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RESUMO
Este trabalho apresenta os resultados da avaliação dos métodos de Meyer Peter & Müller(1948), Einstein(1950),
Einstein Modificado por Colby e Hembree (1955), Colby (1957), Engelund e Hansen (1967), Yang (1973), Ackers e White
(1973), Van Rijn (1984), Karim (1998) e Cheng (2002), para o cálculo da descarga sólida em rios, utilizando resultados
de treze medições de descargas líquidas e sólidas, realizadas durante eventos chuvosos, no período entre Dezembro de 2003 e
Novembro de 2004, em um córrego urbano na cidade de Santa Maria — RS. Para avaliar a qualidade dos resultados foram
utilizados a relação entre os valores calculados e medidos e o índice de dispersão proposto por Aguirre et al. (2004), que
estabelece um valor máximo de 10 como critério de aceitação. Os métodos de Einstein Modificado por Colby e Hembree (1955)
e Colby (1957), que incorporam dados medidos de concentração de sedimentos em suspensão, obtiveram os melhores resulta-
dos, com relações entre a descarga calculada e a descarga medida de 1,01 e 1,33 e índices de dispersão de 0,14 e 0,39, res-
pectivamente. Dos métodos de estimativa indireta da descarga total de sedimentos, o método de Yang foi o que apresentou os
melhores resultados com a relação entre a descarga calculada e a descarga medida de 1,41 e índice de dispersão de 3,08. Os
métodos de Karim (1998) e Ackers e White (1973) subestimaram os resultados, com as relações entre as descargas calculadas
e as descargas medidas de 0,65 e 0,59 e índices de dispersão de 3,21 e 3,28, respectivamente. O método de Van Rijn (1984)
superestimou os resultados com relação entre a descarga calculada e a descarga medida de 2,97 e índice de dispersão de
6,89. O método de Engelund e Hansen (1967) apresentou relaçãos entre a descarga calculada e a descarga medida de 4,35
e índices de dispersão de 17,04, não se aplicando, portanto, ao caso estudado, segundo o critério do índice de dispersão pro-
posto por Aguirre et al.(2004) Os métodos de estimativa da descarga sólida tranportada por arraste de fundo não apresenta-
ram resultados satisfatórios e, não de aplicam ao caso em estudo, segundo o critério do índice de dispersão proposto por A-
guirre et al.(2004).
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i B. q b ρ 1
U2 1
2 Φ* = . (5)
K st = ( 4
) (2) i b .g.ρ s ρ s − ρ g.D 3
3
SR
Onde:
sendo: Φ*: intensidade de transporte de carga de fundo por
U — velocidade média do escoamento; unidade de largura para uma fração de grão indivi-
Kr — coeficiente de rugosidade devido à força de dual, ou função de taxa de transporte, que é uma
cisalhamento dado pela equação: medida admensional do transporte de fundo e é
independente do tamanho da corrente. Se Φ* é
26 igual em dois escoamentos diferentes, as duas taxas
Kr = 1
(3)
de transporte de carga de fundo são dinamicamente
D906
semelhantes.
A descrição detalhada da metodologia de
D90 - diâmetro do sedimento maior que 90% do
aplicação do Método de Einstein (1950) pode ser
material de fundo (m);
encontrada em Simons e Senturk (1977). No pre-
Dm - diâmetro médio do material de fundo, calcu-
sente trabalho, foi utilizado o Software WinTSR,
lado pela equação:
desenvolvido por Paiva, Beling e Rosa (2002) a par-
tir do Software TSR 1.0 desenvolvido por Paiva e
∑ Dx i b Lago (1996) .
Dm = (4)
100
Método de Engelund e Hansen (1967)
D - diâmetro médio de uma faixa de diâmetros (m);
ib - porcentagem do material do leito, corresponden- A fórmula de Engelund e Hansen (1967),
te ao diâmetro D; usa o conceito de potência da corrente e o princípio
da similaridade. Os autores restringem o uso da
Método de Einstein (1950) equação para materiais de leito que possuam diâme-
tro médio maior do que 0,15mm e não recomen-
Einstein (1950) desenvolveu um método dam a equação para fundo com rugas.
