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FACULDADE CENECISTA DE ITABORAÍ

C U R S O D E A D M IN IS T R AÇ ÃO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: ESTUDO DE CASO DO


PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE
CACHOEIRAS DE MACACU

MARCELLE DA SILVEIRA PINHEIRO SALDANHA MARINHO DE


ARAUJO

ITABORAÍ

2015
MARCELLE DA SILVEIRA PINHEIRO SALDANHA MARINHO DE
ARAUJO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: ESTUDO DE CASO DO


PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE
CACHOEIRAS DE MACACU

Artigo Científico apresentado ao


Curso de Administração da
Faculdade Cenecista de
Itaboraí, para a obtenção do
título de Bacharel em
Administração.

Orientador: Prof.ª Lígia do Carmo Martins

ITABORAÍ

2015
MARCELLE DA SILVEIRA PINHEIRO SALDANHA MARINHO DE
ARAUJO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: ESTUDO DE CASO DO


PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE
CACHOEIRAS DE MACACU

Artigo Científico apresentado ao


Curso de Administração da
Faculdade Cenecista de Itaboraí,
para a obtenção do título de
Bacharel em Administração.

Aprovado em ___ de dezembro de 2015

Banca Examinadora

_________________________________________________
Profª. Msc. Lígia do Carmo Martins
Orientadora
Faculdade Cenecista de Itaboraí - FACNEC

_________________________________________________
Profª. Bianka Coutinho Alvim
Faculdade Cenecista de Itaboraí - FACNEC

_________________________________________________
Profª. Drª. Flávia Maria Cabral de Almeida
Faculdade Cenecista de Itaboraí – FACNEC

_________________________________________________
Prof°. Douglas Bastos Rodrigues
Faculdade Cenecista de Itaboraí – FACNEC
AGRADECIMENTOS

A Deus, pelas oportunidades que tem me concedido e pela força nas inúmeras
batalhas travadas ao longo da vida.

Aos meus pais agradeço pela dedicação, amor incondicional e apoio constante.
Acho que nunca poderei retribuir o que fizeram por mim, devo tudo a vocês, minha
educação, meus valores e minha vida.

Ao meu filho que trouxe alegria nos dias difíceis, que sempre me incentivou e
compreendeu minha ausência durante a realização desta pesquisa, obrigada pelo
amor e carinho a mim dedicados.

Agradeço aos professores que desempenharam com dedicação as aulas


ministradas.

À Prefeitura Municipal de Cachoeiras de Macacu, que na busca da melhora


nos serviços da administração pública decidiu criar e implementar, o plano estratégico
no município , proporcionando, essa valiosa experiência a seus funcionários.
“Nunca duvide que um pequeno
grupo de pessoas conscientes e
engajadas possa mudar o
mundo. De fato, sempre foi
assim que o mundo mudou.”
Margaret Mead
Resumo

Este artigo tem como objetivo demonstrar a importância do planejamento


estratégico bem como dos princípios norteadores visão, missão e valores e da
ferramenta análise do ambiente utilizadas para elaboração do mesmo. Para isso foi
realizada uma pesquisa bibliográfica buscando autores que fundamentam esse
pensamento, e um estudo de caso da implementação do planejamento estratégico no
município de Cachoeiras de Macacu, onde foi pesquisado através dos documentos
elaborados pelo município para o P.E, que comprovou a importância desta visão e
implementação de planejamento.

Palavras-chave: planejamento estratégico; planejamento estratégico


participativo; visão; missão; valores; análise de ambiente, análise swot.

Abstract

This article aims to demonstrate the importance of strategic planning and the
principles guiding vision, mission and values and environmental analysis tool used to
prepare the same . For it was carried out a literature search looking for authors that
underlie that thought, and a case study of the implementation of strategic planning in
the municipality of Macacu Waterfalls, where he was searched through the documents
prepared by the municipality for the EP , which proved the importance of this vision and
implementation planning .

