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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Centro de Ciências Jurídicas e Políticas – CCJP


Gestão de Sistemas da Informação

Joana Magalhães Siqueira


Matrícula: 20212520028

IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA ADMINISTRAÇAO PÚBLICA


CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA NO COMBATE AO CORONAVÍRUS

Rio de Janeiro
2022
Joana Magalhães Siqueira

IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA ADMINISTRAÇAO PÚBLICA


CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA NO COMBATE AO CORONAVÍRUS

Trabalho apresentado à disciplina de


Gestão de Sistemas da Informação do curso
de Administração Pública como requisito
para obtenção de nota.

Professora: Ana Luiza Szuchmacher

Janeiro
2023
INTRODUÇÃO
Diante de tantas tragédias que marcaram o século XXI, podemos dizer que a pandemia do
Coronavírus está entre os acontecimentos mais trágicos. Um período marcado por contaminações,
mortes, vacina, incertezas, mistura de medo com esperança. Com seu início em 2020, o mundo passou
por grandes transformações e adaptações, trazendo temáticas e conceitos muito importantes por trás
das simples informações do dia a dia, como as tecnologias envolvida em todo esse processo e suas
evoluções nos sistemas. Para com isso, iremos abordar nesta síntese as maneiras como tais
tecnologias, como IA (Inteligência Artificial) e a Ciência de Dados impactaram no processo de
combate ao Covid-19.

CONTEXTUALIZAÇÃO
A pandemia do Coronavírus, como abordado no tópico anterior, foi um dos acontecimentos mais
fatais dos últimos anos, sendo unânime mundialmente. No ano de 2020, ao menos 1,8 milhão de
pessoas morreram em detrimento da contaminação pelo vírus. Para que tal análise faça sentido,
justificando a utilização e disposição de números para dados, é necessário e importante, iniciarmos
pela definição dos termos que mais serão mencionados: o Big Data e a Inteligência Artificial.

BIG DATA (Banco de Dados):


O Big Data, também conhecido como um Banco de Dados, consiste resumidamente em uma coleção
organizada de dados - igualados como informações - de forma estruturadas, no qual costumam
normalmente serem armazenadas eletronicamente em um sistema de computador. É comum ter seu
controle feito através de um sistema de gerenciamento de banco de dados (DBMS). Esse dados,
atribuídos também como informações, elencados nos tipos mais comuns de bancos de dados em
operação no momento atual são moldados no padrão de linhas e colunas em uma série de tabelas, que
visam transformar o processamento e a consulta de dados eficientes. Podem de forma geral, ser
facilmente acessados, gerenciados, alterados, atualizados e organizados. Normalmente, os bancos de
dados prezam por usar a linguagem de consulta estruturada (SQL) para escrever e consultar
informações.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: A Inteligência Artificial, representa mais um conceito de


tecnologia, nesse caso se resumindo em um avanço tecnológico que permite aos sistemas simular
uma inteligência similar à inteligência humana. A IA tornou-se um termo generalizado para falar
sobre aplicativos que executam tarefas complexas que anteriormente demandam informações do
usuário. Exemplos disso são como a comunicação com clientes on-line ou um jogo de xadrez. Esse
conceito é frequentemente usado de forma substituível com seus subcampos, nos quais são inclusos
o machine learning e aprendizado profundo. Mas, há diferenças. Por exemplo, o machine learning
tem como foco criar sistemas que aprendam ou aprimorarem seu desempenho baseados nos dados
consumidos por eles. Para que o valor total da Inteligência Artificial seja obtido, muitas empresas
estão fazendo investimentos significativos em equipes de ciência de dados.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E BIG DATA APLICADOS AO COVID-19


O Big Data teve um poder muito agregador por toda a pandemia. Funcionou como um sistema de
análise de grandes volumes das informações provenientes de redes sociais ou dados disponibilizados
digitalmente por órgãos públicos. Nesse sentido, podemos exemplificar com o caso nos quais a
medicina conseguiu estabelecer padrões de comportamento da sociedade para antecipar os próximos
“passos” do vírus.
Na China, o primeiro país atingido pela covid-19, o governo obteve o auxílio do poder privado no
combate à doença. Alibaba, um dos gigantes do ramo da tecnologia, criou o Alipay Health Code, uma
plataforma de pagamento, que se resume em uma ferramenta de análise de Big Data. A plataforma
de pagamento funciona realizando uma leitura das informações dos usuários e, assim, fornece um
código de coloração indicativa para o nível de risco de contaminação pelo novo coronavírus, podendo
ser verde, amarelo ou vermelho (do menor ao maior nível de cautela). Logo, os usuários
correspondentes a cor verde não tinham restrições de circulação, enquanto os com cor amarela
precisavam ficar isolados por uma semana, e os de cor vermelha, duas. Os dados foram coletados por
meio de geolocalização de celulares, identificação facial com medição de temperatura corporal e
outros recursos que ajudem na antecipação de ações estratégicas do governo.

OS DADOS DE FORMA CLARA PARA TODOS


Ainda que a tecnologia seja dominante nos dias de hoje e essencial para o mundo, sabemos que nem
todos estão a par dessa modernidade e tampouco sabem interpretá-las. Dessa forma, os dados
computados são transformados em gráficos dinâmicos, que permitem uma interpretação mais breve
e uma assimilação bem menos complexa. Esses gráficos foram muito utilizados durante o Covid-19,
uma vez que eles mantinham a população atualizada sobre os dados da doença e permitiam ver se
estavam se encaminhando para um desenvolvimento ou retrocesso da doença.

