% das frotas de aeronaves no
Brasil são compostas por aviões particulares e táxis aéreos. 
Ao analisar a importância do treinamento em simuladores de voo, dado o avanço tecnológico
das aeronaves atuais, observa-se uma diminuição no número de acidentes fatais como evidência
HENKES (2022). Entretanto, 80% dos acidentes ocorrem por despreparo dos pilotos, contra 20%
advindos de erros no equipamento, entre os acidentes ocorridos por despreparo dos piloto muitos
deles foram gerados por falta de familiaridade com a aeronave por falta do piloto e perca de

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consciência situacional gerando com isso fatalidades que poderiam ser evitados com um adequado
treinamento acentuando ainda mais a importância de traçar estratégias na qualidade de aprendizado
dos pilotos e na evolução das ferramentas de treinamento como por exemplo os simuladores de voo.
Mais de 100 anos após os primeiros simuladores de voo os simuladores atuais tradicionais
trazem elevado nível de tecnologia empregada e conseguem atuar no treinamento de um piloto
profissional, desenvolvendo as habilidades necessárias de pilotagem, gerenciamento proficiente de
cabine e familiarização com os mais diversos sistemas das mais variadas aeronaves, além os
simuladores atuais contam com estação de controle onde é possível o instrutor alterar as condições
de voo.
As ferramentas de aprendizado e os simuladores atualmente são categorizados pela agência
reguladora local, no caso do Brasil a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), eles são
separados de acordo com o seu nível de fidelidade e grau de tecnologia embarcada, temos por
exemplo desde o Mock-up ao qual não chega a ser um simulador mas que tem a importante de
finalidade de apresentar o arranjo dos dispositivos, compartimentos, controles, fixações, etc,
passando para os Advanced Aviation Training Device (AATD) e Flight Training Device (FTD) e por
último os Full Flight Simulator (FFS) os detalhes de cada categoria serão comentado mais à frente.
Os Mock-ups são em sua grande maioria apenas imagens estáticas em escala real montadas
de forma que se assemelhe a disposição física real dos equipamentos da aeronave, dessa forma o
piloto através voo mental o piloto aos poucos vai se habituando com o fluxo de equipamentos que
devem olhar, assim ganhando familiarização de onde estão localizados os dispositivos da aeronave.
Alguns Mock-up são montados em telas que permitem a interação com os dispositivos para tornar a
experiência um pouco mais agradável e imersiva.

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No entanto, os simuladores dependendo da sua categoria demandam alto capital de
investimento como por exemplo os FFS que custam em média cerca de 15 milhões de dólares.
Figura – Simulador Centro de Treinamento Azul Linhas Aéreas Categoria FFS

Fonte: Revista AeroIn 2017


A Realidade Virtual (RV) é uma tecnologia que tem se popularizado cada vez mais em
diversas áreas, e uma delas é a aviação, nesse sentido, a realidade virtual surge como uma
alternativa promissora para minimizar os custos e aumentar a qualidade dos treinamentos em

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simuladores de voo proporcionando ainda uma experiência mais realista e imersiva aprimorando a
consciência situacional dos pilotos.
A opção de treinamento em simuladores de voo convencionais apresenta um alto custo,
exigindo investimentos elevados em infraestrutura e equipamentos, trazendo também uma certa
inflexibilidade, pois só é possível explorar uma única aeronave e layout dentro do cockpit. As
escolas de aviação e as companhias aéreas, buscam reduzir estes custos, buscando alternativas que
sejam mais acessíveis e o mesmo tempo proporcione uma experiência mais fidedigna.
Um bom exemplo disto é o trabalho conjunto entre as empresas Grupo Plan Marketing e
Azul Conecta que, atualmente, estão implementando um modelo de simulador em realidade virtual
para oferecer treinamento aos seus pilotos. O treinamento possibilitou aprimorar os aspectos de
segurança de voo e otimizar os tempos nos simuladores de voo, deixando os treinamentos com
maior grau de fluidez.
A tecnologia dentro da realidade virtual (RV), tem se tornado muito popular nos últimos
anos, com base em diversos estudos e pesquisas realizadas como de Auer et al. (2021), foi
perceptível que, há um bom custo-benefício, e grande contato com a realidade física, por exemplo,
escaladas em montanhas, dirigir um carro etc. O estudo concluiu ainda que a eficácia geral em
termos de conclusão de tarefas e taxas de erro do virtual simulador era equivalente ao simulador
físico ao qual possui um custo de produção bem mais elevado.
Ao se utilizar a RV em um simulador de voo, o usuário é transportado para uma simulação
em 3D de uma cabine de pilotagem de aeronave, onde ele pode interagir com diversos elementos,
como controles, instrumentos e sistemas de navegação, de forma virtual e bastante semelhante à
experiência real de pilotagem, além disso usuário ganha maior campo de visão e percepção de
profundida nas representações comparado aos simuladores FTD por exemplo.
A utilização da Realidade Virtual em Simuladores de Voo é uma tendência promissora para
o setor aéreo, visto que pode contribuir significativamente para a formação e o treinamento de
pilotos e para o desenvolvimento de tecnologias avançadas na aviação. Embora ainda existam
limitações e desafios a serem superados, como por exemplo a regulamentação para esta nova
ferramenta, a RV em simuladores de voo apresenta diversas vantagens quando comparada aos
outros métodos de treinamento, tornando-se uma opção cada vez mais viável e atrativa para
empresas aéreas e instituições de ensino da aviação.
Para que o simulador seja, de fato, aprovado e considerado apto para servir como ferramenta
complementar de conhecimento prático, é necessário que ele atenda às normas exigidas pela
reguladora local, como já comentado no Brasil temos a Agência Nacional de Aviação Civil
(ANAC), que é responsável por regularizar as normas de segurança e aspectos econômicos que
envolvem a aviação tais regulamentações é disposta em Regulamentos Brasileiros da Aviação Civil

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(RBAC), especificamente os regulamentos exigidos para simuladores é o de Nº60, ao qual
determina mínimos e máximos de parâmetros para que o simulador seja de fato homologado.
Apesar dos avanços na área, ainda há lacunas no conhecimento quanto à utilização da
realidade virtual no treinamento de pilotos em simulação de voos. Nesse sentido, este trabalho se
propõe a comparar os simuladores convencionais e os simuladores com a realidade virtual e como
esta última pode ser aplicada nesse contexto, sob aspectos de qualidade de treinamento e redução de
custo para a instrução, além disso o presente trabalho pretende aprimorar e incentivar a constante
evolução na formação e qualificação de pilotos, oferecendo ainda recurso intelectual sobre a
aplicação de realidade virtual em simuladores de voo que atualmente ainda é um assunto pouco
explorado no Brasil.