Keywords: strategic planning; participatory strategic planning; vision; mission;


values; environment analysis, SWOT Analysis .
Sumário

1 Introdução...............................................................................................................8

2 Referencial Teórico ........................................................................................... 10

2.1 Planejamento Estratégico ................................................................................ 10

2.2 Análise Swot no desenvolvimento do planejamento estratégico ...................... 11

2.3 Missão, Visão e Valores como ferramenta no P.E ........................................... 13

3 Estudo de caso ................................................................................................. 14

3.1 Planejamento Estratégico do Município de Cachoeiras de Macacu ............... 14

3.1.1 Processo de elaboração do P.E.P .............................................................. 14

3.2 P.E.P.............................................................................................................. 16

3.2.1 Metodologia Aplicada .................................................................................. 16

3.2.2 Análise de cenários ( Análise Swot) ............................................................ 16

3.2.3 Vocações Econômicas ................................................................................ 20

3.2.4 Definição de missão, visão e valores .......................................................... 21

3.2.4.1 Missão ..................................................................................................... 21

3.2.4.2 Visão ....................................................................................................... 21

3.2.4.3 Valores .................................................................................................... 22

3.2.5 Gerenciamento do Plano estratégico .......................................................... 22

3.2.6 Análise de dados ........................................................................................ 22

4 Considerações finais ......................................................................................... 23

5 Referências Bibliográficas: ................................................................................ 24


9

1 Introdução

Em meio às constantes mudanças ambientais que a administração pública


enfrenta, torna-se indispensável à utilização de uma ferramenta de planejamento
público que defina seus objetivos e estratégias, com o intuito de reorganizar suas
idéias, buscando uma visão de futuro mais sustentável.

O Planejamento Estratégico vem se tornando ao longo dos anos, uma


importante ferramenta na administração pública das grandes e pequenas cidades, visto
que ele possui a flexibilidade de se atualizar e modificar sempre se colocando a frente
das deficiências e problemas que venham a ser identificados no município onde ele é
implementado.

Neste sentido, Andrade (et al., 2005) considera a importância do planejamento e


afirma:

O planejamento é de fato, uma das funções clássicas da administração


científica indispensável ao gestor municipal. Planejar a cidade é
essencial, é o ponto de partida para uma gestão municipal efetiva
diante da máquina pública, onde a qualidade do planejamento ditará os
rumos para uma boa ou má gestão, com reflexos diretos no bem-estar
dos munícipes.

Visto a importância do planejamento na gestão municipal, delibera-se sobre o


comprometimento das pessoas envolvidas na elaboração do mesmo, já que na maior
parte das vezes são vistos como meras imposições burocráticas. Com isso gasta-se
considerável tempo da administração pública na realização de procedimentos que,
apesar de cumprir os requisitos das leis que os regulam, ficam aquém de cumprir os
objetivos nelas previstos. O planejamento estratégico busca transmutar esse cenário,
visto que ele é flexível e elaborado para ser um processo aberto em continua
reformulação, podendo ser permeado pelos condicionantes sociais, políticos e
econômicos.

O objetivo deste estudo é conceituar o planejamento estratégico e apresentar o


PE desenvolvido para o município de Cachoeiras de Macacu, partindo do seguinte
questionamento:
10

Como o planejamento estratégico pode auxiliar no desenvolvimento da gestão


pública perante a um cenário de mudanças continuas e estruturas demasiadamente
burocráticas?

A presente pesquisa utilizou como base de estudo a Prefeitura de Cachoeiras


de Macacu e os documentos elaborados durante a realização do planejamento
estratégico participativo do município. Foram utilizados técnicas de pesquisa livre e
análise documental.

2 Referencial Teórico

2.1 Planejamento Estratégico

Com o intento de planejar e prever o futuro das organizações o Planejamento


Estratégico pode ser entendido como um processo de gestão que busca formular a
filosofia de uma instituição, definir sua missão, seus objetivos, suas metas, programas,
além das estratégias mais adequadas para operacionalizá-los . (ARGUIN, 1989)

Para Augusto Campos (2007), o Planejamento Estratégico é um conjunto


complexo de disciplinas inter-relacionadas, aplicado a organizações de médio ou
grande porte. Sua intenção é estabelecer um direcionamento a ser seguido pela
empresa, para alcançar a missão definida por ela.

