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Rio de Janeiro
2022
Joana Magalhães Siqueira
Janeiro
2023
INTRODUÇÃO
Diante de tantas tragédias que marcaram o século XXI, podemos dizer que a pandemia do
Coronavírus está entre os acontecimentos mais trágicos. Um período marcado por contaminações,
mortes, vacina, incertezas, mistura de medo com esperança. Com seu início em 2020, o mundo passou
por grandes transformações e adaptações, trazendo temáticas e conceitos muito importantes por trás
das simples informações do dia a dia, como as tecnologias envolvida em todo esse processo e suas
evoluções nos sistemas. Para com isso, iremos abordar nesta síntese as maneiras como tais
tecnologias, como IA (Inteligência Artificial) e a Ciência de Dados impactaram no processo de
combate ao Covid-19.
CONTEXTUALIZAÇÃO
A pandemia do Coronavírus, como abordado no tópico anterior, foi um dos acontecimentos mais
fatais dos últimos anos, sendo unânime mundialmente. No ano de 2020, ao menos 1,8 milhão de
pessoas morreram em detrimento da contaminação pelo vírus. Para que tal análise faça sentido,
justificando a utilização e disposição de números para dados, é necessário e importante, iniciarmos
pela definição dos termos que mais serão mencionados: o Big Data e a Inteligência Artificial.
Nos últimos anos, houve uma ampla gama de aplicações de IA para pesquisas biomédicas, tais como:
classificação de imagens médicas, análise de sequências genômicas, identificação de biomarcadores,
descoberta de drogas e reaproveitamento de dados de estudos anteriores. Assim, o uso de IA para
descobrir novos medicamentos e/ou medicamentos existentes para uso imediato no tratamento do
vírus COVID-19 é benéfico tanto na perspectiva econômica quanto científica, especialmente quando
medicamentos e vacinas clinicamente verificados não estão disponíveis. O estudo de Hu et al (2020)
usaram um conjunto de dados do vírus COVID-19 integrado à um modelo Deep Learning, e aplicaram
para checar 4895 drogas disponíveis comercialmente e verificar a potencialidade de inibição da
infecção. O modelo listou 10 drogas como potenciais inibidores, como drogas já aplicadas ao HIV
(abacavir) e estimulantes respiratórios mesilato de almitrina e roflumilasto.
Ge et al (2020) propuseram um modelo baseado em dados para reaproveitamento de medicamentos
por meio da combinação de métodos de análise estatística e Machine Learning. Após os estudos in
silico e in vitro, verificou-se que um novo inibidor1, o CVL218, seria um candidato a medicamentos
para tratar a COVID-19. Outro trabalho interessante para o redirecionamento de medicamentos é de
Savioli (2020), que utilizou uma rede neural siamesa (SNN) para identificar a estrutura da proteína
COVID-19 em comparação aos vírus Ebola e HIV-1. Além do reaproveitamento de medicamentos,
muitos têm sido dedicados à descoberta de medicamentos contra a COVID-19 (Chenthamarakshan et
al, 2020; Hofmarcher, et al, 2020; Ong et al, 2020; Ton et al, 2020).
VACINAS
Devido a pandemia, o mundo todo, até mesmo os que se consideram leigos no assunto, puderam
compreender o quão extenso e complicado é o processo de desenvolvimento de uma vacina. Quando
se trata de COVID-19, provocando milhares de mortes diariamente, tornou-se crucial a criação da
vacina, visando as ações de longo prazo. Para com isso, aplicações de Big Data foram essenciais na
obtenção de informações sobre a descoberta dessas vacinas. Ahmed et al (2020) usando o GISAID
Database buscou alvos para desenvolver vacinas contra a COVID-19 e outros esforços similares
(Banerjee et al, 2020) focaram em investigar as espículas (spikes) protéicas de SARS CoV, MERS
CoV e SARS-CoV-2, como forma de realizar uma triagem da sequência e estrutura das espículas de
SARS CoV-2 que foram ideais para o desenvolvimento de uma vacina.
DESCOBRIMENTO DE REMÉDIOS
O Big Data também contribui com estratégias para a fabricação de remédios no combater ao
coronavírus. Le et al (2020) propôs uma solução baseada em acoplamento molecular para
investigações de medicamentos. Mais de 2500 pequenas moléculas no banco de dados de
medicamentos aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration) foram examinadas e validadas
por meio de um software de acoplamento molecular chamado Glide. Considerando o resultado, 15
dos 25 medicamentos validados demonstraram ter potencial inibidor de vias de sinalização e respostas
inflamatórias, estimulando o reposicionamento do medicamento contra a COVID-19. Logo, devemos
dar ênfase a importância da integração multidisciplinar nas pesquisas biomédicas, considerando o
importante e contínuo avanço tido durante o periodo pandêmico, através da aplicação de plataformas
de sequenciamento massivo paralelo, nas quais resultados expõem o pesquisador a um grande volume
de dados, e assim, conseguindo reduzir custos e dando velocidade e precisão às pesquisas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Figura 1: PODER 360. Mortes por data real mostram perda de ímpeto na pandemia. Poder
360, Brasil: 2022. Disponível em: https://www.poder360.com.br/coronavirus/mortes-por-data-real-
mostram-perda-de-impeto-da-pandemia/. Acesso em: 16/01/2023.
SAÚDE. Big Data: o uso da informação na luta contra o coronavírus. Estadão, Brasil: 2020.
Disponível em: https://summitsaude.estadao.com.br/tecnologia/big-data-o-uso-da-informacao-na-
luta-contra-o-coronavirus/amp/. Acesso em: 16/01/2023.
PROMEGA. Como o Big Data está ajudando na busca por tratamentos para a COVID-19.
Promega, Brasil: 2020. Disponível em: https://www.promega.com.br/c/blog-jovem-
pesquisador/articles/big-data-tratamentos-coronavirus-covid-19-sars-cov-2/. Acesso em:
16/01/2023.