para estimar a descarga de material de fundo, para De acordo com Paiva (1988), Engelund e
diferentes vazões, a partir dos dados para a seção Hansen fizeram uma análise com base em condições
transversal e de amostras de material de fundo, em de similaridade para prever o fator de atrito. Separa-
um trecho selecionado de rio, com escoamento ram o gradiente de energia em: uma declividade
uniforme, com base no conceito de probabilidade devido à rugosidade dos grãos e outra devido às
de remoção, definida por Einstein (1950) como a formas de fundo. As hipóteses de semelhança,
fração do tempo durante o qual, em qualquer lugar, quando em duas correntes dinamicamente seme-
a força de sustentação instantânea excede o peso da lhantes, foram: a tensão de atrito devido aos grãos
partícula, ou seja, a probabilidade da relação entre o deve ser a mesma e a perda por expansão, devido à
peso efetivo da partícula e a força de sustentação rugosidade de forma, é a mesma fração da perda
instantânea ser menor que 1. total de energia.
Einstein (1950) assumiu ainda que a espes- Para aplicação deste método, é necessário o
sura da camada de fundo é duas vezes maior que o conhecimento de: peso específico do sedimento em
diâmetro representativo do grão do material de ton/m³ (γs); peso específico da água em ton/m³ (γ);
fundo e que dentro dessa camada, que é a fonte de velocidade média do escoamento em m/s (U); diâ-
material em suspensão, é impossível a existência de metro da partícula, para o qual 50% do material do
material em suspensão. Seu método tem servido de leito são mais finos (D50); aceleração da gravidade
base para diversos pesquisadores que utilizaram seus em m/s² (g); raio hidráulico em m (Rh); declivida-
conceitos para desenvolvimento de outros métodos de da linha d’água em m/m (S) e largura da super-
de cálculo de transporte de sedimentos fície do canal em m (B).
A função de carga de fundo de Einste- A tensão de cisalhamento da corrente (τo)
in(1950) é expressa, em Simons e Senturk (1977), em kg/m² é determinada pela equação:
pela equação:
τo= γ. Rh.S (6)
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2 γ
Método de Yang (1973) [ .g.( s - 1). D 3i + 36. ν 2 ](1/2) - 6.ν
3 γ (9)
W=
Di
Yang (1973) analisou dados de laboratório e
de campo e observou que a maioria dos dados anali-
sados mostraram que a potência unitária do escoa-
mento é um fator dominante na determinação da • Para partículas menores do que 0,1
concentração total de sedimentos. A potência unitá- mm, usa-se a equação de Stokes:
ria do escoamento é definida como o valor da ener-
gia potencial dissipada, por unidade de peso da
água, sendo expressa pelo produto da velocidade 1 (s - 1).g. Ds2 (10)
W= .
pela declividade (VS). Suas equações podem ser 18 υ
usadas em canais com materiais não coesivos e para
qualquer tipo de forma de fundo. O mecanismo no c) Calcula-se a relação entre a velocidade críti-
qual frações de potência unitária do escoamento são ca do escoamento no movimento incipiente
usados para transportar sedimentos por deslizamen- e a velocidade de queda pela equação:
to, rolamento, saltação e suspensão são muito com-
plexos e dependem das condições de fluxo instan- Uc 2,5 U ∗ .D
= + 0,66 para 1, 2 ≤ < 70 (11)
tâneo. Por isso é difícil associar potência unitária do w U∗ .D ν
escoamento com cada modo de transporte. log( ) - 0,06
ν
O Método de Yang foi desenvolvido por
meio de dados obtidos de calhas de laboratório e e:
rios naturais. O diâmetro das partículas, segundo o
autor, variou de 0,15 a 1,71 mm; a largura do canal U ∗ .D
de 0,134 a 532 m; profundidade dos canais de 0,010 Uc
= 2,05 para 70 < (12)
a 15,2 m; temperatura da água de 0 a 34,3 °C; velo- W ν
cidade média da água de 0,229 a 1,97 m/s; declivi-
dade da linha d’água de 0,000043 a 0,0279 e a con-
centração total de sedimentos de 10 a 585 ppm. d) Calcula-se a concentração total de material
Os dados de entrada para a aplicação do de leito no escoamento, para grãos de diâ-
Método de Yang (1973) são: diâmetro médio do metro até 2mm, pela equação:
sedimento em m (D); velocidade média do escoa-
mento em m/s (U); vazão em m³/s (Q); largura da W.D U∗
superfície do canal em m (B); viscosidade cinemáti- logCT = 5,435 - 0,286.log. - 0.457.log. +
ν W
ca da água em m²/s (ν); profundidade hidráulica
em m (d); raio hidráulico em m (Rh) e declividade
da linha d’água em m/m (S). W.D U∗ (13)
+ 1,799 - 0,409.log. - 0,314.log. .