2 REVISÃO DA LITERATURA

A instrução em voo real fornece aprendizados importantes para assimilar as habilidades


necessárias para pilotar uma aeronave. No entanto, devido à muitas razões, como segurança de voo
e custos associados, não é possível realizar em um voo real todos os treinamentos para se adquirir as
habilidades necessárias para pilotar uma aeronave sob condições adversas por exemplo, portanto,
um simulador de voo foi projetado para substituir o voo real nestas ocasiões anormais ou de fatores
aos quais não é possível alterar.
Nos estudos de Sobrinho (2020), sobre seu tema: A importância do Treinamento de Voo para
Formação e Aprimoramento da Habilidade de Pilotagem, relata que, há uma preocupação constante
com treinamento e instrução de pilotos e tripulações, em função disso, a comunidade aeronáutica
está sempre à procura de ferramentas que ajudem a manter o padrão elevado e satisfatório.
Geralmente não é viável treinar determinados procedimentos com uma aeronave devido aos
riscos que estes procedimentos acarretam, tanto ao equipamento como à tripulação em treinamento.
Além disso, o treinamento pode ser restrito ou não executado devido a fatores não controlados pelo
homem, tais como, meteorologia, falhas mecânicas e treinamento em períodos noturnos.
O surgimento dos treinadores sintéticos ou simuladores de voo rompeu com este paradigma,
tornando possível treinar e instruir pilotos e tripulações completas a qualquer hora, sob qualquer
condição, sem expor a riscos pessoas e equipamentos e com uma reprodução muito fidedigna da
realidade.
Atualmente, a simulação de voo se tornou uma realidade, desde jogos eletrônicos que
simulam voos reais nos mais diversos tipos de aeronaves utilizados por aficionados por aviação e
pela população em geral a complexos simuladores que treinam pilotos da aviação comercial, militar
e de ônibus espaciais.

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Para Sobrinho (2020), o simulador de voo permite ao aluno vivenciar uma simulação
extremamente realista do voo através da adequação de diversos cenários para as diferentes missões
a serem cumpridas no decorrer do treinamento. Além disso, permite ao instrutor pausar o voo para
esclarecer, just in time, as dúvidas, corrigir erros, repetir a manobra até sua completa assimilação e
simular as mais diferentes situações que podem ocorrer em um voo real.
Segundo Machado (2020), para a formação profissional os simuladores de voo vêm sendo
utilizados como ferramentas insubstituíveis em todas as etapas práticas dos cursos de piloto. A
ANAC autoriza o uso de simuladores de voo que necessitam cumprir com requisitos de fidelidade
conforme regulamentação RBHA 60 e AC 61-136, tais simuladores chegam a ter equivalência na
contabilidade de horas de voo para a formação, significando que uma hora de treinamento em
simulador corresponde a uma hora de treinamento na aeronave.
Por isso no Brasil a ANAC conforme RBAC Nº61 parágrafo 141 estipula que os requisitos
de experiência para o candidato a uma licença de Piloto de Linha Aérea (PLA) para uma
determinada categoria de aeronave pode ter reduzido o requisito de experiência se tiver realizado
treinamento supervisionado em dispositivo de treinamento para simulação de voo qualificado e
aprovado pela ANAC referente a essa categoria. O total de horas pode incluir até 100 (cem) horas
relativas a este treinamento, desde que pelo menos 75 (setenta e cinco) horas tenham sido realizadas
em simulador de voo.
A avaliação em simuladores de voo tornou-se comum devido à dificuldade de avaliação em
aeronaves reais. Nos últimos 25 anos, houve muitos estudos empíricos sobre simulação, e é sabido
que a simulação empenha uma importante função na formação dos pilotos.
A simulação melhora o desempenho e o aprendizado. Esforços para melhorar o realismo das
simulações levaram ao surgimento de simuladores avançados totalmente imersivos que adicionam
movimento e incluem demonstrações visuais que reproduzem fielmente o ambiente e os sistemas
das aeronaves.
Os resultados encontrados nas correlações entre os programas de treinamento em
simuladores estacionários e o voo real foram geralmente significativos quando os sujeitos usados ​na
pesquisa eram suficientemente habilidosos e suficientemente motivados. Devido aos resultados
positivos encontrados em simuladores de base fixa e totalmente imersivos, e ao avanço da
tecnologia, diversos programas computacionais de simulação de voo não imersivos e de baixo custo
na categoria Basic Aviation Training Device (BATD), têm sido desenvolvidos por empresas e
amadores. Entre eles, pode-se destacar dois softwares, Microsoft Flight Simulator e X-Plane para
computadores pessoais e centros de treinamento homologados respectivamente.
Figura 1 – Simulador Cessna 172 BATD

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Fonte: RealSim Gear (2022)
Os simuladores de voo permitem que os alunos aprendam e pratiquem procedimentos
básicos, como controles operacionais do cockpit e navegação, antes do embarque. Para Gomes
(2019) o simulador de voo foi criado no início da aviação, pois naquela época não havia um preparo
para os pilotos, vitimando os envolvidos nesta operação. Os simuladores foram criados para que
pilotos bem treinados pudessem entrar em uma aeronave e voar de forma segura, conseguindo
executar a missão designada.
Atualmente os simuladores são classificados conforme o seu nível de fidelidade,
complexidade e tecnologia embarcada, o documento publicado pela ANAC RBAC Nº60 trata dos
requisitos para qualificação e uso de dispositivos de treinamento para simulação de voo, estes são
divididos globalmente da seguinte forma, Aviation Training Device (ATD) e Flight Simulation
Training Device (FSTD), na categoria ATD surgem as subcategorias Basic Aviation Training Device
(BATD) e Advanced Aviation Training Device (AATD), já na categoria FSTD surgem as
subcategorias Flight Training Device (FTD) e Full Flight Simulator (FFS), os simuladores ainda
podem receber do órgão regulamentador classificações de A,B,C ou D dependendo dos requisitos
que atingirem conforme RBAC Nº60.
A escolha de qual categoria e subcategoria utilizar fica a cargo do operador conforme sua
necessidade e tipo de treinamento a ser realizado, como regra geral os simuladores ATD são
comumente utilizados em treinamento de voos por instrumentos estes tem o principal foco em
treinar os pilotos a realizarem procedimentos de navegação visando o aprendizado e proficiência na
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execução do mesmo, já os simuladores FSTD são comumente utilizados para o treinamento de
gerenciamento de aeronaves complexas explorando o funcionamento de seus sistemas para que o
piloto possa adquirir conhecimento e familiarização com o equipamento a ser operado.
Os candidatos que desejam obter a habilitação de determinada aeronave antes de iniciar as
sessões de simulador na categoria FSTD terão que realizar anteriormente o Ground School ao qual
toma-se conhecimento das características gerais da aeronave como suas limitações, parâmetros
técnicos, dimensões e entre outras características da aeronave como capacidades etc. Posteriormente
inicia-se a fase de Mock-up onde a finalidade é tomar conhecimento do arranjo dos dispositivos,
compartimentos, controles, fixações etc. Após estas duas fases concluídas que então o candidato
está pronto para realizar as sessões em simuladores FSTD.
Ainda que os simuladores de voo atuas já estejam bastante consolidados entre os pilotos e os
centros treinamento de escolas e companhias aéreas é de extrema importância que a comunidade
aeronáutica busque por alternativas que aprimorem a qualidade de treinamento e ao mesmo tempo
traga redução de custo para os operadores e consequentemente para formação dos pilotos. Quando
falado em evolução no setor aeroespacial o mesmo norteia dois principais assuntos, o primeiro e
mais importante é a segurança operacional de voo e o segundo é a redução de custo.
Se tratando de segurança operacional de voo pode-se citar diversas fatalidades ocorridas por
despreparo dos pilotos, uma delas ficou conhecida até 2006 como sendo o maior acidente aéreo
ocorrido em território brasileiro, até ser superado no ano seguinte por outra fatalidade chocando
toda comunidade aeronáutica.
Em 29 de setembro de 2006 um Boeing 737-800 voo GOL 1907 operado pela Gol Linhas
Aéreas partiu do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, com destino ao Aeroporto
Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, e previsão de uma escala no Aeroporto Internacional
Juscelino Kubitschek, em Brasília. Enquanto sobrevoava o Estado de Mato Grosso, colidiu em
pleno voo com um Embraer Legacy 600, infelizmente com a colisão metade asa esquerda da
aeronave da Gol foi cortada fazendo com que o Boeing 737-800 sofresse repentina perda de
controle em voo, a aeronave perdeu altitude rapidamente vindo a colidir com o solo deixando 154
vítimas fatais.

