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Festival de Rock Woodstock

O Festival de Rock Woodstock, ocorrido em agosto de 1969, nos EUA, marcou uma geração de
jovens ligados aos ideais do movimento hippie e ao rock 'n roll.

Nos dias 15, 16 e 17 de agosto de 1969, ocorreu, na fazenda pertencente a Max Yasgur, nas
imediações da cidade de Bethel, Estados Unidos, um dos maiores festivais de música da história, o
Woodstock. O festival possuía um vínculo direto com a Contracultura que se desenvolveu
exponencialmente nos anos 1950 e 1960 e, sobretudo, com o principal eixo contracultural, o
Movimento Hippie. Esse festival aconteceu em uma época em que o mundo estava no auge da
bipolaridade geopolítica, isto é, na ambiência da Guerra Fria.

Para entender a importância e a magnitude do Woodstock, é necessário saber que, após a Segunda
Guerra Mundial, houve um surto de desenvolvimento tecnológico voltado para a vida doméstica,
sobretudo nos Estados Unidos. Era a época do “American Way of Life” (o modo de vida americano),
que se tornava um modelo para todo o mundo ocidental. Essa época ficou conhecida também como
a “era dos eletrodomésticos”. O fato é que, ao mesmo tempo em que havia esse otimismo social
ligado ao consumo, os EUA estavam envolvidos em um dos confrontos mais dispendiosos desse
período: a Guerra do Vietnã.

A contracultura nasceu como contestação dos jovens ao clima de rivalidade fomentado pela Guerra
Fria. A Guerra do Vietnã tornou-se um dos principais alvos desse movimento. As formas de protestos
encontradas pelos jovens desse período eram a música, sobretudo o Rock n' Roll, e as drogas –
principalmente as sintéticas, como o LSD e a mescalina. Por meio do som e das letras do rock e
também das performances no palco, a contracultura começou a penetrar a sociedade como um todo.

O Woodstock representou o ápice dessa era contracultural. O projeto de um grande festival que
reunisse os principais representantes do rock daquele período partiu de quatro jovens: John Roberts,
Joel Rosenman, Artie Kornfeld e Michael Lag. A proposta era oferecer ao público interessado (a
maioria esmagadora de hippies) um festival de três dias completamente voltado ao rock e às práticas
contraculturais adjacentes: sexo e drogas. Alguns autores que estudaram a história do festival dizem
que a declaração dos organizadores de que era esperado um público de 60 mil pessoas não
procede, haja vista que foram vendidos 180 mil bilhetes bem antes da realização. De toda forma, o
evento contou com mais do dobro de pessoas que haviam garantido sua vaga antecipadamente.

Cerca de 400.000 pessoas foram ao Woodstock. A cidade não suportou a demanda por comida e
outras formas de mantimentos para tamanha quantidade de pessoas e teve que recorrer à ajuda das
cidades vizinhas. Os organizadores tentaram fazer um evento com as principais personalidades do
rock da época, mas nem todos puderam selar o compromisso. Nomes como Jim Morrison, Led
Zeppelin e Franck Zappa, apesar de cogitados, não foram ao festival. Entretanto, os três dias
contaram com artistas da estirpe de Janis Joplin, Santana, Jimi Hendrix, Joe Cocker e The Who.

O Woodstock ficou marcado ainda pelas imagens registradas em vídeo tanto dos shows quanto do
público e por acontecimentos fatídicos também, como a morte de três pessoas, vitimadas,
respectivamente, por atropelamento, rompimento do apêndice e overdose de heroína.

Ninguém tinha mais de 30 anos entre os 400 mil jovens que acamparam durante três dias, comendo,
bebendo e dormindo ao ar livre. E fumando maconha.
Quem esteve em Woodstock de 15 a 17 de agosto de 1969 afirma que foi a maior manifestação de
paz de todos os tempos. Para as más línguas, a descontração foi resultado do enorme consumo de
drogas praticado durante o evento pelos jovens representantes da "geração flower power".
O que estava planejado era algo totalmente diferente. Os quatro jovens de Bethel, no estado de Nova
York, que alugaram para o festival de rock ao ar livre a propriedade rural de Max Yasgur, de 250
hectares, contavam com a participação de no máximo uns 80 mil hippies.
Mas, ainda antes de a festa começar, não parava de chegar gente para ouvir The Who, Jimmy
Hendrix, Joan Baez, Crosby, Stills & Nash, Jefferson Airplane e muitos outros mais que haviam
confirmado presença. Logo foi preciso desmontar as cercas da fazenda, o que ocorreu com toda a
calma, porque o pessoal não era de arruaça.
Max Yasgur não cabia em si de contentamento: "Sou um simples agricultor. Não sei como falar para
tanta gente. Esta é a maior multidão que já se reuniu num lugar. Mas acho que vocês provaram uma
coisa para o mundo: que é possível que meio milhão de pessoas se reúnam para ouvir música e se
divertir durante três dias — só música e divertimento".
O festival em Woodstock não foi o primeiro a ser realizado ao ar livre em fins da década de 1960. E,
para os hippies de verdade, até hoje o festival de Monterey, realizado na Califórnia no verão
setentrional de 1967, continua sendo o acontecimento. Mas a ele compareceram apenas 50 mil
pessoas. Woodstock reuniu pelo menos oito vezes mais.