O equacionamento para aplicação do Mé- ν W
todo de Yang (1973) é descrito em Paiva (2001) U.S Uc.S
conforme segue: .log -
W W
a) Calcula-se a velocidade de cisalhamento re-
lativa aos grãos pela equação: Para grãos de diâmetro maior que 2mm, a
concentração total de material de leito no escoa-
U* = (9,81* Rh* S)0,5 (8) mento é calculada pela equação:
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Rey/f > 8.106 → fw= 0,197 (Rey/f)-0,155 (29) - Cálculo do parâmetro de transporte, que expressa
a mobilidade da partícula em termos de estágio de
- Cálculo do fator de cisalhamento relativo ao fundo movimento relativo ao estágio crítico do início do
(fb): movimento:
2.d ( u , ∗ )2 - (u ∗cr )2
fb = f + ( f - fw ) (30) T= (41)
B (u ∗cr )2
- Cálculo do raio hidráulico relativo ao fundo (Rb): - Cálculo da descarga de fundo, em m3/s.m, para
partículas na faixa de 200 a 2000 µm:
Ab fb. U2
Rb = = (31)
Pb 8.g.s qb T 2,1
= 0.053. (42)
[(s - 1).g ]0,5 .D 501,5 D∗0 ,3
- Cálculo do diâmetro adimensional da partícula:
- Determinação do nível de referência (a), abaixo do
1/ 3
(s - 1).g qual, o transporte é considerado de fundo:
D∗ = D50. (32)
ν2
se Ks ≥ 0,01.d, então a= Ks, senão a=0,01.d (43)
- Coeficiente de Chézy relativo aos grãos (aspereza
dos grãos): - A concentração de referência (Ca), é calculada
pela equação:
12.Rb
C, = 18. log (33) D50 T1,5
3.D90 Ca = 0,015. . (44)
a D ∗0 ,3
- Cálculo da velocidade de cisalhamento relativa aos
grãos: - Cálculo do desvio padrão geométrico do material
de fundo, dado pela equação:
g 0 ,5
u ,∗ = [ ].U (34) D84 D50
C' σ s = 0,5. + (45)
D50 D16
- Cálculo do parâmetro de mobilidade crítica (Θcr):
início do movimento e suspensão das partículas: - Cálculo do diâmetro das partículas em suspensão
(Ds): partícula representativa do diâmetro em sus-
para D* ≤ 4 → Θcr = 0,24.D*-1 (35) pensão, a qual pode ser ≤ D50 do diâmetro do ma-
terial do leito:
4< D* ≤ 10 → Θcr = 0,14.D*-0,54 (36)
Ds
= 1 + 0,011.( σ s - 1).(T - 25) (46)
-0,10 D50
10< D* ≤20 → Θcr = 0,04.D* (37)
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2 36ν 2 36ν 2
W= + − g .∆.D (60) Critérios para avaliação dos métodos estudados
3 g.∆.D 3 3
g.∆.D 50 50
50
Os resultados das descargas de sedimentos
calculadas pelos métodos foram comparados com os
Método de Cheng (2002) resultados das descargas de sedimentos medidas.
Foram usados dois critérios para avaliar a
qualidade do ajuste:
O estudo de Cheng (2002) visa à possibili-
dade de estender algumas fórmulas de transporte de 1. a razão entre a descarga de sedimentos calculada
sedimentos de leito, as quais se adaptam bem para pelos métodos e a descarga medida (r);
condições de cisalhamento moderadas e altas e para
situações onde ocorrem transportes mais fracos. 2. o índice de dispersão (ID), proposto por Aguirre
Cheng (2002) calcula taxas de transporte de et al. (2004), conforme expresso pelas equações 64,
leito considerando condições de baixas a altas ten- 65 e 66. A Tabela 5 apresenta esses índices.