Segundo Oliveira (2007, p.184), “as estratégias podem ser estabelecidas de


acordo com a situação da empresa; estar voltada a sobrevivência, manutenção
crescimento ou desenvolvimento, [...].”

O Planejamento Estratégico é uma metodologia gerencial que permite mostrar


a direção a ser seguida pela organização, visando maior grau de interação com o
ambiente. (Kotler, 1975)

Para Tiffany e Peterson (1998), planejamento estratégico não é uma ciência que
mostra o certo e o errado em relação ao futuro, mas sim uma ferramenta à
organização, uma visão do futuro, aumentando a probabilidade da empresa aproveitar
as oportunidades e explorar suas potencialidades.

Almeida (2003, p.13) conceitua o planejamento estratégico da seguinte forma:


11

Planejamento estratégico é uma técnica administrativa que procura


ordenar as idéias das pessoas, de forma que se possa criar uma visão
do caminho que se deve seguir (estratégia). Depois de ordenar as
idéias, são ordenadas as ações, que é a implementação do plano
estratégico, para que , sem desperdício de esforços, caminhe na
direção pretendida.

Resende (2008, p18) define que “ planejamento estratégico da organização é


um processo dinâmico, sistêmico, coletivo, participativo e contínuo para a
determinação dos objetivos, estratégias e ações da organização.”

No que diz respeito ao aspecto participativo, segundo Albuquerque (2002), as


organizações estão descobrindo os benefícios de ter mais colaboradores participando
da formulação da estratégia: o desenvolvimento de um planejamento de alta qualidade;
o comprometimento das pessoas responsáveis pela implementação; e a profunda
compreensão das estratégias em todos os níveis da organização.

Meyer (1988, p55) define Planejamento Estratégico como:

“ Processo continuado e adaptativo através do qual uma organização


define (e redefine) sua missão, objetivos e metas , selecionando as
estratégias e meios para atingi-los, num determinado período de tempo,
através da constante interação com o ambiente externo.”

Segundo Bethlem (2004), o planejamento estratégico inicia-se estabelecendo os


objetivos de longo prazo que a empresa deseja seguir, juntamente com as ações e
estratégias que ela irá desenvolver para alcançá-los. É nesse momento que se definirá
o que a empresa quer ser o que quer fazer, como e onde quer estar em determinado
momento, num futuro por ela estabelecido.

Segundo Chiavenato (2003), planejamento estratégico é “o processo contínuo


de, sistematicamente e com o maior conhecimento possível do futuro contido, tomar
decisões atuais que envolvem riscos; organizar sistematicamente as atividades
necessárias à execução dessas decisões; e, através de uma retro alimentação
organizada e sistemática, medir o resultado dessas decisões em confronto com as
expectativas alimentadas”.

2.2 Análise Swot no desenvolvimento do planejamento estratégico

Para Marcial (2004), cenários são ferramentas que têm por objetivo melhorar o
processo decisório, com base no estudo de possíveis ambientes futuros. De acordo
com a autora, o estudo de cenários representa a ferramenta mais adequada para a
12

definição de estratégias em ambientes turbulentos e incertos. Embora a prospectiva


não se proponha eliminar essas incertezas, aponta meios de reduzi-las, possibilitando
tomadas de decisão fundamentadas em futuros hipotéticos.

Uma das ferramentas que possibilita a análise de cenários é a matriz Swot


(anagrama para os termos Strenghts, Weaknesses, Opportunities e Threats. Em
português: Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças). Desenvolvida na escola
de negócios de Harvard na década de 70, passou desde então a ser obrigatória dentro
das cadeiras de ensino de planejamento estratégico das escolas de negócios.
(Henrrique, 2010)

Segundo Kotler (1975) o processo de planejamento estratégico pode ser divido


nas seguintes etapas: declaração da visão e da missão do negócio, análise do
ambiente externo e interno, formulação de metas e objetivos, formulação de
estratégia, implementação, monitoramento e controle.

Para Drucker (1981), um planejamento estratégico caracteriza três aspectos


fundamentais: diagnóstico dos ambientes para maior conhecimento possível das
realidades atuais e futuras; tomada de decisões que envolvam riscos e organização e
sistematização da retro alimentação sobre a execução das decisões.