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Fonte: Folha de São Paulo
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) concluiu em
seu relatório final (COMANDO DA AERONÁUTICA ESTADO-MAIOR DA AERONÁUTICA,
2006) que o desligamento involuntário do transponder (equipamento este que alerta quando duas
aeronaves estão em rota de colisão) na aeronave Legacy 600, a baixa consciência situacional dos
pilotos se constituiu como fatores relevantes para a ocorrência do acidente, tendo se originado
durante a fase de preparação para o voo. A atitude dos pilotos da aeronave Legacy 600 com relação
à missão permeou o comportamento de ambos piloto e copiloto durante as demais fases, tendo a ela
se somado diversos fatores que contribuíram para o agravamento do rebaixamento da consciência
situacional na cabine, além disso a dinâmica da tripulação, caracterizada pela não divisão de tarefas,
não monitoramento adequado do voo e pela informalidade, influenciada pela pouca experiência
predominante dos pilotos naquele modelo ocorreu o desligamento inadvertido do transponder,
possivelmente devido à pouca experiência dos pilotos na aeronave e nos aviônicos, fato este que
não foi percebido pela tripulação, tendo em vista o rebaixamento da consciência situacional e o
alerta relativo ao não funcionamento do transponder, o qual não chamou a atenção dos pilotos.
Em 15 de Janeiro de 2023, um ATR 72-500 da operadora Yeti Airlines (YETI..., 2023) estava
em sua aproximação final para pouso quando a aeronave experimentou perda de controle em voo
por assimetria de potência entre os dois motores, a aeronave veio a colidir com o solo deixando 72
vítimas fatais (MESZAROS, 2023).

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O relatório preliminar do acidente (HUMAN..., 2023), trata em uma de suas linhas de
investigação a possibilidade do acionamento inadvertido de comandos de motor ao invés de
comandos de voo já que as gravações de dados de voo identificaram que após o piloto solicitar
alteração nos comandos de voo o copiloto reduziu a tração dos motores, o relatório aponta fatos
como a possível falta de familiaridade do copiloto com o cockpit e a disposição de comandos da
aeronave.
Estes são apenas dois dos diversos acidentes que já ocorreram e geraram fatalidades por
despreparo da tripulação sob os aspectos de falhas humanas, sendo fator contribuinte a falta de
familiaridade com o equipamento operado e consequentemente a baixa consciência situacional na
cabine, isso só reforça a necessidade da comunidade aeronáutica, centros de treinamento e órgãos
reguladores estarem constantemente buscando evolução nos métodos e ferramentas de treinamento,
além disso buscar por alternativas que possam trazer maior segurança operacional de voo.
Dado o contexto discorrido, quando realizado pesquisa de novos métodos e ferramentas de
treinamento a realidade virtual tem trazido resultados bastante positivos para ensino em diversos
campos de estudo, com a capacidade de imersão oferecida neste modelo de treinamento o aluno se
sente mais familiarizado com ambiente durante situações reais, um bom exemplo é a área da saúde.
De acordo com Campos Filho et al. (2020), a realidade virtual possibilita ao usuário interações com
o ambiente virtual semelhante a interação como o mundo real, isso facilita o ensino profissional, as
práticas de prevenção e promoção, além da reabilitação, entretanto, essa nova ferramenta e modelo
de treinamento ainda não está sendo explorada e disseminada na prática.
Com base nos estudos feitos por Saldias (2019a), há uma baixa disponibilidade de
instrutores qualificados na área da aviação civil e militar, fazendo com que haja uma imparcialidade
entre instrutor e aluno, logo, a ideia de desenvolver um sistema de treinamento inteligente que possa
auxiliar, ou parcialmente, substituir o instrutor humano, é atrativa. Segundo nesta linhagem, Saldias
(2019b) em sua tese, desenvolveu um modelo de sistema virtual para treinamento com simuladores
para atender as necessidades de disponibilidades de instrutores humanos e de melhora na
imparcialidade de julgamento na avaliação.
Para abordar este objetivo foi definido um modelo de sistema de instrutor virtual, operado
por agentes virtuais, com raciocínio baseado em conhecimento, desenvolvido para permitir projetar
tutores virtuais para treinamento com veículos usando simuladores, podendo ser estendido para
treinamento de operação máquinas e processos.
O protótipo foi desenvolvido seguindo o modelo de sistema de instrução virtual. As
funcionalidades principais do protótipo são quatro, a primeira é comum entre os sistemas de
treinamento existentes, as outras são: Treinar (ensinar, assistir e avaliar) um piloto; detectar falhas

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no avião e agir quando acontecer; simular múltiplas situações para apoiar as decisões dos agentes; e
controlar o avião automaticamente quando for necessário.
Os testes de verificação foram feitos em ciclos repetitivos desde o primeiro até a versão
atual. Em cada ciclo foram feitas atualizações e evoluções no sistema e nas bases de conhecimento.
Outra das principais contribuições do trabalho é uma estrutura de ontologia que permite aos agentes
interpretar a dinâmica da aeronave e detectar falhas.
Já sobre a realidade virtual em outros campos de estudo, pode-se notar que, com base nas
pesquisas feitas por Rodríguez et al. (2020), foi utilizada a implementação de tecnologia de
realidade virtual no treinamento da educação militar de comandantes. Foi realizado uma análise das
principais ações que devem ser executadas pelos militares neste tipo de treinamento com os
propósitos de identificar meios tecnológicos que ofereçam soluções às ações identificadas. O
sistema proposto se constituiu na unidade fundamental no desenho de um centro de treinamento de
manobras irregulares que permitiu a interação com grupos e diferentes especialidades no interior
das forças armadas.
Na medida que os avanços tecnológicos ocorrem, é essencial avançar nos métodos de ensino
profissionais para aqueles que trabalham em máquinas modernas. De Jesus et al. (2021), em sua
pesquisa sobre Treinamento com Realidade Virtual Aumentada no Setor de Aviação, diz que, a
automação das aeronaves ou glass cockpit exigiu dos pilotos habilidades para o gerenciamento de
sistemas e operações e isto acabou por refletir no treinamento.
Então, uma maneira de evoluir nos processos educacionais da chamada educação 4.0 foi
adotar tecnologias que auxiliassem no aprendizado e na retenção do conhecimento. Neste sentido, e
observando a possibilidade do uso de Realidade Aumentada (AR–Augmented Reality) no ensino, o
estudo objetivou verificar se a aplicação desta tecnologia no processo de treinamento de
profissionais do setor de transporte aéreo pode promover o desenvolvimento de competências e
habilidades necessárias para atender às demandas da aviação moderna.
A Realidade Virtual (RV) pode ser utilizada como ferramenta para o ensino dos profissionais
gerando diversos benefícios. As vantagens compreendem aumentar a qualidade e reduzir o tempo
da tarefa, além de menor custo associado no caso da indústria aeronáutica; elevar o engajamento
nos cursos Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para comissários; e melhorar a interação e a
memória motora no treinamento dos pilotos enquanto simulam cenários. Esses relevantes ganhos
corroboram com a hipótese levantada, que considera a utilização da RV um elemento substancial
para o aprimoramento do desempenho educacional e profissional, visto que, além do seu uso no
treinamento dos aeronautas, ela participa do cotidiano do trabalho de pilotos, a exemplo do
Head-Up Display.