sões de cisalhamento. O autor do método faz uma
comparação com outros métodos, os quais não le- MNE
ID = MPF (64)
vam em consideração esta condição. Segundo o 100
autor, para tensões de cisalhamento moderadas, a
fórmula é muito próxima àquela proposta por Eins- 100 n x mi − x ci
tein (1950) e Meyer-Peter e Muller (1948), respecti- MNE = ∑ (65)
n i =1 x mi
vamente; em condições onde ocorrem transportes
mais fracos, a fórmula se adapta melhor às relações
propostas por Einstein (1942) e Paintal (1971), cita- 1 n x mi x ci
MPF = ∑ maior de (66)
do por Cheng(2002), respectivamente.. n i =1 x ,x
ci mi
Para aplicação do método, é necessário o
conhecimento dos seguintes dados: profundidade
onde:
hidráulica em m (d); declividade da linha d’água
em m/m (S); diâmetro da partícula, para o qual
MNE: erro médio normalizado;
50% do material do leito, são mais finos (D50) e
MPF: fator médio de estimativa;
largura da superfície do canal em m (B).
xmi: valores medidos das variáveis hidráulicas;
Calcula-se a descarga total de sedimentos
xci: valores calculados das variáveis hidráulicas.
por unidade de largura (qb) pela equação:
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• no Método de Karim r variou de 0,04 a 2,67 duais, comparou as relações de discrepância entre o
com média de 0,65 e ID igual a 3,21; transporte de sedimento calculado e o transporte de
sedimento medido, produzido pelos métodos de:
Ackers e White (1973), Engelund e Hansen (1967),
Os resultados mostram que dentre os méto- Laursen (1958), Meyer-Peter-Muller(1948), para o
dos de estimativa indireta da descarga total de mate- cálculo da descarga de fundo,combinado com o
rial de fundo testados, o Método de Yang (1973) Método Modificado de Einstein(1955),para o cálcu-
apresentou o melhor desempenho, com índice de lo da descarga em suspensão, Yang (1973), Bag-
dispersão ID = 3,08, seguido dos métodos de Karim nold(1966), Meyer-Peter-Muller (1948) e Yalin
(1998), ID = 3,21, Ackers e White (1973), com ID ( (1963). Da análise, concluiu que a fórmula de Yang
3,28), Van Rijn (1984) com ID= 6,89. O Método de (1973) é a melhor equação para ser aplicada sobre
Engenlund e Hansen (1967), com ID = 17,04 , por toda a faixa de condições de escoamento.
esse critério, não se aplica ao caso em estudo, uma Paiva (1988), com base em 22 medições de
vez que o ID máximo admissível como aceitável é 10. campo no rio Mogi Guaçu e em 353 séries de dados
Esse resultado é conflitante com os resulta- experimentais dos canais do Paquistão, fez uma
dos obtidos por Aguirre-Pe et al (2006) que, com avaliação de 16 dos principais métodos disponíveis
base em informações de bancos de dados interna- na ocasião e concluiu que para o rio Mogi Guaçú,
cionais, analisaram 4000 fluxos de 45 canais de labo- na seção e condições testadas, dentre os métodos de
ratório e rios e avaliaram o desempenho de 15 mé- estimativa indireta da descarga total de material de
todos distintos de previsão do transporte de sedi- fundo avaliados, os melhores resultados foram apre-
mentos de fundo e concluíram que: “os modelos de sentados pelo Método de Yang (1973), seguido pe-
transporte que apresentam uma melhor reprodução los métodos de Toffaleti (1969), Bishop(1965), Ac-
do transporte real em canais de laboratório e rios kers & White (1973) e Van Rijn (1984) que apresen-
são os de Engelund e Hansen (1967); Aguirre-Pe et taram desempenhos semelhantes.
al. (2003); Sato, Kikkawa y Ashida (1958) e Karim Por sua vez, cabe registrar que o baixo
(1998), considerando como critério de avaliação o desempenho dos métodos de estimativa da descarga
índices de dispersão (ID)”. de fundo, tem se repetido em outras situações.
Os métodos de Karim (1998) e Ackers e Em seus experimentos, Paiva (1988)
White (1973) subestimaram a descarga total de se- concluiu que nenhum dos métodos avaliados
dimentos, enquanto os métodos de Van Rijn (1984), estimou a descarga de fundo dentro de uma
Engelund e Hansen (1967) superestimaram. Tais precisão aceitável. Todos os métodos seperes-
ocorrências, possivelmente estão associadas com as timaram muito a descarga transportada por arraste
condições para as quais foi desenvolvido cada méto- de fundo.