Também Oliveira (2007) fundamenta as concepções de Drucker (1981) de


maneira mais prática e metodológica. De acordo com este autor, o primeiro passo para
concepção do planejamento estratégico é realizar um diagnóstico estratégico para
gerar informações sobre os ambientes interno e externo da organização. Esta etapa é
de grande importância para a efetividade do processo de tomada de decisões. Estas
informações devem retratar a realidade instantânea dos ambientes, para que a
organização tome decisões sobre as diversas variáveis que perfazem o seu ambiente
interno. Esta etapa deve estar organizada e estruturada para o enfrentamento das
variáveis do ambiente externo.

Para isso, segundo Porter (1999), faz-se necessário proceder a uma análise
detalhada das forças que atuam nos ambientes competitivos dos vários setores para,
em seguida, adotar um critério para o necessário posicionamento estratégico da
organização.
13

A organização deve estar atenta às novas perspectivas e tendências para poder


crescer, a análise externa se completa com a análise das oportunidades. Para que se
alcance uma análise eficaz das oportunidades, Barney e Hesterly (2008) elucidam que
as várias estruturas genéricas do setor devem ser identificadas e, em seguida, as
oportunidades estratégicas disponíveis em cada um dos diferentes setores devem ser
descritas.

A análise SWOT também permite separar os fatores ambientais: o ambiente


externo à organização (oportunidades e ameaças) e o ambiente interno à organização
(pontos fortes e pontos fracos). Esta separação é necessária, pois a organização tem
que agir de forma diferente em cada uma destas situações (DUARTE et. al, 2006).

De acordo com Siqueira (2008) este processo deve envolver toda a organização
para a definição clara dos seguintes aspectos: negócio da empresa e seus objetivos de
longo prazo; vantagens e desvantagens competitivas da empresa; planos de ação
para atingir os objetivos e as metas; prazos e responsabilidades; alocação dos
recursos necessários pata atingir os objetivos e as metas; definição dos indicadores
para medir os resultados obtidos e para corrigir os rumos, quando necessário.

2.3 Missão, Visão e Valores como princípios norteadores no P.E

Para Andrade (2002), a missão de uma organização dever definida para


satisfazer alguma necessidade do ambiente externo e não simplesmente em oferecer
um serviço ou produto. Portanto para definir a missão de uma organização algumas
perguntas devem ser respondidas como: Qual o nosso negócio? Quem é o nosso
cliente? Que satisfação ele quer ao comprar nosso produto?
Já Porto (2014), define que a missão representa a razão de existência de uma
organização. Para isso a missão deve abranger o propósito básico da organização e a
transmitir seus valores a funcionários, clientes, fornecedores e a sociedade.

Andrade (2002), também define que visão de uma organização dever ser a
situação futura desejada a longo prazo, dever ser uma meta ambiciosa, e servir como
um guia para a definição dos objetivos e a realização da missão.
Para Zacharias (2008), simplesmente descreve que visão é o sonho da
organização, é o futuro do negócio e onde a organização espera estar nesse futuro.
14

Valores são comportamentos – específicos, práticos, tão


descritíveis que deixam pouco espaço para a imaginação. As
pessoas devem ser capazes de usá-los como instrumento de
ordem-unida, pois eles são o como da Missão, o meio para um
fim - vencer. (WELCH, 2005, p.14).

Para Tamayo e Borges (2001), Valores são recursos que a organização utiliza
para criação, desenvolvimento e conservação de uma imagem, elevando a própria
autoestima do trabalhador dentro da organização. Tamayo (2005) define os Valores
organizacionais como princípios ou crenças, organizados hierarquicamente, relativos a
estados de existência ou a modelos de comportamentos desejáveis que orientem a
vida da empresa e estão a serviço de interesses individuais, coletivos ou mistos

3 Estudo de caso

3.1 Planejamento Estratégico do Município de Cachoeiras de Macacu

3.1.1 Processo de elaboração do P.E.P

Não é de hoje que os gestores da administração pública vêm sendo esmagados


pela estrutura burocrática e a obediência à legalidade em detrimento da
discricionariedade. Na busca de uma nova perspectiva o gestor da Pasta de Governo
e Planejamento do Município de Cachoeiras de Macacu, viu no planejamento
estratégico uma forma de praticar uma gestão mais participativa, utilizando todo
conhecimento adquirido como mecanismo para facilitar uma melhora continua
assumindo assim sua responsabilidade sobre as ações praticadas e mais
comprometimento com resultados.