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A exemplo disto a Azul Conecta subsidiária da Azul Linhas Aéreas Brasileiras
(REFERÊNCIA, XXX) já está adotando em seus treinamentos o uso da realidade virtual para fase
inicial antes de ir para os simuladores FSTD, a fase de Mock-up assim será possível fazer com que
os pilotos cheguem aos simuladores tradicionais com maior familiaridade do cockpit e consciência
situacional da disposição dos comandos da aeronave, em entrevistas realizada (BERREDO, 2022),
Tadeu Primo coordenador de simulador de voo na Azul Conecta, cita que essa era uma das
dificuldade encontradas durantes as sessões de treinamento, alguns pilotos chegavam ao simulador
com baixo conhecimento sobre a disposição dos comandos da aeronave consumindo tempo de
treinamento até que os pilotos ganhassem familiaridade com o cockpit, com a realidade virtual o
piloto já chega com memória muscular e com maior percepção espacial da cabine da aeronave
sabendo o distanciamento correto entre os comandos e acionando-o sem a necessidade de visualizar
o comando que está sendo dado, esta implementação é resultado de uma parceria entre a Azul
Conecta e o Grupo Plan Marketing Plan XP.
Em Julho de 2022 o Grupo Plan Marketing Plan XP entregou a Azul Conecta (CARLOS,
2022), a segunda etapa do sistema de treinamento em realidade virtual onde foram incluídas maior
número de funcionalidades no treinamento dentre elas está um novo dashboard onde será possível
cadastrar as turmas de treinamento e os instrutores acompanhar a performance dos candidatos assim
será possível identificar melhor as dificuldades dos pilotos, com isso além de os aspectos de
segurança de voo que foram aprimorados foi possível otimizar o tempo durantes as sessões de
treinamento.
Figura 7 – Simulador em Realidade Virtual Azul Conecta C208

Fonte: Flap International (2022)


Durante a entrevista, Flavio Costa presidente da Azul Conecta (COSTA, 2022) destaca que
as primeiras etapas os resultados foram bastante positivos, Flavio comenta que a tecnologia tem
uma usabilidade bastante didática e de fácil manuseio, foi notado também a maior familiarização
dos tripulantes nas fases seguintes realizadas em simuladores convencionais FSTD, com este

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desenvolvimento a Azul Conecta conseguiu otimizar seus treinamentos de forma inédita na aviação
comercial brasileira.
De acordo com Roda (2011), adquirir mais periféricos físicos para se montar simulador
FTDs pode aumentar o grau de fidelidade do simulador, porém isso pode deixar o custo para se
montar o simulador maior, sem contar ainda que nos FSTD de fato não se tem a liberdade de se
utilizar outras aeronaves dado que os periféricos foram adquiridos para determinado modelo de
aeronave, o que para escolas ou empresas de linha aérea que possuem diferentes modelos de
aeronaves na frota indica a necessidade de um simulador para cada aeronave para fornecer
treinamento a seus pilotos.
Figura 5 – Simulador 737NG FTD

Fonte: Delta 5 Simuladores


Como exemplo ao analisar o caso da Azul Linhas Aéreas Brasileira que atualmente conta
com uma frota de 10 modelos de aeronaves sendo no total 168 aeronaves (FROTA..., 2023), é
necessário que para realizar o treinamento da tripulação para essas aeronaves se tenha um simulador
para cada modelo, além disso é necessário se adquirir até mesmo equipamentos que antecedem a
fase do tripulante em simuladores FSTD, ou seja, a fase de Mock-up, necessária para que o
tripulante adquira memória muscular e familiaridade com o cockpit e assim tenha maior consciência
situacional durante o treinamento visando aprimoramento no tempo de treinamento no simulador
FSTD que possui um custo de operação maior que a fase de Mock-up.
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Tabela 1: Frota Azul Linhas Aéreas Brasileiras
Modelo Aeronave Total
1 Boeing 737-400F 2
2 Airbus A320 NEO 47
3 Airbus A321 NEO 6
4 Airbus A330-200 4
5 Airbus A330-900 NEO 5
6 Airbus A350-900XWB 2
7 ATR 72-600 39
8 Embraer 195 48
9 Embraer 195 E2 15
10 Cessna C208 23
Total 168
Fonte: Frota de aeronaves da Azul Linhas Aéreas Brasileiras (Wikipédia)
De acordo com a Pegasus (2014), o maior motivador para adesão de simuladores de aviação
seria a redução de riscos materiais e pessoais, de certa forma, visando a redução de custos e
aumento da segurança. Para tanto, o simulador de voo Full Flight Simulator (FFS) foi o escolhido
para o treinamento das tripulações da aviação do exército por entregar um maior realismo. Além
disso, existe uma grande evasão na quantidade de aeronaves disponíveis para treinamento, o que
pode prejudicar de forma significativa a redução de custos, pontuando ainda mais a importância de
simuladores cada vez mais realistas para capacitar os pilotos.
Figura 6 – Simulador FFS CAE

Fonte: CAE Flight Traninig


Como apresentando no estudo de Auer et al. (2021), o principal desafio que é encontrando
entre as comparações dos simuladores com realidade virtual e os simuladores convencionais seria a
ausência de sentido tátil, conforme mostra a pesquisa este não foi um problema relevante para o

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treinamento de familiarização nas aeronaves, ou seja durante o Mock-up e a eficácia de realização
dos procedimentos atingiu níveis satisfatórios, semelhantes ao do simuladores físico, porém quando
os pilotos eram submetidos a longos períodos de treinamentos a questões ergonômicas como
cansaço físico enjoo e outras efeitos que os óculos possam gerar foram um empecilho para eficácia
do novo modelo de treinamento, apesar disso espera-se que conforme estes novos modelos vão
evoluindo questões ergonômicas não serão mais um problema.
O estudo ainda conclui que com base nas descobertas ainda não é possível utilizar os
simuladores com realidade virtual para substituir um simulador FSTD ou FFS ainda, no entanto,
acreditam que melhorias no que diz respeito à interação audiovisual e representação dos
comutadores virtuais, bem como aumento do quadro taxas serão capazes de resolver os problemas
observados.
Figura – 4 Comparação entre Simulador de Realidade Virtual e Físicos

Fonte: Comparison Between Virtual Reality and Physical Flight Simulators for Cockpit
Familiarization (2021)
Tais conclusões foram tiradas no ano de 2021 onde nos anos seguintes novos óculos foram
lançados e aprimorados, atualmente na data desta pesquisa diversos fabricantes estão no mercado
citando dois deles a fabricantes de óculos a Oculus divisão da Meta antiga Facebook, já prepara seu
terceiro lançamento do óculos Quest, já a Varjo Technologies Oy fundada pela Nokia e Microsoft
conhecida por possuir os mais avançado óculos de realidade virtual também já está em seu terceiro
óculos de realidade virtual de modelo VR-3.
De fato, tais melhorias ocorreram e a questão tátil quando essencial foi resolvida com uma
fusão entre periféricos físicos e realidade virtual criando um simulador híbrido, apesar desta solução
apresentar restrições físicas a um único modelo de aeronave trouxe redução de custo e maior
qualidade de treinamento para os operadores.