do. Cogollo Ponce (1990) com base em 36
O desempenho pouco satisfatório do Méto- experimentos de campo realizados no Rio Mogi
do de Engelund e Hansen (1967) deve-se ao fato Guaçú, em Santa Eudóxia, São Carlos- SP, somados
que, em 4 dos 13 experimentos realizados, a confi- aos 21 experimentos realizados por Paiva (1988), na
guração do leito não é duna, pois a sua aplicação é mesma seção e, com 111 conjuntos de dados
indicada para fundo com dunas. Nos 4 maiores e- sedimentométricos coletados pelo DAEE- SP, avaliou
ventos, 3 ocorreram com fundo plano e 1 na fase de 10 fórmulas de cálculo da descarga de sedimentos
transição, segundo o critério de classificação das por arraste de fundo e concluiu que nenhum dos
formas de fundo de Van Rijn(1984). Se excluirmos métodos de cálculo avaliados apresentou resultados
esses 4 experimentos, os valores de ID para cada satisfatórios para todas as faixas de taxas de
método, tornam-se: Yang (1973), ID=1,96; Enge- transporte;
lund e Hansen (1967), ID=,2,34; VanRijn(1984), ID Paiva(1995) avaliou 10 fórmulas para o
=3,52; Karim (1998), ID=4,04 e Ackers e White cálculo da descarga total de sedimentos, com base em
(1973), ID=4,42, fazendo com que o Método de 24 medições realizadas no Rio Atibaia-SP. Concluiu
Engelund e Hansen (1967) passe a ocupar a segun- que para as condições testadas, todos os métodos
da posição no ranking. apresentaram diferenças percentuais relativas aos
Por outro lado, o bom desempenho do Mé- dados medidos superiores a 50% e que para a
todo de Yang (1973) tem se repetido em avaliações descarga total de sedimentos calculada a partir do
anteriores, em diferentes condições, a saber: diâmetro D50 do grão, o método que apresentou o
Segundo o Task Committee(1982), Alon- melhor resultado foi o de Engelund e Hansen(1967).
so(1980) utilizando resultados de 205 testes indivi-
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Data A (m²) P (m) Rh (m) S (m/m) B (m) U (m/s) d (m) Q (m³/s) C (mg/L) Forma de
(x 10-3) (mg/L) Fundo
15/12/2003 11,41 6,67 1,71 3,16 5,35 1,15 2,22 13,10 1183 FP
23/6/2004 4,02 6,12 0,66 3,15 5,20 0,61 0,75 2,44 848 Duna
13/7/2004 2,78 5,34 0,52 1,10 4,60 0,31 0,58 0,85 1354 Duna
29/7/2004 2,06 5,33 0,39 1,87 5,00 0,33 0,43 0,67 432 Duna
6/8/2004 4,20 5,95 0,71 3,10 4,80 0,63 0,86 2,64 1406 Duna
17/8/2004 1,80 5,07 0,35 1,92 4,65 0,31 0,37 0,56 371 Duna
10/9/2004 3,07 5,70 0,54 2,52 4,50 0,48 0,62 1,46 818 Duna
1-20/09/04 3,03 5,65 0,54 1,54 4,85 0,37 0,62 1,12 335 Duna
2-20/09/04 2,78 5,55 0,50 1,24 4,85 0,32 0,57 0,88 151 Duna
3-20/09/04 5,67 7,02 0,81 3,74 6,00 0,76 1,02 4,30 1479 TR
16/10/2004 2,46 5,66 0,43 3,24 4,89 0,46 0,54 1,14 277 Duna
1-09/11/04 4,18 5,54 0,75 8,66 4,30 1,10 0,91 4,59 1569 FP