A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL CONECTADA À ESPERANÇA


O mundo observou incessantemente a busca por vacinas efetivas e tratamentos médicos a fim de
combater o coronavírus. Baseados na fundamentação das ciências biomédicas, a aplicação de
inteligência artificial e das tecnologias emergentes permitiu agregar velocidade nas pesquisas e
direcionar os alvos e fármacos de maior potencial benéfico para os ensaios clínicos.

Figura 1 – Gráfico mortes por COVID-19 no Brasil nos últimos 3 anos

FONTE: Poder 360, 2022.

Nos últimos anos, houve uma ampla gama de aplicações de IA para pesquisas biomédicas, tais como:
classificação de imagens médicas, análise de sequências genômicas, identificação de biomarcadores,
descoberta de drogas e reaproveitamento de dados de estudos anteriores. Assim, o uso de IA para
descobrir novos medicamentos e/ou medicamentos existentes para uso imediato no tratamento do
vírus COVID-19 é benéfico tanto na perspectiva econômica quanto científica, especialmente quando
medicamentos e vacinas clinicamente verificados não estão disponíveis. O estudo de Hu et al (2020)
usaram um conjunto de dados do vírus COVID-19 integrado à um modelo Deep Learning, e aplicaram
para checar 4895 drogas disponíveis comercialmente e verificar a potencialidade de inibição da
infecção. O modelo listou 10 drogas como potenciais inibidores, como drogas já aplicadas ao HIV
(abacavir) e estimulantes respiratórios mesilato de almitrina e roflumilasto.
Ge et al (2020) propuseram um modelo baseado em dados para reaproveitamento de medicamentos
por meio da combinação de métodos de análise estatística e Machine Learning. Após os estudos in
silico e in vitro, verificou-se que um novo inibidor1, o CVL218, seria um candidato a medicamentos
para tratar a COVID-19. Outro trabalho interessante para o redirecionamento de medicamentos é de
Savioli (2020), que utilizou uma rede neural siamesa (SNN) para identificar a estrutura da proteína
COVID-19 em comparação aos vírus Ebola e HIV-1. Além do reaproveitamento de medicamentos,
muitos têm sido dedicados à descoberta de medicamentos contra a COVID-19 (Chenthamarakshan et
al, 2020; Hofmarcher, et al, 2020; Ong et al, 2020; Ton et al, 2020).

VACINAS
Devido a pandemia, o mundo todo, até mesmo os que se consideram leigos no assunto, puderam
compreender o quão extenso e complicado é o processo de desenvolvimento de uma vacina. Quando
se trata de COVID-19, provocando milhares de mortes diariamente, tornou-se crucial a criação da
vacina, visando as ações de longo prazo. Para com isso, aplicações de Big Data foram essenciais na
obtenção de informações sobre a descoberta dessas vacinas. Ahmed et al (2020) usando o GISAID
Database buscou alvos para desenvolver vacinas contra a COVID-19 e outros esforços similares
(Banerjee et al, 2020) focaram em investigar as espículas (spikes) protéicas de SARS CoV, MERS
CoV e SARS-CoV-2, como forma de realizar uma triagem da sequência e estrutura das espículas de
SARS CoV-2 que foram ideais para o desenvolvimento de uma vacina.

DESCOBRIMENTO DE REMÉDIOS
O Big Data também contribui com estratégias para a fabricação de remédios no combater ao
coronavírus. Le et al (2020) propôs uma solução baseada em acoplamento molecular para
investigações de medicamentos. Mais de 2500 pequenas moléculas no banco de dados de
medicamentos aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration) foram examinadas e validadas
por meio de um software de acoplamento molecular chamado Glide. Considerando o resultado, 15
dos 25 medicamentos validados demonstraram ter potencial inibidor de vias de sinalização e respostas
inflamatórias, estimulando o reposicionamento do medicamento contra a COVID-19. Logo, devemos
dar ênfase a importância da integração multidisciplinar nas pesquisas biomédicas, considerando o
importante e contínuo avanço tido durante o periodo pandêmico, através da aplicação de plataformas
de sequenciamento massivo paralelo, nas quais resultados expõem o pesquisador a um grande volume
de dados, e assim, conseguindo reduzir custos e dando velocidade e precisão às pesquisas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Figura 1: PODER 360. Mortes por data real mostram perda de ímpeto na pandemia. Poder
360, Brasil: 2022. Disponível em: https://www.poder360.com.br/coronavirus/mortes-por-data-real-
mostram-perda-de-impeto-da-pandemia/. Acesso em: 16/01/2023.

SAÚDE. Big Data: o uso da informação na luta contra o coronavírus. Estadão, Brasil: 2020.
Disponível em: https://summitsaude.estadao.com.br/tecnologia/big-data-o-uso-da-informacao-na-
luta-contra-o-coronavirus/amp/. Acesso em: 16/01/2023.

PROMEGA. Como o Big Data está ajudando na busca por tratamentos para a COVID-19.
Promega, Brasil: 2020. Disponível em: https://www.promega.com.br/c/blog-jovem-
pesquisador/articles/big-data-tratamentos-coronavirus-covid-19-sars-cov-2/. Acesso em:
16/01/2023.

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