17
A grande responsável por trás deste caso de sucesso foi a Loft Dynamics AG, anteriormente
VRMotion AG, que foi fundada em Zurique em 2018 e tornou-se líder de mercado no
desenvolvimento e construção de dispositivos de treinamento em realidade virtual para pilotos de
helicóptero. Foi a primeira a receber em maio de 2022 a autorização da European Union Aviation
Safety Agency (EASA) FTD Nível 3 no Flight Simulation Training Device (FSTD) para um
simulador de movimento completo em RV, a Loft Dynamics ajuda os principais fabricantes globais
de aeronaves, companhias aéreas, operadores de aviação, escolas de voo e organizações de
treinamento em todo o mundo a fornecer treinamento de pilotos mais seguro e eficaz, (LOFT
DYNAMICS, 2022).
A empresa ainda destaca que simuladores de voo full-motion tradicionais (FFS) são
aparelhos caros e que demanda grande espaço físico disponíveis apenas em centros de treinamento
limitados construídos especificamente para abrigá-los. Como resultado, os alunos são forçados a
concluir a maior parte de seu treinamento na aeronave real, o que é caro e impraticável para a
maioria dos pilotos aspirantes.
Figura 2 – Simulador Híbrido H125 FSTD

Fonte: Loft Dynamics AG


Nos últimos seis anos, a equipe de engenheiros e especialistas em aviação da Loft Dynamics
desenvolveu uma alternativa de treinamento mais segura, acessível e realista um simulador de

18
helicóptero exclusivo que combina um sistema em realidade virtual de alta resolução utilizando os
óculos da Varjo Technologies Oy , uma dinâmica de seis graus de liberdade plataforma de
movimento e uma réplica em escala real do cockpit - em um pacote 10 vezes menor e
aproximadamente 20 vezes mais barato do que os simuladores full-motion tradicionais (FFS). Além
disso, reduz o tempo de treinamento no ar em até 60%.
Um dos grandes desafios para os simuladores com realidade virtual no Brasil é que
conforme as regulamentações vigentes para a autorização de treinamento dos simuladores de voo
FTD e AATD emitido pela Federal Aviation Administration (FFA) documento AC 61-136B e
emitido pela ANAC documento RBAC Nº60 os requisitos impostos para a emissão de certificação
de autorização de treinamento nos dispositivos são majoritariamente voltados para os periféricos
físicos, tais requisitos são do tipo como tempo de resposta entre a aplicação de comando no
periférico físico e o que acontece no ambiente virtual, representação fiel dos formatos e
características dos dispositivos com aeronave real, campo de visão de no mínimo 120º graus e entre
outros requisitos conforme documento.
Os requisitos não afetam a implementação do veículo alternativo pelo dado que com um
óculos de realidade virtual o piloto em treinamento já está inserido dentro do ambiente virtual sendo
assim o uso do óculos não impede tal aprovação, pelo o contrário atenuam os possíveis problemas e
aprimoram os requisitos mínimos como por exemplo o fato de não existir tempo de resposta entre o
comando aplicado e a representação no ambiente virtual dado que com o óculos o piloto em
treinamento já está inserido dentro no ambiente com um campo de visão de 360º graus o que é
maior do que os requisitos mínimos solicitados trazendo maior percepção além de consciência de
profundidade e consequentemente maior proximidade com a realidade.
Os únicos requisitos de periférico físico aos quais o simulador deverá atender sendo
utilizado através da realidade virtual serão os pedais e a estação individual do instrutor, que devem
ser fixados no chão e ter correto posicionamento e distância em relação ao local onde o piloto em
treinamento está sentado assim como a estação individual que deve conter uma tela e um mouse
para que o instrutor possa acompanhar o desenvolvimento do aluno em treinamento.
Para o caso de simuladores híbrido como os FFS apresentados pela Loft Dynamics com a
aplicação da realidade virtual a quantidade de periféricos físicos foi reduzida dado que parte deles
são agora representados em um ambiente 100% virtual diminuindo assim as probabilidades de a
operadora não atender a um requisito mínimo de tempo de resposta.

3 METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido por meio documental e de pesquisa bibliográfica e tem
a finalidade básica estratégica de aprofundar o conhecimento científico no Brasil a partir de análise

19
descritiva e exploratória de um veículo alternativo para treinamento de pilotos em simuladores de
voo, por meio de método hipotético-dedutivo busca contribuir com o acervo intelectual para o
avanço nas metodologias e ferramentas de ensino para a formação de pilotos no Brasil. O
procedimento metodológico utilizado tem caráter bibliográfico e documental realizado através de
análise de artigos estrangeiros e pesquisas nos centros de treinamento para através de análise
qualitativa verificar como está a evolução do ensino para pilotos no exterior, além disso foram
explorados estudos locais para fundamentar a pesquisa e comparar como está a evolução no Brasil,
foi realizado ainda um questionário com pilotos brasileiros para verificar a receptividade que a nova
tecnologia teria entre os usuários.
O questionário apresenta perguntas com o intuito de levantar informações sobre a
experiência dos pilotos com os simuladores de voo com e sem o uso de realidade virtual. Através do
questionário será possível verificar a aceitação à tecnologia de realidade virtual e demonstrar a
aplicabilidade do treinamento com tal ferramenta.
Os questionários serão para os Pilotos/Alunos que realizaram ou realizam o treinamento em
simuladores de voo. Já as entrevistas com os pilotos/alunos que realizam ou realizaram treinamento
em simuladores de voo foram realizadas de forma online via link do questionário.
O objetivo do questionário-pilotos é coletar informações sobre a experiência dos pilotos com
o uso de simuladores de voo, especialmente em relação ao uso de realidade virtual. Isso inclui
informações sobre as categorias de simuladores com as quais tiveram contato, o uso de realidade
virtual, a percepção da fidelidade do treinamento com a utilização dessa tecnologia, possíveis
efeitos adversos durante a utilização dos óculos de RV, bem como opiniões sobre o futuro e a
recomendação do uso de realidade virtual. As respostas coletadas podem ser usadas para avaliar o
potencial da tecnologia de realidade virtual em treinamentos de voo e para fornecer insights sobre
melhorias e desenvolvimento de novos métodos de treinamento.
Com a realização das entrevistas propostas, o projeto pode obter informações valiosas sobre
a utilização da tecnologia de realidade virtual em treinamentos de pilotos de avião. Além de agregar
conhecimento e familiarização com a tecnologia, será possível avaliar as opiniões das empresas que
já utilizam o treinamento em realidade virtual, comparando com as empresas que ainda realizam o
treinamento convencional. Dessa forma, o projeto pode fornecer informações básicas sobre a
redução de custos, ganhos de desempenho, vantagens e desvantagens na implementação da
tecnologia, contribuindo para o acervo intelectual do país.
Com a coleta de opiniões dos pilotos/alunos, foi possível avaliar aspectos como a penetração
de mercado e a efetividade da ferramenta, além de obter complementos finais sobre como a
realidade virtual pode ser aplicada no contexto de formação e qualificação de pilotos. Portanto, a
realização do questionário com os pilotos/alunos pode ser de grande importância para o