2-09/11/04 5,93 6,54 0,91 10,96 4,95 1,40 1,19 8,31 1619 FP
Média 4,11 5,86 0,68 3,55 4,92 0,63 0,82 3,24 911
Máximo 11,41 7,02 1,71 10,96 6,00 1,40 2,22 13,10 1619
Mínimo 1,80 5,07 0,35 1,10 4,30 0,31 0,37 0,56 151
Data Qtm Einstein Colby Engelund Hansen Yang Ackers e White V. Rijn Karim
Mod. (1955) (1957) (1967) (1973) (1973) (1984) (1998)
15/12/2003 1365,8 1826,4 7541,5 2692,8 975,0 3504,8 1226,6
23/6/2004 180,7 204,2 242,7 482,8 222,8 94,4 421,3 80,2
13/7/2004 100,1 103,0 111,9 15,9 6,0 2,9 21,7 3,6
29/7/2004 25,3 28,5 32,8 28,0 10,3 5,1 46,1 5,6
6/8/2004 321,0 323,5 408,3 521,0 251,2 101,6 433,1 89,9
17/8/2004 18,0 23,7 23,7 21,2 7,5 3,9 36,7 4,2
10/9/2004 103,4 103,4 131,1 139,8 72,8 31,9 152,1 25,6
1_20/09/04 36,4 33,5 42,8 42,5 19,6 8,8 52,4 8,9
2_20/09/04 12,7 10,9 16,3 20,2 7,8 3,7 28,1 4,5
3_20/09/04 555,2 302,4 728,1 1537,7 629,6 245,4 1126,7 255,9
16/10/2004 28,5 29,3 43,0 144,5 67,3 28,6 185,8 26,6
1_09/11/04 641,6 681,9 698,6 7286,2 2117,5 909,3 3749,4 937,6
2_09/11/04 1206,6 1285,3 1932,3 25819,4 5772,3 2427,5 10514,7 3224,3
Média 269,1 260,8 367,6 3004,9 765,4 321,9 1397,3 388,9
Máximo 1206,6 1285,3 1932,3 25819,4 5772,3 2427,5 10514,7 3224,3
Mínimo 12,7 10,9 16,3 15,9 6,0 2,9 21,7 3,6
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Tabela 3 — Descargas sólidas de arraste medidas e calculadas em toneladas por dia e razão entre a descarga
sólida de arraste medida e calculada.
Data Descargas sólidas de arraste. Medidas e calculadas Razão entre a descarga sólida de arraste calculada e
medida
Qfm MPM Einstein Van Rijn Cheng MPM Einstein Van Cheng
(1948) (1950) (1984) (2002) (1948) (1950) Rijn (2002)
(1984)
15/12/2003 26,48 164,0 94,6 1308,0 17665,3 6,2 3,6 49,4 667,1
23/6/2004 2,00 20,6 47,4 234,0 3352,6 10,3 23,7 117,0 1676,3
13/7/2004 0,01 0,0 0,1 9,6 389,2 0,0 12,0 956,0 38915,0
29/7/2004 0,07 0,0 0,7 24,1 611,5 0,0 9,7 344,4 8736,3
6/8/2004 0,37 21,4 48,2 227,4 3365,2 57,8 130,4 614,5 9095,2
17/8/2004 0,02 0,0 0,0 19,3 467,3 0,0 0,1 964,5 23364,5
10/9/2004 0,21 4,1 13,4 83,5 1540,4 19,3 63,8 397,6 7335,0
1_20/09/04 4,00 0,0 1,3 26,1 768,8 0,0 0,3 6,5 192,2
2_20/09/04 1,22 0,0 0,3 13,0 476,7 0,0 0,2 10,6 390,7
3_20/09/04 5,80 12,8 34,4 571,3 7982,7 2,2 5,9 98,5 1376,3
16/10/2004 1,22 4,4 14,7 105,3 1989,5 3,6 12,1 86,3 1630,7
1_09/11/04 19,55 184,6 196,0 2131,0 16967,8 9,4 10,0 109,0 867,9
2_09/11/04 43,90 435,4 395,3 5616,7 41834,8 9,9 9,0 127,9 953,0
Média 8,07 65,2 65,1 797,6 7493,2 9,1 21,6 298,6 7323,1
Máximo 43,90 435,4 395,3 5616,7 41834,8 57,8 130,4 964,5 38915,0
Mínimo 0,01 0,0 0,0 9,6 389,2 0,0 0,1 6,5 192,2
Tabela 4 — Razão (r) entre os valores da descarga de sedimentos total calculados e os medidos.