É claro, que como em todo processo de transformação seria necessário mais


que vontade e empenho em mudar a realidade, visto que essa ferramenta implica em
mudança de paradigmas conceituais, teóricos e pragmáticos, requer explicitação de
métodos e princípios peculiares, a uma série de pressupostos estruturais capazes de
permitir as mudanças necessárias, com regras compatíveis buscando maximizar os
processos, a busca de eficácia, sem abdicar da transparência.

O setor Público que estava engessado há anos vem mostrar nova faceta,
fazendo com que o foco seja redirecionado a produtividade, impacto de resultados, a
15

responsabilidade e a flexibilidade institucional. Partindo deste princípio a Secretaria de


Governo e Planejamento mobilizou Gestores e Assessores para elaboração coletiva de
um plano de ação para a gestão 2013/2016. Inicialmente foi preenchido um formulário
especifico para diagnóstico das principais demandas das secretarias, tornando
evidente a necessidade de integração de todo sistema na definição de áreas
prioritárias para o desenvolvimento do Município.

No segundo momento, durante a revisão do Plano Diretor, ficou evidente a


necessidade de identificar a Vocação Econômica de Cachoeiras de Macacu, pois essa
definição, segundo o grupo de revisão, deveria nortear e direcionar escolhas para um
desenvolvimento sustentável. Foi então que se decidiu convidar o Sr. José Gabriel
Pesce, atuante Consultor e Moderador de Processos Participativos, para realizar de
forma integrada a elaboração do Planejamento Estratégico Participativo da Prefeitura
Municipal de Cachoeiras de Macacu.

Foram realizados quatro encontros entre novembro de 2013 e setembro de


2014, com a participação do Prefeito, Vice-Prefeito, Secretários e Assessores do
Município, objetivando alinhar informações e conceitos e definir estratégias de ação –
“o que queremos” para Cachoeiras de Macacu.

Após o 1° encontro de Gestores, surgiu à necessidade de assegurar a


implementação do PEP, sendo designado através de uma portaria o Grupo de
Monitoramento do PEP.

Esse grupo se reúne periodicamente com o objetivo de monitorar, propor ajustes


e avaliar o desempenho dos indicadores, áreas estratégicas e ações que integrem
esse Plano de Gestão.

Para viabilizar a organização desse trabalho de monitoramento do PEP, foi


solicitado a cada Gestor a indicação de um Assessor que atuará como dinamizador
dos programas e ações das Secretarias junto aos Gestores e Grupo de
Monitoramento. A articulação dos gestores, Assessores e Grupo de Monitoramento
garante a consolidação de parcerias, melhor comunicação entre os agentes de
mudança como também o gerenciamento das estratégias e recursos prioritários para a
execução do PEP.
16

3.2 P.E.P

3.2.1 Metodologia Aplicada

A metodologia adotada neste processo de construção do PEP baseou-se


nos princípios do enfoque participativo com ênfase no intercâmbio de experiências e
conhecimento, tendo como ferramentas metodológicas a visualização,
problematização, trabalhos em grupo, sessões plenárias, documentação, contando
com o apoio de um moderador / facilitador encarregado de garantir objetividade e foco
no produto que se quer alcançar.

Os objetivos estratégicos do PEP foram distribuídos nas seguintes áreas


de desenvolvimento: Ambiental, Político, Econômico, Cultural, Social e Gestão Interna.

Para análise de cenário do município de Cachoeiras de Macacu foi


utilizada a analise SWOT, que aborda 4 focos:

- Cenário atual com seus Êxitos e Deficiências;

- Cenário futuro com seus Potenciais e Obstáculos.

As estratégias de ação constituem as prioridades escolhidas pelos


gestores para que a cidade seja mais desenvolvida e mantenha um alinhamento com
os programas, projetos e ações das Secretarias.