20
aprimoramento e incentivo à formação e qualificação desses profissionais, além de contribuir para a
evolução tecnológica do setor aeronáutico.
Além dos objetivos já mencionados, as respostas obtidas nos questionários poderão ser
submetidas a diversas análises estatísticas, tais como análise descritiva, análise de correlação,
análise de regressão, análise de cluster, entre outras. Com essas análises, será possível identificar
padrões e relações entre as variáveis investigadas, bem como inferir conclusões a partir dos
resultados obtidos.
Por exemplo, a análise descritiva permitirá descrever as características dos participantes da
pesquisa, como idade, tempo de experiência, tipo de habilitação, entre outros. Já a análise de
correlação possibilitará verificar se há relação entre as variáveis investigadas, como a relação entre
a quantidade de horas de voo e a preferência pelo treinamento em simulador de voo com realidade
virtual.
A análise de regressão, por sua vez, permitirá avaliar a influência das variáveis
independentes sobre a variável dependente, como a influência da utilização de realidade virtual no
desempenho dos alunos-pilotos. A análise de cluster possibilita agrupar os participantes da pesquisa
de acordo com suas características e opiniões, permitindo identificar diferentes perfis de
respondentes.
Essas são apenas algumas das análises que podem ser realizadas com as respostas dos
questionários, contribuindo para um aprofundamento da compreensão sobre a aplicação da
tecnologia de realidade virtual no treinamento de pilotos de avião e para o desenvolvimento de
estratégias mais eficientes e direcionadas para o setor.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com base na revisão da literatura foi visto a dimensão da importância dos simuladores de
voo para comunidade aeronáutica na formação dos pilotos, mesmo assim isso não foi o suficiente
para impedir os acidentes e evitar fatalidades por problemas que os simuladores tinham como
objetivo atenuar ou até mesmo sanar, o questionamento que talvez possa surgir é se a efetividade
dos treinamentos anteriormente a sessões em simuladores e fase de simulação estão deixando a
desejar, apesar deste trabalho não ter como objetivo fornecer tal resposta através verificou-se que
há sim como aprimorar o treinamento em simuladores de voo através de ferramentas modernas
como a realidade virtual.

Casos como o da Azul Conecta demonstram que a aplicabilidade de tal ferramenta


trouxeram benefícios para o treinamento nas fases anteriores as sessões em simuladores FSTD,

21
indicando assim que a realidade virtual pode contribuir de alguma forma para a comunidade
aeronáutica e seus métodos e ferramentas de ensino.

Mais que isso conforme visto em estudos de comparação entre a instrução em fases
anteriores em simuladores convencionais e simuladores com uso da realidade virtual percebe-se
que a tripulação conseguiu executar a mesma tarefa sem diferenças significativas e que no caso
citado da Azul Linhas Aéreas Brasileiras isso pode trazer redução de custos, questões apontadas
como empecilho no mesmo estudo como questões táteis atualmente já foram sanadas com soluções
que foram apresentadas como no caso da Loft Dynamics GA, além disso a empresa ainda demonstra
que é possível sim certificar um simulador FSTD categoria FFS em realidade virtual através da
criação de um simulador híbrido que ainda sim possui custo significativamente menor que os
simuladores FFS convencionais.

Dito isso o questionamento que fica seria o motivo destes avanços no setor de ensino da
aviação ainda não terem sido reformulados no Brasil. Após realizado a pesquisa documental e
bibliográfica e o questionário aos pilotos observa-se como fator contribuinte para o atraso no
avanço tecnológico nas ferramentas e métodos de ensino dos pilotos no Brasil a falta de acervo
intelectual sobre o tema e consequentemente a falta de disseminação de conhecimento.

De fato, há alguns estudos estrangeiros que demonstram a efetividade da realidade virtual


aplicada na formação de piloto, porém até mesmo esses estudos já estão ultrapassados dado o rápido
avanço tecnológico da realidade virtual.

Com isso foram realizados uma entrevista com Lucas que possui mais de 10 anos de
experiência na aviação, trabalhou em empresas como a Embraer e a GE Aviation e é instrutor de

22
simuladores ATD categoria AATD convencionais na EJ Escola de Aeronáutica, além disso possui
um mestrado em Engenharia Aeroespacial, foi realizado também um questionário com uma amostra
de um pouco mais de 20 pilotos sobre o tema, as respostas das entrevistas e questionário além dos
comentários sobre pode ser verificada abaixo.

- Sabendo que há treinamentos que estão utilizando a tecnologia em realidade virtual quais
são os fatores que atualmente o impedem de implementar tal tecnologia em seu centro de
treinamento?
Acredito que o principal fator que impossibilite a implantação, seja justamente a falta de
acesso à informação/divulgação de outros métodos de treinamento que sejam mais efetivos que os
métodos convencionais.
Outro fator que poderia também ter efeito negativo na implantação está atrelado ao fato de
os dispositivos de treinamento (bem como os cursos por meio dos Programas de Instrução) estarem
sujeitos à homologação por parte da agência reguladora, processo este que poderia aumentar a r o
custo dos treinamentos/facilidade dos CIACs em implantar tais ferramentas para aplicação em
cursos de obtenção de habilitação (Ex: Simulador para obtenção da habilitação IFR).
Intuito: O intuito dessa pergunta seria identificar os possíveis obstáculos ou limitações que
os centros de treinamento enfrentam atualmente na implementação da tecnologia em realidade
virtual, fornecendo informações sobre quais fatores precisam ser considerados para sua adoção e/ou
aprimoramento.
- Você acredita que com esta nova tecnologia você poderia fornecer um treinamento de
maior qualidade para seus clientes? Por quê?
Acredito que o treinamento ofertado aos clientes pode ser sim de maior qualidade, justamente pelo
fato de a realidade virtual permitir ao aluno-piloto, por exemplo, maior imersão no uso do
simulador, tornando a experiência durante o treinamento mais próxima da realidade.
Intuito: O objetivo dessa pergunta é avaliar a percepção dos responsáveis pelos treinamentos
em simuladores convencionais sobre a possibilidade de melhorar a qualidade do treinamento
oferecido aos clientes com a adoção da tecnologia em realidade virtual. A resposta poderá revelar se
há um reconhecimento por parte desses responsáveis sobre as vantagens e benefícios dessa
tecnologia e se eles estão dispostos a considerar a sua implementação em seus centros de
treinamento.
- Você acha que o método tradicional possui um elevado custo de implementação?
Não acho que o método tradicional possui um alto custo de implementação. Apesar do alto
investimento inicial em hardware/software juntamente com os processos administrativos de

23
homologação dos dispositivos, estes no longo prazo, apresentam boa durabilidade e, na grande
maioria dos casos, baixo custo de manutenção.
Intuito: O objetivo dessa pergunta é obter uma opinião do entrevistado sobre o custo de
implementação do método convencional de treinamento e avaliar se há uma percepção de que o
investimento inicial é alto. Isso pode ser útil para comparar com o custo de implementação da
tecnologia de realidade virtual e entender como isso pode impactar a decisão de uma empresa em
adotar uma ou outra abordagem.

- Você acha que o método atual já ficou ultrapassado frente a esta nova tecnologia atual ou
que tenha a melhorar?
Considerando as novas tecnologias disponíveis no mercado atualmente, concordo que o método
tradicional de treinamento encontra-se obsoleto. Isso, em minha opinião, acontece justamente pelo
fato da realidade virtual permitir maior imersão, tornando a experiência mais fiel a realidade.
Intuito: O intuito é saber se eles consideram que o método atual está ultrapassado em relação
a essa nova tecnologia ou se ainda há espaço para melhorias no método convencional. A resposta
pode fornecer insights sobre a percepção da tecnologia em realidade virtual no mercado e as
possíveis resistências à sua adoção.
- Você acha que o método tradicional consegue passar de forma fidedigna e eficiente as
condições de voo reais ou acredita que tenha muito a melhorar?
Não. Acho que os dispositivos utilizados atualmente (principalmente no treinamento inicial
de pilotos), possibilitam a pessoa submetida ao treinamento, uma familiarização com os
procedimentos que posteriormente serão executados/treinados em uma aeronave real.
Intuito: O objetivo dessa pergunta é avaliar a percepção dos Responsáveis pelos
treinamentos em simuladores convencionais sobre a eficácia e fidelidade do método tradicional em
reproduzir as condições reais de voo. A resposta pode indicar se há espaço para melhorias ou se a
tecnologia atualmente utilizada já atende às expectativas em relação à fidelidade do treinamento.
Isso pode ser relevante para direcionar investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias
mais avançadas ou para aprimorar o treinamento convencional.
As respostas do questionário aos pilotos como nome, idade e localização onde realizou o
treinamento em simuladores de voo possuem o intuito de identificar os entrevistados e obter
informações básicas sobre a sua demografia, o que pode ser útil para a análise dos dados coletados.
Além disso, essas informações podem ajudar a contextualizar as respostas dadas pelos
entrevistados, considerando que a idade e o local onde o treinamento foi realizado podem
influenciar a percepção dos indivíduos sobre a tecnologia em questão.