Eintein Modifi- Colby Engelund e Yang (1973) Ackers e White Van Rijn Karim (1998)
Data cado (1955) (1957) Hansen (1973) (1984)
(1967)
15/12/2003 - 1,34 5,52 1,97 0,71 2,57 0,9
23/6/2004 1,13 1,34 2,67 1,23 0,52 2,33 0,44
13/7/2004 1,03 1,12 0,16 0,06 0,03 0,22 0,04
29/7/2004 1,13 1,3 1,11 0,41 0,2 1,82 0,22
6/8/2004 1,01 1,27 1,62 0,78 0,32 1,35 0,28
17/8/2004 1,32 1,32 1,18 0,42 0,22 2,04 0,23
10/9/2004 1 1,27 1,35 0,7 0,31 1,47 0,25
1_20/09/04 0,92 1,17 1,17 0,54 0,24 1,44 0,24
2_20/09/04 0,86 1,28 1,59 0,62 0,29 2,21 0,35
3_20/09/04 0,54 1,31 2,77 1,13 0,44 2,03 0,46
16/10/2004 1,03 1,51 5,07 2,36 1 6,52 0,93
1_09/11/04 1,06 1,51 11,36 3,3 1,42 5,84 1,46
2_09/11/04 1,07 1,6 21,4 4,78 2,01 8,71 2,67
Média 1,01 1,33 4,38 1,41 0,59 2,97 0,65
Máxima 1,32 1,60 21,40 4,78 2,01 8,71 2,67
Mínima 0,54 1,12 0,16 0,06 0,03 0,22 0,04
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Avaliação de Métodos de Cálculo do Transporte de Sedimentos em um Pequeno Rio Urbano
Tabela 5 - Índice de dispersão (ID) para quantificar a 2004 no Arroio Cancela em Santa Maria, RS, permi-
estimativa de sedimentos proporcional a dispersão expe- tiram comparar os valores medidos da descarga total
rimental. de sedimentos com os valores calculados pelos mé-
todos de Meyer Peter & Müler (1948), Einstein
a. Descarga Total de Material de Leito (1950), Einstein Modificado por Colby e Hembree
Método MNE(%) MPF ID (1955), Colby (1957), Engelund e Hansen (1967),
Einstein Yang (1973), Ackers e White (1973), Van Rijn
Modificado 12,02 1,15 0,14 (1984), Karim (1998) e Cheng (2002).
(1955) Conforme esperado, os métodos de Einstein
Colby Modificado por Colby e Hembree (1955) e Colby
30,16 1,30 0,39 (1957), que incorporam dados medidos de concen-
(1957)
Engelund e tração de sedimentos em suspensão, forneceram os
Hansen 351,13 4,85 17,04 melhores resultados.
(1967) Dos métodos da estimativa indireta da des-
Yang carga total de sedimentos, o Método de Yang foi o
94,32 3,27 3,08 que apresentou os melhores resultados, com a rela-
(1973)
ção média entre a descarga calculada e a descarga
Ackers e
medida de 1,41 e índice de dispersão de 3,08.
White 62,68 5,24 3,28
Os métodos de Karim (1998) e Ackers e
(1973)
White (1973) apresentaram bons resultados, com as
Van Rijn
208,62 3,30 6,89 relações médias entre as descargas calculadas e as
(1984)
descargas medidas de 0,65 e 0,59 e índices de dis-
Karim
67,54 4,76 3,21 persão de 3,21 e 3,28, respectivamente.
(1998)
O Método de Van Rijn (1984) apresentou
b. Descarga de Fundo relação média entre a descarga calculada e a descar-
Meyer Peter ga medida de 2,97 e índice de dispersão de 6,89.
e Müller 892,53 14,88 133 Considerando que os índices de dispersão são acei-
(1948) táveis até 10, o Método de Van Rijn pode ser consi-
Einstein derado, porém comparado com os demais, não a-
2083,01 23,79 496
(1950) presentou bons resultados.
Van Rijn O pior desempenho dentre os métodos de
29798,71 298,99 89094
(1984) estimativa da descarga total de material de leito,
Cheng considerando os treze experimentos, foi apresenta-
732249,11 7323,49 53626198
(2002) do pelo Método de Engelund e Hansen (1967)) que
apressentou uma relação média entre a descarga
calculada e a descarga medida de 4,35 e índice de
Os resultados conflitantes nas diversas dispersão de 17,04, indicando que o mesmo não
avaliações mostram que não é possível simplesmente pode ser aplicado para as condições avaliadas, uma
aplicar um método de cálculo qualquer para uma vez que o valor limite para o índice de dispersão,
determinada seção de rio. Antes disso, porém, é conforme proposto por Aguirre Pe (2004), é ID =
necessário proceder-se a levantamentos de campo, 10.
por um período determinado, que permitam definir Quando se consideram apenas os eventos
qual o método que melhor se aplica a cada caso e a em que a configuração do leito foi classificada como
partir daí usá-lo para a estimativa do transporte de dunas, 9 eventos, o desempenho dos métodos vari-
sedimentos a partir das características hidráulicas da am para: Yang (1973), ID=1,96; Engelund e Han-
sessão e do escoamento. sen (1967), ID=,2,34; VanRijn(1984), ID =3,52; Ka-
rim (1998), ID=4,04 e Ackers e White (1973),
ID=4,42, fazendo com que o Método de Engelund e
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Hansen (1967) passe a ocupar a segunda posição no
raking.