Como parte integradora desta metodologia foi criado o Grupo de


monitoramento que atuará como mediador entre Gestores e Assessores, realizando
reuniões de acompanhamento e monitoramento para garantir e viabilizar a
implementação das Ações do Planejamento Estratégico.

O Planejamento Estratégico determina as prioridades de ação das Secretarias,


Fundações e Autarquias da prefeitura, com detalhamento dos 29 objetivos prioritários
do Governo Municipal e definição dos indicadores de resultados.

3.2.2 Análise de cenários ( Análise Swot)

Nesta etapa foi realizada a análise de ambiente de Cachoeiras de Macacu,


utilizando a análise de cenários , que constitui um instrumento de análise em quatro
focos, identificando o cenário atual com seus êxitos e deficiências e o cenário futuro
com seus potenciais e obstáculos.
17

3.2.2.1 Êxitos

• Aumento de oferta de atividades culturais;

• Início das obras do bairro Village e do Projeto de Despoluição do rio


Macacu;

• Programa desenvolvido no Horto Municipal para produção agrícola


encaminhado para assistência social;

• Redução de 10% do déficit de moradias no município;

• Recuperação do Parque de Exposições de Papucaia;

• Áreas de expansão urbana disponíveis e aptas;

• Atuação profissional e competente do Centro de Informação e


Geoprocessamento;

• Fomento ao desenvolvimento do ensino superior;

• 14% de recuperação salarial para os profissionais da Educação;

• Grande número de espaços esportivos em uso;

• Implantação de Estação de Tratamento de Água – ETA;

• Construção coletiva do planejamento estratégico participativo;

• Redução dos negócios informais;

• Ações de assistencialismo e de inclusão social;

• Municipalização do trânsito;

• Galpão para acolhimento da embalagem de produtos tóxicos com


descarte adequado;

• Definição de áreas apropriadas para condomínio industriais com o


mínimo de impacto ambiental;

• Conservação ambiental;
18

• Captação de recursos estaduais e federais,;

• Potenciais recursos hídricos – Rio São João, Rio Guapiaçu, Rio Macacu,
Rio Boa Vista;

• Potencial Turístico;

• Bom serviço de saúde – básica / especializada;

• Horto municipal com produção de plantas nativas;

• Banco de projetos com topografia;

• Desburocratização da máquina pública;

• Implantação e Extensão da coleta seletiva.

3.2.2.2 Deficiências

• Deficiência na legalização e regularização fundiária;

• Necessidade de otimizar o trade turístico;

• Deficiência no serviço de telecomunicação;

• Uso e ocupação irregular do solo;

• Falta de ativos públicos – praças, áreas de lazer...;

• Transporte coletivo insuficiente que dificulta a mobilidade e acessibilidade;

• Abastecimento de água insuficiente;

• Falta de sinergia Estado / Município nos EIA-RIMA

• Frágil fiscalização e monitoramento;

• Pouca formação técnica e profissional;

• Falta de segurança pública estadual;

• Ocupação irregular das áreas de preservação permanente;

• Autoestima baixa da população;


19

• Falta de planejamento do desenvolvimento;

• Legislação desatualizada – plano diretor, LOM, Código de Obras, Código de


Postura, Código Tributário;

• Falta de uma visão consolidada municipal;

• Informação/ comunicação / divulgação escassa;

• Pouca participação da população;

• Excessiva burocracia para instalação da rede elétrica.

3.2.2.3 Potenciais

• Grande extensão territorial – 6ª maior do Estado do Rio de Janeiro;

• Inserção do município da região metropolitana;

• Grande quantidade de agronegócios;

• Proximidade com o Comperj;

• Potencial turístico – rural, ecológico, religioso, histórico / cultural etc.;

• Localização privilegiada;

• Possibilidade de investimento em educação superior e técnica;

• Proximidade com grandes centros;

• Recursos hídricos;

• Produção de água mineral;

• Grande área verde – biodiversidade;

• Agropecuária forte;

• Serra de Cachoeiras;

• Existência de parte da linha férrea;

• Diversidade de atividades econômicas;


20

• Maior produtor de goiaba, milho e aipim do Estado;

• Duas rodovias para interligação regional;

• Existência de diversos equipamentos culturais e esportivos;

• Grande número de universitários formados e em formação;

• Atuantes organizações de base, associações de moradores, ongs, sindicatos e


movimentos culturais.