24
A pergunta acerca da faixa etária do participante é um importante instrumento de
mensuração para tomar conhecimento de com quais geração estamos lidando, as gerações possuem
diferenciadas características o que pode nos indicar o possível nível de familiarização com o
assunto, a geração Y por exemplo possui rápida adaptação às evoluções tecnológicas enquanto a
geração Z são mais realistas e céticos além de possuir um pensamento mais lógico e responsável
que pode gerar percepções diferentes em relação à novas tecnologias. Abaixo estão detalhadas as
descrições das gerações para um conhecimento melhor dos participantes.

Geração Z azul (45%): Os jovens da geração Z são realistas, práticos e buscam satisfazer
suas necessidades financeiras e seu enriquecimento pessoal. Sem esquecer dos campos emocionais
e sensoriais. São adeptos do pensamento lógico, autodidatas e responsáveis.

Geração Y vermelho (50%): A principal diferença entre os millenials e a geração Y é a


época em que nasceram: a reta final dos anos 1990. Com isso, os millenials se adaptaram mais
rapidamente às evoluções tecnológicas, como a chegada de smartphones e a presença constante de
computadores conectados à internet durante a rotina.

Questões sobre a localização onde o piloto realizou o treinamento em simulador de voo. Grande
parte dos entrevistados são residentes na região sudeste do Brasil ao qual abrange os estados de São

25
Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, já os outros 20% representam outras regiões
do Brasil, nenhum entrevistado realizou treinamento fora do Brasil.

4) Assinale abaixo quais competências você possui.

Intuito: Essa pergunta serve para verificar quais certificados de habilitação técnica ele
possui. Isso é importante porque cada certificado permite que o profissional opere determinados
tipos de aeronaves e execute determinadas tarefas. Portanto, a posse de diferentes CHTs pode afetar
a relevância da opinião do entrevistado em relação ao uso de tecnologias de simulação de voo,
dependendo da área de atuação.
5) Possui Habilitação MLTE IFR válida ou vencida?

Intuito: O objetivo dessa pergunta é verificar se o entrevistado possui a habilitação de


Multi-Motor Terrestre IFR (Instrument Flight Rules), que permite a realização de voos com
aeronaves de múltiplos motores em condições meteorológicas por instrumentos. Essa informação
pode ser relevante para avaliar a experiência e qualificação do entrevistado em relação ao uso de
simuladores de voo.

Competência técnica: Os dados demonstram que pelo menos 75% dos entrevistados são pilotos em
fase inicial de treinamento, tendo assim os primeiros contatos com as cabines das aeronaves, sendo
importante nesta fase inicial a familiarização com a disposição de equipamentos na aeronave ao
qual irá realizar seus voos. Além disso 65% dos entrevistados responderam possuir habilitação de
26
aeronaves multi-motoras o que representa que deram um passo ao nível de complexidade as
aeronaves que voam.

6) Quantas horas de voo aproximadamente você possui?

Intuito: O objetivo dessa pergunta é obter informações sobre a experiência de voo do


entrevistado. O número de horas de voo pode ser um fator relevante para avaliar o nível de
conhecimento e habilidade do entrevistado na aviação, o que pode contribuir para entender melhor
suas opiniões e perspectivas em relação ao treinamento em simuladores de voo.

Experiência: Quanto a avaliação em relação a experiência dos pilotos observa-se uma


distribuição bastante uniforme, importante salientar que os entrevistados que responderam ter entre
100 e 250 horas de voo já finalizaram ou estão perto de finalizar sua formação ou seja já tiveram
contato com o simulador conforme instrução RBAC 61, tal simulador que a tecnologia de realidade
virtual objetiva permear, ou seja neste questionário 75% dos entrevistados já tiveram contato os
simuladores categoria AATD.

7) Você utiliza ou já utilizou simuladores de voo em conjunto com sua formação de piloto?

Intuito: Verificar se o entrevistado possui experiência em treinamentos com simuladores de


voo, o que pode ser relevante para entender melhor a perspectiva dele em relação à utilização da

27
tecnologia de realidade virtual nesse contexto. A resposta pode indicar se o entrevistado tem um
ponto de vista fundamentado em experiência prática ou se é uma opinião mais teórica e hipotética.

Importância dos simuladores: Fato notório no questionário é que 100% dos pilotos que
responderam ao questionário utilizam para seu treinamento seja em escolas homologadas ou em
casa simuladores de voo, demonstrando assim a grande utilização por parte dos pilotos a tal
ferramenta, o presente trabalho busca entender como podemos melhorar a qualidade desses
treinamentos.

8) Já teve contato com alguma categoria de simulador abaixo?

Intuito: Saber quais categorias de simuladores o entrevistado já utilizou, para entender o


nível de experiência dele com esses equipamentos.
Contato com o simulador: Os simuladores que o presente trabalha objetiva explorar a
aplicação da tecnologia de realidade virtual que são os BATD e AATD utilizados para treinamentos
de navegação por instrumentos e o treinamento inicial dos FTD utilizados para Jet Training são
simuladores que 90% e 55% respectivamente dos entrevistados já tiveram contato, demonstrando
assim que os simuladores pretendidos são de utilização comum entre os pilotos em formação ou já
formados.

9) A escola onde você realiza/ou o seu treinamento utiliza realidade virtual em seus
simuladores de voo?

28
Intuito: O objetivo dessa pergunta é identificar se o entrevistado teve a oportunidade de
treinar em simuladores com realidade virtual, o que pode fornecer informações mais precisas e
relevantes sobre a diferença entre os métodos de treinamento convencional e a utilização da
tecnologia de realidade virtual. Além disso, saber se o local onde realizou o treinamento oferecia
essa tecnologia pode ajudar a compreender a disponibilidade e o uso da realidade virtual em
treinamentos de voo.

Análise de mercado: Quando analisamos a participação atual da tecnologia vemos que


embora os percentuais de contato com os simuladores já comentados anteriormente infelizmente no
Brasil tal tecnologia (realidade virtual) ainda é pouco explorada seja nas escolas, apenas 5% dos
entrevistados responderam que em seu centro de treinamento possui a sua disposição tal tecnologia.

10) Alguma vez já utilizou simulador de voo com realidade virtual?

Intuito: Identificar se o entrevistado já teve contato com simuladores que utilizam a


tecnologia de realidade virtual.

Contato com a tecnologia: Outro dado que impressiona é que quando saímos dos centros de
treinamento nem mesmo para uso pessoal ou um eventual contato com a tecnologia em simuladores
de voo os pilotos já tiveram, demonstrando assim ser uma tecnologia que ainda não é comumente

29
utilizada e está pouco disponível seja dentro de suas casas ou em eventos que disponibilizam a
experiência da realidade virtual em simuladores de voo.