Nenhum dos métodos de estimativa da des-
Os resultados obtidos nas treze campanhas carga de fundo testados, Meyer Peter e Müler
realizadas entre Dezembro de 2003 a Novembro de (1948), Einstein (1950), Van Rijn(1984) e Cheng
(2002), foi capaz de estimar descarga de fundo me-
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RBRH — Revista Brasileira de Recursos Hídricos Volume 12 n.4 Out/Dez 2007, 05-21
dida com precisão aceitável. O menor índice de gresso Latinoamericano de Hidráulica. IAHR, Oct.,
disperção foi obtido pelo Método de Meyer Peter e 2004, São Pedro, SP. 10p.
Muller e seu valor foi ID=133, ou seja, 13,3 vezes AGUIRRE-PE J., MACHADO D. A., MONCADA A. T. E OLI-
maior que o maior valor aceitável. VERO M. L. (2006). “Los Mejores Modelos de
Com base nas conclusões, pode-se reco- Transporte de Sedimentos.” XXII Congresso Lati-
mendar que sejam feitas medidas da concentração noamericano de Hidráulica. IAHR .Ciudad Guayana,
de sedimentos em suspensão para posterior aplica- Venezuela, Out. 2006. 10 p. (Anais em CDrom)
ção dos métodos de Einstein Modificado por Colby ALONSO, C. V. (1980), “Selecting a Formula to Estimate
e Hembree (1955) e Colby (1957), com o objetivo Sediment Transport Capacity in Non-Vegetated
de caracterizar o transporte de sedimentos na seção Channels” CREAMS: A Field Scale Model for Chemi-
em estudo . No caso da ausência de medidas da cals, Runoff, Erosion from Agricultural Management
concentração de sedimentos em suspensão pode-se Systems. Conservation Research Report no. 26,
aplicar o Método de Yang (1973) que apresentou o United Stades Department od Agriculture, pp. 426-
melhor resultado, em relação aos demais, quando 435.
comparado com dados medidos. BAGNOLD, R. A. (1966), “An Aproach to the Sediment Trans-
As medições e coletas no campo são de fun- port Problem from General Physics”, U. S. Geologi-
damental importância para se obter dados reais da cal Survey, Proc. Paper 442.1, Washington.
seção ou trecho do rio que se quer analisar. As pos- BISHOP, A. A. , SIMONS, D. B. & RICHARDSON, E. V.
síveis falhas nos cálculos da descarga total de sedi- (1965), “Total Bed-Material Trsnport”, Journal of the
mentos podem estar nas medições, nas coletas, nas Hydraulics Division, ASCE, vol. 91, no. HY2, March,
análises de laboratório e, talvez, em alguns métodos pp. 175-191. 1965
de cálculo. Por isso, é importante que os métodos de CARVALHO, N. O. Hidrossedimentologia Prática. CPRM:
cálculo sejam aprimorados e adaptados para dife- ELETROBRÁS, 1994. 372p.
rentes condições de campo e que se desenvolvam CHENG, N. S. Exponential Formula for Bedload Transport.
também novos métodos aplicáveis a estas condições, Journal of Hydraulic Engineering, ASCE, Vol. 128,
já que a maioria deles usa dados medidos em calhas n.10, Oct., pp.942-946. 2002.
de laboratório. Com objetivo de facilitar e minimizar COGOLLO PONCE, Ricardo José - Análise da Aplicabilidade
as falhas nas coletas de sedimentos de arraste de e Modificações de Métodos de Cálculo do Trans-
fundo e suspensão, o desenvolvimento de novos porte de Sedimento por Arraste de Fundo em Rios
equipamentos de medições deve ser incentivado. de Médio Porte . SHS-EESC-USP.(Tese de Dou-
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HDS-CT- UFSM. 2002 ( Software não publicado) Engelund and Hansen (1967), Yang (1973), Ackers and
PAIVA, L. E. D. de - Aplicação de Métodos Macroscópicos na White (1973), Van Rijn (1984), Karim (1998) and
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