3.2.2.4 Obstáculos

• Resistência a mudança por parte dos gestores públicos, empresários e


sociedade;

• Falta de investimento na formação continuada;

• Falta de iniciativa para inovar;

• Falta de escolas técnicas e profissionalizantes;

• Falta de competitividade que gere investimentos para o desenvolvimento;

• Falta de comunicação e integração das ações;

• Ausência de investimento na máquina pública;

• Indisponibilidade de dados e informações;

• Excesso de críticas sem fundamentação;

• Ineficaz utilização do potencial acadêmico em formação no município;

• Baixa comercialização dos produtos agrícolas produzidos;

• Deficiente aproveitamento do potencial turístico do município.

3.2.3 Vocações Econômicas

Cachoeiras não têm uma vocação, mas várias vocações econômicas, foi
necessário então definir as principais vocações econômicas, bem como as vantagens
e os riscos de cada uma delas, com seus desafios e entraves.
21

A construção do Planejamento Estratégico para o município é resposta a essa


questão. Refletir sobre a função essencial do poder público como prestador de
serviços ao cidadão gera o compromisso dessa gestão em prol do desenvolvimento do
Município.

Otimizar essas vocações constituem um desafio secular de toda sociedade que


se pretende sustentável, pois há composição e contradição na interação entre as
vertentes vocacionais apresentadas. A opção por um desenvolvimento sustentável
precisa ser um condicionante para que as escolhas que se desdobrem em evolução da
qualidade de vida dos munícipes.

Foi identificado pelo grupo de Gestores do Município participantes da plenária


as seguintes vocações:

I – Comércio

II – Indústria

III – Agropecuária

IV – Potencial Hídrico

V – Turismo e Cultura

Definidas as vocações o grupo de Gestores passou ao desdobramento dos


objetivos prioritários em programas e ações de cada secretaria, e também na
elaboração do indicadores. Os objetivos foram pensados em função dos pilares
ambientais, culturais, econômicos, políticos, sociais e de gestão interna. Deliberados
os objetivos e ações foram definidos a missão, visão e valores do município.

3.2.4 Definição de missão, visão e valores

3.2.4.1 Missão

Contribuir para o desenvolvimento sustentável de Cachoeiras de Macacu


otimizando procedimentos para atender o cidadão.

3.2.4.2 Visão

Ser referência em processo de Planejamento Público Participativo como ação


permanente de Governo.
22

3.2.4.3 Valores

Compromisso dos Gestores, Integração como equipe, tomada de decisão


consciente, foco nas prioridades, busca de resultados, transparência, comunicação e
monitoramento da execução.

3.2.5 Gerenciamento do Plano estratégico

Para acompanhamento da implementação do Planejamento Estratégico foi


criado através de uma portaria o grupo de Monitoramento, que atuará como mediador
entre gestores e assessores. A integração e monitoramento ocorrerão através de
reuniões bimestrais de acompanhamento, dotação de recursos, mobilização de
parceiros e divulgação de resultados.

3.2.6 Análise de dados

Observa-se através dessa pesquisa a importância de se adotar um plano


estratégico alinhado com um plano de ações e programas que proponham soluções
para o futuro do município. A implementação do planejamento estratégico
participativo, objetiva o alcance de padrões de excelência no desempenho urbano,
sempre considerando que o espaço urbano está em constante dinâmica de mudança
e que acontece independente de uma visão de futura almejada, o P.E busca dar rumo
a essa dinâmica.

Como já citado anteriormente no referencial teórico na seção 2.1 os autores


Tiffany e Peterson (1998), explicam que o planejamento estratégico não é uma ciência
que mostra o certo e o errado em relação ao futuro, mas sim uma ferramenta à
organização que pode e é aperfeiçoada a cada momento.

