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POESIA TROVADORESCA

UNIDADE 1
Poesia trovadoresca
A poesia trovadoresca surgiu na Idade Média, no Noroeste da Península
Ibérica, nos reinos de Leão, Castela e Portugal (inicialmente, condado
Portucalense).

Galiza

1143 —
Independência
de Portugal

Mapa da Península
Ibérica em 1096.
• Cerca de 1680 composições em verso produzidas entre os séculos XII e XIV.

• Composições musicadas e cantadas em saraus nas cortes dos grandes


senhores feudais.

Iluminura de Cantigas de Santa Maria


Música e dança, iluminura de Afonso X, o Sábio — Códice
de Tacuina Sanitatis (século XIV). do Escorial (1221-1284).
• Escritas por trovadores (origem nobre) e jograis (origem popular).

• Coligidas em três cancioneiros (coletâneas) de fins do século XIII e do


século XIV.

Página do Cancioneiro Página do Cancioneiro Página do Cancioneiro


da Ajuda. da Biblioteca Nacional. da Vaticana.
Escritas em galego-português (designação que costuma ser dada à língua novilatina
falada na faixa ocidental da Península Ibérica até meados do século XIV, sobretudo
quando se pretende referir a língua literária da poesia trovadoresca).

Mapa dos dialetos hispânicos no século XIII.


Sociedade e
cultura medieval

Clero —
uma classe dominante na
educação e na cultura

A hierarquizada Igreja medieval,


representada num manuscrito francês
(A Fortaleza da Fé, c. séc. XVIII).
A hierarquia medieval
Produção cultural Distrações medievais

Classes privilegiadas: Classes privilegiadas:


Nobreza e clero Nobreza e clero

Reconquista Cortes Ação Torneios Saraus Banquetes


senhoriais pastoral com dança
e canto

 
Povo e servos (afastamento) Povo e servos

Romarias Procissões
A cultura das cortes feudais

• Torneios.

• Saraus com dança e canto.

• Banquetes.

Menestréis tocam numa noite musical


(Codex Manesse).
Um banquete medieval.
Saraus com dança e canto Composições escritas
em verso
=
Predomínio da oralidade cantigas

Protetor e mecenas:
Nobre

Autor/executor
• Afonso X, de Leão e Castela
• D. Dinis • Trovador • Animam as festas
• D. Pedro, conde de Barcelos da corte.
• Jogral
• Segrel • Dinamizavam os
saraus.
• Menestrel
Compõe a letra
Trovador Nobre
e a música das cantigas

Popular Canta e executa


Jogral as cantigas dos trovadores

Canta e executa as cantigas dos


Segrel Popular trovadores; compõe e executa
as suas próprias cantigas

Canta e executa
Menestrel Músico ou cantor
as cantigas dos trovadores
Cantigas de amigo
Cantigas de amigo
Sujeito poético:
Eu feminino — a amiga

Temas

• Sofrimento de amor • Confidências à Natureza

• Enganos/mentiras à mãe • Confidências à mãe


• Encontro com o amigo • Confidências às amigas
• Tristeza pela ausência do • Ansiedade causada pelo amor
amigo • Ciúmes/infidelidade
• Saudades do amigo • Confiança no amigo
• Alegria pelo regresso do
amigo
Classificação temática

Cantigas de romaria
Bailias
Albas Monólogo
Barcarolas ou marinhas Diálogo
Pastorelas Narração

Classificação formal

Cantigas de refrão
Cantigas de mestria
(sem refrão)
Cantigas paralelísticas
ou de leixa-pren
Estrutura versificatória
das cantigas paralelísticas verso A Vaiamos, irmana, vaiamos dormir,
estrofe 1 verso B nas ribas do lago, u eu andar vi
refrão a las aves, meu amigo.
1.º par
verso A’ (variante de A) Vaiamos, irmana, vaiamos folgar
estrofe 2 verso B ’ (variante de B) nas ribas do lago, u eu vi andar
refrão a las aves, meu amigo.

verso B Enas ribas do lago, u eu andar vi,


estrofe 3 verso C seu arco na mãao as aves ferir,
refrão a las aves, meu amigo.
2.º par
verso B’ Enas ribas do lago, u eu vi andar,
estrofe 4 verso C’ (variante de C) seu arco na mano a las aves tirar,
refrão a las aves, meu amigo.

verso C Seu arco na mano as aves ferir,


estrofe 5 verso D e las que cantavam leixa-las guarir,
refrão a las aves, meu amigo.
3.º par
verso C’ Seu arco na mano a las aves tirar,
estrofe 6 verso D’ (variante de D) e las que cantavam nom nas quer matar,
refrão a las aves, meu amigo.

Fernando Esquio
Linguagem e recursos:

• Esquema de composição rígido e repetitivo

• Descrição do quotidiano rural e do ambiente campestre:

— ida à fonte — ida à ermida — ida ao baile

• Vocabulário simples, corrente e familiar; recorre com frequência à frase simples ou à coordenação

• Repetição no recurso ao refrão e ao paralelismo anafórico, semântico ou perfeito (leixa-pren)

• Rima apenas vocálica ou vocálica e consonântica

• Simbolismos:

— as flores — a «fontana» — os cervos — a água — as aves

— a noite — o vento — os cabelos

• Recursos expressivos como a personificação

• Polissemia

• Utilização de arcaísmos

• Geografia vaga (casa, fonte, rio, mar ou praia) ou Toponímia precisa (Vigo, Guarda ou San Simón)

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