11) Durante a utilização dos óculos de realidade virtual você sentiu enjoo, mal-estar ou
quaisquer outros efeitos que tenham tornado a experiência dificultosa.

Intuito: O objetivo dessa pergunta é avaliar se o uso dos óculos de realidade virtual pode causar
desconforto ou efeitos colaterais que possam prejudicar a experiência do piloto durante o
treinamento, e assim, verificar se a tecnologia precisa ser aprimorada para minimizar esses efeitos.
Além disso, a resposta do piloto pode ajudar a determinar se o uso de realidade virtual é viável para
simulações de longa duração e se é uma opção segura para uso em ambientes de treinamento.
Questões ergonômicas: Acerca das questões ergonômicas vemos que com base na pergunta
anterior embora apenas 5% tenham tido contato com a realidade virtual em simuladores de voo
vemos que 20% já tiveram contato com a tecnologia, porém utilizando para outros fins. Embora
75% nunca utilizaram ou tiveram contato com a realidade virtual vemos que os 20% dos quais já
tiveram contato não enfrentaram quaisquer efeitos que tenham deixado a experiência
desconfortável, acerta dos 5% que sentiram algum desconforto não é possível analisar para qual fim
a realidade virtual foi utilizada, sendo assim podemos fazer ressalvas já que algumas experiências
na tecnologia comumente apresentadas como experiências em montanha-russa podem causar enjoo,
mal-estar e outros efeitos colaterais, tais efeitos fazem sentido neste caso demonstrando a eficiência
da tecnologia em realmente apresentar um ambiente virtual de forma fidedigna.

30
12) O quanto você acha que a realidade virtual ajuda ou pode ajudar a aumentar a fidelidade do
treinamento em simuladores de voo?

Intuito: Essa pergunta tem como objetivo obter a opinião do entrevistado sobre a eficácia da
utilização da realidade virtual como ferramenta para aumentar a fidelidade do treinamento em
simuladores de voo. A resposta pode fornecer insights valiosos sobre a percepção do entrevistado
em relação à tecnologia e como ela pode ser aplicada para melhorar a qualidade do treinamento de
pilotos.

Opinião dos entrevistados: Com base na experiência previamente analisada com os pilotos e
a nota dada nesta pergunta vemos que embora poucos tenham tido contato com a realidade virtual
em simuladores de voo a opinião dos pilotos sejam eles em formação ou não é de que a realidade
virtual pode sim aumentar a fidelidade do treinamento em simuladores de voo, numericamente 95%
dos entrevistados acreditam que a realidade virtual pode aumentar em 80% ou mais na fidelidade de
treinamento em simuladores de voo.

13) Em uma escala de 0-10 o quanto você acha que esta tecnologia pode se tornar o futuro dos
treinamentos em simuladores de voo?

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Intuito: Saber a opinião do entrevistado sobre a tendência de utilização da tecnologia de
realidade virtual no futuro, para entender a relevância dessa tecnologia para o setor de aviação.
Opinião dos entrevistados: Em relação a visão de futuro na opinião dos pilotos e alunos, os
entrevistados acreditam que tal tecnologia pode se tornar o futuro dos treinamentos em simuladores
de voo, numericamente falando vemos uma distribuição de 85% dos pilotos acreditam em uma
probabilidade de 80% ou mais de que esta tecnologia venha a se tornar um novo método de
treinamento.

14) Em sua opinião qual o grau de importância do uso da realidade virtual em simuladores de
voo?

Intuito: Saber a opinião do entrevistado sobre a recomendação de uso da tecnologia de


realidade virtual no treinamento de pilotos, para entender a aceitação dessa tecnologia no setor de
aviação.
Opinião dos entrevistados: Quando questionados acerca do grau de importância da utilização
da realidade virtual em simuladores de voo, 75% dos participantes responderam que o tema possui
um elevado grau de importância no treinamento em simuladores de voo.

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15) Deixe um comentário sobre a aplicação da realidade virtual em simuladores de voo. 9
respostas

“A realidade virtual, assim como a tecnologia só vem para agregar no cotidiano, e na formação dos
pilotos não seria diferente na aviação.”

“A realidade virtual traz benefício de aumentar a consciência situacional do tripulante na cabine,


facilitar a transição do simulador para a cabine, diminuindo o tempo necessário para a adaptação da
disposição dos equipamentos na cabine.”

“Deveria ser utilizado em todas as escolas de formação essa tecnologia, para agregar e facilitar o
aprendizado em todas as fases do treinamento.”

“Acredito que a realidade virtual não substitui o realismo do simulador full motion.”

“É um método eficaz para que o piloto conheça a ergonomia da cabine, posicionamento dos
sistemas e comece a se acostumar com as sensações durante o voo.”

“Para o futuro, acredito que será realidade, muitas empresas adotarão esse treinamento, para deixar
o treinamento sempre mais parecido com a vida real!”

“Acredito que ainda não está confortável o suficiente para uso.”

“Não é confortável o suficiente.”

“O uso da realidade virtual em simuladores aeronáuticos é de extrema vantagem para as pessoas


que estão em formação, pois o aluno poderá ter diversas experiências como poder voar em qualquer
tipo de meteorologia, principalmente na fase de toque e arremetida (TGL).”

“Realidade virtual é o futuro, uma ferramenta importante para o aumento da consciência situacional
do piloto em treinamento.”

“Acredito que se utilizada de forma adequada, a realidade virtual juntamente com outras
ferramentas virtuais (como por exemplo as redes de simulação), podem ajudar a desenvolver
habilidades técnicas de voo, aumentando a consciência situacional tornando o voo real mais seguro
e efetivo.”

“A realidade virtual será uma excelente ferramenta para custear o treinamento dos pilotos, no qual
não irá afetar o seu desenvolvimento. Ainda sim acho que simuladores no qual possuem cockpit

33
com dimensão e painel fiéis à aeronave são os que entregam melhor resultado, todavia são
altamente custosos.”

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Espera-se que a busca por aprimoramento e evolução nos treinamentos de pilotos no Brasil continue
evoluindo, ter em mente que vidas podem ser salvas com esse avanço é de grande motivador para
continuar a incansável busca por aprimoramento nos treinamento, muitas evoluções no setor
aeroespacial só foram realizadas após fatalidades que comoveram o mundo e a comunidade
aeronáutica, adotar uma postura preventiva afim de contribuir com a segurança de voo antes mesmo
que aconteçam fatalidades é resgatar vidas que ainda não foram perdidas.

REFERÊNCIAS

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QUALIFICAÇÃO E USO DE DISPOSITIVOS DE TREINAMENTO PARA SIMULAÇÃO DE
VOO. REQUISITOS PARA QUALIFICAÇÃO E USO DE DISPOSITIVOS DE TREINAMENTO
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AGRADECIMENTOS

Agradecimentos especiais ao David Branco Filho Agende de Segurança de Voo e Gerente de


Segurança Operacional ANAC que desde 2017 vem contribuindo para segurança operacional e de
voo no Brasil de forma exemplar e gratuita, seus conteúdos serviram de fonte expiradora para o
desenvolvimento deste trabalho.
Agradecimentos ao Lucas Alves e Silva instrutor de simuladores na EJ Escola de
Aeronáutica por compartilhar seu conhecimento respondendo aos questionamentos que
contribuíram para a realização deste trabalho.
Agradecimentos ao Tadeu Primo coordenador de simulador de voo na Azul Conecta por
divulgar seu conteúdo mostrando um pouco da realidade virtual aplicada a simuladores de voo.

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