Observa-se também na referida pesquisa que o planejamento estratégico e a


gestão municipal devem ser concebidos, fundamentalmente, como um processo
político, onde as decisões devem ser buscadas de forma democrática e participava. A
participação dos gestores e assessores exige mais do que apenas envolvimento nos
debates e decisões sobre o futuro e no monitoramento das ações, exige união de
esforços para que a gestão de planejamento estratégico atue de forma continua e
eficaz.
23

Como observado anteriormente por Resende (2008, p18) na seção 2.1, define
que “ planejamento estratégico da organização é um processo dinâmico, sistêmico,
coletivo, participativo e contínuo para a determinação dos objetivos, estratégias e
ações da organização.”

Tendo isso em vista surge a necessidade de se identificar e definir a visão ,


missão e valores do município onde se é implementado o planejamento estratégico.

Como já citado anteriormente na seção 2.2 de acordo com Kotler (2000) o


processo de planejamento estratégico pode ser divido nas seguintes etapas:
declaração da visão e da missão do negócio, análise do ambiente externo e interno,
formulação de metas e objetivos, formulação de estratégia, implementação,
monitoramento e controle.

Visto isso pode se verificar então como a matriz swot auxilia o planejamento
estratégico estabelecendo respostas e caminhos para cada uma das variáveis
encontradas na análise de ambiente, fazendo com que cada programa ou ação fique
integrado as metas, vocações e atividades do município aproveitando todas as
oportunidades e se colocando de forma sustentável frente as deficiências e obstáculos
que surgirem no caminho, como visto anteriormente onde Marcial (2008) menciona
que, cenários são ferramentas que têm por objetivo melhorar o processo decisório,
com base no estudo de possíveis ambientes futuros. De acordo com a autora, o estudo
de cenários representa a ferramenta mais adequada para a definição de estratégias
em ambientes turbulentos e incertos. Embora a prospectiva não se proponha eliminar
essas incertezas, aponta meios de reduzi-las, possibilitando tomadas de decisão
fundamentadas em futuros hipotéticos.

Estas ferramentas utilizadas no planejamento estratégico constituem duas


formas poderosas de se alavancar rumo ao desenvolvimento econômico-social do
município.

4 Considerações finais

O presente estudo buscou mostrar a importância do planejamento estratégico


por meio da implementação do P.E no Município de Cachoeiras de Macacu, definindo
para isso os princípios norteadores (missão, visão e valores), análise do ambiente
interno (pontos fortes e pontos fracos) e externo (oportunidades e ameaças) e a
24

proposta de programas estratégicos e de ações estratégicas foram fundamentais na


sua construção.

Para abordar este tema buscou- se em bibliografia o referencial de autores


consagrados e de importante contribuição sobre planejamento estratégico, plano
estratégico, análise de cenários ( análise Swot), visão, missão e valores.

Este estudo pretendeu contribuir para que se perceba que pensar


estrategicamente significa visualizar horizontes mais amplos, modernizar as estruturas,
racionalizar e simplificar procedimentos, conferir transparência a gestão, estabelecer
formas efetivas de monitoramento das ações e avaliação de resultados e impactos,
otimizando desta forma os procedimentos administrativos empregados na gestão
pública. Torna-se imperativo que o enredo de cada cidade tenha foco e encare o
futuro a partir de suas múltiplas facetas aproveitando todas as oportunidades e bônus
que o planejamento estratégico pode oferecer. Grandes desafios apontam na
atualidade, desemprego, mudanças climáticas, assim como os desafios do cotidiano
urbano como saneamento, abastecimento de água e eletricidade, educação , saúde e
outra vasta gama de serviços que o município presta ao cidadão. Pensar e planejar
estrategicamente tornou-se um compromisso de cada município com o cidadão e não
uma escolha. O planejamento estratégico vem para somar como um dos fatores
determinantes para o desenvolvimento municipal, que é a descontinuidade de
pensamentos, pois ele cria uma estrutura sólida e comprovada através de estudos e
análise de ambiente de que se está no caminho pretendido a seguir, garantindo desta
forma a permanência das estruturas e procedimentos para além da duração dos
mandatos dando continuidade as ações, programas e projetos.

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