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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

PRÓ – REITORIA DE PESQUISA E INOVAÇÃO


ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

ESTUDO DA REPETIBILIDADE DE ENSAIOS DE ENSAIOS DE ERODIBILIDADE EM


CANAL HIDRÁULICO

RELATÓRIO PARCIAL DE INICIAÇÃO À PESQUISA

BRUNA ARAÚJO CARDOSO – 202104752

GOIÂNIA, 2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 2

1.1. OBJETIVOS ............................................................................................................ 2

2. METODOLOGIA .................................................................................................... 2

3. RESULTADOS PARCIAIS..................................................................................... 4

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 6
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1. INTRODUÇÃO
Quase 25% da capacidade de armazenamento dos reservatórios pode ser perdida nos
próximos 25 a 50 anos, devido à processos erosivos que ocorrem em suas margens (WCD,
2000). A taxa média mundial de assoreamento dos reservatórios assume proporções
preocupantes quando comparado aos custos necessários para construção de seus barramentos.
Estima-se que a cada ano há um prejuízo estimado de US$ 13 a US$ 19 trilhões (SCHLEISS E
DE CESARE.,2010).
Em geral, a erosão de margens de reservatórios ocorre devido ao desequilíbrio da
dinâmica solo-atmosfera e condições solo-água desencadeadas pela ação do vento (VOLKER
E HENRY, 1988), gravidade (SU et al., 2017) e precipitação da chuva (LUIZ et al., 2017),
flutuações do nível da água (NWRPC, 2004), ação das ondas (LAWSON, 1985; EDIL, 2013)
e atividades humanas (WANG et al., 2018).
A perda de massa do solo devido a erosão é afetada pelas propriedades do solo. Para
verificar essa correlação pela ação das ondas são executados ensaios experimentais em canais
hidráulicos, conforme apresentado por Vilhena et al. (2020) e Schliewe et al. (2021).
A partir da execução de ensaios teste verificou-se a necessidade de analisar a capacidade
de repetibilidade do ensaio de erodilidade em canal hidráulico, uma vez que este não possui
uma normalização estabelecida.
Portanto, frente ao que se propõe neste plano de trabalho, sugere-se que o título seja
alterado para o “Estudo da repetibilidade de ensaios experimentais em canal hidráulico”.

1.1. OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo, através da execução de ensaios, verificar a
repetibilidade de ensaios de erodibilidade em canal hidráulico, mantendo os parâmetros
hidráulicos e geotécnicos constantes, por meio de dados experimentais e estatística descritiva.

2. METODOLOGIA
O solo utilizado nessa pesquisa será coletado nas margens da Barragem de Itumbiara,
Goiás, no mesmo local de coleta de Vilhena et al. (2020). O local foi definido considerando-se
o potencial de erosão da região, definido a partir do Mapa de Erosividade do Potencial de Onda
desenvolvido por Vilhena et al. (2019), e a facilidade de acesso. O solo é uma argila laterítica,
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constituído predominantemente por quartzo e caolinita, com e micro e macroporos devido a


presença de agregações (Vilhena et al., 2020).
Os ensaios serão executados no equipamento construído por Menezes (2016), adaptado
para permitir a medição de sucção do corpo de prova durante o ensaio, e a metodologia adotada
será a apresentada por Schliewe et al., (2021), a qual foi adaptada para a execução de ensaios
em inclinações de rampa mais próximas das observadas em campo, incluindo as inclinações de
8 e 15° (SANTOS, 2023).
Para fins de familiarização com o equipamento (figura 1) foram feitos dois ensaios teste
como “treinamento”, a partir dos quais serão estabelecidos os valores dos parâmetros para a
metodologia proposta.

Figura 1 - Vista do canal hidráulico

Fonte: Menezes, 2016

Partindo da execução dos ensaios teste serão realizados outros três ensaios no canal
hidráulico, mantendo os seguintes parâmetros constantes: frequência, índice de vazios e
inclinação, definida de acordo com os valores encontrados usualmente no reservatório da Usina
Hidrelétrica de Itumbiara.
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Sendo assim, a repetibilidade mede a capacidade de se repetir um resultado em mesmas


amostras, ensaiadas no mesmo local, com mesmos equipamentos e mesmo operador (ASTM,
2016). Para se obter estimativas de repetibilidade utiliza-se o método de estatística descritiva,
através de funções definidas por estimativas de média e amplitude (DA SILVA, 2015).
Com isso, para os ensaios executados no canal de onda, a repetibilidade será avaliada
para os parâmetros de perda de massa, sucção e frequência, com o uso de técnicas de análise de
estatística descritiva.

3. RESULTADOS PARCIAIS
Até o momento dois ensaios (A e B) foram realizados como “treinamento”, para
padronizar a metodologia proposta. Portanto, pretende-se realizar a análise de repetibilidade
somente nos próximos ensaios, feitos em triplicata.
Para os ensaios realizados, variou-se apenas a inclinação do talude; os outros
parâmetros, sendo eles a frequência e índice de vazios, foram mantidos constantes, tanto para
o ensaio A, como o B. Os dados de execução dos ensaios, bem como os resultados de massa
erodida, foram determinados conforme a tabela 1:

Tabela 1- Dados experimentais dos ensaios de treinamento

Ensaio A Ensaio B
Frequência de onda 0,5 Hz 0,5 Hz
Índice de vazios 1,5 1,5
Declividade adotada 8° 30°
Perda de massa (pesagem) 251,46 g 26,82 g
Perda de massa 247,30 g 23,44 g
(escaneamento)

Além disso, foram obtidas digitalizações pelo método de escaneamento, que permitiram
verificar as diferenças de volume inicial e final da amostra de solo, para fins de cálculo de perda
de massa (figura 2).
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Figura 2 - Digitalização da amostra a) pré ensaio B b) pós ensaio B

Fonte: Autora
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REFERÊNCIAS

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Erodibilidade de Solos Tropicais não Saturados nos Municípios de Senador Canedo e
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BASTOS, C. A. B.; GEHLING, W. Y.Y.; MILITITSKY, J. Estudo sobre a erodibilidade de


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LAWSON, D.E. Erosion of Northern Reservoir Shores. and Analysis at Application of


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Hidráulico. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Geotecnia e Construção


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SU, X., NILSSON, C., PILOTTO, F., LIU, S., SHI, S., ZENGA, B. Soil erosion and deposition
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VILHENA, R.M., MASCARENHA, M.M.A, SALES, M.M., ROMÃO, P.A., LUZ, M.P.
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