Protesto político e fim de uma era


Em 1969, na verdade, já tinha quase passado a grande euforia da rebelião. Os estudantes de Paris,
Berlim e Berkeley tinham desmontado suas barricadas e retornado às salas de aula.
Na Casa Branca, estava instalado Richard Nixon, que incorporava os clichês do governante
reacionário em velhos moldes. E o que Woodstock significou, no fundo, foi a rejeição dos Estados
Unidos a tudo o que Nixon representava. Nada expressou tão bem essa rejeição quanto a guitarra de
Jimi Hendrix, entoando o hino nacional entrecortado pelos sons de bombas. Um ano antes de sua
morte, o astro consagrava-se como o maior guitarrista de rock de todos os tempos.
Hoje Woodstock tem a aura de um mito, provavelmente também por representar o crepúsculo do
movimento hippie. No mesmo ano, o clã de Charles Manson havia cometido assassinatos bárbaros
ao som de rock e no embalo das drogas, matando entre outras pessoas a atriz Sharon Tate, esposa
do cineasta Roman Polanski.
Ainda no mesmo ano, o rock chegou ao fundo do poço num concerto dos Rolling Stones em
Altamont, na Califórnia, em que os Hell's Angels apunhalaram um negro diante do palco.
O festival do amor e da paz rendeu lucros para seus organizadores, que ganharam com os áudios e
vídeos produzidos sobre o evento. Na lembrança, permanece a imagem de um mar de lama
preenchido pelo lixo deixado pelos participantes: a chuva que caiu em Woodstock só fez reforçar o
mito.

50 anos de Woodstock: fatos que você precisa saber sobre o festival

Ele não foi em Woodstock

Embora tenha recebido o nome da cidade, o evento ocorreu na cidade de Bethel, a cerca de
110 quilômetros de Woodstock. Isso porque, ao perceber que o público seria maior que de 50
mil pessoas, as autoridades locais proibiram o evento. A solução foi alugar uma fazenda em
Bethel.

Os produtores só lucraram dez anos depois

Ao todo, os produtores gastaram cerca de US$ 3 milhões (algo em torno de US$ 15 milhões
atualmente), emprestados pela família rica de um deles, e faturaram cerca de US$ 1,8 milhão.
Somente uma década depois conseguiram ganhar o suficiente (com a repercussão e divulgação
pós-evento) para pagar a dívida.

Foram quatro dias de evento e 32 apresentações

Por US$ 18 (cerca de US$ 75 atualmente) o público pôde assistir a 32 shows de bandas e
artistas como Creedence Clearwater Revival, Grateful Dead, The Who, Janis Joplin, Joan Baez,
Joe Cocker e, é claro, Jimi Hendrix. Nomes importantes da música recusaram convites para
tocar, entre eles os Beatles, The Doors, Led Zeppelin e Bob Dylan.

Pouca gente viu o show de Jimi Hendrix

Por razões contratuais, ninguém poderia se apresentar depois de Jimi Hendrix, a atração
principal do evento. Mas, em meio ao caos, a programação atrasou e muito. Hendrix só subiu ao
palco às nove da manhã de segunda-feira, quando a maioria do público já havia ido embora,
perdendo sua versão lendária do hino nacional americano, The Star-Spangled Banner. Por
sorte, ela foi filmada para a posteridade.

FOTOS QUE REVELAM POR QUE O FESTIVAL DE WOODSTOCK FOI TÃO


INSANO:
- Mal sabiam os moradores de Bethel que a pequena cidade, em 1969, seria palco do
festival de música mais épico do século 20.

- O evento foi organizado com a intenção de afirmar a cultura hippie, pregar a paz e o
amor e protestar contra a Guerra do Vietnã, que já se arrastava havia 10 anos.

- Mas aqueles dias de verão entrariam para história, sobretudo, por fazerem a música
virar um instrumento de contestação e ferramenta para mudanças sociais e políticas.

- Estima-se que 400 mil pessoas foram até o lugar do evento — 7 vezes mais do que a
previsão inicial.

- Apenas para efeito de comparação: a cidade de Bethel — localizada a cerca de 150 km


de Nova York —, na ocasião, tinha apenas 2,3 mil habitantes.

- O percurso de Manhattan até o lugar, que era de 2 horas, chegou a durar 8 horas.

- Entre as 32 atrações do festival estavam Janis Joplin, Joan Baez, Carlos Santana,
Creedence Clearwater Revival, The Who e Jimi Hendrix.

- Uma tempestade torrencial arruinou o gramado que cobria o local e piscinas de lama
acabaram sendo formadas.

- Mas, como você pode ver, isso não afetou nem um pouco a empolgação das pessoas,
que, inclusive, se lambuzavam nela sem a menor culpa.

- Houve três mortes: uma por apendicite, outra decorrente de um atropelamento e a


terceira por ingestão excessiva de heroína.

- Foram vendidos 180 mil ingressos, só que, ao verem o fluxo intenso de pessoas que
chegava à fazenda, os organizadores resolveram torná-lo gratuito.

- Transformado em filme posteriormente, o festival conseguiu saldar rapidamente os


prejuízos que deixou.

- Quem foi a Woodstock experimentou drogas, sexo, a textura da lama, a falta de


estrutura em um megaevento e a indescritível sensação de ter feito parte de um
momento histórico.

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